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[fr] LA THÉORIE KANTIENNE DES DROITS DE L HOMME ET SA CRITIQUE À PARTIR DE LA PHILOSOPHIE IMMANENT DE SPINOZA / [pt] O DNA KANTIANO DOS DIREITOS HUMANOS E SUA CRÍTICA A PARTIR DA FILOSOFIA IMANENTE DE SPINOZAROGÉRIO PACHECO ALVES 06 July 2016 (has links)
[pt] Não se tem dúvida sobre o sopro de renovação produzido ao direito pela
teoria dos direitos humanos. Contudo, há ainda um imenso deficit na
implementação global dos direitos humanos, que a aliança entre liberalismo,
democracia e direitos humanos não foi capaz de resolver. Assim, mostra-se
imperiosa a formulação de uma teoria crítica capaz de dar conta de tal déficit e de
questionar a afirmação de que o problema atual dos direitos humanos passa ao
largo das escolhas teóricas. O papel da crítica deve ser entendido não com a
pretensão de formulação de uma nova teoria dos direitos humanos nem tampouco
como uma tentativa de sua desqualificação, mas, antes, na perspectiva da
problematização, da desconstrução e da reformulação de alguns de seus conceitos
fundamentais. A proposta se apoia na ideia de que a resistência política e a
resistência epistemológica são complementares. Opta-se por Kant como ponto de
partida em razão do papel central de seu pensamento na modernidade e à sua
grande influência na formulação de conceitos basilares dos direitos humanos.
Identificado o DNA kantiano, pretende-se construir uma alternativa crítica a
partir do pensamento de Spinoza, que formula uma filosofia da imanência pura
que pensa o homem como um modo expressivo da potência de Deus e o direito
como potência. Três problemas principais atravessarão nossas reflexões: o da
centralidade do homem na natureza e as dificuldades inerentes ao conceito de
natureza humana; a diferença entre a moral kantiana do dever e a ética de Spinoza,
fundada no critério do útil; e a relação entre moral, direito e política. / [fr] Les droits de l homme ont produit un renouvellement du formalisme
juridique, il n y a pas de doute. Mais, de toute façon, il reste encore un énorme
déficit dans la mise en oeuvre globale des droits de l homme, qui l alliance entre le
libéralisme, la démocratie et les droits humains n a pas été en mesure de résoudre.
Ainsi, il est nécessaire d élaborer une théorie critique qui soit capable de faire face
à un tel déficit et de remettre en question l affirmation selon laquelle le problème
actuel de droits de l homme n a rien avec les choix théoriques. Le rôle de la
critique doit être compris non avec l intention de formuler une nouvelle théorie
des droits de l homme, ni comme une tentative de disqualification, mais plutôt
dans la perspective de questionnement, de déconstruction et de repenser certains
de ses concepts fondamentaux. En bref, notre proposition est fondée sur l idée que
la résistance politique et la résistance épistémologique sont complémentaires. Le
choix de Kant comme le pivot de la critique découle du rôle central de sa pensée
dans la modernité et de sa grande influence dans la formulation des concepts de
base des droits humains. Identifié l ADN kantien, nous avons l intention de
construire une alternative critique a partir de la pensée de Spinoza, qui formule
une philosophie de la pure immanence dans laquelle l homme est une expression
de la puissance de Dieu et le droit en tant que puissance. Trois grandes questions
traverseront nos réflexions: la centralité de l homme dans la nature et les
difficultés inhérentes à la notion de la nature humaine; la différence entre le
devoir moral de Kant et l éthique de Spinoza, fondée sur le critère de l utilité; et la
relation entre la morale, le droit et la politique.
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[fr] L IMAGINATION AU POUVOIR: OBÉISSANCE POLITIQUE ET SERVITUDE CHEZ SPINOZA / [pt] A IMAGINAÇÃO NO PODER: OBEDIÊNCIA POLÍTICA E SERVIDÃO EM ESPINOSAANA LUIZA SARAMAGO STERN 18 July 2018 (has links)
[pt] Espinosa nos apresenta uma concepção intrinsecamente democrática do poder político, onde a constituição do mais libertário dos regimes ou da mais odiosa das tiranias encontra-se sempre nas mãos da multidão. Neste trabalho, começamos analisando como o filósofo constrói, em sua Ética, uma concepção da
imanência absoluta, que o permite recusar qualquer arquétipo de poder transcendente. Em Espinosa, o poder político não se distancia de sua causa imanente, a potência da multidão. O sujeito político espinosano não se organiza pelo cálculo racional de indivíduos contratantes, mas por uma mecânica afetiva
imanente que perpassa o campo social. Estudamos como, próximo da reflexão maquiaveliana, o filósofo se dispõe a analisar a experiência política como campo dos afetos e dos conflitos, e visitamos os principais conceitos e formulações espinosanos acerca da política, enunciados em seu Tratado Teológico-político e
seu Tratado Político. Comentamos de que maneira o direito natural é analisado por Espinosa como potência sempre atual e positiva, e o direito civil entendido como expressão imanente das próprias relações constituintes da multidão. Por fim, chegando a nosso tema central, analisamos a obediência política, entendida pelo autor como causa imanente do poder político, e causa, portanto, de seu caráter
democrático ou tirânico. Passando pela distinção entre a obediência livre do cidadão e a obediência servil do escravo, estudamos como a imaginação pode engendrar a obediência como desejo de servir e quais afetos, além do medo, podem acompanhar a servidão política. / [fr] Spinoza nous présente une conception intrinsèquement démocratique du pouvoir politique, où la constitutions de le plus libre régime ou la plus odieuses tyrannie sont toujours entre les mains de la multitude. Nous commençons notre travaile pour l etude de l Èthique, et de la une conception spinoziste de l immanence absolue, qui interdisent tout archétype d une pouvoir transcendante. Pour Spinoza la puissance de la multitude est la cause immanente de le pouvoir politique. Le sujet poitique multitude n est pas organisé par le calcul rationnel d un contract entre les individus, mais par une mécanique affective immanente qui imprègne le domaine social. Nous étudions comment le philosophe afirme l expérience politique comme un champ d affects et de conflits, et nous visitons les principaux concepts et formules spinozistes sur la politique, énoncée dans son Traité Théologique-Politique et son Traité Politique. Nous analysont de quelle façon la loi naturelle est afirmée par Espinosa comme expression de la puissance
positive et actuelle de la multitude et la loi civile perçue comme une expression immanente des propres relations constitutives de la multitude. Enfin, à notre thème central, nous analysons l obéissance politique comprise par l auteur comme cause immanent du pouvoir politique et par conséquent cause de son caractère démocratique ou tyrannique. En passant par la distinction entre l obéissance libre
des citoyens et l obéissance servile de l esclave, nous étudions comment l imagination peut engendrer l obéissance comme désir de servir, et les affects que, au-delà de la peur, peut accompagner la servitude politique.
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[pt] A NOÇÃO DE SERVIDÃO EM ESPINOSA / [fr] LA NOTION DE SERVITUDE CHEZ SPINOZALUISA LEITE PACIULLO 14 December 2023 (has links)
[pt] A questão da servidão permeia toda a filosofia de Espinosa. Seja no campo
ético, seja no político, a servidão é um problema quando se trata da experimentação
da liberdade política, sendo necessário, portanto, compreender suas causas e seus
efeitos práticos. Na experiência política, a tirania se torna o principal efeito prático
da servidão e sua constituição reside nas mãos da multidão. É por isso que Espinosa
afirma que não adianta derrubar o tirano se não eliminar as causas da tirania, ou
seja, investigar, na multidão, os motivos pelos quais um regime tirânico chega ao
exercício do poder político. Começaremos este trabalho com uma análise da
servidão no plano da Ética: a reflexão perpassa pela noção do conatus e pela lógica
dos afetos que rege as relações sociopolíticas. A dinâmica afetiva é fundamental
para compreender não só as causas da servidão, mas todas as relações entre os
corpos. A noção de servidão está relacionada com a ideia do preconceito finalista
que, no campo político, se transforma em superstição. Por fim, como a servidão,
ainda que individual, só pode ser pensada com a instituição da política, é necessário
analisar o conceito de multidão. É, para Espinosa, o sujeito político que não segue
ordem racional, mas sim, é pensada através da dinâmica afetiva. A partir desse
conceito, a figura do vulgus possui papel fundamental para o entendimento do tema
proposto, assim como a compreensão da obediência política e as diferenças entre a
obediência servil do escravo e a obediência livre do cidadão. A resistência à
servidão é expressão do conatus e necessária, assim como a obediência, para a
constituição de um campo político mais democrático e de um temperamento menos
servil da multidão. / [fr] Le sujet de la servitude marque toute la philosophie de Spinoza. Que ce soitau domaine éthique ou politique, la servitude est un problème lorsqu il s agitd expérimenter la liberté politique, et il est donc nécessaire d en comprendre ses causes et ses effets pratiques. Dans l expérience politique, la tyrannie devient le principal effet pratique de la servitude et sa constitution demeure aux mains de lamultitude. C est pour ça que Spinoza affirme qu il est inutile d abattre le tyran sion n élimine pas les causes de la tyrannie, c est-à-dire, il faut enquêter sur lamultitude les raisons pour lesquelles le régime tyrannique parvient à l exercice dela puissance politique. D abord, on analyse la servitude sous les thermes del Éthique: la réflexion passe par la notion de conatus et par la logique des affections qui régit les relations sociopolitiques. La dynamique affective est fondamentale pour comprendre non seulement les causes de la servitude, mais toutes les relationsentre les corps. Le concept de servitude est lié à l idée du préjugé finaliste qui, dansle domaine politique, devient superstition. Enfin, comme la servitude, elle-même individuelle, ne peut être pensée qu avec l institution de la politique, il est nécessaire donc analyser la notion de multitude. Pour Spinoza, c est le sujet politique que ne suit pas l ordre rational, toutefois celui qui est pensé à travers dela dynamique affective. En s appuyant sur ce concept, la figure du vulgus a un rôle fondamental pour la compréhension du thème, ainsi que l entendement del obéissance politique et les différences entre l obéissance servile de l esclave etcelle libre du citoyen. La résistance à la servitude est l expression du conatus et nécessaire, ainsi que l obéissance, pour la constitution d un domaine politique plus démocratique et d un caractère moins servile de la multitude.
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