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Desnutrição infantil em dois municípios do estado do Acre: prevalência e fatores associados / Prevalence and factors associated to child malnutrition in two municipalities in the state of AcreSouza, Orivaldo Florencio de 05 March 2009 (has links)
Objetivo: Analisar a prevalência da desnutrição e fatores associados em crianças menores de 60 meses em dois municípios do estado do Acre. Métodos: Estudo transversal de base populacional com 667 crianças da área urbana dos municípios de Acrelândia e Assis Brasil. As prevalências de déficits nutricionais para os índices estatura para idade (E/I), peso para idade (P/I) e peso para estatura (P/E) foram calculadas com o ponto de corte -2 escores Z, utilizando-se o padrão de crescimento infantil da Organização Mundial da Saúde de 2006. Informações sobre condições socioeconômicas, acesso aos serviços e cuidado da criança, peso ao nascer e morbidades foram obtidas por questionário estruturado e pré-codificado. Análise múltipla e hierarquizada de regressão de Poisson (erro padrão robusto) foi utilizada para identificar os fatores associados à desnutrição infantil. Resultados: As prevalências dos déficits E/I, P/I e P/E foram de 9,9%, 6,3% e 4,1%, respectivamente. Os principais fatores associados ao déficit E/I foram: baixo índice de riqueza domiciliar (razão de prevalência [RP]: 1,74; intervalo de confiança [IC95%]: 0,95 - 3,18), analfabetismo do pai ou padrasto (RP: 1,82; IC95%: 1,01 - 3,27), ter 2 ou mais irmãos menores (RP: 2,88; IC95%: 1,45 - 5,72), ausência da mãe biológica no domicílio (RP: 2,63; IC95%: 1,32 - 5,24) e exposição ao esgoto a céu aberto no âmbito domiciliar (RP: 2,46; IC95%: 1,51 - 4,00). Para o déficit de P/E houve associação somente com o peso ao nascer igual ou abaixo de 2.500 g (RP: 2,91; IC95%: 1,16 - 7,24). Conclusão: Nos municípios estudados, a desnutrição infantil apresenta-se como um importante problema de saúde pública, associada aos indicadores de iniquidades sociais, acesso aos serviços de saúde e ausência da mãe no domicílio. / Objective: To describe malnutrition prevalence and associated factors in children under the age of 60 months from two municipalities in the state of Acre. Methods: A population-based, cross-sectional study was carried out using 667 children from urban areas in the municipalities of Acrelândia and Assis Brasil. The occurrence of nutritional deficit was determined by indexes of height for age (H/A), weight for age (W/A) and height for weight (H/W), which were calculated with cut point -2 for Z scores as determined by 2006 World Health Organization child growth standards. A structured and precoded questionnaire was applied to gather information about socioeconomic conditions, access to the services and child care, birth weight and morbidity. Multiple and hierarchical analysis of Poisson regression (robust standard error) was used to identify the factors associated to child malnutrition. Results: The incidence of H/A, W/A and H/W deficits was 9.9%, 6.3% and 4.1%, respectively. The main factors associated to H/A were low household wealth index (prevalence ratio [PR]: 1.74; 95% confidence interval [95% CI]: 0.95 3.18), illiterate father or stepfather (PR: 1.82; 95% CI: 1.01 3.27), the existence of 2 or more young siblings (PR: 2.88; 95% CI: 1.45 5.72), the absence of the biological mother at home (PR: 2.63; 95% CI: 1.32 5.24) and exposure to open wastewater near the house (PR: 2.46; 95% CI: 1.51 4.00). The W/H deficit was associated only to birth weight equal or lower than 2,500 g (PR: 2.91; 95% CI: 1.16 7.24). Conclusions: Child malnutrition in the municipalities studied is an important public health problem, which is associated to indicators of social inequality, access to health services and absence of a mother at home.
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Obesidade, saúde metabólica e sua associação com a espessura íntima-média carotídea e calcificação coronariana / Obesity, metabolic health and their association with carotid intima-media thickness and coronary calcificationCarla Romagnolli Quintino 31 January 2019 (has links)
Introdução: A obesidade aumenta o risco da presença de alterações metabólicas, o que contribui para um elevado risco cardiovascular. No entanto, o papel independente da obesidade na gênese da aterosclerose e da doença cardiovascular ainda é controverso. Diversos estudos identificaram indivíduos que apresentam um fenótipo de obesidade sem alterações metabólicas, conhecida como \"obesidade metabolicamente saudável\" (ObMS). Como a definição de ObMS é variável, sua prevalência não é bem definida. A espessura íntima-média carotídea (EIMC) e a calcificação arterial coronariana (CAC) são considerados marcadores precoces de aterosclerose subclínica Apesar de estudos prévios terem avaliado a associação entre índice de massa corporal (IMC) e EIMC e entre IMC e CAC, o papel independente da obesidade, particularmente em indivíduos metabolicamente saudáveis não está claro. Objetivos: Avaliar se a obesidade, independentemente dos fatores de risco cardiovascular, está associada à maior EIMC e à maior CAC. Calcular a prevalência de ObMS utilizando uma definição estrita de saúde metabólica. Métodos: Este estudo é uma análise transversal dos dados da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). O indivíduo foi classificado como tendo ObMS se tivesse o IMC >=30 kg/m2 e não tivesse nenhum dos componentes da síndrome metabólica, excluindo-se o critério da circunferência abdominal. Resultados: A análise com EIMC incluiu 10.335 participantes e a análise com CAC incluiu 4.320 participantes. A prevalência de obesidade foi de 21,2% (n=2.191) na análise com EIMC e de 24,3% (n=1.050) na análise com CAC. Com uma definição estrita, a prevalência de ObMS foi de 5,6% na análise com EIMC e 5,5% na análise com CAC. A estratificação dos indivíduos de acordo com a saúde metabólica, evidenciou que os indivíduos metabolicamente saudáveis eram mais jovens, predominantemente mulheres e que tinham menor circunferência abdominal. A maioria dos indivíduos com ObMS tinha obesidade grau 1 (84,7% na análise com EIMC e 82,8% na análise com CAC) e raramente tinham obesidade grau 3 (3,2% na análise com EIMC e 5,2% na análise com CAC). A obesidade abdominal foi presente em mais de 99% dos indivíduos obesos. A análise com EIMC evidenciou que a EIMC média da amostra foi de 0,81 mm (±0,20). A EIMC média da subamostra metabolicamente saudável foi de 0,70 (±0,13) mm nos indivíduos não obesos e de 0,76 mm (±0,13) nos obesos (p < 0,001). A EIMC média da subamostra metabolicamente não saudável foi de 0,81 (±0,20) mm nos indivíduos não obesos e de 0,88 mm (±0,20) nos obesos (p < 0,001). Estes achados se mantiveram inalterados mesmo após o ajuste multivariado para possíveis variáveis de confusão. A análise com CAC (CAC=0 versus CAC > 0) não evidenciou diferença significativa de calcificação coronariana nos indivíduos obesos, metabolicamente saudáveis ou não, em relação aos não obesos. Conclusão: Utilizando-se uma definição estrita, a prevalência de ObMS é menor do que 6%. O conceito de obesidade metabolicamente saudável, mesmo utilizando-se uma definição estrita, parece inadequado, visto que nesta população, a obesidade está associada com valores mais elevados de EIMC. Na análise com CAC não evidenciamos diferença estatisticamente significativa / Introduction: Obesity increases the risk of metabolic abnormalities, which contributes to elevated cardiovascular risk. However, the independent role of obesity in the development of atherosclerosis and cardiovascular disease is still debatable. Several studies identified individuals with an obesity phenotype without metabolic abnormalities: \"metabolically healthy obesity\" (MHO). Since the definition of MHO is variable, the prevalence of MHO varies widely. Carotid intima-media thickness (CIMT) and coronary artery calcification (CAC) are considered early markers of subclinical atherosclerosis. Although previous studies have evaluated the association between body mass index (BMI) and CIMT and between BMI and CAC, the independent role of obesity, particularly in metabolically healthy subjects, is still unclear. Objectives: This study sought to evaluate whether obesity, regardless of cardiovascular risk factors, is associated with higher CIMT levels and higher CAC. We also sought to calculate MHO prevalence using a strict definition of metabolic health. Methods: This is a cross-sectional analysis of the baseline data of Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil). MHO was defined as BMI >=30 kg/m2 and none of metabolic syndrome components, excluding waist circumference criterion. Results: EIMC analysis included 10,335 subjects and CAC analysis 4,320 subjects. Obesity prevalence was 21.2% (n=2,191) in EIMC analysis and 24.3% (n=1,050) in CAC analysis. This study showed a prevalence of MHO: 5.6% (n=124) in EIMC analysis and 5.5% (n=58) in CAC analysis. When individuals were stratified according to the presence of metabolic health, we found that metabolically healthy subjects were younger, more likely to be women and had lower waist circumference. Most of the MHO subjects had grade 1 obesity (84.7% in EIMC analysis and 82.8% in CAC analysis) and rarely had grade 3 obesity (3.2% in EIMC analysis and 5.2% in CAC analysis). Abdominal obesity was present in more than 99% of obese subjects. EIMC analysis showed that mean CIMT of the sample was 0.81 (±0.20). The mean CIMT of metabolically healthy subsample was 0.70 (±0.13) in non-obese and 0.76 (±0.13) in obese (p < 0.001). The mean CIMT of metabolically unhealthy subsample was 0.81 (±0.20) in non-obese and 0.88 (±0.20) in obese (p < 0.001). Those findings remained essentially unchanged after multivariate adjustment for confounding. CAC analysis (CAC=0 versus CAC > 0) did not show a significant difference in coronary calcification in obese subjects, regardless metabolic status, when compared with non-obese subjects. Conclusion: Using a strict definition, the prevalence of MHO is below 6%. The concept of MHO, even with strict definition, seems inadequate, as even in this population obesity is associated with higher CIMT levels. CAC analysis did not show statiscally significant difference
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Capacidade funcional e fatores associados em idosos de um plano de saúdeCardoso, Juliani Hainzenreder 18 December 2006 (has links)
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Previous issue date: 18 / Nenhuma / O presente estudo transversal objetivou traçar o perfil epidemiológico dos idosos associados a um plano de saúde e verificar a capacidade funcional dos indivíduos, através do Índice de Barthel, e os fatores associados. A população deste estudo incluiu todos os associados do plano (titulares e seus respectivos dependentes), pertencentes à faixa etária de 60 anos ou mais. Para a coleta de dados foram utilizados dois questionários: um socioeconômico familiar e outro individual de saúde. Ambos os instrumentos foram auto-respondidos. Quanto à capacidade funcional entre 254 participantes idosos, quatro (1,6%) indivíduos apresentavam dependência total, uma (0,4%) pessoa com dependência grave, uma (0,4%) moderada, 29 (11,4%) leve e 219 (86,2%) foram classificados como independentes. Assim, a variável foi agregada de forma que 86,2% foram classificados como independentes e 13,8% (IC95% 9,5 a 18,0) com dependência. Na análise ajustada, apenas idade manteve-se associado ao desfecho. Os resultados mostraram que os indiví / This cross sectional study aimed to investigate the fuctional capacity of elders and its associated factors. The study population was all health isuarance holders aged 60 years or more. Data colection was made by a self-completed questionnaire and included sociodemographic and health data. Fuctional capacity was measured by the Barthel index.
From the 254 participants, four (1,6%) reported total dependency, one (0,4%) severe dependency, one moderate dependency, 29 (11,4%) slight dependency and 219 (86,2%) were classified as independents. The outcome was defined as people having any kind of dependecy. Therefore the prevalence of functional incapacity was 13,8% (IC95% 9,5 a 18,0). Only one varible was significant in the multivariate models. Subjects aged 80 years or more had higher probability of functional incapacity compared with those aged 60-79 years. In high socioeconomic level populations there is a possibility of survival bias
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Prevalência de asma brônquica em crianças e fatores associados ao conhecimento materno da doençaStephan, Ana Maria Siga 01 April 2008 (has links)
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Previous issue date: 1 / Nenhuma / Identificou-se a prevalência de asma e alguns fatores associados, em crianças de 1 a 9 anos, na área de abrangência da Unidade de Saúde da Família (USF) Bom Jesus em Pelotas, RS, em 2007, através de um estudo transversal onde foi aplicado o questionário sobre sintomas de asma (ISAAC – International Study of Asthma and Allergies in Childhood). As crianças com 4 ou mais crises de sibilos no último ano, ou com 1 a 3 crises associadas a sono prejudicado por sibilância ou tosse noturna e sibilos após exercícios físicos foram consideradas asmáticas. Encontrou-se 1140 crianças na faixa etária selecionada. A prevalência de asma foi de 22,6%. As crianças com idade menor de seis anos e aquelas com mães com menos de trinta anos apresentaram maiores prevalências de asma. Não houve associação com sexo e cor da pele, na população estudada. A prevalência de asma ativa encontrada foi considerada elevada, mas dentro da média (20%) dos valores encontrados nos centros participantes do ISAAC no Brasil. A associação de prevalênci / To identify the prevalence of asthma and some associated factors in children between 1 to 9 years old in an area covered by the Family Health Unit (FHU) Bom Jesus in Pelotas, RS, during 2007, by a cross-sectional study in which a questionnaire on asthma symptoms was applied (ISAAC – International Study of Asthma and Allergies in Childhood). Children presenting 4 or more sibillus crises in the previous year, or 1 to 3 crises associated to disturbed sleep due to sibilance or night coughing and sibillus following physical exercises, were considered asthmatic. In the selected age group 1140 children were found. The prevalence of asthma was 22.6%. Children younger than 6 and those whose mothers were younger than 30 presented higher prevalence of asthma. There was no association with sex and skin color, in the studied population.The prevalence of active asthma was considered high, but within the average (20%) of values found in the participating centers of ISAAC in Brazil. The association of higher prevalence in c
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Epidemiologia e organização de serviços de saúde: Diabetes Mellitus numa comunidade de Porto AlegreMielczarski, Rodrigo Geisler 25 November 2008 (has links)
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Previous issue date: 25 / Nenhuma / O objetivo foi avaliar as condições de processo e de resultado do atendimento às pessoas acima de 20 anos com diagnóstico de diabetes mellitus, residentes na área de cobertura da Unidade Básica de Saúde Vila Gaúcha, Porto Alegre. Avaliou-se a taxa de pacientes controlados com diabetes mellitus referido. A definição de controle foi estabelecida a partir dos valores da pressão arterial, hemoglobina glicada, circunferência abdominal e, ou, IMC. Entre 753 pessoas acima de 20 anos, 37 (4,9%; IC95% 3,4 – 6,5) referiram diabetes mellitus diagnosticado por médico. Foi possível realizar as medidas de controle em 31 (83,8%) pessoas. Os resultados mostraram 24 (77,4%) indivíduos apresentando níveis pressóricos alterados, 25 (80,6%) com IMC igual ou maior que 25 kg/m², 29 (93,5%) com circunferência abdominal acima da normalidade e 18 (58,1%) com hemoglobina glicada igual ou maior que 8%. Quanto aos indicadores de resultado utilizaram-se diagramas para análise dos fatores da taxa de pacientes controlados. Apenas um pacien / This study aimed to assess service condition process and results for people aged over 20 years, diagnosed with diabetes mellitus and living in an area covered by the Unidade Básica de Saúde Vila Gaúcha (Vila Gaúcha Basic Health Unit), in the city of Porto Alegre. Disease control rate of interviewees with self-reported diabetes was assessed. Definition of this rate was established from arterial pressure values, glycosylated hemoglobin, abdominal circumference, and/or BMI. Of the 752 people aged over 20 years, 37 (4.9%; 95% CI 3.4 – 6.5) mentioned diabetes mellitus diagnosed by a doctor. Disease control rate measurements could be performed in 31 (83.8%) people. Results revealed 24 (77.4%) individuals with altered blood pressure levels, 25 (80.6%) with BMI equal to or above 25 kg/m², 29 (93.5%) with abdominal circumference above normal and 18 (58.1%) with glycosylated hemoglobin equal to or above 8%. In terms of result indicators, diagrams were used to analyze disease control rate factors. Only one patient was c
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Qualidade de vida relacionada à saúde de adolescentes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 assistidos na região metropolitana de Cuiabá-MT / Health-related quality of life of adolescents with type 1 diabetes mellitus assisted in the metropolitan region of Cuiabá-MTLuce Marina Freires Correa da Costa 04 September 2014 (has links)
Introdução: O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica com alta prevalência, constituindo um importante problema de saúde pública mundial. O Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1), em geral, manifesta-se na infância e na adolescência. O DM1 e suas complicações podem afetar as condições de vida dos adolescentes e influenciar sua qualidade de vida. Objetivo: Avaliar a Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) em adolescentes portadores de DM1 assistidos na região metropolitana de Cuiabá-MT. Métodos: Foi realizado um estudo transversal que incluiu adolescentes com idade entre 10 e 19 anos, com pelo menos 1 ano de diagnóstico. Os dados foram colhidos por meio da aplicação do Instrumento para Qualidade de Vida de Jovens com Diabetes (IQVJD) e do formulário de dados sociodemográficos, econômicos e clínicos. Os adolescentes também responderam a uma questão específica comparando seu estado de saúde a adolescentes não diabéticos de mesma idade. Resultados: Foram estudados 96 adolescentes, em sua maioria do sexo feminino, de cores branca e parda e com indícios de DM não controlada (81% com hemoglobina glicada - HbA1c - acima de 7%), não obstante este resultado, de modo geral, fizeram uma avaliação compatível com boa qualidade de vida (QV). As medianas e os valores mínimos e máximos dos escores do IQVJD total e seus domínios foram: 35 (17-62) para o domínio \"satisfação\"; 51 (26-73) para o domínio \"impacto\"; 26 (11-44) para o domínio \"preocupações\" e 112 (59-165) para o valor do IQVJD total; 74% avaliaram seu estado de saúde como bom ou excelente. As análises bivariadas mostraram associação significante entre ter menor renda familiar, ser assistido por um plano de saúde público e o tipo de insulina com o domínio satisfação; ter menor renda familiar, ser assistido por um plano de saúde público , estudar em escola pública, ser filho de pais com menor escolaridade com os domínios preocupações e IQVJD total. Os adolescentes mais magros também avaliaram melhor sua QV no domínio \"preocupações\". O tempo de diagnóstico >= 3 anos e a HbA1c acima de 7% se associaram, também, à piora no IQVJD total. Após ajustes pela análise multivariada, mantiveram-se associados à pior qualidade de vida: ser assistido por um serviço público de saúde, ter o diagnóstico do DM >= 3 anos e não fazer atividade física no domínio satisfação; ser do sexo feminino, no domínio preocupações; ser assistido por um plano de saúde público, no IQVJD total. Trabalhar além de estudar e não fazer atividade física foram associados à pior avaliação do estado de saúde. Conclusões: A qualidade de vida dos adolescentes foi avaliada como boa de modo geral, entretanto, foram evidentes as especificidades que a reduziram. Ser assistido por um serviço público de saúde, ter o diagnóstico de DM1 feito há três ou mais anos, não praticar atividade física, trabalhar além de estudar e ser do sexo feminino foram os principais fatores de risco associados à piora da QV e do estado de saúde dos adolescentes estudados / Introduction : Diabetes mellitus is a chronic disease with high prevalence, constituting an important public health problem worldwide. Diabetes mellitus type 1 ( DM1) , usually manifests in childhood and adolescence. DM1 and its complications can affect the lives of adolescents and influence their quality of life (QoL). Objective: Evaluate the health-related quality of life of adolescents with DM1 who are assisted in the metropolitan region of Cuiaba-Brazil . Methods: A crosssectional study included adolescents aged between 10 and 19 years, with at least 1 year of performed diagnosis. Data were collected through the application of the Instrument for Quality of Life of Young People with Diabetes (DQOLY) and the form of sociodemographic, economic and clinical data.The teenagers also answered a specific question comparing their health status to non diabetic adolescents of the same age. Results: 96 subjects were studied , mostly female and white and brown colors with uncontrolled DM ( 81 % with glycated hemoglobin - HbA1c - up 7 % ), despite this result, in general, they did a analysis compatible with good QoL . The median, minimum and maximum values of total DQOLY scores and its domains were: 35 ( 17-62 ) for the domain \" satisfaction \" ; 51 ( 26-73 ) for the domain \" impact \" ; 26 ( 11-44 ) for the domain \" concerns \" and 112 ( 59-165 ) to the value of total DQOLY ; 74 % reported their health status as good or excellent. The bivariate analysis showed significant association between having lower family income, being assisted by a public health plan and the type of insulin with \"satisfaction\" domain; have lower family income , being assisted by a public health service, study in public school , to be children of lower parental education in the field \"concerns\" and in total DQOLY . The leaner adolescents also rated their QoL better in the domain \"concerns \" . The time of diagnosis greater than or equal to three years and HbA1c above 7 %, also were associated with worsening in total DQOLY. After adjustment by multivariate analysis, remained associated with worse quality of life: be assisted by a public health service, have the diagnosis of DM greater than or equal to three years and not doing physical activity in the field satisfaction; being female in the field concerns; be assisted by a public health plan in total DQOLY. Work besides studying and not doing physical activity were associated with worse health status assessment. Conclusions: The quality of life of adolescents was assessed as good in general, however, the specificities were evident that reduced. Being assisted by a public health service, have a diagnosis of DM1 done for three or more years, not doing physical activities, work besides studying and being female were the main risk factors associated with lower QoL and health status of adolescents studied
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Incontinências urinária e fecal e constipação intestinal em pacientes hospitalizados: prevalência e fatores associados / Urinary and fecal incontinence and intestinal constipation in hospitalized patients: prevalence and associated factors.Jaqueline Betteloni 15 March 2017 (has links)
Introdução: A ocorrência das diferentes incontinências e da constipação intestinal (CI), de forma isolada ou concomitante, não é pouco frequente no ambiente hospitalar. Esses problemas de saúde ainda são pouco investigados e os estudos com pacientes hospitalizados são escassos. Conhecer sua prevalência e fatores associados em pacientes hospitalizados é necessário para promover a sensibilização dos profissionais de saúde sobre a importância dessas necessidades passíveis de intervenções durante o período da internação. Objetivo: Identificar e analisar a prevalência das incontinências urinária (IU) e fecal (IF), de forma isolada e combinada, e da CI e as variáveis sociodemográficas e clínicas associadas às suas ocorrências em pacientes hospitalizados. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, observacional, transversal, analítico e descritivo, onde a amostra do estudo foi composta de 345 pacientes adultos e idosos hospitalizados no Hospital Universitário da USP. Os dados foram coletados por meio de entrevista, exame físico e registros de prontuários, utilizando-se os seguintes instrumentos: questionário de dados Sociodemograficos e Clínicos, Características das Perdas Urinárias, International Consultation on Incontinence Questionnaire - ICIQ-SF, Hábito Intestinal na População Geral e o Índice de Incontinência Anal IIA. A prevalência dos eventos estudados foi levantada quatro vezes (prevalência-ponto), em um único dia, nos meses de março, abril, maio e junho, sempre no mesmo dia do mês, de forma a atender o tamanho amostral para a análise dos fatores associados. Os dados foram analisados utilizando-se os testes qui-quadrado e Fisher para as variáveis categóricas, os testes t-student e Mann-Whitney para as variáveis numéricas, além de regressão logística (forward stepwise) para a identificação de fatores associados. Resultados: Obtiveram-se as seguintes prevalências: 22,9% para IU (28% para mulheres e 16,1% para homens); 7,9% para IF (9,4% para mulheres e 6% para homens); 4,7% para incontinência combinada (IC) (7,3% para mulheres e 1,4% para homens) e 14,9% para CI (15% para mulheres e 14,7% para homens). Dentre as incontinências, conseguiu-se detectar fatores associados somente para a IU: sexo feminino (OR=3,89; IC95% 1,899-7,991); idade (OR=1,03; IC95% 1,019-1,054); asma (OR=3,66; IC95% 1,302-10,290); estar em uso de laxantes (OR=3,26; IC95% 1,085-9,811); o uso de fralda no momento da avaliação (OR=2,75; IC95% 1,096-6,908); o uso de fralda em casa (OR=10,29; IC95% 1,839-57,606) e o uso de fralda em algum momento da internação (OR=6,74; IC95% 0,496-91,834). Especificamente para o sexo feminino, as variáveis associadas à IU foram: idade (OR=1,03; IC95% 1,017-1056); Diabetes Mellitus (OR=2,59; IC95% 1,039-6,489); asma (OR=4,92; IC95% 1,460-16,588) e número de partos (OR=1,27; IC95% 1,064-1,522). Os fatores que apresentaram associação com a CI foram: anos de estudo (OR=0,91; IC95% 0,856-0,985) e estar em uso de laxantes (OR=8,08; IC95% 3,387-19,282). Conclusão: Os valores de prevalência encontrados no presente estudo, assim como os fatores associados, foram similares aos achados de estudos epidemiológicos nacionais e internacionais realizados com população geral, porém distintos daqueles oriundos da escassa literatura internacional existente sobre o tema para adultos e idosos hospitalizados. Estudos longitudinais fazem-se necessários para a confirmação das relações encontradas entre as variáveis estudadas, contribuindo para o diagnóstico mais acurado da causalidade dessas condições e, portanto, o estabelecimento de medidas mais eficazes de prevenção e tratamento das incontinências e da CI no cenário hospitalar. / Introduction: The occurrence of different incontinences and intestinal constipation (IC), alone or concomitantly, is not uncommon in the hospital setting. These health problems are still poorly investigated and studies of inpatients are scarce. Knowing their prevalence and associated factors in hospitalized patients is necessary to promote the awareness of health professionals about the importance of these possible interventional needs during the period of hospitalization. Objective: To identify and to analyze the prevalence of urinary (UI) and fecal incontinence (FI), in an isolated and combined manner, and IC, and sociodemographic and clinical variables associated with their occurrences in hospitalized patients. Methods: This is an observational, cross-sectional, analytical and descriptive epidemiological study, where the study sample consisted of 345 adult and elderly patients hospitalized at University Hospital of USP. The data were collected through interviews, physical examination and medical records, using the following instruments: Sociodemographic and Clinical Data, Characteristics of Urinary Loss, International Consultation on Incontinence Questionnaire - ICIQ-SF, Intestinal Habit of the General Population and the Anal Incontinence Index - IIA. The prevalence of the events studied was raised four times (point-prevalence) in a single day in March, April, May and June, always on the same day of each month, in order to meet the sample size for the analysis of the factors associated. Data were analyzed using chi-square and Fisher tests for categorical variables, t-student and Mann-Whitney tests for numerical variables, and logistic regression for the identification of associated factors. Results: The following prevalences were obtained: 22.9% for UI (28% for women and 16.1% for men); 7.9% for FI (9.4% for women and 6% for men); 4.7% for combined incontinence (CI) (7.3% for women and 1.4% for men) and 14.9% for IC (15% for women and 14.7% for men). Among the incontinences, it was possible to detect factors associated only for UI: female gender (OR=3.89; IC95% 1,899- 7,991); age (OR=1.03; IC95% 1.019-1.054); asthma (OR=3.66; IC95% 1.302-10.290); being in use of laxatives (OR=3.26; IC95% 1.085-9.811); The use of the diaper at the time of evaluation (OR=2.75; IC95% 1.096-6.908); The use of diapers at home (OR=10.29; IC95% 1,839-57,606) and the use of diapers at some time of hospitalization (OR=6.74; IC95% 0.496- 91.834). Specifically for females, the variables associated with UI were: age (OR=1.03; IC95% 1.017-1056); Diabetes Mellitus (OR=2.59; IC95% 1.039-6.489); asthma (OR=4.92; IC95% 1,460-16,588) and number of deliveries (OR=1.27; IC95% 1.064-1.522). The factors that showed association with IC were: years of study (OR=0,91; IC95% 0,856-0,985) and being in use of laxatives (OR=8,08; IC95% 3,387-19,282). Conclusion: The prevalence values found in the present study as well as the associated factors were similar to the findings of National and International epidemiological studies conducted with the general population. But they were quite different from those of the scarce existing International literature for hospitalized adults and elderly people. Longitudinal studies are necessary to confirm the relationships found between the studied variables, contributing to a more accurate diagnosis of the causality of these conditions and, therefore, the establishment of more effective measures of prevention and treatment of incontinence and IC in the hospital setting.
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Adesão ao tratamento em idosos e hipertensos / Adherence of elderly and hypertensive patients to medical treatmentTavares, Noemia Urruth Leão January 2012 (has links)
A adesão ao tratamento pode ser conceituada como o grau de concordância entre o comportamento de uma pessoa em relação às orientações do médico ou de outro profissional de saúde. O baixo grau de adesão pode afetar negativamente a evolução clínica do paciente e a sua qualidade de vida, constituindo-se em problema relevante, que pode trazer consequências pessoais, sociais e econômicas. A tese aqui apresentada aborda a adesão tratamento medicamentoso, analisando dois contextos de extrema importância epidemiológica: os fatores associados a baixa adesão ao tratamento medicamentoso em uma população idosa residente na comunidade e os determinantes da adesão ao tratamento anti-hipertensivo por pacientes hipertensos acompanhados pela Estratégia Saúde da família (ESF). Os resultados apresentados são de dois estudos distintos, realizados no município de Bagé, RS, em 2008 e 2010, respectivamente. O primeiro estudo foi transversal de base populacional, com amostra representativa de 1.593 idosos entrevistados em seus domicílios. A baixa adesão referida ao tratamento medicamentoso foi mensurada através do Brief Medication Questionaire (BMQ) e verificada a sua associação em relação aos fatores demográficos e socioeconômicos, comportamentais e de saúde, assistência e prescrição. No segundo estudo amostra foi composta por 1.588 indivíduos hipertensos adultos e idosos residentes na área de abrangência urbana da ESF do município. Os dados também foram coletados através de entrevistas domiciliares. Para mensuração da adesão ao tratamento anti-hipertensivo foram utilizados dois instrumentos de adesão referida pelo paciente, o Brief Medication Questionaire (BMQ) e o Morisky Medication Adherence Scale, 8- items (MMAS-8) e analisada a associação em relação aos fatores demográficos e socioeconômicos, comportamentais e de saúde e também relativos à assistência ao paciente e a prescrição de medicamentos antihipertensivos. Para a análise das associações foi utilizado modelo de regressão de Poisson para estimar as razões de prevalência bruta e ajustada, os respectivos intervalos com 95% de confiança e p-valor (teste de Wald). Do total de idosos entrevistados, 1.247 referiram ter usado algum medicamento nos últimos sete dias, e destes, cerca de um terço (28,7%) foram considerados com baixa adesão ao tratamento. Os fatores estatisticamente associados a baixa adesão ao tratamento foram: idade (65 a 74 anos), não ter plano de saúde, ter que comprar (totalmente ou em parte) os seus medicamentos, ter três ou mais morbidades, possuir 10 incapacidade instrumental para a vida diária e usar três ou mais medicamentos. Em relação ao segundo estudo, 1588 hipertensos foram entrevistados, onde a prevalência de pacientes aderentes ao tratamento foi de 19,1% pelo BMQ e 48,1% foram considerados com níveis de alta adesão pelo MMAS-8. Os principais fatores associados à adesão ao tratamento antihipertensivo avaliado pelo BMQ foram: renda maior que um salário mínimo, melhor autopercepção de saúde, ter menor número de morbidades e menor número de anti-hipertensivos utilizados. Os níveis de alta adesão ao tratamento pelo MMAS-8 foram associados a maior idade, melhor autopercepção de saúde e maior vínculo com a equipe assistencial. Os resultados aqui apresentados reforçam que a elevação da frequência de doenças crônico-degenerativas que acomete os idosos, o seu processo de envelhecimento que predispõe a incapacidade funcional, a dificuldade no acesso ao tratamento e a utilização aumentada de medicamentos são fatores importantes que devem ser considerados pelos profissionais de saúde visando a promoção da adesão ao tratamento nesta faixa etária e aumentando a resolutividade terapêutica e a qualidade de vida destes pacientes. E enfatiza que a equipe de saúde pode contribuir para melhorar a adesão dos pacientes ao tratamento anti-hipertensivo, prescrevendo regimes menos complexos, explicando os benefícios e efeitos colaterais dos medicamentos, e principalmente fortalecendo o vínculo com o paciente em um processo compartilhado permanente de cuidado em relação a sua saúde. / Adherence to treatment can be construed as the level of agreement of an individual's behavior towards the guidelines provided by a doctor or other health professional. Low levels of adherence might affect negatively both the patient's clinical progression as well as his quality of life, which represents a relevant problem that might entail personal, social and economic consequences. The present thesis addresses the issue Adherence to Medical Treatment by analyzing two crucial epidemiological contexts: factors related to low adherence to medical treatment within the elderly population living in a specific community and the determining factors of adherence to antihypertensive treatment of patients assisted by the Family Health Strategy (FHS). The findings presented refer to two different studies carried out in the municipality of Bagé, Rio Grande do Sul, in 2008 and 2010 respectively. The first was a cross-sectional population-based study, with a representative sample of 1.593 elderly citizens interviewed in their households. Low adherence to medical treatment was assessed through the Brief Medication Questionnaire (BMQ) and associated to demographic, socioeconomic and behavioral determiners, as well as health, assistance and prescription factors. The second study was also a cross-sectional study with a sample of 1.588 adult and senior hypertensive patients living in the urban area covered by the municipality’s FHS. The data were collected through household interviews as well. In order to measure adherence to antihypertensive treatment, there was a twofold tool responded by the patients themselves, the Brief Medication Questionnaire (BMQ) and the Morisky Medication Adherence Scale, 8-items (MMAS-8) and further association with demographic, socioeconomic and behavioral variables, as well as those related to patient assistance and prescription of antihypertensive medicaments. Analyses were carried out using the Poisson regression model to assess crude and adjusted prevalence ratios, with their respective 95% confidence and p-values intervals (Wald test). From the total number of the elderly interviewed, 1.247 claimed to have taken some kind of medicine in the previous seven days, and among these, approximately one third (28.7%) were considered to have low adherence to the treatment. The statistical factors associated to low adherence to treatment were: age (65 to 74 years old), not having a health plan, having to purchase (totally or partially) their own medicines, having three or more morbidities, having functional disabilities and using three or more medicines. Regarding the second study, 1.588 hypertensive patients were interviewed, with the prevalence of patients joining the treatment being 19.1% according to the BMQ and 48.1% with a high level of adherence according to the MMAS-8. The main factors related to higher or lower adherence to the antihypertensive treatment as per the BMQ were: income higher than the minimum wage, better health selfawareness, less comorbidity and fewer antihypertensive drugs used. Higher 12 taxes of adherence to the treatment as per the MMAS-8 were related to older age, better health self-awareness and greater bond to the health team. The results here presented reinforce the fact that the rise of chronic-degenerative diseases that affect the elderly, the ageing process that leads to functional disability, the difficulty to gain access to the treatment and the increased use of medicaments are crucial factors that should be considered by health professionals, aiming at fostering adherence to treatment and increasing therapeutic solutions and quality of life of said patients. In addition, they highlight that the health team can contribute to increase patient adherence to the antihypertensive treatment, by prescribing less strict and complex diets, by explaining the benefits and side effects of the medicaments, and most importantly, by strengthening the bond with the patient, participating actively in the health care process.
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Associação entre deficiência auditiva, estilo de vida e doenças crônicas não transmissíveis autorreferidas no Brasil : dados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013Soares, Midiany de Oliveira January 2016 (has links)
INTRODUÇÃO: Mais de 5% da população mundial - 360 milhões de pessoas - tem surdez incapacitante, já as doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por 38 milhões de mortes por ano e vem aumentando sua prevalência na população adulta. Já é sabido que as doenças crônicas e a perda auditiva estão associadas a aspectos ligados ao estilo de vida, como tabagismo, etilismo, exposições laborais, entre outros. OBJETIVO: Verificar a associação entre a deficiência auditiva, estilo de vida e doenças crônicas não transmissíveis autorreferidas em adultos no Brasil. MÉTODO: Estudo transversal baseado nos dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013. A amostragem foi feita por conglomerados de três estágios, sendo os setores censitários a unidade primária, os domicílios as unidades secundárias e um morador adulto (maior ou igual a 18 anos) selecionado de cada domicílio como unidade terciária. Os domicílios e os moradores foram selecionados por amostragem aleatória simples. A população-alvo foi constituída por moradores adultos, residentes em domicílios particulares de todo o território nacional. Foram realizadas 60.202 entrevistas individuais com o morador selecionado no domicílio. O desfecho foi obtido através da pergunta: “O Senhor (a) tem deficiência auditiva?”. As variáveis foram descritas por frequências absolutas e relativas. A estimação do parâmetro populacional foi realizada a partir do intervalo de 95% de confiança. Os dados foram ponderados utilizando-se peso amostral. A medida de efeito calculada foi a Razão de Prevalências (RP) obtida a partir dos modelos de Regressão de Poisson com variância robusta univariável e multivariável. As variáveis que apresentaram valor de p<0,20 na análise univariável foram selecionadas para permanecer na análise multivariável. O modelo multivariável foi construído de forma hierárquica considerando a proximidade dos fatores com o desfecho em estudo. O critério para a permanência da variável no modelo subsequente foi de que a mesma apresentasse um valor p<0,10 no seu bloco. O nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05). RESULTADOS: A prevalência de deficiência auditiva foi 2,4% (IC95% 2,3-2,6), de diabetes 6,0% (IC95% 5,9-6,2), de hipertensão arterial 20,8% (IC95% 20,4-21,1), de colesterol alto 12,1% (IC95% 11,9-12,4) e de AVC 1,6% (IC95% 1,5-1,7). A deficiência auditiva foi maior no sexo masculino 2,9% (IC95% 2,7-3,1), na faixa etária com mais de 75 anos, 13,5% (IC95% 12,3-14,8), em quem se autodeclarada de cor de pele ou raça branca, 2,9% (IC95% 2,7-3,1) e em quem tem nível de escolaridade até o ensino fundamental incompleto, 6,1% (IC95% 5,6-6,7). Na análise multivariável, obteve-se um modelo final com as variáveis sociodemográficas, tabaco e exposição ocupacional onde a associação entre deficiência auditiva e doenças crônicas não transmissíveis mostrou-se significativa. CONCLUSÕES: A prevalência de deficiência auditiva em adultos no Brasil é de 2,4%. Essa deficiência foi mais prevalente em homens, grupos com idade avançada e baixa escolaridade. Adultos tabagistas, diabéticos, hipertensos, com colesterol alto e com histórico de AVC, bem como com exposição ocupacional para deficiência auditiva apresentam maior risco de perda de audição. A compreensão dos fatores de risco etiológicos relacionados à deficiência auditiva redundará em ações mais direcionadas para populações adscritas, resultando em melhor aplicação dos recursos em saúde pública e contribuindo para o desenvolvimento de políticas públicas para a prevenção da deficiência auditiva. / INTRODUCTION: More than 5% of the world's population - 360 million people - have incapacitating deafness, since chronic noncommunicable diseases account for 38 million deaths annually and have been increasing in the adult population. It is already known that chronic diseases and hearing loss are associated with aspects related to lifestyle, such as smoking, alcoholism, occupational exposures, among others. OBJECTIVE: To verify the association between hearing loss, lifestyle and self - reported non - transmissible chronic diseases in adults in Brazil. METHODS: A cross-sectional study based on data from the National Health Survey of 2013. Sampling was done by three-stage clusters, census tracts being the primary unit, households secondary units and an adult (18 years or older) selected from each household as a tertiary unit. Households and residents were selected by simple random sampling. The target population consisted of adult residents living in private homes throughout the country. A total of 60.202 individual interviews were conducted with the resident selected at home. The outcome was obtained through the question: "Do you have a hearing impairment?". The variables were described by absolute and relative frequencies. The population parameter was estimated from the 95% confidence interval. The data were weighted using sample weight. The calculated effect measure was the Prevalence Ratio (RP) obtained from the Poisson Regression models with robust univariate and multivariate variance. The variables that presented p value <0.20 in the univariate analysis were selected to remain in the multivariable analysis. The multivariate model was constructed hierarchically considering the proximity of the factors with the outcome under study. The criterion for the permanence of the variable in the subsequent model was that it presented a p value <0.10 in its block. The level of significance was 5% (p <0.05). RESULTS: The prevalence of hearing loss was 2.4% (CI95% 2.3-2.6), diabetes 6.0% (CI95% 5.9-6.2), arterial hypertension 20.8% (CI95% 20.4-21.1), high cholesterol 12.1% (CI95% 11.9-12.4) and stroke 1.6% (CI95% 1.5-1.7). Hearing impairment was greater in males 2.9% (CI95% 2.7-3.1), in the age group older than 75 years, 13.5% (CI95% 12.3-14.8), in (CI95% 2.7-3.1), and in those with a level of schooling up to incomplete primary education, 6.1% (CI95% 5.6% 6,7). In the multivariate analysis, a final model was obtained with sociodemographic, tobacco and occupational exposure variables, where the association between hearing loss and chronic non-communicable diseases was significant. CONCLUSIONS: The prevalence of hearing impairment in adults in Brazil is 2.4%. This deficiency was more prevalent in men, older age groups and low schooling. Adult smokers, diabetics, hypertensives, high cholesterol and a history of stroke, as well as occupational exposure to hearing impairment present a higher risk of hearing loss. The understanding of etiological risk factors related to hearing impairment will result in more targeted actions for ascribed populations, resulting in a better application of resources in public health and contributing to the development of public policies for the prevention of hearing impairment.
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"Práticas não-convencionais em medicina no Município de São Paulo" / "Unconventional medical practice in São Paulo City"Akiyama, Kazusei 06 December 2004 (has links)
Nos países ocidentais, a chamada medicina complementar e alternativa (MCA) vem recebendo crescente atenção entre a classe médica devido ao aumento de seu uso pela população. São tipos de práticas de diagnóstico e de cuidados relacionados à saúde que coexistem paralelamente em nosso meio, sendo a maior parte delas, não-regulamentada. Existem poucos estudos sobre o assunto; nos países industrializados, a prevalência de utilização chega a 40% na população geral. Este trabalho procura identificar as atitudes e as experiências sobre MCA entre os médicos domiciliados no Município de São Paulo. É um estudo populacional, descritivo e transversal de uma amostra aleatória de 537 profissionais, de todas as especialidades. Para tanto, foi utilizado um questionário específico, aplicado por meio de contato telefônico, entre outubro de 2002 e fevereiro de 2003. A taxa de resposta foi de 68%. A amostra foi representativa da população estudada, sendo composta de 80 tipos de especialidades e sub-especialidades médicas. Para cada três médicos, houve um do sexo feminino. O grupo que se recusou a responder o questionário era composto de médicos com mais idade, de especialidades cirúrgica e tocoginecologia. Os resultados apontam que a MCA é prevalente no cotidiano do médico paulistano; 87,6% referiram perceber demanda por parte dos pacientes; 5,8% referiram não ter tido contato profissional com MCA; no plano privado, 1,8% referiram não ter tido contato próprio ou de algum familiar próximo. Metade dos médicos mostrou atitude positiva com a MCA; 52% endossam ou prescrevem algum tipo; 20% referem treinamento e 13% informam ser provedores, de pelo menos uma modalidade de MCA. Ao serem indagados sobre a influência das MCA, 61,5% opinaram que há influência positiva para o resultado terapêutico do paciente; 42,8% acham que essas práticas alteram positivamente o trabalho do médico; 61,9% entendem que causam alguma ação sobre o resultado terapêutico. Sessenta e quatro por cento dos médicos sentem pouca ou alguma familiaridade com as MCA. As modalidades que os entrevistados mais referiram conhecimento foram: acupuntura, homeopatia, terapias em grupo, dietas alternativas e massagem. Noventa e um por cento concordaram que é importante o médico ter algum conhecimento em MCA; 69,5% discordaram que devam ser combatidas pela classe médica; 85,4% acharam que devem ser utilizadas somente se forem científicas. Quanto ao treinamento, mais de 60% acharam importante recebê-lo, inclusive na formação médica. Menos de 30% dos médicos referiram fazer sistematicamente, na anamnese, perguntas sobre o uso corrente ou passado de MCA. A análise de dados através de regressão logística ajustada mostrou que a variável treinamento em MCA" influencia os desfechos atitude" (OR= 2,20; IC95% 1,21-4,03; p=0,009), prescreve ou endossa" (OR= 4,07; IC95% 2,02-8,20; p<0,001) e provedor" (OR= 12,76; IC95% 4,05-40,17; p<0,001). A variável treinamento" sofreu influência de faixa etária entre 41 e 50 anos (OR= 8,83; IC95% 1,59-49,08; p=0,006), contato profissional" (OR= 8,59; IC95% 3,94-18,74; p<0,001), contato particular" (OR= 5,59; IC95% 2,36-13,22; p<0,001), atuar em pediatria (OR= 2,68; IC95% 1,06-6,77) ou em outras especialidades" (OR= 3,40; IC95% 1,25-9,25; p=0,014), atitude" (OR= 2,13; IC95% 1,25-3,65; p=0,004) e tipos diferentes de pós-graduação" (OR= 1,47; IC95% 1,01-2,15; p=0,044). / In western countries, the so called complementary and alternative medicine (CAM) has been getting increasing attention among medical doctors, due to the rise of its use among the population. They are kinds of diagnostic and care practice related to health that exist side by side in our environment, being most of them non-regulated. There are few studies about the subject; in industrialized countries, its prevalence reaches about 40% on the whole population. This paper seeks to identify attitudes and experience about CAM among medical doctors living in São Paulo City. It's a populational, descriptive and cross-sectional study of 537 professionals randomly sampled from all specialties. To do so, it was used a specific questionnaire applied by means of telephone contact between October of 2002 and February of 2003. The response rate was 68%. The sample was a representative one of the studied population, being made up of 80 medical specialties and sub-specialties. For every three medical doctors, there was a female. The group who refused to answer the questionnaire was made up of older medical doctors whose areas are surgery, and obstetrics and gynecology. The results present that CAM is prevalent in daily life for medical doctors of São Paulo City; 87,6% have already noticed some kind of interest from their patients; 5,8% mentioned that they have never had any contact with CAM on their professional field; 1,8% has never had any personal or familiar contact with it. Half of the medical doctors have shown positive attitude towards CAM; 52% endorse or prescribe some kind of CAM; 20% have had trainning and 13% are providers of, at least one kind of, CAM. When they were questioned about the influence of CAM, 61,5% gave their opinion that there had positive influence on patients therapeutic results; 42,8% think that these practices alter medical doctors work positively; 61,9% understand that it causes some action in therapeutic result. Sixty-four per cent of all doctors feel a little or some familiarity with CAM. The modality which the interviewees showed a better knowledge were: acupuncture, homeopathy, group therapy, alternative diets and massage. Ninety one per cent agreed that it's important that medical doctors should have some knowledge of CAM; 69,5% disagreed that they should be opposed by medical doctors; 85,4% think that they must be used only if they were scientific. As for trainning, more than 60% think it's important to get it, inclusive under-graduation education. Less than 30% of medical doctors mentioned that they sistematically ask questions for the patients, in their anamnesis, about the current or past use of CAM. The data through adjusted logistic regression analysis showed the variable "CAM trainning" influence the outcome "attitude" (OR= 2,20; IC95% 1,21-4,03; p=0,009), "prescribes or endorses" (OR= 4,07; IC95% 2,02-8,20; p<0,001) and "provider" (OR= 12,76; IC95% 4,05-40,17; p<0,001). The variable "trainning" was influenced by the aged range between 41 and 50 years (OR= 8,83; IC95% 1,59-49,08; p=0,006), "professional contact" (OR= 8,59; IC95% 3,94-18,74; p<0,001), "private contact" (OR= 5,59; IC95% 2,36-13,22; p<0,001), act in pediatrics (OR= 2,68; IC95% 1,06-6,77) or in "other specialties" (OR= 3,40; IC95% 1,25-9,25; p=0,014), attitude" (OR= 2,13; IC95% 1,25-3,65; p=0,004) and different kinds of post-graduation" (OR= 1,47; IC95% 1,01-2,15; p=0,044).
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