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Um estudo sobre a maternidade tardia e sua relação com a individuação femininaCarvalho, Helena Catharina Lyrio de 06 March 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-03-06 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This study aimed at exploring the possible relationship between late motherhood and women‟s individuation process, in the light of Analytical Psychology. It is justified given the fact that the Western world has observed an increase in the proportion of women who become mothers after the age of thirty-five, period theoretically characterized by a review of one's own identity and life goals. However, even though this appears to be an issue now posed as a challenge to society, there is a dearth of research that attempt to understand the possible impact of late motherhood in the construction of woman‟s identity. A case study was conducted based on the motherhood experience of ten women who had their first child after the age of thirty-five. Through in-depth interviews we sought to capture the participants' views of their own development process. Responses were consolidated into categories, in order to identify commonalities in the developmental path of these women before and after the event of motherhood. The results showed that, when they became mothers, those women, who before had valued above all their autonomy, have apparently acquired a different and broader perspective about themselves and about others. We conclude that in such cases motherhood seems not only to have been simultaneous with a time of reviewing the meaning of life, but also to have favored an expansion of consciousness through the integration of aspects associated with acceptance of others and appreciation of the world of relationships, thus contributing to the individuation process / Este trabalho visou investigar, à luz da Psicologia Analítica, as possíveis relações entre a maternidade tardia e o processo de individuação feminina. Este estudo se justifica uma vez que tem sido observado o aumento da proporção de mulheres que se tornam mães após os trinta e cinco anos, em um momento, em geral, marcado pela revisão da própria identidade e dos objetivos de vida. Contudo, ainda que essa pareça ser uma questão posta como desafio para as sociedades ocidentais, há uma carência de pesquisas voltadas aos possíveis impactos da maternidade em idade avançada na construção da identidade feminina.
A pesquisa constituiu-se de estudo de caso com base em depoimentos de mulheres que tiveram seu primeiro filho após os trinta e cinco anos. Por meio de entrevistas com dez participantes, procurou-se capturar a vivência feminina do próprio processo de desenvolvimento. As respostas foram consolidadas em categorias, para a identificação de aspectos comuns na trajetória de desenvolvimento dessas mulheres, antes e após o evento da maternidade.
Os resultados obtidos mostraram que ter filhos propiciou que as participantes mulheres que, antes, valorizavam acima de tudo a própria autonomia adquirissem uma perspectiva diferente e mais abrangente a seu próprio respeito e a respeito das demais pessoas. Concluímos que, nesses casos, a maternidade parece ter sido não somente consonante com um momento de revisão do sentido da vida, mas, também, ter colaborado para uma ampliação da consciência por meio da integração de aspectos associados à aceitação do outro e à valorização do mundo dos relacionamentos, contribuindo para o processo de individuação
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Vida hifenizada: traduzibilidade como exercício de individuaçãoKraus, Damian José 16 April 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008-04-16 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This thesis intends to outline a problem of translatability as an
exercise of individuation based on the concept found in the works by
Deleuze & Guattari, particularly, the book Mille Plateaux.
This translatability is pragmatically located in the in-between of the
Spanish and Portuguese languages a tension of siamese tongues.
This work is composed, first of all, of a thematic Introduction, with the
addition of a preliminary approach in the manner of short Essays.
Subsequently, it unfolds through three blocks: the first block highlights the
intensification of this convergence of sister languages, from where the
denominated pure language emerges.
The second block is an exercise of investigative intervention in this
convergence, which is proposed as exercise of individuation.
The third block is geared to the intensity that comes from such
exercise, as a procedure of nomadic thought.
It is important to mention that this thesis will be linked to the notion of
state of translation, elaborated by the author in his master s thesis, which
has provided theoretical and methodological elements for the development
of this work / Esta tese visa delimitar um problema da traduzibilidade, como
exercício de individuação, a partir desse conceito situável na obra de
Deleuze & Guattari, em particular, em Mille Plateaux.
Tal traduzibilidade está localizada pragmaticamente no entre-lugar
das línguas portuguesa e castelhana uma tensão de línguas siamesas.
A tese se compõe, em primeiro lugar, de uma Introdução temática,
com o acréscimo de uma primeira aproximação a modo de pequenos
Ensaios.
Posteriormente, desenrola-se em três blocos ou devires:
O primeiro bloco destaca a intensificação desse encontro de línguas
siamesas, donde emerge o que se designa como língua pura.
O segundo bloco é um exercício de intervenção investigativa nesse
encontro, que se propõe como exercício de individuação.
No terceiro bloco, aponta-se para a intensidade emanada de tal
exercício, como procedimento de um pensamento nômade.
Cabe esclarecer sucintamente que se conectará esta tese à noção
de estado de tradução, construída pelo autor na dissertação de mestrado,
que forneceu elementos teóricos e metodológicos para desenvolver este
trabalho
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Individuação espiritual e hermenêutica imaginal: Henry Corbin, leitor de Heidegger / Spiritual individuation and imaginal hermenutics: Henry Corbin, reader of HeideggerCromberg, Monica Udler 05 August 2015 (has links)
A presente tese focaliza a questão da individuação espiritual na obra de Henry Corbin, valendo-se de pontos da obra de Heidegger que iluminam essa questão. Heidegger foi um dos filósofos que mais influenciaram Corbin, sendo que este foi o primeiro tradutor de Heidegger para o francês. No entanto, não é o propósito da tese demonstrar essa influência, embora muitas vezes o faça. O que importa é se valer das idéias de Heidegger que parecem equivaler às de Corbin, para ajudar-nos na anãlise da questao do exílio e da individuação. Conceitos de Heidegger tais como hermenêutica, fenomenologia, o Dasein, o Ser, a Superação da Metafísica, o Impessoal (das Man), a decisão pela Autenticidade, pelo ser si-mesmo mais próprio, colocam-se em cena ao longo da tese para colaborar com o aprofundamento da compreensão da individuação espiritual em Corbin. Parto da questão do exílio da alma em Corbin e nos místicos que este representa, tentando primeiramente levantar a etiologia de tal exílio, de tal disjunção alma-mundo. Para isso, lanço mão não só de Heidegger, mas também de Husserl, que foi bastante importante para Corbin. Em seguida, abordo, a partir da hermenêutica e da fenomenologia, a noção de imaginal e de hermenêutica espiritual, que equivale a uma interiorização e a uma integração do mundo na alma. Para isso, valho-me das noções de tempo e espaço na mística oriental de Corbin assim como na filosofia de Heidegger. O percurso desta primeira parte vai do exílio da alma no mundo do espaço quantitativo ao mundo vivido na alma, ou seja, a perspectiva da saída do exílio enquanto um retorno ao mundo da alma. A segunda parte, aborda o conceito de alma em Corbin e na mística sufi, que possui um caráter dual e pressupõe o conceito de anjo do sufismo, assim como o de Pessoa, que foi herdado por Corbin de Berdiaev, para então justapô-los ao conceito de Dasein de Heidegger e a verificação dos pontos onde os conceitos de Dasein e de Pessoa se encontram e se equivalem. A ideia de personalismo e autenticidade contrapõe-se em ambos autores ao nihilismo e ao Impessoal que oprime o homem moderno e o atira no exílio. Esta crise é apresentada na tese como um mundo sem alma assim como um mundo onde prevalece o esquecimento do ser, sendo que as indicações de superação de Heidegger e Corbin apontam para direções similares e às vezes complementares. A saída do Exílio tem como condição a tomada de consciência das consequências da despersonalização do mundo, do empobrecimento espiritual, e do perigo que o homem está correndo de desaparecer enquanto homem, enquanto Pessoa. A superação da crise, o retorno à casa, aparece em ambos ligada à capacidade de desconstrução de qualquer objetivação e na neutralização do caráter reificador e dominador do pensamento, que concorrerão para a reintrodução do transcendente, do inabarcável e misterioso, do espiritual na cotidianeidade e na visão de mundo do homem moderno. / This thesis focuses the question of spíritual individuation in Henry Corbin1s work, using the parts of Heideggers work which throw light on this question. Heidegger was one of the philosophers which most influenced Corbin, who was the first translator of Heideggers work in french. Nevertheless, it is not the purpose of this work to demonstrate this influence, although it becomes evident along the thesis. What matters here is is to take Heideggers ideas that seem to match to Corbins in order to help us in the analisis of the question of exile and of individuation. Heideggerian concepts such as hermeneutics, phenomenology, the Dasein, Being, the overcoming of metaphysics, the Impersonal (das Man), the will to authenticity to be one\'s very self, are employed throughout the thesis, so as to contribute to a better understanding of spiritual individuation in Corbin\'s philosophy. I take as my starting point the subject of the exile of the soul in both Corbin and the mystics whom he represents, first of all by attempting to trace the etiology of this exile, this disjunction between soul and world. To that end, I avail myself not only of Heidegger\'s philosophy, but also that of Husserl, which had a great deal of influence on the work of Corbin. I then address, with the help of hermeneutics and phenomenology, the concepts of imaginal and spiritual hermeneutics, which is equivalent to the interiorization and integration of the world into the soul. To that purpose, I utilize the notions of time and space in the oriental mysticism of Corbin and in Heidegger\'s philosophy. The first part then covers the trajectory of the soul from its exile in the world of quantitative space back to the lived world of the soul; in other words, the way of exile as a return to the soul-world. The second part covers both the concept of soul in Corbin and in Sufi mysticism, wich possesses a dual character and in Sufism pressuposes the concept of \"angel\", and that of Person, which Corbin inherited from Berdiaev, with the intention of contrasting these concepts with Heidegger\'s Dasein and verifying where they meet and are the same. In both authors, the ideas of personalism and authenticity are put in opposition to ninhilism and the Impersonal which oppresses man in the modern world and casts him into exile. In the thesis, this crisis is described in terms of a world devoid of soul, a world where the soul has been forgotten, and what Corbin and Heidegger appoint as the way to overcome it are many times similar and sometimes complementary. The way out of Exile has as its condition the awareness of the consequences of the de-personalization of life, of spiritual empoverishment, and of the risk man runs of diassappearing as man, as a person. In both Heidegger and Corbin, the overcoming of the crisis, the return home, is associated with the capability of desconstructing any sort of objectification and of neutralizing the reifying and imposing character of thought, which will collaborate with the re-introduction of the transcendent, the unfathomable, and the mysterious in the daily life and world view of modern man.
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O vicejar dos astros : a individuação da personagem Frodo em O Senhor dos Anéis /Perassoli Junior, Sérgio Ricardo. January 2017 (has links)
Orientador: Aparecido Donizete Rossi / Banca: Karin Volobuef / Banca: Álvaro Luiz Hattnher / Resumo: O presente trabalho tem por objetivo analisar e investigar o processo de individuação da personagem Frodo Bolseiro em O Senhor dos Anéis [The Lord of The Rings, 1950], romance mais importante do escritor John Ronald Reuel Tolkien. O processo de individuação, conceito desenvolvido pelo psiquiatra suíço Carl G. Jung, é um tema sobremaneira relevante, caracterizado como a tendência da psique de encontrar o equilíbrio e a completude. Essa tendência aparece frequentemente na extensa obra de Tolkien e é muito explorada na jornada da personagem Frodo, o principal herói do romance em questão. Frodo passa por diversas experiências e encontra diversas figuras arquetípicas que, pode-se afirmar, apontam para um processo de individuação nos termos junguianos. Para aprofundar e enriquecer a análise, serão apresentados teóricos da literatura como Northrop Frye e Gaston Bachelard, que foram influenciados pela psicologia arquetípica de Carl Jung. O trabalho que ora se apresenta também pretende ilustrar a importância das ideias de Jung e dos principais conceitos da psicologia arquetípica para o estudo da personagem e para a própria crítica literária. / Abstract: This research aims to analyse the individuation process of the character Frodo Baggins in The Lord of the Rings (1951), J.R.R. Tolkien's masterpiece. The individuation process, a concept developed by the Swiss psychiatrist Carl Gustav Jung, is a most relevant theme characterized as the psyche tendency to reach balance. This tendency is frequently shown in Tolkien's extensive work and it is very much explored in Frodo's journey, the main hero of the novel. Frodo goes through several life experiences and meets lots of archetypal figures that point to an individuation process. To go deeper, enriching the analysis, literature theorists as Northrop Frye and Gaston Bachelard, who were influenced by Jung's psychology, will be introduced. This research also intends to make clear the importance of Jung's archetypal psychology for literary criticism. / Mestre
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Características da representação do apego em adolescentes institucionalizados e processos de resiliência na construção de novas relações afetivasDalbem, Juliana Xavier January 2005 (has links)
Este trabalho investigou características da representação do apego em adolescentes institucionalizadas por medidas de proteção, através de estudos de caso. As participantes do estudo foram três adolescentes, entre 12 e 15 anos, que vivem em abrigos governamentais de proteção e que experienciaram separações da figura materna na primeira infância. Os dados foram coletados junto às instituições, através da inserção ecológica, da análise dos prontuários, entrevistas com profissionais da equipe técnica e entrevistas semi-diretivas individuais com as adolescentes. As entrevistas, elaboradas a partir de questões adaptadas de instrumentos contemporâneos de medida e avaliação de aspectos ligados ao apego, tinham por objetivo examinar as percepções das participantes sobre suas relações com os cuidadores citados como principais durante a infância, a relação atual com essas figuras, vivências de separações ou perdas, qualidades atribuídas às suas relações e percepção das experiências da infância. Através de eixos temáticos centrais relativos ao apego, as entrevistas foram analisadas em seu conteúdo, classificando-se as respostas em categorias descritivas. Os dados foram discutidos, considerando-se todas as informações coletadas, procurando-se identificar os aspectos mais característicos atribuídos aos padrões de apego, descritos como seguro/autônomo, preocupado/ansioso, evitativo/desapegado e desorganizado/desorientado. Embora os aspectos observados não possibilitem uma classificação das adolescentes nos padrões de apego, este estudo permitiu uma compreensão das características apresentadas, discutindo-se os processos de resiliência na construção de novas relações afetivas estabelecidas após a institucionalização. Os resultados indicam que o contexto institucional, vivenciado pelas adolescentes participantes, possibilitou a formação de novas relações afetivas que contribuíram para a representação de apego e para o desenvolvimento de competências. Este estudo sugere ainda a viabilidade do uso de entrevistas para avaliação e compreensão da representação mental do apego na adolescência.
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O acontecer na clínica : quando o criar resiste ao cotidianoLondero, Mário Francis Pettry January 2011 (has links)
Este trabalho consiste numa cartografia de mapas afetivos do fazer clínico contemporâneo a partir de encontros do autor com experimentações clínicas e paisagens artísticas que componham brechas instituintes nos mecanismos disciplinares e de controle do capitalismo atual. Sociedade capitalista que repele de si o contato angustiante com o que sai fora de suas normatizações postas perante o viver, cotidianizando-o na intenção de anestesiar qualquer inusitado que se apresente. Ao partir dessa lógica que não suporta o inesperado, tentando a todo o momento controlá-lo, passamos a pensar a contribuição da clínica nessa produção social que impede qualquer um de alçar vôos distantes de uma vida tornada normativa e burocrática. Diante desse panorama, se problematiza a clínica no que ela pode se fazer enquanto prática que resista a tal sistema anestesiador da vida. Assim, discutimos ao longo do trabalho as relações de poder que ocorrem nessa sociedade de controle e no que elas possibilitam movimentos de resistência. Para pensar a clínica enquanto resistência ao cotidianizar-se, percorremos algumas ferramentas conceituais desdobrando os seguintes conceitos: acontecimento, individuação e ato criativo. Com eles trabalharemos o tema do fazer clínico e os possíveis caminhos que elevam a clínica a uma condição de recusa perante os mecanismos de controle utilizados em nossa sociedade. O impensável entra em jogo para daí poder criar existências que resistam ao cotidiano. / This work expounds cartography of affective maps about the clinical job in contemporaneity. It was produced from author‟s clinical trials and artistic landscapes that would be able to built instituting gaps in disciplinary and control mechanisms of modern capitalism. The Capitalist society rejects from itself the anguishing touch with what goes out of its normalizations. Capitalism banalizes the everyday life an attempt to anesthetize any unusual that presents itself. Admitting this logic that does not support the unexpected and that try really hard to control the unannounced, we will try to think about the contributions of clinical work in this social production that prevents anyone from lift away from a life made legislative and bureaucratic control. Using as starting point this context, this works discusses what the clinical work could do as a practice that is able to resists in a system that anesthetizes the life itself. So, during the work we discuss the power relations in this control society, but we do it focused in what enable resistance moves. To think the clinical work as a piece of resistance in the way to do banalise the everyday life, we use some conceptual tools and unfold these concepts: happening, individuation and creative act. Using this we will formulate the theme of clinical work and the possible roads that put this experience in a refuse condition to the disciplinary and control mechanisms used in our society. The unthinkable then comes into play to create power existences that are able to resist to the banalization of the everyday life.
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Individuação e inocência: composições com Simondon e Whitehead / Individuation and innocence: compositions with Simondon and WhiteheadFernando Maia Freire Ribeiro 02 September 2013 (has links)
A filosofia viveu um tempo de luminosidade crua em que havia contentamento (pelo menos entre os filósofos dignos de serem estudados) com a postulação das condições de possibilidade que cabiam no horizonte que essa luz podia, então, iluminar. Tudo que escapasse desse horizonte era obscuridade, irracionalidade, mera especulação e, pior de todas as ofensas: metafísica. Mas, alguma filosofia do séc. XX encontrou uma outra distribuição de luminosidade que permitiu um pensamento em claro-escuro, em tonalidades nuançadas em que a nitidez absoluta dos contornos se viu fluidificar, em que as figuras puras e sólidas se mostraram como híbridas, nebulosas derramadas, em que os objetos entraram na história e os homens se misturaram com a natureza, em que os movimentos do mundo e as imagens na consciência saíram da dualidade das qualidades primárias e secundárias e se aventuraram em novas perspectivas (aventuras que ainda atravessam desde a fenomenologia até o cinema).
É neste cenário de novas distribuições que reaparece a questão da individuação apontando para uma outra concepção do indivíduo, não mais substancial e suporte de qualidades, não mais ancorado nos pares matéria e forma, atual e potencial. Tais pares se revelam insuficientes por não darem conta das impurezas que vêm à tona e das surpreendentes possibilidades inventadas (simbioses, alianças, infecções) e não somente atualizadas a partir de um potencial (filiação, reprodução). Nesse novo modo de compor, o atributo não mais se remete a um predicado qualidade, mas ao acontecimento, não mais às possibilidades latentes, mas à potência a ser inventada nas composições, nas relações constituintes dos diferentes modos de existência. Simondon foi o primeiro filósofo a levar em conta, de modo específico, o indivíduo se inventando em composição, daí ter renovado a questão da individuação e transformado o estatuto da relação. O ser é relação, tal é, com Simondon, a proposição que passa a figurar no centro do pensamento da individuação. Mas se, por um lado, havia essa promoção da relação, por outro lado, parecia não haver a liberação dos modos que, enfim, remetiam a uma natureza dos possíveis. Mesmo não funcionando como princípio, essa natureza parecia capturar os modos num potencial, de tal maneira que um novo humanismo, tão sufocante quanto qualquer outro, acompanhava toda a produção de Simondon. Não à toa, sua narrativa dos diferentes modos se fecha no encontro de uma unidade capaz de suportar o multirealismo dos híbridos que surgiam por toda parte. As metas, os sentidos do devir que povoam a obra de Simondon não seriam os ecos de uma velha moral da pureza, da luminosidade branca?Para escapar desse rebatimento da aventura dos modos em tipos privilegiados de relação que levavam a restaurar a unidade perdida, era preciso se lançar na inocência do processo das inumeráveis atividades de um tecido sem base, jogo de linhas impuras em cruzamentos inventados a cada momento. Nesse sentido: era o pensamento especulativo, expresso em sua própria escrita em zig-zag, de Whitehead já um antídoto aos possíveis rebatimentos da nova filosofia da individuação num mundo por demais reconhecido? É esse o espírito da composição nesse trabalho: a individuação simondoneana com a insistência em se entregar à aventura inocente dos processos se fazendo que se encontra em Whitehead (e nos muitos aliados que foram convocados para que outras músicas se façam ouvir). / Philosophy has lived a time of raw luminosity, together with a feeling of contentment (at least, among those philosophers who were worth being studied), with the postulates of the conditions of possibility fitting the horizon on which the light could then illuminate. Everything else, out of such range, was obscurity, irrationality, mere speculation and, the worst offense of all, metaphysics. But there it came the Philosophy of the 20th century which has come across some other luminosity distribution so as to allow black-and-white thought, in blurring nuances of once a clear spectrum at the edge of pure and solid figures, to hybrid, misty (cloudy, foggy) shedding ones, in which objects have come into history and men into nature, and in which the world movements and the conscious images have come out of the strict duality of the primary and secondary qualities to adventure into new perspectives ( adventures that are still crossing throughout from phenomenology to cinema).In this scenario of new distributions it revives the individuation problem which points out to a different individual conception: non-substantial and not quality supportive, not grounded in matter and form, in the potential and the actual, for such pairs are not sufficient to handle with both the debris, that come to the surface, and the amazing possibilities created then (symbioses, alliances, infections ), which are not simply actualized from a potentiality (filiation and reproduction). In such a new composition, the attribute does not refer to a quality predicate but to an event, not to latent possibilities but to the potentiality to be created in the constitutive relations of the different existence forms. Simondon was the first philosopher to, specifically, take into account the individual as it is crated in composition and then renewed the question of individuation, transforming the relation status. " The being is relation" is the proposition such as, according to Simondon, it starts to center the individuation thought. However, if, on one hand, there was the promotion of that relation, on the other, it looks as if there was no liberation of the forms, which, eventually, referred to the nature of the possibles. Even thought it does not work as a principle, that nature seemed to capture the forms into potential so as that a new humanism, as suffocating as any other, followed the production of Simondon. It is not by any chance that his account of the different forms converts into a unit which is able to hold the multirealism of the hybrids. Wouldn't the targets, the meanings, of becoming that inhabit Simenon' s work be an echo of an old moral of purity of white luminosity?In order to escape such a rebuttal of the forms adventure into privileged types (tokens) of relations, which has led to restore the lost unity, it was necessary to launch into the innocence process of the countless activities of a tissue without substance and, every time, a match of impure lines in created crossroads. Was it then the speculative thought, in this sense, expressed in its own zigzag writing, in Whitehead, an antidote to possible rebuttal of the new individuation philosophy in a for long acknowledged world? This is the spiritual realm of the current investigation: the simondonean individuation, as it is insisting on giving way to the innocent venture of doing-and-finding (doing-to-find ?) process in Whitehead (and in many other allies that are summoned so as to make some other music be sounded).
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Da realidade ao mito e vice-versa: a aula como sistema vivo e a experiência do renascimentoRichard Kümmel Lipke 04 August 2009 (has links)
Esta dissertação versa sobre o desejável renascimento mítico-arquetípico do parceiro
pedagógico e a transformação da estrutura moderna do encontro institucional. O trabalho
tem abordagem complexa, envolvendo e subordinando a Biologia, a Psicologia
profunda, a Teologia e a Pedagogia umas às outras. Na Biologia de Maturana, o conceito
de sistema vivo, que pode ser tanto o parceiro pedagógico quanto a Aula. Na Psicologia
junguiana, o conceito de individuação, como projeto de renascimento. Na Mitologia
grega arcaica, o exemplo de todas as ações nos mitos homéricos e hesiódicos,
especialmente achados nos mitos do renascimento. Na Pedagogia, uma leitura de Rubem
Alves, numa proposta humanística utópica, que engloba e aproxima de forma intrínseca
os conteúdos biológicos, psíquicos e religiosos, que são as emergências do ser pósmoderno / This dissertation concern about the desirable mithic and archetypical rebirth of the
educational partner and the transformation of the modern structure of instituituinal
meeting. The work have complex aproach, is relating and subordinating to the Biology,
the deep Psychology, the Theology and the Education one another. In the Maturanas
biology, the concept of living system, that would be as much the educational partner as
the Class. In jung psychology, the concepto ok Individuation, as the project of rebirth. In
the archaic greek mithology, the example of all the actions in the homeric and hesiodic
myths, attentively in the rebirth myths. In Education, a reading of Rubem Alves, in an
utopian and humanistic proposal, that conglobate and move nearer in intrinsic form the
biologic, psycological and religious contents, that are the surfaces of the postmodern
being.
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O acontecer na clínica : quando o criar resiste ao cotidianoLondero, Mário Francis Pettry January 2011 (has links)
Este trabalho consiste numa cartografia de mapas afetivos do fazer clínico contemporâneo a partir de encontros do autor com experimentações clínicas e paisagens artísticas que componham brechas instituintes nos mecanismos disciplinares e de controle do capitalismo atual. Sociedade capitalista que repele de si o contato angustiante com o que sai fora de suas normatizações postas perante o viver, cotidianizando-o na intenção de anestesiar qualquer inusitado que se apresente. Ao partir dessa lógica que não suporta o inesperado, tentando a todo o momento controlá-lo, passamos a pensar a contribuição da clínica nessa produção social que impede qualquer um de alçar vôos distantes de uma vida tornada normativa e burocrática. Diante desse panorama, se problematiza a clínica no que ela pode se fazer enquanto prática que resista a tal sistema anestesiador da vida. Assim, discutimos ao longo do trabalho as relações de poder que ocorrem nessa sociedade de controle e no que elas possibilitam movimentos de resistência. Para pensar a clínica enquanto resistência ao cotidianizar-se, percorremos algumas ferramentas conceituais desdobrando os seguintes conceitos: acontecimento, individuação e ato criativo. Com eles trabalharemos o tema do fazer clínico e os possíveis caminhos que elevam a clínica a uma condição de recusa perante os mecanismos de controle utilizados em nossa sociedade. O impensável entra em jogo para daí poder criar existências que resistam ao cotidiano. / This work expounds cartography of affective maps about the clinical job in contemporaneity. It was produced from author‟s clinical trials and artistic landscapes that would be able to built instituting gaps in disciplinary and control mechanisms of modern capitalism. The Capitalist society rejects from itself the anguishing touch with what goes out of its normalizations. Capitalism banalizes the everyday life an attempt to anesthetize any unusual that presents itself. Admitting this logic that does not support the unexpected and that try really hard to control the unannounced, we will try to think about the contributions of clinical work in this social production that prevents anyone from lift away from a life made legislative and bureaucratic control. Using as starting point this context, this works discusses what the clinical work could do as a practice that is able to resists in a system that anesthetizes the life itself. So, during the work we discuss the power relations in this control society, but we do it focused in what enable resistance moves. To think the clinical work as a piece of resistance in the way to do banalise the everyday life, we use some conceptual tools and unfold these concepts: happening, individuation and creative act. Using this we will formulate the theme of clinical work and the possible roads that put this experience in a refuse condition to the disciplinary and control mechanisms used in our society. The unthinkable then comes into play to create power existences that are able to resist to the banalization of the everyday life.
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Características da representação do apego em adolescentes institucionalizados e processos de resiliência na construção de novas relações afetivasDalbem, Juliana Xavier January 2005 (has links)
Este trabalho investigou características da representação do apego em adolescentes institucionalizadas por medidas de proteção, através de estudos de caso. As participantes do estudo foram três adolescentes, entre 12 e 15 anos, que vivem em abrigos governamentais de proteção e que experienciaram separações da figura materna na primeira infância. Os dados foram coletados junto às instituições, através da inserção ecológica, da análise dos prontuários, entrevistas com profissionais da equipe técnica e entrevistas semi-diretivas individuais com as adolescentes. As entrevistas, elaboradas a partir de questões adaptadas de instrumentos contemporâneos de medida e avaliação de aspectos ligados ao apego, tinham por objetivo examinar as percepções das participantes sobre suas relações com os cuidadores citados como principais durante a infância, a relação atual com essas figuras, vivências de separações ou perdas, qualidades atribuídas às suas relações e percepção das experiências da infância. Através de eixos temáticos centrais relativos ao apego, as entrevistas foram analisadas em seu conteúdo, classificando-se as respostas em categorias descritivas. Os dados foram discutidos, considerando-se todas as informações coletadas, procurando-se identificar os aspectos mais característicos atribuídos aos padrões de apego, descritos como seguro/autônomo, preocupado/ansioso, evitativo/desapegado e desorganizado/desorientado. Embora os aspectos observados não possibilitem uma classificação das adolescentes nos padrões de apego, este estudo permitiu uma compreensão das características apresentadas, discutindo-se os processos de resiliência na construção de novas relações afetivas estabelecidas após a institucionalização. Os resultados indicam que o contexto institucional, vivenciado pelas adolescentes participantes, possibilitou a formação de novas relações afetivas que contribuíram para a representação de apego e para o desenvolvimento de competências. Este estudo sugere ainda a viabilidade do uso de entrevistas para avaliação e compreensão da representação mental do apego na adolescência.
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