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Lúpus eritematoso na infância: estudo retrospectivo com ênfase em suas manifestações cutâneas, classificação e evolução / Childhood lupus erythematosus: retrospective study with emphasis on cutaneous findings, classification and evolutionMiguelez, Maria Carolina de Abreu Sampaio 05 March 2008 (has links)
O lúpus eritematoso foi pouco estudado na infância, principalmente nas formas cutânea crônica, subaguda e bolhosa que são infreqüentes nessa faixa etária. Este trabalho tem por objetivo estudar as diversas formas de lúpus eritematoso em crianças. Para tanto, realizamos um estudo retrospectivo por meio da análise de prontuários de pacientes com lúpus eritematoso que teve início até os 16 anos de idade e que foram acompanhados na Divisão de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo entre 1991 e 2006. Os pacientes incluídos tiveram o diagnóstico feito pelo quadro clínico e confirmado pela histologia cutânea de uma lesão específica. Foram observados 48 pacientes: 33 com lesões discóides, dois com lúpus profundo, quatro com lúpus eritematoso cutâneo subagudo, quatro com lúpus eritematoso cutâneo agudo sem outras lesões específicas e cinco com lúpus eritematoso bolhoso. Analisadas as características clínicas, laboratoriais, histológicas e de imunofluorescência direta. Dezenove casos preencheram critérios para lúpus eritematoso sistêmico. Houve predomínio discreto no sexo feminino. Casos familiares de lúpus eritematoso estavam presentes em 10% dos pacientes. Vinte e quatro por cento das crianças com lesões discóides preencheram critérios para lúpus eritematoso sistêmico, sendo que 75% apresentavam lesões generalizadas. No lúpus eritematoso sistêmico, as manifestações mais freqüentes foram: cutânea, articular e renal. A glomerulonefrite proliferativa difusa foi a forma mais freqüente de nefrite. Foram observadas alterações hematológicas no limite inferior ou abaixo das taxas relatadas na literatura. Acometimento neurológico ocorreu em 68%. Acometimento cardíaco, pulmonar e do sistema digestivo foram pouco freqüentes. O FAN estava positivo em 95% dos casos e o anticorpo anticardiolipina estava presente em 21%. Dois dos quatro pacientes com lúpus eritematoso cutâneo subagudo preencheram critérios para lúpus eritematoso sistêmico e apresentaram convulsões e nefrite, sendo que um necessitou de transplante renal. Todos referiam fotossensibilidade e o anticorpo anti-Ro estava presente em três dos quatro casos. Todos os pacientes com lúpus eritematoso sistêmico bolhoso preencheram critérios para lúpus eritematoso sistêmico com acometimento renal e baixos níveis de complemento. Nenhum dos dois pacientes com lúpus profundo apresentou critérios para lúpus eritematoso sistêmico. Ambos apresentavam quadro disseminado com histologia típica. O quadro histológico nos demais casos também foi característico e a IgM foi o imunodepósito mais freqüente à imunofluorescência direta. A coloração de PAS (ácido periódico/reagente de Schiff) mostrou espessamento da membrana basal em 37 dos 40 casos estudados. Concluímos que o lúpus eritematoso da infância é semelhante ao do adulto, porém apresenta algumas peculiaridades como menor predomínio no sexo feminino, alta taxa de história familiar de lúpus eritematoso e maior associação com lúpus eritematoso sistêmico nas crianças com lesões discóides. Crianças com lúpus eritematoso cutâneo subagudo e critérios para lúpus eritematoso sistêmico tiveram acometimento sistêmico grave. O acometimento renal foi freqüente nas crianças com lúpus eritematoso sistêmico bolhoso / Lupus erythematosus was not well studied in childhood, especially in its chronic cutaneous, subacute and bullous forms that are uncommon at this age group. The present work aims to study the various forms of childhood lupus erythematosus. We retrospectively studied through medical records patients with lupus erythematosus whose disease had started until 16 years of age who were followed at Dermatology Division of Hospital das Clínicas of University of São Paulo between 1991 and 2006. The patients included had the diagnosis established on clinical grounds and confirmed by histological examination of a specific lesion. We found 48 patients: 33 with discoid lesions, two with lupus profundus, four with subacute cutaneous lupus erythematosus, four with acute cutaneous lupus erythematosus without other specific lesion and five with bullous lupus erythematosus. We analyzed the clinical, laboratorial, histological and direct immunofluorescence findings. Nineteen cases fulfilled the criteria for systemic lupus erythematosus. There was a slight female predominance. Familiar history of lupus erythematosus was present in 10% of cases. Twenty four percent of children with discoid lesions fulfilled the criteria for systemic lupus erythematosus and 75% showed disseminated lesions. The most frequent clinical manifestations in systemic lupus erythematosus were cutaneous, articular and renal. Diffuse proliferative glomerulonephritis was the most frequent form of nephritis. Hematological involvement was bellow or in the bottom of normal limits reported in the literature. Neuropsychiatric disease occurred in 68% of patients. Cardiac, pulmonary and gastrointestinal involvement was not frequent. ANA was positive in 95% of cases and. anticardiolipin antibodies were present in 21%. Two of four subacute cutaneous lupus erythematosus patients fulfilled the criteria for systemic lupus erythematosus and had convulsions and nephritis; one of them was submitted to renal transplantation. All of them referred photosensitivity and anti-Ro was present in three of four cases. All patients with bullous lupus erythematosus fulfilled the criteria for systemic lupus erythematosus and presented renal involvement and low complement levels. None of the two patients with lupus profundus fulfilled the criteria for systemic lupus erythematosus. Both had disseminated lesions and typical histology. Histological examination was also characteristic in the other cases and IgM was the most frequent immunodeposit at direct immunofluorescence. PAS staining showed thickening of basement membrane in 37 of 40 cases studied. To conclude, childhood lupus erythematosus is similar to adult lupus erythematosus, however shows some peculiarities as lower female predominance, high proportion of familiar history of lupus erythematosus and greater association with systemic lupus erythematosus in children with discoid lesions. Children with subacute cutaneous lupus erythematosus and criteria for systemic lupus erythematosus had severe systemic involvement. Renal disease was frequent in children with bullous systemic lupus erythematosus
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Anticorpo antiproteína P ribossomal em pacientes com hepatite autoimune / Anti-ribosomal P protein antibody in autoimmune hepatitis patientsCalich, Ana Luisa Garcia 03 May 2013 (has links)
Introdução: Os anticorpos antiproteína P ribossomal (anti-P) são considerados marcadores sorológicos específicos do Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) e estão associados a acometimento hepático nesta doença. As semelhanças entre a hepatite autoimune (HAI) e a hepatite associada ao LES levou ao questionamento se o anticorpo anti-P também estaria presente na HAI. Objetivo: Avaliar a frequência e significância clínica do anticorpo anti-P em uma grande coorte de pacientes com HAI. Métodos: Foram analisados os soros de 96 pacientes com HAI, coletados no diagnóstico e comparados com 82 soros de indivíduos saudáveis. Todos os soros foram testados para a presença do anticorpo anti-P pelo método de ELISA, do anticorpo anti-DNA de dupla fita pelo método de imunofluorescência indireta usando Crithidia luciliae e do anticorpo anti-Sm pelo método de ELISA. Os critérios de exclusão adotados foram a presença de outros anticorpos específicos de LES como o anti-DNA de dupla fita (n=1) e o anti-Sm (n=2) ou se o paciente apresentasse o diagnóstico de LES definido pelo Colégio Americano de Reumatologia (n=0). Os prontuários médicos foram revisados para dados demográficos, clínicos e resultados de exames laboratoriais relacionados a hepatopatia e anticorpos específicos de HAI. Resultado: Títulos moderados ou alto (> 40 U) de anti-P foram encontrados em 9,7% (9/93) dos pacientes com HAI e em nenhum dos controles (p = 0,003). No diagnóstico, os pacientes com anti-P positivo ou negativo apresentavam características demográficas/clínicas semelhantes, como a frequência de cirrose (44,4% vs 28,5%, p = 0,44) e exames laboratoriais relacionados a hepatite (p > 0,05). Entretanto, ao final do seguimento destes pacientes (média de 10,2 ± 4,9 anos), os pacientes positivos para anticorpos anti-P apresentaram uma maior frequência de cirrose quando comparados a pacientes negativos para anti-P (100% vs 60%, p = 0,04). Conclusão: a demonstração da presença do anticorpo anti-P em pacientes com HAI sem evidência de LES sugere um mecanismo comum de acometimento hepático nestas duas doenças. Além disso, a presença deste anticorpo parece predizer um pior prognóstico nos pacientes com HAI / Background: Autoantibodies to ribosomal P proteins (anti-rib P) are specific serological markers for systemic lupus erythematosus (SLE) and are associated with liver involvement in this disease. The similarity in autoimmune background between autoimmune hepatitis (AIH) and SLE- associated hepatitis raises the possibility that anti-rib P antibodies might also have relevance in AIH. Aims: To evaluate the frequency and clinical significance of anti-rib P antibodies in a large AIH cohort. Methods: Sera obtained at diagnosis of 96 AIH patients and of 82 healthy controls were tested for IgG anti-ribosomal P protein by ELISA. All of the sera were also screened for other lupus-specific autoantibodies, three patients with the presence of anti-dsDNA (n=1) and anti-Sm (n = 2) were excluded. Results: Moderate to high titers (> 40 U) of anti-rib P antibody were found in 9.7% (9/93) of the AIH patients and none of the controls (P = 0.003). At presentation, AIH patients with and without anti-rib P antibodies had similar demographic/clinical features, including the frequency of cirrhosis (44.4% vs. 28.5%, P = 0.44), hepatic laboratorial findings (p > 0.05). Importantly, at the final observation (follow-up period 10.2 ± 4.9 years), the AIH patients with anti-rib P had a significantly higher frequency of cirrhosis compared to the negative group (100% vs. 60%, P = 0.04). Conclusion: The novel demonstration of anti-rib P in AIH patients without clinical or laboratory evidence of SLE suggests a common underlying mechanism targeting the liver in these two diseases. In addition, this antibody appears to predict the patients with worse AIH prognoses
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Pancreatite em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico juvenil / Pancreatitis in juvenile systemic lupus erythematosus patientsMarques, Victor Leonardo Saraiva 14 November 2017 (has links)
Introdução: Pancreatite é uma manifestação incomum e com risco de vida no lúpus eritematoso sistêmico juvenil (LESJ). Objetivo: Estudar a classificação da pancreatite em pacientes com LESJ de acordo com as definições do Grupo Internacional de Estudos de Pancreatite Pediátrica (INSPPIRE) e determinar prevalência geral, características clínicas, alterações laboratoriais e prognóstico do primeiro episódio. Métodos: Um estudo de coorte retrospectivo multicêntrico incluiu 852 pacientes com LESJ estudados em 10 serviços de referência terciária de reumatologia pediátrica. Resultados: Pancreatite foi diagnosticada em 22 de 852 (2.6%) pacientes com LESJ. Foram classificados como pancreatite aguda em 20 (91%), pancreatite aguda recorrenteem 2 (9%), e nenhum deles apresentou pancreatite crônica. Nenhum deles tinha cálculos biliares, pancreatite traumática, ou relatou o uso de álcool e/ou tabagismo. A comparação dos pacientes com pancreatite (primeiro episódio) e sem esta complicação, revelou uma menor duração da doença [1 (0-10) vs. 4 (0-23) anos, P < 0,0001] e maior mediana do Índice de Atividade de Doença do LES 2000 [21 (0-41) vs. 2 (0-45), P < 0,0001]. A frequência de febre (P < 0,0001), perda de peso (P < 0,0001), serosite (P < 0,0001), nefrite (P < 0,0001), hipertensão arterial (P < 0,0001), insuficiência renal aguda (P < 0,0001), síndrome de ativação macrofágica (P < 0,0001), e morte (P=0,001) foram maiores em pacientes com pancreatite. A freqüência de metilprednisolona endovenosa (P < 0,0001) e a mediana da prednisona [55 (15-60) vs. 11 (1-90) mg/dia, P < 0,0001] foram significantemente maiores em pacientes com pancreatite. Dois pacientes apresentavam pancreatite aguda recorrente com dois episódios distintos, com intervalo sem dor entre os dois episódios de 1 e 4 anos. Conclusão: Este foi o primeiro estudo classificando a pancreatite usando as definições do Grupo Internacional de Estudos de Pancreatite Pediátrica em pacientes com LESJ mostrando uma predominância da pancreatite aguda associado ao tratamento com glicocorticóide e atividade grave da doença / Introduction: Pancreatitis is a rare and a life-threatening systemic lupus erythematosus (SLE) manifestation in childhood-onset SLE (cSLE). Objective: To study the classification of pancreatitis in cSLE according to the International Study Group of Pediatric Pancreatitis and determine the overall prevalence, clinical features, laboratory, and first episode outcomes. Methods: A multicenter cohort study in 10 pediatric rheumatology centers, included 852 patients with cSLE. Results: Pancreatitis was diagnosed in 22 of 852 (2.6%) patients with cSLE. It was classified as acute pancreatitis in 20 (91%), acute recurrent pancreatitis in 2 (9%), and none of them had chronic pancreatitis. None of them had gallstones, traumatic pancreatitis, or reported alcohol/tobacco use. The comparison of patients with pancreatitis (first episode) and without this complication revealed a shorter disease duration [1 (0-10) vs. 4 (0-23) anos, P<0.0001] and higher median of Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index 2000 [21 (0-41) vs. 2 (0-45), P < 0.0001]. The frequencies of fever (P < 0.0001), weight loss (P < 0.0001), serositis (P < 0.0001), nephritis (P < 0.0001), arterial hypertension (P < 0.0001), acute renal failure (P < 0.0001), macrophage activation syndrome (P < 0.0001), and death (P=0.001) were also higher in patients with pancreatitis. The frequencies of intravenous methylprednisolone use (P < 0.0001) and the median of prednisone dose [55 (15-60) vs. 11 (1-90) mg/dia, P<0.0001] were significantly higher in patients with pancreatitis. Of note, the 2 patients with acute recurrent pancreatitis had 2 episodes, with pain free interval of 1 and 4 years. Conclusions: This was the first study characterizing pancreatitis using the International Study Group of Pediatric Pancreatitis standardized definitions in patients with cSLE showing that the predominant form is acute pancreatitis seen in association with glucocorticoid treatment and active severe disease
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Lesão podocitária na nefrite lúpica membranosa pura e proliferativa: mecanismos distintos de proteinúria? / Podocyte injury in pure membranous and proliferative lupus nephritis: distinct underlying mechanisms of proteinuria?Rezende, Gabriela de Mendonça 11 February 2015 (has links)
Proteinúria é a principal manifestação da nefrite lúpica (NL) e reflete lesão no podócito. Análise dos biomarcadores do podócito foi realizada com o objetivo de identificar se o fenótipo podocitário é distinto na NL membranosa pura e proliferativa. Expressão de sinaptopodina, proteína 1 do tumor de Wilms (Wilms tumor protein 1 - WT1), proteína epitelial glomerular 1 (glomerular epitelial protein 1 - GLEPP1) e nefrina foi avaliada em 52 biópsias de NL por imunohistoquímica. Expressão preservada de sinaptopodina foi observada em apenas 10 (19,2%) de todas as biópsias enquanto que 42 (80,8%) apresentavam expressão reduzida. Ambos os grupos tinham proteinúria semelhante no momento da biópsia (p = 0,22), porém, no seguimento médio de quatro anos houve uma tendência para menores níveis médios de proteinúria nos pacientes com marcação preservada de sinaptopodina (0,26 ± 0,23 vs 0,84 ± 0,90 g/24 h, p = 0,05) do que naqueles com expressão reduzida. Trinta e nove (75%) biópsias foram classificadas como proliferativa e treze (25%) como membranosa pura. Comparação dos biomarcadores do podócito demonstrou predomíno de marcação preservada de sinaptopodina (69,2%), WT1 (69,2%), GLEPP1 (53,9%) e nefrina (60%) no grupo membranosa pura enquanto apenas < 10% das proliferativas apresentaram expressão preservada. Nossos dados sugerem que nas classes proliferativas parece haver lesão estrutural do podócito, enquanto que na membranosa pura o padrão predominantemente preservado sugere uma lesão funcional do podócito que pode ser responsável pelo melhor prognóstico a longo prazo do desfecho da proteinúria / Proteinuria is a major feature of lupus nephritis (LN) and reflects podocyte injury. Analysis of podocyte biomarkers was performed attempting to identify if podocyte phenotype is distinct in pure membranous and proliferative LN. Expression of synaptopodin, Wilms tumor protein 1 (WT1), glomerular epithelial protein 1 (GLEPP1) and nephrin was evaluated in 52 LN biopsies by immunohistochemistry. Preserved synaptopodin expression was observed in only 10 (19,2%) of all biopsies while 42 (80,8%) had a reduced expression. Both groups had comparable proteinuria at the time of biopsy (p=0,22), however, in the mean follow-up of four years there was a tendency to lower mean levels of proteinuria in patients with preserved synaptopodin staining (0,26 ± 0,23 vs. 0,84 ± 0,90 g/24 h, p=0,05) than those with diminished expression. Thirty-nine (75%) biopsies were classified as proliferative and thirteen (25%) as pure membranous. Comparison of podocyte biomarkers demonstrated a predominance of preserved staining of synaptopodin (69,2%), WT1 (69,2%), GLEPP1 (53,9%) and nephrin (60%) in the pure membranous group whereas only < 10% of the proliferative showed preserved expression. Our data suggest that in proliferative forms there seems to occur structural podocyte damage, whereas in the pure membranous the predominant preserved pattern suggests a dysfunctional podocyte lesion that may account for the better long-term prognosis of proteinuria outcome
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Avaliação clínica e microbiológica relacionada à doença periodontal em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico / Clinical and microbiological analysis of parameters related to periodontal disease in systemic lupus erythematous patientsPessôa, Larissa Costa de Moraes 04 November 2016 (has links)
O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune caracterizada por hiperatividade imunológica crônica pela ação de autoanticorpos que afetam diversos órgãos. Embora o uso crônico de imunossupressores predisponha o paciente a infecções, poucas pesquisas avaliaram uma possível associação entre doença periodontal e LES. Os objetivos deste trabalho foram investigar, por meio de estudo caso-controle, a prevalência e a gravidade da doença periodontal em pacientes com LES, e identificar e quantificar as principais bactérias periodontais presentes no biofilme subgengival. Foram incluídas 60 mulheres em atendimento no Setor de Reumatologia do Hospital Universitário de Brasília, de 20 a 65 anos de idade, sendo subdivididas em LES-A (ativo; n= 31) e LES-I (inativo; n=29). O grupo controle foi composto por 31 mulheres com os mesmos critérios de inclusão, porém sem doenças sistêmicas. As pacientes foram avaliadas quanto às medidas de profundidade de sondagem (P.S), perda de inserção clínica (PIC), índice de sangramento do sulco (ISS) e índice de placa (IPl) no exame inicial. Foram coletados biofilmes subgengivais dos quatro sítios mais profundos para identificação e quantificação de periodontopatógenos por meio de hibridação DNA-DNA checkerboard. Não houve diferenças estatisticamente entre os grupos relativamente aos parâmetros clínicos periodontais, exceto para o ISS, que foi menor no LESA (11,19% ± 14,62%) comparativamente ao grupo controle (17,30% ± 14,88%), porém sem diferenças quando comparado com o grupo LES-I (11,34% ± 11,59%). Houve baixa prevalência de bolsas periodontais, de PIC 4 mm e de espécies de Actinomyces em todos os grupos. Verificou-se aumento na contagem de bactérias do complexo vermelho no grupo LES-I (4,07 x 105; 95% CI: 0,16-0,79) em relação ao grupo controle (2,50 x 105; 95% CI: 1,23-3,77), com diferenças estatisticamente significante apenas referente ao grupo LES-A (p< 0,05; Kruskal Wallis pós-teste Dunn; 0,45 x 105; 95% CI: 0,16-0,79). Os resultados desse estudo demonstraram que os parâmetros periodontais são semelhantes entre pacientes com LES e grupo controle. O grupo de LES-I apresentou maior tempo dessa doença; aumento da contagem de microorganismos (especialmente dos complexos vermelho e verde em amostras de biofilme subgengival) e pior condição periodontal. / Systemic lupus erythematous (SLE) is an autoimmune disorder characterized by chronic immunological hyperactivity resultant from the action of autoantibodies, affecting many organs. Although the use of immune suppressors may predispose infections, few studies have investigated the prevalence and severity of periodontal disease in SLE patients. The aim of this study is to investigate the prevalence and severity of periodontal disease in SLE patients and the sub gingival levels of different pathogens. A total of 60 women attending of Brasília University Hospital, aged 18-65 years, were invited to participate in the study. SLE patients were allocated in two subgroups according with disease activity: SLE-A (active disease; n= 31) and SLE-I (inactive disease; n= 29). A number of 31 systemically healthy women at the same age range composed control group. Patients were clinically examined according to probing depth (PD), clinical attachment level (CAL), sulcular bleeding index (SBI) and plaque index (PLI) at baseline examination. Sub gingival biofilm samples were collected from the deepest four sites before periodontal treatment in order to identify and quantify the level of periodontopathogens by checkerboard DNA-DNA hybridization. No significant differences were found between groups in PD, CAL and PLI. Significant differences were observed in GBI between SLE-A (11,19% ± 14,62%) compared to controls (17,30% ± 14.88%), although with no differences when compared to SLE-I (11,34% ± 11,59%). There was a low prevalence of PD and attachment loss 4 mm at all groups. A low prevalence of Actinomyces was observed at all groups, with an increase in red complex species at LES-I (4,07 x 105; 95% CI: 0,16-0,79) compared to control (2,50 x 105; 95% CI: 1,23-3,77), although with significant differences (p< 0,05; Kruskal Wallis post hoc Dunn) only when compared to SLE-A (0,45 x 105; 95% CI: 0,16-0,79). These findings show no differences in the periodontal conditions of SLE compared to systemically healthy patients, except for a decrease in gingival bleeding index, especially at SLE-A. Reductions in microorganisms count were observed at SLE-A, while an increase in bacterial count, especially at red and green complex, were observed at subgingival biofilm of SLE-I patients.
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Ativação dos neutrófilos de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico sobre células endoteliais in vitro: implicações na lesão tecidual mediada por imunocomplexos / Activation of neutrophils from patients with systemic lupus erythematosus on endothelial cells in vitro: implications for tissue injury mediated by immune complexesAvila, Leandro Sobrinho 15 December 2016 (has links)
O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune e protótipo das doenças por imunocomplexos (IC). A deposição de IC em tecidos ou órgãos leva a um processo inflamatório crônico, que resulta em lesão tecidual. A fisiopatologia deste processo envolve principalmente o sistema do complemento (SC), receptores de IgG (Fc?R), neutrófilos e moléculas de adesão. Os produtos de ativação SC atraem os neutrófilos para o foco inflamatório e sua interação com os IC depositados resulta na liberação de espécies reativas de oxigênio (ERO) e das enzimas dos neutrófilos sobre os tecidos. As ERO podem levar a danos nas estruturas celulares devido ao estresse oxidativo, resultando na exposição de autoantígenos e sustentação da autoimunidade. Várias anormalidades envolvendo neutrófilos, função e expressão dos Fc?R e CR foram descritas no LES. O objetivo deste estudo foi avaliar se essas alterações podem ter implicações para o dano tecidual através do depósito de IC. Devido à importância das interações neutrófilo-endotélio-SC para a inflamação e lesão tecidual por IC no LES, este estudo propôs avaliar o efeito da ativação de neutrófilos e produtos do SC sobre as células endoteliais in vitro. Os resultados mostram que a exposição das células endoteliais aos neutrófilos/LES ativo, sem estímulo, resulta em maior peroxidação lipídica comparada com o controle espontâneo, o que não foi observado com neutrófilos/saudáveis. Contudo, na presença de IC/SHN, a peroxidação lipídica foi maior quando as células endoteliais foram expostas aos neutrófilos/LES inativo comparada ao controle espontâneo. O efeito da ativação dos neutrófilos, em todos os grupos, sobre a peroxidação lipídica das células endoteliais foi dependente da opsonização dos IC pelo complemento (IC/SHN), uma vez que não foi observado quando as proteínas do complemento foram inativadas (IC/SHI). Não houve diferença na produção de ERO entre os neutrófilos dos grupos estudados. Observou-se menor expressão dos Fc?RIIa (CD32) e CR1 em neutrófilos/LES ativo, quando comparados com o grupo controle. Houve maior liberação de catalase pelos neutrófilos/LES, quando estes foram estimulados via Fc?R, e maior produção de glutationa por neutrófilos/LES inativo quando estas células foram estimuladas via Fc?R e CR. A expressão de ICAM-1 não foi diferente entre os grupos de neutrófilos, entretanto foi menor na ausência de complemento. Não houve diferença na medida da ativação da via clássica do complemento avaliada pelo fragmento C4d. Estes resultados mostram que as células endoteliais são mais suscetíveis à peroxidação lipídica na presença de neutrófilos/LES. Contudo, quando o complemento do soro é inativado, esta suscetibilidade desaparece, bem como há menor liberação de ICAM-1 por todos os grupos de neutrófilos e maior liberação de catalase por neutrófilos/LES. A interação dos neutrófilos/LES com células endoteliais pode ser deletéria para este último e depender da atividade das proteínas do sistema complemento. O modelo desenvolvido neste estudo pode contribuir para a compreensão do envolvimento dos neutrófilos e do SC nas lesões teciduais no LES. / Systemic lupus erythematosus (SLE) is an autoimmune disease and prototype of immune complex diseases (IC). The deposition of IC in tissues or organs leads to a chronic inflammatory process, which results in tissue injury. The pathophysiology of this process mainly involves the complement system (SC), IgG (Fc?R) receptors, neutrophils and adhesion molecules. SC activation products attract neutrophils to the inflammatory focus and their interaction with deposited IC results in the release of reactive oxygen species (ROS) and neutrophil enzymes into tissues. ROS can lead to damage to cell structures due to oxidative stress, resulting in the exposure of autoantigens and the support of autoimmunity. Several abnormalities involving neutrophils, function and expression of Fc?R and CR have been described in SLE. The aim of this study was to assess whether these changes may have implications for tissue damage through the deposition of IC. Due to the importance of neutrophil-endothelial-SC interactions for inflammation and tissue damage by IC in SLE, this study proposed to evaluate the effect of the activation of neutrophils and SC products on endothelial cells in vitro. The results show that exposure of endothelial cells to active neutrophils / SLE without stimulus results in higher lipid peroxidation compared to spontaneous control, which was not observed with neutrophils / healthy. However, in the presence of IC / complement from normal human serum (NHS), lipid peroxidation was greater when endothelial cells were exposed to inactive neutrophils / SLE compared to spontaneous control. The effect of neutrophil activation in all groups on endothelial cell lipid peroxidation was dependent on IC with complement (IC / NHS), as it was not observed when complement proteins were inactivated (IC / INHS). There was no difference in ROS production among the neutrophils of the studied groups. Lower expression of Fc?RIIa (CD32) and CR1 in active neutrophils / SLE, when compared with the control group, was observed. There was greater release of catalase by neutrophils / SLE, when they were stimulated via Fc?R, and increased production of glutathione by neutrophils / inactive SLE when these cells were stimulated via Fc?R and CR. There was no difference in expression of ICAM-1 between the neutrophil groups, however it was lower in the absence of complement. There was no difference in the extent of the activation of the classical complement pathway evaluated by the C4d fragment. These results show that endothelial cells are more susceptible to lipid peroxidation in the presence of neutrophils / SLE. However, when serum complement is inactivated, this susceptibility disappears, as well as there is a lower release of ICAM-1 by all neutrophil groups and greater release of catalase by neutrophils / SLE. The interaction of neutrophils / SLE with endothelial cells may be deleterious to the latter and depends on the activity of the complement system proteins. The model developed in this study may contribute to the understanding of neutrophil and SC involvement in tissue lesions in SLE.
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Caracterização vocal de pacientes portadores de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)FREITAS, Milena Silva de 18 October 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-10-18 / O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença crônica caracterizada por dano tecidual progressivo. Nas últimas décadas os novos tratamentos aumentaram muito a vida útil dos pacientes com LES. Isso cria uma alta demanda para identificar os sintomas gerais associados ao LES e desenvolver terapias que melhorem sua qualidade de vida sob cuidados crônicos. Nós hipotetizamos que os pacientes com LES deveriam apresentar sintomas disfônicos. Dado que os distúrbios da voz podem reduzir a qualidade de vida, a identificação de uma potencial disfonia relacionada ao LES pode ser relevante para a avaliação e o manejo desta doença. Medimos os parâmetros vocais GRBAS em pacientes com LES e no grupo controle. Os pacientes com LES também preencheram um questionário relatando déficits vocais percebidos. Os pacientes com LES tiveram uma intensidade vocal significativamente menor e uma HNR ruim, bem como aumento dos valores de jitter e shimmer. Todos os parâmetros subjetivos da escala GRBAS foram significativamente anormais em pacientes com LES. Além disso, a grande maioria dos pacientes com LES (29/36) relatou pelo menos um déficit vocal percebido, com déficits mais prevalentes sendo fadiga vocal (19/36) e rouquidão (17/36). Os déficits de voz auto relatados foram altamente correlacionados com os scores de GRBAS alterados. Além disso, os scores de danos nos tecidos nos diferentes sistemas de órgãos correlacionaram-se com os sintomas disfônicos, sugerindo que algumas características da disfonia relacionada ao LES se devem a danos nos tecidos. Nossos resultados mostram que uma grande fração de pacientes com LES sofre de disfonia perceptível e pode se beneficiar da terapia de voz para melhorar a qualidade de vida. / Systemic lupus erythematosus (SLE) is a chronic disease characterized by progressive tissuedamage. In recent decades, novel treatments have greatly extended the life span of SLE patients. This creates a high demand for identifying the overarching symptoms associated with SLE and developing therapies that improve their life quality under chronic care. We hypothesized that SLE patients would present dysphonic symptoms. Given that voice disorders can reduce life quality, identifying a potential SLE-related dysphonia could be relevant for the appraisal and management of this disease. We measured objective vocal parameters and perceived vocal quality with the GRBAS (Grade, Roughness, Breathiness, Asthenia, Strain) scale in SLE patients and compared them to matched healthy controls. SLE patients also filled a questionnaire reporting perceived vocal deficits. SLE patients had significantly lower vocal intensity and harmonics to noise ratio, as well as increased jitter and shimmer. All subjective parameters of the GRBAS scale were significantly abnormal in SLE patients. Additionally, the vast majority of SLE patients (29/36) reported at least one perceived vocal deficit, with the most prevalent deficits being vocal fatigue (19/36) and hoarseness (17/36). Self-reported voice deficits were highly correlated with altered GRBAS scores. Additionally, tissue damage scores in different organ systems correlated with dysphonic symptoms, suggesting that some features of SLE-related dysphonia are due to tissue damage. Our results show that a large fraction of SLE patients suffers from perceivable dysphonia and may benefit from voice therapy in order to improve quality of life.
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Segurança e eficácia da vacina contra hepatite B no lúpus eritematoso sistêmico / Safety and efficacy of hepatitis B vaccine in systemic lupus erythematosusKátia Akemi Miyazato Kuruma 08 April 2008 (has links)
A vacina contra hepatite B tem sido implicada como um desencadeador de doenças auto-imunes, mas ainda não existem estudos prospectivos no lúpus. Assim, avaliamos prospectivamente a segurança e eficácia da imunização com a vacina recombinante contra hepatite B (Euvax B® - LG) em pacientes com diagnóstico de lúpus. Foram selecionadas 28 pacientes com a doença inativa (SLEDAI<4), com idade entre 18 e 50 anos e sorologia negativa para o vírus da hepatite B (VHB). Os critérios de exclusão foram o uso de prednisona >=20 mg/dia e drogas imunossupressoras, anti-dsDNA e anticardiolipina negativos. Os dados clínicos e laboratoriais foram coletados na entrada do estudo e um mês após cada dose da vacina. Além disso, obtivemos dados do ano anterior usando o prontuário eletrônico padronizado. A média de idade foi de 34 ± 7,7 anos e a média da duração da doença foi de 10,4 ± 6,7 anos. Soroconversão adequada foi atingida no final do estudo (93%), embora tenhamos observado uma baixa freqüência após a primeira dose (4%) e após a segunda dose (54%). Nenhuma alteração significativa na média de SLEDAI foi detectada após cada dose durante o estudo (0,14 ± 0,52 vs. 0 vs. 0,61 ± 1,66 vs. 0,36 ± 1,34, p=0,11). Reforçando estes achados, os 11% de atividade de doença durante o período de vacinação foi semelhante aos 21% observados no ano anterior (p=0,46). Além disso, a média da dose de prednisona na entrada foi comparável à dose do final do estudo (2,86 ± 3,06 vs. 4,64 ± 8,25 mg/d, p=0,32). A freqüência do uso de terapia imunossupressora no período da vacinação (11%) foi semelhante aos 14% observados no ano anterior (p=0,66). A vacinação contra hepatite B apresentou uma resposta de anticorpos protetores adequada e foi segura nos pacientes com lúpus inativo. / Hepatitis B vaccination has been implicated as a potential trigger for autoimmune diseases but there are no prospective studies in lupus. We therefore assessed prospectively the safety and efficacy of immunization with recombinant DNA hepatitis B vaccine (Euvax B® - LG) in SLE patients. Twenty-eight consecutive inactive SLE patients (SLEDAI<4), age between 18-50 years and negative serology for hepatitis B virus (HBV) were selected. Exclusion criteria were prednisone > 20mg/day and immunosuppressive drugs. Clinical and laboratorial assessments were obtained at study entry and one month after the three doses. In addition, a previous one year evaluation was performed using a standard electronic protocol. The mean age was 34 ± 7.7 years and disease duration was 10.4 ± 6.7 years. An adequate seroconversion was achieved at the end of the study (93%), although a lower frequency after the first (4%) and second dose (54%) was observed. No significant change in mean SLEDAI score was detected after each dose throughout the study (0.14 ± 0.52 vs. 0 vs. 0.61 ± 1.66 vs. 0.36 ± 1.34, p=0.11). Reinforcing these findings, the 11% flares during vaccination was similar to the 21% observed in the previous year (p=0.46). Furthermore, the mean prednisone dose at study entry was comparable to the end of the study (2.86 ± 3.06 vs. 4.64 ± 8.25 mg/d, p=0.32). In addition, the frequency of immunosuppressive therapy during the vaccination period (11%) was alike to the 14% observed in the previous year before entry (p=0.66). Hepatitis B vaccination was safe in inactive SLE patients with an adequate vaccine response rate.
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Atividade de doença como principal fator de risco para osteonecrose no lúpus eritematoso sistêmico de diagnóstico recente / Disease activity as a major risk factor for osteonecrosis in early systemic lupus erythematosusSonia Cristina de Magalhães Souza Fialho 04 December 2006 (has links)
OBJETIVO. Identificar fatores preditivos para o desenvolvimento da osteonecrose (ONA) em pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) de diagnóstico recente. METODOLOGIA. Quarenta e seis pacientes consecutivos, de uma coorte informatizada no ambulatório de LES do serviço de Reumatologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, participaram deste protocolo que ocorreu entre julho de 2004 e julho de 2005. Os critérios de inclusão foram: pacientes do sexo feminino; menos de cinco anos de diagnóstico de LES; e idade maior que 18 anos. Todas as pacientes foram submetidas à ressonância nuclear magnética (RNM) dos quadris para o diagnóstico de ONA, independente da sintomatologia. Variáveis clínicas foram obtidas através de prontuários médicos, entrevista e exame clínico. Variáveis laboratoriais incluíram: lipoproteínas séricas, auto-anticorpos, fatores trombofílicos e de hipofibrinólise. Densidade mineral óssea foi medida através da densitometria de dupla emissão de raios-X. Fraturas vertebrais foram investigadas através da realização de radiografias da coluna. RESULTADOS. A ONA foi encontrada em 10 das 46 pacientes. Idade, duração de doença e raça não diferiram entre pacientes lúpicas com e sem ONA. Comparações envolvendo as várias manifestações clínicas do LES, perfil lipoprotéico e de auto-anticorpos, freqüência de trombofilia e hipofibrinólise também não foram estatisticamente diferentes entre os grupos. A freqüência de pacientes com SLEDAI ?8 no ano anterior ao diagnóstico clínico de ONA foi significativamente maior (60%) do que no grupo sem ONA considerando-se o ano anterior à entrada no estudo (19,4%), p=0,011. Corroborando com esse achado, a dose cumulativa de glicocorticóide (GC) utilizada no anterior ao diagnóstico de ONA foi maior quando comparada ao ano anterior à entrada no estudo(p=0,045). Não foram observadas diferenças com relação aos dados densitométricos e radiográficos da coluna. Na análise multivariada somente o SLEDAI permaneceu como fator de risco independente para ONA (OR=6,6, IC=1,07-41,29, p=0,042). CONCLUSÃO. Este estudo revela que a atividade de doença no ano anterior ao diagnóstico clínico de ONA é fator de risco preponderante para o desenvolvimento desta complicação no LES recente. / OBJECTIVE. To evaluate predictive factors for osteonecrosis (ON) development in patients with early Systemic Lupus Erythematosus (SLE). METHODS. Forty-six consecutive SLE patients from an electronic cohort in a Lupus Clinic from the Rheumatology Division in the University of São Paulo were enrolled on this study that occurred between July 2004 and July 2005. Inclusion criteria were female gender, age > 18 years-old and less than 5 years of disease duration. All patients underwent magnetic resonance imaging (MRI) of the hips for ON diagnosis irrespective of symptoms. Clinical variables were obtained through medical records, interview and physical examination. Laboratory variables were: serum lipoproteins, autoantibodies profile, trombophilia and hypofibrinolysis factors. Bone mineral density was acquired through dual energy x-ray absorptiometry. Vertebral fractures were investigated by spine X-rays. RESULTS. ON was found in 10 of 46 patients. Age, disease duration and race did not differ between patients with and without ON. The frequency of clinical features, lipoprotein and auto-antibodies profile and frequency of trombophilia and hypofibrinolysis were also alike in the two groups. Importantly, disease activity (frequency of patients with SLEDAI ?8) in the previous year of ON clinical diagnosis was significantly higher when compared to patients without ON in the previous year of study entrance (60.0% vs. 19.4%, p=0.011). Reinforcing this finding, glucocorticoid cumulative dose used in the previous year of ON diagnosis was also higher compared to SLE without ON in the previous year of study entrance (p=0.045). Differences concerning the densitometric and radiographic data were not observed. Remarkably, in the multivariate analysis only SLEDAI remained as an independent risk factor for ON (OR=6.6, CI=1.07-41.29, p= 0.042). CONCLUSION. This study has clearly revealed that disease activity in the previous year of ON clinical diagnosis is the main predictor factor for the development of this complication in early SLE.
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Pancreatite em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico juvenil / Pancreatitis in juvenile systemic lupus erythematosus patientsVictor Leonardo Saraiva Marques 14 November 2017 (has links)
Introdução: Pancreatite é uma manifestação incomum e com risco de vida no lúpus eritematoso sistêmico juvenil (LESJ). Objetivo: Estudar a classificação da pancreatite em pacientes com LESJ de acordo com as definições do Grupo Internacional de Estudos de Pancreatite Pediátrica (INSPPIRE) e determinar prevalência geral, características clínicas, alterações laboratoriais e prognóstico do primeiro episódio. Métodos: Um estudo de coorte retrospectivo multicêntrico incluiu 852 pacientes com LESJ estudados em 10 serviços de referência terciária de reumatologia pediátrica. Resultados: Pancreatite foi diagnosticada em 22 de 852 (2.6%) pacientes com LESJ. Foram classificados como pancreatite aguda em 20 (91%), pancreatite aguda recorrenteem 2 (9%), e nenhum deles apresentou pancreatite crônica. Nenhum deles tinha cálculos biliares, pancreatite traumática, ou relatou o uso de álcool e/ou tabagismo. A comparação dos pacientes com pancreatite (primeiro episódio) e sem esta complicação, revelou uma menor duração da doença [1 (0-10) vs. 4 (0-23) anos, P < 0,0001] e maior mediana do Índice de Atividade de Doença do LES 2000 [21 (0-41) vs. 2 (0-45), P < 0,0001]. A frequência de febre (P < 0,0001), perda de peso (P < 0,0001), serosite (P < 0,0001), nefrite (P < 0,0001), hipertensão arterial (P < 0,0001), insuficiência renal aguda (P < 0,0001), síndrome de ativação macrofágica (P < 0,0001), e morte (P=0,001) foram maiores em pacientes com pancreatite. A freqüência de metilprednisolona endovenosa (P < 0,0001) e a mediana da prednisona [55 (15-60) vs. 11 (1-90) mg/dia, P < 0,0001] foram significantemente maiores em pacientes com pancreatite. Dois pacientes apresentavam pancreatite aguda recorrente com dois episódios distintos, com intervalo sem dor entre os dois episódios de 1 e 4 anos. Conclusão: Este foi o primeiro estudo classificando a pancreatite usando as definições do Grupo Internacional de Estudos de Pancreatite Pediátrica em pacientes com LESJ mostrando uma predominância da pancreatite aguda associado ao tratamento com glicocorticóide e atividade grave da doença / Introduction: Pancreatitis is a rare and a life-threatening systemic lupus erythematosus (SLE) manifestation in childhood-onset SLE (cSLE). Objective: To study the classification of pancreatitis in cSLE according to the International Study Group of Pediatric Pancreatitis and determine the overall prevalence, clinical features, laboratory, and first episode outcomes. Methods: A multicenter cohort study in 10 pediatric rheumatology centers, included 852 patients with cSLE. Results: Pancreatitis was diagnosed in 22 of 852 (2.6%) patients with cSLE. It was classified as acute pancreatitis in 20 (91%), acute recurrent pancreatitis in 2 (9%), and none of them had chronic pancreatitis. None of them had gallstones, traumatic pancreatitis, or reported alcohol/tobacco use. The comparison of patients with pancreatitis (first episode) and without this complication revealed a shorter disease duration [1 (0-10) vs. 4 (0-23) anos, P<0.0001] and higher median of Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index 2000 [21 (0-41) vs. 2 (0-45), P < 0.0001]. The frequencies of fever (P < 0.0001), weight loss (P < 0.0001), serositis (P < 0.0001), nephritis (P < 0.0001), arterial hypertension (P < 0.0001), acute renal failure (P < 0.0001), macrophage activation syndrome (P < 0.0001), and death (P=0.001) were also higher in patients with pancreatitis. The frequencies of intravenous methylprednisolone use (P < 0.0001) and the median of prednisone dose [55 (15-60) vs. 11 (1-90) mg/dia, P<0.0001] were significantly higher in patients with pancreatitis. Of note, the 2 patients with acute recurrent pancreatitis had 2 episodes, with pain free interval of 1 and 4 years. Conclusions: This was the first study characterizing pancreatitis using the International Study Group of Pediatric Pancreatitis standardized definitions in patients with cSLE showing that the predominant form is acute pancreatitis seen in association with glucocorticoid treatment and active severe disease
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