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Dados e narrativas sobre a violência contra mulheres negras : uma análise da cobertura noticiosa da Folha de São Paulo e do conteúdo produzido pelo Portal Geledés /Cruz, Agnes Sofia Guimarães. January 2018 (has links)
Orientador: Caroline Kraus Luvizotto / Banca: Karina Janz Woitowicz / Banca: Maximiliano Martin Vicente / Resumo: Em 2015, um conjunto de manifestações do movimento feminista levou a Imprensa a identificar um fenômeno que atribuiu como Primavera das Mulheres, fase de reivindicações pelo combate à violência de gênero e a defesa de pautas como a igualdade salarial e o direito ao aborto. Ao mesmo tempo, em novembro de 2015 o Mapa da Violência, publicação elaborada com o apoio da Organização das Nações Unidas, trouxe um dado alarmante sobre o aumento da violência de gênero na população negra feminina, que passou a ser replicado pela Imprensa e por ativistas negras e organizações da sociedade civil engajadas pelo combate à violência contra a mulher negra. O presente trabalho partiu da motivação em compreender de que forma a Imprensa passa a acompanhar essas discussões e a representa-la em sua cobertura noticiosa, e as similitudes e diferenças encontradas em relação às estratégias de debate e agendamento, nas mídias sociais, por autoras negras que se identificam como ativistas online e parte do conjunto de vozes do feminismo negro. Dessa forma, o trabalho realiza um trabalho exploratório com a análise crítica do material online de um veículo considerado como parte da Imprensa tradicional, a Folha de São Paulo, e do conjunto de artigos reunidos e filtrados pelo portal de uma das instituições mais renomadas na luta antirracista e pelos direitos humanos, o Portal Geledés. O objetivo central da pesquisa consistiu em identificar categorias de valores, fontes e informações presentes na cobertura not... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Abstract: In 2015, a series of manifestations of the feminist movement led the Press to identify a phenomenon that it attributed as Spring Women, a phase of demands for the fight against gender violence and the defense of guidelines such as equal pay and the right to abortion. At the same time, in November 2015, the Violence Map, published with the support of the United Nations, brought an alarming report on the increase in gender violence in the black female population, which has been replicated by the Press and activists black women and civil society organizations engaged in combating violence against black women. The present work was based on the motivation to understand how the Press goes to follow these discussions and to represent it in its news coverage, and the similarities and differences found in relation to the strategies of debate and scheduling in social media by black authors who identify themselves as online activists and part of the set of voices of black feminism. In this way, the work performs an exploratory work with the critical analysis of the online material of a vehicle considered as part of the traditional Press, Folha de São Paulo, and the set of articles collected and filtered through the portal of one of the most renowned institutions in the struggle anti-racist and human rights, the Geledés Portal. The main objective of the research was to identify categories of values, sources and information present in the Folha de São Paulo news coverage in cases of gende... (Complete abstract click electronic access below) / Mestre
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Violência no contexto escolar sob a óptica de alunos do ensino médio / Violence in the school context from the perspective of high school studentsEsteves, Michelly Rodrigues 20 August 2015 (has links)
No Brasil, os adolescentes estão entre os grupos populacionais mais vitimados pela violência. Os locais de maior ocorrência de violências são a rua e o domicílio; a escola ocupa o terceiro lugar. Este estudo se justificou não apenas pela relevância de se avançar na temática da violência no contexto escolar, mas de forma fundamental pela intenção de se discutir com os adolescentes a complexidade da violência nesse contexto, os diferentes fatores a ela relacionados e suas influências nas interações entre os membros da comunidade escolar. Teve o objetivo de compreender o fenômeno da violência no contexto escolar a partir da óptica de alunos do ensino médio. O referencial teórico adotado foi o Paradigma da Complexidade segundo Edgar Morin, sendo apresentados os seus principais conceitos, com destaque para os princípios recursivo, dialógico e hologramático. O método adotado foi o Paradigma da Complexidade, a partir de uma abordagem qualitativa. O campo de estudo foi uma escola urbana pública da rede de ensino médio de Alfenas, que se localiza no Sul do Estado de Minas Gerais. Os sujeitos foram alunos de 15 a 18 anos da referida escola. A construção dos dados ocorreu por meio de 11 entrevistas abertas e individuais; dois grupos focais, seguidos por diálogos com as 11 turmas regulares do ensino médio; observação participante e constantes anotações no diário de campo. Todos os aspectos éticos para as pesquisas com seres humanos foram atendidos. A análise dos dados ocorreu por meio do Paradigma da Complexidade com o propósito de se avançar mais na compreensão, caminhando além dos conteúdos de textos na direção de seus contextos. A primeira categoria, Tudo começa com a intolerância, trouxe a incompreensão, a falta de aceitação das diferenças que se transformam em violência verbal, física, psicológica e que envolvem, além dos alunos, a direção, os professores e os demais funcionários da escola. A segunda categoria, Para falar de escola, é necessário falar de rua, mostrou que a rua assume diferentes sentidos, dependendo de quem a observa, de quem passa por ela. A rua pode conduzir a diversos caminhos e um deles é a escola. A violência que se expressa na rua muitas vezes é remontada na escola. Na terceira categoria, Tem cinco minutos para o cigarro, mas não tem cinco minutos para o filho, foi discutida a família, as inúmeras transformações ocorridas nessa instituição com o passar do tempo e os conflitos existentes entre a família e a escola. A quarta categoria, Violência envolvendo a escola? Passa por tudo isso de que a gente falou, trouxe um olhar complexo sobre os dados anteriormente apresentados, buscando evidenciar as partes no todo e o todo nas partes, reforçando os pensamentos pertencentes à Complexidade de Morin, bem como os princípios dialógico, recursivo e hologramático. A violência no contexto escolar não pode ser analisada a partir de um único ponto de vista, existe uma multiplicidade de fatores relacionados a essa temática. As suas manifestações devem ser reconhecidas, deve ser estabelecida a sua articulação com o todo e a sua contextualização sócia histórica / In Brazil, teenagers are among the population groups that are most victimized by violence. The higher incidences of violence sites are the streets and homes; the school ranks in third place. This study was justified not only by the importance of moving forward on the issue of violence in the school context, but fundamentally while having the intention of discussing with teenagers the complexity of violence in that context, the different factors related to it and its influences on interactions between members of the school community. We aimed to understand the phenomenon of violence in the school context from the perspective of high school students. The theoretical framework adopted was the Complexity Paradigm according to Edgar Morin having presented the main concepts, highlighting the recursive principles, dialogic and holographic. The method adopted was the Complexity Paradigm, from a qualitative approach. The field of study was a public and urban high school in Alfenas, located in the Southern parts of the state of Minas Gerais. The subjects were students from 15 to 18 of aforementioned school. The construction of the data occurred through 11 open and individual interviews; two focus groups, followed by talks with the 11 regular high school classes; participating observation and constant notes in the field diary. All ethical aspects of research involving human beings were met. Data analysis was carried out through the Complexity Paradigm in order to further advance with comprehension, moving beyond the text content in the direction of their contexts. The first category, All starts with intolerance, brought the misunderstanding, lack of acceptance of differences that then turns into verbal, physical and psychological violence which then also involves more than the pupils, the staff and the teachers along with the remaining working people of the school. The second category, To talk about school, it is necessary to mention the streets, it showed that the streets take on different meanings depending on who watches or who passes through it. The streets can lead to various ways of which one of them is the school. The violence expressed in the streets is often traced back at school. In the third category, They have five minutes for the cigarette, but they do not have five minutes to the child, discussed the family, the many transformations that has occurred in this institution over time and the existing conflicts between the family and school. The fourth category, Violence involving the school? It goes through all of which we have said, brought a complex look on the data previously presented, searching to put in evidence the parts as a whole and all in the parts, reinforcing the thoughts belonging to Morin\'s Complexity, as well as dialogic, recursive and holographic principles. Violence in the school context cannot be analysed from a single point of view, there is a multiplicity of factors related to this issue. Its manifestations must be recognized and it should be established to coordinate them all in all and its historical partner contextualization
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Dores no corpo e dores na almaMadaloz, Rogéria Fatima 08 May 2018 (has links)
A violência doméstica contra a mulher é um fenômeno mundial, que não se restringe a uma
determinada classe social, raça, idade, não importando a religião ou escolaridade. As
agressões são divididas em variados tipos, como psicológica, sexual, moral e patrimonial,
porém, no relacionamento violento, elas acontecem de formas sobrepostas. Este estudo
insere-se no eixo temático Educação popular em movimentos e organizações sociais,
e tem como objetivo investigar a história de vida de mulheres que vivenciaram
situação de violência doméstica e conseguiram romper com o ciclo, investigando as
suas percepções, o que contribuiu para a sua permanência em uma relação violenta e
qual foi o momento estanque e a rede de proteção necessária para que a ruptura fosse
possível. A pesquisa foi realizada no CREAS – Centro de Referência Especializado
de Assistência Social de Panambi/RS, com três mulheres, que conseguiram romper
com o ciclo da violência doméstica e foram encaminhadas para atendimento
psicológico. A investigação foi orientada pela abordagem qualitativa, foram
realizadas entrevistas com questionário semiestruturado, aplicado individualmente,
com permissão para serem gravadas e transcritas na íntegra. Os temas investigados
nas entrevistas versaram sobre a família de origem, sua família atual (companheiro e
filhos), o início da violência, os tipos de violência sofrida, a rede de proteção
primária e secundária, o momento de ruptura e as expectativas e planos para o futuro.
A partir da análise dos resultados foi possível verificar que os primeiros episódios de
violência ocorrem já no início da relação (no namoro), e com o passar do tempo as
agressões vão se intensificando, o que acarreta baixo autoestima e autoconfiança,
fazendo com que se sintam desamparadas e a cada episódio de violência vem a
reconciliação, em que a mulher passa novamente a acreditar na possível mudança de
comportamento do companheiro, o que faz com que elas permaneçam na relação.
Podemos concluir que as lutas contra a violência doméstica passam pela mudança
sócio-histórico-cultural do patriarcalismo cultivado ao longo das décadas, e essa
transformação só é possível por meio da articulação da temática na educação minimizando a
realidade da violência doméstica e trabalhando desde cedo os papéis masculino e feminino em
sala de aula, de forma a oportunizar a desconstrução dos estereótipos dos papéis do “ser
homem e ser mulher”. / 112 f.
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A dominação masculina, o patriarcado e a apropriação estatal de conflitos: contribuições da justiça restaurativa aos casos de violência doméstica e familiar contra a mulherSilva, Gabrielle Saraiva 07 March 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-03-07 / O presente estudo busca questionar o arcabouço teórico-metodológico que
fundamenta a resposta punitiva estatal aos casos de violência doméstica e familiar
contra a mulher - Lei Maria da Penha, conjugando dialeticamente a sociologia de
Pierre Bourdieu, o feminismo e a criminologia crítica e articulando a teoria com a
análise de entrevistas aos sujeitos envolvidos em processos criminais da 4a Vara
Criminal de Cachoeiro de Itapemirim/ES (vítimas e agressores). O método utilizado
nessa pesquisa é o dialético, de modo que se estudou de forma ampla todos os
aspectos do fenômeno, suas relações, conexões e contradições inerentes, para uma
interpretação dinâmica e totalizante do fato social. O procedimento metodológico
utilizado foi o de Pesquisa de Campo, partindo inicialmente do levantamento
bibliográfico, utilizando a abordagem predominantemente qualitativa, por meio de
entrevistas semidirigidas, com um roteiro de perguntas previamente estabelecido
aos sujeitos envolvidos nos conflitos domésticos – vítimas e agressores. Diante
disso, foi possível alcançar os seguintes resultados: a) As mulheres não
necessariamente almejam a punição do agressor com a prisão quando acionam o
Estado; b) Presente o fenômeno da “dupla vitimização da mulher”, primeiro pelo
agressor e depois pelo Estado que vilipendia sua vontade como diretamente
interessada no conflito; c) Presente o sentimento de insegurança e culpa nas vítimas;
d) A relação entre agressor e vítima piora após o ingresso com o processo. Concluise
assim que o sistema de justiça criminal disciplinado especificamente na Lei Maria
da Penha como resposta à violência doméstica e familiar contra a mulher, não
apresenta respostas satisfatórias. Conclui-se ainda que o modelo de Justiça
Restaurativa é mais adequado ao problema, sobretudo, pela participação ativa dos
diretamente afetados no conflito, com a possibilidade de ressignificações da relação
afetiva e familiar e desconstrução da ideia naturalizada de superioridade masculina
que legitima socialmente a violência contra a mulher como algo aceitável e
culturalmente construído. / The present study seeks to question the theoretical and methodological framework
that grounds a state punitive response to cases of domestic and family violence
against a woman - Maria da Penha Law, dialectically combining a sociology of Pierre
Bourdieu, feminism and critical criminology, and articulating the theory with the
analysis of interviews of the subjects involved in criminal proceedings of the 4th
Criminal Court of Cachoeiro de Itapemirim/ES (victims and aggressors). The method
used in the research is the dialectic, so that one studies extensively, all aspects of
the phenomenon, its relations, connections and inherent contradictions, for a
dynamic and totalizing interpretation of the social fact. The methodological procedure
used was Field Research, starting initially from the bibliographical survey, using a
predominantly qualitative approach, through semi-directed interviews, with a
questionnaire, previously established for subjects involved in domestic conflicts -
victims and aggressors. Faced with this, it was possible to achieve the following
results: a) Women do not necessarily aim for a punishment of the aggressor with a
prison when they activate the state; b) Present the phenomenon of "double
victimization of women", first by the aggressor and then by the state that undervalue
its will as directly interested in the conflict; c) Present the feeling of insecurity and
guilt in the victims; d) The relationship between aggressors and victims gets worse
after joining the process. The conclusion is that the criminal justice system
specifically disciplined in the Maria da Penha Law as a response to domestic and
family violence against a woman, does not offer satisfactory answers. It is also
concluded that the Restorative Justice model is more appropriate for the problem,
especially for the active participation of the directly affected in the conflict, with the
possibility of resignification of the affective and family relationships and
deconstruction of the naturalized idea of male superiority that socially legitimizes the
violence against women as something acceptable and culturally constructed.
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Espancada e queimada : aspectos morais na subjetivação de uma mulher em situação de violênciaArruda, Cristiani Nobre de 15 March 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-03-15 / Throughout history, violence has served as the main weapon of domination and final arbiter of disputes and discontent. Countries and cultures that fail to reduce the distance between their traditional instincts and the modern reality threaten the human destruction. The violence perpetrated by intimate partners is concentrated mainly on women. The burn injury is an example of this. For this study, we consider the total dimension of this phenomenon, as well as its modes of production and its personal, social, cultural, legal and health repercussions. The field research followed the routine of a burned woman in a situation of violence, in the city of Fortaleza, from April 2015 to March 2016. After signing the Free and Informed Consent Form, we followed hospital discharge: in the daily dressings of the (CTQ / IJF), IAQ, Aquiraz Forum, Chestnut Factory - workplace - and home visits. Through the narratives, we consider first to reveal, then interpret the complexity and diversity of the experience lived by this burnt woman in a situation of violence, deepening the knowledge about her point of view normally portrayed in a stereotyped and superficial way. We took as a reference the assumption of symbolicinterpretative anthropology, which revived under the name of "dense description." The material collected through the semi-structured interview involving a narrative was manually recorded in field diary, the observer position as participant was used in order to enrich the ethnographic data. The legitimation of the conversations and the interviews was recorded in a portable digital voice recorder and its content transcribed by the researchers themselves in a computerized word processing program.Thus we have reached the deepest core, the nature of things, In this way, we have brought a dense description manifested by the burned woman and by her present partner, this way we were able to apprehend what she lived. Although a difficult task, under the background of the concepts and constructs of the reading theoretical reference, we analize this contente with a sensitive regard. As analysis strategy we used the semantic interpretations contextualized, allowing the integration of semiological, interpretative and pragmatic elements essential for a cultural approach of this violence. Given this fact, we consider that from our interpretation emerged and significant themes related to moral events face to violence: body / skin as a moral epicenter; anomie; and meanings and paradoxes of a justice. We reveal here the moral events, the meaning she attributed of being "beaten and burned". / Ao longo da história, a violência tem servido como principal arma de dominação e árbitro final de disputas e descontentamentos. Países e culturas que não conseguem reduzir a distância entre seus instintos tradicionais e a realidade moderna ameaça a destruição humana. A violência perpetrada por parceiros íntimos concentram-se principalmente nas mulheres. A lesão por queimaduras é um exemplo disso. Para esse estudo, consideramos a dimensão total desse fenômeno, bem como seus modos de produção e suas repercussões pessoais, sociais, culturais, jurídicas e no setor saúde. A pesquisa de campo acompanhou a rotina de uma mulher queimada em situação de violência, na cidade de Fortaleza, no período de abril de 2015 a março 2016. Após firmar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, acompanhamos pós alta hospitalar: nos curativos diários das lesões (CTQ/IJF), no IAQ, Fórum de Aquiraz, Fábrica de Castanha ¿ local de trabalho - e visitas domiciliares. Por meio das narrativas, consideramos primeiramente desvelar, posteriormente interpretar a complexidade e diversidade da experiência vivida por essa mulher queimada em situação de violência, aprofundando o conhecimento sobre seu ponto de vista normalmente retratado de modo estereotipado e superficial. Tomamos como referência o pressuposto da antropologia simbólico-interpretativa, que reavivou sob o nome de "descrição densa. O material coletado através da entrevista semiestruturada envolvendo uma narrativa foi registrado manualmente em diário de campo, a posição de observador como participante foi utilizada para enriquecermos os dados etnográficos. A legitimação das conversas, das entrevistas foi registrada em gravador de voz digital portátil e seu conteúdo transcrito pelas próprias pesquisadoras em programa informatizado de processamentos de textos. Desse modo, chegamos ao cerne mais profundo, à natureza das coisas, quer dizer, não ficar na superfície, nas aparências. Assim, trouxemos uma descrição densa manifestada pela mulher queimada e por seu atual parceiro na apreensão de seu vivido. Embora uma tarefa difícil, sob o pano de fundo dos conceitos e constructos do referencial teórico de leituras, com olhar e sensibilidade analisamos seu conteúdo. Utilizamos também como estratégia de análise a Interpretação Semântica Contextualizada, permitindo integrar elementos semiológicos, interpretativos e pragmáticos essenciais para uma abordagem cultural dessa violência. Diante desse fato, consideramos para a nossa interpretação temas emergidos e significativos relacionados aos eventos morais diante da violência: corpo/pele como epicentro moral; anomia; e sentidos e paradoxos de uma justiça. Desvelamos, aqui, os eventos morais, o significado que ela atribuiu ao ser ¿espancada e queimada¿.
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Abordagens midiáticas da violência contra os adolescentes sob o olhar crítico do observatório da imprensaMagalhães, Poliana Hilario 16 December 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-12-16 / Violence is one of the factors that constitutes the second cause of death in the framework of general Brazilian mortality. Children and adolescents deserve special attention in relation to the guarantee of their daily rights violated. The media have a fundamental role in criticizing the reports of violence that they convey, and can improve the writing of the stories and the transmission of information in the face of violence. This study aims to analyze the subjects in a media observatory about the violence involving Brazilian adolescents from 2006 to 2016. It is a study with quantitative and qualitative approach of documentary character, in a media observatory of ample Access in Brazil, which elaborates subjects involving adolescents and uses the genre of media criticism. The period analyzed was between January 2006 and November 2016. A questionnaire instrumentalized the collection of data, organized in the Excel program, and later analyzed. The results showed that of the 48 published articles, 64.6% were published as an Opinion Article (64.6%), violence was related to crime in 27.0% of the subjects, most of them (93.8%) Made clear the nature of violence committed with emphasis on physical violence (50.1%). Human Rights was the most debated issue by media critics (27.3%). Critics are journalists (56.2%) and the term "adolescent" (38.2%) is the most commonly used. The data refer to the critical issue on cases of violence against adolescents, with emphasis on crime and human rights violations. It is concluded that media criticism is an important tool for a more qualified discussion that allows the dispute of public opinion towards the strengthening of democracy and the construction and exercise of citizenship. / A violência é um dos fatores que constitui a segunda causa de óbitos no quadro da mortalidade geral brasileira. As crianças e adolescentes merecem atenção, em especial, em relação à garantia dos seus direitos, diariamente violados. A mídia tem papel fundamental na crítica dos relatos de violência por ela veiculados, podendo melhorar a redação das matérias, e a transmissão de informações no enfrentamento da violência. Este estudo tem como objetivo analisar as matérias em um observatório de mídia acerca a violência que envolve os adolescentes brasileiros no período de 2006 a 2016. Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa e qualitativa de caráter documental, em um observatório de mídia de amplo acesso no Brasil, que elabora matérias envolvendo adolescentes e utiliza o gênero de crítica de mídia. A período analisado foi o compreendido entre janeiro de 2006 e novembro de 2016. Um questionário instrumentalizou a coleta de dados, organizados no programa Excel, e posteriormente analisados. Os resultados mostraram que das 48 matérias publicadas, 64,6% foram publicadas como Artigo de Opinião (64,6%), a temática da violência foi relacionada à criminalidade em 27,0% das matérias que em sua maioria (93,8%) deixaram claro a natureza da violência cometida com realce para a violência física (50,1%). Direitos Humanos foi o tema mais debatido pela crítica de mídia (27,3%). Os autores da crítica são os jornalistas (56,2%) sendo o termo ¿adolescente¿ (38,2%) o mais comumente utilizado. Os dados remetem que a matéria crítica sobre casos de violência contra adolescentes, dando ênfase à criminalidade e a violação dos direitos humanos. Conclui-se que a crítica de mídia é uma importante ferramenta para uma discussão mais qualificada que possibilite a disputa da opinião pública na direção do fortalecimento da democracia e da construção e exercício da cidadania.
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Abordagens midiáticas da violência contra as mulheresBem, Maria Nilde Plutarco Couto 13 December 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-12-13 / Introduction: The World Health Organization has considered violence against women, known as gender violence, as a public health problem since 1990. Most of these violent acts occur in the domestic environment and the victim usually knows the perpetrator. The large number of denunciations and collective demonstrations that have taken place in several countries in recent decades has triggered a process that has taken violence against women from the domestic sphere, making it public. In this context, the written media has elements that make it possible to trace, with gaps and inaccuracies, the profile attributed by society to perpetrators of violence perpetrated against women. In this way, the media discourses present themselves as a valid alternative for the evaluation of values, habits and opinions of different layers of society. Objective: To analyze the reports of the news portal on violence involving women. Methods: A descriptive study, with a mixed approach, analyzed 3,970 news items that contained cases of violence against women from 2006 to 2016. Quantitative data were analyzed using descriptive statistics. Qualitative data were analyzed according to the Thematic Data Analysis technique. Of these, 542 were news stories involving crimes committed against people under the age of 18 years, which were excluded from this analysis, since they were not the objective of this study. Results: We observed that there was a significant increase in the number of news reports, ranging from a monthly average of 4.6 news in 2010 to 90 news per month in 2016, thus indicating the growth of the approach on the subject. Of all articles dealing with adults, 2,296 indicated the age of the victim. The ages ranged from 18 to 90 years old, with an average of 32.99 years and a standard deviation of 11.82 years. Analyzing exclusively the year 2013, where we had a greater number of news on feminicide, it is remarkable the difference with which the subject is treated in each State. In the qualitative analysis, we perceive that in the news the woman occupies a place of submission and somehow are blamed for the crimes committed against them. In this case, the media ends up strengthening hierarchical relations of genres. Conclusion: Inequalities about hierarchical gender relations are still present in the media and in the way these news are published. / Introdução: A violência contra as mulheres é considerada um problema de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde desde 1990. A maioria desses atos violentos ocorre no ambiente doméstico e a vítima, geralmente, conhece o agressor. O grande número de denúncias e manifestações coletivas ocorridas em vários países, nas últimas décadas, desencadeou um processo que tirou a violência contra a mulher do âmbito doméstico, tornando-a pública. Neste contexto, a mídia escrita traz elementos que permitem traçar, embora com lacunas e imprecisões, o perfil atribuído pela sociedade aos autores de violências perpetradas contra a mulher. Deste modo, os discursos midiáticos apresentam-se como alternativas válidas para avaliação de valores, hábitos e opiniões de diferentes camadas da sociedade. Objetivo: Analisar as reportagens de um portal de notícias com ampla repercussão social sobre a violência envolvendo mulheres. Metodologia: Este estudo apresenta um delineamento descritivo com abordagem mista. Analisamos 3.970 notícias que continham casos de violência contra a mulher referente aos anos de 2006 a 2016. Os dados quantitativos foram avaliados por meio de estatísticas descritivas. Já os dados qualitativos foram analisados de acordo com a técnica da Análise Temática de Conteúdo. Destas, 542 eram de notícias que envolviam crimes cometidos contra menores de 18 anos de idade, tendo, por este motivo, sido excluídas dessa análise por não estarem de acordo com o objetivo desse estudo. Resultados: Observamos que houve um aumento expressivo do número de matérias, variando de uma média mensal de 4,6 matérias no ano de 2010 para 90 matérias por mês no ano de 2016, denotando, assim, o crescimento da abordagem sobre o assunto. De todos os artigos que tratavam de maiores de idade, 2.296 indicavam a idade da vítima. As idades variaram entre 18 e 90 anos, com média de 32,99 anos e desvio padrão de 11,82 anos. Ao analisarmos, exclusivamente, o ano de 2013, constatamos um número maior de notícias sobre feminicídio, sendo marcante a diferença com que o assunto é tratado em cada Unidade da Federação. Na análise qualitativa, percebemos que nas notícias a mulher ocupa um lugar de submissão e de alguma forma são culpabilizadas pelos crimes cometidos contra elas. Neste caso, a mídia acaba fortalecendo as relações hierárquicas de gêneros. Conclusão: As desigualdades acerca das relações hierárquicas de gênero continuam presentes na mídia e na forma como estas notícias são divulgadas.
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Violência interpessoal sofrida e perpetrada por mulheres em metrópole brasileiraFreitas, Ana Luiza E Vasconcelos 31 January 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-01-31 / Interpersonal violence is a global phenomenon that has serious consequences on life, thus constituting a public health problem. Regarding this type of violence among women, the complexity of the phenomenon challenges governments given the repercussions on individual, family and public health. Despite advances in public policies to combat this type of violence, it is necessary to investigate the possibility of breaking the cycle of interpersonal violence and identifying contexts in which women experience and/or perpetrate violence. Thus, this study analyzes the profile of women who reported having experienced and/or perpetrated interpersonal violence in Fortaleza, Ceará. This is a quantitative cross-sectional study carried out in Fortaleza, Ceará, Brazil, with a sample of 499 women over 20 years old between July and December 2016. Data were collected using a questionnaire divided into five sections: sociodemographic characteristics, participation in acts of interpersonal violence in the past year (experienced/perpetrated) and characterization of the acts experienced and/or perpetrated. Data were collected in households which were randomly selected from five territorial districts. Data were analyzed using descriptive statistics, measures of central tendency and dispersion and bivariate analysis. Regarding sociodemographic characteristics, the women were mostly aged ¿ 53 years old, single, housewives, catholic and born in Fortaleza and had ¿ 8 years of study, children, and a family income of <5 minimum wages. Experienced violence was mostly psychological (164/85.8%), occurred more than 3 times (114/57.3%) in the past year, took place outside the household (101/49.8%), was perpetrated by non-relatives (113/60.1%), and women did not respond to violence (123/66.8%). The acts of violence were mostly psychological (87.8%), the victim did not respond to violence (153/79.7%), and the victim was a family member (154/75.9%). As for perpetrated violence, this was mostly physical (85/41.2%), involved people with family ties (56/59.6%), and the victim did not respond to violence (62/71.3%). Women who are exposed to violence live in such a situation because they depend financially or emotionally on the perpetrator. These women tend to experience and/or perpetrate psychological violence because it is an act that does not leave visible marks on the body and, therefore, is the most perpetrated. In addition, the perpetrator¿s and victim¿s lack of knowledge leads them to believe that there is no punishment. This study demonstrates the continuity of interpersonal violence among women, which demands the redefinition of dialogical social practices and actions to strengthen the mediation of conflicts involving women who have experienced and/or perpetrated violent acts in the family and social life. / A violência interpessoal é um fenômeno global, com graves consequências na vida,
apresentando-se como problema de saúde pública. Reportando-se essa modalidade de
violência no âmbito da mulher, a complexidade do fenômeno desafia governos ante as
repercussões na saúde individual, familiar e coletiva. Apesar dos avanços nas políticas
públicas no seu enfrentamento, são necessárias investigações que possibilitem romper o ciclo da violência interpessoal e identifiquem contextos em que a mulher sofre e/ou perpetra a violência. Nesse contexto, este estudo analisa o perfil das mulheres que declararam ter sofrido e/ou perpetrado atos de violência interpessoal no município de Fortaleza, Ceará. Trata-se de estudo quantitativo, transversal, realizado no município de Fortaleza, Ceará, com uma amostra de 499 mulheres acima de 20 anos, entre julho e dezembro de 2016. Utilizou-se como instrumento de coleta questionário contendo cinco blocos: características sociodemográficas, participação em atos de violência interpessoal no último ano (sofrida/perpetrada) e caracterização dos atos sofridos e/ou perpetrados. A coleta foi realizada em domicílios, selecionados aleatoriamente, englobando cinco distritos territoriais. A análise de dados considerou a estatística descritiva, medidas de tendência central e de dispersão, bem como análise bivariada. Entre as características sociodemográficas, destacam-se mulheres com idade ¿ 53 anos, solteira, escolaridade ¿ 8 anos, donas de casa, católicas, com filhos, naturais
do município de Fortaleza, com renda familiar < 5 salários mínimos. Quanto aos atos
violentos sofridos, predominou a violência psicológica (164/85,8%), ocorrida mais de 3 vezes (114/57,3%) no último ano, no ambiente externo (101/49,8%), entre não familiares
(113/60,1%) e as mulheres não reagiram (123/66,8%). Quanto aos atos praticados, a maioria
foi violência psicológica (87,8%), a vítima não reagiu (153/79,7%) e esta possuía vínculo
familiar (154/75,9%). Quanto à violência perpetrada, destacou-se a física (85/41,2%), em
pessoas com vínculo familiar (56/59,6%) e não havendo reação da pessoa (62/71,3%). As
mulheres que são expostas à violência vivem nessa situação por depender financeiramente ou emocionalmente do agressor. Essas mulheres têm a tendência de sofrer e\ou praticar a
violência psicológica por ser um ato que não deixa marcas visíveis no corpo. É a mais
praticada e que, por falta de conhecimento da agressora e da vítima, acreditam que não existe punição. O estudo retrata a continuidade da violência interpessoal em mulheres, o que demanda a ressignificação de práticas sociais dialógicas e ações que fortaleçam a mediação de conflitos, envolvendo mulheres que sofreram e/ou praticaram atos violentos no convívio familiar e social.
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Relações entre capital social e violência urbana referida em uma cidade de médio porte do sul do Brasil um estudo quantitativo e qualitativoVial, Eloir Antonio 31 July 2009 (has links)
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Previous issue date: 31 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Nos últimos vinte anos a violência vem trazendo grandes mudanças no cotidiano mundial e brasileiro. Passou a ser aspecto da vida contemporânea que vem afetando diversas estruturas sociais e tem sido assunto de pesquisadores (ASSIS, 2003). Setores como educação, serviços de segurança público e privado, a economia e a saúde como um todo, bem como cada indivíduo, famílias, comunidades ou populações, estão sentido consequências cotidianas dos elevados índices de violência urbana que aumentam a cada ano (WAISELFISZ, 2008). A história mostra que a violência acompanha a evolução da humanidade, seja no campo ou nas cidades, seja individual ou em batalhas coletivas como nas guerras de facções ou de Estado (FREUD, 1980). Por outro lado, dados científicos têm mostrado à sociedade e chamado a atenção de autoridades, faz décadas, apontando para as sérias consequências que se agravam cada vez mais e de forma vertiginosa na saúde humana devido ao aumento das violências, seja em níveis locais, seja em nível mundial (CHESNAIS
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Violência de gênero: uma etnografia no centro de referência de atendimento as mulheres no DFDayrell, Vívian de Moura 26 February 2014 (has links)
Submitted by Haia Cristina Rebouças de Almeida (haia.almeida@uniceub.br) on 2015-05-06T12:01:21Z
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61200849.pdf: 722274 bytes, checksum: b235d35ff99a337b88506bdc5c421dcb (MD5) / A presente dissertação trata-se de uma etnografia no Centro de Referência de Atendimento a
Mulher (CRAM), um programa da Secretaria de Estado da Mulher (SEM/DF) do governo do
Distrito Federal. O CRAM é um local que presta acolhimento e atendimento social,
psicológico e orientação jurídica as mulheres. O trabalho de campo consistiu em examinar o
cotidiano da unidade, o acompanhamento interdisciplinar ofertado às mulheres pela equipe
multiprofissional e na realização de entrevistas abertas com as mulheres atendidas com o
objetivo de analisar como as mulheres narram a própria história e como nomeiam/percebem o
próprio sofrimento, verificar as estratégias de enfrentamento e superação da situação de
violência relatada e examinar como as mulheres percebem o acompanhamento realizado no
serviço. A interlocução entre as teorias feministas de gênero, a Teoria da Subjetividade e
alguns autores de teoria antropológica para definir cultura, somados à pesquisa de campo e à
experiência de trabalho interdisciplinar na unidade possibilitou o desenvolvimento de
recomendações sobre como promover o atendimento as mulheres em serviços dessa natureza
a partir do que tem sido bem sucedido na nossa atuação. A realização da pesquisa possibilitou
uma reflexão sobre os problemas da formação clássica em psicologia, as especificidades de
novas formas de atuação em serviços delineados pelas políticas públicas, oferecendo um
atendimento numa abordagem psicossocial e de forma interdisciplinar. Há diversas
circunstâncias de violência vivenciadas por diferentes mulheres, o acompanhamento deve
atender as distintas necessidades das mulheres, além de estar articulado as diretrizes da
Política Nacional de Enfrentamento a Violência contra as Mulheres. A violência impacta a
saúde mental das mulheres; o desenvolvimento de recursos subjetivos para o enfrentamento
das situações de violência de gênero depende da capacidade de gerar sentidos subjetivos que
permitem se posicionar diante da situação e dar-lhe algum encaminhamento produtivo. Neste
sentido, o trabalho no serviço pode ser pensado como um espaço para favorecer esta
capacidade generativa da própria mulher. O atendimento multiprofissional e interdisciplinar
fundamenta-se numa perspectiva de gênero e visa o fortalecimento da mulher atendida para a
superação da situação de violência vivenciada.
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