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Olaudah Equiano : a vida de um marinheiro negro no atlântico do século XVIII e a memória de ÁfricaCanto, Rafael Antunes do January 2015 (has links)
O presente trabalho tem por objetivo estudar e compreender a trajetória e o contexto de vida de Gustavus Vassa (que se auto denominava, também, Olaudah Equiano) (1750- 1797), um africano que atuou como marinheiro nas embarcações do Atlântico, tendo por base sua autobiografia escrita e editada em 1789. O objetivo principal é verificar a validade desse texto enquanto fonte histórica, analisar a vida desse sujeito como marinheiro durante o período e discutir sua memória em relação ao continente africano. Pretende-se a partir de tal texto reconstruir aspectos do cotidiano dos marinheiros que trabalhavam no Atlântico durante o século XVIII, e analisar a maneira pela qual o seu autor apresenta a memória de sua comunidade de origem, a comunidade Igbo, da atual República da Nigéria, na África ocidental. Esse trabalho foi baseado principalmente na autobiografia desse homem que se intitulava Olaudah Equiano, o africano, mas que possuía um nome de batismo ocidental, Gustavus Vassa. A obra desse marinheiro tem sido reeditada desde sua primeira edição em 1789 e hoje faz parte do cânone de textos conhecidos como literatura afro-americana. São diversos os estudos ligados a outras áreas de pesquisa, como Literatura, que utilizam desse relato para estudar o cotidiano dos escravos e ex-escravos no período em questão. Nossos principais objetivos nesse trabalho foram verificar a validade desse texto enquanto fonte histórica, analisar a vida desse sujeito como marinheiro durante o período e discutir sua memória em relação ao continente africano. Procuramos colocar à prova o texto de Gustavus Vassa enquanto fonte histórica acerca do cotidiano dos marinheiros e também em relação a seu passado em África. Pretendemos, a partir do texto desse africano, reconstruir um pouco do cotidiano dos marinheiros que trabalhavam no Atlântico durante o século XVIII. Além disso, podemos também observar que muitos desses marinheiros eram africanos ou afro-americanos que engajavam-se nessa lide com o objetivo de ascender socialmente, ou mesmo para sobreviver de uma forma mais digna do que os outros escravizados nas plantations do novo mundo. / The paper aims to study and understand the biography and life context of Gustavus Vassa (who also called himself Olaudah Equiano) (1750-1797), an African who worked as a sailor in the vessels of the Atlantic. Our study is based on his autobiography, written and edited in 1789. Our main objectives in this work were to verify the validity of the text as a historical source, analyze the life of this subject as a sailor during the period of his life and discuss his memory in relation to the African continent. By analyzing the text, we also seek to reconstruct aspects of the daily life of sailors that worked in the Atlantic during the 18th century and analyze the way the author presents the memory of his native community, the Igbo who currently reside in the Republic of Nigeria in West Africa. The work was based on the autobiography of this man, who called himself Olaudah Equiano, the African, but had a western forename, Gustavos Vassa. This sailor‟s work has been reedited since its first edition in 1789 and today is part of the canon of known texts of african-american literature. There are several studies connected to other research areas, such as Literature, that use this account to study the daily life of slaves and former slaves in the period in question. We tried to put to the test Gustavus Vassa‟s text as a historical source about the lives of sailors, as well as his past in Africa. Based on this African man‟s text, we sought to reconstruct a bit of the everyday life of sailors who worked in the Atlantic during the eighteenth century. In addition, we also observed that many of these sailors were African or African-Americans who commited to this activity in order to ascend socially or even seeking a better life than other slaves in the plantations of the New World.
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Relações sul-sul e a perspectiva brasileira da détente : uma análise histórica da “correção de rumos para a África” do Brasil (1974-1979)Feijó, Brunna Bozzi January 2016 (has links)
A partir de 1974, a política externa brasileira em relação à África foi reformulada, o que, nas palavras do então ministro de relações exteriores do Brasil, tratou-se de uma “correção de rumos para a África”. O aumento de representações diplomáticas em países africanos, assim como a política de reconhecimento irrestrito das independências e dos governos de Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, rompendo com um padrão histórico de ambivalências quanto ao colonialismo português, consistiram nas principais medidas tomadas. A questão que orienta a presente pesquisa é a de compreender de que forma a “correção de rumos para a África” se relacionou ao processo mais abrangente de criação de convergências, políticas e econômicas, com países em desenvolvimento e/ou países pós-coloniais, elemento característico da política externa brasileira desenvolvida durante o governo do presidente Ernesto Geisel. Trata-se de uma pesquisa eminentemente documental, cujas fontes primárias foram produzidas no âmbito do Ministério de Relações Exteriores do Brasil e de outros órgãos vinculadas ao Poder Executivo, em sua maioria depositadas junto ao CPDOC/FGV. O argumento central da pesquisa é que o autoproclamado “pragmatismo” da política externa do governo Geisel foi sintomática da revisão ao padrão de inserção internacional do país, o qual, desde a II GM, tornara-se cognoscível por meio da prioridade dada às relações com o Norte industrial em matéria de cooperação econômica, tanto quanto da urgência concedida à segurança compartilhada do hemisfério ocidental. O argumento parte da constatação de que a détente da Guerra Fria foi interpretada, no Brasil, como um tipo de consenso, ainda que precário, entre potências industriais em prol da consolidação de áreas de influência no Terceiro Mundo. A revisão ao então “pertencimento ocidental” em matéria de desenvolvimento e de segurança teve na grande janela de oportunidade das relações Sul-Sul na década de 1970 uma condição de emergência. No Atlântico Sul, essa revisão mostrou-se em seus contornos mais nítidos, dado o papel pregresso de resguardo ao “avanço comunista” conferido ao Brasil em suas relações com o continente africano. A partir de 1974, o agenciamento, político e econômico, de países africanos pós-coloniais, sobretudo em matéria de descolonização portuguesa, foi crucial para estabelecer um novo sentido à inserção do Brasil no Atlântico, em que tanto a noção de segurança, quanto a de desenvolvimento, se deram por bases mais autóctones – em que o próprio socialismo africano passou a ser lido como manifestação de “pragmatismo”. / In 1974, Brazil reshaped its foreign policy towards Africa, which, in the words of the Brazilian secretary of state at the time, meant a “correction of course towards Africa.” The main steps taken were an increase in the number of diplomatic outposts in African countries and the unbound recognition of the independences of Angola, Guinea-Bissau and Mozambique, which broke away from a historical pattern of ambivalence toward Portuguese colonialism. The issue that guides this research is understanding the role that this “correction of course towards Africa” played in the overarching process of economic and political convergence with developing and/or post-colonial countries, a defining component of Brazilian foreign policy during the Ernesto Geisel administration. This is chiefly an archival research, whose primary sources where retrieved from Brazil’s Department of State and other offices associated with the country’s Executive Branch, most of which are archived in the Contemporary Brazilian History Research and Documentation Center of the Getulio Vargas Foundation (CPDOC/FGV). This paper main argument is that the self-proclaimed “pragmatism” in Geisel’s foreign policy was a manifestation of an overhaul of the country’s pattern of international involvement. Since World War II, this pattern had been marked by a high priority given to the relations with the industrial North in issues of economic cooperation as well as by a sense of urgency for shared security in the Western Hemisphere. The leading thread of the analysis assumes that the Cold War’s deténte was interpreted in Brazil as an agreement, albeit precarious, among industrial powers over their respective zones of influence in the Third World. The critical revision of Brazil’s “belonging to the West” in issues of development and security found solid ground in the major window of opportunity presented by the South-South relations of the 1970’s. This revision was the most evident in the South Atlantic due to Brazil’s previous role in the thwarting the “spread of communism” in Africa. From 1974, the economic and political pursuit of newly independent African countries, especially of former Portuguese colonies, was central in establishing a new sense of Brazilian insertion in the South Atlantic, in which both security and development ties were locally founded – and in which African socialism began, on its turn, to be conveyed by the Brazilian government as an instance of “pragmatism.”
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Análise da arquitetura africana de paz e segurança : o papel da IGAD na estabilização do chifre da ÁfricaCardoso, Nilton César Fernandes January 2015 (has links)
A busca pela pacificação da África pode ser considerada como um dos principais desafios encontrados pelos países africanos no imediato pós-independência. Em certa medida, romper com guerras civis e garantir a estabilidade continental foram se tornando algumas das principais preocupações das lideranças africanas. Reflexo disso pode ser encontrado nas várias iniciativas propriamente africanas criadas no continente no período pós-colonial visando à estabilidade e à promoção do desenvolvimento econômico e social do continente. Nesse sentido, o presente trabalho busca compreender a evolução da Arquitetura Africana de Paz e Segurança (AAPS) desde a criação da Organização da Unidade Africana (OUA), em 1963 – primeiro mecanismo africano de segurança –, até os dias atuais, com foco na Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD) na estabilização do Chifre da África. / The search for the pacification of Africa may be considered as one of the main challenges found by African countries in the post-independence immediate period. To some extent, to break off civil wars and guarantee continentall estability increasingly became a major concern of African leaderships. The impact of this can be found in several truly African initiatives created in the post-colonial period, aiming to ensure stabilty and promotion of economic and social development on the continent. In this sense, this work seeks to comprehend the evolution of the African Architecture of Peace and Security (AAPS) since the creation of the Organization of the African Unity in 1963 - first African security mechanism - up to this day, focusing in the Intergovernmental Authority on Development (IGAD) in the estabilisation of the Horn of Africa.
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Composições e afetos com fotoáfricas exercícios de pensamento na educação geográficaDesiderio, Raphaela de Toledo January 2017 (has links)
Trata-se de uma pesquisa-experimentação. Experimentação como pensamento, como criação, como potência de subjetivação. Um pensamento com e pelas imagens na educação geográfica. Uma pesquisa que Intenciona problematizar fotografias didáticas do continente africano presentes em livros didáticos de Geografia, procurando pelos enunciados e formações discursivas que nos fazem ver a África a partir do estereótipo e da alteridade. Trata-se de exercícios de pensamento que objetivam deslocar o já dado do continente pela via das imagens. Intenta-se compreender, num primeiro momento, qual ideia de África está presente em livros didáticos de Geografia, e suas implicações para a construção de saberes sobre o continente numa abordagem geográfica da questão racial. A pesquisa toma como referência o diálogo entre a educação geográfica e os campos dos Estudos Africanos e Pós-Coloniais explorando os elementos que constituem o discurso colonial. Considera a colonialidade do poder, a diferença colonial, e o inconsciente colonial-capitalístico como noções centrais, pois são intrínsecas à formação do sistema mundo moderno/colonial e, portanto, do capitalismo. Nessa perspectiva, a invenção da raça torna possível, dois grandes eventos modernos: o tráfico de africanos e a colonização. Já num segundo momento, a escrita se volta para o exercício de criar modos de deslocar a fotografia de seu lugar de representação, evidência, documento, arrastando-a para exercícios de pensamento capazes de possibilitar práticas de subjetivação com e pelas imagens na educação geográfica, a fim de enfrentar as questões étnico-raciais e a educação pelas imagens na Educação Básica. Problematiza, portanto, a espacialidade da questão racial, encaminhando a análise para a compreensão das invenções, efabulações a respeito da África e sua gente. Os exercícios de pensamento com e pelas imagens procuraram desestabilizar, desarranjar, desorganizar, escapar a uma sequência estabelecida para o estudo do continente africano nos livros didáticos. A técnica da colagem foi utilizada para criar composições de fotoáfricas, algo da ordem da criação do pensamento, algo capaz de fazer a África escapar do lugar que ocupa nas páginas do livro didático. Trata-se de arrastar o pensamento a outras paragens para permitir-se afetar por outras Áfricas, uma África de afetos, uma Geografia de afetos. Percebeu-se que o exercício de desmanchar a África em nós é da ordem da sensibilidade, sendo preciso atuar nessa dimensão para que outros modos de ver, sentir e ouvir Áfricas possa aparecer em nossas práticas com as imagens na educação geográfica e na vida. Experimentar é, portanto, da ordem da criação pela sensibilidade. Os exercícios oportunizaram espaços de discussão sobre a África que nos fazem ver na educação geográfica, mostraram a tensão entre a força das fotografias didáticas, que operam na ordem do clichê, que validam e reproduzem discursos hegemônicos eurocêntricos, e o descompasso em relação às diretrizes para a Educação das Relações Étnico-raciais. Ao mesmo tempo, proporcionaram encontros com e pelas fotografias, colocando-nos em movimento, mobilizando o pensamento para a presença das imagens como potência, como possibilidade de fazer ver e sentir outras Áfricas, Áfricas que surgem de encontros com a literatura, por exemplo, mas que surgem muito mais pela vida que pulsa, pelo desejo de mudar a ordem das coisas. / This is an experimentation-research. A research that is understood as an experimentation happening as thought, as creation, as a subjectivation power. A thought-experimentation with and through images that takes place in Geographic Education. This research intends to problematize didactic photographs of the African continent in didactic geography books and tries to find statements and discursive formations which show Africa as a stereotype and as a land of otherness. It is a set of practices of the thought which aim to displace the imaginary created around the continent using images to that end. It first tries to comprehend what is the idea of Africa in Geography didactic books and which are their implications to the construction of the continent imaginary, adopting for this purpose a geographic approach of the racial question. In this regard, it takes as reference the dialogue between the geographic education and the field of African and Postcolonial/Culture Studies, hence exploring the elements of the colonial discourse. It also considers the coloniality of the power, the colonial difference and the colonial-capitalistic unconscious as central notions, inasmuch as they are intrinsic to the formation of the modern/colonial world-system and so to the capitalism. In that perspective it finally ponders the invention of race as the responsible for the enabling of two big modern events: the African trade and the colonization. After this first movement of thought, the research secondly turns to the practice of creating modes to displace the African continent photographs of their places of representation, documentation and still evidence, moving them to practices of the thought which are able to allow subjectivations with and through these images in the Geographic Education, thus intending to face the ethnical-racial questions and the education through images in Basic Education. Hence, it problematizes the spatiality of the racial question, turning the analysis to the comprehension of the inversions and fabrications surrounding Africa and its peoples. These practices of the thought with and through images tried to disturb, destabilize, disrupt and disarrange the established sequence of study that the African continent has in didactic books, thus using a collage technique to create “photo-africas” compositions which could, by the ability of creation of the thought, give Africa a chance to escape from the usual place the continent has on the their pages. These experimentations intend thereby to drag the thought to other places, giving it a chance to be affected by “other Africas”, Africas of affections, Geography of affectations. As a result of this research, it was seen that the practice of dismantling Africa in us it’s from the order of the sensible, therefore being urgent to act on this dimension in order to create in our practices with images, both in Geographic Education as in life in general, another modes of seeing, feeling and hearing Africas. Experimenting is thus from the order of the creation through sensibility, and so the practices with the images made possible the emergence of an environment of discussions about Africa which have shown, in the Geographic Education, the tension between the strength of the didactic photographs, which act as clichés, authenticating, validating and reproducing hegemonic eurocentrical discourses, and their mismatch in relation to the guidelines to the Education to Ethnical-Racial Relations. At the same time, these practices provided encounters with and through photographs, opening new possibilities and mobilizing the thought to the known of images as more than representations, to their presence as powers and possibilities of seeing and feeling another Africas, Africas that can emerge from encounters with literature, for instance, but which substantially and certainly emerge strongest through the life that pulses and though the desire of changing the order of the established things. / Se trata de una investigación experimental. Experimento como pensamiento, como creación, como potencia de subjetivación. Un pensamiento con y por las imágenes en la educación geográfica. Tiene la intención de problematizar fotografías didácticas del continente africano presentes en libros didácticos de Geografía, buscando por enunciados e informaciones discursivas que nos hacen ver África desde el estereotipo y la austeridad. Se trata de ejercicios de pensamiento con el objetivo de desplazar lo ya dado del continente por la vía de las imágenes. Se intenta en un primer momento comprender cual idea de África está presente en los libros didácticos de Geografía y sus implicaciones para la construcción de saberes sobre el continente en un abordaje geográfica de la cuestión racial. La investigación tiene como referencia el diálogo entre la educación geográfica y los campos de los Estudios Africanos y poscoloniales explorando los elementos que constituyen el discurso colonial. Considera la colonialidad del poder, la diferencia colonial, y el inconsciente colonial capitalista como nociones centrales, ya que son intrínsecas a la formación del sistema mundo moderno/colonial y, por lo tanto, del capitalismo. En esa perspectiva, la invención de raza posibilita dos grandes eventos modernos: el tráfico de africanos y la colonización. En un segundo momento, la escritura se vuelve al ejercicio de criar modos de desplazar la fotografía de su lugar de representación, evidencia, documento, llevándola para ejercicios de pensamientos capaces de posibilitar prácticas de subjetivación con y por las imágenes en la educación geográfica, a fin de enfrentar las cuestiones étnico-raciales y la educación por las imágenes en la Educación Básica. Problematiza, por lo tanto, la espacialidad de la cuestión racial, encaminando el análisis para la comprensión de las invenciones, ficciones a cerca de África y su gente. Los ejercicios de pensamiento con y por las imágenes buscan desestabilizar, desordenar, desarreglar, huir de una secuencia establecida para el estudio del continente africano en los libros didácticos. La técnica de collage fue utilizada para crear composiciones de foto-áfricas, algo del orden de la creación del pensamiento, algo capaz de hacer con que África huya del lugar que ocupa en las páginas del libro didáctico. Se trata de arrastrar el pensamiento a otros parajes para permitir sensibilizarse por otras Áfricas, un África de afectos, una geografía de afectos. Se percibió que el ejercicio de deshacer el África en nosotros es del orden de la sensibilidad, es necesario actuar en esa dimensión para que otras maneras de ver, sentir y oír Áfricas pueda aparecer en nuestras prácticas con las imágenes en la educación geográfica y en la vida. Experimentar es, por lo tanto, del orden de la creación por la sensibilidad. Los ejercicios posibilitaran espacios de discusión sobre África que nos permiten ver en la educación geográfica, mostraron la tensión entre la fuerza de las fotografías didácticas, que operan en el orden del cliché, que validan y reproducen discursos hegemónicos eurocéntricos, y un descompaso en relación a las directrices para la Educación de las Relaciones Étnico-raciales. Simultáneamente, proporcionaron encuentros con y por las fotografías, nos poniendo en movimiento, movilizando el pensamiento para la presencia de las imágenes como potencia, como posibilidad de ver y sentir otras Áfricas, que surgen de encuentros con la literatura, por ejemplo, pero que surgen mucho más por la vida que pulsa, por el deseo de cambiar el orden de las cosas.
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Na sala de aula : a África de meus alunosLima, Romise Inez de January 2014 (has links)
Esta dissertação tem como temática mostrar a visibilidade da África pelos alunos, estabelecida por diversas leituras de imagens inscritas em diversos locais. O estudo está ancorado na interface dos campos da Geografia e da Educação, por possibilitar tensionamentos nos significados construídos discursivamente sobre a África. E, também, por orientar os modos de fazer a pesquisa, onde foram utilizadas ferramentas teóricas trazidas devido aos conceitos de poder, discurso, identidade, alfabetização visual e juventudes, cujas quais, foram sendo operadas na medida em que fossem necessárias. Os dados do estudo foram extraídos de duas atividades didáticas realizadas com alunos da 8ª série do Ensino Fundamental de uma escola pública na cidade de Porto Alegre – RS. As atividades foram as seguintes: Oficina 1 - A África Imaginada, onde os alunos fizeram um desenho e um pequeno texto sobre a África. A intenção é a de entender qual é o significado da África para os alunos antes de iniciar a estudá-la como conteúdo na disciplina. Oficina 2 - A África Capturada tem por objetivo compreender quais as leituras de África que os alunos fazem a partir da prática de elaborar um cartaz com imagens da África que se encontram nos seus livros didáticos. Com estes dados foi construído três focos de analises: Dos estilos africanos, os alunos escolheram imagens que mostram uma África homogênea em termos de estética e costumes. Dos modos de sustento, as imagens selecionadas pelos alunos trazem significados sobre os modos de viver tradicional dos africanos. Das paisagens, as escolhas foram endereçadas para as paisagens naturais. Constata-se que, ainda após 10 anos da Lei 10.639, a África bipartida ainda existe, onde o seu lado bom é marcado pela sua grandiosa natureza, a qual remete a ideia de natureza (romântica) intocada sem a intervenção humana, e seu lado ruim é evidenciado por imagens de miséria, pobreza, fome entre outras. Ambos os lados são produções que repetem as construções do discurso colonial hegemônico, reafirmando o preconceito sobre as formas atrasadas de viver no tempo, sem possibilidades de evolução tecnológica, onde nem a classificação capitalista nem a subdesenvolvida são consideradas. Evidencia-se ainda, efeitos do discurso escolar e midiático que produzem um aluno pouco crítico. Estas recorrências discursivas clamam pela urgência da necessidade de trabalhar mais e mais no deslocamento destes saberes para a produção de novos olhares. / This Dissertation aims to show the students view of Africa, established by several readings of images registered in several locations. The study is anchored at the interface of Geography and Education areas, as it enables tensionings in the discursively constructed meanings about Africa. And also for guiding the ways of doing research, where were used theoretical tools because of their power, discourse, identity, visual literacy and youths concepts, which have been operated to the extent as they were necessary. The study data were extracted from two didactic activities carried out with students from the 8th grade of the Elementary School of a public school in the city of Porto Alegre - RS. The activities were as follows: Workshop 1 - The Imagined Africa, where the students made a drawing and a short text about Africa. The intention is to understand what the significance of Africa is for the students before starting to study it as content in the subject. Workshop 2 - The Captured Africa, which aims to understand the readings of Africa that the students do from the practice of preparing a poster with images of Africa that are in their didactic books. With these data it was built three focuses of analysis: Of African styles, students chose pictures that show a homogeneous Africa in terms of aesthetics and costumes. Of livelihood ways, the selected images by the students bring meanings about Africans traditional ways of life. Of landscapes, the choices were addressed to natural landscapes. It is verified that even after 10 years of the Law 10.639, the bipartisan still exists in Africa, where its good side is marked by its grandiose nature, which refers to the idea of the untouched (romantic) nature without human intervention, and its bad side is evidenced by images of misery, poverty, hunger, among others. Both sides are productions that repeat the constructions of the hegemonic Colonial discourse, reaffirming the prejudice about the backward ways of living in time without possibilities of technological evolution, where neither the capitalist nor the underdeveloped classifications are considered. It is also evidenced the mediatic and school discourse effect that produce a slightly critical student. These discourses recurrences call for the urgency of the need to work more and more in the displacement of this knowledge to produce new perspectives.
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Nakirigrafias como potencializadoras de compreensão da escola em/a partir de Guiné Conacri/África. / Nakirigraphies comme potentialisatrices de compréhension de lécole dans/à partir de la Guinée Conakry/AfriqueGeoésley José Negreiros Mendes 16 June 2015 (has links)
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Esta dissertação apresenta uma pesquisa cuja reflexão principal transborda a existência de um jogo de relações/interações muito significativo que compõe a vida, especificamente a vida no espaçotempo da Escola III na cidade de Forecariá, República da Guiné, África. Esse jogo, entre as políticaspráticas coordenadas e exercidas pela/na escola a partir da narrativa oficial/colonial que dela se cria, e as políticaspráticas que sinalizam as formas com que os sujeitos da vida cotidiana estudantes, professores, diretor e comunidade - compreendem o mundo - por muitas vezes desloca nossas certezas sobre a escola em África e no Brasil, e nos oferece outras escolhas para pensar a educação escolar e a produção de conhecimento em Ciências Humanas. O que este trabalho apresenta é produto de encontros e experiências, principalmente de diálogo entre o pesquisador e os/as 12 estudantes, meninos e meninas do 4 ao 6 ano do Ensino Fundamental da escola em questão, campo direto da pesquisa. A fotografia mediou o nosso encontro principal. É principalmente através de imagens fotográficas produzidas por esses sujeitos durante 30 dias dentrofora de sua escola, e a partir dela, por meio de uma oficina de fotografias realizada em seu interior, que procuro compreender as engenhosidades que constituem esse jogo. Tida como uma criação estética, política e cultural por ser uma forma de linguagem - onde os sujeitos negados pela racionalidade hegemônica como produtores de conhecimento e cultura se enunciam e apontam a falibilidade da política moderno colonial, as imagens fotográficas produzidas pelos/pelas estudantes constatam um diálogo entre vozes/enunciações políticas diferentes que habitam a escola e, assim, nos propõe deslocamento e travessias político-epistemológicas para compreendê-la. Nesse sentido, as fotografias são aqui chamadas de nakirigrafias porque são enunciações de nakirikai, ou seja, dos de outros lados que estão em constante movimento, trânsito, travessia e deslocamento, como nos sugere a tradição de um dos primeiros povos que passaram a habitar a península que hoje se chama Conacri, a capital da Guiné. Através de uma estratégia teórico-metodológica construída principalmente a partir dos estudos do cotidiano, dos Estudos Culturais e Pós-Coloniais, e da Filosofia da Linguagem de Mikhail Bakhtin, busquei compreender esse jogo que, em experiência anterior em Guiné, já havia me afetado e me chamado à atenção
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A articulação entre política externa e política de defesa no Brasil: uma Grande Estratégia inconclusaLima, Raphael Camargo [UNESP] 02 June 2015 (has links) (PDF)
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000845624.pdf: 1297268 bytes, checksum: e15047771e0939061cefaef66f0ffde4 (MD5) / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / O objetivo da presente dissertação é analisar a articulação entre as políticas externa e de defesa no Brasil nos governos Lula e Rousseff, no período entre 2003 e 2013. Considera-se que o processo político subjacente à relação entre ambas é complexo demais para ser abordado por apenas um prisma. Por isso, buscou-se a analisá-lo a partir de um estudo de caso e de três grandes dimensões: da ação externa, das instituições e das ideias. Trabalha-se com a hipótese de que a articulação entre as duas políticas tem sido uma Grande Estratégia inconclusa. Tal condição aponta que houve aumento da convergência no período, sem que, todavia, o Brasil tenha atingido o patamar no qual ambas são tratadas de forma conjunta - ou seja, consideradas como meios complementares e combináveis para atingir os objetivos internacionais do País. Pretende-se demonstrar que o pano de fundo da aproximação entre as duas políticas foi uma confluência de imagens de mundo e expectativas sobre inserção internacional brasileira de diversos grupos envolvidos, que também afetou e foi afetada por tensões institucionais e pelo gradual aumento do perfil internacional do Ministério da Defesa brasileiro. Esses processos concomitantes aumentaram a complexidade da dinâmica entre a política externa e a política de defesa no País - resultado da pluralização de atores sociais interessados, reformas organizacionais e ampliação da atuação internacional do Brasil na área de defesa. Ainda assim, tais inflexões ocorreram sem que o País fosse capaz de institucionalizar uma Grande Estratégia que perpassasse suas principais instituições responsáveis pela ação externa / The purpose of this dissertation is to analyze the relationship between the foreign and defence policies in Brazil under Lula and Rousseff administrations, between 2003 and 2013. We considered the political process underlying this relationship to be too complex to be covered by only a single prism. Therefore, we sought to analyze it through one case study and three major dimensions: external action, institutions and ideas. We worked with the hypothesis that the relationship between the two policies has been an unconcluded Grand Strategy. This condition indicates that there was increasing convergence during the period, although Brazil has not reached the level where both are treated jointly - namely, considered as complementary and combinable means to achieve the country's international goals. We intended to demonstrate that the background of this rapprochement between these two policies was a confluence of world views and expectations towards Brazilian international insertion by several groups, which also affected, and was affected by, institutional tensions and a gradual increase in Brazilian Ministry of Defence international profile. Overall, these joint processes have increased the complexity of the dynamics between foreign and defence policies in the country - a result of pluralization of stakeholders, organizational reform and expansion of international actions of Brazil in the defense sector. Nonetheless, the country was still not able to institutionalize a Grand Strategy throughout its main institutions responsible for external action / FAPESP: 2014/02482-5
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O processo de integração regional na SADC: desafios e limites para o aprofundamento da integração (2001-2010)Fontes, Policarpo Óscar [UNESP] 03 1900 (has links) (PDF)
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000697754.pdf: 680931 bytes, checksum: 5a61ac3a97c2a48d7f8ce7672611edcc (MD5) / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) / O presente trabalho é uma reflexão sobre o processo da integração regional na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). Aborda os desafios e limites para o aprofundamento da integração, no período que vai desde a reestruturação da SADC em 2001 até à dificuldade de estabelecimento da União Aduaneira em 2010. Durante esse período, o processo de integração regional progrediu lentamente sem que houvesse distribuição igual de ganhos entre os países pertencentes ao bloco. Argumenta-se que a múltipla filiação dos Estados da SADC tem sido obstáculo para o aprofundamento da integração regional. Analisa-se os principais desafios para o aprofundamento da integração e desenha perspectivas para o futuro. / This work intends to reflect on the process of regional integration in Southern African Development Community (SADC). It discusses the challenges and limits to the deepening of integration in the period from the restructuring of SADC in 2001 to the difficulty of establishing the Customs Union in 2010. During this period, the regional integration process has moved slowly and there was no equal distribution of gains among the SADC member states. The argument hereof sugests as the main obstacles to further integration: the multiple membership of SADC member states to the various regional blocs.
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O silêncio sobre o negro na construção da identidade de Curitiba : memória e esquecimentoCarvalho, Tatiane Valéria Rogério de January 2016 (has links)
Orientador : Prof. Dr. Lígia Negri / Tese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa: Curitiba, 27/04/2016 / Inclui referências : f.174-177 / Área de concentração : Estudos linguísticos / Resumo: Com base na Análise do Discurso (AD) francesa, na perspectiva de Pêcheux, este
texto tem por objetivo analisar o silêncio sobre o negro na construção identitária de
Curitiba. Para atingir tal objetivo, são discutidos, inicialmente, o discurso fundador
dessa identidade, por meio dos escritos de Auguste de Saint-Hilaire (1995), Romário
Martins (1995) e Wilson Martins (1989), que valorizam o imigrante europeu e a
superioridade da raça branca e invisibilizam o negro/escravo. Como contraponto a
esses discursos, são apresentados anúncios do jornal O Dezenove de Dezembro,
do século XIX, que atestam a presença do negro/escravo na formação da cidade
paranaense. Além disso, é apresentada a concepção urbanística criada para
Curitiba, que materializa o discurso fundador no planejamento urbano da cidade,
contribuindo para a construção dessa identidade. Como fundamentação teórica, são
discutidos, na perspectiva sociológica, os conceitos de memória e esquecimento
(HALBWACHS, 1990; ROSSI, 2010); e, na perspectiva da AD, os conceitos de
Formação Discursiva, Formação Ideológica, Formações imaginárias, memória
discursiva, rememoração/comemoração (VENTURINI, 2009), lugares de memória
(NORA, 1993) e silêncio (ORLANDI, 1997). Por meio da análise dos discursos
fundadores paranaenses, dos anúncios dos jornais O Dezenove de Dezembro, dos
lugares de memória (urbanismo e slogans) foi possível verificar como a construção
da identidade curitibana apaga o negro de sua história, silenciando-o e criando o
efeito de sua inexistência.
Palavras-chaves: Análise do Discurso. Memória. Esquecimento. Negro. Identidade
paranaense. / Abstract: Based on the French Discourse Analysis, in the perspective of Pêcheux, this textaims to analyze the silence about the black people with regard to the identitaryconstruction of the city of Curitiba. In order to achieve this goal, primarily, thefounding discourse of this identity are discussed, through the writings of AugusteSaintHilaire(1995), Romario Martins (1995) and Wilson Martins (1989), whomvalued the European immigrants and the white race superiority, in additon to makingthe black and the slave invisible. As a counterpoint to these speeches, news ads arepresented on a newspaper from the nineteenth century, called O Dezenove deDezembro, that attest to the presence of black/slave in the formation of the city. Inaddition, the urban design created for Curitiba, that materialized the foundingdiscourse in the urban planning of the city, contributing to the construction of thisidentity, is presented. As a theoretical foundation, are discussed, in a sociologicalperspective, memory and forgetfulness concepts (HALBWACHS, 1990; ROSSI,2010); and from the perspective of Discourse Analysis, the concepts of DiscursiveFormation, Ideological Formation, discursive memory, rememoration/commemoration(VENTURINI, 2009), Realms of Memory (NORA, 1993) and silence (ORLANDI,1997). Through the Paraná founders discourse analysis, of the ads published in thenewspaper O Dezenove de Dezembro and from the realms of memory (urban andslogans), it was possible to ascertain how the construction of Curitiba identity erasesthe black in its history, silencing it and creating the effect of their nonexistence.Key words: Discourse Analysis. Memory. Forgetfulness. Black. Paranaense identity.
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Crónicas de la afronegritud en América : la autonomía interpretativa de los afrodescendientes en la tradición cristianaPedro Acosta Leyva 09 March 2009 (has links)
En este trabajo el autor examina el legado teológico cristiano de los africanos y sus
descendientes en América. En el primer capítulo elabora una síntesis del origen de los afronegros
que remonta a los albores de la humanidad, pasa por la civilización egipcia, revisa los
registros de antiguos viajes de africanos a América e interpreta las teorías que definen las
razones de la esclavitud negra en América. En los dos capítulos siguientes el autor traza una
línea cronológica de los eventos, circunstancias y discursos que manifiestan la autonomía
interpretativa cristiana de los afro-negros en América. / The author on this work examines the Christian theological legacy of the Africans and their
descendants in America. In the first chapter he makes a synthesis of the Afro-blacks origin
that goes back to the beginning of Mankind, goes through the Egyptian Civilization, revises
the records about the journeys of Africans to America in the past, and interprets the theories
that define the reasons of the black slavery in America. In the two following chapters, the
author draws a chronological line regarding the events, the circumstances, and the discourses
that show the Afro-blacks Christian interpretative autonomy in America.
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