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Negociação e Conflito na Administração do Pau Brasil: a Capitania de Porto Seguro (1605 – 1650)

Santos, Uiá Freire Dias dos Santos January 2015 (has links)
Submitted by PPGH null (poshisto@ufba.br) on 2017-06-20T15:52:57Z No. of bitstreams: 1 dissertação Uia.pdf: 2866989 bytes, checksum: 7b709abe9ac88ebd51010cbce9214fe0 (MD5) / Approved for entry into archive by Uillis de Assis Santos (uillis.assis@ufba.br) on 2017-06-27T23:45:08Z (GMT) No. of bitstreams: 1 dissertação Uia.pdf: 2866989 bytes, checksum: 7b709abe9ac88ebd51010cbce9214fe0 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-06-27T23:45:08Z (GMT). No. of bitstreams: 1 dissertação Uia.pdf: 2866989 bytes, checksum: 7b709abe9ac88ebd51010cbce9214fe0 (MD5) / Criada em 1534 e anexada à Capitania da Bahia em 1763, a Capitania de Porto Seguro passou por um longo processo de esquecimento por parte da historiografia. Vários elementos são apontados como justificadores da ausência de interesse por parte dos historiadores. Primeiramente, a afirmação de sua pobreza, parca integração no circuito comercial e pouco desenvolvimento da colonização apontados em estudos de autores do século XIX e início do século XX, certamente, desestimularam o desenvolvimento de pesquisa histórica e trabalhos acerca da História da capitania. Segundo, o papel negativo imputado às populações indígenas que habitavam aquele espaço responsabilizou-os por seu pouquíssimo desenvolvimento. Terceiro, a dificuldade em acessar documentos referente a capitania por estarem dispersos em vários arquivos do Brasil e de Portugal se constituiu em grande empecilho levando em consideração a falta de arquivos com acervo documental do período colonial na região e por fim, a demora em implantar cursos de graduação em história que fomentassem a pesquisa histórica foram fatores relevantes nesse processo. Entretanto, com um pouco de insistência é possível compulsar uma quantidade significativa de documentos acerca da capitania, sobretudo, no que diz respeito a sua articulação com a atividade extrativista de madeira. Este trabalho tem como objetivo analisar e compreender a experiência histórica da Capitania de Porto Seguro entre o período de publicação do Regimento do Pau-Brasil de 1605 e a criação da Companhia Geral de comércio buscando evidenciar, analisar e entender a importância do negócio do paubrasil para a capitania, sua inserção nos negócios mercantis do Atlântico e as negociações e conflitos em torno do controle do extrativismo de pau-brasil no âmbito local, intermédio e do centro.
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A Educação escolar indígena entre os Wassu-Cocal: algumas pistas sobre a concepção da educação escolar a partir de seus professores / the indigenous school education between the Wassu-Cocal: some clues about the design of school education from their teachers

Pereira, Jéssika Danielle dos Santos 30 May 2014 (has links)
The present work analyzes the construction of the concept of Indigenous school education between the Wassu-Cocal, especially among the indigenous tutors and leaders. The Wassu people-Cocal is located in the zona da mata alagoana the 84 km from Maceió and 16 km from the city of Joaquim Gomes. We understand that the Indigenous Education refers to the processes of production and transmission of indigenous peoples ' own knowledge and that every nation has its particular way of doing it. However, we point out that in the process of construction of the design of this education are involved multiple social actors. In addition to the teachers, are entered into this process the students, families, the community and the State itself. O last through official documents, including the Constitution of 1988, the National curricular parameters (PCN/1997), the law of Guidelines and Bases for national education (LDBEN/1996), the National Education Plan (PNE/2001-2010; PNE/2011-2020) and, in the specific case of Wassu-Cocal, also the education of Alagoas State plan (ESSP/2006-2015). To help us understand the relationships that these agents between you and the way the design of Indigenous school education is being built, and how it connects to the cultural context in which this educational practice is embedded, we adopt the Ethnography as methodological instrument. The field research was held from 03 May-06 December 2013, together with the teachers/the indigenous Indian State school José Maximum. Research has shown us that the design of the Indigenous school education between the Wassu-Cocal is constructed from the interrelation of the agents, by seizing and spread ethnoknowledge construction, built in various spaces in the village. Is construction represents, in this sense, the ethnic identity of the people Wassu-Cocal, which should be full by the school, a place of (re) affirmation and maintain your way of being. The survey also pointed out that the inclusion of indigenous teachers at the top level have modified the teaching practice and the social dynamics of the village; their actions have driven the agents involved in the school to recognize in this fight for a school and indigenous education. / Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Alagoas / O presente trabalho analisa a construção do conceito de Educação Escolar Indígena entre os Wassu-Cocal, sobretudo entre os/as professores/as indígenas e as lideranças. O povo Wassu-Cocal está localizado na zona da mata alagoana a 84 km da capital Maceió e a 16 km do município de Joaquim Gomes. Compreendemos que a Educação Indígena refere-se aos processos próprios de transmissão e produção dos conhecimentos dos próprios povos indígenas e que cada povo tem o seu modo particular de fazê-la. Contudo, destacamos que no processo de construção da concepção desta educação estão envolvidos múltiplos agentes sociais. Além dos professores, estão inseridos nesse processo os alunos, as famílias, a comunidade e o próprio Estado. Ó último por meio de documentos oficiais, entre os quais a Constituição de 1988, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN/1997), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN/1996), o Plano Nacional de Educação (PNE/2001-2010; PNE/2011-2020) e, no caso específico dos Wassu-Cocal, também o Plano Estadual de Educação de Alagoas (PEE/2006-2015). Para nos ajudar a compreender as relações que estes agentes estabelecem entre si e a forma como a concepção de Educação Escolar Indígena vai sendo construída, e como esta se atrela ao contexto cultural no qual esta prática educativa está inserida, adotamos a etnografia como instrumento metodológico. A pesquisa de campo foi realizada de 03 de maio a 06 de dezembro de 2013, junto aos/as professores/as indígenas da Escola Estadual Indígena José Máximo de Oliveira. A investigação nos mostrou que a concepção da Educação Escolar Indígena entre os Wassu-Cocal é construída a partir da inter-relação dos agentes, por meio da apreensão e construção dos etnoconhecimentos, construídos em espaços diversos na aldeia. Está construção representa, neste sentido, a identidade étnica do povo Wassu-Cocal, que deve ser perpassada pela escola, lugar de (re) afirmação e manutenção do seu modo de ser. A pesquisa também apontou que a inserção dos professores indígenas no nível superior tem modificado positivamente a prática docente e a dinâmica social da aldeia; suas ações têm impulsionado os agentes envolvidos na escola a começarem a se reconhecer nesta luta por uma escola e educação indígena diferenciada.
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Mrur Jykre - a cultura do cipó : territorialidade Kaigang na margem leste do Lago Guaíba, Porto Alegre, RS

Freitas, Ana Elisa de Castro January 2005 (has links)
Esta tese é resultado de um estudo antropológico sobre territorialidades Kaingang (Jê Meridional) e seu pertencimento aos territórios da margem leste do Lago Guaíba, onde se situa a cidade de Porto Alegre e suas paisagens ecossociais. Procura-se reconstituir estas territorialidades a partir de uma perspectiva etnohistórica e etnográfica na intenção de conhecer como determinados espaços desta região vêm sendo reconhecidos pelos Kaingang enquanto Kanhgág Ga - Terra Kaingang, os elementos materiais e simbólicos que, desde o ponto de vista Kaingang, são importantes para a configuração do pertencimento a estes espaços e as condutas territoriais empregadas por pessoas e grupos para convertê-los efetivamente em parte de seu território. Interessam os campos de relações com a fauna, a flora, a paisagem, os homens e os espíritos que integram o que os Kaingang chamam Mrur Jykre: um modo de vida centrado no manejo dos cipós que habitam as florestas locais e com os quais estes índios fabricam objetos que comercializam para sustentar seu viver na Ymã Mág, a Aldeia Grande, a grande cidade. / This thesis is the result of an anthropological study about the Kaingang (Jê Meridional) lands and the fact of this lands take part of the territories of the east side of the Guaíba Lake, where the city of Porto Alegre and its eco-social landscapes are located. The goal is to reconstruct this territories from a etnohistorical perspective, trying to discover how some spaces of this region have been recognized by the Kaingang as Kanhgãg Ga - Kaingang land, the material and symbolic elements that, from the Kaingang point of view, are important to the foundation of their belonging to this spots and the territorial behavior used by individuals and groups to transform this spaces into their territory. The relationship with both the animal and vegetable worlds, the landscapes, the people and spiritual worls that form what the Kaingang call Mrur Jykre - the way of life based in the handicrafts this indians make using the lianas they collect in the local forests, wich is their way of making a living in the Ymã Mág - the great village, the big city.
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A hora certa para nascer : um estudo antropológico sobre o parto hospitalar entre mulheres mbyá-guarani no sul do Brasil

Lewkowicz, Rita Becker January 2016 (has links)
Esta dissertação de mestrado problematiza a relação das mulheres mbyá-guarani com as práticas e políticas de saúde diferenciada, especialmente aquelas que dizem respeito ao processo de gestação, parto e puerpério. Primeiramente, trazendo recortes históricos e legislativos, faço uma discussão a respeito da emergência da “população indígena” como uma “população governável” em que a questão “étnica” aparece de maneira relevante nas práticas de governo, implicando em novos dispositivos de controle e formas de subjetivação a partir da “diferença cultural”. As políticas de saúde diferenciada são analisadas nesse contexto, tratando de traçar um solo sob o qual se sustenta o Posto de Saúde situado na Tekoá Koenju (aldeia mbyá-guarani localizada no município de São Miguel das Missões/RS), onde realizei parte de meu trabalho de campo. Um segundo momento deste trabalho dedica-se às práticas cotidianas de produção do que seria a “cidadania indígena” em um contexto de etnogovernamentalidade, salientando as formas pelas quais os profissionais de saúde atuam tanto baseados em valores morais e concepções próprias, quanto na racionalidade técnica (biomédica e biopolítica). A motivação humanitária (da política e da atuação dos profissionais) muitas vezes acaba por produzir uma população mbyá vulnerável, precária, a qual se justifica a intervenção. A partir da história contada por um karaí opygua suspendem-se certas regras desse jogo (político-conceitual) e adentra-se em outras possibilidades imaginativas mais atentas ao que os Mbyá vêm dizendo. Nessa direção, o terceiro momento atenta-se ao modo mbyá de fazer mundos, levando a política para o nível ontológico, e produzindo deslocamentos nos conceitos biomédicos. Seguindo histórias emblemáticas de partos (narradas e vivenciadas em diferentes espaços e momentos de minha trajetória etnográfica), busco trazer as formas mbyá de produção de corpos e pessoas, nas quais as práticas dos profissionais de saúde e o ambiente hospitalar também ganham um lugar específico. Os partos são, nesse sentido, como uma porta de entrada para pensar a cosmopolítica implicada no processo de produção da pessoa mbyá, situada também nas relações cotidianas com as políticas e práticas de saúde biomédica. / The purpose of this study is to reflect upon the relationship of Mbyá-Guarani women with specialized health policies and practices, especially those concerning pregnancy, birth and postpartum processes. First, bringing historical and legislative elements, I engage in a discussion about the emergence of the "indigenous population" as a "governable population" where "ethnicity" takes a significant role in governance practices resulting, therefore, in new control devices and forms of subjectivity that are built on "cultural difference". Indigenous health policies are analyzed in this context as to outline a ground upon which rests Tekoá Koenju’s (a Mbya-Guarani community, situated in São Miguel das Missões/RS) Health Center, where part of my fieldwork was conducted. A second stage of this work is dedicated to the daily production practices of what would be the "indigenous citizenship" in a context of “ ethnogovernmentality”, highlighting the ways in which health professionals work based both on moral values and personal views, and on technical (biomedical and biopolitical) rationality. The humanitarian reason (present in the policies and in specialists’ work) can often produce a vulnerable, precarious mbyá population that justifies an intervention. From a story told by a karai opyguá (mbyá shaman), certain rules of this political and conceptual game are suspended and other imaginative possibilities are able to emerge. In this direction, the third part of this study pays special attention to the mbyá way of “worlding”, taking politics to the ontological level and producing changes in biomedical concepts. Following emblematic stories of births (narrated and experienced in different moments of my ethnographic trajectory), I seek to convey the mbyá modes of producing bodies and persons in which health professionals’ practices and the hospital environment also have a specific place. Childbirth is, in this sense, a way to think about the cosmopolitics involved in the production process of the mbyá person, also situated in daily relationships with the biomedical health’s policies and practices.
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Ética e estética de survivance na literatura e nas artes visuais indígenas contemporâneas do Canadá

Westphalen, Flávia Carpes January 2013 (has links)
O objetivo desta tese é retornar a um corpus artístico produzido em um contexto histórico extremamente ativo nas artes indígenas canadenses. Depois de uma primeira onda de ativismo político nos anos 1970, incorporada no movimento Red Power e na literatura da chamada Native American Renaissance, o final do século XX constituiu-se em um novo contexto de mobilização. Em grande medida impulsionada pela proximidade do aniversário de 500 anos da chegada de Colombo às Américas, uma nova geração de escritores e artistas visuais indígenas se engajou em reexaminar a história que levou a tal contexto. A publicação de suas obras coincidiu com um momento de extrema popularidade de estudos acadêmicos póscoloniais, pós-estruturalistas e focados em cultura e, consequentemente, foi extensamente analisada dessas perspectivas. Especialmente desde o início do século XXI, passaram a ser publicadas obras críticas de intelectuais indigenas nacionalistas, que se opõem a noções como hibridação e identidades fragmentadas para afirmar a especificidade dos diversos povos e culturas indígenas. Além disso, esses autores dedicam-se a produzir uma obra crítica engajada em refletir a longa história das tradições intelectuais e narrativas indigena, evidenciando que estas não se iniciaram com a colonização, com as residential schools – internatos para educação de indígenas – ou com a Native American Renaissance. A fim de refletir sobre esse contexto, localizo e relaciono as obras de Tomson Highway – escritor Cree – e Jim Logan – artista plástico Métis – na longa história da narrativa indígena. No segundo capítulo, introduzo o conceito de survivance do escritor Anishinaabe Gerald Vizenor e proponho que tal conceito pode servir de centro para a definição de uma ética e estética indígenas refletidas nas narrativas. Contrasto o referido conceito com alguns termos de teorias ocidentais sobre sobrevivência – experiência, trauma, testemunho – e considero suas limitações para tratar de obras fundadas em outras visões de mundo. Assim, também, busco na especificidade da cultura Anishinaabe o esclarecimento de como a teoria literária de survivance pode ser aplicada às artes visuais e, assim, ampliar o próprio conceito de narrativa. No terceiro capítulo, apresento o debate corrente na crítica indígena e trato de examinar os motivos pelos quais Gerald Vizenor é criticado na crítica nacionalista e explico como seu fazer artístico e crítico pode, de fato, revelar uma identidade Anishinaabe profundamente nacionalista, fundada na tradição. Em seguida, aplico os fundamentos da crítica nacionalista para examinar o romance Kiss of the Fur Queen e pinturas de Jim Logan, a fim de propor interpretações fundadas nas tradições culturais indígenas que foram em grande medida obscurecidas pela aplicação do marco teórico ocidental. Em conclusão, reflito sobre a importância das histórias de Criação, que aparecem como traço em todo o corpus artístico e crítico e proponho que a survivance pode servir de centro para a compreensão dos parâmetros éticos e estéticos que guiam os seus autores. / The aim of this thesis is to revisit an artistic corpus produced in an extremely active historical context in Canadian First Nations Art. After a first wave of political activism in the 1970s, embodied in the Red Power movement and the so-called Native American Renaissance, the late twentieth century gave new momentum to social engagement. Largely driven by the imminence of the 500th anniversary of Columbus' arrival to the Americas, a new generation of First Nation writers and visual artists engaged in revisiting the history leading to that scenario. The publication of their works coincided with a time when postcolonial, poststructuralist and cultural academic studies enjoyed especial popularity. Consequently, they have been extensively analyzed from these perspectives. Especially in the 21st century, an increasing body of criticism by Native American nationalist intellectuals has been published, questioning the implications of notions such as hybridization and postmodern, fragmented identities to assert the specificity of various indigenous peoples and cultures. Furthermore, these authors produce critical work geared to stressing the long history of indigenous intellectual and narratives traditions. Thus, they show that history did not begin with colonization, residential schools, or the Native American Renaissance. In order to reconsider this context, I locate the works of Cree author Tomson Highway and Métis painter Jim Logan in the long history of indigenous narrative. In Chapter 2, I introduce Gerald Vizenor’s concept of survivance and propose it can center an understanding of the ethics and aesthetics in Native American narratives. I confront the concept with key terms in Western theories on survival – namely, experience, trauma, testimony – and ponder on their limitations to study works founded on different worldviews. Thus, I also rely on the specificity of Anishinaabe culture to bridge the application of the literary theory of survivance to the visual arts and ultimately expand the concept of narrative. In Chapter 3, I present the current debate in Native American criticism and examine the reasons why Gerald Vizenor has criticized by nationalist critics. I then seek to expose how his creative and critical works may indeed be reflective of a deeply nationalist Anishinaabe identity, grounded in tradition. Finally, I seek to apply the principles of nationalist criticism to study Tomson Highway’s Kiss of the Fur Queen and paintings by Jim Logan in order to propose interpretations stemming from Native American cultural traditions which have been largely obscured by the application of Western theoretical frameworks. In conclusion, I reflect upon the importance of Creation stories as they appear as traces in the creative and critical corpus of this thesis and propose survivance can center the understanding of the ethical and aesthetic parameters guiding the authors.
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Entre os seus e os outros : horizonte, mobilidade e cosmopolítica guarani

Pradella, Luiz Gustavo Souza January 2009 (has links)
Com base em cinco anos de etnografia junto aos grupos guarani, no estado brasileiro do Rio Grande do Sul e em diálogo com a bibliografia etnológica, esta dissertação versa sobre a mobilidade entre os coletivos guarani. Metodologicamente, a pesquisa na qual ela se baseia interage com a proposta de uma antropologia de rotas, em detrimento ao localismo de uma antropologia de campo. Com o objetivo de compreender os diferentes aspectos do caminhar, são adotados distintos prismas teóricos sob os quais este fenômeno é analisado. Imbricada na cosmopolítica destes grupos, a mobilidade encontra-se intrinsecamente relacionada às aproximações e afastamentos nas relações com as alteridades, sejam estas humanas ou extrahumanas. A mobilidade possui também grande peso nas concepções e cuidados em torno da pessoa divídua que caminha e, igualmente, se constitui na busca pelo estado de perfeição (aguyjê) e/ou pela terra sem males (yvy maraëy). Encontra-se, portanto, estreitamente relacionada ao xamanismo, em seus mais diversos aspectos, permeia o modo de ser e a visão de mundo destas coletividades. / Based on five years of ethnography with the guarani groups in the Brazilian state of Rio Grande do Sul and in dialogue with the ethnological literature, this dissertation is about the guarani's mobility. Methodologically, the research interacts with the proposal originated in an route's anthropology rather than a field's anthropology. Aiming to understand the different aspects of walking, we adopt different theoretical prisms under which this phenomenon is analyzed. Imbricated in these group's cosmopolitics, the mobility is intrinsically related to the removals and approaches in relations with otherness, whether human or extra-human. Mobility also has great influence on construction and care of the dividuals person in movement, and also is the quest for the condition of perfection (aguyjê) and/or the "land without evil" (yvy maraëy). It is therefore closely related to shamanism, in its several aspects, permeates the way of being and world view of these communities.
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Os agentes indígenas de saúde do Alto Xingu

Novo, Marina Pereira 12 August 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2016-06-02T19:00:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2073.pdf: 2769076 bytes, checksum: dd547572945b861ea730dcc29b9f1525 (MD5) Previous issue date: 2008-08-12 / Universidade Federal de Minas Gerais / In the context of restructuring the indigenous health policies over the last 20 years in Brazil, and the consequent creation of the Special Sanitary Indigenous Districts since 1999, the Indigenous Health Agents appear as central elements of this new model for indigenous health attention, since they are understood as possible links or translators between the traditional systems and the official biomedicine. Considering this context, my intention was, through the presentation of ethnographic data about the formation process and the performance of the Indigenous Health Agents at the Upper Xingu, to question the role attributed to them, as well as the model of differentiated attention where this role was proposed. Exactly because they occupy a border position between different medicaltherapeutic systems, the agents performances are involved in several ambiguities and conflicts, which result from the imprecise definition of their functions, as well as from the effective existing conditions for their acting in the spaces attributed to them. I intend to show that the Indigenous Health Agents have their role redefined twice: by the non-indigenous professionals who think of them as transmitters of the biomedical knowledge to the attended populations as well as by the indigenous themselves, who see them as sources of goods and services from national society, in the general context of the political appropriation of this role and its acting spaces by the upper-xinguanos and local leaders themselves. / Dentro do contexto da reestruturação das políticas de saúde indígena ao longo dos últimos 20 anos no Brasil, e a conseqüente criação dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas/DSEIs a partir de 1999, os Agentes Indígenas de Saúde/AISs aparecem como elementos centrais desse novo modelo de atenção à saúde indígena, na medida em que são entendidos como possíveis elos de ligação ou tradutores entre os sistemas tradicionais e a biomedicina. Tendo em vista este contexto, o objetivo desta dissertação foi, por meio da apresentação de dados etnográficos relativos à formação e à atuação dos AISs no Alto Xingu, problematizar o papel que lhes foi atribuído, bem como o modelo de atenção diferenciada no qual este papel foi proposto. Observa-se que, exatamente pelo fato de ocuparem uma posição de fronteira entre distintos sistemas médico-terapêuticos, a atuação dos AISs está envolta em ambigüidades e conflitos de diversas naturezas, decorrentes quer de certa imprecisão na formulação do seu papel, quer das condições efetivas das suas atuações nos espaços que lhes foram atribuídos. Procura-se mostrar que os Agentes Indígenas de Saúde têm sua atuação duplamente redefinida: tanto pelos profissionais não-indígenas que os pensam como transmissores dos conhecimentos biomédicos às populações atendidas quanto pelos próprios indígenas, que os vêem como fontes de acesso a bens e serviços provenientes da sociedade nacional, no contexto mais geral da apropriação política deste papel e dos seus espaços de atuação pelos próprios alto-xinguanos e lideranças locais.
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Sentindo ideias, germinando saberes : movimentos de Apropriação (Afetiva) da Política de Territórios Etnoeducacionais por Professores Kaingang e Guarani no RS

Sousa, Fernanda Brabo January 2017 (has links)
A educação escolar indígena específica, diferenciada, bilíngue e intercultural é legalmente um direito assegurado aos povos indígenas no Brasil. Na prática, tal direito ainda enfrenta dificuldades para se efetivar, seja pela relação colonialista do estado e suas instituições para com os povos indígenas, seja pela morosidade e burocracia dos processos e instrumentos técnico-administrativos. É preciso considerar também os dissensos entre as reivindicações dos movimentos indígenas e o modo moderno ocidental majoritário de fazer e pensar as políticas públicas. Neste cenário, a política de territórios etnoeducacionais – TEE é uma das criações mais recentes na história da educação escolar indígena no país, sendo implementada gradualmente desde o ano de 2009 e gerando discussões, interesses, dúvidas e questionamentos acerca de sua efetivação. A partir de vivências com professoras e professores kaingang e guarani no Rio Grande do Sul, em especial da atuação na Ação Saberes Indígenas na Escola – núcleo UFRGS entre os anos de 2014 e 2017, constatei que, para a implementação de uma política indigenista ser efetiva, é necessário, entre outros movimentos, que ela seja apropriada afetivamente pelos povos indígenas envolvidos. Para a elaboração desta pesquisa, a política de TEE surgiu como semeadora de discussões e reflexões, com os (des)conhecimentos, (in)compreensões, estranhamentos e sentimentos que essas professoras e professores expõem e compartilham sobre o assunto. . Dentro de uma perspectiva de tese como acontecimento, busquei perceber como se dão os movimentos de apropriação (afetiva) da política de territórios etnoeducacionais pelos povos indígenas, tomando os encontros de formação continuada dos professores kaingang e guarani do RS como campos de reflexão coletiva e colaborativa. Utilizei as noções de pensamento seminal (Rodolfo Kusch), a dimensão do coração no pensamento ameríndio (Rodolfo Kusch e tradições indígenas) e o corazonar (Patrício Guerrero Arias) para compor um estudo denso e situado dos movimentos de apropriação afetiva indígena das políticas educacionais indigenistas, com base no vivido e nos sentipensamentos (Orlando Fals Borda) compartilhados em campo. Assumindo a imprevisibilidade de deixar- me estar e deixar-me afetar pelos campos de vivência, sabendo-me também afetando, adotei posturas e (dis)posições metodológicas que possibilitassem o estar junto com as pessoas indígenas, coautoras das reflexões desta pesquisa. Atuei conforme minhas sensibilidades de mundo, considerando a intuição e o acaso, no estar sendo estudante-universitária-mãe-pesquisadora- formadora e de acordo com as relações de parceria estabelecidas com os professores indígenas observando, registrando, participando e intervindo quando me foi solicitado. Dessa forma, esta pesquisa buscou evidenciar os movimentos fecundos de apropriação afetiva de políticas por meio do corazonamiento germinal da política de territórios etnoeducacionais. / The indigenous school education, specific, differentiated, bilingual and intercultural is legally a right assured to indigenous peoples in Brazil. In practice, this right still faces difficulties to be realized, either by the colonialist relationship of the state and its institutions with indigenous peoples, or by the bureaucracy of the processes and technical-administrative instruments. It is also necessary to consider the differences between the claims of the indigenous movements and the modern Western majority way of making and thinking public policies. In this scenario, the policy of ethnical educational territories - TEE is one of the most recent creations in the history of indigenous school education in the country, being implemented gradually since 2009 and generating discussions, interests, doubts and questions about its effectiveness. Based on experiences with kaingang and guarani teachers in Rio Grande do Sul, especially in the Action Indigenous Knowledge in the School - UFRGS nucleus between 2014 and 2017, I found that for the implementation of an indigenous policy to be effective , it is necessary, among other movements, that it be affectively appropriated by the indigenous peoples involved. In order to elaborate this research, the TEE policy emerged as a sower of discussions and reflections, with the (dis) knowledge, (in) understandings, estrangement and feelings that these teachers expose and share on the subject. From a perspective of thesis as an event, I tried to understand how the movements of appropriation (affective) of the politics of ethnical educational territories by the indigenous peoples take place, taking the meetings of continuous formation of teachers kaingang and Guarani of RS as fields of collective and collaborative reflection. I used the notions of seminal thinking (Rodolfo Kusch), the dimension of the heart in Amerindian thought (Rodolfo Kusch and indigenous traditions) and the corazonar (Patrício Guerrero Arias) to compose a dense and situated study of the movements of indigenous affective appropriation of indigenist educational policies, based on the lived and sentipensamento (Orlando Fals Borda) shared in the fieldwork. Assuming the unpredictability of letting me be and letting myself be affected by the fields of living, knowing myself also affecting, I adopted postures and methodological positions that would make it possible to be together with the indigenous people, co-authors of the reflections of this research. I acted according to my world sensibilities, considering intuition and chance, being a student-university-mother-researcher-trainer and according to established partnership relationships with indigenous teachers observing, registering, participating and intervening when I was asked. Thus, this research sought to highlight the fecund movements of affective appropriation of policies through the germinal heart of the politics of ethnical educational territories. / La educación escolar indígena específica, diferenciada, bilingüe e intercultural es legalmente un derecho asegurado a los pueblos indígenas en Brasil. En la práctica, tal derecho aún enfrenta dificultades para hacer efectivo, sea por la relación colonialista del estado y sus instituciones hacia los pueblos indígenas, sea por la morosidad y burocracia de los procesos e instrumentos técnico-administrativos. Es necesario considerar también los disensos entre las reivindicaciones de los movimientos indígenas y el modo moderno occidental de hacer y pensar las políticas públicas. En este escenario, la política de territorios etnoeducacionales – TEE es una de las creaciones más recientes en la historia de la educación escolar indígena en el país, siendo implementada gradualmente desde el año 2009 y generando discusiones, intereses, dudas y cuestionamientos acerca de su efectivación. A partir de vivencias con profesoras y profesores kaingang y guaraní en Rio Grande do Sul, en especial de mi actuación en lo Ação Saberes Indígenas na Escoela – núcleo UFRGS entre los años 2014 y 2017, he constatado que, para la implementación de una política indigenista ser efectiva, es necesario, entre otros movimientos, que sea apropiada afectivamente por los pueblos indígenas involucrados. Para la elaboración de esta investigación, la política de TEE surgió como planteadora de discusiones y reflexiones, con los (des) conocimientos, (in) comprensiones, asombros y sentimientos que esas profesoras y profesores exponen y comparten sobre el asunto En una perspectiva de tesis como acontecimiento, busqué percibir cómo se dan los movimientos de apropiación (afectiva) de la política de territorios etnoeducacionales por los pueblos indígenas, tomando los encuentros de formación continuada de los profesores kaingang y guaraní del RS como campos de reflexión colectiva y colaborativa. He utilizado las nociones de pensamiento seminal (Rodolfo Kusch), la dimensión del corazón en el pensamiento amerindio (Rodolfo Kusch y tradiciones indígenas) y el corazonar (Patrício Guerrero Arias), para componer un estudio denso y situado en los movimientos de apropiación afectiva indígena de las políticas educativas indigenistas, con base en lo vivido y en los sentimientos (Orlando Fals Borda) compartidos en el campo. Asumo lo imprevisible de dejarme estar y dejarme afectar por los campos de vivencia, sabiéndo que también afecto, he adoptado posturas y (dis) posiciones metodológicas que posibilitan el estar junto con las personas indígenas, co-actoras de las reflexiones de esta investigación. Yo actué de acuerdo com mis sensibilidades de mundo, en el estar siendo universitaria-madre-investigadora-formadora y con las relaciones de asociación establecidas con los profesores indígenas, observé, registré, participé e intervine cuando se me pidió. De esta forma, esta investigación buscó evidenciar los movimientos fecundos de apropiación afectiva de políticas por medio del corazonamiento germinal de la política de territorios etnoeducacionales.
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Ética e estética de survivance na literatura e nas artes visuais indígenas contemporâneas do Canadá

Westphalen, Flávia Carpes January 2013 (has links)
O objetivo desta tese é retornar a um corpus artístico produzido em um contexto histórico extremamente ativo nas artes indígenas canadenses. Depois de uma primeira onda de ativismo político nos anos 1970, incorporada no movimento Red Power e na literatura da chamada Native American Renaissance, o final do século XX constituiu-se em um novo contexto de mobilização. Em grande medida impulsionada pela proximidade do aniversário de 500 anos da chegada de Colombo às Américas, uma nova geração de escritores e artistas visuais indígenas se engajou em reexaminar a história que levou a tal contexto. A publicação de suas obras coincidiu com um momento de extrema popularidade de estudos acadêmicos póscoloniais, pós-estruturalistas e focados em cultura e, consequentemente, foi extensamente analisada dessas perspectivas. Especialmente desde o início do século XXI, passaram a ser publicadas obras críticas de intelectuais indigenas nacionalistas, que se opõem a noções como hibridação e identidades fragmentadas para afirmar a especificidade dos diversos povos e culturas indígenas. Além disso, esses autores dedicam-se a produzir uma obra crítica engajada em refletir a longa história das tradições intelectuais e narrativas indigena, evidenciando que estas não se iniciaram com a colonização, com as residential schools – internatos para educação de indígenas – ou com a Native American Renaissance. A fim de refletir sobre esse contexto, localizo e relaciono as obras de Tomson Highway – escritor Cree – e Jim Logan – artista plástico Métis – na longa história da narrativa indígena. No segundo capítulo, introduzo o conceito de survivance do escritor Anishinaabe Gerald Vizenor e proponho que tal conceito pode servir de centro para a definição de uma ética e estética indígenas refletidas nas narrativas. Contrasto o referido conceito com alguns termos de teorias ocidentais sobre sobrevivência – experiência, trauma, testemunho – e considero suas limitações para tratar de obras fundadas em outras visões de mundo. Assim, também, busco na especificidade da cultura Anishinaabe o esclarecimento de como a teoria literária de survivance pode ser aplicada às artes visuais e, assim, ampliar o próprio conceito de narrativa. No terceiro capítulo, apresento o debate corrente na crítica indígena e trato de examinar os motivos pelos quais Gerald Vizenor é criticado na crítica nacionalista e explico como seu fazer artístico e crítico pode, de fato, revelar uma identidade Anishinaabe profundamente nacionalista, fundada na tradição. Em seguida, aplico os fundamentos da crítica nacionalista para examinar o romance Kiss of the Fur Queen e pinturas de Jim Logan, a fim de propor interpretações fundadas nas tradições culturais indígenas que foram em grande medida obscurecidas pela aplicação do marco teórico ocidental. Em conclusão, reflito sobre a importância das histórias de Criação, que aparecem como traço em todo o corpus artístico e crítico e proponho que a survivance pode servir de centro para a compreensão dos parâmetros éticos e estéticos que guiam os seus autores. / The aim of this thesis is to revisit an artistic corpus produced in an extremely active historical context in Canadian First Nations Art. After a first wave of political activism in the 1970s, embodied in the Red Power movement and the so-called Native American Renaissance, the late twentieth century gave new momentum to social engagement. Largely driven by the imminence of the 500th anniversary of Columbus' arrival to the Americas, a new generation of First Nation writers and visual artists engaged in revisiting the history leading to that scenario. The publication of their works coincided with a time when postcolonial, poststructuralist and cultural academic studies enjoyed especial popularity. Consequently, they have been extensively analyzed from these perspectives. Especially in the 21st century, an increasing body of criticism by Native American nationalist intellectuals has been published, questioning the implications of notions such as hybridization and postmodern, fragmented identities to assert the specificity of various indigenous peoples and cultures. Furthermore, these authors produce critical work geared to stressing the long history of indigenous intellectual and narratives traditions. Thus, they show that history did not begin with colonization, residential schools, or the Native American Renaissance. In order to reconsider this context, I locate the works of Cree author Tomson Highway and Métis painter Jim Logan in the long history of indigenous narrative. In Chapter 2, I introduce Gerald Vizenor’s concept of survivance and propose it can center an understanding of the ethics and aesthetics in Native American narratives. I confront the concept with key terms in Western theories on survival – namely, experience, trauma, testimony – and ponder on their limitations to study works founded on different worldviews. Thus, I also rely on the specificity of Anishinaabe culture to bridge the application of the literary theory of survivance to the visual arts and ultimately expand the concept of narrative. In Chapter 3, I present the current debate in Native American criticism and examine the reasons why Gerald Vizenor has criticized by nationalist critics. I then seek to expose how his creative and critical works may indeed be reflective of a deeply nationalist Anishinaabe identity, grounded in tradition. Finally, I seek to apply the principles of nationalist criticism to study Tomson Highway’s Kiss of the Fur Queen and paintings by Jim Logan in order to propose interpretations stemming from Native American cultural traditions which have been largely obscured by the application of Western theoretical frameworks. In conclusion, I reflect upon the importance of Creation stories as they appear as traces in the creative and critical corpus of this thesis and propose survivance can center the understanding of the ethical and aesthetic parameters guiding the authors.
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A hora certa para nascer : um estudo antropológico sobre o parto hospitalar entre mulheres mbyá-guarani no sul do Brasil

Lewkowicz, Rita Becker January 2016 (has links)
Esta dissertação de mestrado problematiza a relação das mulheres mbyá-guarani com as práticas e políticas de saúde diferenciada, especialmente aquelas que dizem respeito ao processo de gestação, parto e puerpério. Primeiramente, trazendo recortes históricos e legislativos, faço uma discussão a respeito da emergência da “população indígena” como uma “população governável” em que a questão “étnica” aparece de maneira relevante nas práticas de governo, implicando em novos dispositivos de controle e formas de subjetivação a partir da “diferença cultural”. As políticas de saúde diferenciada são analisadas nesse contexto, tratando de traçar um solo sob o qual se sustenta o Posto de Saúde situado na Tekoá Koenju (aldeia mbyá-guarani localizada no município de São Miguel das Missões/RS), onde realizei parte de meu trabalho de campo. Um segundo momento deste trabalho dedica-se às práticas cotidianas de produção do que seria a “cidadania indígena” em um contexto de etnogovernamentalidade, salientando as formas pelas quais os profissionais de saúde atuam tanto baseados em valores morais e concepções próprias, quanto na racionalidade técnica (biomédica e biopolítica). A motivação humanitária (da política e da atuação dos profissionais) muitas vezes acaba por produzir uma população mbyá vulnerável, precária, a qual se justifica a intervenção. A partir da história contada por um karaí opygua suspendem-se certas regras desse jogo (político-conceitual) e adentra-se em outras possibilidades imaginativas mais atentas ao que os Mbyá vêm dizendo. Nessa direção, o terceiro momento atenta-se ao modo mbyá de fazer mundos, levando a política para o nível ontológico, e produzindo deslocamentos nos conceitos biomédicos. Seguindo histórias emblemáticas de partos (narradas e vivenciadas em diferentes espaços e momentos de minha trajetória etnográfica), busco trazer as formas mbyá de produção de corpos e pessoas, nas quais as práticas dos profissionais de saúde e o ambiente hospitalar também ganham um lugar específico. Os partos são, nesse sentido, como uma porta de entrada para pensar a cosmopolítica implicada no processo de produção da pessoa mbyá, situada também nas relações cotidianas com as políticas e práticas de saúde biomédica. / The purpose of this study is to reflect upon the relationship of Mbyá-Guarani women with specialized health policies and practices, especially those concerning pregnancy, birth and postpartum processes. First, bringing historical and legislative elements, I engage in a discussion about the emergence of the "indigenous population" as a "governable population" where "ethnicity" takes a significant role in governance practices resulting, therefore, in new control devices and forms of subjectivity that are built on "cultural difference". Indigenous health policies are analyzed in this context as to outline a ground upon which rests Tekoá Koenju’s (a Mbya-Guarani community, situated in São Miguel das Missões/RS) Health Center, where part of my fieldwork was conducted. A second stage of this work is dedicated to the daily production practices of what would be the "indigenous citizenship" in a context of “ ethnogovernmentality”, highlighting the ways in which health professionals work based both on moral values and personal views, and on technical (biomedical and biopolitical) rationality. The humanitarian reason (present in the policies and in specialists’ work) can often produce a vulnerable, precarious mbyá population that justifies an intervention. From a story told by a karai opyguá (mbyá shaman), certain rules of this political and conceptual game are suspended and other imaginative possibilities are able to emerge. In this direction, the third part of this study pays special attention to the mbyá way of “worlding”, taking politics to the ontological level and producing changes in biomedical concepts. Following emblematic stories of births (narrated and experienced in different moments of my ethnographic trajectory), I seek to convey the mbyá modes of producing bodies and persons in which health professionals’ practices and the hospital environment also have a specific place. Childbirth is, in this sense, a way to think about the cosmopolitics involved in the production process of the mbyá person, also situated in daily relationships with the biomedical health’s policies and practices.

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