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Morte e vida feminina : mulheres pobres, condições de saúde e medicina da mulher na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (1880-1900)Oliveira, Daniel January 2012 (has links)
Esta pesquisa se ocupou em analisar as condições de saúde das mulheres pobres de Porto Alegre, mais detidamente das internadas na Santa Casa de Misericórdia nas duas últimas décadas do século XIX, buscando examinar e compreender a relação estabelecida entre as mulheres pobres enfermas e suas doenças, com o saber médico e as ações médicas produzidas naquele hospital. Como consequência desse direcionamento de olhar para a medicina mais voltada às mulheres, a pesquisa também se deteve na área médica que distinguia a medicina feminina da masculina naquele dado período: a incipiente medicina da mulher, que se desenvolvia por meio das especialidades denominadas como obstetrícia e ginecologia. Desse modo, em decorrência, explorou a construção da medicina da mulher, ocupando-se sobre os primeiros desenvolvimentos da obstetrícia e da ginecologia na Santa Casa de Porto Alegre. A partir de tal exame, também foi verificado se o desenvolvimento destas especialidades representou melhorias para a saúde das mulheres lá internadas e/ou avanços na forma como os médicos se preocupavam com o tratamento das mulheres naquele local, de um modo geral. A perspectiva teórica seguida vincula-se aos estudos da História Social, utilizando-se principalmente das categorias analíticas gênero e classe social. A argumentação principal da pesquisa foi buscada por meio de dados demográficos quantitativos. Entretanto, por meio de exame sobre vasto material de pesquisa, procurou-se qualificar não somente os números apresentados, mas também a análise e a argumentação sobre os mesmos. Do ponto de vista metodológico, seguiu diversos preceitos advindos dos estudos demográficos, em grande parte, vinculados à História Social, principalmente, ao examinar os dados de morbidade e mortalidade das mulheres analisadas. Como resultado da análise realizada, verificou-se que no início da década de 1880 poucas mulheres da população porto-alegrense procuravam a Santa Casa para tratamento e, quando o faziam, mormente se encontravam em grave estado de saúde, o que resultava em um alto índice de mortalidade de mulheres naquele hospital. Também se observou que raríssimas eram as mulheres que buscavam a Santa Casa para a realização do parto ou tratamento de moléstias ligadas à obstetrícia e à ginecologia, naquela década. No entanto, ao observar as causas de internação das mulheres em relação às ações médicas voltadas para a medicina da mulher dentro do hospital da Santa Casa até o final do século XIX, percebeu-se que aquela situação se modificava aos poucos, com o aumento do número de mulheres procurando o hospital para tratamento de diversas moléstias e realização do parto. Em um último plano, a partir da verificação sobre os dados de internação, concluiuse que as ações médicas implantadas na Santa Casa, impulsionadas em grande parte pelo maior aprofundamento em torno da obstetrícia e da ginecologia, resultaram no incremento de internações de mulheres e no decréscimo significativo da mortalidade feminina, naquele hospital, no final do século XIX. / This research analyses the conditions of the poor women’s health of Porto Alegre, more specifically the patients in the Santa Casa de Misericórdia Hospital in the last years of the century XIX, it taking to exam and to understand the relationship between the poor sickness women and his illness, with the medical knowledge and their actions in this Hospital. As a consequence of this direction to look for medicine more directed to women, these research also stopped in the medical field that distinguish female from male medicine in that specific period: the incipient women's medicine, which developed through the specific denominated as obstetrics and gynecology. In this way it was explored the construction of the medicine women, occupied themselves about the first developments of obstetrics and gynecologic at the Santa Casa Hospital from Porto Alegre. From this examination, it was also found that the development of these specialties represented improvements to the health of women hospitalized and advances in how doctors were concerned about the treatment of women in that place. The followed theoretical perspective connected to the studies of the Social History, using mainly the analytics categories in gender and social class. The main argumentation of the research was catch trough quantitative demographic bases. However, through the exams about a huge search material looks to qualify not just for the presented numbers, but also the analysis and argumentation about the topics. The methodological point of view, followed by several arising precepts of demographic studies, in the main of the Social History linked, mainly, examined the morbidity and mortality bases of the women analyzed. As the result of the analysis, confirmed that in the beginning of the decade of 1880 few women of the Porto Alegre population looked for the treatment at the Santa Casa Hospital, and when they did this, they usually were in serious healthy troubles that result in a high level of women’s mortality in those hospital. It also was observed that rarely women look for help in Santa Casa Hospital to realize their child-birth or illness treatment connected to the obstetrics and gynecologic methods. However, when it was observed the causes of the women hospitalization in relation to the medical actions that were directed to the women medicine inside the Santa Casa Hospital till the final of the century XIX, it was noticed that this situation modified slowly with the number of women who looking for the Hospital for treatment to several disease and to the child-birth realization. At least, from the verification about the bases of the hospitalization, it was concluded that the medical actions done at the Santa Casa Hospital were driven in the major part by the improvement about the obstetric and gynecologic methods, that resulted in an increasing of the women hospitalization and in the significant decreasing of the female mortality, in those hospital, at the final of the century XIX.
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Littérature et histoire des sciences : la médecine dans trois romans français du XIXe siècleSchmitt, Vanessa Costa e Silva January 2012 (has links)
L’objectif de la présente thèse est d’étudier la médecine (comprise au sens large, c’est-à-dire le monde des malades, de la maladie et des médecins) dans trois romans français du XIXe siècle, à savoir Le Médecin de campagne (1833) d’Honoré de Balzac, Madame Bovary (1857) de Gustave Flaubert et Le Docteur Pascal (1893) d’Émile Zola. Ce travail est divisé en trois grandes parties. La première partie, qui compte cinq chapitres, offre un tableau de l’histoire de la médecine, depuis ses origines jusqu’au dix-neuvième siècle, où sont abordés les méthodes diagnostiques et thérapeutiques, les théories et les pratiques médicales propres à chaque période historique. De même, y sont montrées quelques-unes des maladies qui sévissaient à certaines époques. Les cinq chapitres sont disposés en ordre chronologique, c’est-à-dire d’abord de la préhistoire au Moyen Âge, ensuite du XVIe au XIXe siècle, avec un chapitre par siècle. Dans la deuxième partie, j’examine les catégories professionnelles de la santé du XVIe jusqu’au XIXe siècle. Cet ensemble est, lui aussi, divisé chronologiquement, siècle par siècle, sauf la période comprise par la Révolution Française, le Consulat et l’Empire qui constitue un chapitre à part, comme il est d’usage dans les ouvrages d’histoire de France. Dans ces deux premières parties, mon étude est donc conçue sous une perspective particulière où la médecine et les sciences sont analysées historiquement. La troisième et dernière partie de la thèse a pour objet essentiel d’étudier trois personnages de médecins qui apparaissent dans trois romans de la littérature française du XIXe siècle ; à chacun d’eux correspond un chapitre. Précédant l’examen de ces trois figures fictionnelles, se trouve un chapitre qui s’efforce de fournir une brève synthèse sur les sciences et les techniques au XIXe siècle. La perspective de travail de cette troisième partie est analytique et historique. Le docteur Benassis, médecin de campagne et maire hygiéniste à la veille des années 1830 dans Le Médecin de campagne (1833) d’Honoré de Balzac, est le premier protagoniste examiné. Après une brève présentation de l’intrigue, je commence ce chapitre par une analyse du personnage, avant de montrer sa formation et son quotidien de clinicien, c’est-à-dire son train de vie, ses revenus et sa pratique médicale proprement dite. Puis, j’étudie les travaux hygiénistes de Benassis qui sont accompagnés de mises en contexte sur la France rurale et sur les théories hygiénistes qui prévalent à l’époque. Ensuite, est analysé Charles Bovary, officier de santé dans Madame Bovary (1857) de Gustave Flaubert. Tout au début, il y a une brève présentation de l’intrigue. Je commence l’examen de ce personnage par une courte introduction sur l’officiat de santé. Puis, s’ensuivent la formation médicale de Charles, ses revenus, son train de vie, les disputes corporatives qui apparaissent dans Madame Bovary et la pratique médicale de Bovary. Enfin, j’analyse sa compétence et son impéritie médicales. Le dernier chapitre porte sur Pascal Rougon, médecin et chercheur qui est le protagoniste du Docteur Pascal (1893), roman d’Émile Zola. Après avoir présenté brièvement l’intrigue, j’organise ce chapitre en trois parties principales. Tout d’abord, il s’agit de Pascal, médecin clinicien, c’est-à-dire sa formation médicale, ses débuts comme médecin, sa demeure, son train de vie, ses habitudes et ses cas cliniques, de même que sa renommée. Ensuite, je me penche sur les théories scientifiques auxquelles il se rattache et l’emploi qu’il en fait : les théories de l’hérédité, la peur de la dégénérescence et de la montée de la mortalité, ainsi que les théories hygiénistes. Finalement, j’analyse la pratique de chercheur du docteur Pascal: d’abord ses études sur l’hérédité ; ensuite, son sérum, remède universel ; puis sa double postérité (postérité intellectuelle et postérité par la paternité) ; enfin son credo scientifique et l’idéologie du progrès. / O objetivo da presente tese é estudar a medicina (em seu sentido amplo, ou seja, o mundo dos doentes, da doença e dos médicos) em três romances franceses do século XIX: Le Médecin de campagne (1833) de Honoré de Balzac, Madame Bovary (1857) de Gustave Flaubert e Le Docteur Pascal (1893) de Émile Zola. Este trabalho divide-se em três grandes partes. A primeira parte, com cinco capítulos, oferece um quadro da história da medicina, desde suas origens até o século XIX, no qual são abordados métodos diagnósticos e terapêuticos, teorias e práticas médicas próprias a cada período histórico. Da mesma forma, são mostradas algumas das doenças prevalentes em certas épocas. Os cinco capítulos estão dispostos em ordem cronológica, da seguinte forma: inicialmente da pré-história à Idade Média, na sequência, dos séculos XVI a XIX, contando um capítulo por século. Na segunda parte, examino as categorias profissionais da saúde do século XVI ao XIX. Este conjunto divide-se também cronologicamente, século por século, exceto o período referente à Revolução, ao Consulado e ao Império que constitui um capítulo à parte, fórmula usual nas obras de história da França. Em suas duas primeiras partes, este estudo concebe-se sob uma perspectiva particular, na qual a medicina e as ciências são analisadas historicamente. A terceira e última parte da tese tem por objeto principal estudar três personagens de médicos que aparecem em três romances da literatura francesa do século XIX. A cada um corresponde um capítulo. Precedendo o exame destas três figuras ficcionais, encontra-se um capítulo que se esforça para fornecer uma breve síntese das ciências e das técnicas no século XIX. A perspectiva de trabalho desta parte é analítica e histórica. O doutor Benassis, médico rural e prefeito higienista às vésperas dos anos 1830 em Le Médecin de campagne (1833) de Honoré de Balzac, é o primeiro protagonista examinado. Após uma breve apresentação da intriga, começo por uma análise do personagem, antes de mostrar sua formação e seu quotidiano de clínico, ou seja, seu padrão de vida, seus honorários e sua prática médica propriamente dita. Segue o estudo dos trabalhos higienistas de Benassis, que se fazem acompanhar de contextualizações sobre a França rural e sobre as teorias higienistas então prevalentes. Logo após, é analisado Charles Bovary, officier de santé em Madame Bovary (1857) de Gustave Flaubert. Inicialmente há uma breve apresentação da intriga. Na sequência, começo o exame deste personagem por uma curta introdução sobre o officiat de santé. Seguem a formação médica de Charles, seus honorários e seu padrão de vida, as disputas corporativas que aparecem em Madame Bovary e sua prática médica. Por fim, analiso sua competência e sua imperícia médicas. O último capítulo concerne a Pascal Rougon, médico e pesquisador, que protagoniza Le Docteur Pascal (1893), romance de Émile Zola. Após uma apresentação sucinta da intriga, divido o capítulo em três partes principais. Primeiramente, trata-se de Pascal, médico clínico, ou seja, sua formação e seu começo como médico, sua casa, seu padrão de vida, seus hábitos de vida e de trabalho e seus casos clínicos, assim que sua reputação. Em seguida, debruço-me sobre as teorias científicas que o norteiam e o uso que faz delas, incluindo as teorias da hereditariedade, o medo da degenerescência e do aumento da mortalidade, assim como as teorias higienistas. Por fim, analiso a prática de pesquisador de Pascal: inicialmente seus estudos sobre a hereditariedade, o soro que desenvolve, espécie de panaceia universal, depois sua dupla posteridade (posteridade intelectual e posteridade pela paternidade), enfim, seu credo científico e a ideologia do progresso.
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Littérature et histoire des sciences : la médecine dans trois romans français du XIXe siècleSchmitt, Vanessa Costa e Silva January 2012 (has links)
L’objectif de la présente thèse est d’étudier la médecine (comprise au sens large, c’est-à-dire le monde des malades, de la maladie et des médecins) dans trois romans français du XIXe siècle, à savoir Le Médecin de campagne (1833) d’Honoré de Balzac, Madame Bovary (1857) de Gustave Flaubert et Le Docteur Pascal (1893) d’Émile Zola. Ce travail est divisé en trois grandes parties. La première partie, qui compte cinq chapitres, offre un tableau de l’histoire de la médecine, depuis ses origines jusqu’au dix-neuvième siècle, où sont abordés les méthodes diagnostiques et thérapeutiques, les théories et les pratiques médicales propres à chaque période historique. De même, y sont montrées quelques-unes des maladies qui sévissaient à certaines époques. Les cinq chapitres sont disposés en ordre chronologique, c’est-à-dire d’abord de la préhistoire au Moyen Âge, ensuite du XVIe au XIXe siècle, avec un chapitre par siècle. Dans la deuxième partie, j’examine les catégories professionnelles de la santé du XVIe jusqu’au XIXe siècle. Cet ensemble est, lui aussi, divisé chronologiquement, siècle par siècle, sauf la période comprise par la Révolution Française, le Consulat et l’Empire qui constitue un chapitre à part, comme il est d’usage dans les ouvrages d’histoire de France. Dans ces deux premières parties, mon étude est donc conçue sous une perspective particulière où la médecine et les sciences sont analysées historiquement. La troisième et dernière partie de la thèse a pour objet essentiel d’étudier trois personnages de médecins qui apparaissent dans trois romans de la littérature française du XIXe siècle ; à chacun d’eux correspond un chapitre. Précédant l’examen de ces trois figures fictionnelles, se trouve un chapitre qui s’efforce de fournir une brève synthèse sur les sciences et les techniques au XIXe siècle. La perspective de travail de cette troisième partie est analytique et historique. Le docteur Benassis, médecin de campagne et maire hygiéniste à la veille des années 1830 dans Le Médecin de campagne (1833) d’Honoré de Balzac, est le premier protagoniste examiné. Après une brève présentation de l’intrigue, je commence ce chapitre par une analyse du personnage, avant de montrer sa formation et son quotidien de clinicien, c’est-à-dire son train de vie, ses revenus et sa pratique médicale proprement dite. Puis, j’étudie les travaux hygiénistes de Benassis qui sont accompagnés de mises en contexte sur la France rurale et sur les théories hygiénistes qui prévalent à l’époque. Ensuite, est analysé Charles Bovary, officier de santé dans Madame Bovary (1857) de Gustave Flaubert. Tout au début, il y a une brève présentation de l’intrigue. Je commence l’examen de ce personnage par une courte introduction sur l’officiat de santé. Puis, s’ensuivent la formation médicale de Charles, ses revenus, son train de vie, les disputes corporatives qui apparaissent dans Madame Bovary et la pratique médicale de Bovary. Enfin, j’analyse sa compétence et son impéritie médicales. Le dernier chapitre porte sur Pascal Rougon, médecin et chercheur qui est le protagoniste du Docteur Pascal (1893), roman d’Émile Zola. Après avoir présenté brièvement l’intrigue, j’organise ce chapitre en trois parties principales. Tout d’abord, il s’agit de Pascal, médecin clinicien, c’est-à-dire sa formation médicale, ses débuts comme médecin, sa demeure, son train de vie, ses habitudes et ses cas cliniques, de même que sa renommée. Ensuite, je me penche sur les théories scientifiques auxquelles il se rattache et l’emploi qu’il en fait : les théories de l’hérédité, la peur de la dégénérescence et de la montée de la mortalité, ainsi que les théories hygiénistes. Finalement, j’analyse la pratique de chercheur du docteur Pascal: d’abord ses études sur l’hérédité ; ensuite, son sérum, remède universel ; puis sa double postérité (postérité intellectuelle et postérité par la paternité) ; enfin son credo scientifique et l’idéologie du progrès. / O objetivo da presente tese é estudar a medicina (em seu sentido amplo, ou seja, o mundo dos doentes, da doença e dos médicos) em três romances franceses do século XIX: Le Médecin de campagne (1833) de Honoré de Balzac, Madame Bovary (1857) de Gustave Flaubert e Le Docteur Pascal (1893) de Émile Zola. Este trabalho divide-se em três grandes partes. A primeira parte, com cinco capítulos, oferece um quadro da história da medicina, desde suas origens até o século XIX, no qual são abordados métodos diagnósticos e terapêuticos, teorias e práticas médicas próprias a cada período histórico. Da mesma forma, são mostradas algumas das doenças prevalentes em certas épocas. Os cinco capítulos estão dispostos em ordem cronológica, da seguinte forma: inicialmente da pré-história à Idade Média, na sequência, dos séculos XVI a XIX, contando um capítulo por século. Na segunda parte, examino as categorias profissionais da saúde do século XVI ao XIX. Este conjunto divide-se também cronologicamente, século por século, exceto o período referente à Revolução, ao Consulado e ao Império que constitui um capítulo à parte, fórmula usual nas obras de história da França. Em suas duas primeiras partes, este estudo concebe-se sob uma perspectiva particular, na qual a medicina e as ciências são analisadas historicamente. A terceira e última parte da tese tem por objeto principal estudar três personagens de médicos que aparecem em três romances da literatura francesa do século XIX. A cada um corresponde um capítulo. Precedendo o exame destas três figuras ficcionais, encontra-se um capítulo que se esforça para fornecer uma breve síntese das ciências e das técnicas no século XIX. A perspectiva de trabalho desta parte é analítica e histórica. O doutor Benassis, médico rural e prefeito higienista às vésperas dos anos 1830 em Le Médecin de campagne (1833) de Honoré de Balzac, é o primeiro protagonista examinado. Após uma breve apresentação da intriga, começo por uma análise do personagem, antes de mostrar sua formação e seu quotidiano de clínico, ou seja, seu padrão de vida, seus honorários e sua prática médica propriamente dita. Segue o estudo dos trabalhos higienistas de Benassis, que se fazem acompanhar de contextualizações sobre a França rural e sobre as teorias higienistas então prevalentes. Logo após, é analisado Charles Bovary, officier de santé em Madame Bovary (1857) de Gustave Flaubert. Inicialmente há uma breve apresentação da intriga. Na sequência, começo o exame deste personagem por uma curta introdução sobre o officiat de santé. Seguem a formação médica de Charles, seus honorários e seu padrão de vida, as disputas corporativas que aparecem em Madame Bovary e sua prática médica. Por fim, analiso sua competência e sua imperícia médicas. O último capítulo concerne a Pascal Rougon, médico e pesquisador, que protagoniza Le Docteur Pascal (1893), romance de Émile Zola. Após uma apresentação sucinta da intriga, divido o capítulo em três partes principais. Primeiramente, trata-se de Pascal, médico clínico, ou seja, sua formação e seu começo como médico, sua casa, seu padrão de vida, seus hábitos de vida e de trabalho e seus casos clínicos, assim que sua reputação. Em seguida, debruço-me sobre as teorias científicas que o norteiam e o uso que faz delas, incluindo as teorias da hereditariedade, o medo da degenerescência e do aumento da mortalidade, assim como as teorias higienistas. Por fim, analiso a prática de pesquisador de Pascal: inicialmente seus estudos sobre a hereditariedade, o soro que desenvolve, espécie de panaceia universal, depois sua dupla posteridade (posteridade intelectual e posteridade pela paternidade), enfim, seu credo científico e a ideologia do progresso.
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Morte e vida feminina : mulheres pobres, condições de saúde e medicina da mulher na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (1880-1900)Oliveira, Daniel January 2012 (has links)
Esta pesquisa se ocupou em analisar as condições de saúde das mulheres pobres de Porto Alegre, mais detidamente das internadas na Santa Casa de Misericórdia nas duas últimas décadas do século XIX, buscando examinar e compreender a relação estabelecida entre as mulheres pobres enfermas e suas doenças, com o saber médico e as ações médicas produzidas naquele hospital. Como consequência desse direcionamento de olhar para a medicina mais voltada às mulheres, a pesquisa também se deteve na área médica que distinguia a medicina feminina da masculina naquele dado período: a incipiente medicina da mulher, que se desenvolvia por meio das especialidades denominadas como obstetrícia e ginecologia. Desse modo, em decorrência, explorou a construção da medicina da mulher, ocupando-se sobre os primeiros desenvolvimentos da obstetrícia e da ginecologia na Santa Casa de Porto Alegre. A partir de tal exame, também foi verificado se o desenvolvimento destas especialidades representou melhorias para a saúde das mulheres lá internadas e/ou avanços na forma como os médicos se preocupavam com o tratamento das mulheres naquele local, de um modo geral. A perspectiva teórica seguida vincula-se aos estudos da História Social, utilizando-se principalmente das categorias analíticas gênero e classe social. A argumentação principal da pesquisa foi buscada por meio de dados demográficos quantitativos. Entretanto, por meio de exame sobre vasto material de pesquisa, procurou-se qualificar não somente os números apresentados, mas também a análise e a argumentação sobre os mesmos. Do ponto de vista metodológico, seguiu diversos preceitos advindos dos estudos demográficos, em grande parte, vinculados à História Social, principalmente, ao examinar os dados de morbidade e mortalidade das mulheres analisadas. Como resultado da análise realizada, verificou-se que no início da década de 1880 poucas mulheres da população porto-alegrense procuravam a Santa Casa para tratamento e, quando o faziam, mormente se encontravam em grave estado de saúde, o que resultava em um alto índice de mortalidade de mulheres naquele hospital. Também se observou que raríssimas eram as mulheres que buscavam a Santa Casa para a realização do parto ou tratamento de moléstias ligadas à obstetrícia e à ginecologia, naquela década. No entanto, ao observar as causas de internação das mulheres em relação às ações médicas voltadas para a medicina da mulher dentro do hospital da Santa Casa até o final do século XIX, percebeu-se que aquela situação se modificava aos poucos, com o aumento do número de mulheres procurando o hospital para tratamento de diversas moléstias e realização do parto. Em um último plano, a partir da verificação sobre os dados de internação, concluiuse que as ações médicas implantadas na Santa Casa, impulsionadas em grande parte pelo maior aprofundamento em torno da obstetrícia e da ginecologia, resultaram no incremento de internações de mulheres e no decréscimo significativo da mortalidade feminina, naquele hospital, no final do século XIX. / This research analyses the conditions of the poor women’s health of Porto Alegre, more specifically the patients in the Santa Casa de Misericórdia Hospital in the last years of the century XIX, it taking to exam and to understand the relationship between the poor sickness women and his illness, with the medical knowledge and their actions in this Hospital. As a consequence of this direction to look for medicine more directed to women, these research also stopped in the medical field that distinguish female from male medicine in that specific period: the incipient women's medicine, which developed through the specific denominated as obstetrics and gynecology. In this way it was explored the construction of the medicine women, occupied themselves about the first developments of obstetrics and gynecologic at the Santa Casa Hospital from Porto Alegre. From this examination, it was also found that the development of these specialties represented improvements to the health of women hospitalized and advances in how doctors were concerned about the treatment of women in that place. The followed theoretical perspective connected to the studies of the Social History, using mainly the analytics categories in gender and social class. The main argumentation of the research was catch trough quantitative demographic bases. However, through the exams about a huge search material looks to qualify not just for the presented numbers, but also the analysis and argumentation about the topics. The methodological point of view, followed by several arising precepts of demographic studies, in the main of the Social History linked, mainly, examined the morbidity and mortality bases of the women analyzed. As the result of the analysis, confirmed that in the beginning of the decade of 1880 few women of the Porto Alegre population looked for the treatment at the Santa Casa Hospital, and when they did this, they usually were in serious healthy troubles that result in a high level of women’s mortality in those hospital. It also was observed that rarely women look for help in Santa Casa Hospital to realize their child-birth or illness treatment connected to the obstetrics and gynecologic methods. However, when it was observed the causes of the women hospitalization in relation to the medical actions that were directed to the women medicine inside the Santa Casa Hospital till the final of the century XIX, it was noticed that this situation modified slowly with the number of women who looking for the Hospital for treatment to several disease and to the child-birth realization. At least, from the verification about the bases of the hospitalization, it was concluded that the medical actions done at the Santa Casa Hospital were driven in the major part by the improvement about the obstetric and gynecologic methods, that resulted in an increasing of the women hospitalization and in the significant decreasing of the female mortality, in those hospital, at the final of the century XIX.
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Das sangrias à penicilina: o saber médico e o tratamento da sífilis.Geraldes Neto, Benedito 21 October 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009-10-21 / The current technical knowledge on the etiology, infection forms, clinical picture and treatment of the syphilis comprised more than four centuries to be built. The objective of this research is to identify and to discuss the changes on the medical knowledge on the disease along that time, particularly regarding the treatment. Material and Methods: Bibliographical research of historical nature was performed. Medical newspapers of the studied times were the main sources. The research was complemented with bibliographical indications found in the papers of these magazines and in dermato-syphilography textbooks. Results: Syphilis appeared in Europe in the end of the 15th century, spreading as a serious epidemic. The first explanations for its emergence were mystic and astrological. The doctors tried to treat the patients on the basis of hypocritical-galenic theories of the balance of the humors. Treatment with mercury started to be used in the 16th century and aimed at eliminating harmful humors. At the same time, the conceptual perception of a great venereal illness has appeared; all of the diseases of sexual transmission would be a single disease, and they would have the same cause. In the 18th century, the first tuneless voices appeared settling down highly controversial among ones that defended the uniqueness of the venereal diseases and the ones that believed they could have different pathologies. Both currents were based on experiments with inoculations to prove their positions. The controversy was only undone in the second quartile of the 19th century due to Ricord´s work in France, whose experiments were also based on inoculations. In the beginning of the 20th century, syphilis agent and the Wassermann´s diagnosis test were discovered that opened the field of research. Until that time, the only specific treatment was the mercury. The great first therapeutic revolution occurred in 1910 when Paul Ehrlich based on their advanced immunological concepts, introduced the Salvarsan, an arsenical, whose discovery was the result of an exhausting, methodical and visionary work. Ehrlich imagined to get the "magic bullet", the drug able to eliminate the infection without impairing the organism. With these progresses, the field of research on the syphilis therapeutics was broadly extended appearing new techniques and treatment concepts. The penicillin, discovered by Fleming in 1928, was viable by Florey and collaborators in the beginning of the decade of 1940. It was the mark of a new era in Medicine since it has provided the cure of several infectious diseases. It was introduced in the treatment of the syphilis in 1943, being effective to cure the treponemic infection, mainly without adverse effects. Initially used in association with other drugs, it became the choice treatment for syphilis, with support of numerous therapeutic trials. Conclusions - From the primitive, mystic and astrological concepts until the advent of the microbial theory and the penicillin, the medical knowledge on syphilis has passed a gradual-evolution process , intermixed by ruptures with old knowledge and frequent disputes among collective of conflicting thought. The consolidation of the changes in the medical thought has needed the experimental support and breaking with established paradigms. / atual conhecimento técnico sobre etiologia, formas de contágio, quadro clínico e tratamento da sífilis levou mais de quatro séculos para ser construído. O objetivo desta dissertação é identificar e discutir as mudanças ocorridas no saber médico sobre a doença ao longo desse tempo, particularmente com relação ao tratamento. Material e Métodos: Foi realizada pesquisa bibliográfica de natureza histórica, tendo como fontes principais os periódicos médicos das épocas estudadas. A pesquisa foi complementada com indicações bibliográficas encontradas nos artigos dessas revistas, artigos históricos e livros-textos de dermato-sifilografia. Resultados: A sífilis surgiu na Europa no final do século XV, na forma de uma grave epidemia. As primeiras explicações para o seu aparecimento foram místicas e astrológicas. Os médicos tentavam tratar os doentes com base nas teorias hipocrático-galênicas do equilíbrio dos humores. O tratamento com mercúrio começou a ser empregado já no século XVI e visava à eliminação de humores nocivos. Na mesma época surgiu a percepção conceitual de um grande mal venéreo, todas as doenças de transmissão sexual seriam uma única doença e teriam a mesma causa. No século XVIII apareceram as primeiras vozes discordantes, estabelecendo-se rumorosa polêmica entre os que defendiam a unicidade das doenças venéreas e os que acreditavam serem elas enfermidades distintas. As duas correntes basearam-se em experimentos com inoculações para provar suas posições. A polêmica só foi desfeita no segundo quartil do século XIX graças aos trabalhos de Ricord na França, cujos experimentos também se basearam em inoculações. No alvorecer do século XX, foram descobertos o agente da sífilis e o teste diagnóstico de Wassermann que abriram o campo de pesquisas. Até essa época o único tratamento específico era o mercúrio. A primeira grande revolução terapêutica ocorreu em 1910 quando Paul Ehrlich, baseado em então avançados conceitos imunológicos, apresentou o Salvarsan, um arsenical, cuja descoberta foi fruto de um trabalho exaustivo, metódico e visionário. Ele imaginava conseguir a bala mágica , a droga capaz de eliminar a infecção sem lesar o organismo. Com esses avanços, o campo de pesquisas na terapêutica da sífilis foi largamente ampliado, surgindo novas técnicas e conceitos de tratamento. A penicilina, descoberta por Fleming em 1928 e viabilizada por Florey et al. no início da década de 1940, foi o marco de uma nova era na medicina ao proporcionar a cura de diversas doenças infecciosas. Foi introduzida no tratamento da sífilis em 1943 revelando-se capaz de suprimir a infecção treponêmica, praticamente sem efeitos adversos. Inicialmente usada em associação com outras drogas, tornou-se o tratamento de escolha na sífilis, com respaldo de numerosos ensaios terapêuticos. Conclusões: Desde os conceitos primitivos místicos e astrológicos, até o advento da teoria microbiana e da penicilina, o saber médico sobre a sífilis sofreu um processo de evolução gradativa, entremeado por rupturas com antigos saberes e frequentes disputas entre coletivos de pensamento conflitantes. A consolidação das mudanças no pensamento médico necessitou do respaldo experimental e do rompimento com paradigmas estabelecidos.
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Resíduos alimentares, infecções parasitárias e evidência do uso de plantas medicinais em grupos pré-históricos das Américas / Food waste, parasitic infections and evidence of the use of medicinal plants in groups of prehistoric AmericasSantos, Isabel Teixeira dos January 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010 / A paleoparasitologia utiliza como principal instrumento de estudo a análise de coprólitos e sedimentos retirados do solo de sítios arqueológicos, latrinas e da área pélvica de esqueletos. Associando-se dados da arqueologia, antropologia e paleoparasitologia, entre outras ciências, é possível obter resultados consistentes sobre modo de vida e saúde das populações no passado. Neste trabalho foram analisadas amostras de três regiões diferentes das Américas. Um total de 59 amostras de coprólitos e sedimentos provenientes de sítios arqueológicos localizados na área arqueológica de São Raimundo Nonato, que engloba o Parque Nacional Serra da Capivara (PNSC), Piauí, Brasil, foram analisadas. Esta região apresenta sítios com datações bastante antigas obtidas na área do Parque, com evidência de atividades humanas datadas aproximadamente de 50.000 anos; 12 amostras provenientes do sítio arqueológico Antelope Cave, localizado no Arizona, EUA. Assim como o PNSC, este sítio possui a presença de cerâmica e a iniciação da agricultura pelos grupos pré-históricos naquela região; e 15 amostras retiradas diretamente da região pélvica de sepultamentos provenientes do sambaqui Cubatão I, localizado em Joinville, Santa Catarina, Brasil. Este sítio arqueológico é, na verdade, um desafio metodológico devido ao clima e a atividade biótica do solo da região que não permitem boas condições de preservação do material arqueológico. A análise de resíduos alimentares destas diferentes regiões arqueológicas forneceu dados a respeito da dieta de populações antigas e a relação entre a presença de parasitos e o encontro de plantas com propriedades anti-helmínticas, e ainda foi possível a determinação de casos de falso parasitismo. / Paleoparasitology uses, as the main tool to study, the analysis of coprolites and sediments removed from the land of archaeological sites, latrines and the pelvic area of skeletons. Joining data from archeology, anthropology and paleoparasitology, among other sciences, it is possible to obtain solid results on livelihoods and health of people in the past. On this study were analyzed samples from three different regions of the Americas. A total of 59 samples of coprolites and sediments from archaeological sites located in the archaeological area of São Raimundo Nonato, which includes the National Park Serra da Capivara (PNSC), located in Pernambuco, Brazil, were analyzed. This region has sites with the oldest dating obtained in the Park, with human activities recorded from 50.000 years BP; 12 samples from the archaeological site of Antelope Cave, located in Arizona, USA. This site, just like PNSC, has features such as the presence of pottery and the initiation of agriculture by prehistoric groups in the region, and 15 samples taken directly from the pelvic region of burials from the sambaqui Cubatão I, located in Joinville, Santa Catarina, Brazil. This archaeological site is actually a methodological challenge due to the climate and soil biotic activity in the region that don't allow good conditions of preservation of the archeological material. The analysis of alimentary residues of these different archaeological areas supplied data regarding the diet of old populations and the relationship between the presence of parasites and the encounter of plants with anthelminthic properties, and it was still possible the determination of cases of false parasitism.
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Ferramentas, práticas e saberes: a formação de uma rede institucional para a prevenção do câncer do colo do útero no Brasil 1936-1970 / Tools, practices and knowledge: the formation of a network institutional for the prevention of cervical cancer in Brazil - 1936-1970Lana, Vanessa January 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012 / Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. / Este estudo trata das ações médicas para prevenção do câncer do colo do útero no Brasil durante o período de 1936 a 1970. O câncer do colo do útero foi incorporado à agenda médica brasileira na década de 1940, a partir do desenvolvimento de ferramentas de diagnóstico precoce e da organização de instituições. Nosso objetivo neste trabalho é analisar o processo de incorporação da doença na medicina brasileira, impulsionado pela introdução e difusão das tecnologias de diagnóstico, no escopo de institucionalização da cancerologia como sub campo da nossa medicina. O Instituto de Ginecologia (IG), no Rio de Janeiro, sob chefia do médico Arnaldo de Moraes, foi o centro de difusão e ensino da colposcopia e da citologia no Brasil. Nossa hipótese de pesquisa é que a colposcopia foi a impulsionadora da formação e organização das instituições de controle do câncer do colodo útero no Brasil em meados do século XX, sendo utilizada de forma conjunta com a citologia até os anos 1960. A organização de ações sobre a doença e as discussões entre os especialistas conduziram à formação de uma rede de prevenção, construída a partir de publicações especializadas, associações profissionais, iniciativas para formação de pessoal e intercâmbio científico. Fizeram parte desta rede o Instituto de Ginecologia, o Hospital de Ginecologia da Faculdade de Medicina de Minas Gerais e o Hospital Aristides Maltez na Bahia. Ambos, com suas peculiaridades, se constituíram como espaços de controle da doença em suas regiões e de institucionalização de um modelo específico de ação que se afirmou no país até a década de 1970. / This study is about the medical actions for cervical cancer prevention in Brasil, from 1936 to 1970. Cervical cancer was incorporated into the medical Brazilian agenda in the 1940s, with the development of early detection tools and the institutions organization. Our objective in this paper is to analyze the disease incorporation on the Brazilian medicine, through the introduction and diffusion of diagnosis technologies, in the scope of cancerology institutionalization as a medicine sub field. The Instituto de Ginecologia (IG), in Rio de Janeiro, under leadership of physician Arnaldo de Moraes, was the learning and dissemination center of colposcopy and cytology in Brazil. Our research hypothesis is that colposcopy was the promoter of the formation and organization of the institutions to cervical cancer control in Brazil in the mid-twentieth century, being used, at the same time, with cytology until the 1960s. The organization of actions about the disease and the discussions among experts led to the formation of a prevention network that was constructed by specialized publications, professional associations, initiatives for personnel training and scientific exchange. The Instituto de Ginecologia, the Hospital de Ginecologia of Minas Gerais and the Hospital Aristides Maltez in Bahia were part of this network. All of them, with their peculiarities, had been constituted as spaces to disease control in their regions and institutionalization of a particular model of action, that was affirmed in the country until the 1970s.
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