• Refine Query
  • Source
  • Publication year
  • to
  • Language
  • 904
  • 82
  • 82
  • 82
  • 79
  • 76
  • 11
  • 11
  • 7
  • 7
  • 6
  • 6
  • 4
  • 3
  • 1
  • Tagged with
  • 934
  • 934
  • 717
  • 522
  • 383
  • 297
  • 209
  • 188
  • 174
  • 140
  • 112
  • 106
  • 104
  • 94
  • 88
  • About
  • The Global ETD Search service is a free service for researchers to find electronic theses and dissertations. This service is provided by the Networked Digital Library of Theses and Dissertations.
    Our metadata is collected from universities around the world. If you manage a university/consortium/country archive and want to be added, details can be found on the NDLTD website.
731

Vozes da memória : o contador de histórias em narrativas orais urbanas

Flach, Alessandra Bittencourt January 2013 (has links)
Contar histórias é uma prática que atravessa os tempos e faz parte da natureza humana. Portanto, a área de Letras deve fazer desse tema objeto de estudo, com enfoque especial nas narrativas orais. Esta tese se propõe a discutir o papel do contador de histórias na pós-modernidade. Para tanto, serão analisados registros audiovisuais de um morador do bairro Restinga, em Porto Alegre (RS), com o intuito de demonstrar que ainda há espaço para ouvir e contar histórias, desde que isso seja pensado a partir de uma série de elementos das sociedades complexas contemporâneas, em detrimento das práticas de contar histórias que emergiam em culturas orais. Acredita-se que as narrativas que surgem em um ambiente de conversa também são constituídas de poeticidade, o que pode ser percebido mediante a análise da performance, ou seja, do evento comunicativo que envolve não só o texto, mas a linguagem, o corpo, os gestos, a voz, os interlocutores. Como suporte teórico, parte-se dos conceitos e dos estudos de Paul Zumthor, Richard Bauman e Ruth Finnegan acerca da performance, bem como das contribuições da Antropologia, da Sociologia e da Sociolinguística para compreender o alcance social dessas produções orais. Através das análises, percebe-se o predomínio de narrativas envolvendo as experiências de vida (histórias do bairro, da família, do trabalho, da infância). Isso deixa evidente a importância da memória como recurso que vincula o passado ao presente. Espera-se poder contribuir para os estudos sobre narrativas orais e colocar em evidência a necessidade de se desenvolverem pesquisas problematizando o assunto. / Contar historias es una práctica que atraviesa los tiempos y hace parte de la naturaleza humana. Por lo tanto, la área de Letras debe hacer de este tema objeto de estudio, con foco especial en las narrativas orales. Esta tesis propone discutir el papel del contador de historias en la pos modernidad. Para tal efecto, serán analizados registros audiovisuales de un habitante del barrio Restinga, en Porto Alegre (Rio Grande do Sul), con el intuito de demostrar que todavía hay espacio para oír y contar historias, considerando que eso haya sido pensado a partir de una serie de elementos de las complejas sociedades contemporáneas, en detrimento de las prácticas de contar historias que han emergido en culturas orales. Se cree que las narrativas que surgen en un ambiente de charla también son constituidas por elementos poéticos, lo que puede ser percibido mediante el análisis de la performance, o sea, del evento comunicativo que envuelve no apenas el texto, sino también el lenguaje, el cuerpo, los gestos, la voz, los interlocutores. Como soporte teórico, se parte de los conceptos y de los estudios de Paul Zumthor, Richard Bauman y Ruth Finnegan acerca de la performance, bien como de las contribuciones de la Antropología, de la Sociología y de la Sociolingüística para comprender el alcance social de esta producción oral. A través del análisis, se percibe el predominio de narrativas envolviendo las experiencias de vida (historias de barrio, de familia, de trabajo, de infancia). Eso pone en evidencia la importancia de la memoria como recurso que vincula el pasado al presente. Se espera poder contribuir con los estudios sobre narrativas orales y colocar en evidencia la necesidad de que se desarrollen investigaciones que problematicen el asunto.
732

A bicicleta que tinha bigodes : para uma (re)significação de Angola através da leveza do olhar infantil

Seidl, Surian January 2013 (has links)
Este trabalho de pesquisa investiga a obra A Bicicleta que tinha bigodes (2011), do escritor angolano Ondjaki, no intento de analisar como ele configura o ato de narrar histórias baseado na dimensão da memória, mesclando elementos autobiográficos e ficcionais. A recuperação do passado, presente em suas obras, centra-se na afirmação do ponto de vista da infância. A partir desse olhar subjetivo, a história recente – a guerra civil, o pós-guerra – é trazida à tona de forma leve, poética e onírica. Com uma linguagem oralizada, o escritor permite ao leitor um contato muito próximo com as vivências provocadas pelo narrador, que pode ser aproximado a um contador de histórias. No entanto, essa presença em Ondjaki não está ligada a uma visão exótica de Angola, presa a uma ancestralidade e a uma tradição fixa. Seus narradores são urbanos, convivem com espaços da escrita e outras linguagens e mídias. É nesse viés que letra e voz vão tecendo os fios da narrativa através das lembranças da infância. Nessa forma de narrar os encaminhamentos do pós-guerra em Angola percebe-se que, além da dor – já instaurada há muito tempo em seu povo –, também existe a alegria. / Este trabajo de investigación analiza la obra La bicicleta que tenía bigotes (2011), del escritor angolés Ondjaki, en el intento de analizar como configura el acto de narrar historias basado en la dimensión de la memoria, mezclando elementos autobiográficos con elementos de la ficción. El rescate del pasado, presente en sus obras, se concentra en la afirmación del punto de vista de la infancia. A partir de esa mirada subjetiva, expone la historia actual – la guerra civil, la pos-guerra – de manera leve, poética y onírica. Con un lenguaje oralizado, el escritor permite al lector un contacto muy próximo de las vivencias provocadas por el narrador, que se aproxima más a un contador de historias. Mientras tanto, esa presencia en Ondjaki no está ligada a una visión exótica de Angola, presa de una ancestralidad y a una tradición fija. Sus narradores son urbanos, conviven con espacios de la escritura y otros lenguajes y medios. Es en esa trama que letra y voz van tejiendo los hilos de la narrativa a través de los recuerdos de la infancia. En esa forma de narrar los encaminamientos de la pos-guerra en Angola se perciben que, además del dolor – ya instaurado hace mucho tiempo en su pueblo -, también existe la alegría.
733

Vozes, mito, história : uma leitura da ambivalência em O Último Voo do Flamingo, de Mia Couto

Parracho, Bianca Basile January 2014 (has links)
Este trabalho examina o romance O último voo do flamingo, do escritor moçambicano Mia Couto, publicado pela primeira vez em 2000, em Portugal. Inicialmente apresentado como um enredo policial, o romance é narrado por um personagem que testemunhou os fatos: o tradutor de Tizangara, responsável por traduzir o diálogo entre a cultura eurocêntrica e as crenças míticas moçambicanas. A mediação cultural, a narração da história e os momentos em que o narrador/tradutor conta sua vida pressupõem um trânsito de pontos de vista que se estuda por meio das considerações dos pesquisadores Oscar Tacca e Gérard Genette. A ambivalência que é tanto causa quanto consequência dessa construção narrativa reflete a contrariedade em que vive a pequena vila moçambicana de Tizangara, cenário do romance. A partir da concepção de mito estabelecida por Mircea Eliade, verifica-se que a visão sagrada de mundo, característica de parte da história das tradições moçambicanas, é representada em O último voo do flamingo por antepassados, feiticeiros e homens mais velhos, os detentores de sabedoria nas crenças africanas. Diante disso, a corrupção, marca do poder dos governantes locais em Tizangara, ameaça a continuidade da vila, conduzindo a narrativa ao cenário apocalíptico proposto por Mia Couto enquanto uma forma de recomeço. Para compreender esse contraponto, considera-se o percurso histórico não só de Moçambique como também de Tizangara, uma metonímia do país africano. Como reflexo do complexo momento histórico por que passa aquele país, o ano de 1992 é escolhido para contar a história – primeiro ano de paz após décadas de guerra (de libertação e civil). Ainda que já liberto da colonização portuguesa desde 1975, Moçambique permanece colonizado, agora de forma distinta. Identificam-se também algumas das condições que contribuíram para o neocolonialismo com apoio bibliográfico proveniente sobretudo de Stuart Hall e Kwame Anthony Appiah. A apresentação histórica de Moçambique baseia-se nas diretrizes estabelecidas pelo historiador africano Joseph Ki-Zerbo. / This work examines the novel O último voo do flamingo, written by the Mozambican author Mia Couto, published for the first time in 2000, in Portugal. Initially presenting as a police plot, the novel is narrated by a character who witnessed the facts: the Tizangara‘s translator, responsible for translating the dialogue between Eurocentric culture and Mozambican‘s mythical beliefs. The cultural mediation, the story‘s narrative and the moments in which the narrator/translator tells his life presuppose a shift of points of view which are studied under considerations of the researchers Oscar Tacca and Gérard Genette. Ambivalence, which is both cause as well as consequence of this narrative construction, reflects the contrariety lived by the small Mozambican village of Tizangara, scenario of the novel. From the conception of myth established by Mircea Eliade, it is seen that the sacred worldview characteristic of part of Mozambican‘s historical traditions, is represented in O último voo do flamingo by ancestors, wizards and eldest men, the bearers of wisdom in African beliefs. Given that, corruption, as a sign of power of Tizangara‘s local governors, threatens continuity of life, leading the narrative to the apocalyptical scenario suggested by Mia Couto as a way of restart. To understand this contrast, it is considered not only the historical background of Mozambique as well as Tizangara, a metonym of the African country. Reflecting the complex historical moment in which that country is going through, the year of 1992 is chosen to tell the story – first year of peace after decades of war (emancipation and civil). Even though freed from Portuguese colonization since 1975, Mozambique remains colonized, in a different way now. We identify as well some of the conditions that contributed to neocolonialism with bibliographic support of Stuart Hall and Kwame Anthony Appiah. The historical presentation of Mozambique is based on guidelines established by the African historian Joseph Ki-Zerbo.
734

El sexto sol de Malinalli

Aguiar, Janaína de Azevedo Baladão de January 2013 (has links)
Este trabalho se propõe a analisar a representação histórica e literária de Malintzin, levando em consideração que o estudo dessa personagem nos leva não apenas a uma cultura mestiça, ao complexo de inferioridade e ao “malinchismo” que está associado a seu nome, como propõe Octavio Paz (1950), entre outros estudiosos, mas também a uma nova reconstrução literária, na qual a narrativa oferece um campo mais amplo de indagações. Nesse sentido, Laura Esquivel (2006) promove uma ruptura com a imagem de uma Malintzin traidora e lança questionamentos sobre o que pensou e sentiu Malintzin no momento da Conquista. Somados à narrativa, o desenhista Jordi Castells (2006) criou 89 códices para o romance de Esquivel (2006), que representam um registro da cultura, preservam a memória, contam a história da grande cidade Tenochtitlan, do Imperador Moctezuma, do deus serpente-ave Quetzalcoatl, do massacre de Cholula, das divindades, das cerimônias e rituais de nascimento e morte. Esses manuscritos pictográficos, sobretudo, mostram um retrato de uma Malintzin que é “senhora da palavra”, do discurso e de seu tempo, já que é ela quem desenha e escreve ficcionalmente sua própria trajetória. O estudo “O sexto sol de Malinalli”, nesse sentido, propõe-se a analisar a complexidade da personagem Malinalli, em Malinche, de Laura Esquivel (2006), partindo das seguintes questões: é ainda válido pensar em Malintzin como um símbolo de traição à pátria; e, considerando essa premissa, como o romance de Esquivel (2006) colabora para uma reconceptualização ao propiciar a problematização dos acontecimentos e personagens históricos da Conquista da América. Vale aclarar que, além da narrativa de Esquivel (2006), também compõe o corpus ficcional deste trabalho o romance histórico Jicoténcal (1826), atribuído a Félix Varela, um dos primeiros registros ficcionais depreciativo da imagem de Malintzin que apresenta como mote a afirmação da nação mexicana. Um problema que se formula tem por base a imagem de Malintzin registrada pelos cronistas, soldados e informantes de Sahagún sobre o período da Conquista, além da publicação de Jicoténcal mais de trezentos anos da Conquista e poucos anos depois da Independência mexicana, um período conflitante de formação da nação e de construção histórica da cultura e identidade nacional. Esse processo se consolida historicamente depois da Revolução mexicana em 1910, colocando em evidência o mestiço, os “heróis” e os “vilões” nacionais. Malintzin, dentro desse contexto, não apenas é uma representação conveniente de traição à pátria, como também assume uma imagem hispanista de mãe santificada. Quando se pensa na abordagem temática de Esquivel (2006), uma hipótese possível é de que a autora se filia a uma significativa onda de mudanças que surge depois da segunda metade do século XX, especialmente nos anos 70, a partir dos estudos de gênero e de publicações especializadas de autoras como Sandra Messinger Cypess (1991) e Margo Glantz (2001), entre outras investigadoras, com o propósito geral de desmistificar essa imagem de traidora. Além dessa base teórica, para esta tese, tem-se como ponto de apoio e referência o romance histórico, definido a partir da concepção de Seymour Menton (1993) e das considerações de Osvaldo Estrada (2009) sobre Malinche, de Esquivel (2006). Em relação aos estudos mais recentes sobre o México e a Conquista, acrescentam-se ainda autores como Tzvetan Todorov (1982), Stephen Greenblatt (1991), Serge Gruzinski (1996, 2003, 2004, 2007), Roger Bartra (1986, 2001), Miguel León-Portilla (1959, 1961, 2001, 2008), Miguel Ángel Menéndez (1964), Cristina González Hernández (2002), Ricardo Herren (1991, 1992), Juan Miralles (2004), entre outros proeminentes estudiosos. / Este trabajo se propone analizar la representación histórica y literaria de Malintzin teniendo en cuenta que el estudio sobre dicho personaje nos lleva, no solo al complejo de inferioridad y al malinchismo que se asocia a su nombre, como lo plantea Octavio Paz (1950), entre otros estudiosos, sino también a una nueva reconstrucción literaria a partir de la narrativa, que ofrece un campo más amplio de indagaciones. En ese sentido, Laura Esquivel (2006) promueve una ruptura con respecto a la imagen de una Malintzin traidora y lanza cuestionamientos sobre qué habría pensado y sentido Malintzin en el momento de la Conquista. Sumados al relato, se encuentran 89 códices de autoría del dibujante Jordi Castells (2006), que representan un registro de la cultura, preservan la memoria, cuentan la historia de la gran ciudad Tenochtitlan, del huey tlatoani Moctezuma, del dios serpiente-ave Quetzalcoatl, de la masacre de Cholula, de las deidades, de las ceremonias y rituales de nacimiento y muerte. Esos manuscritos pictográficos muestran sobre todo el retrato de una Malintzin que es «dueña de la palabra», del discurso y de su tiempo, ya que, en la ficción, es ella misma quien dibuja y escribe su propia trayectoria. El estudio «El sexto sol de Malinalli», en un sentido general, se propone examinar la complejidad del personaje Malinalli, en Malinche, de Laura Esquivel (2006), partiendo de las siguientes interrogantes: ¿es válido aún pensar en Malintzin como un símbolo de traición a la patria?; y, en ese sentido, ¿cómo la literatura colabora para un nuevo abordaje conceptual al propiciar la problematización de los hechos y personajes históricos de la Conquista de América? Vale mencionar que, además del relato de Esquivel (2006), también compone el corpus ficcional de este trabajo la novela histórica Jicoténcal (1826), que se atribuye a Félix Varela, uno de los primeros registros ficcionales despreciativos de la imagen de Malintzin, cuya principal finalidad es la afirmación de la nación mexicana. Un problema que se formula parte de la imagen de Malintzin registrada por los cronistas, soldados e informantes de Sahagún sobre el periodo de la Conquista, así como de la publicación de Jicoténcal —más de trescientos años después de la Conquista y pocos años después de la Independencia mexicana, en un periodo conflictivo de formación de la nación y de construcción histórica de la cultura e identidad nacionales—. Ese proceso, que se consolida históricamente tras la Revolución mexicana en 1910, pone en evidencia al mestizo, a los «héroes» y a los «villanos» nacionales. Si, por una parte, Malintzin, dentro de ese contexto, es una representación conveniente de traición a la patria, por otra, asume una imagen hispanista de madre santificada. Al pensarse en el abordaje temático de Esquivel (2006), se puede plantear la hipótesis de que la autora se alinea con una significativa ola de cambios que surge después de la segunda mitad del siglo XX, sobre todo en los años 70, a partir de los estudios de género y de publicaciones especializadas de autoras como Sandra Messinger Cypess (1991) y Margo Glantz (2001), entre otras investigadoras, con el designio general de desmitificar esa imagen consolidada de traidora. Además de esa base teórica, para esta tesis doctoral, se toma como punto de apoyo y referencia el concepto de novela histórica propuesto por Seymour Menton (1993) y por Osvaldo Estrada (2009) en sus consideraciones sobre Malinche, de Esquivel (2006). Con relación a los estudios más recientes sobre México y la Conquista, se agregan autores como Tzvetan Todorov (1982), Stephen Greenblatt (1991), Serge Gruzinski (1996, 2003, 2004, 2007), Roger Bartra (1986, 2001), Miguel León-Portilla (1959, 1961, 2001, 2008), Miguel Ángel Menéndez (1964), Cristina González Hernández (2002), Ricardo Herren (1991, 1992), Juan Miralles (2004), entre otros prominentes estudiosos.
735

Os muitos cercos de Lisboa : a reconfiguração ficcional do intertexto historiográfico em História do cerco de Lisboa de José Saramago

Redu, Iarima Nunes January 2015 (has links)
Esta dissertação tem como objetivo analisar de que maneira a representação dos eventos históricos referentes ao cerco de Lisboa de 1147 empreendida nos textos historiográficos Conquista De Lisboa aos Mouros (1147) de Osberno, Crónica de cinco reis de Portugal atribuído a Fernão Lopes, Crónica de Dom Affonso Henriques, do Frei António Brandão, e História de Portugal: 1.ª época, desde a origem da monarquia até D. Afonso III de Alexandre Herculano, é reconfigurada na narrativa ficcional História do Cerco de Lisboa, do escritor português José Saramago. Especificamente, tencionou-se identificar, por meio do estudo de fontes históricas referentes à conquista de Lisboa de 1147, aspectos característicos da narrativa histórica oficial de tal evento histórico e da apresentação de suas personagens importantes; determinar em que medida textos historiográficos portugueses são intertextualmente apropriados pelo narrador de História do Cerco de Lisboa; averiguar qual é a atitude do narrador em relação ao discurso histórico oficial referente a tal momento histórico; verificar de que maneira as personagens históricas envolvidas no cerco e na tomada de Lisboa são representadas no romance; e determinar em que medida a reescrita do cerco de Lisboa empreendida no romance é dessacralizadora e paródica. A análise do romance foi norteada teoricamente, por um lado, por estudos referentes às muitas instâncias do cruzamento entre discurso literário e discurso histórico – especialmente por obras dos historiadores Hayden White, Paul Ricoeur, Carlo Ginzburg, Saul Friedländer e Dominick LaCapra – e, por outro, pela atribuição do conceito de metaficção historiográfica, de Linda Hutcheon, à narrativa saramaguiana. Depois do estudo do romance à luz das obras históricas, concluiu-se que o narrador de História do cerco de Lisboa reconfigura o intertexto historiográfico de maneiras distintas, que vão da reprodução literal de excertos e da referência nominal a seus autores até a absorção paródica de grandes blocos das obras de origem. Essas citações aparecem em geral emolduradas por comentários irônicos da instância narrativa, conferindo uma apreciação pouco sacralizada e bastante díspar da observada nas fontes históricas consultadas aos eventos e personalidades históricas importantes. Outra forma de retomada intertextual refere-se ao resgate de figuras menores do passado português, o soldado Mogueime e a princesa moura Oureana, e das vozes mouras silenciadas pela conquista. Além de problematizar o passado lusitano por meio da apropriação intertextual de obras que o enfocam, o narrador saramaguiano questiona os métodos de escrita historiográfica ao ficcionalizar o embate de pelo menos duas concepções de história distintas, uma representada pelo Historiador e outra por Raimundo Silva, bem como de sugerir a leitura do passado mediante a técnica do palimpsesto. / This thesis aims to analyze how the representation of historical events related to the 1147 siege of Lisbon undertaken in the historiographical texts Conquista De Lisboa aos Mouros (1147) by Osberno, Crónica de cinco reis de Portugal by Fernão Lopes, Crónica de Dom Affonso Henriques by Frei António Brandão, and História de Portugal: 1.ª época, desde a origem da monarquia até D. Afonso III by Alexandre Herculano is reconfigured in the ficcional narrative History of the Siege of Lisbon, by Portuguese writer José Saramago. Specifically, we meant to identify, through the study of historical sources concerning the conquest of Lisbon, characteristic features of the official historical record of this historic event and how the its important characters are presented; to determine to what extent Portuguese historiographical texts are intertextualy appropriated by the History of the Siege of Lisbon narrator; to find out what is the narrator's attitude towards the official historical record concerning such historical moment; to verify how the historical characters involved in the siege and conquest of Lisbon are represented in the novel; and to determine to what extent the rewriting of the siege of Lisbon undertaken in the novel is unsanctified and parodic. The novel’s analysis was theoretically guided, on the one hand, for studies related to the various instances of crossings between literary discourse and historical discourse – especially works by historians Hayden White, Paul Ricoeur, Carlo Ginzburg, Saul Friedlander and Dominick LaCapra – and, on the other hand, the assignment of the concept of historiographic metafiction, by Linda Hutcheon, to Saramago’s narrative. After the study of the novel in the light of the historical sources, it was concluded that the History of the siege of Lisbon’s narrator reconfigures the historiographical intertext in different ways, ranging from literal reproduction of excerpts and nominal reference to their authors to the parodic absorption of large blocks of works. These quotes are usually framed by ironic comments of the narrative instance, giving an assessment that isn’t sanctified and is quite disparate from that given by the consulted historical sources to the historical events and its important figures. Another form of intertextual resumption refers to rescue of smaller figures of Portuguese past, as the soldier Mogueime and the Moorish princess Oureana, as well as the Moorish voices silenced by the conquest. Besides questioning the Lusitanian past through intertextual appropriation of sources, Saramago’s narrator questions the historiographical writing methods by fictionalizing the clash of at least two different conceptions of history, represented by the historian and by Raimundo Silva, as well as suggest the reading of the past throught the use of palimpsest technique.
736

"One steps away from god" : an analysis of John Patrick Shanley's Doubt, a Parable through a hermeneutics of the imaginary

Fritsch, Valter Henrique January 2012 (has links)
A peça Doubt, a Parable (2004) de John Patrick Shanley revisita o mundo que ele conheceu quando criança – o bairro do Bronx dos anos 1960. A história se desenrola em uma comunidade escolar católica ítalo-irlandesa e o enredo diz respeito a uma dúvida – que se transforma em crença – por parte de uma das personagens, Irmã Aloysius, a diretora da escola. Ela acredita que o Padre Flynn esteja molestando sexualmente o único aluno negro da escola. A peça é uma construção em aberto, que permite a cada leitor/espectador construir sua própria interpretação dos fatos. Além de ser o autor da peça, Shanley também transformou seu texto teatral em roteiro para o cinema, e atuou como produtor da peça e roteirista e diretor do filme Dúvida, de 2008. Nesta dissertação examino as estratégias utilizadas por Shanley para manter a possibilidade de interpretação aberta quando ele traduz sua obra para mídias diferentes – na página, no palco, no cinema. Ao empreender tal análise, considero pertinente explorar padrões contemporâneos sobre questões como verdade, dúvida e certeza, porque as mesmas encontram-se imbricadas com o construto artístico examinado, favorecendo assim um olhar atento sobre o papel do autor e do leitor nesse processo. Para investigar as construções ideológicas que definem os elementos de dúvida e certeza, utilizo o conceito de Paradoxo do Imaginário, como proposto por Castor Bartolomé Ruiz (2003), dando especial atenção às questões relacionadas com o simbolismo da dúvida, tal como pode ser percebido na obra de Shanley. / John Patrick Shanley’s play Doubt - a Parable (2004) revisits the world he knew as a child, which is the Bronx of the 1960’s. The story centers upon a Catholic Irish-Italian school community, and the plot relates to a doubt - that grows into belief, and ends up as certainty - on the part of Sister Aloysius, the principal of the school, who is persuaded that Father Flynn, the vicar, has been harassing the only Black student in the school. The play is an open-ended construct, allowing each reader/spectator to build their own interpretation of the facts implied. Shanley is more than the author of the play. He has also worked as the producer of the play on the stage and he turned the story into a movie screenplay, Doubt, and has worked as a director to the movie. In this thesis I examine the strategies used by Shanley to keep the possibility of interpretation open as he translates his own work into different media, on the page, on the stage and on the screen. As I do that, I also consider the contemporary standards regarding issues as truth, doubt, certainty, especially as they constitute themselves aesthetically in the fictional world, thus reexamining the role of the author and the role of the reader in the process. So as to investigate the ideological constructions that define the elements of doubt and certainty I refer to the concept of “paradoxes of the imaginary” as proposed by Castor Bartolomé Ruiz (2003), with special attention to questions concerning the symbolism of doubt as perceived in Shanley.
737

Entrelaçando temporalidades: passado e presente em A star called Henry, de Roddy Doyle / Intertwining temporalities: past and present in A Star Called Henry, de Roddy Doyle

Camila Franco Batista 22 June 2015 (has links)
A Star Called Henry (1999), do escritor irlandês Roddy Doyle (1958-), é o primeiro livro da trilogia The Last Roundup, cujo protagonista é Henry Smart. Este nasce em Dublin no início do século XX e desempenha papel importante na luta pela independência da Irlanda. Juntamente com os Irish Volunteers, Smart combate no Levante de Páscoa de 1916, auxilia na escrita da declaração de independência do país e torna-se soldado do Irish Republican Army (IRA) durante a Guerra da Independência (1919-1921). Henry é um herói, mas não do tipo clássico: filho de um assassino de aluguel e de uma adolescente pobre, Smart é ladrão desde os primeiros anos de vida e, durante suas lutas pela Irlanda, afirma não estar interessado no ideal nacionalista, uma vez que luta por dinheiro, comida e reconhecimento. Vivendo às margens da sociedade, Henry Smart desconstrói uma aura romântica em torno do Levante, da Guerra da Independência e dos heróis nacionalistas. O ponto de partida desta pesquisa é o questionamento sobre o impulso do autor em escrever um romance histórico em tempos de prosperidade financeira, pois Doyle publica a obra durante o período conhecido como Tigre Celta (1994-2008). Também questionamos por que o autor decide representar Dublin e os heróis nacionais de modo contrastante com o simbolismo nacionalista. Entendemos que o contexto de publicação do romance influencia a produção artística e, dessa forma, ao escolher a temática histórica, Doyle constrói uma crítica ao nacionalismo do início do século XX e também à sociedade do Tigre Celta. O autor entrelaça temporalidades a fim de expor as lacunas e inconsistências do passado e também do presente. / A Star Called Henry (1999), by the Irish writer Roddy Doyle (1958), is the first book of the trilogy The Last Roundup, whose protagonist is Henry Smart. He is born in Dublin at the beginning of the twentieth century and he plays an important role in the fight for Irelands independence. Along with the Irish Volunteers, Smart fights in the 1916 Easter Rising, helps to write the proclamation of independence and becomes a soldier of the Irish Republican Army (IRA) in the War of Independence (1919-1921). Henry is a hero, but not the classic kind: the son of a hired killer and a poor teenager, Smart is a thief since his early years and, when he fights for Ireland, he is not interested in the nationalist ideal, since he fights for money, food and recognition. Living at the margins of society, Henry Smart deconstructs the romantic aura around the Rising, the War of Independence and the nationalist heroes. The starting point of this research is to investigate the authors impulse to write a historical novel in times of financial prosperity, since Doyle publishes the book during the Celtic Tiger era (1994-2008). We also aim to understand why the author decides to represent Dublin and the nationalist heroes in a way that contrasts with the nationalist symbolism. We understand that the context of publication influences the artistic production, and, therefore, when choosing the historical theme, Doyle criticizes both the early twentieth-century nationalism and the Celtic Tiger society. The author intertwines temporalities in order to expose the gaps and inconsistencies of the past and the present.
738

A crise da esquerda norte-americana em \'The Book of Daniel\', de E.L. Doctorow / The American left crisis in \'The book of Daniel\', by E.L. Doctorow

João Rodrigo Lima Agildo 24 April 2007 (has links)
A problemática do narrador na teoria do romance aumenta à medida que as relações humanas se tornam mais complexas e abrangentes. Daí a importância de mostrar ao público o escritor norte-americano E.L. Doctorow e seu romance The Book of Daniel de 1971, uma vez que através da figura do narrador, neste romance, tem-se acesso às suas diferentes visões da História norte-americana. O sujeito no pós-modernismo (período em que o romance está inserido) perde a sua capacidade de organizar a narrativa de maneira homogênea, e esta assume, mais do que nunca, o caráter de narrativa fragmentária e de difícil vinculação com o tempo. Só resta, então, ter acesso a esta \"realidade\" histórica por meio de imagens e estereótipos proporcionados pelo narrador da história, daí o nosso interesse em mostrar como estas diferentes vozes da narração veiculam o conteúdo histórico pungente da narrativa, isto é, o comunismo dos anos 30 e 40 e a sua versão mais radical nos anos 60 e como isto pode contribuir para a discussão da relação entre narração e História. / The question of the narrator in the theory of the novel develops into a central issue as human relations become broader and more complex. Hence the importance of introducing to the readers the North-American writer E. L. Doctorow and his novel The Book of Daniel, written in 1971, in which, through the narrator, one is presented with his different views on the North American History. The subject in post-modernism (when the book was written) is no longer able to organize the narrative homogeneously, which becomes fragmentary and time problematic. Thus, this \"historical reality\" is only available through the images and stereotypes provided by the narrator, and our aim in this study is to show how these different voices (of the narrator) convey the historical content of the narrative, i.e, the comunism of the 30s and 40s, and its later radical version of the 60s, and how this analysis contributes to the discussion of the relationship between narration and History.
739

Fragmentos e diálogos : história e intertextualidade no conto de Caio Fernando Abreu

Porto, Luana Teixeira January 2011 (has links)
Este trabalho aborda a produção contística de Caio Fernando Abreu, centralizando a análise de suas narrativas curtas sob o enfoque das suas formas de composição. Nesse sentido, foram priorizadas reflexões sobre a fragmentação formal dos textos, os diálogos entre literatura e história presentes em contos do escritor e as relações intertextuais que caracterizam grande parte de sua obra. Todos esses elementos são examinados com o objetivo de investigar a construção dos contos do escritor com base na análise da forma de seus textos, considerando traços do gênero conto, a fragmentação formal das narrativas curtas do escritor e os diálogos que sua literatura estabelece com a história e com outros textos, como as letras de canções. Contos das obras O ovo apunhalado, Morangos mofados e Ovelhas negras constituem objeto de estudo. As análises dos contos são amparadas em autores como Edgar Allan Poe, Julio Cortazar, Luis Barrerra Linares, Gustavo Luis Carrera e Ricardo Piglia, entre outros, que tecem considerações teórico-críticas acerca do conto enquanto gênero literário; a fragmentação da forma narrativa do conto é abordada com base nas proposições de Walter Benjamin e Theodor Adorno; e Julia Kristeva, Laurent Jenny, Antoine Compagnon e Gérard Genette são autores referenciados para identificação e análise dos processos de intertextualidade. O olhar crítico construído através da leitura de contos de Caio Fernando Abreu indica que o escritor se serve de uma forma fragmentada como estratégia para elaborar literariamente episódios de repressão e violência vivenciados no contexto sócio-histórico, e essa fragmentação formal introduz um traço singular no seu conto, considerando o gênero literário. Os diálogos com outros textos na obra do autor são recursos intertextuais que caracterizam as personagens dos contos, apresentam pistas de leitura e também são sinalizadores de uma fragmentação da forma narrativa. / This study is focused on Caio Fernando Abreu’s short story production, emphasizing the analysis of his short narratives in his ways of composition. Accordingly, priority was given to reflections on the formal fragmentation of the texts, dialogues between literature and history in the author’s short stories and the intertextual relations that characterize much of his work. All these elements are examined in order to investigate the construction of the writer’s short stories based on the analysis of his texts structures, considering the characteristics of the short story genre, the formal fragmentation of the writer’s short narratives and the dialogues that his literature establishes to history as well as other texts such as lyrics of songs. Short stories of the works O ovo apunhalado, Morangos mofados and Ovelhas negras are the aim of this study. The analysis of the short stories are based on Edgar Allan Poe, Julio Cortazar, Luis Barrerra Linares, Gustavo Luis Carrera and Ricardo Piglia, among others, who make critical-theoretical reflections about the short story as a literary genre; the fragmentation of the short story narrative is approached having as a base proposals of Walter Benjamin and Theodor Adorno, Julia Kristeva, Laurent Jenny, Antoine Compagnon and Gérard Genette, referenced authors for identification and analysis of intertextuality processes. The critical eye built through reading Caio Fernando Abreu’s short stories indicates that the writer makes use of a piecemeal form as strategy to develop literary episodes of repression and violence experienced in the socio-historical context and this formal fragmentation introduces a singular trace in his short story, considering the literary genre. The dialogues with other texts in the author’s work are intertextual resources that feature the characters of short stories, present reading tracks and also indicate a fragmentation of the narrative form.
740

Vasco e a dialética do esquecimento

Santos, Maria Cristina Ferreira dos January 2011 (has links)
Em 1936, teve início, na Espanha, a Guerra Civil Espanhola, que colocou em combate a direita, a qual lutava pela permanência da monarquia, e as distintas vertentes esquerdistas, que almejavam a instalação do Regime Republicano e a modernização do país. Os países latino-americanos viveram situações análogas de luta pela modificação governamental e pela concessão de direitos aos proletários. A grande maioria das tentativas foi infrutífera, como é o caso do Brasil, com a Coluna Prestes e a Intentona Comunista. Por isso, muitos brasileiros, que tinham inclinação republicana, se solidarizaram com a causa dos vermelhos espanhóis e se alistaram como voluntários das Brigadas Internacionais. Esse foi o caso da personagem Vasco Bruno, do romance Saga, de Erico Verissimo, que se destinou à Espanha para auxiliar a República. Durante o período que permaneceu na Espanha, e depois de retornar ao Brasil, Vasco escreve um romance, como forma de catarse para seus traumas e culpas, em que relata os motivos que o levaram a se alistar, as suas tentativas de esquecer o passado para suportar o ambiente hostil da guerra, os acontecimentos trágicos da guerra e, ademais, a sua volta ao Brasil e como era a vida para um intelectual militante. Dessa forma, a presente pesquisa, de caráter bibliográfico, analisa a formação da Memória Cultural da Guerra Civil Espanhola a partir da perspectiva de um voluntário brasileiro, além de verificar a concepção histórica que permeia o romance Saga. Para isso, são utilizados os pressupostos teóricos de Henri Bergson, Sigmund Freud, Harald Weinrich, Jan Assmann, Paul Ricouer, Walter Benjamin e Martin Heidegger. Contata-se que a elaboração de um romance por um ex-voluntário, que foi uma testemunha dos horrendos acontecimentos, perpetua esta memória e propicia a reflexão sobre as barbáries, das quais somos todos herdeiros. / En 1936, tuve inicio, en España, la Guerra Civil Española, que colocó en combate la derecha, la cual luchava pela permanencia de la monarquia, y las distintas vertentes esquerdistas, que almejavam la instalación del Regime Republicano y la modernización del país. Los países latino-americanos vivieran situaciones análogas de lucha pela modificación governamental y pela concesión de derechos a los proletarios. La grande mayoria de las tentativas fueran infrutíferas, como es el caso de Brasil, con la Coluna Prestes y la Intentona Comunista. Por eso, muchos brasileños, que tenian inclinación republicana, se solidarizaran con la causa de los rojos españoles y se alistaron como voluntarios de las Brigadas Internacionales. Ese foi el caso de la personaje Vasco Bruno, del romance Saga, de Erico Verissimo, que se destinó a España para auxiliar a la República. Durante el período que permaneció, y después de volver al Brasil, Vasco escribió un romance, como forma de catarse para sus traumas y culpas, en que relata los motivos que le levaran a alistarse, las tentativas de olvidar el pasado para suportar el ambiente hostil de la guerra, los acontecimientos trágicos de la guerra, y, además, su vuelta al Brasil y como era la vida para un intelectual militante. De esa forma, la presente pesquisa, de carácter bibliográfico, analisa la formación de la Memoria Cultural de la Guerra Civil Española a partir de la perspectiva de un voluntario brasileño, además de verificar la concepción histórica que permeia el romance Saga. Para eso, son utilizados los presupostos teóricos de Henri Bergson, Sigmund Freud, Harald Weinrich, Jan Assmann, Paul Ricouer, Walter Benjamin e Martin Heidegger. Constatase que la elaboración de un romance por un ex voluntario, que fue un testigo de los horrendos acontecimientos, perpetua esa memoria y propicia la reflexión sobre las barbáries, de las cuales somos todos herederos.

Page generated in 0.1192 seconds