Spelling suggestions: "subject:"endocardial"" "subject:"intramyocardial""
11 |
Correlação entre arritmias potencialmente malignas e a densidade de fibrose detectada pela tomografia computadorizada em coração de pacientes com cardiomiopatia hipertrófica / Correlation between potentially malignant arrhythmias and fibrosis density detected by cardiac computed tomography in hypertrophic cardiomyopathy patientsHabib, Ricardo Garbe 02 June 2016 (has links)
A estratificação de risco para morte súbita em pacientes com cardiomiopatia hipertrófica ainda é um desafio. Sua prevenção pelo cardiodesfibrilador automático é eficaz, porém, onerosa e não isenta de riscos. Pacientes com indicação de cardiodesfibrilador automático para prevenção primária, baseada em fatores de risco clínicos, apresentam baixa taxa de terapias apropriadas. Estudos que validem novos fatores de risco são necessários, visando identificar pacientes com maior probabilidade de morte súbita e, portanto, que se beneficiam do implante do dispositivo. Estudos que correlacionam a presença de realce tardio com arritmias ventriculares e morte súbita foram realizados, entretanto, sua aplicabilidade clinica ainda não é consenso. Objetivos: Avaliar, em portadores de cardiomiopatia hipertrófica, se a presença e a extensão de realce tardio, identificado pela tomografia computadorizada, correlaciona-se com a ocorrência de taquiarritmias ventriculares registradas no monitor de eventos do cardiodesfibrilador automático, durante um seguimento clínico ambulatorial. Métodos: Foram incluídos pacientes com cardiomiopatia hipertrófica dos ambulatórios de Eletrofisiologia e Miocardiopatias do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo I composto por aqueles que receberam terapia apropriada pelo cardiodesfibrilador automático ou tiveram apenas a documentação de taquicardia ventricular não sustentada pelo cardiodesfibrilador automático; grupo II, composto por pacientes sem documentação de arritmias ventriculares no monitor de eventos. As variáveis contínuas foram comparadas utilizando-se testes t de Student pareado ou Wilcoxon; para as categóricas o teste do x2. Para análise dos dados, utilizou-se o programa SPSS. Valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significativos. Resultados: Sessenta e um pacientes (idade média 39±15 anos, 51% mulheres, com seguimento médio 5,13±3,0 anos) foram avaliados. Em 91,8%, a indicação do cardiodesfibrilador automático foi por prevenção primária. Durante o seguimento clínico, cinco pacientes (8,2%) apresentaram terapias apropriadas e 15 (24,6%) tiveram taquicardia ventricular não sustentada, mas sem terapia. A densidade de fibrose (incluindo massa de ventrículo esquerdo acometida e percentual de acometimento) não foi estatisticamente diferente entre os grupos I e II (4,3±4,8% vs 7,0±7,7% nos grupos I e II, respectivamente, p = 0,13). Entretanto, 85% dos pacientes com taquicardia ventricular apresentavam fibrose à tomografia computadorizada. Maiores densidades de fibrose se correlacionaram com idades mais jovens, com menores frações de ejeção e sexo masculino. Espessura septal >= 30mm se correlacionou à maior massa de fibrose. Houve correlação entre o surgimento de fibrilação atrial e maior porcentual de fibrose do ventrículo esquerdo. Dentre os fatores que se correlacionaram com maior densidade de fibrose, nenhum deles se correlacionou com eventos arrítmicos ventriculares. A associação dos fatores clínicos ou fatores clínicos isolados que motivaram a indicação do implante do cardiodesfibrilador automático não se correlacionou com eventos arrítmicos. Os pacientes do grupo I apresentaram maior diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo e maior diâmetro do átrio esquerdo quando comparado com os pacientes do grupo II (47,7±4,7mm vs 43.1±5,4 mm, p = 0,002 e 47,8±8mm vs 41,5±7,1mm, p = 0,003, respectivamente). Conclusões: 1. A presença de fibrose detectada pela tomografia computadorizada apresenta razoável sensibilidade para identificação de pacientes com risco para taquicardia ventricular; 2. A densidade de fibrose foi similar nos pacientes dos grupos I e II; 3. Pacientes com fibrilação atrial apresentaram maior densidade de fibrose ventricular detectada pela tomografia computadorizada em comparação aos pacientes sem fibrilação atrial; 4. O diâmetro diastólico final de ventrículo esquerdo e o diâmetro atrial esquerdo associaram-se à maior risco de taquicardia ventricular; 5. Os fatores de risco convencionais, associados ou não à fibrose, não se correlacionaram com maior probabilidade de ocorrência de eventos arrítmicos ventriculares. / Risk stratification for sudden cardiac death in hypertrophic cardiomyopathy patients is still challenging. Primary prevention of sudden death with implantable cardioverter-defibrillator is an effective, however, costly and not risk-free method. Patients with implantable cardioverter-defibrillator indicated for primary prevention based on clinical risk factors display low rates of appropriate therapies. Studies evaluating new risk factors are needed seeking to identify who would be mostly at risk of sudden cardiac death, and therefore benefit from cardioverter-defibrillator. Studies have been conducted to establish a correlation between late enhancement and ventricular arrhythmias and sudden cardiac death; however, its clinical applicability is still controversial. Objective: To evaluate if the presence and extension of late enhancement, identified by computed tomography, correlates with the occurrence of ventricular arrhythmias in hypertrophic cardiomyopathy patients. Methods: Patients with hypertrophic cardiomyopathy followed in Electrophysiology and Cardiomyopathies divisions at Dante Pazzanese Institute of Cardiology were included in the study. Patients were divided into two groups: group I composed by those with appropriate therapies (shock or overdrive) or non-sustained ventricular tachycardia; and group II, composed by patients without documented ventricular arrhythmias. Continuous variables were compared using paired t-student test or Wilcoxon test. Categorical variables were analyzed using chi-square test. For data analysis, the SPSS program was used. P values < 0.05 were considered statistically significant. Results: Sixty one patients (mean age 39 ± 15 years, 51% female, average follow up 5.13 ± 3 years) were evaluated. In 91.8%, cardioveter-defibrillator was indicated by primary prevention. During the follow up, five patients (8.2%) had appropriate therapies and 15 (24.6%) presented non-sustained ventricular tachycardia without therapies. Fibrosis density, (including left ventricular mass compromise and percentage) was not statistically different between the groups (4.3±4.8% for group I vs. 7.0±7.7% for group II, p =0.13). However, 85% of patients with ventricular tachycardia had fibrosis on cardiac computed tomography. Larger fibrosis density correlated with younger age, reduced ejection fraction and male gender. Septum >30 mm correlated with fibrosis mass. There was a correlation between atrial fibrillation and higher left ventricular fibrosis percentage. Among the factors that correlated with higher fibrosis density, none of them had correlation with ventricular arrhythmic events. The combination of clinical factors that motivated the implantation of cardioverter-defibrillator did not correlate with arrhythmic events. Patients at group I had larger left ventricular diastolic diameter (47.7±4.7 vs. 43.1±5.4mm, respectively, p= 0.002) and left atrium diameter (47.8±8.2 vs. 41.5±7.1 mm, respectively, p=0.003). Conclusions: 1. The presence of fibrosis detected by cardiac tomography had reasonable sensitivity to identify patients at risk of ventricular tachycardia; 2. Fibrosis density was similar between groups I and II; 3. Patients with atrial fibrillation had more fibrosis density detected by cardiac tomography compared to patients without atrial fibrillation; 4. Left ventricular end diastolic diameter and left atrial diameter correlated with increased risk of ventricular tachycardia; 5. Classical risk factors, associated or not with fibrosis, did not correlate with increased probability of ventricular arrhythmic events.
|
12 |
Antifibrotic effect of baicalein on animal model of hypertension -- in vitro and in vivo study. / 黃芩在高血壓動物模型中的抗纖維化作用-體內及体外的研究 / CUHK electronic theses & dissertations collection / Huang qin zai gao xue ya dong wu mo xing zhong de kang xian wei hua zuo yong - ti nei ji ti wai de yan jiuJanuary 2009 (has links)
Conclusion. The present results indicate that, baicalein with optimal dosage of 30 muM suppressed collagen deposition in AngII stimulated SHR CF cultures. In animal model of hypertension, high dose of baicalein feeding for 12 week showed optimal antifibrotic effect in hypertensive hearts. (Abstract shortened by UMI.) / For in-vivo study, comparing to control group, HW/BW (x1000) of SHR was significantly reduced in 12 weeks-high dose baicalein and (-0.78+/-0.23, p=0.014) 12 weeks-Valsartan group (-0.71+/-0.22, p=0.021), however, no significant change was observed in the LW/BW ratio. / In Blood pressure control, no effects on attenuation of SBP were observed after 4 weeks and 12 weeks daily administration of baicalein, only 12 weeks feeding of Valsartan significantly down-regulated the systolic blood pressure by -19.25+/-10.09 mmHg, p=0.049. / In the in-vivo study, SHR was used as a model of genetic hypertension. The objectives were: firstly, to determine the efficacy of baicalein in the prevention of myocardial fibrosis (interstitial fibrosis) in SHR, & compared with WKY rats as normal controls. Secondly, to determine if over-expression of pro-collagen I (and III, if any) gene in the ventricles could be normalized by baicalein. Thirdly, to determine if left ventricular hypertrophy in SHR is improved by baicalein. Furthermore, to determine if blood pressure and blood biochemistry parameters (plasma level of brain natriuretic peptides (BNP), and serum alanine aminotransferase (ALT), aspartate aminotransferase (AST) level could be alternated by baicalein. Besides, to determine the body weight (BW), heart weight to body ratio (HW/BW), liver weight to body weight ratio (LW/BW), serum AST and ALT level could be alternated by baicalein. Finally to evaluate by echocardiography if there are changes of ivss and ivsd in SHR after administration of baicalein. / Keywords. baicalein, wogonin, collagen, cardiac fibrosis, hypertension / Objectives. In the in-vitro study, cardiac fibroblast culture was prepared from neonatal SHR and WKY rats. The objectives were multi-fold: firstly, to determine over-expression of pro-collagen I mRNA (and III, if any) in cardiac fibroblasts cultures could be normalized by baicalein and wogonin after AngII activation. Secondly, to evaluate the efficacy of baicalein and wogonin on the suppression of total collagen protein production in cardiac fibroblasts cultures after AngII activation. Thirdly, to evaluate the mechanism (in protein level) of baicalein and wogonin on regulating collagen deposition in cardiac fibroblasts after AngII activation. Furthermore, to determine if there were any effects on cytotoxicity and membrane integrity of baicalein and wogonin towards cardiac fibroblasts cultures. Finally, to determine the optimal concentration of baicalein and wogonin for the above actions in-vitro. / Results. For in-vitro study, incubation of AngII resulted in significant up-regulation of COL-I and COL-III mRNA and total collagen protein production. Addition of either baicalein or wogonin significantly suppressed the mRNA synthesis and total collagen protein in CF with an optimal dosage of 30 muM. No effects on viability and membrane integrity were observed on baicalein and wogonin towards cardiac fibroblasts cultures. / Kong, Kam Chuen Ebenezer. / Advisers: Cheuk-Man Yu; Gabriel W. K. Yip. / Source: Dissertation Abstracts International, Volume: 71-01, Section: B, page: 0242. / Thesis (Ph.D.)--Chinese University of Hong Kong, 2009. / Includes bibliographical references (leaves 176-204). / Electronic reproduction. Hong Kong : Chinese University of Hong Kong, [2012] System requirements: Adobe Acrobat Reader. Available via World Wide Web. / Electronic reproduction. Ann Arbor, MI : ProQuest Information and Learning Company, [200-] System requirements: Adobe Acrobat Reader. Available via World Wide Web. / Abstracts in English and Chinese.
|
13 |
Administração de L-arginina : efeitos sobre a fibrose miocardica e aumento da carcinogenese em camundongos mdx / L-arginine administration : the effect on myocardial fibrosis and increase of the carcinogenesis in mice mdxBarbin, Isabel Cristina Chagas 13 August 2018 (has links)
Orientador: Humberto Santo Neto / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia / Made available in DSpace on 2018-08-13T16:30:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Barbin_IsabelCristinaChagas_M.pdf: 1008389 bytes, checksum: 5452120032625931602b36f22c3e2986 (MD5)
Previous issue date: 2009 / Resumo: A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é uma miopatia caracterizada pela ausência de distrofina, uma proteína estrutural da membrana plasmática. A ausência da distrofina faz
com que a fibra muscular esquelética e cardíaca sofram alterações funcionais seguida de
necrose. Com o avançar da idade cerca de 40% dos pacientes desenvolvem cardiomiopatia
devido à progressiva fibrose miocárdica (FM) e vão a óbito por esta razão. Portanto,
tratamento que impeça a progressão da FM é de importância em pacientes com DMD. O
camundongo mdx, modelo animal da distrofia, também apresenta progressiva FM e por isso
tem servido de modelo experimental para a cardiomiopatia na DMD. Parte da FM em
camundongos mdx tem sido atribuída à deficiência em óxido nítrico. Desta forma, terapias
baseadas na administração exógena de óxido nítrico têm sido aventadas e a L-arginina,
substrato para óxido nítrico sintase tem se revelado uma candidata para tal. Esse trabalho
tem como objetivo avaliar o efeito da administração de longo tempo da L-arginina sobre a
progressão da FM em camundongos mdx. Os animais foram tratados com L-arginina
durante 60 semanas. Os corações foram retirados e preparados para avaliação
histomorfométrica da FM através de coloração com tricrômico de Masson. Lâminas
coradas com hematoxilina e eosina (H&E) serviram para observação histológica e
quantificação da densidade de células inflamatórias. Corações de camundongos mdx de
mesma idade que aqueles tratados com L-arginina serviram como controle. Nossos
resultados mostram que a área média de FM nos camundongos que receberam L-Arginina
não foi diferente (p> 0,05) da dos camundongos do grupo controle (29.5 ± 2.5 % para
controle vs 31.4 ± 2 % para L-arginina). De outro lado, a densidade de células inflamatórias
foi significativamente inferior nos camundongos que receberam L-arginina comparados ao
controle (169.3 ± 6.7 células/mm2 no controle vs 102 ± 6 células/mm2 em L-arginina).
Baseado nisto, conclui-se que a administração por longo tempo de L-arginina não é capaz
de prevenir a FM sugerindo que o uso da L-arginina pode não ser eficaz na prevenção da
FM em DMD. Durante a realização do trabalho verificou-se que a administração de Larginina
aumenta a já conhecida susceptibilidade dos camundongos mdx desenvolverem
tumores. Cerca de 40% dos camundongos mdx que receberam L-arginina por longo tempo
apresentaram tumores cuja análise histopatológica, incluindo-se a expressão de MyoD
revela serem rabdomiossarcomas. Uma análise mais detalhada mostra que a maioria deles é
do tipo embrionário e um do tipo alveolar. Esses resultados são importantes uma vez que
esse protocolo poderá ser empregado para indução desse tipo de câncer e consequentemente
servir como modelo experimental para o mesmo. / Abstract: The Duchenne Muscle Dystrophy (DMD) is a myopathy characterized by dystrophin
absence, which is a structural protein of the plasma membrane. The dystrophin absence
leads to functional alterations followed by necrosis in the skeletal and cardiac muscle
fiber. As the patients grow older, about 40% of them develop cardiomyopathy due to
progressive myocardial fibrosis (MF), and eventually die because of this. Therefore, a
treatment that avoids the MF progression is very important to DMD patients. The mouse
mdx, animal model of dystrophy, also presents progressive FM and thus, has been used as
an experimental model for cardiomyopathy in DMD. The MF in mice mdx has been
partially attributed to the deficiency of nitric oxide. This way, therapies based on the
exogenous administration of nitric oxide have been quoted and the L-arginine, which is a
substrate of the synthase nitric, has been revealed to be a strong candidate to these
therapies. The aim of this current project is evaluating the effect of long-term
administration of L-arginine on the progression of MF in mice mdx. The animals were
treated with L-arginine for 60 weeks. The hearts were taken out and prepared for
histomorphometric evaluation of the myocardial fibrosis through the colouring with
Masson's trichrome. Slides stained with hematoxilin and eosin (H&E) were used for
histological observation and quantification of the density of inflamatory cells. Hearts of
mice mdx at the same age of those ones treated with L-arginine were used as control. Our
results show that the average area of MF in mice which received L-arginine wasn't
different (p>0,05) from the area of the control group (29,5 ± 2,5% for the control vs 31,4 ±
2% for the L-arginine). On the other hand, the density of inflamatory cells was
significantly smaller in mice which received L-arginine compared to the control (169.3 ±
6.7 cells/mm² in the control vs 102 ± 6 cells/mm² in L-arginine). Based on this, we can
conclude that the long-term administration of L-arginine is not enough to prevent the MF,
suggesting that the use of L-arginine may not be effective to prevent the MF in DMD.
During the research achievement, we could verify that the L-arginine administration
increases the already known susceptibility of mice mdx of developing tumors. About 40%
of the mice mdx which received L-arginine for a long time presented tumors whose
histopathological analysis, including the MyoD expression, reveals them to be
rhabdomyosarcomas. A further analysis reveals that most of them is the embrionic kind
and one is the alveolar kind. These results are important since this protocol can be used to
induce this kind of cancer and consequently serve as an experimental model for it. / Mestrado / Anatomia / Mestre em Biologia Celular e Estrutural
|
14 |
Correlação entre arritmias potencialmente malignas e a densidade de fibrose detectada pela tomografia computadorizada em coração de pacientes com cardiomiopatia hipertrófica / Correlation between potentially malignant arrhythmias and fibrosis density detected by cardiac computed tomography in hypertrophic cardiomyopathy patientsRicardo Garbe Habib 02 June 2016 (has links)
A estratificação de risco para morte súbita em pacientes com cardiomiopatia hipertrófica ainda é um desafio. Sua prevenção pelo cardiodesfibrilador automático é eficaz, porém, onerosa e não isenta de riscos. Pacientes com indicação de cardiodesfibrilador automático para prevenção primária, baseada em fatores de risco clínicos, apresentam baixa taxa de terapias apropriadas. Estudos que validem novos fatores de risco são necessários, visando identificar pacientes com maior probabilidade de morte súbita e, portanto, que se beneficiam do implante do dispositivo. Estudos que correlacionam a presença de realce tardio com arritmias ventriculares e morte súbita foram realizados, entretanto, sua aplicabilidade clinica ainda não é consenso. Objetivos: Avaliar, em portadores de cardiomiopatia hipertrófica, se a presença e a extensão de realce tardio, identificado pela tomografia computadorizada, correlaciona-se com a ocorrência de taquiarritmias ventriculares registradas no monitor de eventos do cardiodesfibrilador automático, durante um seguimento clínico ambulatorial. Métodos: Foram incluídos pacientes com cardiomiopatia hipertrófica dos ambulatórios de Eletrofisiologia e Miocardiopatias do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo I composto por aqueles que receberam terapia apropriada pelo cardiodesfibrilador automático ou tiveram apenas a documentação de taquicardia ventricular não sustentada pelo cardiodesfibrilador automático; grupo II, composto por pacientes sem documentação de arritmias ventriculares no monitor de eventos. As variáveis contínuas foram comparadas utilizando-se testes t de Student pareado ou Wilcoxon; para as categóricas o teste do x2. Para análise dos dados, utilizou-se o programa SPSS. Valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significativos. Resultados: Sessenta e um pacientes (idade média 39±15 anos, 51% mulheres, com seguimento médio 5,13±3,0 anos) foram avaliados. Em 91,8%, a indicação do cardiodesfibrilador automático foi por prevenção primária. Durante o seguimento clínico, cinco pacientes (8,2%) apresentaram terapias apropriadas e 15 (24,6%) tiveram taquicardia ventricular não sustentada, mas sem terapia. A densidade de fibrose (incluindo massa de ventrículo esquerdo acometida e percentual de acometimento) não foi estatisticamente diferente entre os grupos I e II (4,3±4,8% vs 7,0±7,7% nos grupos I e II, respectivamente, p = 0,13). Entretanto, 85% dos pacientes com taquicardia ventricular apresentavam fibrose à tomografia computadorizada. Maiores densidades de fibrose se correlacionaram com idades mais jovens, com menores frações de ejeção e sexo masculino. Espessura septal >= 30mm se correlacionou à maior massa de fibrose. Houve correlação entre o surgimento de fibrilação atrial e maior porcentual de fibrose do ventrículo esquerdo. Dentre os fatores que se correlacionaram com maior densidade de fibrose, nenhum deles se correlacionou com eventos arrítmicos ventriculares. A associação dos fatores clínicos ou fatores clínicos isolados que motivaram a indicação do implante do cardiodesfibrilador automático não se correlacionou com eventos arrítmicos. Os pacientes do grupo I apresentaram maior diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo e maior diâmetro do átrio esquerdo quando comparado com os pacientes do grupo II (47,7±4,7mm vs 43.1±5,4 mm, p = 0,002 e 47,8±8mm vs 41,5±7,1mm, p = 0,003, respectivamente). Conclusões: 1. A presença de fibrose detectada pela tomografia computadorizada apresenta razoável sensibilidade para identificação de pacientes com risco para taquicardia ventricular; 2. A densidade de fibrose foi similar nos pacientes dos grupos I e II; 3. Pacientes com fibrilação atrial apresentaram maior densidade de fibrose ventricular detectada pela tomografia computadorizada em comparação aos pacientes sem fibrilação atrial; 4. O diâmetro diastólico final de ventrículo esquerdo e o diâmetro atrial esquerdo associaram-se à maior risco de taquicardia ventricular; 5. Os fatores de risco convencionais, associados ou não à fibrose, não se correlacionaram com maior probabilidade de ocorrência de eventos arrítmicos ventriculares. / Risk stratification for sudden cardiac death in hypertrophic cardiomyopathy patients is still challenging. Primary prevention of sudden death with implantable cardioverter-defibrillator is an effective, however, costly and not risk-free method. Patients with implantable cardioverter-defibrillator indicated for primary prevention based on clinical risk factors display low rates of appropriate therapies. Studies evaluating new risk factors are needed seeking to identify who would be mostly at risk of sudden cardiac death, and therefore benefit from cardioverter-defibrillator. Studies have been conducted to establish a correlation between late enhancement and ventricular arrhythmias and sudden cardiac death; however, its clinical applicability is still controversial. Objective: To evaluate if the presence and extension of late enhancement, identified by computed tomography, correlates with the occurrence of ventricular arrhythmias in hypertrophic cardiomyopathy patients. Methods: Patients with hypertrophic cardiomyopathy followed in Electrophysiology and Cardiomyopathies divisions at Dante Pazzanese Institute of Cardiology were included in the study. Patients were divided into two groups: group I composed by those with appropriate therapies (shock or overdrive) or non-sustained ventricular tachycardia; and group II, composed by patients without documented ventricular arrhythmias. Continuous variables were compared using paired t-student test or Wilcoxon test. Categorical variables were analyzed using chi-square test. For data analysis, the SPSS program was used. P values < 0.05 were considered statistically significant. Results: Sixty one patients (mean age 39 ± 15 years, 51% female, average follow up 5.13 ± 3 years) were evaluated. In 91.8%, cardioveter-defibrillator was indicated by primary prevention. During the follow up, five patients (8.2%) had appropriate therapies and 15 (24.6%) presented non-sustained ventricular tachycardia without therapies. Fibrosis density, (including left ventricular mass compromise and percentage) was not statistically different between the groups (4.3±4.8% for group I vs. 7.0±7.7% for group II, p =0.13). However, 85% of patients with ventricular tachycardia had fibrosis on cardiac computed tomography. Larger fibrosis density correlated with younger age, reduced ejection fraction and male gender. Septum >30 mm correlated with fibrosis mass. There was a correlation between atrial fibrillation and higher left ventricular fibrosis percentage. Among the factors that correlated with higher fibrosis density, none of them had correlation with ventricular arrhythmic events. The combination of clinical factors that motivated the implantation of cardioverter-defibrillator did not correlate with arrhythmic events. Patients at group I had larger left ventricular diastolic diameter (47.7±4.7 vs. 43.1±5.4mm, respectively, p= 0.002) and left atrium diameter (47.8±8.2 vs. 41.5±7.1 mm, respectively, p=0.003). Conclusions: 1. The presence of fibrosis detected by cardiac tomography had reasonable sensitivity to identify patients at risk of ventricular tachycardia; 2. Fibrosis density was similar between groups I and II; 3. Patients with atrial fibrillation had more fibrosis density detected by cardiac tomography compared to patients without atrial fibrillation; 4. Left ventricular end diastolic diameter and left atrial diameter correlated with increased risk of ventricular tachycardia; 5. Classical risk factors, associated or not with fibrosis, did not correlate with increased probability of ventricular arrhythmic events.
|
15 |
A reabilitação cardiovascular em pacientes com endomiocardiofibrose em insuficiência cardíaca classes funcionais II e III / Cardiovascular rehabilitation in patients with endomyocardial fibrosis in functional class II and IIIAna Luiza Carrari Sayegh 03 August 2016 (has links)
INTRODUÇÃO: Endomiocardiofibrose (EMF) é uma cardiomiopatia restritiva (CMR), caracterizada por uma disfunção diastólica, mas com a função sistólica e a fração de ejeção preservadas ou, em fases avançadas da doença, pouco prejudicadas. O consumo máximo de oxigênio (VO2) é um marcador de mortalidade na insuficiência cardíaca sistólica (ICS). Apesar da mortalidade ser semelhante entre a CMR e ICS, ainda não é conhecido se o treinamento físico pode melhorar o VO2 pico em pacientes com EMF. O objetivo deste estudo foi verificar se 4 meses de treinamento combinado podem melhorar a capacidade funcional e qualidade de vida em pacientes com EMF. MÉTODOS: Vinte e um pacientes com EMF (classe funcional II e III, NYHA) foram divididos em 2 grupos: treinamento físico (EMF-TF, n = 9) e sedentários (EMF-Sed, n = 12). Foram avaliados: VO2 pico, pulso de O2, relação deltaFC/deltaVO2 e relação deltaVO2/deltaW, pelo teste cardiopulmonar (TECP); volume diastólico final (VDF), volume sistólico (VS) e volume diastólico do átrio esquerdo (AE), pela ecocardiografia (Simpson); e qualidade de vida, pelo questionário Minnesota Living With Heart Failure Questionnaire (MLWHFQ). Os resultados do TECP dos pacientes com EMF foram comparados com os resultados de indivíduos controle saudáveis sedentários (CSS). Foi considerado significativo P < 0,05. RESULTADOS: Idade não foi diferente entre EMF-Sed, EMF-TF e CSS (58±9 vs. 55±8 vs. 53±6 anos, P = 0,31; respectivamente). O grupo EMF-TF apresentou um aumento do VO2 pico pós-intervenção, comparado com o momento pré e comparado com o grupo EMF-Sed, mas esse valor foi menor, comparado ao CSS (17,4 ± 3,0 para 19,7 ± 4,4 vs. 15,3 ± 3,0 para 15,0±2.0 vs. 24,5 ± 4,6 ml/kg/min, P < 0,001; respectivamente). O pulso de O2 do grupo EMF-TF no momento pós-intervenção foi maior, comparado ao momento pré e ao grupo EMF-Sed, mas foi semelhante, quando comparado ao grupo CSS (9,3 ± 2,6 para 11,1 ± 2,8 vs. 8,6 ± 2,2 para 8,6 ± 1 vs. 11,2 ± 2,9 ml/batimentos; P < 0,05; respectivamente). A relação deltaFC/deltaVO2 diminuiu no momento pós-intervenção no grupo EMF-TF, comparado ao momento pré e ao grupo EMF-Sed, igualando-se ao grupo CSS (75 ± 36 para 57 ± 14 vs. 68 ± 18 para 73 ± 14 vs. 56±17 bpm/L; P < 0,05; respectivamente). O grupo EMF-TF reduziu significativamente a relação deltaVO2/deltaW, após o período de treinemento, comparado ao momento pré e ao grupo EMF-Sed, igualando-se ao grupo CSS (12,3 ± 2.8 para 10,2 ± 1.9 vs. 12,6±1.7 para 12,4 ± 1.7 vs. 10,0 ± 0,9 ml/min/Watts; P = 0,002; respectivamente). O treinamento físico também aumentou o VDF do grupo EMF-TF, quando comparado ao grupo EMF-Sed (102,1 ± 64,6 para 136,2 ± 75,8 vs. 114,4 ± 55,0 para 100,4 ± 49,9 ml; P < 0,001; respectivamente) e o VS (57,5±31,9 para 72,2 ± 27,4 vs. 60,1 ± 25,2 para 52,1 ± 18,1 ml; P = 0,01; respectivamente), e diminuiu o volume diastólico do AE [69,0 (33,3- 92,7) para 34,9 (41,1-60,9) vs. 44,6 (35,8-73,3) para 45,6 (27,0-61,7) ml; P < 0,001; respectivamente). A qualidade de vida dos pacientes EMF-TF, quando comparados com o grupo EMF-Sed também melhorou após o período de treinamento físico (45±17 para 27±15 vs. 47±20 para 45 ± 23 pontos; P < 0,05; respectivamente). CONCLUSÃO: Esses resultados esclarecem que os pacientes com EMF se beneficiaram com o treinamento físico combinado, enfatizando a importância dessa ferramenta não farmacológica no tratamento clínico habitual desses pacientes / BACKGROUND: Endomyocardial fibrosis (EMF) is a restrictive cardiomyopathy (RCM), characterized by a diastolic dysfunction, but with preserved systolic function and preserved ejection fraction, except in severe cases, in which these two present mild reduction. Maximal oxygen consumption (VO2) is a marker of mortality in systolic heart failure (SHF). Although mortality in RCM can be similar to SHF, it is still unknown if physical training can improve peak VO2 in patients with EMF. The aim of the present study was to evaluate if 4 months of combined physical training could improve functional capacity and quality of life in patients with EMF. METHODS: Twenty one EMF patients (functional class II and III, NYHA) were divided into 2 groups: physical training (EMF-PT, n = 9) and sedentary (EMF-Sed, n = 12). Peak VO2, O2 pulse, deltaFC/deltaVO2 relation and deltaVO2/deltaW relation were evaluated by cardiopulmonary exercise test (CPX); end diastolic volume (EDV), stroke volume (SV) and left atrium diastolic volume were evaluated by echocardiography (Simpson); and quality of life was evaluated by Minnesota Living With Heart Failure Questionnaire (MLWHFQ). CPX results from EMF patients were compared to a healthy sedentary (HS) control group. Significance was considered P < 0,05. RESULTS: Age was not different between EMF-PT, EMF-Sed and HS (58 ± 9 vs. 55±8 vs. 53 ± 6 years, P = 0,31; respectively). EMF-PT group presented an increase in peak VO2 after training compared to EMF-Sed group, but was lower compared to HS (17,4 ± 3,0 to 19,7 ± 4,4 vs. 15,3 ± 3,0 to 15,0 ± 2.0 vs. 24,5 ± 4,6 ml/kg/min, P < 0,001; respectively). O2 pulse in EMF-PT group increased after training compared to EMFSed group, and was similar compared to HS (9,3 ± 2,6 to 11,1±2,8 vs. 8,6±2,2 to 8,6 ± 1 vs. 11,2±2,9 ml/betas; P < 0,05; respectively). deltaFC/deltaVO2 relation decreased after training in EMF-PT group compared to EMF-Sed group, and was similar compared to HS (75 ± 36 to 57 ± 14 vs. 68 ± 18 to 73 ± 14 vs. 56 ± 17 bpm/L; P < 0,05; respectively). deltaVO2/deltaW relation decreased after training in EMF-PT group compared to EMF-Sed group, and was similar compared to HS (12,3 ± 2.8 to 10,2 ± 1.9 vs. 12,6 ± 1.7 to 12,4 ± 1.7 vs. 10,0 ± 0,9 ml/min/Watts; P = 0,002; respectively). Physical training also increased EDV in EMF-PT compared to EMFSed (102,1±64,6 to 136,2±75,8 vs. 114,4±55,0 to 100,4±49,9 ml; P < 0,001; respectively) and SV (57,5±31,9 to 72,2±27,4 vs. 60,1±25,2 to 52,1±18,1 ml; P = 0,01; respectively), and decreased left atrium diastolic volume [69,0 (33,3-92,7) to 34,9 (41,1-60,9) vs. 44,6 (35,8- 73,3) to 45,6 (27,0-61,7) ml; P < 0,001; respectively). Quality of life in EMF-PT group improved after training when compared to EMF-Sed group (45±17 to 27±15 vs. 47 ± 20 to 45 ± 23 points; P < 0,05; respectively). CONCLUSION: These results point out that patients with EMF benefit from combined physical training emphasizing the importance of this nonpharmacological tool in the clinical treatment of these patients
|
16 |
Patogênese da endomiocardiofibrose: perfil imunológico e análise proteômica de tecido cardíaco / Endomyocardial fibrosis pathogenesis: Immunological profile and proteomics analysis of cardiac tissueBossa, Aline Siqueira 30 July 2013 (has links)
INTRODUÇÃO: A endomiocardiofibrose (EMF) é uma doença típica de países tropicais, na qual ocorre a deposição de uma capa fibrosa na região endomiocárdica com graves consequências clínicas. A patogenia da EMF ainda não foi elucidada, mas uma das principais hipóteses etiológicas sugere que a EMF seja consequência de um processo inflamatório crônico com envolvimento de respostas imunes Th2 pós-infestação helmíntica, mediada por eosinófilos nas fases iniciais da doença. Neste estudo avaliamos o perfil da resposta imune e inflamatória, assim como o perfil de proteínas expressas no endomiocárdio afetado, para compreender melhor os mecanismos envolvidos na patogênese da EMF. MÉTODOS: Foram coletadas amostras de plasma e soro de pacientes com diagnóstico de EMF e de indivíduos saudáveis, para dosagens de 6 citocinas plasmáticas do perfil Th1/Th2, Proteína C Reativa ultrassensível (PCRus), IgE total e IgE específico contra aero-alérgenos prevalentes e alérgenos de helmintos. A análise proteômica do endomiocárdio afetado de quatro pacientes com EMF submetidos à ressecção cirúrgica da fibrose, levou à identificação por espectrometria de massas, de proteínas separadas previamente por gel 1D e 2D. Análises in silico de vias funcionais e redes ligando as proteínas identificadas também foram realizadas. Eosinofilia em sangue periférico, assim como dados clínicos e ecocardiográficos, foram avaliados retrospectivamente. RESULTADOS: Foram selecionados 27 pacientes em estágio avançado da EMF, portadores de disfunção diastólica e/ou valvar. Todas as amostras de plasma analisadas apresentaram níveis detectáveis de pelo menos uma das citocinas avaliadas. As citocinas IL-6, TNF-?, IL-10 e IL-4 foram detectadas em pelo menos 74% das amostras, sendo que os níveis de IL-6, TNF-? e IL-10 se apresentaram significantemente elevados em comparação com os detectados nos indivíduos saudáveis. Foi observada correlação positiva entre os níveis de todas as citocinas avaliadas. Apenas 33% dos pacientes apresentaram algum episódio isolado de eosinofilia periférica ao longo do tempo, sendo que 11% apresentaram hipereosinofilia. Os níveis de IgE total foram semelhantes aos observados na população controle. A análise proteômica permitiu identificar 140 proteínas distintas no tecido endomiocárdico, das quais 18 eram provenientes da matriz extracelular. As análises in silico indicaram IL-6 e TNF-? como dois dos principais indutores da expressão das proteínas identificadas e a principal via canônica envolvida nas proteínas identificadas foi a: \"Resposta de Fase Aguda\". Coincidentemente, os níveis de PCRus encontraram-se significativamente aumentados nos portadores de EMF. CONCLUSÕES: Elevados níveis de citocinas pró e anti-inflamatórias e de PCRus sugerem a presença de perfil inflamatório misto (Th1/Th2) nas fases avançadas da patogênese da EMF. A pouca expressão da eosinofilia descarta sua participação ativa na patogênese da fase avançada da doença, mas não é possível excluir sua participação nas fases iniciais. Nossos dados permitem levantar a hipótese que os níveis elevados de citocinas inflamatórias modulem a expressão de proteínas- incluindo as de fase aguda- no tecido endomiocárdico de pacientes portadores de EMF / INTRODUCTION: Endomyocardial fibrosis (EMF) is a typical disease in tropical countries, characterized by the fibrous deposition in the endomyocardium, with severe clinical manifestations. EMF pathogenesis is still unclear, but one of the major hypothesis suggests that EMF could be a consequence of a chronic inflammatory process with possible involvement of a Th2 immune responses after helminthiasis, mediated by eosinophils, which could contribute to pathogenesis in the early stages of the disease. In this study, we evaluated the inflammatory response profile and the protein expression profile of the affected endomyocardium, to understand the mechanisms involved in this pathogenesis. METHODS: Plasma and serum samples were collected from the 27 patients diagnosed with advanced stage EMFand from healthy controls, to mensured plasma levels of 6 cytokines belonging to the Th1/Th2 cytokine profiles, ultrasensitive C Reactive Protein (CRP), total and allergen-specific serum IgE against prevalent and helminthic allergens. Proteomic analysis of tissue samples obtained from 4 EMF patients submitted to surgical resection of affected endomyocardial tissue allowed the identification of proteins by mass spectrometry, after separation by 1D and 2D electroforesis. In silico analysis of functional pathways and networks connecting the proteins identified in the EMF cardiac tissue was also performed. Blood peripheral eosinophilia, clinical and echocardiography data were evaluated retrospectively. RESULTS: All EMF patients displayed detectable plasma levels of at least one of the cytokines tested. We found that TNF-?, IL-6, IL-4 and IL-10 were each detected in at least 74% of tested sera, and plasma levels of IL10, IL6 and TNF-? were significantly higher than controls. Plasma levels of such cytokines positively correlated with each other. Only 33% of the patients presented any episode of blood eosinophilia along time, and 11% of these patients presented hypereosinophilia. Total IgE levels were similar to those from healthy subjects. Proteomic analysis allowed the identification of 140 distinct proteins from the resected endomiocardium of the EMF patients, 18 of which belonging to the extracellular matrix. In silico analysis indicated IL-6 and TNF-? as two of the major gene expression inducers of the identified proteins in our analysis, and the Acute Phase Response was identified as the major canonical pathway involved with the identified set of proteins. Similarly, CRP levels were significantly increased in the EMF patients. CONCLUSIONS: Increased levels of an inflammatory/anti-inflammatory circulating cytokines (Th1/Th2), along with increased CRP levels, suggested the presence of a mixed inflammatory profile in EMF advanced stage. The number of EMF patients with blood eosinophilia does not support the active participation of eosinophils in pathogenesis of advanced EMF. However, it is not possible to exclude the participation in the pathogenesis early stages. Our data support the hypothesis that the increased levels of inflammatory cytokines modulate protein expression -including proteins of the acute phase response - in the endomyocardial tissue of EMF patients
|
17 |
Endomiocardiofibrose: patologia e correlação clínica em material de ressecção cirúrgica / Endomyocardial fibrosis: pathological findings in surgical specimens and clinicopathological correlationIglezias, Silvia D\'Andretta 26 March 2008 (has links)
INTRODUÇÃO: A endomiocardiofibrose (EMF) é uma miocardiopatia de padrão restritivo de etiologia desconhecida, prevalente em regiões tropicais. Caracteriza-se por espessamento fibroso do endocárdio e miocárdio subjacente, comprometendo ponta e via de entrada de um ou de ambos os ventrículos. Sua etiopatogenia é pouco conhecida e muitos autores a associam à doença infecciosa cardíaca ou sistêmica, à eosinofilia prévia e/ou à carência nutricional. O prognóstico em geral é grave e a ressecção cirúrgica da lesão é indicada aos pacientes com insuficiência cardíaca refratária a tratamento clínico, em classe funcional III ou IV (NYHA). Os estudos anatomopatológicos até o momento foram realizados em material de autópsia ou de biópsia endomiocárdica. OBJETIVOS: Este estudo retrospectivo se propõe a (1) descrever os três aspectos morfológicos da lesão endocárdica (fibrose, infiltrado inflamatório e vasos) utilizando microscopia óptica comum e técnicas imunoistoquímicas, assim como correlacioná-los aos dados clínicos, laboratoriais e de imagem dos pacientes (2) comparar os aspectos morfológicos de espécimes de ressecção cirúrgica com os de autópsia a fim de verificar se os primeiros podem ser empregados para diagnóstico histológico da doença; e (3) discutir a patogenia da EMF e realizar pesquisa de agentes infecciosos cardiotrópicos em amostra endomiocárdica incluída em parafina por técnica de biologia molecular. MÉTODOS: Foram utilizadas amostras de ressecção cirúrgica endocárdica incluídas em parafina provenientes de 31 pacientes com diagnóstico clínico e cineangiocardiográfico de EMF, operados no InCor entre 1991 e 2005. As amostras foram coradas por técnicas convencionais (HE, tricômico de Masson, Verhoeff e reticulina) e submetidas a reações imunoistoquímicas para fibras colágenas tipo I, III e IV, para células inflamatórias (CD3, CD20, CD68) e para endotélio de linfáticos (D2-40). Amostras de nove corações de autópsia de pacientes com o mesmo diagnóstico serviram de controle positivo da doença. A pesquisa de agentes infecciosos foi feita por reação de cadeia de polimerase e reação de transcrição reversa de cadeia de polimerase (PCR e RT-PCR) em amostras endomiocárdicas incluídas em parafina, para T. gondii e para vírus cardiotrópicos (enterovirus, adenovirus, influenza A e B, citomegalovirus, parvovirus B19 e herpes simples). Para identificar alterações vasculares intramiocárdicas, procedeu-se à revisão de prontuários clínicos dos pacientes e de 16 cineangiocoronariografias. RESULTADOS: Foi observado intenso espessamento endocárdico ventricular à custa de fibrose hialina superficial escassamente celular, com fibras colágenas tipos I e III, predominando o tipo I sobre o III. O colágeno tipo IV foi identificado na membrana basal de vasos. Na porção profunda da lesão endocárdica observou-se escasso infiltrado inflamatório crônico com macrófagos, linfócitos T e B em menor número. O infiltrado estava distribuído ao redor de vasos proliferados com intensas alterações estruturais na parede e com participação de linfáticos. No miocárdio superficial identificou-se miocardite \"borderline\" (critério de \"Dallas\"). Foram obtidos ácidos nucléicos em quantidade suficiente para a reação de PCR/RT-PCR em 12/36 (33%) amostras. Genomas de agentes infecciosos foram identificados em 6/12 (50%) pacientes. Dois casos foram positivos para enterovirus (EV), dois para citomegalovirus (CMV), um para ambos (CMV e EV) e um para T. gondii. Não foram observadas diferenças histopatológicas entre as amostras cirúrgicas e as de autópsia. Foram detectadas alterações vasculares à cineangiocoronariografia em 9/16 (56%) pacientes. Não houve correlação anatomoclínica definida entre os múltiplos dados comparados. CONCLUSÕES: Os resultados indicam que na EMF ocorre processo inflamatório crônico mantido por rede vascular anômala rica em linfáticos localizada na profundidade da lesão endocárdica. A rede vascular provavelmente contribui para a manutenção da placa fibrótica e deve ser considerada como fator importante na patogenia da doença. O diagnóstico anatomopatológico pode ser feito com segurança em material de ressecção cirúrgica. A análise molecular do endomiocárdio possibilitou a detecção de alta incidência de genomas de agentes infecciosos cardiotrópicos. Seu significado, contudo, permanece controverso. / BACKGROUND: Endomyocardial fibrosis (EMF) is a restrictive cardiomyopathy of unknown etiology prevalent in tropical regions. The disease involves the inflow tract and apex of either one or both ventricles and is characterized by a fibrous thickening of the endocardium and the underlying myocardium. Although its etiology remains unknown, most authors believe it could be related to systemic or heart infection/parasitism, previous blood eosinophilia or malnutrition. Surgical resection of the thickened endocardium is recommended to patients with advanced heart failure of functional class III or IV, New York Heart Association (NYHA). The gross and histological features of the heart have been comprehensively studied in autopsies and endomyocardial biopsies. Studies in surgical samples, however, are still lacking. AIMS: This study was conducted to evaluated: (1) the histomorphological changes of EMF as seen in surgical specimens by means of routine histological and immunohistochemical methods in an attempt to correlate them with clinical symptoms and coronary angiographic features; (2) to compare histological data between surgical and autopsy samples, and (3) to discuss probable pathogenetic mechanisms of the disease, as well as to investigate cardiotropic infective agents by means of molecular analysis of endomyocardial surgical samples. METHODS: We collected all available clinical records and endomyocardial surgical samples from 31 patients with EMF who had been submitted to surgery between 1991 and 2005 at InCor. The diagnosis was based on clinical, hemodynamic and angiocardiographic findings. The surgical samples were fixed in 10% formalin, submitted to standard processing, and stained with H&E, Masson\'s trichrome, reticulin and elastic stains. Immunohistochemical methods were employed to detect collagen fibers type I, III, and IV, inflammatory cells (CD3, CD20, CD68) and lymphatic vessels\' endothelium (D2-40). Nine samples from autopsied hearts of EMF patients were used as a positive control group. Polymerase chain reaction (PCR) and reverse transcription-PCR were used retrospectively to search for genomes of T. gondii and cardiotropic viruses (enterovirus, adenovirus, influenza A e B, cytomegalovirus, parvovirus B19 and herpes simplex) in the surgical material. All clinical and surgical reports were reviewed, including follow-ups and 16 coronary cineangiocardiographies. RESULTS: Ventricular endocardium was thickened by superficial acellular hyaline collagen fibers type I and III. Type-IV collagen fibers were seen only around vessels. Focal chronic inflammatory infiltrate with T-lymphocytes, macrophages and a few B-lymphocytes was seen around blood vessels with a peculiar pattern of vascular changes and numerous lymphatics within the endocardium. The superficial myocardium showed borderline myocarditis (Dallas criteria). RNA and DNA were successfully extracted from 12/36 samples. Infective agents were detected in 6/12 (50%) patients; two of them were positive for cytomegalovirus (CMV), two for enterovirus (EV), one for both (CMV and EV) and one for T. gondii. No histopathological differences between surgical samples and autopsy fragments were observed. Vascular blush or neovascularity was detected in 9 of the 16 coronary cineangiocardiographies reviewed. Clinicopathologic characteristics are associated neither with infective genomes in the endocardium nor with vascular blush. CONCLUSIONS: Results indicate that there is an non especific chronic inflammatory process maintained by an anomalous vascular net rich in lymphatics situated deep within the endocardium. This angiolymphatic web probably contributes to the maintenance of the fibrotic plaque and might be considered an important pathological finding concerning in the pathogenesis of EMF. Histopathological changes as seen in surgical material are diagnostic of EMF. Molecular analysis of the endomyocardium revealed high incidence of cardiotropic infective agents, but their role in the pathogenesis of the disease is still controversial.
|
18 |
Efeito da metformina no remodelamento miocárdico e renal em ratos obesos com resistência à insulina / Effect of metformin on myocardial and renal remodeling in obese rats with insulin resistanceAdriana Burlá Klajman 03 June 2011 (has links)
Diversas evidências comprovam que a obesidade está associada a alterações estruturais e funcionais do coração em modelos humanos e animais. Outros estudos recentes também demonstram que a obesidade humana está associada com alterações na função e na estrutura vascular, especialmente em grandes e médias artérias. Estudos epidemiológicos têm confirmado que a obesidade é um fator de risco significativo para o aparecimento de proteinúria e de doença renal terminal em uma população normal. Com o objetivo de determinar as alterações morfológicas relacionadas ao remodelamento cardíaco, vascular e renal em um modelo experimental de obesidade induzida pelo glutamato monossódico (MSG) e os efeitos da metformina sobre estes achados, foram estudados 25 ratos divididos em cinco grupos: controle com 16 e 22 semanas (CON-16 e CON-22); obeso com 16 e 22 semanas (MSG-16 e MSG-22) e obeso + metformina (MET-22) 300mg/Kg/dia por via oral. A caracterização da resistência à insulina foi feita através da medida da insulina plasmática e cálculo do índice de HOMA-IR. As análises morfológicas e quantificação do colágeno miocárdico foram feitos pelo sistema de imagem Image Pro Plus analysis. A pressão arterial sistólica foi levemente maior no grupo MSG-22, adquirindo significância estatística quando comparada com o grupo MSG-16 (1222 vs 1082 mmHg, p<0,05). Por outro lado, o grupo MET-22 mostrou níveis mais baixos de pressão arterial (1181 mmHg), sem alcançar diferença significativa. No grupo de animais obesos, foi observado aumento na relação média-lumen com 16 semanas (39,93,7 vs 30,22,0 %, p<0,05) e com 22 semanas (39,81,3 vs 29,51,2%, p<0,05), que foi reduzida com o uso da metformina (31,50,9%). O depósito de colágeno na área perivascular no ventrículo esquerdo foi significativamente maior no grupo MSG-22 (1,390,06 vs 0,830,06 % no CON-22, p<0,01), sendo atenuado pela metformina (1,020,04%). No rim, a área seccional transversa das arteríolas intrarrenais foi semelhante entre os grupos (18,52,2 no CON-16; 19,93,7 no MSG-16; 18,93,1 no CON-22; 21,81,5 no MSG-22; 20,21,4 no MET-22). Foi observado aumento da área glomerular no grupo MSG-22 (141,34,5 vs 129,50,5 m2), mas sem significância estatística. Em conclusão, nos ratos com obesidade induzida pelo MSG, com resistência à insulina, as alterações cardíacas foram mais proeminentes do que as alterações renais. No coração foram observados sinais de remodelamento vascular hipertrófico nas pequenas artérias intramiocárdicas e evidências de fibrose miocárdica mais proeminente na área perivascular, alterações que foram, pelo menos parcialmente, atenuadas com o uso de metformina durante seis semanas, mostrando que esta droga pode ser benéfica na prevenção de complicações cardíacas, vasculares e renais associadas com a obesidade. / Many evidences show that obesity is associated to structural and functional changes in the heart of human and animal models. Recent studies also show that human obesity is associated with vascular structural and functional modifications, specially at large and medium-sized arteries. Epidemiological studies have confirmed that obesity is a significant risk factor for the development of proteinuria and end-stage renal disease in a normal population. With the objective to determinate morphological changes related to cardiac, vascular and renal remodeling in an experimental model of monosodium glutamate (MSG)-induced obesity and the effect of metformin at this finding. Twenty five rats were studied and divided into five groups: control with 16 e 22 weeks (CON-16 and CON-22); obese with 16 and 22 weeks (MSG-16 e MSG-22), and obese + metformin (MET-22) 300mg/Kg/day per oral. The characterization of insulin resistance was done through measurement of plasma insulin and calculation of HOMA-IR index. The morphological analysis and the quantification of myocardial collagen were carried out by Image Pro Plus analysis system. The systolic blood pressure was slightly higher in MSG-22 group, reaching statistical significance when compared to MSG-16 group (1222 vs 1082 mmHg, p<0.05). On the other hand, the MET-22 group demonstrated lower blood pressure levels (1181 mmHg), without reaching statistical difference. The obese animals presented increase in media-to-lumen ratio with 16 weeks (39.93.7 vs 30.22.0 %, p<0.05) and with 22 weeks (39.81.3 vs 29.51.2%, p<0.05), which was reduced with use of metformin (31.50.9%). The collagen deposition in perivascular area of left ventricle was significantly greater in MSG-22 group (1.390.06 vs 0.830.06 % in CON-22, p<0.01), and attenuated by metformin (1.020.04%). In the kidney, the media cross-sectional area of intrarenal arterioles was similar among the groups (18.52.2 in CON-16; 19.93.7 in MSG-16; 18.93.1 in CON-22; 21.81.5 in MSG-22; 20.21.4 in MET-22). An increase of glomerular area was observed in MSG-22 group (141.34.5 vs 129.50.5 m2), but without statistical significance. In conclusion, rats with MSG-induced obesity and insulin resistance presented more pronounced cardiac changes than renal alterations. In the heart, there were evidences of hypertrophic vascular remodeling were observed in intramyocardial small arteries and perivascular fibrosis. These findings were, at least partially, attenuated by metformin for six weeks, suggesting that this drug may be beneficial for prevention of cardiac, vascular and renal complications associated with obesity.
|
19 |
Efeito da metformina no remodelamento miocárdico e renal em ratos obesos com resistência à insulina / Effect of metformin on myocardial and renal remodeling in obese rats with insulin resistanceAdriana Burlá Klajman 03 June 2011 (has links)
Diversas evidências comprovam que a obesidade está associada a alterações estruturais e funcionais do coração em modelos humanos e animais. Outros estudos recentes também demonstram que a obesidade humana está associada com alterações na função e na estrutura vascular, especialmente em grandes e médias artérias. Estudos epidemiológicos têm confirmado que a obesidade é um fator de risco significativo para o aparecimento de proteinúria e de doença renal terminal em uma população normal. Com o objetivo de determinar as alterações morfológicas relacionadas ao remodelamento cardíaco, vascular e renal em um modelo experimental de obesidade induzida pelo glutamato monossódico (MSG) e os efeitos da metformina sobre estes achados, foram estudados 25 ratos divididos em cinco grupos: controle com 16 e 22 semanas (CON-16 e CON-22); obeso com 16 e 22 semanas (MSG-16 e MSG-22) e obeso + metformina (MET-22) 300mg/Kg/dia por via oral. A caracterização da resistência à insulina foi feita através da medida da insulina plasmática e cálculo do índice de HOMA-IR. As análises morfológicas e quantificação do colágeno miocárdico foram feitos pelo sistema de imagem Image Pro Plus analysis. A pressão arterial sistólica foi levemente maior no grupo MSG-22, adquirindo significância estatística quando comparada com o grupo MSG-16 (1222 vs 1082 mmHg, p<0,05). Por outro lado, o grupo MET-22 mostrou níveis mais baixos de pressão arterial (1181 mmHg), sem alcançar diferença significativa. No grupo de animais obesos, foi observado aumento na relação média-lumen com 16 semanas (39,93,7 vs 30,22,0 %, p<0,05) e com 22 semanas (39,81,3 vs 29,51,2%, p<0,05), que foi reduzida com o uso da metformina (31,50,9%). O depósito de colágeno na área perivascular no ventrículo esquerdo foi significativamente maior no grupo MSG-22 (1,390,06 vs 0,830,06 % no CON-22, p<0,01), sendo atenuado pela metformina (1,020,04%). No rim, a área seccional transversa das arteríolas intrarrenais foi semelhante entre os grupos (18,52,2 no CON-16; 19,93,7 no MSG-16; 18,93,1 no CON-22; 21,81,5 no MSG-22; 20,21,4 no MET-22). Foi observado aumento da área glomerular no grupo MSG-22 (141,34,5 vs 129,50,5 m2), mas sem significância estatística. Em conclusão, nos ratos com obesidade induzida pelo MSG, com resistência à insulina, as alterações cardíacas foram mais proeminentes do que as alterações renais. No coração foram observados sinais de remodelamento vascular hipertrófico nas pequenas artérias intramiocárdicas e evidências de fibrose miocárdica mais proeminente na área perivascular, alterações que foram, pelo menos parcialmente, atenuadas com o uso de metformina durante seis semanas, mostrando que esta droga pode ser benéfica na prevenção de complicações cardíacas, vasculares e renais associadas com a obesidade. / Many evidences show that obesity is associated to structural and functional changes in the heart of human and animal models. Recent studies also show that human obesity is associated with vascular structural and functional modifications, specially at large and medium-sized arteries. Epidemiological studies have confirmed that obesity is a significant risk factor for the development of proteinuria and end-stage renal disease in a normal population. With the objective to determinate morphological changes related to cardiac, vascular and renal remodeling in an experimental model of monosodium glutamate (MSG)-induced obesity and the effect of metformin at this finding. Twenty five rats were studied and divided into five groups: control with 16 e 22 weeks (CON-16 and CON-22); obese with 16 and 22 weeks (MSG-16 e MSG-22), and obese + metformin (MET-22) 300mg/Kg/day per oral. The characterization of insulin resistance was done through measurement of plasma insulin and calculation of HOMA-IR index. The morphological analysis and the quantification of myocardial collagen were carried out by Image Pro Plus analysis system. The systolic blood pressure was slightly higher in MSG-22 group, reaching statistical significance when compared to MSG-16 group (1222 vs 1082 mmHg, p<0.05). On the other hand, the MET-22 group demonstrated lower blood pressure levels (1181 mmHg), without reaching statistical difference. The obese animals presented increase in media-to-lumen ratio with 16 weeks (39.93.7 vs 30.22.0 %, p<0.05) and with 22 weeks (39.81.3 vs 29.51.2%, p<0.05), which was reduced with use of metformin (31.50.9%). The collagen deposition in perivascular area of left ventricle was significantly greater in MSG-22 group (1.390.06 vs 0.830.06 % in CON-22, p<0.01), and attenuated by metformin (1.020.04%). In the kidney, the media cross-sectional area of intrarenal arterioles was similar among the groups (18.52.2 in CON-16; 19.93.7 in MSG-16; 18.93.1 in CON-22; 21.81.5 in MSG-22; 20.21.4 in MET-22). An increase of glomerular area was observed in MSG-22 group (141.34.5 vs 129.50.5 m2), but without statistical significance. In conclusion, rats with MSG-induced obesity and insulin resistance presented more pronounced cardiac changes than renal alterations. In the heart, there were evidences of hypertrophic vascular remodeling were observed in intramyocardial small arteries and perivascular fibrosis. These findings were, at least partially, attenuated by metformin for six weeks, suggesting that this drug may be beneficial for prevention of cardiac, vascular and renal complications associated with obesity.
|
20 |
Patogênese da endomiocardiofibrose: perfil imunológico e análise proteômica de tecido cardíaco / Endomyocardial fibrosis pathogenesis: Immunological profile and proteomics analysis of cardiac tissueAline Siqueira Bossa 30 July 2013 (has links)
INTRODUÇÃO: A endomiocardiofibrose (EMF) é uma doença típica de países tropicais, na qual ocorre a deposição de uma capa fibrosa na região endomiocárdica com graves consequências clínicas. A patogenia da EMF ainda não foi elucidada, mas uma das principais hipóteses etiológicas sugere que a EMF seja consequência de um processo inflamatório crônico com envolvimento de respostas imunes Th2 pós-infestação helmíntica, mediada por eosinófilos nas fases iniciais da doença. Neste estudo avaliamos o perfil da resposta imune e inflamatória, assim como o perfil de proteínas expressas no endomiocárdio afetado, para compreender melhor os mecanismos envolvidos na patogênese da EMF. MÉTODOS: Foram coletadas amostras de plasma e soro de pacientes com diagnóstico de EMF e de indivíduos saudáveis, para dosagens de 6 citocinas plasmáticas do perfil Th1/Th2, Proteína C Reativa ultrassensível (PCRus), IgE total e IgE específico contra aero-alérgenos prevalentes e alérgenos de helmintos. A análise proteômica do endomiocárdio afetado de quatro pacientes com EMF submetidos à ressecção cirúrgica da fibrose, levou à identificação por espectrometria de massas, de proteínas separadas previamente por gel 1D e 2D. Análises in silico de vias funcionais e redes ligando as proteínas identificadas também foram realizadas. Eosinofilia em sangue periférico, assim como dados clínicos e ecocardiográficos, foram avaliados retrospectivamente. RESULTADOS: Foram selecionados 27 pacientes em estágio avançado da EMF, portadores de disfunção diastólica e/ou valvar. Todas as amostras de plasma analisadas apresentaram níveis detectáveis de pelo menos uma das citocinas avaliadas. As citocinas IL-6, TNF-?, IL-10 e IL-4 foram detectadas em pelo menos 74% das amostras, sendo que os níveis de IL-6, TNF-? e IL-10 se apresentaram significantemente elevados em comparação com os detectados nos indivíduos saudáveis. Foi observada correlação positiva entre os níveis de todas as citocinas avaliadas. Apenas 33% dos pacientes apresentaram algum episódio isolado de eosinofilia periférica ao longo do tempo, sendo que 11% apresentaram hipereosinofilia. Os níveis de IgE total foram semelhantes aos observados na população controle. A análise proteômica permitiu identificar 140 proteínas distintas no tecido endomiocárdico, das quais 18 eram provenientes da matriz extracelular. As análises in silico indicaram IL-6 e TNF-? como dois dos principais indutores da expressão das proteínas identificadas e a principal via canônica envolvida nas proteínas identificadas foi a: \"Resposta de Fase Aguda\". Coincidentemente, os níveis de PCRus encontraram-se significativamente aumentados nos portadores de EMF. CONCLUSÕES: Elevados níveis de citocinas pró e anti-inflamatórias e de PCRus sugerem a presença de perfil inflamatório misto (Th1/Th2) nas fases avançadas da patogênese da EMF. A pouca expressão da eosinofilia descarta sua participação ativa na patogênese da fase avançada da doença, mas não é possível excluir sua participação nas fases iniciais. Nossos dados permitem levantar a hipótese que os níveis elevados de citocinas inflamatórias modulem a expressão de proteínas- incluindo as de fase aguda- no tecido endomiocárdico de pacientes portadores de EMF / INTRODUCTION: Endomyocardial fibrosis (EMF) is a typical disease in tropical countries, characterized by the fibrous deposition in the endomyocardium, with severe clinical manifestations. EMF pathogenesis is still unclear, but one of the major hypothesis suggests that EMF could be a consequence of a chronic inflammatory process with possible involvement of a Th2 immune responses after helminthiasis, mediated by eosinophils, which could contribute to pathogenesis in the early stages of the disease. In this study, we evaluated the inflammatory response profile and the protein expression profile of the affected endomyocardium, to understand the mechanisms involved in this pathogenesis. METHODS: Plasma and serum samples were collected from the 27 patients diagnosed with advanced stage EMFand from healthy controls, to mensured plasma levels of 6 cytokines belonging to the Th1/Th2 cytokine profiles, ultrasensitive C Reactive Protein (CRP), total and allergen-specific serum IgE against prevalent and helminthic allergens. Proteomic analysis of tissue samples obtained from 4 EMF patients submitted to surgical resection of affected endomyocardial tissue allowed the identification of proteins by mass spectrometry, after separation by 1D and 2D electroforesis. In silico analysis of functional pathways and networks connecting the proteins identified in the EMF cardiac tissue was also performed. Blood peripheral eosinophilia, clinical and echocardiography data were evaluated retrospectively. RESULTS: All EMF patients displayed detectable plasma levels of at least one of the cytokines tested. We found that TNF-?, IL-6, IL-4 and IL-10 were each detected in at least 74% of tested sera, and plasma levels of IL10, IL6 and TNF-? were significantly higher than controls. Plasma levels of such cytokines positively correlated with each other. Only 33% of the patients presented any episode of blood eosinophilia along time, and 11% of these patients presented hypereosinophilia. Total IgE levels were similar to those from healthy subjects. Proteomic analysis allowed the identification of 140 distinct proteins from the resected endomiocardium of the EMF patients, 18 of which belonging to the extracellular matrix. In silico analysis indicated IL-6 and TNF-? as two of the major gene expression inducers of the identified proteins in our analysis, and the Acute Phase Response was identified as the major canonical pathway involved with the identified set of proteins. Similarly, CRP levels were significantly increased in the EMF patients. CONCLUSIONS: Increased levels of an inflammatory/anti-inflammatory circulating cytokines (Th1/Th2), along with increased CRP levels, suggested the presence of a mixed inflammatory profile in EMF advanced stage. The number of EMF patients with blood eosinophilia does not support the active participation of eosinophils in pathogenesis of advanced EMF. However, it is not possible to exclude the participation in the pathogenesis early stages. Our data support the hypothesis that the increased levels of inflammatory cytokines modulate protein expression -including proteins of the acute phase response - in the endomyocardial tissue of EMF patients
|
Page generated in 0.0679 seconds