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Lei natural e lei civil na filosofia política de Thomas HobbesVillanova, Marcelo Gross January 2004 (has links)
Hobbes opera um arranjo argumentativo de forma a estruturar um novo esqueleto conceitual dos termos principais do seu original projeto politico-filosófico. O presente trabalho pretende dar conta de percorrer o labirinto argumentativo, que envolve a inclusao e a exclusao dos ambitos de validade entre lei natural e lei positiva. A trajetória intelectual hobbesiana é permeada por definições contrastantes entre termos e atua na direção de fazer com que uma possvel contenda sobre a extensao ou preeminencia entre os termos se dissipe, afrouxando a contraposição entre eles. Imagina-se ter um ganho de compreensao desse n6 com que amarra a lei natural e a lei civil, atendo-se a s suas articulaC6es. A exposição visa apontar alguns elementos-chaves da tessitura fina da relação entre lei natural e lei positiva, como, por exemplo, razão natural, razão soberana, ação e intenção, direito de resistência,"silencio da lei". Utiliza-se de partes da peça Antígona de Sófocles para ilustrar alguns dos seus pontos, somando a ela interpretações modernas que podem ser sugestivas do movimento teórico hobbesiano. Identifica-se, ao final, na literatura crtica, várias afirmações dos interpretes quanto a s reconciliações conceituais com que Hobbes opera e sugere-se que esse pode tambem ser o caso na relação entre lei natural e lei civil. Alem disso, propõe-se que esses elementos-chaves podem ser as pistas para percorrer esse labirinto argumentativo. / Hobbes makes a theoretical arrangement in order to structure a new skeleton of conception from main terms of his political and philosophical original project. The present text intends to search his theoretical labyrinth, which involves the spheres of inclusion and the exclusion between law of nature and civil law. The Hobbes~ way of argue is building with contrast definitions, but he pleads they are no antagonism. The author seeks understand how the links between right of nature and civil right are articulated. For this, he exposes key elements as natural right, reason of commonwealth, action and intention, right of self-defence, "silence of law". He lays hold of Antigone by Sofocles and modern interpretations hereof illustrate points of this presentation. In the end, it is showed opinions of specialists, who mention conceptual reconciliations in his system. It is suggested that conceptual reconciliation meet the case to describe the relationship between law of nature and civil law and also, the key elements are the traces to roam about his theoretical labyrinth.
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Réception de Jean-Paul Sartre au Brésil : dans la Revue AnhembiMartin, Didier René Dominique January 2006 (has links)
Ce mémoire a pour dessein d’analyser la réception de l’oeuvre de Jean-Paul Sartre dans la revue Anhembi. Il commence par un aperçu général du parcours intellectuel, littéraire et politique de cet écrivain. Ceci permet, d’une part, d’avoir une idée précise des diverses influences qui ont composé sa pensée et, d’autre part, d’établir une base de connaissances en vue des parties suivantes de cette étude. Le second chapitre aborde deux articles d’Anhembi qui se rapportent directement aux conceptions philosophiques de l’auteur. Le troisième chapitre concerne plus spécifiquement certaines pièces de théâtre du dramaturge qui ont servi de matière à des collaborateurs du mensuel brésilien. Finalement, le quatrième et dernier chapitre porte sur la venue de Sartre au Brésil. / Esta dissertação tem por objetivo analisar a recepção da obra de Jean-Paul Sartre na revista Anhembi. Inicia-se com um apanhado geral do percurso intelectual, literário e político deste escritor, pois isto permite, de um lado, a construção de uma idéia precisa das diversas influências que compuseram seu pensamento e, por outro, estabelecer uma base de conhecimentos tendo em vista as partes que seguem neste estudo. O segundo capítulo aborda dois artigos da revista Anhembi que fazem referência diretamente às concepções filosóficas do autor. O terceiro capítulo trata mais especificamente de certas peças de teatro do dramaturgo que foram matéria de colaboradores do mensal brasileiro. Finalmente, o quarto e último capítulo trata da vinda de Sartre ao Brasil.
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Une étude et une traduction de L'Homme au complet gris clair, nouvelle de Marcel Lecomte, écrivain surréaliste belge francophoneAzevedo, Érika Pinto de January 2007 (has links)
Ce mémoire étudie L’Homme au complet gris clair (1931), nouvelle de Marcel Lecomte, écrivain surréaliste belge francophone. Il comprend une étude et une traduction de ce récit. En ce qui concerne la première étude, je l’ai divisée en cinq parties selon l’ordre suivant. Le premier chapitre porte sur le surréalisme qui se développe en France autour d’André Breton et va de la naissance de celui-ci à 1931, l’année de la parution de la nouvelle de L’Homme au complet gris clair. Le deuxième chapitre porte sur l’étude historiographique du surréalisme en Belgique, depuis les premières manifestations du dadaïsme (à peu près en 1916) à 1931. Le troisième chapitre est une présentation brève de Marcel Lecomte et le quatrième chapitre réunit l’analyse narratologique du récit. Le cinquième chapitre porte sur les questions interprétatives et présente deux lectures différentes mais complémentaires de l’ouvrage étudié. En guise de conclusion du mémoire, je fais quelques commentaires concernant le rapport entre l’interprétation du sens de la nouvelle et son dialogue avec la pensée surréalisteIl y a aussi deux annexes : l’une est une étude de deux essais critiques, sur le dadaïsme et sur le surréalisme belge, écrits par Lecomte ; l’autre est une étude du Manifeste du surréalisme d’André Breton. Quant au deuxième travail, la traduction en portugais de L’Homme au complet gris clair, il se trouve à la fin du mémoire, avant la bibliographie thématique. / Esta dissertação de mestrado analisa L’Homme au complet gris clair (1931), novela de Marcel Lecomte, escritor surrealista belga francófono. Ela se organiza em duas grandes partes que são um estudo e uma tradução da narrativa. A análise da narrativa está dividida em cinco partes que estão dispostas na ordem a seguir. O primeiro capítulo estuda o movimento surrealista francês articulado em torno de André Breton e compreende o período que vai do seu nascimento até 1931, ano de publicação da L’Homme au complet gris clair. O segundo capítulo é um estudo, também de cunho historiográfico, do surrealismo belga, desde as primeiras manifestações do dadaísmo (aproximadamente em 1916) a 1931. O terceiro capítulo é uma breve apresentação de Marcel Lecomte e o quarto capítulo reúne elementos de análise narratológica da narrativa. O quinto capítulo analisa questões interpretativas e apresenta o resumo de duas leituras diferentes, mas complementares, da obra estudada. À guisa de conclusão da dissertação, faço alguns comentários nos quais relaciono a interpretação do sentido da novela e seu diálogo com o pensamento surrealista.O trabalho compreende também dois anexos: o primeiro deles é uma resenha de dois ensaios críticos sobre o dadaísmo e o surrealismo belga, escritos por Lecomte; o segundo anexo é um estudo do Manifesto do surrealismo, de André Breton. A segunda parte do trabalho, a tradução para o português de L’Homme au complet gris clair, encerra a dissertação; uma bibliografia temática se segue à essa tradução.
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Piling up logs in a brave new world : brazilian invisibility abroad and the genesis of Shakespeare's The TempestVolcato, Jose Carlos Marques January 2007 (has links)
O objetivo desta tese de doutorado é apresentar um mapeamento do texto de A Tempestade, de William Shakespeare, de modo a identificar trechos, desdobramentos do enredo e detalhes intrigantes que possam ser relacionados a uma possível fonte, ou possíveis fontes, a que Shakespeare possa ter tido acesso no processo de elaboração de sua peça, sobre as incursões no Norte da África e no Brasil de Nicolas Durand, Cavalheiro de Villegaignon. Proponho que a ilha de Próspero seja lida como um composto de elementos do Mediterrâneo e do Novo Mundo no qual informações sobre a vida de Villegaignon e sua presença em Argel e na França Antártica (atualmente Rio de Janeiro, Brasil) desempenham papel importante e ainda não completamente explorado pela crítica. Também aponto que o texto de A Tempestade mantém diálogo consistente com fatos biográficos, imagens, o simbolismo e a geografia relacionados à vida do Imperador Carlos V, e a identificação mais completa de Nicolas Durand, Chevalier de Villegaignon pode contribuir para tornar esse nível de referência mais evidente. Também discuto possíveis razões por que uma peça que possui tantos detalhes que se relacionam ao Imperador Carlos V nunca faz referência explícita a esta importante figura histórica. As razões pelas quais tais conexões permaneceram parcialmente despercebidas, ou pelo menos não totalmente exploradas, em um campo de estudo que produz tanto trabalho crítico e editorial como os estudos shakespearianos são apresentadas através do conceito de “invisibilidade brasileira no exterior”, conceito este que caracterizei e busquei formular como uma teoria de recepção cultural de produtos e referências brasileiros no exterior. Busquei ainda uma apresentação de elementos de estudos de fontes anteriores e da fortuna crítica sobre o tema que podem contribuir para uma discussão atualizada das práticas composicionais shakespearianas e de suas repercussões teóricas junto a diferentes vertentes dos estudos shakespearianos como prática de crítica literária. A essa discussão segue-se uma exploração crítica de como o interesse de Shakespeare e sua inquestionável dívida com o ensaio “Sobre os Canibais” de Montaigne poderia ter-se estendido a outros fatos da biografia de Villegaignon que muito provavelmente estavam à disposição do dramaturgo inglês. Minha leitura de A Tempestade foi baseada na única versão da peça de Shakespeare que tem autoridade, aquela publicada no Primeiro Fólio de 1623, e também em contribuições encontradas nas melhores edições críticas modernas da mesma. / The aim of this doctoral thesis is to present a mapping of the text of William Shakespeare’s The Tempest so as to establish textual passages, plot developments, and puzzling details that might be related to a possible source or sources on the North African and Brazilian exploits of Nicolas Durand, Chevalier de Villegaignon to which Shakespeare might have had access in the process of writing the play. I propose that Prospero’s island is a composite of Mediterranean and New World elements in which information about the life of Villegaignon and his presence both in Algiers and in Antarctic France (nowadays Rio de Janeiro, Brazil) plays an important and as yet not fully explored role. I also claim that the text of The Tempest is consistently in dialogue with biographical facts, imagery, symbolism and the geography which relate to the life of The Emperor Charles V, and the full recognition of Nicolas Durand, Chevalier de Villegaignon may contribute to make this broader pattern clearer. I also discuss possible reasons why a play that has so many details that relate to The Emperor Charles V never explicitly refers to such an important historical figure. The discussion of reasons why these connections have remained partially unnoticed or at least not fully explored in a field that generates so much critical and editorial work such as Shakespeare Studies is perfected through a presentation of ‘Brazilian invisibility abroad’, a concept that I have characterised and tried to formulate into a theory of cultural reception of Brazilian cultural products and references abroad. I also presented elements found in previous source studies and the critical fortune of the subject which can contribute to an updated discussion of Shakespearian compositional practice and its theoretical repercussions in different approaches to Shakespeare Studies as literary critical practice. This is followed by an exploration of how Shakespeare’s interest in and indisputable indebtedness to Montaigne’s essay ‘Of the Cannibals’ could have extended to other facts of Villegaignon’s biography that are very likely to have been available to the English playwright. I have based my reading of The Tempest in the only authoritative version of the text, that which was published in the 1623 First Folio, as well as in contributions found in the best modern scholarly editions of the play.
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Le mythe de Narcisse dans la poésie de Paul ValéryLemos, Rodrigo de Oliveira January 2010 (has links)
Resumo não disponível
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Une lecture d'un choix de poemes des Îles de la nuit d'Alain GrandboisFuão, Rebeca Schumacher Eder January 2011 (has links)
Alain Grandbois est considéré comme l’un des écrivains les plus importants du Québec qui, avec d’autres poètes contemporains de celui, contribue à inaugurer la modernité dans la poésie canadienne-française. Le présent mémoire porte sur Les Îles de la nuit, deuxième recueil de poèmes du poète, publié au Québec en 1944. Composé de vingthuit poèmes, ce livre présente des images authentiques pour l’époque. Je commence mon étude par quelques commentaires sur l’histoire de la poésie du Québec, surtout sur les débuts de la modernité dans cette province. Ensuite, je propose un bref panorama de la vie et de la production littéraire de Grandbois pour après passer à la genèse et à l’organisation de cette oeuvre. Puis, j’ai choisi treize poèmes que je trouve significatifs pour comprendre le parcours du moi poétique. Je les ai partagés en trois groupes (« La nuit », « Les îles » et « La mort ») selon la position qu’ils occupent et leur sujet. Pour conclure mes analyses, j’étudie trois lectures faites de cette oeuvre par trois critiques québécois (Jacques Brault, Jacques Blais et André Brochu) et je fais une synthèse issue de mes recherches. Il me semble que le motif central des Îles de la nuit est la quête du moi poétique vers une conciliation entre son rêve de vivre dans un monde absolu, libre des contraintes du temps, et la dure réalité de la condition humaine. / Alain Grandbois é considerado um dos escritores mais importantes do Québec que, juntamente com outros poetas contemporâneos a ele, contribui para inaugurar a modernidade na poesia canadense-francesa. A presente dissertação porta sobre Les Îles de la nuit, segunda coletânea de poemas do poeta, publicada no Québec em 1944. Composto de vinte e oito poemas, este livro apresenta imagens autênticas para a época. Começo meu estudo com alguns comentários sobre a história da poesia no Québec, sobretudo sobre o início da modernidade nessa província. Em seguida, proponho um breve panorama da vida e da produção literária de Grandbois para, depois, passar à gênese e à organização dessa obra. Logo após, escolhi treze poemas que acredito serem significativos para compreender o percurso do eu poético. Dividi-os em três grupos (“La nuit”, “Les îles” e “La mort”) de acordo com a posição que eles ocupam e seus assuntos. Para concluir minhas análises, estudo três leituras desta obra feitas por três críticos quebequenses (Jacques Blais, Jacques Brault e André Brochu) e faço uma síntese resultante de minhas pesquisas. Parece-me que o motivo central de Les Îles de la nuit é a busca do eu poético por uma conciliação entre seu sonho de viver em um mundo absoluto, livre das exigências do tempo, e a dura realidade da condição humana.
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A estética da cidadania em relato de um certo oriente de Milton HatoumSilva, Lúcia Sarmento da January 2005 (has links)
A Cidadania, tal como a entendemos hoje, é um conceito e uma prática extremamente recentes na história da humanidade. Fundamentado na noção do comparatista Edward Said (1995) de que a Literatura Comparada procura ver, em conjunto e em contraponto, várias culturas, literaturas e áreas do conhecimento, o presente estudo explora e desenvolve o conceito estabelecido pela autora deste trabalho de “Estética da Cidadania” moderna em oposição à Estética da Cidadania tradicional aristotélica. O conceito de Estética da Cidadania é analisado, no romance Relato de um certo Oriente, do escritor brasileiro, nascido em Manaus, Milton Hatoum (2003). O termo “estética” está relacionado à condição literária do texto, enquanto que o termo “cidadania” expressa uma preocupação ética, própria ao domínio filosófico. Assim, Literatura e Filosofia não se confundem, mas relacioná-las pode ser útil para ampliar a compreensão de ambas. A relação entre as duas áreas se dá através do exame da voz e dos comportamentos dos personagens da narrativa, onde é possível desenvolver e exemplificar o conceito de Cidadania Moderna. O conceito de “moderno” está aqui empregado no sentido de Charles Taylor (1997). Através da análise das concepções morais dos personagens centrais e da ética própria aos grupos aos quais eles pertencem é possível exemplificar a manifestação dos princípios éticos que permitem o exercício da Cidadania, preconizados por John Rawls (2000). Estes princípios são também os três objetivos da Filosofia Política, a saber: reduzir as diferenças morais e filosóficas, compatibilizar os planos de vida e estabilizar o esquema de cooperação.
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A questão da possibilidade da liberdade na Crítica da Razão Pura : uma interpretação de B 560 e B 586Fagherazzi, Onorato Jonas January 2006 (has links)
É inegável que as passagens B 560 e B 586 da Crítica da Razão Pura sejam paradoxais. Isso porque, embora Kant tenha afirmado haver uma possibilidade da liberdade na solução da terceira antinomia (B 560), de forma aparentemente contraditória a esse resultado, alega, numa passagem da nona seção do segundo capítulo do segundo livro da dialética transcendental, sequer ter tido o problema de demonstrar a possibilidade daquele conceito. Esse problema, correlato à dificuldade de compatibilizar- se aquelas passagens, é a causa motriz do engendramento deste texto dissertativo. Logo, por meio dele, busca-se explicar por que razão tais passagens não são contraditórias. Não o são, porque a acepção do termo “possibilidade” nelas empregadas é ambígua, ou seja, possui mais de um significado. Como veremos, distinguindo o significado dos conceitos de possibilidade aí envolvidos, pode-se defender uma possibilidade lógica da idéia transcendental da liberdade enquanto númeno. Mas seria tal possibilidade lógica do conceito da liberdade transcendental um princípio regulativo? Que princípio regulativo seria ele? Ao se analisar esse segundo problema dissertativo, delimitando-se a segunda questão à relação da possibilidade da liberdade com os princípios regulativos em seu uso empírico, conclui-se que estes conceitos têm acepções totalmente distintas. Isso porque, uma vez que eles possuem diferentes funções no itinerário da razão: enquanto um procura deixar em aberto um espaço numênico, o outro, abre espaço para o regresso empírico das inferências, a fim de que a razão especulativa não se atenha indevidamente a um incondicionado ilusório.
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De "l'ermite" à "zone" : une lecture d'alcools de Guillaume ApollinaireVieira, Sonia Regina January 2005 (has links)
Resumo não disponível
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Os bichos de muita antigüidade : anticonvenções do contar em Guimarães RosaFonseca, Cláudia Lorena Vouto da January 2004 (has links)
Ao longo do processo de evolução por que passou a forma literária que conhecemos por Conto, fica evidente que cada vez mais este se distanciou de suas origens: a oralidade, a essência popular, que agrega o maravilhoso. Este estudo discute algumas questões relativas à gênese do Conto, aspectos relacionados à nomenclatura; conceito; origem e suas fronteiras, objetivando caracterizar ou melhor definir essa Forma tão avessa a caracterizações definitivas. O ponto de partida é a relação de oposição entre Forma simples x Forma artística. Tomamos Guimarães Rosa como paradigma, pois o autor resgata, em sua obra, aspectos referentes às formas ancestrais de contar, atualizando-os. Como contista, a partir do aproveitamento dos temas e das formas populares, características das narrativas de tradição oral, que utilizam com freqüência o elemento maravilhoso, o autor tece seu próprio contar. Seu feitio, porém, não se assemelha ao dos compiladores, mercê de um trabalho minucioso e artesanal com a palavra, o qual acaba por atribuir à tessitura do texto uma especificidade que intriga, encanta e convida ao jogo. Estudamos essa atualização do conto popular de tradição oral na obra de Guimarães Rosa à luz da Metalingüística bakhtiniana, utilizando os contos Famigerado e Um moço muito branco, de Primeiras estórias; Como ataca a sucuri, de Tutaméia; e Meu tio o Iauaretê, de Estas Estórias, como exemplos desse fato, pois cremos que sua teoria ajuda a esclarecer os aspectos da obra rosiana que dizem respeito ao discurso. Malgrado a investigação a que se lançou Mikhail Bakhtin ter sido empreendida a partir do romance, acreditamos que sua teoria possa ser aplicada à narrativa curta, já que trata basicamente das relações dialógicas entre narrador e interlocutor. A direção que tomamos em nossa análise, diz respeito, justamente, ao discurso na obra do autor mineiro, sobretudo às formas de citação desse discurso, fator relevante em seu fazer literário.
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