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Seguimento clinoceletrográfico de criançcas e adolescentes com crise epiléptica única não-provocadaWinckler, Maria Isabel Bragatti January 2002 (has links)
Os fenômenos convulsivos despertaram o interesse de estudiosos e pensadores já na Antigüidade, quando aspectos mágicos e sobrenaturais eram a eles associados. No século XIX foram lançadas as bases dos conceitos atuais sobre a desestruturação funcional cerebral na epilepsia, e Berger, em 1929, marcou definitivamente a história com a descoberta dos ritmos cerebrais. Crise epiléptica e epilepsia não são sinônimos, já que o último termo refere-se a crises recorrentes espontâneas. Ela costuma iniciar na infância, daí a preocupação com o risco de repetição do primeiro episódio e com a decisão de instituir tratamento medicamentoso. Fatores prognósticos são apontados, mas não há consenso. No Brasil existem poucas pesquisas nesta linha, tanto de prevalência da epilepsia como de fatores envolvidos na recorrência de crises. Este estudo teve como objetivo geral avaliar aspectos clinicoeletrográficos capazes de auxiliar no prognóstico e no manejo da epilepsia da criança e do adolescente. Foram objetivos específicos determinar a incidência de crise epiléptica não provocada recorrente; identificar fatores remotos implicados na ocorrência de crise epiléptica; relacionar tipo de crise com achados eletrencefalográficos; relacionar tipo de crise, duração da crise, estado vigília/sono no momento da crise e achados eletrencefalográficos com possibilidade de recorrência; e identificar os fatores de risco para epilepsia. Foram acompanhados 109 pacientes com idades entre 1 mês e 16 anos, com primeira crise não-provocada, em média por 24 meses, a intervalos trimestrais, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Foram realizados eletrencefalogramas (EEG) após a primeira crise; depois, solicitados anualmente. Não foram incluídos casos com epilepsia ou síndrome epiléptica bem definida, ou que fizeram uso prévio de drogas antiepilépticas. A média de idade foi 6 anos, com predomínio da faixa etária de 6 a 12 anos. Setenta eram meninos e 39, meninas. Os indivíduos brancos eram 92, e os não-brancos, 17. O nível de escolaridade dos casos esteve de acordo com a distribuição da idade e, entre os responsáveis, predominaram 8 anos de escolaridade. Foi possível concluir que as crises únicas não-provocadas mais freqüentes foram generalizadas, e sem predomínio significativo do tipo de EEG. A incidência de crise não-provocada recorrente foi 51,4%. História de intercorrências pré-natais maternas aumentou em 2 vezes o risco de repetição de crises. Via de nascimento, escore de Apgar no 5º minuto, relação peso ao nascer/idade gestacional, intercorrências no período pós-natal imediato e desenvolvimento neuropsicomotor não tiveram influência na recorrência. História familiar de crises mostrou tendência à significância estatística para repetição dos episódios, com risco de 1,7. Não foi encontrada associação entre tipo de crise e achado eletrencefalográfico. A maioria das crises foi de curta duração (até 5 minutos), mas este dado não esteve relacionado com a recorrência. Estado de vigília teve efeito protetor na recorrência. Se a primeira crise foi parcial, o risco de repetição foi 1,62, com tendência à significância. Quando o primeiro EEG foi alterado, houve relação significativa com primeira crise tanto generalizada como parcial. O primeiro EEG com alterações paroxísticas focais apontou risco de repetição de 2,90. Quando as variáveis envolvidas na repetição de crises foram ajustadas pelo modelo de regressão de Cox, EEG alterado mostrou risco de 2,48, com riscos acumulados de 50%, 60%, 62% e 68%; com EEG normal, os riscos foram 26%, 32%, 34% e 36% em 6, 12, 18 e 24 meses respectivamente. / Seizures have interested scholars and philosophers since the Old Ages, when magic and supernatural aspects were associated with seizures. In the 19th century, Jackson formulated the basic concepts about the disruption of cerebral functions in epilepsy, and Berger, in 1929, set the landmark in the history when he first reported the brain rythms. Seizure and epilepsy are not synonyms: epilepsy refers to recurrent unprovoked seizures. The onset of epilepsy usually occurs in childhood, and that explains the concern about the risk of recurrence after the first seizure and about to start drug therapy. Several factors predictive of recurrence have been pointed out but no consensus has been reached. Few studies about the risk factor of epilepsy or the prevalence of the epilepsy in Brazil have been conducted. The general objective of this study was to evaluate clinical and electroencephalographic aspects that are capable of helping in the management and in the prognose of epilepsy in children and adolescents. Specific objectives were to determinate the incidence of recurrent unprovoked seizure in childhood and adolescence; to identify remote factors associated with seizure; to associate seizure type, seizure duration, awake or sleep state and electroencephalographic findings with recurrence risk; and to identify the risk factors for epilepsy. We followed up 109 children and adolescents aged 1 month to 16 years, with first unprovoked seizure for 24 months, on three months intervals, at Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). EEG were requested after the first seizure and once in a year. Children with well-defined epilepsy or epileptic syndrome and those using antiepileptic drugs were excluded. The mean age was 6; most patients were 6 to 12 years old. Seventy patients were boys and 39, girls. Nine-two patients were white, and 17, non-whites. Educational level of patients matched age distribution, and the predominant educational level for parents was 8 years. We concluded that generalized seizures were the most frequent unprovoked seizure and there was not predominant EEG type. The rate of seizure recurrence in this study was 51,4%. Reports of events in the prenatal period increased two times the risk of recurrence. Type of delivery, Apgar score, weight for gestational age, events in the post-natal period and neurodevelopment did not influence seizure recurrence. Family history of seizure type and EEG findings were not associated. The most frequent seizure had short duration, not associated with recurrence. Awake state had protective effect in the recurrence, with tendency. When the first seizure was partial, the recurrence risk was 1,62, with tendency. There was significant relationship between abnormal first EEG and generalized or partial first seizure. When the first EEG had focal paroxysms, the risk of recurrence was 2,90. When a Cox regression was performed with the factors, only the abnormal EEG showed risk 2,48. Cumulative risks of recurrence were 50%, 60%, 62% and 68% in 6, 12, 18 and 24 months, respectively, if was abnormal EEG; when it was normal, the risks were 26%, 32%, 34% and 36% in 6, 12, 18 and 24 months, respectively.
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Avaliação de um serviço de atenção primária à saúde: características do rastreamento do câncer de colo de útero em usuárias de 20 a 59 anosCosta, Laura Dell Aglio Dias da January 2001 (has links)
o artigo descreve o programa de rastreamento de câncer de colo de útero em uma população de mulheres de 20-59 anos, usuárias de um serviço de Atenção Primária à Saúde (APS), em Porto Alegre. Esta coorte histórica de 5 anos foi constituída usando os registros de família de três unidades do Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição, em Porto Alegre, Brasil. O estudo caracteriza a associação entre a detecção de hipertensão, diabetes, depressão e ansiedade nestas mulheres, e as freqüências de sua captação e adesão ao programa de rastreamento do câncer de colo de útero. As mulheres com 50 anos ou mais tiveram um risco relativo de 1,70 (IC95%=1,40-2,06) de não serem captadas pelo programa de rastreamento, quando comparadas com as mais jovens. Os resultados sugerem a necessidade de intensificar o rastreamento de rotina às mulheres de 50 anos ou mais. A captação e a adesão de usuárias poderiam ser usadas como indicadores da qualidade do processo de trabalho. São necessários novos estudos para o estabelecimento de inferência causal e para definir a captação e a adesão como indicadores da qualidade do processo de trabalho em Atenção Primária à Saúde. / The paper describes the cervical cancer screening program for a population of 20-59 year-old women in an ambulatory care facility of the Primary Health Care (PHC) system of Porto Alegre. This 5 year historical study was carried out using the family health records from 3 units of the Conceição Hospitalar Group - Community Heatth Care Services, in Porto Alegre, Brazil. The study characterises the association between the detection of hypertension, diabetes, depression and anxiety in women, and the frequencies of their capture by, and adhesion to, a cervical cancer screening program. Women over 50 were had a risk 1,70 (CI= 1,40-2,06) the risk of the youngers in not being captured by the program. The results suggest that more attention needs to be paid in the course of routine health care to women over 50 years of age. Capture into, and adhesion by users could be used as an indicator of the quality of primary health care processes. New studies are necessary to establish causal inference and to define capture and adhesion as indicators of the quality of primary health care processes.
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Perfil Genotípico de Resistência do HIV em pacientes com falha virológica ao esquema antirretroviral de primeira linha na coorte de pacientes com HIV/AIDS do Instituto de Pesquisa Clinica Evandro Chagas-FiocruzTavares, Isabel Cristina Ferreira January 2013 (has links)
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Previous issue date: 2015-11-23 / Introdução: Ao longo dos trinta anos de identificação do HIV como agente etiológico, muitas mudanças ocorreram, principalmente em relação ao tratamento dos pacientes. O adequado monitoramento e a detecção precoce das falhas virológicas desde o primeiro esquema antirretroviral possibilita escolhas mais adequadas do esquema de segunda linha através da obtenção do perfil das mutações relacionadas à classe de antirretroviral que foi utilizada como primeiro esquema. Objetivos: Descrever o perfil genotípico por ocasião da primeira falha virológica em uso de um esquema inicial de cART; Avaliar o impacto do perfil mutacional no momento da primeira falha no uso potencial da etravirina em esquemas antirretrovirais subsequentes; Descrever o perfil da população baseando-se no escore de mutações da etravirina e analisar os fatores relacionados à redução na sensibilidade a esta droga; Avaliar a prevalência de genotipagens com de vírus selvagem e analisar os fatores associados à sua ocorrência; Descrever os fatores relacionados à mutação K65R na primeira falha à cART. Métodos: Estudo com coleta de dados a partir de prontuários médicos e exames de genotipagem de pacientes com HIV acompanhados no IPEC que tiveram a falha virológica ao esquema antirretroviral inicial no período de 2000 a 2012. Este estudo foi revisto e aprovado pelo Comitê de Ética do IPEC
Resultados: Foram incluídos 166 pacientes nesse estudo. O subtipo viral predominante foi o B (65,3%). Nos 113 pacientes que usaram esquemas baseados em ITRNN (66,5%), a mutação mais frequente para esta classe foi a 103N. Entre os 17 pacientes que fizeram uso de IP sem booster, as mutações mais frequentes na protease foram a 30N, 32I e 46ILV e entre os 36 pacientes que fizeram uso de IP com booster as mutações mais frequentes na protease foram a 82ATF, 90M e 46ILV. A mutação para ITRN mais frequente nos três grupos foi a 184VI. Os pacientes que usaram ITRNN foram os que tiveram maior percentual de mutações para ITRN e os que usaram IP com booster foram os que tiveram menor pecentual de mutação para duas classes. Trinta e dois pacientes (17,6%) apresentaram genotipagem com vírus selvagem, sendo esta associada à presença de carga viral no momento da genotipagem > 50.000 cópias/ml e ao uso de IP com booster e sem booster.. Em relação à etravirina, observou-se uma menor proporção de indivíduos com perfil de sensibilidade plena e uma maior proporção de indivíduos com perfil de resistência (principalmente de nível intermediário) entre os pacientes que utilizaram tenofovir, sendo essa diferença significativa em relação ao total de pacientes avaliados (p=0,004). Quarenta e sete pacientes usaram Tenofovir sendo que 31,9% apresentaram a K65R
Conclusões: O perfil genotípico da primeira falha entre os pacientes da coorte do IPEC no período avaliado mostrou uma alta prevalência de 184V/I e 103N. Contrariamente, a prevalência de mutações para a protease foi baixa. A carga viral no momento da genotipagem > 50.000 cópias/ml e o uso de IP com booster e sem booster foram considerados fatores associados à maior presença de genotipagens com vírus selvagem. Foi evidenciado um perfil mutacional relativamente favorável à utilização da Etravirina em esquemas de futuro resgate na coorte de pacientes do IPEC, pela moderada frequência das mutações que comprometem a atividade deste antirretroviral / ntro
duction
: Over thirty years of HIV
epidemic
, many changes have occurred, especially in
term ́s of patients
treatment. Proper monitoring and early detection of virological failures
from
the first antiretroviral regimen allows
better
choices for second
-
line re
gimen by
obtaining the profile of mutations related to antiretroviral class that
are being
used as the first
line
.
Objectives
: To describe the genotypic profile at the first virologic failure
while using
the first
line cART
; evaluate the impact of the mut
ational profile at the time of first failure in the
potential
subsequent
use of etravirine
for salvage
regimens; describe the profile of the
population relying
etravirine ́s mutations
and analyze the factors related to reduced sensitivity
to this drug; eval
uate the prevalence
as well as the associated risk factors
of genotyping with
the presence of wild
-
type virus;
d
escribe the factors related to
the presence of
K65R mutati
on
at the first failure to cART
.
Methods
: The study included data collection from medi
cal records and genotyping of HIV
patients followed at IPEC who had
presented
virologic failure for initial antiretroviral regimen
in the period
of
2000
to
2012
.
The present study was approved by IPEC`s Ethics Committee
.
Results
: 166 patients were included
in this stud
y
.The predominant
virus
subtype
was
B (65.3
%).
Among
the
113 patients using NNRTI
-
based regimens, the most frequent mutation to
NNRTI was 103N. Among
the 17 patients who used
an unboosted PI
, the most prevalent
mutations in protease were 30N
, 32I and 46ILV. Among
the 36 patients who used boosted
PI
the most frequent mutations in protease were 82AT
F, 90M and 46ILV
. The most frequent
NRTI mutation
into the three groups was 184VI
.
Among p
atients who used NNRTI
we found
a
higher percentage of mut
ations to NRTIs and
among those
who used
boosted
PI
fewer
mutations to NRTIs
were found
.
Thirty
-
two patients (17.6% ) had wild type
vírus,
which is
associated with the presence of viral load > 50.000 copies/ml at the time of genotyping and
with the use of
unboosted and boosted PI.
Regarding etravirine
, there was a lower proportion
of individuals with full sensitivity profile
and a higher proportion of indivi
duals with
resistance profile (
primarily intermediate level)
a
m
ong patients who used tenofovir
,
with
a
significant difference
in relation to total
evaluated patients (
p = 0.004). Forty
-
seven patients
used Tenofovir of which 31.9 % had
presented
K65R
.
Conclusions
: The genotypic profile of the first failure among patients in the
IPEC
cohort
showed a higher
prevalence of 184V/I and 103N. A small number of mutations to protease
was evidenced. The overall prevalence of genotyping
with wild type virus
was 17.6 %
. A
viral load > 50,000 copies/ml
at the time of genotyping as well as PI use (both, boosted and
non
-
boosted) were found to be
associated with
an
increased presence of
with wild type virus
factors. A relatively favorable
mutational profile
to the
future
use of etravirine in salvage
regime
ns in
the
IPEC
cohort
was evidenced
by
the moderate frequency
of mut
ations that
compromise this
antiretroviral act
ivity.
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Derrame pleural em Manaus : aspectos etiologicos, clinicos e socio-economicosAndrade, Edson de Oliveira January 1990 (has links)
Foram estudados 115 pacientes, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 15 anos, residentes na cidade de Manus ou na sua zona rural, portadores de derrame pleural de qualquer etiologia, exceto a traumática, no período de 01/07/84 a 01/07/86. Foram estudados os aspectos etiológicos, clínicos e sócio-econômico dos pacientes, através da aplicação de um questionário padrão, bem como a realização de exames complementares, necessários para a detrminação dea etiologia do derrame pleural. Os dados coletados foram analisados , quando quantitativos, pelo teste "f' de Student, e quando qualitativos pelo teste do "Qui-quadrado", com a utilização da correção de Yates para pequenas amostras; adotando-se o nível de 5% para o alfa. No estudo da correlação utilizou-se o teste de Pearson, com igual nível de significância. O estudo demonstrou que o derrame pleural foi mais frequente no sexo masculino, em brancos, de famílias mais numerosas, de menor poder aquisitivo e de menor cobertura previdenciária que o restante da população manauara. A tuberculose foi a causa, confirmada, de maior frequência, mais comum no sexo masculino e acomentendo a faixa etária mais jovem. / We studied 115 patient, of both sexes, with the same or superior age to 15 years, rinesidents in the city of Manaus or in its rural zone, carriers of pleural effusion of any origin except the traumatic, in the period from 01/07/84 to 01/07/86. They were studied the etiologics aspects , clinicai and socioeconomic of the patients, through the application of a standard questionnaire, as well as the accomplishment of complementai exams, necessary for the determination of the origin of the pleural effusion The collected data were analyzed, when quantitative, for the test "t" of Student, and when qualitative for the test of the "Qui-square", with the use of the correction of Yates for small samples; being adopted the levei of 5% for the alpha. In the study of the correlation the test of Pearson was used, with the same significance levei. The study demonstrated that the pleural effusion was more frequent in the masculine sex, in whites, of more numerous families, of smaller purchasing power and of smaller covering social security than the remaining of the population manauara. The tuberculosis went to cause, confirmed, of larger frequency, more common in the masculine sex and reaching the youngest age group.
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Seguimento clinoceletrográfico de criançcas e adolescentes com crise epiléptica única não-provocadaWinckler, Maria Isabel Bragatti January 2002 (has links)
Os fenômenos convulsivos despertaram o interesse de estudiosos e pensadores já na Antigüidade, quando aspectos mágicos e sobrenaturais eram a eles associados. No século XIX foram lançadas as bases dos conceitos atuais sobre a desestruturação funcional cerebral na epilepsia, e Berger, em 1929, marcou definitivamente a história com a descoberta dos ritmos cerebrais. Crise epiléptica e epilepsia não são sinônimos, já que o último termo refere-se a crises recorrentes espontâneas. Ela costuma iniciar na infância, daí a preocupação com o risco de repetição do primeiro episódio e com a decisão de instituir tratamento medicamentoso. Fatores prognósticos são apontados, mas não há consenso. No Brasil existem poucas pesquisas nesta linha, tanto de prevalência da epilepsia como de fatores envolvidos na recorrência de crises. Este estudo teve como objetivo geral avaliar aspectos clinicoeletrográficos capazes de auxiliar no prognóstico e no manejo da epilepsia da criança e do adolescente. Foram objetivos específicos determinar a incidência de crise epiléptica não provocada recorrente; identificar fatores remotos implicados na ocorrência de crise epiléptica; relacionar tipo de crise com achados eletrencefalográficos; relacionar tipo de crise, duração da crise, estado vigília/sono no momento da crise e achados eletrencefalográficos com possibilidade de recorrência; e identificar os fatores de risco para epilepsia. Foram acompanhados 109 pacientes com idades entre 1 mês e 16 anos, com primeira crise não-provocada, em média por 24 meses, a intervalos trimestrais, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Foram realizados eletrencefalogramas (EEG) após a primeira crise; depois, solicitados anualmente. Não foram incluídos casos com epilepsia ou síndrome epiléptica bem definida, ou que fizeram uso prévio de drogas antiepilépticas. A média de idade foi 6 anos, com predomínio da faixa etária de 6 a 12 anos. Setenta eram meninos e 39, meninas. Os indivíduos brancos eram 92, e os não-brancos, 17. O nível de escolaridade dos casos esteve de acordo com a distribuição da idade e, entre os responsáveis, predominaram 8 anos de escolaridade. Foi possível concluir que as crises únicas não-provocadas mais freqüentes foram generalizadas, e sem predomínio significativo do tipo de EEG. A incidência de crise não-provocada recorrente foi 51,4%. História de intercorrências pré-natais maternas aumentou em 2 vezes o risco de repetição de crises. Via de nascimento, escore de Apgar no 5º minuto, relação peso ao nascer/idade gestacional, intercorrências no período pós-natal imediato e desenvolvimento neuropsicomotor não tiveram influência na recorrência. História familiar de crises mostrou tendência à significância estatística para repetição dos episódios, com risco de 1,7. Não foi encontrada associação entre tipo de crise e achado eletrencefalográfico. A maioria das crises foi de curta duração (até 5 minutos), mas este dado não esteve relacionado com a recorrência. Estado de vigília teve efeito protetor na recorrência. Se a primeira crise foi parcial, o risco de repetição foi 1,62, com tendência à significância. Quando o primeiro EEG foi alterado, houve relação significativa com primeira crise tanto generalizada como parcial. O primeiro EEG com alterações paroxísticas focais apontou risco de repetição de 2,90. Quando as variáveis envolvidas na repetição de crises foram ajustadas pelo modelo de regressão de Cox, EEG alterado mostrou risco de 2,48, com riscos acumulados de 50%, 60%, 62% e 68%; com EEG normal, os riscos foram 26%, 32%, 34% e 36% em 6, 12, 18 e 24 meses respectivamente. / Seizures have interested scholars and philosophers since the Old Ages, when magic and supernatural aspects were associated with seizures. In the 19th century, Jackson formulated the basic concepts about the disruption of cerebral functions in epilepsy, and Berger, in 1929, set the landmark in the history when he first reported the brain rythms. Seizure and epilepsy are not synonyms: epilepsy refers to recurrent unprovoked seizures. The onset of epilepsy usually occurs in childhood, and that explains the concern about the risk of recurrence after the first seizure and about to start drug therapy. Several factors predictive of recurrence have been pointed out but no consensus has been reached. Few studies about the risk factor of epilepsy or the prevalence of the epilepsy in Brazil have been conducted. The general objective of this study was to evaluate clinical and electroencephalographic aspects that are capable of helping in the management and in the prognose of epilepsy in children and adolescents. Specific objectives were to determinate the incidence of recurrent unprovoked seizure in childhood and adolescence; to identify remote factors associated with seizure; to associate seizure type, seizure duration, awake or sleep state and electroencephalographic findings with recurrence risk; and to identify the risk factors for epilepsy. We followed up 109 children and adolescents aged 1 month to 16 years, with first unprovoked seizure for 24 months, on three months intervals, at Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). EEG were requested after the first seizure and once in a year. Children with well-defined epilepsy or epileptic syndrome and those using antiepileptic drugs were excluded. The mean age was 6; most patients were 6 to 12 years old. Seventy patients were boys and 39, girls. Nine-two patients were white, and 17, non-whites. Educational level of patients matched age distribution, and the predominant educational level for parents was 8 years. We concluded that generalized seizures were the most frequent unprovoked seizure and there was not predominant EEG type. The rate of seizure recurrence in this study was 51,4%. Reports of events in the prenatal period increased two times the risk of recurrence. Type of delivery, Apgar score, weight for gestational age, events in the post-natal period and neurodevelopment did not influence seizure recurrence. Family history of seizure type and EEG findings were not associated. The most frequent seizure had short duration, not associated with recurrence. Awake state had protective effect in the recurrence, with tendency. When the first seizure was partial, the recurrence risk was 1,62, with tendency. There was significant relationship between abnormal first EEG and generalized or partial first seizure. When the first EEG had focal paroxysms, the risk of recurrence was 2,90. When a Cox regression was performed with the factors, only the abnormal EEG showed risk 2,48. Cumulative risks of recurrence were 50%, 60%, 62% and 68% in 6, 12, 18 and 24 months, respectively, if was abnormal EEG; when it was normal, the risks were 26%, 32%, 34% and 36% in 6, 12, 18 and 24 months, respectively.
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Avaliação de um serviço de atenção primária à saúde: características do rastreamento do câncer de colo de útero em usuárias de 20 a 59 anosCosta, Laura Dell Aglio Dias da January 2001 (has links)
o artigo descreve o programa de rastreamento de câncer de colo de útero em uma população de mulheres de 20-59 anos, usuárias de um serviço de Atenção Primária à Saúde (APS), em Porto Alegre. Esta coorte histórica de 5 anos foi constituída usando os registros de família de três unidades do Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição, em Porto Alegre, Brasil. O estudo caracteriza a associação entre a detecção de hipertensão, diabetes, depressão e ansiedade nestas mulheres, e as freqüências de sua captação e adesão ao programa de rastreamento do câncer de colo de útero. As mulheres com 50 anos ou mais tiveram um risco relativo de 1,70 (IC95%=1,40-2,06) de não serem captadas pelo programa de rastreamento, quando comparadas com as mais jovens. Os resultados sugerem a necessidade de intensificar o rastreamento de rotina às mulheres de 50 anos ou mais. A captação e a adesão de usuárias poderiam ser usadas como indicadores da qualidade do processo de trabalho. São necessários novos estudos para o estabelecimento de inferência causal e para definir a captação e a adesão como indicadores da qualidade do processo de trabalho em Atenção Primária à Saúde. / The paper describes the cervical cancer screening program for a population of 20-59 year-old women in an ambulatory care facility of the Primary Health Care (PHC) system of Porto Alegre. This 5 year historical study was carried out using the family health records from 3 units of the Conceição Hospitalar Group - Community Heatth Care Services, in Porto Alegre, Brazil. The study characterises the association between the detection of hypertension, diabetes, depression and anxiety in women, and the frequencies of their capture by, and adhesion to, a cervical cancer screening program. Women over 50 were had a risk 1,70 (CI= 1,40-2,06) the risk of the youngers in not being captured by the program. The results suggest that more attention needs to be paid in the course of routine health care to women over 50 years of age. Capture into, and adhesion by users could be used as an indicator of the quality of primary health care processes. New studies are necessary to establish causal inference and to define capture and adhesion as indicators of the quality of primary health care processes.
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Epidemiologia das infecções por Candida spp. na corrente sanguínea : coorte retrospectiva em hospital terciário brasileiro / Epidemiology of bloodstream Candida spp. Infections : retrospective cohort in a Brazilian tertiary care hospitalPasqualotto, Alessandro Comaru January 2004 (has links)
Objetivos: definir os dados demográficos, as doenças de base e os fatores de risco associados aos episódios de candidemia ocorridos na Santa Casa Complexo Hospitalar entre 17/02/1995 e 31/12/2003; identificar as espécies envolvidas nestes episódios de candidemia e determinar a mortalidade global entre estes pacientes. Métodos: estudo de coorte retrospectivo não-controlado com inclusão de todos os casos consecutivos de candidemia diagnosticados na instituição entre 17/02/1995 e 31/12/2003. Como critério de inclusão no estudo, foi exigida a presença de sinais ou sintomas temporalmente relacionados ao isolamento de Candida em hemocultivo coletado de veia periférica. Resultados: 210 pacientes com candidemia foram incluídos (infecção nosocomial em 91,0%). O sexo feminino foi mais prevalente (51,4%) e a idade mediana foi de 41,0 anos. A doença de base mais prevalente foi câncer (neoplasias sólidas 30,5% e hematológicas 9,0%). Candida albicans foi a espécie mais freqüente (38,1%), seguida de Candida parapsilosis (27,6%) e Candida tropicalis (15,7%); candidemia por Candida glabrata ocorreu em 3,8%, e por Candida krusei, em 2,4%. Procedimentos cirúrgicos foram realizados em 43,8%, cateter venoso central estava presente em 74,8%, cateter urinário em 57,1%, ventilação mecânica em 48,6% e nutrição parenteral em 33,8%; o número mediano de antimicrobianos foi 4,0 por paciente (glicopeptídeos 54,3%, carbapenêmicos 25,7%). A maioria dos pacientes com candidemia comunitária (52,6%) havia sido hospitalizada nos 60 dias anteriores à candidemia; em 21,1%, Candida foi isolada de cateter; insuficiência renal crônica (p<0,001) e hemodiálise (p=0,027) foram mais freqüentes no grupo de candidemia comunitária do que no nosocomial; a distribuição das espécies de Candida foi semelhante entre os grupos. Comparadas aos adultos, as crianças com candidemia nosocomial foram mais expostas a antimicrobianos de amplo espectro (p<0,001), ventilação mecânica invasiva (p=0,002) e nutrição parenteral (p<0,001). Candidemia nosocomial por Candida parapsilosis foi mais freqüente em crianças (p=0,002), bem como o isolamento de Candida de cateteres (p=0,019); crianças foram mais freqüentemente tratadas com anfotericina B do que adultos (p<0,001), os quais receberam mais fluconazol (p=0,013). Entre os pacientes com câncer e candidemia nosocomial, tratamento prévio com corticosteróides (p=0,004), quimioterapia (p<0,001) e cefepima (p=0,004) foram mais comuns naqueles com malignidades hematológicas; cirurgias foram mais comuns em pacientes com tumores sólidos (p<0,001), principalmente do trato gastrointestinal (p=0,016); a distribuição das espécies de Candida foi semelhante entre os grupos. Candidemia breakthrough (“de escape”) ocorreu em 10,5% dos pacientes com candidemia nosocomial; a maioria destes vinha em uso de anfotericina B em doses terapêuticas, por período mediano de 6,5 dias; o isolamento de Candida de sítios outros que o sangue foi mais freqüente nestes pacientes (p=0,028). A mortalidade dos pacientes com candidemia foi 50,5%, sem diferenças estatisticamente significativas entre pacientes com candidemia comunitária ou nosocomial, com câncer ou outros diagnósticos e com infecção breakthrough ou não-breakthrough; a mortalidade foi maior em adultos do que em crianças (p=0,005). Conclusões: espécies não-Candida albicans foram os principais agentes de candidemia; assim como em outros estudos brasileiros, a prevalência de espécies como Candida glabrata e Candida krusei foi baixa. Fatores de risco já descritos na literatura foram freqüentemente encontrados, e a distribuição dos mesmos variou de acordo com as diferentes características dos pacientes estudados. A mortalidade em pacientes com candidemia foi semelhante \à descrita na literatura.
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Enterococcus SPP resistente à vancomicina : tipagem molecular, caracterização clínica e associação com mortalidadeSandri, Ana Maria January 2004 (has links)
Resumo não disponível
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Bronquiolite viral aguda fatores prognóticos em lactentes hospitalizados previamente hígidosBarcellos, Luciana Gil January 2005 (has links)
A bronquiolite viral aguda (BVA) é uma doença respiratória que acomete crianças principalmente no primeiro ano de vida. O Vírus Sincicial Respiratório é responsável por aproximadamente 75% dos casos de bronquiolite viral aguda; entretanto, outros agentes também podem desencadear doença semelhante, como Adenovirus1, 7,3 e 21, Rinovírus, Parainfluenza, Influenza, Metapneumovirus e, menos freqüentemente, o Mycoplasma pneumoniae. A BVA é uma doença com padrão sazonal, de evolução benigna na maioria dos lactentes hígidos, entretanto 0,5% a 2% necessitam hospitalização, dos quais 15% necessitam cuidados intensivos, e destes apenas 3 a 8% desenvolvem falência ventilatória necessitando de ventilação mecânica. A mortalidade entre crianças previamente hígidas está em torno de 1% dos pacientes internados. O objetivo deste trabalho é identificar fatores de prognóstico na BVA e correlacionar com tempo de internação em lactentes previamente hígidos. Durante o inverno de 2002, foram acompanhados em estudo de coorte 219 pacientes menores de um ano de idade com diagnóstico clínico de bronquiolite viral aguda. Estes pacientes foram avaliados e classificados conforme escore clinico modificado (DE BOECK et al., 1997) na internação, no terceiro dia e no momento da alta hospitalar. O tempo de internação real foi registrado e foi estimado o tempo de internação ideal, conforme critérios de alta clínica definidos por Wainwright e cols. , em 2003, como não uso de oxigênio por mais de 10 horas, tiragem intercostal mínima ou ausente, sem uso de medicação parenteral e com capacidade de alimentação via oral. O escore clinico na internação foi 3,88±1, 81, o tempo médio de uso de oxigênio 5,3±3,83 dias. Estes pacientes apresentaram tempo de internação real de 7,02±3,89 dias e tempo de internação ideal de 5,92±3,83 dias (p<0,001). Considerando tempo de internação ideal como variável dependente em um modelo de regressão logística, observa-se que para cada ponto de aumento no escore clinico aumenta em 1,9 a chance de o paciente permanecer internado por mais de três dias. Conclui-se, então, que se pode predizer o tempo de internação de lactentes hígidos com BVA através do escore clínico, indicando seu uso na avaliação inicial destes pacientes. / Acute viral bronchiolitis (AVB) is a respiratory disease which occurs in children, mainly in their first year of life. The Respiratory Syncytial Virus is responsible for about 75% of the cases of AVB, although other agents may also trigger similar diseases such as Adenovirus1, 7.3 and 21, Rhinovirus, Parainfluenza, Influenza, Metapneumovirus and, less frequently, the Mycoplasma pneumoniae. AVB is a disease with the seasonal pattern of benign evolution in most healthy infants. However, 0.5 to 2% need to be taken to a hospital, of those 15% need intensive care, 3% to 8% develop respiratory failure and require mechanical ventilation. The death rate among previously healthy children is around 1% of inpatients. The purpose of this investigation is to identify AVB’s prognosis factors and to correlate it to hospitalization time in previously healthy infants. During the winter of 2002, a cohort study followed up 219 patients under one year of age with a clinical diagnosis of AVB. These patients had been assessed and classified according to a modified clinical score (DE BOECK at al., 1997) at admission, on the third day, and at discharge. The real inpatient time was registered and the ideal length of stay estimated pursuant to clinical discharge criteria as defined by Wainwright and colls.,in 2003, as non use of oxygen for more than 10 hours, minimal or no intercostal retraction, no use of parenteral medication, and by mouth feeding capability. The inpatient clinical score was 3.88±1.81. The average time of oxygen use 5.3±3.83 days. These patients presented a real inpatient time of 7.02±3.89 days and ideal inpatient time of 5.92±3.83 days (p<0.001).Considering the ideal length of stay as a dependent variable in a logistic regression model, we observe that for every point of increase in the clinical score, the chances of the patient remaining in hospital for more than three days increases by a factor of 1.9. It is therefore concluded that the inpatient time of healthy children with AVB is predictable using the clinical score, and is recommended in the early evaluation of those patients.
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Relação entre o uso de inibidor da enzima conversora de angiotensina e desfechos no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdicaRadaelli, Graciane January 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011 / Background: Angiotensin-converting enzyme (ACE) inhibitors have been shown to be beneficial in preventing death, myocardial infarction and stroke in patients with coronary artery disease. Among other effects, act in the control of hypertension and cardiac remodeling, decreasing the progression to heart failure. However, there is no consensus as to its indication in patients undergoing coronary artery bypass grafting (CABG).Objectives: To assess the relationship between preoperative use of ACE inhibitors and clinical outcomes after the performance of CABG. Methods: A retrospective cohort study. We included data from 3139 consecutive patients who underwent CABG in Brazilian tertiary university hospital between January 1996 and December 2009. Follow-up was until discharge or death. Clinical outcomes after surgery were analyzed between users and nonusers of ACE inhibitors in the preoperative period. Results: Fifty-two percent(1,635) of patients received ACE inhibitors preoperatively. The use of ACE inhibitors preoperatively was an independent predictor of inotropic support (OR 1. 24; CI 1. 01 to 1. 47; P = 0. 01), renal dysfunction (OR 1. 23; CI 1, 01 to 1. 73; P = 0. 04) and progression to atrial fibrillation (OR 1. 32; CI 1. 02 to 1. 7; P=0. 03) postoperatively. The mortality rate among patients receiving or not preoperative ACE inhibitors was similar (10. 3 vs. 9. 4%; P = 0. 436), and incidence of acute myocardial infarction and stroke 15,6 vs. 15,0%, P=0,694; e 3,4 vs 3,5%, P=0,963, respectively).Conclusion: The preoperative use of ACE inhibitors was associated with an increased need for inotropic support postoperatively, and a higher incidence of ARF and AF, not associated with an increased rate of MI, stroke and death. / INTRODUÇÃO : Os Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) tem se mostrado benéficos na prevenção de óbito, infarto e acidente vascular encefálico em pacientes portadores de doença arterial coronariana. Entre outros efeitos, atuam no controle da hipertensão arterial e do remodelamento cardíaco, diminuindo a progressão para insuficiência cardíaca. No entanto, não há consenso quanto à sua indicação em pacientes que serão submetidos a cirurgia de revascularização miocárdica (CRM).OBJETIVO : Avaliar a relação entre o uso pré-operatório de IECA e desfechos clínicos após a realização da CRM.MÉTODOS : Estudo de coorte retrospectivo. Foram incluídos dados de 3. 139 pacientes consecutivos que foram submetidos à CRM isolada em hospital terciário universitário brasileiro entre janeiro de 1996 e dezembro de 2009. O seguimento se deu até a alta hospitalar ou óbito. Desfechos clínicos no pós-operatório foram analisados entre os usuários e os não-usuários de IECA nos pré-operatório. RESULTADOS : Cinquenta e dois porcento (1. 635) dos pacientes receberam IECA no pré-operatório. O uso de IECA no pré-operatório foi preditor independente de necessidade de suporte inotrópico (RC 1,24; IC 1,01-1,47; P=0,01), de insuficiência renal aguda (RC 1,23; IC 1,01-1,73; P=0,04) e de evolução para fibrilação atrial (RC 1,32; IC 1,02-1,7; P=0,03) no pós-operatório. A taxa de mortalidade entre os pacientes que receberam ou não IECA no pré-operatório foi semelhante (10,3 vs. 9,4%, P=0,436), bem como a incidência de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico (15,6 vs. 15,0%, P=0,694; e 3,4 vs 3,5%, P=0,963, respectivamente).CONCLUSÃO : O uso pré-operatório de IECA foi associado a uma maior necessidade de suporte inotrópico no pós-operatório, bem como a uma maior incidência de IRA e FA, não estando associado a um aumento da taxa de IAM, AVE e óbito.
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