Spelling suggestions: "subject:"índio"" "subject:"indio""
171 |
Preparo e avaliação dos complexos de derivados de tiossemicarbazonas com(67/68 Ga) gálio, [99mTc] tecnécio e (111In)índio, como potenciais agentes para detecção de tumores / Preparation and evaluation of the thiosemicarbazone derivative complexes (67/68Ga)gallium, [99mTc]technetium and (111In)Indium as potential agents for tumor detectionLafratta, Alyne Eloise 06 June 2016 (has links)
Nas últimas décadas a medicina nuclear tornou-se uma grande aliada no auxílio ao diagnóstico de doenças e também para o tratamento do câncer. Parte deste sucesso está relacionada à constante pesquisa e desenvolvimento de novos radiofármacos. Uma classe de molécula que vem se mostrando promissora para o tratamento de tumores, tanto na sua forma orgânica quanto na forma de complexos organo-metálicos, é a tiossemicarbazona e seus derivados, os quais também podem formar complexos com radioisótopos metálicos dando origem a radiofármacos para diagnóstico e terapia. Neste trabalho foram preparados complexos com o ligante benzil-5-hidroxi-3-metil-5-fenil-4,5-diidro-1H-pirazol-1-carboditionato (H2bdtc) com os radioisótopos [99mTc]tecnécio, (67/68Ga)gálio e (111In)índio, e foram avaliados a pureza radioquímica, Log P e a estabilidade na presença de L-cisteína, L-histidina, soro albumina humana (SAH) e plasma de sangue humano; também foram avaliadas a taxa de captação dos radiofármacos in vitro em células de melanoma murino B16F10 e TM1M, além da avaliação da captação ex vivo e in vivo utilizando camundongos C57B/6 inoculados com as duas linhagens tumorais. Com o [99mT]tecnécio foram obtidos dois complexos diferentes, dependendo da concentração do PBS na solução, sendo que em um deles foi possível confirmar sua estrutura como [[99mTc]O(bdtc)(Hbdtc)] a partir do complexo de rênio [ReO(bdtc)(Hbdtc)], o outro complexo de [99mTc]tecnécio, bem como de (67/68Ga)gálio e (111In)índio não tiveram a estrutura caracterizada. A eficiência de marcação dos complexos foi superior a 90 %, com Log P maior que 1 para os complexos [[99mTc]O(bdtc)(Hbdtc)], [[99mTc]-bdtc] e [67/68Ga-bdtc] e 0,9 para [111In-bdtc]. Todos os complexos se mostraram com boa estabilidade na presença de L-cisteína e L-histidina, principalmente na primeira hora de incubação, mas não o foram na presença de SAH e plasma. A captação in vitro dos complexos em células B16F10 e TM1M variou entre 0,6 % e 1,8 %, e nos estudos de biodistribuição ex vivo foi obesrvada intensa e persistente captação hepática e no baço, superando 90 %, e captação no tumor variando de 0,2 % a 3 %, enquanto que nas imagens in vivo não foi possível observar de forma uma adequada captação nos tumores a ponto de permitir o uso como agente de diagnóstico. Os resultados permitem concluir que os complexos de derivados tiossemicarbazonas podem formar complexos com diferentes metais, mas novos derivados devem ser preparados para tentar melhorar o desempenho nos sistemas biológicos. Os experimentos com animais foram aprovados pela Comissão de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina - USP, processo 372/12 / In recent decades, nuclear medicine has been used as diagnostic agent for disease and for the treatment of cancer. Part of this success is related to the constant research and development of new radiopharmaceuticals. Thiosemicarbazone and their derivatives have proven to be promising agent for the treatment of tumors, both in its organic form or as organo-metallic complexes. Also, they can to form complexes with metal radioisotopes giving radiopharmaceuticals for diagnosis and therapy. In this work we prepared complex of benzyl-5-hydroxy-3-methyl-5-phenyl-4,5-dihydro-1H-pyrazol-1-carboditionato (H2bdtc) with radioisotopes [99mTc]technetium (67/68Ga)gallium and (111In)indium and the radiochemical purity, Log P and stability in the presence of L-cysteine, L-histidine, human serum albumin (HSA) and human blood plasma were assessed; also were assessed the in vitro uptake rate of radiopharmaceuticals in murine melanoma cells B16F10 and TM1M, besides the evaluation of ex vivo uptake and in vivo using C57Bl/6 mice inoculated with both tumor lines. With [99mT] technetium two different complexes were obtained, depending on the concentration of the PBS in the solution, and one of them was had its structure to confirm as [[99mTc]O(bdtc)(Hbdtc)] from the standard rhenium complex [ReO(bdtc)(Hbdtc)], the other [99mTc] echnetium complex as well as (67/68Ga)gallium and (111In)indium not have characterized the structure. The labeling efficiency of compleos was higher than 90%, with log P higher than 1 for the complexes [[99mTc]O(bdtc)(Hbdtc)], [[99mTc]-bdtc] and [(67/68Ga)-bdtc] and 0.9 to [111In-bdtc]. All the complexes showed good stability in the presence of L-cysteine and L-histidine, especially in the first hour of incubation, but not in the presence of HSA and plasma. The uptake in vitro complexes in B16F10 and TM1M cells varied between 0.6% and 1.8%, and in ex vivo biodistribution studies was obesrvada intense and persistent liver uptake and spleen, exceeding 90%, and tumor uptake in changing from 0.2% to 3%, while in vivo imaging was not possible to observe a properly uptake in tumors, not allowing to use these molecules as a diagnostic agent. The results indicate that the thiosemicarbazone derivative complex can give complexes with different metals, but new derivatives should be prepared to try to improve performance in biological systems. The animal experimentation was approved by Comissão de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina - USP, proccess 372/12
|
172 |
Farinha de "pau" e de "guerra": os usos da farinha de mandioca no extremo Norte (1722-1759)CRUZ, Roberto Borges da January 2011 (has links)
Submitted by Edisangela Bastos (edisangela@ufpa.br) on 2014-01-06T19:35:04Z
No. of bitstreams: 2
license_rdf: 22974 bytes, checksum: 99c771d9f0b9c46790009b9874d49253 (MD5)
Dissertacao_FarinhaPauGuerra.pdf: 896944 bytes, checksum: 3052d6abac25c703a265646e3cd6fb9f (MD5) / Approved for entry into archive by Ana Rosa Silva(arosa@ufpa.br) on 2014-01-10T13:14:47Z (GMT) No. of bitstreams: 2
license_rdf: 22974 bytes, checksum: 99c771d9f0b9c46790009b9874d49253 (MD5)
Dissertacao_FarinhaPauGuerra.pdf: 896944 bytes, checksum: 3052d6abac25c703a265646e3cd6fb9f (MD5) / Made available in DSpace on 2014-01-10T13:14:47Z (GMT). No. of bitstreams: 2
license_rdf: 22974 bytes, checksum: 99c771d9f0b9c46790009b9874d49253 (MD5)
Dissertacao_FarinhaPauGuerra.pdf: 896944 bytes, checksum: 3052d6abac25c703a265646e3cd6fb9f (MD5)
Previous issue date: 2011 / Esta dissertação analisa os usos da farinha de mandioca no Estado do Maranhão e Grão-Pará no período de 1722-1759, destacando a farinha como o alimento básico das populações indígenas, repleta de aspectos culturais e simbólicos. Igualmente, analisa como este alimento passou a adquirir importância singular entre os colonizadores portugueses, tornando-se elemento fundamental ao longo do processo de colonização da Coroa portuguesa
no extremo norte, enfocando aspectos relevantes acerca da circulação e comercialização da farinha e o papel da mão de obra indígena nas esferas da produção, circulação e desse gênero. / This dissertation analyzes the uses of cassava flour in the State of Maranhão and Grão-Pará in period 1722-1759, highlighting the flour as the staple food of indigenous peoples, full of cultural and symbolic aspects. Also examines how this food has acquired particular importance among the Portuguese colonizers, becoming a key element in the process of colonization of the Portuguese Crown in the far north, focusing on relevant
aspects of circulation and marketing of flour and the role of labor Indian in the spheres of production, circulation and of this kind.
|
173 |
Cruentas guerras: índios e portugueses nos sertões do Maranhão e Piauí (primeira metade do século XVIII)MELO, Vanice Siqueira de 19 August 2011 (has links)
Submitted by Edisangela Bastos (edisangela@ufpa.br) on 2014-01-06T19:42:11Z
No. of bitstreams: 2
license_rdf: 22974 bytes, checksum: 99c771d9f0b9c46790009b9874d49253 (MD5)
Dissertacao_CruentasGuerrasIndios.pdf: 2276310 bytes, checksum: 587218306a6b17bd66d66528aa6543f1 (MD5) / Approved for entry into archive by Ana Rosa Silva(arosa@ufpa.br) on 2014-01-14T13:21:12Z (GMT) No. of bitstreams: 2
license_rdf: 22974 bytes, checksum: 99c771d9f0b9c46790009b9874d49253 (MD5)
Dissertacao_CruentasGuerrasIndios.pdf: 2276310 bytes, checksum: 587218306a6b17bd66d66528aa6543f1 (MD5) / Made available in DSpace on 2014-01-14T13:21:12Z (GMT). No. of bitstreams: 2
license_rdf: 22974 bytes, checksum: 99c771d9f0b9c46790009b9874d49253 (MD5)
Dissertacao_CruentasGuerrasIndios.pdf: 2276310 bytes, checksum: 587218306a6b17bd66d66528aa6543f1 (MD5)
Previous issue date: 2011 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / FAPESPA - Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas / As capitanias do Maranhão e do Piauí foram palco de muitas guerras entre lusobrasileiros e índios na primeira metade do século XVIII. Esta dissertação trata desses conflitos que aconteceram durante a expansão portuguesa nessa região. A pesquisa procura analisar como o espaço das capitanias do Maranhão e Piauí é descrito nos relatos que tratam sobre as guerras, bem como a maneira pela qual as tropas contribuíram para alteração na paisagem da região. A dissertação reflete também sobre a composição dos espaços indígenas na paisagem colonial e as relações que os grupos indígenas mantinham entre eles e com os luso-brasileiros. Outra discussão feita pela dissertação trata da maneira pela qual as guerras faziam parte das relações de poder existentes no Estado do Maranhão e Grão-Pará e como a realização delas dependia de interesses particulares. / In the captaincies of Maranhão and of Piauí, in Portuguese America, there were many wars against Indians throughout the first half of the eighteenth century. This dissertation discusses how the space of these captaincies was described in colonial texts, as well as how the troops contributed to transform the landscape of the region. This dissertation examines how the colonial landscape was composed both by the Indians spaces and by the relationship that indigenous groups established with each other and with Luso-brazilian settlers. This dissertation also discusses how the wars were part of power relations within the State Maranhão and Grão-Pará and how their occurrence depended on specific political interests.
|
174 |
Os diretores de povoações: serviços e transgressões no Grão-Pará do diretório dos índios (1757-1798)MELO, Vinícius Zúniga 28 June 2016 (has links)
Submitted by Cássio da Cruz Nogueira (cassionogueirakk@gmail.com) on 2017-01-26T12:55:21Z
No. of bitstreams: 2
license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5)
Dissertacao_DiretoresPovoacoesServicos.pdf: 2103562 bytes, checksum: 77ce812fe6477e8f54ee01a17759dc5a (MD5) / Approved for entry into archive by Edisangela Bastos (edisangela@ufpa.br) on 2017-01-26T14:52:10Z (GMT) No. of bitstreams: 2
license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5)
Dissertacao_DiretoresPovoacoesServicos.pdf: 2103562 bytes, checksum: 77ce812fe6477e8f54ee01a17759dc5a (MD5) / Made available in DSpace on 2017-01-26T14:52:10Z (GMT). No. of bitstreams: 2
license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5)
Dissertacao_DiretoresPovoacoesServicos.pdf: 2103562 bytes, checksum: 77ce812fe6477e8f54ee01a17759dc5a (MD5)
Previous issue date: 2016-06-28 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Os diretores de povoações, responsáveis pela tutela do indígena aldeado durante a vigência do Diretório (1757-1798), são considerados por parte importante da historiografia como sujeitos que se aproveitaram das atribuições da função para darem conta de seus interesses pessoais, desobedecendo, constantemente, os dispositivos legais. Em razão desse comportamento, alguns autores os responsabilizam pelo “fracasso” do Diretório dos Índios. O presente trabalho, considerando restrita essa visão formulada, tem por objetivo melhor compreender quem eram os diretores que atuavam na capitania do Pará. Mediante análise das fontes, constatamos que tais sujeitos ocupavam as câmaras das Vilas e Lugares, as tropas militares e solicitavam sesmarias e mercês. Em relação a essa última, especificamente, os diretores as requeriam como retribuição a seus serviços prestados na Amazônia portuguesa. Paralelamente a esses serviços, os diretores cometiam uma série de transgressões no interior das povoações visando o acesso de riquezas locais. Dessa forma, argumentamos que servir a Coroa portuguesa e transgredir a uma de suas leis, o Diretório dos Índios, não eram práticas incompatíveis, mas sim, coexistentes no dia a dia dos diretores. Isto, porque o serviço e a transgressão se constituíam em estratégias fundamentais para a obtenção de êxito na região. É em razão de ser usada para esse fim, que argumentamos também que a transgressão continuou a existir em larga escala no Grão-Pará da segunda metade do século XVIII, mesmo sendo uma prática sobre a qual havia críticas morais entre os habitantes dessa sociedade, e mesmo ela ocorrendo em um período no qual Portugal buscou ter um controle político e econômico mais efetivo no reino e no ultramar. / The villages’ administrators, responsible for the settled Indians’ tutelage during the term Directory (1757-1798), are considered for an important part of historiography as subjects who took advantage of the role assignments to give account of their personal interests, disobeying constantly the legal provisions. Because of this behavior, some authors blame the administrators for the "failure" of the Indians’ Directory. This work, considering restricted this formulated vision, aims to understand better who were the directors that worked in Pará Captaincy. By analyzing the sources, found that those subjects occupied the chambers of the Villages, military troops and requested land grants and mercies. Regarding the latter, specifically, the directors required in return to their services in the Portuguese Amazon. Alongside these services, the directors committed a series of transgressions in the villages aiming to access local resources. Thus, we argue that serve the Portuguese crown and transgress one of its laws, the Indians’ Directory, were not incompatible practices but, coexisting on the day of the administrators. This is because the service and transgression was constituted on key strategies for achieving success in the region. It is due to be used for this purpose, which argued also that the transgression continued to exist on a large scale in the Grão-Pará of the second half of the eighteenth century, even as a practice on which there was moral criticism among the inhabitants of the society, and even she happening in a period in which Portugal sought to have a more effective political and economic control in the kingdom and overseas.
|
175 |
E por falar em povos indígenas... quais narrativas contam em práticas pedagógicas?Bonin, Iara Tatiana January 2007 (has links)
Este estudo dedica-se à análise de discursos sobre povos indígenas que, circulando em diferentes meios, são articulados em narrativas de estudantes do ensino superior. Para isso, investiguei narrativas produzidas por 68 estudantes de duas instituições situadas na Grande Porto Alegre, em cursos que preparam para o magistério. Foram realizados momentos específicos para a produção de narrativas, em quatro grupos distintos, sendo um organizado a partir de um curso de extensão e três outros, programados em momentos específicos, dentro do cronograma de disciplinas oferecidas nos cursos de Pedagogia. Considerei, nesta pesquisa, o conjunto de narrativas orais produzidas nos quatro grupos, os textos escritos e/ou desenhos feitos pelos estudantes e outros materiais trazidos para os encontros, bem como minhas anotações em um caderno de campo. As questões que mobilizaram o meu pensar durante esse processo de investigação foram as seguintes: quais discursos estão produzindo povos indígenas em narrativas de estudantes do ensino superior? Quais narrativas adquirem visibilidade para estes estudantes e que efeitos de verdade são produzidos? A partir de que fontes de informação e de que saberes os povos indígenas são nomeados e descritos no contexto escolar? Quais significados articulam-se nessas narrativas? Quais marcadores sociais são mobilizados e quais oposições binárias servem para caracterizar os povos indígenas? Como os estudantes se inserem e como são posicionados/ posicionam-se na produção dessas narrativas? Situo minha pesquisa na perspectiva dos Estudos Culturais pós-estruturalistas, problematizando práticas de significação que constituem e posicionam diferentemente os sujeitos em relações de poder/saber. Adquirem relevância, neste estudo, noções como cultura, linguagem, sujeito, poder, verdade, identidade e diferença, que problematizo tomando como referência estudos de Michel Foucault, Stuat Hall, Homi Bhabha, Zygmunt Bauman, Jacques Derrida, Jorge Larrosa, Carlos Skliar, Núria Ferre, Kathryn Woodward, Rosa Hessel Silveira, Tomaz Tadeu da Silva, Marisa Costa e Alfredo Veiga-Neto, entre outros. Tomando o conjunto de narrativas produzidas sobre povos indígenas na pesquisa, defini três eixos de análise: discursos que participam na produção de nacionalidades; discursos que produzem sujeitos em práticas escolarizadas e discursos que operam estratégias de narrar por estereótipos. Estas unidades serviram como pontos de convergência de sentidos e possibilitaram o exame de práticas diversas, ancoradas em determinados regimes deverdade. No primeiro eixo estabeleci algumas relações entre maneiras utilizadas pelos estudantes para narrar os povos indígenas e discursos históricos, literários, iconográficos, didáticos. Interessaram-me, nesta parte do trabalho, os efeitos da articulação entre povos indígenas e identidade nacional. Discuti também alguns deslocamentos nos sentidos de nação na atualidade. No segundo eixo examinei determinadas práticas institucionalizadas em currículos escolares para a abordagem da temática indígena. As práticas analisadas foram aquelas narradas pelos estudantes, especialmente nas experiências de escola básica, e meu interesse era investigar efeitos desses discursos, que conferem certo tipo de visibilidade aos povos indígenas. Chamou minha atenção a recorrência de relatos sobre a comemoração do Dia do Índio, abordagem da temática que adquire contornos específicos, colaborando para marcar o que deve ser lembrado e o que, em decorrência, deve ser esquecido. No terceiro eixo discuti a produção de estereótipos como estratégia discursiva ou seja, como uma forma de conhecimento e de identificação que imprime certa ordem, produzindo práticas e posicionando sujeitos. Analisei efeitos de articulações estabelecidas entre índio-natureza e entre práticas indígenas-pensamento mágico, abordando também maneiras de narrar a presença indígena em centros urbanos. A articulação produzida entre índio e natureza funciona como uma espécie de chave de leitura, sendo os povos indígenas narrados como habitantes naturais da floresta, lugar geográfico e social que produz também um conjunto de atributos, colados ao corpo, apresentados como sendo próprios da natureza indígena. É possível dizer que as narrativas estereotipadas sobre povos indígenas são movimentos de captura, para tornar a diferença semelhante, para marcá-la nos corpos, responsabilizando o outro pelo que nele se estranha e fixando atributos e lugares sociais. Argumento que, na produção de sujeitos indígenas e não-indígenas, operam discursos múltiplos que se enlaçam, se fortalecem, se opõem e, desse modo, constituem e engendram identidades e diferenças, em relações de poder e saber. Analisar as narrativas dos estudantes possibilitou entender identidades e diferenças como produções na cultura, operadas cotidianamente, no entrelaçamento de distintas práticas de significação, que fabricam, posicionam e governam sujeitos. Os significados são produzidos e se instituem em negociações, embates, jogos de força cotidianamente realizados. Nestas práticas, vão sendo construídos aqueles que são narrados, como também aqueles que narram. / This study is devoted to analysing discourses on Indigenous folks who, circulating in different environments, are articulated in higher education students’ narratives. So I investigated narratives by 68 students from institutions located in Porto Alegre City in courses preparing future teachers. There were special moments for the production of narratives in four different groups, in which one of them was organised from an extension course, and the other three were designed in specific moments within the curriculum provided by teaching courses. I considered in this research the set of oral narratives produced in all four groups, the written texts and/or drawings by students and other materials brought to the meetings as well as my notes in a field notebook. The issues caused me to ponder during this investigative process were the following: which discourses are producing Indigenous folks in higher education students’ narratives? Which narratives get visibility for these students and which true effects are produced? Which information and knowledge sources Indigenous folks are named and depicted from in the school context? Which meanings are articulated in these narratives? Which social markers are used and which binary oppositions characterise the Indigenous folks? How students are embedded and how they position/are positioned in producing these narratives? My research is located in the poststructuralist Cultural Studies perspective, problematising meaning making practices which constitute and position differently subjects in relation to power/knowledge. In this approach, notions such as culture, language, subject, power, truth, identity and difference are very important. Authors like Michel Foucault, Stuart Hall, Homi Bhabha, Zygmunt Bauman, Jacques Derrida, Jorge Larrosa, Carlos Skliar, Núria Ferre, Kathryn Woodward, Rosa Hessel Silveira, Tomaz Tadeu da Silva, Marisa Costa, Alfredo Veiga-Neto, among others, from their productions in this field, hep us to analyse. Taking into consideration the set of narratives about Indigenous folks in the research, I have defined three analysis axes: discourses shaping the nationalities; discourses inventing subjects in school practices and discourses operating narrating strategies by stereotypes. These units have been used as meaning convergence points and have allowed analysing many practices anchored in particular regimes of truth. In the first axis, I have established relationships between ways students have recounted Indigenous folks and historical, literary, iconographical and didactical discourses. In this part of the work I am concerned with the effects from the articulation between Indigenous folks and the national identity. I have also discussed some displacements in nation meanings in the globalisation era. In the second axis, I have examined particular established practices in curriculum to approach the Indigenous theme. The analysed practices were those recounted by students, especially in primary school experiences, and I have been concerned with effects of these discourses, which provide a kind of visibility for Indigenous folks. What has attracted my attention was recurrence of certain narratives about the Indigenous Day celebration, an approach of a theme having particular contours in classroom, helping to highlight what should be recollected and what should remain in oblivion. In the final axis, I have discussed stereotype making as a discursive strategy, that is, as a way of knowledge and identification that provides a particular order, producing practices and positioning subjects. I have analysed effects of articulations established between the Indigenous and nature, and between Indigenous practices and the magician thought, approaching also ways to recount the Indigenous presence in the urban centres. The articulation made between the Indigenous and nature works as a kind of reading key, the Indigenous folks being recounted as natural inhabitants from the forest, a social and geographical place also producing a set of characteristics, attached to the body, provided as belonging to the Indigenous nature. It is possible to say that stereotyped narratives about Indigenous folks are capturing movements to make difference similar, stamp it on the bodies, blaming on the other for what is strange in him/her and establishing characteristics and social places. I argue that in inventing Indigenous and non-Indigenous subjects, multiple discourses work by entwining, strengthening, resisting and so shaping and inventing identities and differences in power and knowledge relationships. Analysing the students’ narratives allowed understanding identities and differences as productions daily working in the culture, in the entwining of different meaning makings, which invent, position and govern subjects. Meanings are made and established in daily trades, clashes and power games. In these practices, those who are recounted and those who recount are both constructed.
|
176 |
Vozes alternativas na reconfiguração dos mitos fundacionais : presença da mulher, do negro e do índio no romance histórico contemporâneo uruguaioDebenedetti Carbajal, Fabian Eduardo January 2007 (has links)
Esta dissertação de Mestrado aborda as relações entre História e Literatura, na especificidade do romance histórico contemporâneo uruguaio, e o modo em que as vozes tradicionalmente marginalizadas da mulher, do negro e do índio questionam e reconfiguram os mitos fundacionais da nação uruguaia. Em primeira instância, descreve-se e problematiza-se o modo em que se constrói, ao longo do tempo, a relação entre Literatura e História; delimitam-se, ainda, as especificidades de cada discurso e focalizam-se as particularidades discursivas do romance histórico tradicional e contemporâneo. Em continuação, desenvolve-se, de forma articulada e diacrônica, o processo formador da nacionalidade uruguaia no que tange a seus mitos fundacionais, particularizando-se a relação entre historiografia e romance histórico, desde a Colônia até a atualidade.Em seguida, analisa-se, a partir um corpus composto por quatro romances – Las esclavas del Rincón; ¡Bernabé! ¡Bernabé!; No robarás las botas de los muertos e Jaque a Paysandú, de Susana Cabrera, Tomás de Mattos, Mario Delgado Aparaín e María Esther de Miguel, respectivamente –, a diversidade de vozes que interpelam o discurso tradicional dominante, promovendo, pois, a reformulação do imaginário nacional. Finalmente, verifica-se que, com a polifonia implícita nesta multiplicidade de vozes introduzidas pelos romances históricos contemporâneos, a comunidade uruguaia tende a reimaginarse, incorporando a consciência da marginalização, opressão e violência presentes na sua fundação. / Esta tesis de Maestría examina las relaciones entre Historia y Literatura, en la especificidad de la novela histórica contemporánea uruguaya, y el modo en que las voces tradicionalmente marginadas de la mujer, del negro y del indio objetan y reconfiguran los mitos fundacionales de la nación uruguaya. En primera instancia, se describe y se problematiza la forma en que se construye, a lo largo del tiempo, la relación entre Literatura e Historia; se delimitan, además, las especificidades de cada discurso y se enfocan las particularidades discursivas de la novela histórica tradicional y contemporánea. A continuación, se desarrolla, de forma articulada y diacrónica, el proceso formador da nacionalidad uruguaya en lo que atañe a sus mitos fundacionales, particularizando la relación entre historiografía y novela histórica, desde la Colonia hasta la actualidad. En seguida, se analiza, a partir un corpus compuesto por cuatro novelas – Las esclavas del Rincón; ¡Bernabé! ¡Bernabé!; No robarás las botas de los muertos y Jaque a Paysandú, de Susana Cabrera, Tomás de Mattos, Mario Delgado Aparaín y María Esther de Miguel, respectivamente –, la diversidad de voces que interpelan el discurso tradicional dominante, promoviendo, por tanto, la reformulación del imaginario nacional. Finalmente, se verifica que, con la polifonía implícita en esta multiplicidad de voces introducidas por las novelas históricas contemporáneas, la comunidad uruguaya tiende a reimaginarse, incorporando la conciencia de la marginación, opresión y violencia presentes en su fundación.
|
177 |
Vozes alternativas na reconfiguração dos mitos fundacionais : presença da mulher, do negro e do índio no romance histórico contemporâneo uruguaioDebenedetti Carbajal, Fabian Eduardo January 2007 (has links)
Esta dissertação de Mestrado aborda as relações entre História e Literatura, na especificidade do romance histórico contemporâneo uruguaio, e o modo em que as vozes tradicionalmente marginalizadas da mulher, do negro e do índio questionam e reconfiguram os mitos fundacionais da nação uruguaia. Em primeira instância, descreve-se e problematiza-se o modo em que se constrói, ao longo do tempo, a relação entre Literatura e História; delimitam-se, ainda, as especificidades de cada discurso e focalizam-se as particularidades discursivas do romance histórico tradicional e contemporâneo. Em continuação, desenvolve-se, de forma articulada e diacrônica, o processo formador da nacionalidade uruguaia no que tange a seus mitos fundacionais, particularizando-se a relação entre historiografia e romance histórico, desde a Colônia até a atualidade.Em seguida, analisa-se, a partir um corpus composto por quatro romances – Las esclavas del Rincón; ¡Bernabé! ¡Bernabé!; No robarás las botas de los muertos e Jaque a Paysandú, de Susana Cabrera, Tomás de Mattos, Mario Delgado Aparaín e María Esther de Miguel, respectivamente –, a diversidade de vozes que interpelam o discurso tradicional dominante, promovendo, pois, a reformulação do imaginário nacional. Finalmente, verifica-se que, com a polifonia implícita nesta multiplicidade de vozes introduzidas pelos romances históricos contemporâneos, a comunidade uruguaia tende a reimaginarse, incorporando a consciência da marginalização, opressão e violência presentes na sua fundação. / Esta tesis de Maestría examina las relaciones entre Historia y Literatura, en la especificidad de la novela histórica contemporánea uruguaya, y el modo en que las voces tradicionalmente marginadas de la mujer, del negro y del indio objetan y reconfiguran los mitos fundacionales de la nación uruguaya. En primera instancia, se describe y se problematiza la forma en que se construye, a lo largo del tiempo, la relación entre Literatura e Historia; se delimitan, además, las especificidades de cada discurso y se enfocan las particularidades discursivas de la novela histórica tradicional y contemporánea. A continuación, se desarrolla, de forma articulada y diacrónica, el proceso formador da nacionalidad uruguaya en lo que atañe a sus mitos fundacionales, particularizando la relación entre historiografía y novela histórica, desde la Colonia hasta la actualidad. En seguida, se analiza, a partir un corpus compuesto por cuatro novelas – Las esclavas del Rincón; ¡Bernabé! ¡Bernabé!; No robarás las botas de los muertos y Jaque a Paysandú, de Susana Cabrera, Tomás de Mattos, Mario Delgado Aparaín y María Esther de Miguel, respectivamente –, la diversidad de voces que interpelan el discurso tradicional dominante, promoviendo, por tanto, la reformulación del imaginario nacional. Finalmente, se verifica que, con la polifonía implícita en esta multiplicidad de voces introducidas por las novelas históricas contemporáneas, la comunidad uruguaya tiende a reimaginarse, incorporando la conciencia de la marginación, opresión y violencia presentes en su fundación.
|
178 |
E por falar em povos indígenas... quais narrativas contam em práticas pedagógicas?Bonin, Iara Tatiana January 2007 (has links)
Este estudo dedica-se à análise de discursos sobre povos indígenas que, circulando em diferentes meios, são articulados em narrativas de estudantes do ensino superior. Para isso, investiguei narrativas produzidas por 68 estudantes de duas instituições situadas na Grande Porto Alegre, em cursos que preparam para o magistério. Foram realizados momentos específicos para a produção de narrativas, em quatro grupos distintos, sendo um organizado a partir de um curso de extensão e três outros, programados em momentos específicos, dentro do cronograma de disciplinas oferecidas nos cursos de Pedagogia. Considerei, nesta pesquisa, o conjunto de narrativas orais produzidas nos quatro grupos, os textos escritos e/ou desenhos feitos pelos estudantes e outros materiais trazidos para os encontros, bem como minhas anotações em um caderno de campo. As questões que mobilizaram o meu pensar durante esse processo de investigação foram as seguintes: quais discursos estão produzindo povos indígenas em narrativas de estudantes do ensino superior? Quais narrativas adquirem visibilidade para estes estudantes e que efeitos de verdade são produzidos? A partir de que fontes de informação e de que saberes os povos indígenas são nomeados e descritos no contexto escolar? Quais significados articulam-se nessas narrativas? Quais marcadores sociais são mobilizados e quais oposições binárias servem para caracterizar os povos indígenas? Como os estudantes se inserem e como são posicionados/ posicionam-se na produção dessas narrativas? Situo minha pesquisa na perspectiva dos Estudos Culturais pós-estruturalistas, problematizando práticas de significação que constituem e posicionam diferentemente os sujeitos em relações de poder/saber. Adquirem relevância, neste estudo, noções como cultura, linguagem, sujeito, poder, verdade, identidade e diferença, que problematizo tomando como referência estudos de Michel Foucault, Stuat Hall, Homi Bhabha, Zygmunt Bauman, Jacques Derrida, Jorge Larrosa, Carlos Skliar, Núria Ferre, Kathryn Woodward, Rosa Hessel Silveira, Tomaz Tadeu da Silva, Marisa Costa e Alfredo Veiga-Neto, entre outros. Tomando o conjunto de narrativas produzidas sobre povos indígenas na pesquisa, defini três eixos de análise: discursos que participam na produção de nacionalidades; discursos que produzem sujeitos em práticas escolarizadas e discursos que operam estratégias de narrar por estereótipos. Estas unidades serviram como pontos de convergência de sentidos e possibilitaram o exame de práticas diversas, ancoradas em determinados regimes deverdade. No primeiro eixo estabeleci algumas relações entre maneiras utilizadas pelos estudantes para narrar os povos indígenas e discursos históricos, literários, iconográficos, didáticos. Interessaram-me, nesta parte do trabalho, os efeitos da articulação entre povos indígenas e identidade nacional. Discuti também alguns deslocamentos nos sentidos de nação na atualidade. No segundo eixo examinei determinadas práticas institucionalizadas em currículos escolares para a abordagem da temática indígena. As práticas analisadas foram aquelas narradas pelos estudantes, especialmente nas experiências de escola básica, e meu interesse era investigar efeitos desses discursos, que conferem certo tipo de visibilidade aos povos indígenas. Chamou minha atenção a recorrência de relatos sobre a comemoração do Dia do Índio, abordagem da temática que adquire contornos específicos, colaborando para marcar o que deve ser lembrado e o que, em decorrência, deve ser esquecido. No terceiro eixo discuti a produção de estereótipos como estratégia discursiva ou seja, como uma forma de conhecimento e de identificação que imprime certa ordem, produzindo práticas e posicionando sujeitos. Analisei efeitos de articulações estabelecidas entre índio-natureza e entre práticas indígenas-pensamento mágico, abordando também maneiras de narrar a presença indígena em centros urbanos. A articulação produzida entre índio e natureza funciona como uma espécie de chave de leitura, sendo os povos indígenas narrados como habitantes naturais da floresta, lugar geográfico e social que produz também um conjunto de atributos, colados ao corpo, apresentados como sendo próprios da natureza indígena. É possível dizer que as narrativas estereotipadas sobre povos indígenas são movimentos de captura, para tornar a diferença semelhante, para marcá-la nos corpos, responsabilizando o outro pelo que nele se estranha e fixando atributos e lugares sociais. Argumento que, na produção de sujeitos indígenas e não-indígenas, operam discursos múltiplos que se enlaçam, se fortalecem, se opõem e, desse modo, constituem e engendram identidades e diferenças, em relações de poder e saber. Analisar as narrativas dos estudantes possibilitou entender identidades e diferenças como produções na cultura, operadas cotidianamente, no entrelaçamento de distintas práticas de significação, que fabricam, posicionam e governam sujeitos. Os significados são produzidos e se instituem em negociações, embates, jogos de força cotidianamente realizados. Nestas práticas, vão sendo construídos aqueles que são narrados, como também aqueles que narram. / This study is devoted to analysing discourses on Indigenous folks who, circulating in different environments, are articulated in higher education students’ narratives. So I investigated narratives by 68 students from institutions located in Porto Alegre City in courses preparing future teachers. There were special moments for the production of narratives in four different groups, in which one of them was organised from an extension course, and the other three were designed in specific moments within the curriculum provided by teaching courses. I considered in this research the set of oral narratives produced in all four groups, the written texts and/or drawings by students and other materials brought to the meetings as well as my notes in a field notebook. The issues caused me to ponder during this investigative process were the following: which discourses are producing Indigenous folks in higher education students’ narratives? Which narratives get visibility for these students and which true effects are produced? Which information and knowledge sources Indigenous folks are named and depicted from in the school context? Which meanings are articulated in these narratives? Which social markers are used and which binary oppositions characterise the Indigenous folks? How students are embedded and how they position/are positioned in producing these narratives? My research is located in the poststructuralist Cultural Studies perspective, problematising meaning making practices which constitute and position differently subjects in relation to power/knowledge. In this approach, notions such as culture, language, subject, power, truth, identity and difference are very important. Authors like Michel Foucault, Stuart Hall, Homi Bhabha, Zygmunt Bauman, Jacques Derrida, Jorge Larrosa, Carlos Skliar, Núria Ferre, Kathryn Woodward, Rosa Hessel Silveira, Tomaz Tadeu da Silva, Marisa Costa, Alfredo Veiga-Neto, among others, from their productions in this field, hep us to analyse. Taking into consideration the set of narratives about Indigenous folks in the research, I have defined three analysis axes: discourses shaping the nationalities; discourses inventing subjects in school practices and discourses operating narrating strategies by stereotypes. These units have been used as meaning convergence points and have allowed analysing many practices anchored in particular regimes of truth. In the first axis, I have established relationships between ways students have recounted Indigenous folks and historical, literary, iconographical and didactical discourses. In this part of the work I am concerned with the effects from the articulation between Indigenous folks and the national identity. I have also discussed some displacements in nation meanings in the globalisation era. In the second axis, I have examined particular established practices in curriculum to approach the Indigenous theme. The analysed practices were those recounted by students, especially in primary school experiences, and I have been concerned with effects of these discourses, which provide a kind of visibility for Indigenous folks. What has attracted my attention was recurrence of certain narratives about the Indigenous Day celebration, an approach of a theme having particular contours in classroom, helping to highlight what should be recollected and what should remain in oblivion. In the final axis, I have discussed stereotype making as a discursive strategy, that is, as a way of knowledge and identification that provides a particular order, producing practices and positioning subjects. I have analysed effects of articulations established between the Indigenous and nature, and between Indigenous practices and the magician thought, approaching also ways to recount the Indigenous presence in the urban centres. The articulation made between the Indigenous and nature works as a kind of reading key, the Indigenous folks being recounted as natural inhabitants from the forest, a social and geographical place also producing a set of characteristics, attached to the body, provided as belonging to the Indigenous nature. It is possible to say that stereotyped narratives about Indigenous folks are capturing movements to make difference similar, stamp it on the bodies, blaming on the other for what is strange in him/her and establishing characteristics and social places. I argue that in inventing Indigenous and non-Indigenous subjects, multiple discourses work by entwining, strengthening, resisting and so shaping and inventing identities and differences in power and knowledge relationships. Analysing the students’ narratives allowed understanding identities and differences as productions daily working in the culture, in the entwining of different meaning makings, which invent, position and govern subjects. Meanings are made and established in daily trades, clashes and power games. In these practices, those who are recounted and those who recount are both constructed.
|
179 |
E por falar em povos indígenas... quais narrativas contam em práticas pedagógicas?Bonin, Iara Tatiana January 2007 (has links)
Este estudo dedica-se à análise de discursos sobre povos indígenas que, circulando em diferentes meios, são articulados em narrativas de estudantes do ensino superior. Para isso, investiguei narrativas produzidas por 68 estudantes de duas instituições situadas na Grande Porto Alegre, em cursos que preparam para o magistério. Foram realizados momentos específicos para a produção de narrativas, em quatro grupos distintos, sendo um organizado a partir de um curso de extensão e três outros, programados em momentos específicos, dentro do cronograma de disciplinas oferecidas nos cursos de Pedagogia. Considerei, nesta pesquisa, o conjunto de narrativas orais produzidas nos quatro grupos, os textos escritos e/ou desenhos feitos pelos estudantes e outros materiais trazidos para os encontros, bem como minhas anotações em um caderno de campo. As questões que mobilizaram o meu pensar durante esse processo de investigação foram as seguintes: quais discursos estão produzindo povos indígenas em narrativas de estudantes do ensino superior? Quais narrativas adquirem visibilidade para estes estudantes e que efeitos de verdade são produzidos? A partir de que fontes de informação e de que saberes os povos indígenas são nomeados e descritos no contexto escolar? Quais significados articulam-se nessas narrativas? Quais marcadores sociais são mobilizados e quais oposições binárias servem para caracterizar os povos indígenas? Como os estudantes se inserem e como são posicionados/ posicionam-se na produção dessas narrativas? Situo minha pesquisa na perspectiva dos Estudos Culturais pós-estruturalistas, problematizando práticas de significação que constituem e posicionam diferentemente os sujeitos em relações de poder/saber. Adquirem relevância, neste estudo, noções como cultura, linguagem, sujeito, poder, verdade, identidade e diferença, que problematizo tomando como referência estudos de Michel Foucault, Stuat Hall, Homi Bhabha, Zygmunt Bauman, Jacques Derrida, Jorge Larrosa, Carlos Skliar, Núria Ferre, Kathryn Woodward, Rosa Hessel Silveira, Tomaz Tadeu da Silva, Marisa Costa e Alfredo Veiga-Neto, entre outros. Tomando o conjunto de narrativas produzidas sobre povos indígenas na pesquisa, defini três eixos de análise: discursos que participam na produção de nacionalidades; discursos que produzem sujeitos em práticas escolarizadas e discursos que operam estratégias de narrar por estereótipos. Estas unidades serviram como pontos de convergência de sentidos e possibilitaram o exame de práticas diversas, ancoradas em determinados regimes deverdade. No primeiro eixo estabeleci algumas relações entre maneiras utilizadas pelos estudantes para narrar os povos indígenas e discursos históricos, literários, iconográficos, didáticos. Interessaram-me, nesta parte do trabalho, os efeitos da articulação entre povos indígenas e identidade nacional. Discuti também alguns deslocamentos nos sentidos de nação na atualidade. No segundo eixo examinei determinadas práticas institucionalizadas em currículos escolares para a abordagem da temática indígena. As práticas analisadas foram aquelas narradas pelos estudantes, especialmente nas experiências de escola básica, e meu interesse era investigar efeitos desses discursos, que conferem certo tipo de visibilidade aos povos indígenas. Chamou minha atenção a recorrência de relatos sobre a comemoração do Dia do Índio, abordagem da temática que adquire contornos específicos, colaborando para marcar o que deve ser lembrado e o que, em decorrência, deve ser esquecido. No terceiro eixo discuti a produção de estereótipos como estratégia discursiva ou seja, como uma forma de conhecimento e de identificação que imprime certa ordem, produzindo práticas e posicionando sujeitos. Analisei efeitos de articulações estabelecidas entre índio-natureza e entre práticas indígenas-pensamento mágico, abordando também maneiras de narrar a presença indígena em centros urbanos. A articulação produzida entre índio e natureza funciona como uma espécie de chave de leitura, sendo os povos indígenas narrados como habitantes naturais da floresta, lugar geográfico e social que produz também um conjunto de atributos, colados ao corpo, apresentados como sendo próprios da natureza indígena. É possível dizer que as narrativas estereotipadas sobre povos indígenas são movimentos de captura, para tornar a diferença semelhante, para marcá-la nos corpos, responsabilizando o outro pelo que nele se estranha e fixando atributos e lugares sociais. Argumento que, na produção de sujeitos indígenas e não-indígenas, operam discursos múltiplos que se enlaçam, se fortalecem, se opõem e, desse modo, constituem e engendram identidades e diferenças, em relações de poder e saber. Analisar as narrativas dos estudantes possibilitou entender identidades e diferenças como produções na cultura, operadas cotidianamente, no entrelaçamento de distintas práticas de significação, que fabricam, posicionam e governam sujeitos. Os significados são produzidos e se instituem em negociações, embates, jogos de força cotidianamente realizados. Nestas práticas, vão sendo construídos aqueles que são narrados, como também aqueles que narram. / This study is devoted to analysing discourses on Indigenous folks who, circulating in different environments, are articulated in higher education students’ narratives. So I investigated narratives by 68 students from institutions located in Porto Alegre City in courses preparing future teachers. There were special moments for the production of narratives in four different groups, in which one of them was organised from an extension course, and the other three were designed in specific moments within the curriculum provided by teaching courses. I considered in this research the set of oral narratives produced in all four groups, the written texts and/or drawings by students and other materials brought to the meetings as well as my notes in a field notebook. The issues caused me to ponder during this investigative process were the following: which discourses are producing Indigenous folks in higher education students’ narratives? Which narratives get visibility for these students and which true effects are produced? Which information and knowledge sources Indigenous folks are named and depicted from in the school context? Which meanings are articulated in these narratives? Which social markers are used and which binary oppositions characterise the Indigenous folks? How students are embedded and how they position/are positioned in producing these narratives? My research is located in the poststructuralist Cultural Studies perspective, problematising meaning making practices which constitute and position differently subjects in relation to power/knowledge. In this approach, notions such as culture, language, subject, power, truth, identity and difference are very important. Authors like Michel Foucault, Stuart Hall, Homi Bhabha, Zygmunt Bauman, Jacques Derrida, Jorge Larrosa, Carlos Skliar, Núria Ferre, Kathryn Woodward, Rosa Hessel Silveira, Tomaz Tadeu da Silva, Marisa Costa, Alfredo Veiga-Neto, among others, from their productions in this field, hep us to analyse. Taking into consideration the set of narratives about Indigenous folks in the research, I have defined three analysis axes: discourses shaping the nationalities; discourses inventing subjects in school practices and discourses operating narrating strategies by stereotypes. These units have been used as meaning convergence points and have allowed analysing many practices anchored in particular regimes of truth. In the first axis, I have established relationships between ways students have recounted Indigenous folks and historical, literary, iconographical and didactical discourses. In this part of the work I am concerned with the effects from the articulation between Indigenous folks and the national identity. I have also discussed some displacements in nation meanings in the globalisation era. In the second axis, I have examined particular established practices in curriculum to approach the Indigenous theme. The analysed practices were those recounted by students, especially in primary school experiences, and I have been concerned with effects of these discourses, which provide a kind of visibility for Indigenous folks. What has attracted my attention was recurrence of certain narratives about the Indigenous Day celebration, an approach of a theme having particular contours in classroom, helping to highlight what should be recollected and what should remain in oblivion. In the final axis, I have discussed stereotype making as a discursive strategy, that is, as a way of knowledge and identification that provides a particular order, producing practices and positioning subjects. I have analysed effects of articulations established between the Indigenous and nature, and between Indigenous practices and the magician thought, approaching also ways to recount the Indigenous presence in the urban centres. The articulation made between the Indigenous and nature works as a kind of reading key, the Indigenous folks being recounted as natural inhabitants from the forest, a social and geographical place also producing a set of characteristics, attached to the body, provided as belonging to the Indigenous nature. It is possible to say that stereotyped narratives about Indigenous folks are capturing movements to make difference similar, stamp it on the bodies, blaming on the other for what is strange in him/her and establishing characteristics and social places. I argue that in inventing Indigenous and non-Indigenous subjects, multiple discourses work by entwining, strengthening, resisting and so shaping and inventing identities and differences in power and knowledge relationships. Analysing the students’ narratives allowed understanding identities and differences as productions daily working in the culture, in the entwining of different meaning makings, which invent, position and govern subjects. Meanings are made and established in daily trades, clashes and power games. In these practices, those who are recounted and those who recount are both constructed.
|
180 |
Vozes alternativas na reconfiguração dos mitos fundacionais : presença da mulher, do negro e do índio no romance histórico contemporâneo uruguaioDebenedetti Carbajal, Fabian Eduardo January 2007 (has links)
Esta dissertação de Mestrado aborda as relações entre História e Literatura, na especificidade do romance histórico contemporâneo uruguaio, e o modo em que as vozes tradicionalmente marginalizadas da mulher, do negro e do índio questionam e reconfiguram os mitos fundacionais da nação uruguaia. Em primeira instância, descreve-se e problematiza-se o modo em que se constrói, ao longo do tempo, a relação entre Literatura e História; delimitam-se, ainda, as especificidades de cada discurso e focalizam-se as particularidades discursivas do romance histórico tradicional e contemporâneo. Em continuação, desenvolve-se, de forma articulada e diacrônica, o processo formador da nacionalidade uruguaia no que tange a seus mitos fundacionais, particularizando-se a relação entre historiografia e romance histórico, desde a Colônia até a atualidade.Em seguida, analisa-se, a partir um corpus composto por quatro romances – Las esclavas del Rincón; ¡Bernabé! ¡Bernabé!; No robarás las botas de los muertos e Jaque a Paysandú, de Susana Cabrera, Tomás de Mattos, Mario Delgado Aparaín e María Esther de Miguel, respectivamente –, a diversidade de vozes que interpelam o discurso tradicional dominante, promovendo, pois, a reformulação do imaginário nacional. Finalmente, verifica-se que, com a polifonia implícita nesta multiplicidade de vozes introduzidas pelos romances históricos contemporâneos, a comunidade uruguaia tende a reimaginarse, incorporando a consciência da marginalização, opressão e violência presentes na sua fundação. / Esta tesis de Maestría examina las relaciones entre Historia y Literatura, en la especificidad de la novela histórica contemporánea uruguaya, y el modo en que las voces tradicionalmente marginadas de la mujer, del negro y del indio objetan y reconfiguran los mitos fundacionales de la nación uruguaya. En primera instancia, se describe y se problematiza la forma en que se construye, a lo largo del tiempo, la relación entre Literatura e Historia; se delimitan, además, las especificidades de cada discurso y se enfocan las particularidades discursivas de la novela histórica tradicional y contemporánea. A continuación, se desarrolla, de forma articulada y diacrónica, el proceso formador da nacionalidad uruguaya en lo que atañe a sus mitos fundacionales, particularizando la relación entre historiografía y novela histórica, desde la Colonia hasta la actualidad. En seguida, se analiza, a partir un corpus compuesto por cuatro novelas – Las esclavas del Rincón; ¡Bernabé! ¡Bernabé!; No robarás las botas de los muertos y Jaque a Paysandú, de Susana Cabrera, Tomás de Mattos, Mario Delgado Aparaín y María Esther de Miguel, respectivamente –, la diversidad de voces que interpelan el discurso tradicional dominante, promoviendo, por tanto, la reformulación del imaginario nacional. Finalmente, se verifica que, con la polifonía implícita en esta multiplicidad de voces introducidas por las novelas históricas contemporáneas, la comunidad uruguaya tiende a reimaginarse, incorporando la conciencia de la marginación, opresión y violencia presentes en su fundación.
|
Page generated in 0.0457 seconds