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OTELO O MOURO DE VENEZA, DE SHAKESPEARE: CRÍTICA E TRADUÇÃO LITERÁRIA / OTHELLO, THE MOOR OF VENICE, BY SHAKESPEARE: LITERARY CRITICISM AND TRANSLATION

Tavares, Enéias Farias 19 February 2007 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The play Othello - The moor of Venice by Shakespeare has had several translations in Brazil. Some of the translators are Onestaldo of Pennafort, Carlos Alberto Nunes, Barbara Heliodora and Beatriz Viegas-Faria. While Pennafort, Nunes and Heliodora translated the play using a ten-syllable verse, Viégas-Faria translated the tragedy in prose. The aim of this study is to analyze the reviews and the translations of the play in order to think about new possibilities of poetic translation of this Shakespearean play. This master's thesis, entitled "Othello The moor of Venice: Literary Criticism and Translation", is divided in five chapters. In the first chapter, "Sources and influences of the play", the main themes used by Shakespeare to compose his tragedy such as the medieval moralities; the Italian tale by Cinthio; the Italian characters of the Commedia Dell'Arte and the Elizabethan/Jacobean idea about the moors are analyzed. In the second, "Othello criticism: a study of the characters in the tragedy", a discussion based on the opinion of the main reviewers of the play is proposed. In the third chapter, "The psychological change in the discourse of the protagonist of Othello", the focus is on the changes that the protagonist's language goes through as his suspicion develops. In the fourth chapter, entitled "Between the Shakespearean prose and verse: Brazilian translations of Othello", the history of the play in Brazil is presented through the discussion of the four translations of it made into Portuguese. In the last chapter, "A new poetic translation of Othello - The moor of Venice: among the tragic, the comic and the lyric", the poetical and sonorous choices of metrics used in this new translation are described. Also the results of this translation, in which the thematic and stylistic variations of the tragedy become clear, are presented. Finally, there are four appendices to complement this work. In appendix A, there is important information on Shakespeare's play; in appendix B, my translation of the Cinthio's tale, used by Shakespeare to compose his drama, is presented; in Appendix C, there are images of the period in which Othello was written and pictures of some actors that played different roles in the tragedy. Finally, in appendix D, the first translation made by me of Othello The moor of Venice is presented. / No Brasil, Otelo o mouro de Veneza já foi traduzido diversas vezes. Entre os tradutores, encontram-se Onestaldo de Pennafort, Carlos Alberto Nunes, Barbara Heliodora e Beatriz Viégas-Faria. Enquanto os três primeiros traduziram a peça em verso decassílabo, correspondente métrico do pentâmetro iâmbico shakespeariano, a última traduziu a tragédia em prosa. O objetivo deste trabalho, que visa à obtenção do título de mestre, é estudar a crítica e as traduções da peça como auxílio a uma nova tradução versificada do texto de Shakespeare. Esta dissertação de mestrado, intitulada Otelo O mouro de Veneza, de Shakespeare: Crítica e Tradução Literária , está dividida em cinco capítulos. No primeiro, Fontes e influências da peça , tratei dos principais temas usados por Shakespeare ao compor sua tragédia: as moralidades medievais; o conto italiano de Cinthio; as personagens tipificadas da commedia dell arte italiana e a visão elisabetana/jacobina sobre os mouros. No segundo, A crítica de Otelo: um estudo das personagens da tragédia , busquei uma discussão fundamentada nas principais opiniões críticas sobre o drama. No terceiro capítulo, A variação psicológica no discurso da protagonista de Otelo , comentei a transformação que as falas da personagem sofrem no decorrer do aprofundamento de sua suspeita. No quarto capítulo, intitulado Entre a prosa e o verso de Shakespeare: traduções brasileiras de Otelo , aludi ao histórico da peça no Brasil fazendo referência a quatro das traduções feitas para o português brasileiro. No último capítulo, Uma nova tradução poética de Otelo O mouro de Veneza: entre o trágico, o cômico e o lírico , descrevo as escolhas métricas e sonoras buscadas nessa nova tradução e apresento alguns resultados deste trabalho de tradução, em que as variações temáticas e estilísticas da tragédia se fizeram presentes, recriadas, nesta nova tradução. Finaliza o trabalho, no Apêndice D, a primeira versão desta nova tradução de Otelo O mouro de Veneza, de Shakespeare.
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A caracterização do feminino em "The Silmarillion", de J. R. R. Tolkien /

Silva, Mariana Souza e. January 2008 (has links)
Orientador: Cleide Antonia Rapucci / Banca: Ivan Marcos Ribeiro / Banca: Jorge Augusto da Silva Lopes / Resumo: Esta dissertação pretende analisar a construção das personagens femininas na obra The Silmarillion, de J. R. R. Tolkien. Esse romance possui um tom fantástico, e é parte de uma mitologia criada por seu autor; as personagens possuem características que vão do humano ao divino, e a maioria delas é formada por homens predominantemente heróicos. O presente trabalho é focado nas personagens femininas da obra, e através da análise de suas descrições físicas e psicológicas, ações, características, enfim, de suas construções, objetiva determinar o modo de representação do autor, chegando-se, assim, a uma reflexão acerca da importância destas personagens na mitologia tolkieniana, à qual The Silmarillion serve como ponto inicial. Faz-se necessário, também, desvendar a influência de fatores políticos, sociais e históricos na criação e desenvolvimento destas personagens. A obra estudada relata os fatos que servem como fundo mítico à criação do mundo no qual se passa, a Terra-média. São contados os acontecimentos que deram origem a tudo, seres e ambientes, sentimentos, o Mal e sua eterna luta contra o Bem pelo poder. Pretendemos realizar este intento com o auxílio de teorias diversas, em especial a linha feminista da crítica literária que se ocupa do papel da mulher como leitora de textos de autoria masculina, como é o caso. Esperamos, também, contribuir com o crescente interesse pela obra do autor inglês, deixado à margem do cânone pela crítica especializada, para que assim se possa reconhecer a importância de sua obra em seu tempo, e também a de suas personagens femininas. / Abstract: This dissertation intends to analyse the female characterization in the novel The Silmarillion, written by J. R. R. Tolkien. This novel has a fantastic tone, and it is part of a mythology created by its author; the characters have features that go from human to divine, and most of them are formed by men that act as heroes. The present study focuses on the female characters of the novel, and through the analysis of their physical and psychological descriptions, actions, features, in short, their constructions, it intends to determine the author's way of representation; so, it will be possible to reach a reflection about the importance of these characters in the Tolkienian mythology, to which The Silmarillion figures as the initial point. It is also necessary to unmask the influence of political, social and historical factors on the creation and development of these characters. The novel gives an account on the facts that figure as a mythical background to the world where it is placed, Middle-earth. The events that were the origin to everything, beings and places, feelings, Evil and its eternal fight against Good for power, are told. We intend to achieve this goal with the support of many theories, especially the feminist trend of literary criticism that deals with the role of woman as a reader of texts written by men, as it is the case. We also wish to contribute to the growing interest on the works of the English author, who was left at the edge of the canon by the specialized critics, so that it is possible to recognize the importance of his work at his time, and also the importance of his female characters. / Mestre
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A reescrita irônica de Angela Carter : "O quarto do Barba-Azul" /

Monte, Carlos Eduardo. January 2014 (has links)
Orientador: Luiz Gonzaga Marchezan / Banca: Sérgio Vicente Motta / Banca: Márcio Natalino Thamos / Resumo: O presente trabalho tem como escopo uma análise do conto contemporâneo de Angela Carter. Como ponto de partida, fizemos uma abordagem sobre algumas noções que permeiam a produção artística a partir da década de 60, do século passado, para, então, no capítulo primeiro, traçarmos alguns lineamentos sobre o conto como forma literária, observando os contextos em que Charles Perrault e Angela Carter produziram seus textos. Procuramos demonstrar características fundamentais não apenas destes autores, mas como a tipologia do conto, historicamente, pouco a pouco contribuiu para especificidade e sedimentação do gênero tal como o conhecemos hoje. Assim, classificações e formas de analisar seus procedimentos narrativos e discursivos permearam essa primeira parte de nosso estudo, quando nos deparamos com autores como Poe, Tchekhov, Maupassant, Joyce, Borges, Cortázar e Barth, entre outros. O segundo capítulo pretende melhor descrever uma nova abordagem da produção artística, pelo viés da pós-modernidade, quando elementos como saturação cultural, decadência, perda da energia, secundariedade e posterioridade, entre outros, canalizam para um novo ânimo produtivo, como observam teóricos como Moser, Jameson ou Lyotard, a quem recorremos, entre outros. A análise dessa descrição social permitiu-nos, como desdobramento do mesmo capítulo, chegar a algumas formas de arte que se sedimentam nesse novo contexto, fortalecendo tendências e vanguardas, tal como o feminismo, movimento a que se liga nossa autora. Interessa-nos, em particular, o atual conceito de paródia, conforme Linda Hutcheon, cujo texto, Uma teoria da paródia (1985), tornase arcabouço fundamental em nosso trabalho. Tendo definido estes conceitos, destacando a relevância do uso da ironia para o trabalho da reescrita, partimos para o capítulo fundamental, em que o texto paradigmático de Charles Perrault, O Barba-Azul é compara ... / Abstract: Our goal with this research was constructed on an analysis of Angela Carter's contemporary tales. From the bottom line we introduced an approach about some notions of her artistic productions-starting from the 60s of last century-for us to be able, in the first chapter, to start speculating about those tales, based on their literary forms, observing the contexts in which Charles Perrault and Angela Carter produced their texts. We expected to demonstrate fundamental characteristics, not only about these writers, but according to those tales' typology, constructed historically, step by step that contributed to gender's specificity and fragmentation as we may live it, nowadays. This way, categorizations and forms to analyse some procedures used in narrative and discursive composition, surrounds this first part of our work, just when it allows us to mention Poe, Tchekhov, Maupassant, Joyce, Borges, Cortázar and Barth, among many others. The second chapter, intended to describe a new approach to the artistic production from a postmodern perspective when some elements as cultural satiety; decadence; loss of energy; secondariness and posteriority (surrounded by other possibilities), can point us to a new productive direction, as some researchers as Moser; Jameson and Lyotard (that represent a source for us) could have observed. The analysis of this social description allowed us in the development to reach some other forms of art, that compose all this new environment, reinforcing some tendencies and vanguards as feministic movement linked to the author. We were interested, particularly, in current parody's concept, according to Linda Hutcheon, whose text: Uma teoria da paródia (1985), turned to a bases to this research. Due to these concepts, focusing to the relevance of irony, used to rewrite jobs, we keep on to reach our goal in the fundamental chapter, in which paradigmatic text is Charles Perrault's: O Barba-Azul is compared ... / Mestre
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As manifestações do gótico em Lovecraft : do Castelo de Otranto ao solar de Ward /

Almeida, Marcela Rodrigues Vicente Holtz de. January 2008 (has links)
Orientador: Ana Luiza Silva Camarani / Banca: Ricardo Maria dos Santos / Banca: Nelson Luís Ramos / Resumo: A dissertação de mestrado "As manifestações do gótico em H. P. Lovecraft: do castelo de Otranto ao solar de Ward" tem como objetivo analisar os elementos herdados da literatura gótica do século XVIII e adaptados por Howard Phillips Lovecraft em sua obra The case of Charles Dexter Ward (1927) assim como em seus contos The lurking fear e The outsider. No primeiro capítulo foi feito um estudo da literatura gótica como suas origens, características e as obras do período. No segundo capítulo encontra-se o estudo de obras que sucederam as obras góticas e que continuaram a utilizar-se de seus motivos, espaço e temas, adaptando-os. Ainda nesse capítulo há a contraposição das teorias do gótico e do fantástico mostrando que da literatura gótica surge uma literatura fantástica que segue a linha do terror. No terceiro capítulo analisamos as características da literatura fantástica de terror norte-americana, e por fim é feita a análise das obras de Lovecraft, salientando a importância da literatura gótica para a obtenção da atmosfera de terror em suas obras. / Abstract: The master's dissertation "The manifestations of gothic in H. P. Lovecraft: from the castle of Otranto to the manor of Ward" aims to analyze the elements inherited from the Gothic literature of the eighteenth century and adapted by Howard Phillips Lovecraft in his work The case of Charles Dexter Ward (1927) as well as his short stories The lurking fear and The outsider. In the first chapter we have done a study of Gothic literature like its origins, features and the works of the period. The second chapter is the study of works that preceded Gothic works and continued to use their motifs, space and themes, adjusting them. Still in this chapter we oppose the theories of Gothic and fantastic showing that from the gothic literature arises the fantastic literature that follows the line of terror. In the third chapter we analyze the characteristics of the fantastic literature of terror in the United States, and lastly we analyze the Lovecraft's works, stressing the importance of Gothic literature to obtain the atmosphere of terror in his works. / Mestre
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Daniel Defoe e as representações do Novo Mundo : um diálogo entre romances e relatos de viagem (1697-1729) /

Inácio Neto, José. January 2016 (has links)
Orientador: Valéria dos Santos Guimarães / Banca: Ana Raquel Marques da Cunha Martins Portugal / Banca: André Luiz Joanilho / Resumo: Daniel Defoe foi uma figura importante para as transformações literárias que caracterizaram a difusão do romance na Inglaterra setecentista, gênero em formação durante este período. Entre as características de sua obra ficcional, notamos a semelhança com alguns relatos de viagens - como os de Drake, Raleigh, Poyntz, Narborough, Dampier e Rogers - e representações recorrentes do continente americano - territórios nunca visitados pelo autor. Os textos publicados por estes viajantes contêm representações de regiões da América como o Caribe e os litorais ocidentais da América do Sul que, por sua vez, também aparecem como cenários nas obras ficcionais do romancista. Por outro lado, conhecido pelo engajamento político e pela participação nas discussões sobre os rumos da expansão do Império Britânico, o autor também lança mão desta literatura em seus ensaios para sustentar seus argumentos sobre as possibilidades de avanço imperial no Novo Mundo. Partindo de reflexões teóricas importantes para a História Cultural, sobretudo aquelas ligadas às noções de representação e apropriação debatidas por Roger Chartier, a presente pesquisa intenta estabelecer relações entre as obras de ficção de Defoe e os relatos de viagem lidos por ele. Neste sentido, a análise se orientará por alguns questionamentos centrais: como e por que estas representações de domínios coloniais de outros Impérios aparecem na ficção de Defoe? De que maneira estas representações se relacionam com os relatos de viagem que ... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Abstract: Daniel Defoe was an important writer for the literary transformations that marked the spread of the novel in eighteenth-century England, genre that was in making during this period. Among the features of his fictional work, we note the similarity with some travel accounts - like those of Drake, Raleigh, Poyntz, Narborough, Dampier and Rogers - and recurring representations of the American continent - territories never visited by the author. The texts published by these travelers contain representations of regions of America as the Caribbean and the western coasts of South America, which, in turn, also appear as scenarios in the fictional works of the novelist. On the other hand, known for political engagement and participation in discussions on the directions of expansion of the British Empire, the author also makes use of this literature in his essays to support his arguments about the possibilities of imperial advance in the New World. Starting from important theoretical reflections for Cultural History, especially those related to the notions of representation and appropriation discussed by Roger Chartier, this research attempts to establish relations between the works of Defoe's fiction and travel reports read by him. In this sense, the analysis is guided by some central questions: how and why these representations of colonial domains of other empires appear in fiction of Defoe? How these representations are related to the travel accounts that are mentioned by the author in his non-fiction works? To what extent the fictional author's works have issues related to the expansion of the British Empire in the early eighteenthcentury? Our main objective, therefore, is to try to support the hypothesis that Defoe's novels contain representations of the New World, to some extent, that were built by appropriation of elements found in travel accounts read by him. Furthermore, we will try to... / Mestre
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A representação do mal na literatura: A laranja mecânica

Silva, Gabriela Farias da January 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2013-08-07T19:02:26Z (GMT). No. of bitstreams: 1 000411289-Texto+Completo-0.pdf: 593663 bytes, checksum: 88c6457e519fda0394637ef4894afaf9 (MD5) Previous issue date: 2008 / From the definition of evil and the characterization of the character, this paper proposes an examination of evil as a concept wich forms the moral character of the protagonist. To this we present the followiong order: the concept of evil through philodophical assumptions; to present how evil appears in the book A Clockwork Orange by Anthony Burgess and pointing out how evil is represented by the character- protagonist. / A partir da definição de mal e da caracterização da personagem esta dissertação propõe uma analise do mal como conceito moral que forma o caráter da personagem. Para isso obedecemos a seguinte ordem: conceituar e mal através de premissas filosóficas; apresentar como o mal aparece na obra A laranja mecânica de Anthony Burgess e apontar como o mal é representado através da personagem – protagonista.
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Pride and proliferation : Jane Austen meets zombies in a mash-up

Veras, Adriane Ferreira January 2015 (has links)
O presente trabalho é uma tentativa de elucidar o que eu considero um fenômeno na literatura, os mash-ups. Em 2009 a lista dos livros mais vendidos da New York Times trouxe um novo romance intitulado Orgulho e Preconceito e Zombies. A editora Quirk Books apresentou como autor Seth Grahame-Smith e a romancista inglesa há muito falecida Jane Austen como co-autora. O livro combina o texto clássico de Austen de 1813 com elementos da moderna ficção de zumbis. O objetivo desta pesquisa é estudar a (desconcertante) possibilidade de alguém modificar uma obra-prima. A autora ainda está presente em seu texto, ou aquele que insere, remixa e acrescenta ao trabalho é o real autor? Esta e outras perguntas são investigadas. Com o aporte teórico de Sanders (2006), Shields (2010), Lessig (2004), faz-se a investigação sobre adaptações, colagens, apropriações e direitos autorais. O romance aqui analisado pertence à literatura não mais protegida por direitos autorais e, portanto, é considerado apto para modificações, permitindo, assim, a justaposição que está no centro do gênero literário sob escrutínio. O tremendo sucesso comercial deste mash-up serve para mostrar que não só Jane Austen, mas também os mortos-vivos são transformados em mercadorias, o que conduz às possíveis conclusões de que Austen vende, os zumbis vendem, e ambos dão aos leitores algo que estes anseiam, talvez maneiras mais suaves, romance, costumes e valores de outrora; no caso dos mortos-vivos, eles exploram temas que transgredem e ameaçam nosso senso de asseio e decoro, particularmente no tocante ao corpo, às nossas identidades, e a nossa mortalidade. Através de olhares como o de Žižek (2008), pode-se inferir que o sucesso do livro pode ser visto como um tributo ao poder do marketing viral, ao interesse duradouro e contínuo em Jane Austen, e ao atual zeitgeist zumbi. / The present research brings an attempt to elucidate what I consider a phenomenon in literature, the mash-ups. In 2009 the New York Times Bestseller List featured a new novel entitled Pride and Prejudice and Zombies. Publisher Quirk Books presented as author Seth Grahame-Smith and long dead and beloved English novelist Jane Austen as co-author. The book combines Austen‘s 1813 classic text with elements of modern zombie fiction. The aim of this research is to study the (disconcerting) possibility of someone tweaking with a masterpiece. Is the author still present in her text or the one who inserts, remixes and adds to the work is the actual author? This and other questions are investigated. With the theoretical approach of Sanders (2006), Shields (2010), Lessig (2004), and others, there is an investigation on adaptations, collage, appropriations and authorial rights. The novel analyzed here is literature no longer protected by copyright and therefore considered apt for tweaking, thus allowing for the juxtaposition which is at the core of the literary genre under scrutiny. This mash-up‘s tremendous commercial success goes to show that not only Jane Austen, but also the undead have become commodities, which leads the possible conclusions that Austen sells, and zombies sell, and they all give readers something they crave for, perhaps gentle manners, romance, mores and values long gone; and in the case of the living-dead, they explore themes that transgress and threaten our sense of cleanliness and propriety, particularly referencing the body, our identities, and our mortality. Through the point of view of Žižek (2008), and other thinkers, it is possible to infer that the book's success may be regarded as a tribute to the power of viral marketing, to the long lasting and continuous interest in Jane Austen, and to the current zombie zeitgeist.
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George Eliot, o nome na capa de The mill on the floss

Costa, Monica Chagas da January 2016 (has links)
Este trabalho tem como objetivo analisar o conceito de autoria no contexto da obra de George Eliot. Para realizá-lo, definiram-se dois aspectos relevantes da atividade do autor. O primeiro deles é sua existência empírica, situada dentro de determinadas práticas, como apontado por Martha Woodmansee, Michel Foucault, Marisa Lajolo e Regina Zilberman. O segundo, seu funcionamento intratextual, como instância discursiva, destilado das teorias enunciativas de Emile Benveniste e das proposições teóricas de Wayne Booth, Umberto Eco e Wolfgang Iser. A partir dessas elaborações, foram desenvolvidas as análises, de um lado, da trajetória de Mary Ann Evans (George Eliot) e seu papel como escritora do final do século XIX, e, de outro, do romance The Mill on the Floss, obra de 1860, na qual se percebe o autor George Eliot em funcionamento. Pode-se notar, através da reconstrução da vida da autora, sua reflexão própria sobre o significado da prática da autoria como missão social. É também notável, através de seu romance, a atuação de uma figura autoral que organiza o texto e encaminha a interpretação de seu leitor para determinadas direções. / This work’s objective is to analyze the concept of authorship in the context of George Eliot’s production. In order to do so, two relevant aspects of the author’s activity were defined. The first one is its empirical existence, located within certain practices, as pointed by Martha Woodmansee, Michel Foucault, Marisa Lajolo and Regina Zilberman. The second one, its intratextual operation, as a discoursive instance, distilled from Emile Benveniste’s enunciative theories and from the theoretical propositions of Wayne Booth, Umberto Eco and Wolfgang Iser. These elaborations allowed the development of two analyses: on one hand, of Mary Ann Evans’ (George Eliot’s) trajectory and her role as a late nineteenth century writer, and, on the other, of the novel The Mill on the Floss (1860), in which George Eliot’s authorship is perceived at work. It is noticeable, through the reconstruction of the author’s life, her own reflection on the meaning of authorial practice as a social mission. It is also remarkable, through her novel, the performance o an author figure which organizes the text and directs its reader’s interpretations to determined directions.
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"Thus conscience does make cowards of us all" : the construction of soliloquies in Shakespeare

Oliven, Rafael Campos January 2015 (has links)
Esta dissertação analisa a construção dos solilóquios em três das principais tragédias de Shakespeare, a saber, Macbeth, Hamlet e Othello, e sua relação com a formação da consciência na construção da identidade do indivíduo, um conceito que ocorre a partir do início da Idade Moderna. A pesquisa se apoia na teoria psicanalítica freudiana e na análise da linguagem e do discurso elaborada por Foucault. Os solilóquios correspondem ao diálogo que as personagens travam consigo mesmas em momentos quando somente a plateia, ou o leitor, podem escutá-los ou lê-los. Diferentemente do monólogo – que passa pelo crivo da razão, por ser dirigido a um ou mais interlocutores em cena – o solilóquio é mais espirituoso, flui mais livremente e expressa a fala interior e os pensamentos e sentimentos mais profundos das personagens. No solilóquio inexistem o processo de censura ou a necessidade de corresponder às expectativas de outrem. Ele prende a atenção do público e pressupõe a sua conivência para com os argumentos apresentados. Minha hipótese é que no drama Shakespeariano os solilóquios têm a função de acomodar o indivíduo com a sua própria consciência, num tempo em que este não consegue mais se ver como membro de uma comunidade, que pensa e age publicamente, como ocorria na antiguidade, ou de acordo com os preceitos religiosos e morais rigorosos da Idade Média. Apresento este trabalho como um estudo sobre o momento histórico e estético em que o indivíduo moderno passa a se constituir conceitualmente. Os principais temas de fundo na dissertação são a questão da justiça e da ética frente à desgraça; e a questão do mal e de como lidar com ele. A discussão será feita a partir do questionamento das dicotomias e dos estereótipos que operam nessas três tragédias Shakespearianas. A linguagem e o conteúdo dos solilóquios serão analisados sob um enfoque filosófico e psicanalítico. / This thesis aims at analysing the appearance and construction of soliloquies in three major Shakespearean tragedies, Macbeth, Hamlet and Othello. The focus of the research lies on the relationship involving the plays and the concept of individual identity that originates at the dawn of the Modern Age. The research is grounded on Freudian psychoanalytical theory and on the analysis of language and discourse proposed by Michel Foucault. Soliloquies correspond to the inner dialogue that characters have with themselves when no one else is present and only the audience, or the reader, can hear or read them. Differently from the monologue, which is always addressed to one or more people present at the scene, soliloquies are usually witty, and express the inner speech and deepest thoughts and feelings of a character. This happens because with soliloquies there is no process of censorship, or the need to correspond to the expectation of other characters. My hypothesis is that soliloquies originate in and are related to the need of individuals to express themselves according to their own conscience, not only as members of a community who act and think publicly, as was the case in ancient times, or according to the religious precepts and strict moral codes of the Middle Ages. I hope that this work can contribute to illustrate the moment in which the concept of individuality starts to be put to use. Some of the themes discussed in the thesis address the questions of justice and ethics in face of disgrace, the origin of evil and how it is addressed. The themes are dealt with in the analysis of the dichotomies and stereotypes that operate in those Shakespearean tragedies. The language and content of the soliloquies will be analysed through a philosophical and psychoanalytical approach.
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Piling up logs in a brave new world : brazilian invisibility abroad and the genesis of Shakespeare's The Tempest

Volcato, Jose Carlos Marques January 2007 (has links)
O objetivo desta tese de doutorado é apresentar um mapeamento do texto de A Tempestade, de William Shakespeare, de modo a identificar trechos, desdobramentos do enredo e detalhes intrigantes que possam ser relacionados a uma possível fonte, ou possíveis fontes, a que Shakespeare possa ter tido acesso no processo de elaboração de sua peça, sobre as incursões no Norte da África e no Brasil de Nicolas Durand, Cavalheiro de Villegaignon. Proponho que a ilha de Próspero seja lida como um composto de elementos do Mediterrâneo e do Novo Mundo no qual informações sobre a vida de Villegaignon e sua presença em Argel e na França Antártica (atualmente Rio de Janeiro, Brasil) desempenham papel importante e ainda não completamente explorado pela crítica. Também aponto que o texto de A Tempestade mantém diálogo consistente com fatos biográficos, imagens, o simbolismo e a geografia relacionados à vida do Imperador Carlos V, e a identificação mais completa de Nicolas Durand, Chevalier de Villegaignon pode contribuir para tornar esse nível de referência mais evidente. Também discuto possíveis razões por que uma peça que possui tantos detalhes que se relacionam ao Imperador Carlos V nunca faz referência explícita a esta importante figura histórica. As razões pelas quais tais conexões permaneceram parcialmente despercebidas, ou pelo menos não totalmente exploradas, em um campo de estudo que produz tanto trabalho crítico e editorial como os estudos shakespearianos são apresentadas através do conceito de “invisibilidade brasileira no exterior”, conceito este que caracterizei e busquei formular como uma teoria de recepção cultural de produtos e referências brasileiros no exterior. Busquei ainda uma apresentação de elementos de estudos de fontes anteriores e da fortuna crítica sobre o tema que podem contribuir para uma discussão atualizada das práticas composicionais shakespearianas e de suas repercussões teóricas junto a diferentes vertentes dos estudos shakespearianos como prática de crítica literária. A essa discussão segue-se uma exploração crítica de como o interesse de Shakespeare e sua inquestionável dívida com o ensaio “Sobre os Canibais” de Montaigne poderia ter-se estendido a outros fatos da biografia de Villegaignon que muito provavelmente estavam à disposição do dramaturgo inglês. Minha leitura de A Tempestade foi baseada na única versão da peça de Shakespeare que tem autoridade, aquela publicada no Primeiro Fólio de 1623, e também em contribuições encontradas nas melhores edições críticas modernas da mesma. / The aim of this doctoral thesis is to present a mapping of the text of William Shakespeare’s The Tempest so as to establish textual passages, plot developments, and puzzling details that might be related to a possible source or sources on the North African and Brazilian exploits of Nicolas Durand, Chevalier de Villegaignon to which Shakespeare might have had access in the process of writing the play. I propose that Prospero’s island is a composite of Mediterranean and New World elements in which information about the life of Villegaignon and his presence both in Algiers and in Antarctic France (nowadays Rio de Janeiro, Brazil) plays an important and as yet not fully explored role. I also claim that the text of The Tempest is consistently in dialogue with biographical facts, imagery, symbolism and the geography which relate to the life of The Emperor Charles V, and the full recognition of Nicolas Durand, Chevalier de Villegaignon may contribute to make this broader pattern clearer. I also discuss possible reasons why a play that has so many details that relate to The Emperor Charles V never explicitly refers to such an important historical figure. The discussion of reasons why these connections have remained partially unnoticed or at least not fully explored in a field that generates so much critical and editorial work such as Shakespeare Studies is perfected through a presentation of ‘Brazilian invisibility abroad’, a concept that I have characterised and tried to formulate into a theory of cultural reception of Brazilian cultural products and references abroad. I also presented elements found in previous source studies and the critical fortune of the subject which can contribute to an updated discussion of Shakespearian compositional practice and its theoretical repercussions in different approaches to Shakespeare Studies as literary critical practice. This is followed by an exploration of how Shakespeare’s interest in and indisputable indebtedness to Montaigne’s essay ‘Of the Cannibals’ could have extended to other facts of Villegaignon’s biography that are very likely to have been available to the English playwright. I have based my reading of The Tempest in the only authoritative version of the text, that which was published in the 1623 First Folio, as well as in contributions found in the best modern scholarly editions of the play.

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