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A literatura sul-rio-grandense sob os olhos de Sílvio Júlio de Albuquerque LimaMedeiros, Carlos Túlio da Silva January 2007 (has links)
Sob os olhos do pernambucano Sílvio Júlio, esta dissertação mostra o caminho por ele traçado quando o tema era o pampa ou a própria comarca pampeana, através das obras Pampa (1919), Estudos Gauchescos de Literatura e Folclore (1953), Literatura, Folclore e Lingüística da área gauchesca no Brasil (1962) e Folclore e Dialectologia do Brasil e Hispanoamérica (1974). Nosso trabalho (re)conta a história do homem pampeano sul-rio-grandense, através do olhar estrangeiro de Sílvio Júlio, seja essa história a partir da contribuição platina, seja ela a partir da contribuição lusófona, já que estas influenciam até hoje os costumes, os hábitos, a cultura gaúcha como um todo. As análises realizadas sobre as obras permitiram uma reflexão a respeito do processo de formação social e histórica do gaúcho e do próprio estado do Rio Grande do Sul, uma vez que, remetendo-se ao ambiente de fronteira, Sílvio Júlio pôde enxergar em sua totalidade as benesses e mazelas que o homem interiorano sofreu, principalmente nas primeiras décadas do século XX. Poderemos observar ainda sob esse olhar o efeito devastador que alguns intelectuais xenófobos gaúchos produziram ao longo dos anos a respeito da história e do étimo sul-rio-grandense. A produção intelectual silviojuliana apresenta uma crítica embasada plena e unicamente a partir do argumento, subsidiada, em todos os casos, por exemplos, causando muitas vezes em seu leitor a necessidade de reavaliação de conceitos e preceitos formados a partir do olhar contemporâneo. Assim, com este trabalho, pretendemos mostrar que o comparatista Sílvio Júlio de Albuquerque Lima necessita ser resgatado, ou ao menos ser lembrado pelos meios acadêmicos, uma vez que a sua obra, no mínimo, contribui para ampliar a discussão sobre a história e literatura sul-rio-grandense e a sua permanente relação com a cultura do Prata. / This thesis shows the basis of the information the pernambucano Sílvio Júlio chose to deal with the language of the Pampa or the Comarca Pampeana, found in the literary works Pampa (1919), Estudos Gauchescos de Literatura e Folclore (1953), Literatura, Folclore e Lingüística da área gauchesca no Brasil (1962) e Folclore e Dialectologia do Brasil e Hispanoamérica (1974). This work (re)tells the history of the pampeano man from Rio Grande do Sul, through the eyes of Sílvio Júlio taking into consideration both the Platianian and the Lusitanian contributions because they have influenced until today the customs, the habits, the gaucho’s culture as a whole. The analyses made in the literary works allowed a reflection regarding the social and historical formation process of the gaucho as well the state of the Rio Grande do Sul, and going back to the frontier environment Sílvio Júlio saw, in its totally, the benefits and tribulations that the people of the frontier endured, especially in the first decades of 20TH. Through this thesis, but considering yet what Silvio Julio saw, it be able to observe the devastating effect that some xenophobes and intellectuals gauchos produced over the years in respect to the etymology and history of Rio Grande do Sul. Silvio Julio’s intellectual production allows criticism based exclusively upon the fact that his example give cause for reevaluation of the concepts and rules in the mind of a contemporary reader. Thus, this thesis intends to show that the comparatist Sílvio Júlio de Albuquerque Lima needs to be rescued, or at least be remembered by the academic circles because it contributes to extend the discussion about the history and the literature of Rio Grande do Sul as well as its permanent relationship with the culture of Prata Region.
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Manuel Bandeira : "tão Brasil"Jardim, Mara Ferreira January 2007 (has links)
Esta tese investiga a presença do humor e a melancolia na obra poética de Manuel Bandeira (1886-1968), especialmente no livro Libertinagem (1930), como traços formadores de uma identidade nacional. O trabalho tem como ponto de partida as discussões sobre a identidade nacional e a presença do tema na literatura brasileira, dos seus primórdios até a eclosão, no início do século XX, do projeto modernista de construir a difícil definição do que é ser brasileiro. Entre os diversos autores consultados para fundamentação dos estudos sobre identidade nacional, destaca-se Gilberto Freyre, cuja obra Casa Grande & Senzala permite estabelecer relações com a visão de Brasil que emerge da poesia de Manuel Bandeira. Sergio Buarque de Holanda, Wilson Martins, Antônio Cândido, Alfredo Bosi, Roberto DaMatta e Paulo Prado são importantes no desenvolvimento da questão. Examina-se também como a questão da identidade nacional está representada na literatura brasileira, da Carta de Pero Vaz de Caminha até o movimento modernista. Para analisar os temas do riso e da melancolia em obras literárias produzidas no Brasil, toma-se como fundamento as teorias desenvolvidas por Aristóteles, Bergson, Propp, Schlegel, Freud, Muecke, Prada e Bakhtin, entre outros. Por fim, é realizada uma análise detalhada de poemas selecionados, destacando a existência de uma “ironia melancólica” que caracteriza a obra de Bandeira e, ao mesmo tempo, confere-lhe um toque de brasilidade, buscado pelos poetas do Modernismo e inequivocamente presente na obra Libertinagem e em outras compostas antes e depois dela. / This thesis examines the presence of humour and melancholy as markers of the formation of a national identity in the poetical works of Manuel Bandeira (1886-1968), with special focus on his Libertinagem (1930). The starting point for this study is the discussion around national identity and its presence as a theme in Brazilian literature, from its very beginnings until the Modernist movement in the first quarter of the 20th century, with its difficult project of constructing a definition of what it means to be Brazilian. Among the authors consulted to form the basis of the discussion of national identity are Gilberto Freyre, whose Casa Grande & Senzala offers fundamental insights into the vision of Brazil that emerges in the poetry of Manuel Bandeira. Sergio Buarque de Holanda, Wilson Martins, Antônio Cândido, Alfredo Bosi, Roberto DaMatta and Paulo Prado are also important in the development of this aspect of the discussion. The study also examines the manner in which the question of national identity is represented in literature written in and about Brazil, from the Carta ao Rei Dom Manuel of Pero Vaz de Caminha until the Modernist movement. The analysis of the themes of laughter and melancholy in works of literature produced in Brazil is based on the theories developed by Aristotle, Bergson, Propp, Schlegel, Freud, Muecke, Prada and Bakhtin, among others. Finally, a detailed analysis is undertaken of the selected poems, highlighting the presence of a “melancholic irony” that characterises the work of Bandeira and, at the same time, provides it with a touch of the Brazilian-ness so sought by the Modernist poets and unquestionably present in Libertinagem, as well as other works composed before and after it.
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La démarche de la pensée dans l'oeuvre d'Albert Camus : de létranger à la chuteMartinez, Maria Clara Duet Chagas January 2007 (has links)
L’Étranger d’Albert Camus inscrit la temporalité du sujet de l’écriture à travers les trois catégories du discours littéraire: héros, narrateur, écrivain. La temporalisation est le produit d’une réduction phénoménologique qui permet ce dédoublement du sujet en trois niveaux de compréhension. Chaque catégorie du discours formalise une totalité constituant un cercle herméneutique du parcours de compréhension d’un sujet singulier. Le héros signe le passé. Le narrateur marque le présent de la narration. L’écrivain inscrit l’extase devant le futur dévoilant le néant de la mort à venir. L’écrivain de L’Étranger représente l’angoisse de l’être-pour-la-mort au sens heideggérien. La Chute formalise l’interprétation de L’Étranger en accomplissant la temporalité du sujet de l’écriture. Le récit actuel reprend l’horizon d’avenir dévoilé par l’écrivain de L’Étranger en donnant de l’actualité à l’inactualité explicitée par le récit antérieur. La Chute réalise l’analyse constituante qui donne positivité à la négativité dévoilée par la réduction. L’êtrepour- la-mort de L’Étranger se formalise dans le récit de maturité de l’auteur; mais dès lors le Dasein devant la mort ne dévoile plus l’avenir. Dans le récit actuel l’être-pour-la-mort se réalise comme savoir absolu se constituant dans l’immanence de la conscience, résidu de la réduction phénoménologique. Le savoir absolu de La Chute signe la fin du procès de subjectivation parce que désormais la temporalisation ne se produit plus. Mais il y a une autre voix venant de L’Étranger et se réalisant au-dessus du discours du narrateur de La Chute. Et cette voix ne parle pas de l’être-pour-la-mort de l’angoisse en face du néant; mais de l’être-pour-la-mort-de-l’autre enseignant la souffrance du sujet en face de la disparition d’autrui du parcours de compréhension. En fait, c’était l’être-pour-la-mort-de-l’autre qui résonnait derrière l’angoisse de la propre mort de l’écrivain. La souffrance pour la mort de l’autre était l’impératif exigeant hier le dédoublement du sujet de l’écriture produisant le récit de L’Étranger; mais, à ce moment-lá, cet impératif était suffoqué par le discours de la conscience qui était incapable d’appréhender le visage de l’autre homme qui est mort dans L’Étranger, mais sur lequel reposait pourtant l’affection du moi profond de l’écriture antérieure. Le récit de la maturité d’Albert Camus vient précisément révéler l’absence de l’affection du moi pour la mort de l’autre sur laquelle se fondait cependant la subjectivation de l’écriture de L’Étranger, et qui s’inscrit une autre fois dans La Chute. / O Estrangeiro de Albert Camus prescreve a temporalidade do sujeito da escritura através as três categorias do texto literário: herói, narrador, escritor. A temporalidade é o produto de uma redução fenomenológica que permite o desdobramento do sujeito em três níveis de compreensão. Cada categoria do discurso formaliza uma totalidade constituindo um círculo hermenêutico do percurso de compreensão de um sujeito singular. O herói representa o passado. O narrador marca o presente da narração. O escritor prescreve a êxtase diante do futuro revelando o vazio da morte. O escritor de O Estrangeiro representa a angústia do ser-para-a-morte no sentido heideggeriano. A Queda formaliza a interpretação de O Estrangeiro, desenvolvendo a temporalidade do sujeito da escritura. O texto atual retoma o horizonte revelado pelo escritor de O Estrangeiro, dando atualidade aos dados inatuais explicitados no texto anterior. A Queda realiza a analise constituinte dando positividade à negatividade revelada pela redução. O ser-para-a-morte de O Estrangeiro se formaliza no livro de maturidade do autor; no entanto, em A Queda, o ser-para-a-morte não significa mais a abertura do horizonte do futuro. Pois, no livro atual, o ser-para-a-morte se realiza como saber absoluto se constituindo na imanência da consciência, resíduo da redução fenomenológica. O saber absoluto de A Queda prescreve o fim do processo de subjetivação porque a temporalização não se processa mais pela escritura. Mas de O Estrangeiro vem uma outra voz que se inscreve sob o discurso do narrador de A Queda. E essa outra voz não fala do ser-para-a-morte da angústia diante do vazio da morte, mas do ser-para-a-morte-do-outro que ressoava por detrás da morte própria do escritor do texto anterior. De fato, o sofrimento pela morte do outro homem era o imperativo exigindo o desdobramento do sujeito da escrita produzindo O Estrangeiro, mas esse imperativo estava sufocado pelo discurso da consciência que era incapaz de apreender o rosto do outro homem que morreu no livro anterior: o árabe. O livro de maturidade de Albert Camus vem justamente revelar a ausência da afecção do eu pela morte do outro; morte que fundamentava, no entanto, a subjetivação da escrita de O Estrangeiro; e que se inscreve novamente em A Queda.
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A contística de Carmen Martín Gaite como alternativa ao discurso franquistaSilva, Aline Coelho da January 2007 (has links)
Este texto propõe-se a analisar o discurso ficcional de Carmen Martín Gaite como um discurso alternativo à nação espanhola dominada pelo regime franquista (1939-1975), que se formou a partir da Guerra Civil Espanhola (1936-1939) e estendeu-se até a metade da década de 1970, com a morte do General Franco e com a pressão dos novos tempos. Esta discussão da narrativa imposta pelo poder político, moral e religioso ditatorial é aqui balizada pelas teorias críticas feministas, que se pautam por uma “outra” leitura divulgadora das vozes marginalizadas que compõem uma nação, proclamada pelos pronunciamentos oficiais como uníssona, democrática e desenvolvida. As estratégias desta narrativa alternativa, proposta pela ficção, são diversas, mas basicamente são inauguradas por um olhar silencioso, que resgata da memória uma verdade banida da história do período franquista. Buscamos nos artigos e ensaios, produzidos pela autora, referências à literatura feita por mulheres, assim como sua concepção acerca da própria literatura, de modo a melhor compreender seu discurso e suas filiações levadas ao texto ficcional. Os contos de Martín Gaite, reunidos nos volumes Cuentos completos e Cuéntame, são pela primeira vez estudados na academia brasileira e revelam ser uma rica fonte para a investigação dos estudos literários e para a compreensão da Espanha democrática. Estas narrativas breves apresentam uma narradora ventanera que se espreita nas janelas, as poucas aberturas das casas, para observar e denunciar um espaço em que as estratégias de dominação perpassam as questões de classe e, principalmente, as de gênero. Esta narradora empresta sua voz às personagens silenciadas, reivindicando o local de pertencimento da mulher, garantindo-lhe um lugar em um enunciado oficialmente restrito aos divulgadores do “novo regime” e construindo uma Espanha possível e real, na medida em que auxilia a desvelar uma verdade discursiva imposta, indicando um caminho de libertação através da consciência do aprisionamento contingente. / Este texto se propone a analizar el discurso ficcional de Carmen Martín Gaite como un discurso alternativo a la nación española subyugada por el régimen franquista (1939-1975), que se ha erigido desde la Guerra Civil Española (1936-1939) y se extendió a la década de 1970, con la muerte del General Franco y con la presión de los nuevos tiempos. Esta discusión de la narrativa impuesta por el poder político, moralejo y religioso dictatorial es aquí jalonada por las teorías críticas feministas, que claman por “otra” lectura, promotora de las voces marginadas que componen una nación, proclamada por los pronunciamientos oficiales como unísona, democrática y desarrollada. Las estrategias de esta narrativa alternativa, propuesta por la ficción, son diversas, pero básicamente son inauguradas por una mirada silenciosa, que rescata de la memoria una verdad rechazada por la historia del período franquista. Buscamos en los artículos y ensayos, producidos por la autora, referencias a la literatura hecha por mujeres, así como su concepción acerca de la propia literatura, de modo a mejor comprender su discurso y sus filiaciones llevadas al texto ficcional. Los cuentos de Martín Gaite, reunidos en los volúmenes Cuentos completos y Cuéntame, son por la primera vez estudiados en la academia brasileña y revelan ser una rica fuente para la averiguación de los estudios literarios y para la comprensión de la España democrática. Estas narrativas breves presentan una narradora ventanera que se asoma a las ventanas, las pocas aperturas de las casas, para observar y denunciar un espacio en que las estrategias de dominación ultrapasan las cuestiones de clase y, principalmente, las de género. Esta narradora presta su voz a los personajes silenciados, reivindicando el local de pertenecimiento de la mujer, garantizándole un lugar en un enunciado oficialmente restrito a los divulgadores del “nuevo régimen” y construyendo una España posible y real, en la medida en la que auxilia a desvelar una verdad discursiva impuesta, indicando un camino de libertación a través de la conciencia del aprisionamiento contingente.
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Arlequimia mariodeandradeanaPostal, Ricardo January 2007 (has links)
O presente trabalho é uma interpretação crítica da prática artística de Mário de Andrade que interroga como a apropriação da figura do Arlequim, que atravessa sua obra, é transformada numa proposta estética e numa conformação de artista. É realizado um panorama histórico da formação da Commedia dell’arte e conceitualiazam-se suas principais máscaras e personagens. Centra-se então a atenção na figura do Arlequim para analisar, a partir de suas fontes folclóricas, ritualísticas e iconográficas como ela ganha características diabólicas, animalescas e intermediárias entre mundos diversos (o selvagem e o urbano, o além e o terreno, etc.) Estuda-se a escolha de Mário de Andrade por essa “máscara” e do que ela significa no contexto da recorrência do fenômeno do “artista enquanto saltimbanco” na arte européia, acompanhando sua intensificação nas vanguardas (cubo e futurismo bem como no movimento Dada). Olhando para o modo como a crítica percebeu o Arlequim dentro da escrita de Mário de Andrade, dialogamos com esses aspectos e propomos uma ampliação do significado dessa figura, vendo-a como fundamento do ato improvisado de escrever e representar uma arte e uma identidade cuja totalidade seria impossível ainda no Brasil. Parte-se para a análise específica de Macunaíma, obra cuja feição rapsódica indica já a proximidade com o improvisar de várias fontes símile à prática arlequinal da Commedia dell’arte. Além do aspecto da narrativa, se elencam outros elementos que aproximam o herói indígena do trabalhador braçal italiano, principalmente o caráter intermediário do ser diabólico que atravessa mundos, conectando duas realidades diversas. É ressaltado o traço do embate entre a nova e a velha geração, presente tanto nas apresentações da Commedia dell’arte, na prática dos charivari, bem como na criação de Macunaíma. Abordada através de uma perspectiva da crítica do imaginário, a obra pretende ser compreendida como um conjunto de imagens que gera uma figura central, a guiar a poética do artista, simbolizando nela a simbiose que Mário de Andrade propõe entre estética, práxis e vida. / This paper is a critical interpretation of Mario de Andrade’s artistic practice and interrogates how the appropriation of the Harlequin character throughout his work is transformed into an aesthetic proposal and in a conformation of the artist. A historical overview of the Commedia dell’arte formation process and a conceptualization of its main masks and characters are also carried out in order to understand the nature and origin of the Harlequin mask. The attention is then focused on the Harlequin character in order to analyze, from its iconographic, ritualistic and folkloric sources, how it gains animal, evil characteristics in between diverse worlds (the savage and the urban, the earthy and the spiritual, etc.) A study is carried out of Mario de Andrade’s choice for this mask and its meaning in the context of the recurrence of the phenomenon of the “artists as a street entertainer [saltimbanco]” within European art, following its intensification in the Vanguard movements (Cubism, Futurism and Dada). Looking at the way critics perceived the Harlequin in Mario de Andrade’s writings, we dialogue with those perceptions and propose a stretching of the character’s meaning, seeing it as the basis for the improvised act of writing and representing an art and an identity which would not still be possible in Brazil. From that point on we make a specific analysis of Macunaíma, a rhapsodic work that indicates the proximity with the improvising in many sources similar to the Harlequin practice in Comedia dell’arte. Besides the narrative aspects, some other elements bring the indigenous character close to the Italian laborer, specially the intermediary character of the evil being who crosses worlds, connecting two diverse realities. We discuss the confrontation between the old and the new generation seen in the performances of Comedia dell’arte, the practices of the charivari, as well as in the creation of Macunaíma. Approached through a critical perspective of the imaginary, the work is intended as a set of images that generates a central figure orienting the artist’s poetics, symbolizing in it the symbiosis between aesthetic, praxis and life proposed by Mario de Andrade.
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Anarchic desires : deconstructing sexual and moral representations in Joe Orton's entertaining mr. sloaneAlves, Werner Almeida January 2007 (has links)
A presente dissertação tem como objetivo apresentar uma leitura da peça Entertaining Mr. Sloane do dramaturgo inglês Joe Orton, investigando de que formas os artifícios literários são construídos para interromper as representações normativas sobre sexualidade e moralidade. Na obra de Orton, os comportamentos e discursos das personagens ignoram autoridades representativas de instituições que, como a família, trabalham para ratificar a noção de modos sexuais ligados à matrix heterossexual que constrói uma subjetividade configurada na equação essencialista de sexo-gênero-desejo. A investigação encontra suporte na História da Sexualidade, de Michel Foucault, e no conceito de performatividade de Judith Butler, usando a Desconstrução como uma estratégia de leitura. A estética literária nas peças de Joe Orton é alicerçada no anarquismo e na subversão como metáforas para interromper categorias convencionais de sexualidade que procuram controlar as vidas e os comportamentos humanos. Mostrando perversidade sexual pela fusão do que poderia ser ultrajante com o cômico, Joe Orton constrói um estilo único, conhecido como Ortonesco. Apesar de suas peças pertencerem ao território da comédia, são freqüentemente classificadas de acordo com estilos cômicos, ou sub-gêneros. Embora essa classificação seja muitas vezes problemática e não haja consenso entre os críticos em relação às categorias das peças, eu trato Entertaining Mr. Sloane como comédia de costumes por levar em consideração seus elementos e a definição desse estilo de comédia. Os discursos das personagens e suas ações mostram como as representações sexuais e de moralidade criam construtos sociais que prendem sexo, gênero e desejo em uma equação que deve resultar em uma identidade estável e universal. Os elementos literários mostram como esse sistema de representação é subvertido pela desestabilização de autoridades que trabalham como centro de sentido do mundo tradicional. / The present thesis aims at presenting my reading of the play Entertaining Mr. Sloane, by the English playwright Joe Orton. The analysis investigates in which ways literary artifices are constructed to disrupt normative representations of sexuality and morality, and in which ways the characters’ behaviors and discourses disregard authorities, such as that concerning the family institution, which work to maintain sexual mores embedded in Western society by a heteronormative matrix which constructs a subjectivity configured in the essentialist equation of sex-gender-desire. The investigation finds support in Michel Foucault’s The History of Sexuality, and Judith Butler’s concept of performativity, using Deconstruction as a strategy of reading. The literary aesthetics in Joe Orton’s plays is achieved by showing anarchism and subversion as a metaphor to disrupt conventional categories of sexuality which seek to control human lives and behaviors. Showing sexual perversity by fusing what could be outrageous with the comic mode, Joe Orton constructs a unique style, known as Ortonesque. Because his plays belong to comedy, they are often categorized according to the comic styles or sub-genres. However, that categorization is problematic many times, and there is no agreement from the part of many critics regarding the category of the plays. I consider Entertaining Mr. Sloane as Comedy of Manners by taking into account their elements and the literary definition of comedy style. The characters’ discourses and actions show how sexual and moral representations create social constructs that tie sex, gender and desire in an equation that must result in a stable and universal identity; and the literary elements show how that system of representation is subverted by destabilizing authorities which work as center of meaning to the Western world.
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Lima Barreto: representações, diálogos e trajetórias literário-culturaisBertolazzi, Carlos José January 2008 (has links)
O presente trabalho tem como objetivo analisar como se apresentam e estão representados os universos sociais, políticos e culturais da cidade do Rio de Janeiro, durante a Primeira República, nas narrativas de Lima Barreto. O estudo procura apontar, na leitura das obras do autor, como ele se opõe à imagem construída pela elite republicana de um Estado moderno e de um Rio civilizado, revelando as marcas literárias dessa contraposição. Dessa forma, busca-se evidenciar, na dissertação, as estratégias de oposição ao poder da elite política e caracterizar as concepções de literatura do escritor, relacionando-as ao cotidiano das comunidades urbanas e suburbanas cariocas desse período histórico. A pesquisa se propõe ainda a realizar uma aproximação teórica e metodológica entre Literatura e História que viabilize a percepção e o entendimento dos textos de Lima Barreto, no contexto cultural e social em que foram produzidos. / This paper has the aim of examining how the social, political and cultural universes of Rio de Janeiro during the Old Republic are presented and represented in the narratives of Lima Barreto. It attempts to point out, in reading the author’s works, their opposition to the image created by the republican elite of a modern State and of a civilized Rio, revealing the literary aspects of this opposition. In doing so, the paper seeks to shed light on the strategies of resistance to the power of the political ruling class, as well as to describe Lima Barreto’s ideas of literature against the background of daily life in Rio de Janeiro’s urban and suburban communities at the time. The research also strives to establish closer theoretical and methodological connections between Literature and History in order to provide a better understanding of the author’s works.
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Príncipes, princesas, sapos, bruxas e fadas : os "novos contos de fada" ensinando sobre relações de gênero e sexualidade na contemporaneidadeVidal, Fernanda Fornari January 2008 (has links)
Esta Dissertação de Mestrado propõese a analisar os “novos contos de fadas” com vistas a examinar as representações de infâncias e de relações de gênero e sexualidade, presentes nestes artefatos da nossa cultura. Neste trabalho, se reconhecem os contos de fadas contemporâneos como “novos contos de fadas”, colocando-os em suspeição, a partir do estudo realizado acerca de sua produtividade como texto cultural. A seleção dos livros é diversificada e nela se procurou escolher livros indicados à faixa etária das séries iniciais ou anos iniciais (610 anos) do Ensino Fundamental, publicados a partir da década de 90, os quais apresentam histórias de diferentes autores, publicadas por editoras distintas; de uma mesma coleção; de autores/as estrangeiros/as (obras traduzidas) e nacionais. A metodologia utilizada é a da interpretação textual, tanto em relação às narrativas quanto às ilustrações. Para isso, esta pesquisa conta com o referencial teórico dos Estudos Culturais em Educação, dos Estudos sobre Narrativas e dos relativos ao Gênero e à Sexualidade, em uma perspectiva pósmoderna e pósestruturalista. Questões relevantes deste estudo são: como os sujeitos infantis são representados por diferentes discursos, entre eles, os que “povoam” os livros infantis? Quais modelos de ser menino e menina, ou ser homem e mulher nos são ensinados através dos “novos contos de fadas”? A dissertação está organizada em seis capítulos. Neles são apresentados: a trajetória da pesquisadora, bem como a escolha e justificativa do tema de pesquisa; a história da literatura infantil, destacando conceitos importantes para o estudo, como os de conto, contos de fadas e “novos contos de fadas”; a história das infâncias; a história dos estudos de gênero e sexualidade; as conclusões do estudo. Articuladas às histórias de infâncias e à história dos estudos de gênero e sexualidade, estão as análises dos “novos contos de fadas” e suas representações de modos de ser criança e modos de viver a feminilidade e a masculinidade. Concluise com esta pesquisa que os “novos contos de fadas” ensinam sobre diferentes modos de ser criança. Com base nos autores estudados, percebemse representadas nas histórias as infâncias: desrealizadas e hiperrealizadas, protegida, parcialmente protegida, desprotegida, marginalizada, pública; chegando a representar as múltiplas infâncias da contemporaneidade, ou seja, aquelas constituídas por múltiplos discursos. Este corpus de textos analisados mostra uma criança saudável, feliz, sapeca, criativa, esperta, inteligente, dinâmica, corajosa, mas também, às vezes, uma criança ingênua e frágil, precisando da proteção adulta. As múltiplas infâncias dos “novos contos de fadas” são representadas por crianças que brincam, ficam tristes, mostramse sonhadoras, ciumentas, lidam com a morte, freqüentam a escola, enfim, representam os modos de ser e viver na contemporaneidade. Concluise, também, que os “novos contos de fadas” ensinam que não há um jeito único, nem mais verdadeiro, de ser homem e de ser mulher e que se podem experimentar vários modos de viver a sexualidade no diaadia. Algumas histórias não operam muitas transgressões de gênero e outras rompem com os discursos hegemônicos em torno da sexualidade, ao repensar “novos padrões”. / This master’s dissertation has proposed to analyse ‘new fairytales’ to examine representations of children and gender and sexuality relations, found at these artefacts of our culture. In this work, one has acknowledged the contemporary fairytales as ‘new fairytales’, suspecting of them, from the study conducted about its productivity as cultural text. Book selection is varied, and one has sought to choose books proper for the age range of early school years (six to 10 years old) in the primary school, published from the 1990s on, which feature different authors’ tales in different publishing companies; in a same collection; by foreign male and female authors (domestic and translated works). The methodology used has been that of textual interpretation, whether regarding narratives and illustrations. In support of this, the research has relied on the theoretical referential of the Cultural Studies in Education, Studies on Narratives and Gender and Sexuality, in a postmodern and poststructuralist perspective. The following are relevant questions of this study: how infantsubjects are depicted in different discourses among them, those who ‘inhabit’ the children’ books? What patterns of being a boy and being a girl, or being a man or a woman are taught through ‘our fairytales’? The dissertation is organized in five chapters. In them are: the research path and choice and justification for the subject matter; the story for the children’s literature, highlighting important concepts for the study, such as the tale, fairytales and ‘new fairytales’; children’s history; history of the study of gender and sexuality; final conclusions. Articulated to the children’s stories and to the history of the study of gender and sexuality, are analyses for the ‘new fairytales’ and their representations of styles of being a child and male and female ways of living. One has concluded that the ‘new fairytales’ teach us about different ways of being a child. Based on the studied authors, one has perceived childhoods represented in the stories: unaccomplished and hyperaccomplished, protected, partially protected, unprotected, marginalised, public; which come to represent multiple contemporary children’s ages, that is, those shaped by multiple discourses. This analysed set of texts has showed a healthy, happy, forward, creative, wise, intelligent, dynamic, courageous, but sometimes also artless, frail child who needs adult protection. Multiple childhoods in the ‘new fairytales’ are represented by playing, sad, daydreaming, jealous children dealing with death, attending school, that is, representing being and living styles in contemporary times. One has also concluded that the ‘new fairytales’ teach us that there is no one single ways, not even truest, of being a man and a woman, and that one can try several ways of enjoying sexuality in daily life. Some stories do not work with breaking of the gender, and some break with hegemonic discourses on sexuality, by rethinking ‘new patterns’.
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Günter Grass, Oskar e seus tambores : a tradução de uma prática interdisciplinarKunrath, Milena Hoffmann January 2009 (has links)
Resumo não disponível
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A lírica essencial de Henriqueta LisboaMachado, Adriana Rodrigues January 2009 (has links)
Le présent travail analyse le lien existant entre la poésie et la philosophie à partir de la poésie lyrique d'Henriqueta Lisboa (1901-1985). La lyrique de Lisboa se situant parmi les oeuvres qui présentent une forte teneur métaphysique et ontologique, une telle étude est conforme à notre souhait de retrouver les fondements de cette poésie à caractère « spiritualiste », très peu valorisée au Brésil. Dans le même temps, nous tentons de montrer ce que nous entendons par l'essentialité de cette poésie, en replaçant l'auteur dans l'histoire de la poésie brésilienne et en mettant l'accent sur l'importance qu'elle a eu dans ce contexte. Le relevé de la fortune critique de l'auteur et la lecture de ses essais critiques et de ses ouvrages les plus caractéristiques ont pour but de faire la lumière sur ce qu'il y a de plus authentique dans son oeuvre, sans pour autant omettre le dialogue intense établi avec ses pairs. Pour l'étude des relations qui nous intéressent entre la philosophie et la poésie, nous partons des premiers philosophes pour ensuite aborder les premiers mystiques du Moyen Âge et finalement les premiers romantiques - plus particulièrement Novalis et Schlegel. Encore présente aujourd'hui, la poésie métaphysique est née aux temps du Romantisme et s'est développée au cours du Symbolisme. Montrer l'actualité et l'importance de cette tendance de la poésie fortement marquée par des questionnements philosophiques est également l'objet de ce travail, qui nécessite un détachement des préjugés épistémologiques. Nous espérons contribuer aux études qui sont toujours plus liées entre elles, à l'exemple de la philosophie et de la littérature, ou de la théologie et de la poétique. / A partir da lírica de Henriqueta Lisboa (1901-1985), o presente trabalho busca investigar a relação existente entre a poesia e a filosofia. Tendo em vista a lírica henriquetiana estar entre aquelas que se caracterizam pelo forte teor metafísico, ontológico, mostrou-se consonante ao anseio de encontrarmos os fundamentos desta poesia de caráter "espiritualista" que, no Brasil, é tão pouco valorizada. Ao mesmo tempo, ao perseguirmos tal objetivo, procuramos mostrar o que entendemos como a essencialidade dessa poesia, situando Henriqueta Lisboa na história da poesia brasileira e assinalando a sua importância dentro desse contexto. Valendo-nos como método o levantamento da fortuna crítica da poeta, juntamente com a leitura dos seus ensaios críticos e das obras mais características, procuramos ressaltar o que ela tem de mais autêntico, sem esquecer, no entanto, o intenso diálogo que estabelece com seus pares. No que se refere às relações entre filosofia e poesia, partimos dos primeiros filósofos procurando o que há de mais significativo para o nosso intento, passando pelos místicos da Idade Média, igualmente com o mesmo objetivo, confluímos para os primeiros românticos, representados, principalmente nas figuras de Novalis e Schlegel. No Romantismo, encontramos as raízes da poesia metafísica, que depois se desenvolveu no Simbolismo e que se mantém até os dias de hoje. Mostrar a atualidade e a relevância da temática dessa tendência da poesia fortemente marcada por perquirições filosóficas também é nosso propósito, e procuramos atingi-lo ao demonstrar o quanto é necessário nos desfazermos de preconceitos epistemológicos. Com nosso trabalho, pretendemos contribuir com os estudos que estão cada vez mais se interligando, como a Filosofia e a Literatura, bem como a Teologia e a Poética.
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