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O educativo na experiência do movimento de mulheres camponesas : resistência, enfrentamento e libertaçãoCinelli, Catiane January 2016 (has links)
A presente Tese de Doutorado intitulada O educativo na experiência do Movimento de Mulheres Camponesas: Resistência, Enfrentamento e Libertação discute educação a partir dos movimentos populares, em especial, do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). A pesquisa é fruto de experiência vivida e estudos sobre mulheres camponesas. Dessa forma, utilizou-se o materialismo histórico dialético enquanto método que busca pensar as relações entre as experiências práticas e a tomada de consciência, gerando novos modos de vida, em meio às contradições e resistências ao modelo capitalista de produção e à cultura patriarcal, construindo formas alternativas de viver. Assim, a metodologia é orientada pela pesquisa participante com elementos da pesquisa-ação. Os instrumentos utilizados se deram com observações participantes ou militantes, registradas no Diário de Campo, e entrevistas semiestruturadas com oito mulheres camponesas que desenvolvem experiências agroecológicas nos estados de Santa Catariana e da Bahia, sendo estas entrevistas gravadas e posteriormente transcritas. Para o delineamento da tese, foram utilizadas ainda, fontes documentais, como cartilhas, relatórios e panfletos escritos pelo MMC, além dos referenciais teóricos e metodológicos. As categorias analíticas se encontram no decorrer do texto: o campesinato, a experiência, a cultura, a resistência, o enfrentamento, o feminismo camponês e popular e o educativo. A pesquisa realizada revelou que as mulheres camponesas constroem alternativas para sair de uma situação de exploração capitalista, consolidada no campo através do agronegócio, e, ao fazer isso, também buscam sair da opressão causada pelo sistema patriarcal revelada nas relações de gênero desiguais. Com a tomada de consciência de que vivem nessa situação, as camponesas partem para uma reflexão pessoal e coletiva sobre a necessidade de construir formas de autonomia e libertação, assumindo-se como protagonistas de uma história de luta, organização e formação, através do feminismo camponês e popular. Trabalha-se sobre cultura, no sentido de compreender que as camponesas constroem uma cultura a partir de suas vivências de mulheres, incluindo seus aprendizados nas lutas enquanto camponesas. A partir de sua experiência, as mulheres camponesas constroem outras formas de viver na sociedade, resistindo e enfrentando o sistema capitalista e patriarcal. Com suas produções agroecológicas mostram que há outras formas de estar e de viver no mundo e no campo, para além do que é ditado pelo agronegócio, experienciando outras relações com a terra, com a natureza, com as pessoas e com todos os seres vivos. Com isso, demonstram que a agroecologia pode também ser considerada como um modo de vida. Mostra-se, na resistência e enfrentamento em meio às contradições vivenciadas, que há um processo pedagógico-cultural, portanto educativo e gerador de culturas, no qual as mulheres aprendem e ensinam, simultaneamente, a produção do viver no envolvimento com o Movimento de Mulheres Camponesas. Por fim, evidencia-se a tese de que “as experiências de resistência e de enfrentamento das mulheres camponesas do MMC, diante do sistema capitalista e patriarcal, para além de serem constituidoras de novos aprendizados, indicam também, as possibilidades de construir outros modos de vida”. / The present doctoral dissertation untitled The educative in the experience of the Rural Women's Movement: resistance, confrontation and release discusses education since the popular movement mainly the Peasant Women Movement (MMC). The research arises from the lived experience and preview studies about peasant women. Thus, it was utilized the historical dialectical materialism as method that searches to think the relationship between practical experience and the awareness taken, generating new ways of life in the midst of contradictions and resistance to the capitalist model of production and the patriarchal culture, building then alternative forms of living. The methodology is oriented by the participant research with elements of research–action. The utilized instruments were participant or militant observation, notes in the field diary and semi structured interview with eight peasant women that develop agro ecologic experiences, in the states of Santa Catarina and Bahia, being the interviews recorded and then transcript. The layout of the doctoral dissertation counted on document sources such as didactic books, reports and folders written by MMC, besides theoretical and methodological references. The analytical categories are found in the text: peasantry, experience, culture, resistance, confronting, popular peasant feminism and education. The research revealed that the peasant women build alternatives to quit an exploring capitalist situation consolidated in the countryside through the agro business and doing that, also search to leave off the oppression caused by the patriarchal system revealed in the unequal gender relationship. Taking awareness of the lived situation, the peasant women reach a personal and collective reflection about the necessity to build autonomy and freedom, assuming themselves as protagonists of their history of struggle, organization and formation through the peasant and popular feminism. Culture is seen in order to comprehend that the peasant produce culture since their experiences of women including their learning in the struggle as peasants. Since their lived experience, the peasant women build other ways of living in society, resisting and confronting the capitalist and patriarchal system. Their agro ecologic productions demonstrate that there are other ways to be and to live in the world and in the countryside, besides what is established by the agro business, having other relationship with the land, the nature, the people and every living being. Along with that, they demonstrate that the agro ecology may also be considered as a way of living. And it is shown in the resistance and confronts in the midst of living contradictions that there is a cultural and pedagogical process, therefore educational and generator of culture, in which the women learn and teach simultaneously the production of living involved with Peasant Women Movement. Finally, it is highlighted the thesis that “the experiences of resistance and confront of peasant women from MMC, since the capitalist and patriarchal system, besides constitute new learning indicate possibilities to build other ways of living as well.
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O educativo na experiência do movimento de mulheres camponesas : resistência, enfrentamento e libertaçãoCinelli, Catiane January 2016 (has links)
A presente Tese de Doutorado intitulada O educativo na experiência do Movimento de Mulheres Camponesas: Resistência, Enfrentamento e Libertação discute educação a partir dos movimentos populares, em especial, do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). A pesquisa é fruto de experiência vivida e estudos sobre mulheres camponesas. Dessa forma, utilizou-se o materialismo histórico dialético enquanto método que busca pensar as relações entre as experiências práticas e a tomada de consciência, gerando novos modos de vida, em meio às contradições e resistências ao modelo capitalista de produção e à cultura patriarcal, construindo formas alternativas de viver. Assim, a metodologia é orientada pela pesquisa participante com elementos da pesquisa-ação. Os instrumentos utilizados se deram com observações participantes ou militantes, registradas no Diário de Campo, e entrevistas semiestruturadas com oito mulheres camponesas que desenvolvem experiências agroecológicas nos estados de Santa Catariana e da Bahia, sendo estas entrevistas gravadas e posteriormente transcritas. Para o delineamento da tese, foram utilizadas ainda, fontes documentais, como cartilhas, relatórios e panfletos escritos pelo MMC, além dos referenciais teóricos e metodológicos. As categorias analíticas se encontram no decorrer do texto: o campesinato, a experiência, a cultura, a resistência, o enfrentamento, o feminismo camponês e popular e o educativo. A pesquisa realizada revelou que as mulheres camponesas constroem alternativas para sair de uma situação de exploração capitalista, consolidada no campo através do agronegócio, e, ao fazer isso, também buscam sair da opressão causada pelo sistema patriarcal revelada nas relações de gênero desiguais. Com a tomada de consciência de que vivem nessa situação, as camponesas partem para uma reflexão pessoal e coletiva sobre a necessidade de construir formas de autonomia e libertação, assumindo-se como protagonistas de uma história de luta, organização e formação, através do feminismo camponês e popular. Trabalha-se sobre cultura, no sentido de compreender que as camponesas constroem uma cultura a partir de suas vivências de mulheres, incluindo seus aprendizados nas lutas enquanto camponesas. A partir de sua experiência, as mulheres camponesas constroem outras formas de viver na sociedade, resistindo e enfrentando o sistema capitalista e patriarcal. Com suas produções agroecológicas mostram que há outras formas de estar e de viver no mundo e no campo, para além do que é ditado pelo agronegócio, experienciando outras relações com a terra, com a natureza, com as pessoas e com todos os seres vivos. Com isso, demonstram que a agroecologia pode também ser considerada como um modo de vida. Mostra-se, na resistência e enfrentamento em meio às contradições vivenciadas, que há um processo pedagógico-cultural, portanto educativo e gerador de culturas, no qual as mulheres aprendem e ensinam, simultaneamente, a produção do viver no envolvimento com o Movimento de Mulheres Camponesas. Por fim, evidencia-se a tese de que “as experiências de resistência e de enfrentamento das mulheres camponesas do MMC, diante do sistema capitalista e patriarcal, para além de serem constituidoras de novos aprendizados, indicam também, as possibilidades de construir outros modos de vida”. / The present doctoral dissertation untitled The educative in the experience of the Rural Women's Movement: resistance, confrontation and release discusses education since the popular movement mainly the Peasant Women Movement (MMC). The research arises from the lived experience and preview studies about peasant women. Thus, it was utilized the historical dialectical materialism as method that searches to think the relationship between practical experience and the awareness taken, generating new ways of life in the midst of contradictions and resistance to the capitalist model of production and the patriarchal culture, building then alternative forms of living. The methodology is oriented by the participant research with elements of research–action. The utilized instruments were participant or militant observation, notes in the field diary and semi structured interview with eight peasant women that develop agro ecologic experiences, in the states of Santa Catarina and Bahia, being the interviews recorded and then transcript. The layout of the doctoral dissertation counted on document sources such as didactic books, reports and folders written by MMC, besides theoretical and methodological references. The analytical categories are found in the text: peasantry, experience, culture, resistance, confronting, popular peasant feminism and education. The research revealed that the peasant women build alternatives to quit an exploring capitalist situation consolidated in the countryside through the agro business and doing that, also search to leave off the oppression caused by the patriarchal system revealed in the unequal gender relationship. Taking awareness of the lived situation, the peasant women reach a personal and collective reflection about the necessity to build autonomy and freedom, assuming themselves as protagonists of their history of struggle, organization and formation through the peasant and popular feminism. Culture is seen in order to comprehend that the peasant produce culture since their experiences of women including their learning in the struggle as peasants. Since their lived experience, the peasant women build other ways of living in society, resisting and confronting the capitalist and patriarchal system. Their agro ecologic productions demonstrate that there are other ways to be and to live in the world and in the countryside, besides what is established by the agro business, having other relationship with the land, the nature, the people and every living being. Along with that, they demonstrate that the agro ecology may also be considered as a way of living. And it is shown in the resistance and confronts in the midst of living contradictions that there is a cultural and pedagogical process, therefore educational and generator of culture, in which the women learn and teach simultaneously the production of living involved with Peasant Women Movement. Finally, it is highlighted the thesis that “the experiences of resistance and confront of peasant women from MMC, since the capitalist and patriarchal system, besides constitute new learning indicate possibilities to build other ways of living as well.
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O educativo na experiência do movimento de mulheres camponesas : resistência, enfrentamento e libertaçãoCinelli, Catiane January 2016 (has links)
A presente Tese de Doutorado intitulada O educativo na experiência do Movimento de Mulheres Camponesas: Resistência, Enfrentamento e Libertação discute educação a partir dos movimentos populares, em especial, do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). A pesquisa é fruto de experiência vivida e estudos sobre mulheres camponesas. Dessa forma, utilizou-se o materialismo histórico dialético enquanto método que busca pensar as relações entre as experiências práticas e a tomada de consciência, gerando novos modos de vida, em meio às contradições e resistências ao modelo capitalista de produção e à cultura patriarcal, construindo formas alternativas de viver. Assim, a metodologia é orientada pela pesquisa participante com elementos da pesquisa-ação. Os instrumentos utilizados se deram com observações participantes ou militantes, registradas no Diário de Campo, e entrevistas semiestruturadas com oito mulheres camponesas que desenvolvem experiências agroecológicas nos estados de Santa Catariana e da Bahia, sendo estas entrevistas gravadas e posteriormente transcritas. Para o delineamento da tese, foram utilizadas ainda, fontes documentais, como cartilhas, relatórios e panfletos escritos pelo MMC, além dos referenciais teóricos e metodológicos. As categorias analíticas se encontram no decorrer do texto: o campesinato, a experiência, a cultura, a resistência, o enfrentamento, o feminismo camponês e popular e o educativo. A pesquisa realizada revelou que as mulheres camponesas constroem alternativas para sair de uma situação de exploração capitalista, consolidada no campo através do agronegócio, e, ao fazer isso, também buscam sair da opressão causada pelo sistema patriarcal revelada nas relações de gênero desiguais. Com a tomada de consciência de que vivem nessa situação, as camponesas partem para uma reflexão pessoal e coletiva sobre a necessidade de construir formas de autonomia e libertação, assumindo-se como protagonistas de uma história de luta, organização e formação, através do feminismo camponês e popular. Trabalha-se sobre cultura, no sentido de compreender que as camponesas constroem uma cultura a partir de suas vivências de mulheres, incluindo seus aprendizados nas lutas enquanto camponesas. A partir de sua experiência, as mulheres camponesas constroem outras formas de viver na sociedade, resistindo e enfrentando o sistema capitalista e patriarcal. Com suas produções agroecológicas mostram que há outras formas de estar e de viver no mundo e no campo, para além do que é ditado pelo agronegócio, experienciando outras relações com a terra, com a natureza, com as pessoas e com todos os seres vivos. Com isso, demonstram que a agroecologia pode também ser considerada como um modo de vida. Mostra-se, na resistência e enfrentamento em meio às contradições vivenciadas, que há um processo pedagógico-cultural, portanto educativo e gerador de culturas, no qual as mulheres aprendem e ensinam, simultaneamente, a produção do viver no envolvimento com o Movimento de Mulheres Camponesas. Por fim, evidencia-se a tese de que “as experiências de resistência e de enfrentamento das mulheres camponesas do MMC, diante do sistema capitalista e patriarcal, para além de serem constituidoras de novos aprendizados, indicam também, as possibilidades de construir outros modos de vida”. / The present doctoral dissertation untitled The educative in the experience of the Rural Women's Movement: resistance, confrontation and release discusses education since the popular movement mainly the Peasant Women Movement (MMC). The research arises from the lived experience and preview studies about peasant women. Thus, it was utilized the historical dialectical materialism as method that searches to think the relationship between practical experience and the awareness taken, generating new ways of life in the midst of contradictions and resistance to the capitalist model of production and the patriarchal culture, building then alternative forms of living. The methodology is oriented by the participant research with elements of research–action. The utilized instruments were participant or militant observation, notes in the field diary and semi structured interview with eight peasant women that develop agro ecologic experiences, in the states of Santa Catarina and Bahia, being the interviews recorded and then transcript. The layout of the doctoral dissertation counted on document sources such as didactic books, reports and folders written by MMC, besides theoretical and methodological references. The analytical categories are found in the text: peasantry, experience, culture, resistance, confronting, popular peasant feminism and education. The research revealed that the peasant women build alternatives to quit an exploring capitalist situation consolidated in the countryside through the agro business and doing that, also search to leave off the oppression caused by the patriarchal system revealed in the unequal gender relationship. Taking awareness of the lived situation, the peasant women reach a personal and collective reflection about the necessity to build autonomy and freedom, assuming themselves as protagonists of their history of struggle, organization and formation through the peasant and popular feminism. Culture is seen in order to comprehend that the peasant produce culture since their experiences of women including their learning in the struggle as peasants. Since their lived experience, the peasant women build other ways of living in society, resisting and confronting the capitalist and patriarchal system. Their agro ecologic productions demonstrate that there are other ways to be and to live in the world and in the countryside, besides what is established by the agro business, having other relationship with the land, the nature, the people and every living being. Along with that, they demonstrate that the agro ecology may also be considered as a way of living. And it is shown in the resistance and confronts in the midst of living contradictions that there is a cultural and pedagogical process, therefore educational and generator of culture, in which the women learn and teach simultaneously the production of living involved with Peasant Women Movement. Finally, it is highlighted the thesis that “the experiences of resistance and confront of peasant women from MMC, since the capitalist and patriarchal system, besides constitute new learning indicate possibilities to build other ways of living as well.
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As jovens do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC): trabalho, família e projetos de vida. / Young women from the Peasant Women's Movement (MMC): work, family and life projects.GASPARETO, Sirlei Antoninha Kroth. 04 October 2018 (has links)
Submitted by Johnny Rodrigues (johnnyrodrigues@ufcg.edu.br) on 2018-10-04T16:53:03Z
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Previous issue date: 2009-11-09 / O MMC/SC é um movimento de mulheres camponesas que a partir de 2004 adquire caráter nacional e marca presença nos diferentes Estados do Brasil. Está alinhado à Via Campesina tendo como principais bandeiras, a luta pelos direitos, pela igualdade e por um Projeto de Agricultura Camponesa. O foco deste estudo está diretamente ligado a esse processo de construção, perpassando os eixos de gênero e classe, cuja experiência possibilita a emergência de um novo sujeito social que são as jovens camponesas. Para tanto utilizo heuristicamente as referências teóricas de Eduard Thompson dando centralidade à categoria "experiência". A metodologia básica utilizada encontra na história oral e na etnografia sua principal referência. Em se tratando das considerações finais observa-se que as jovens da primeira década do segundo milênio querem viver diferentes de seus pais e suas mães, muitas delas, não aceitam passivamente viver num mundo de privacidade, estando no foco de suas preocupações o acesso à terra, à renda e o estudo na perspectiva de construção de "uma vida melhor". / The MMC/SC Peasant Women's Movement in the state of Santa Catarina is a women's
movement that, since 2004, has become national in character and has increased its presence in various Brazilian states. Allied to Via Campesina, the movement's principle struggles are for rights, equality and the Strengthening of family agricuhureThe focus of this thesis is directly linked to this construction process, especially related to the axes of gender and class, whose experience has made possible the emergence of a new social political subject: young rural women. To this end, I apply Eduard Thompson's theoretical references - bringing to the forefront the category "experience" - while using, as my baseline methodology, oral history and ethnography. In conclusion, this thesis has found that the young women of the second millennium's first decade want to live differently to their fathers and mothers; many of them don't passively accept their living conditions. Rather they struggle for access to land, to income and to education with the aim of constructing "a better life".
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Transformações no espaço agrário do sertão do Pajeú: a participação das mulheres no processo de transição agroecológico em quintais de (re)produção da vidaRapozo, Bruna Maria da Silva 24 February 2017 (has links)
Submitted by Leonardo Cavalcante (leo.ocavalcante@gmail.com) on 2018-04-19T19:48:17Z
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Previous issue date: 2017-02-24 / In the peasant agriculture in the region of Sertão do Pajeú, state of Pernambuco, the women participate of the production of foods, election and cares with the seeds, improvement, handling of biodiversity, commercialization and generation of income of the family. The women farmers are also the sole responsible for the domestic work and for the family's welfare and quality of life. In addition, many women put into practice the traditional knowledge passed on by other women practices healthy relationships compatible with more equitable gender relations. Thus, this work aims to understand how the process of agroecological transition, under way in the region's agroecological yards, modifies the sertanejo agrarian space and social relations. For this analysis, eight agroecological yards of women and men that sell their production in the Ecological Fair of Serra Talhada (Feira Ecológica de Serra Talhada) were selected. The yards selected are located in three municipalities: Santa Cruz da Baixa Verde, Triunfo and Serra Talhada. The results show that for the peasant women, the yards are spaces for life, for the reproduction of the peasant lifestyle and as an experimental laboratory for the construction and refinement of knowledges about the agroecosystems, as well as a place to plant, harvest and live in the semi-arid Sertão. These spaces were devalued as productive spaces by being considered feminine ones, an extension of the domestic space. However, they have been acquiring since the 1990s new values, shapes and practices in the life and in the economy of those women and their families. In this work, we identified that the women who participated in the Ecological Fair of Serra Talhada associated agroecological and traditional knowledges with feminist practices. This fact permits them to construct and reconstruct ideas and values, to problematize and question genre-based social relations, and the importance of women's workforce for their communities and family. Methodologically, we opted for the proceedings of a qualitative research through literature and documentary research as well as field research in the peasant families that collaborated for this study. / Na agricultura camponesa do Sertão do Pajeú, no estado de Pernambuco, as mulheres participam da produção de alimentos, seleção e cuidados com as sementes, beneficiamento, manejo da biodiversidade, comercialização e geração de renda da família. As agricultoras são, em muitas ocasiões, as únicas responsáveis pelo trabalho doméstico familiar. Além disso, muitas dessas mulheres colocam em prática os saberes tradicionais repassados por outras mulheres, práticas agrícolas saudáveis compatíveis com relações de gênero mais equitativas. Assim esse trabalho tem por objetivo compreender como o processo de transição agroecológica, em curso nos quintais agroecológicos da região, modifica o espaço agrário sertanejo e as relações sociais de gênero que neles se contraem. Para isso selecionamos oito famílias com quintais agroecológicos que comercializam sua produção na Feira Agroecológica de Serra Talhada (FAST). Os quintais selecionados estão localizados em três municípios: Santa Cruz da Baixa Verde, Triunfo e Serra Talhada. Os resultados alcançados mostram que, para as mulheres sertanejas, os quintais são espaços de vida, lugares da reprodução da existência camponesa e laboratório para a experimentação, construção e aperfeiçoamento do conhecimento e saberes sobre os agroecossistemas, assim como o plantar, colher e viver no sertão semiárido. Espaços esses que eram desvalorizados como espaços produtivos por serem considerados espaços femininos, extensão do espaço doméstico, mas que da década de 1990 para os dias atuais têm passado por transformações importantes, assumindo um novo valor, forma e uso na vida e economia das mulheres e família. Neste trabalho, conseguimos identificar que as mulheres agricultoras que participam da Feira Agroecológica de Serra Talhada associam saberes agroecológicos, conhecimentos tradicionais com práticas, feministas, o que lhes permite construir e reconstruir, ideias, valores, problematizarem e questionar as relações sociais de gênero e importância do trabalho feminino nas suas comunidades e famílias. Metodologicamente, optamos por procedimentos de pesquisa qualitativa, pesquisa bibliográfica e documental e a realização de trabalhos de campo junto às famílias camponesas que colaboraram com este estudo.
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Engenho de memórias: mulheres camponesas, escritas de si e a força da amizade (1975-1984)Vieira, Jadson Pereira 12 May 2016 (has links)
Submitted by Maike Costa (maiksebas@gmail.com) on 2016-08-19T14:33:38Z
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Previous issue date: 2016-05-12 / Between the years of 1975 and 1984 concerns to historiographical production. Thus, this
dissertation brings to light scriptures about the struggling trajectories of Maria de Lourdes
de Souza Quincas; Josefa Ermina Cobé Nêm Cobé; Maria do Céu Cobé and Beatriz
Pedro da Silva, female community leaders who fought for the rights of rural workers of
Engenho Geraldo from Alagoa Nova-PB. They are presented according to a narrative
perspective, which objective is building up the history of the struggling years in the
community. It is sought to apprehend herein aspects related to those memories belonging
to the four female peasant leaders, who acted directly in the struggle for the rights to land
ownership promoted by the workers in the community mentioned above. Based on the
theoretical support provided on genre debates, by Joan Scott (2006); on self-writings, by
M. Foucault and his commentators (1992); on friendship, by F. Ortega (2002) and on
memory, by M. Halbwachs (2006), it is intended to contribute to the fortification of social
scriptures a possible narrative for further questionings. / Os anos de 1975 e 1984 diz respeito a uma produção historiográfica. Assim, esta
dissertação traz à luz escritos sobre as trajetórias de luta de Maria de Lourdes de Souza
Quincas; Josefa Ermina Cobé Nêm Cobé; Maria do Céu Cobé e Beatriz Pedro da Silva,
líderes comunitárias que lutaram pelos direitos dos/as trabalhadores/as rurais do Engenho
Geraldo de Alagoa Nova-PB. Elas são apresentadas na perspectiva de uma narrativa cujo
objetivo é construir a história dos anos de luta na comunidade. Buscam-se perceber os
aspectos relacionados às memórias das quatro líderes camponesas que atuaram
diretamente na luta pelo direito à posse da terra, promovida pelos/as trabalhadores/as da
comunidade supracitada. Baseando-se no aporte teórico dos debates sobre gênero
apresentados por Joan Scott (2006); sobre escritas de si, elaborados por M. Foucault
(1992) e seus comentadores; sobre amizade, por F. Ortega (2002) e sobre memória, por
M. Halbwachs (2006), pretende-se contribuir com o fortalecimento da história dos
movimentos sociais e das mulheres no Estado da Paraíba, tecendo nestes escritos uma
narrativa possível para problematizações futuras.
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Geografia e gênero: a ação das mulheres na luta pela moradia camponesa na região Estrada de Ferro em Goiás. / Geography and gender: the action of women in the fight for the peasants housing in the region Iron Road in GoiasAlves, Sandra Aparecida 12 June 2015 (has links)
Submitted by Erika Demachki (erikademachki@gmail.com) on 2017-03-24T20:52:09Z
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Previous issue date: 2015-06-12 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / In the last decades in the Brazilian rural areas, the agrobusiness imposed itself making stronger the
large properties (estates), the transnational companies and intensifying the use of agrotoxics and
the production of monoculture for exportation, instead of producing health food via the peasant
agriculture. This model threats the peasants, especially the women that need to work inside and
outside their houses because their families need care and food - while the men are used to search
for income just outside. The low incomes that the peasant agriculture is getting during the last
decades make impossible to the families to invest in technologies and habitation towards better life
conditions. The federal government published, in 2009, the Programa Nacional de Habitação Rural
(PNHR) - Rural Habitation National Program – intending to reduce the social deficit in rural
habitations, but before this, in 2008, the Movimento Camponês Popular (MCP) – Popular Peasant
Movement – had already accomplished a important project of rural habitation in the state of Goiás
– Brazil, using other program that was, at first, oriented to urban areas. This research intends to
comprehend the transformations that had occurred in the lives of the peasant women during the
processes of overcoming the frontiers of the private spaces of their houses and gaining class
consciousness since the moment the women started to engage in political participation and political
organization in the Movimento Camponês Popular – Popular Peasant Movement – to struggle for a
peasant habitation. The engagement of the women in the social movement achieved - more than the
conquest of the habitation - a change in their social behavior, because the recognition of the active role of women as actors of social transformation is historically denied and this denial tends to
exclude them towards a social and political invisibility. The political participation of the women in
the social movement enable the visibility of their demands, defeating their isolation by going
beyond the private spaces of their lives when they occupy the public spaces of the meetings, the
struggles and the political decisions reunions of a social movement. / No decorrer das últimas décadas no campo brasileiro, o agronegócio se impôs, fortalecendo o
latifúndio, as empresas transnacionais e intensificando o uso de agrotóxicos e a produção de
monoculturas para a exportação, em detrimento da produção de alimentos e da agricultura camponesa. Este modelo ameaça os camponeses, sobrecarregando principalmente as mulheres, que
têm atribuições, dentro e fora de casa, pois necessitam suprir a família de cuidados e alimentação,
enquanto grande parte dos homens busca renda da “porteira pra fora”. A descapitalização sofrida
pela agricultura camponesa nas últimas décadas impossibilita que as famílias façam investimentos
na melhoria de suas condições de vida, como na moradia, maquinários, etc. O governo federal
lançou, em 2009, o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) com o objetivo de reduzir o
déficit habitacional rural no Brasil, mas antes, ainda no ano de 2008, o MCP já tinha conseguido
efetuar um importante projeto de habitação rural no estado de Goiás, ainda que mesmo através de
um Programa destinado para a realidade urbana. Este estudo propõe compreender as
transformações ocorridas na vida das mulheres camponesas, sua saída do espaço privado para o
público e a tomada de consciência de classe a partir de sua participação, organização e luta no
Movimento Camponês Popular – MCP pela moradia camponesa. O engajamento das mulheres no
movimento social trouxe, além da conquista da moradia, uma mudança necessária no
comportamento social delas, a quem, historicamente, foi negada o papel ativo nas transformações,
relegando-se as à invisibilidade social e política. A participação das mulheres no Movimento lhes
permite dar visibilidade às suas demandas, tira-as do isolamento da vida privada e insere-as no
espaço público mediante sua participação nos encontros, lutas e espaços de decisão política do
Movimento.
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Desde o campo e pelas margens: o direito agrário de produzir das mulheres camponesas / From the countryside and by the margins: the agrarian right to produce of the peasant womenOliveira, Larissa Carvalho de 20 March 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-03-20 / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás - FAPEG / This dissertation considers the right of peasant women to produce. In Brazil, the oppressions suffered and the intense workloads in the production for the self-consumption are some of the daily features of the peasant women. Thus, it is intended to verify a perspective of the reality of rural women, especially if their right to produce has been respected socially and institutionally and how this right relates to the principle of gender equality in peasant space. The development follows bibliographical analysis, with a descriptive and supposedly critical approach. It is based on the hypothesis that peasant women are in subaltern socioeconomic position and experience conditions of inequality, when compared to men. In the first part of the text, it is considered especially on the rural land and aspects pertinent to the agrarian and social reality of the peasant women. Some tensions surrounding the peasantry and agribusiness debate are highlighted and explain that this analysis considers women of low social class, linked to a family-based model of agriculture. The debate about some meanings of the word gender appears in the second part of the text. Power relations are thrown open in patriarchal practices, which reflect male domination and demand certain patterns of social behavior from the rural women. In the third part of this dissertation are related legal discourses of the Food and Agriculture Organization of the United Nations and perspectives on Brazilian agrarian law related to peasant women. It concludes with an analysis of the productive organizations of peasant women as a form of exercise of the agrarian right to produce. / Essa dissertação aborda o direito de produzir das mulheres camponesas. No Brasil, as opressões sofridas e as cargas de trabalho intensas na produção para o autoconsumo são algumas das feições do cotidiano das camponesas. Assim, pretende-se verificar uma perspectiva da realidade das mulheres do campo, especialmente se o direito de elas produzirem tem sido respeitado social e institucionalmente e como esse direito se relaciona com o princípio da igualdade de gênero em espaço camponês. O desenvolvimento segue análise bibliográfica, com enfoque descritivo e pretensamente crítico. Parte-se da hipótese de que camponesas estão em posição socioeconômica subalterna e vivenciam condições de desigualdade, se comparadas aos homens. Na primeira parte do texto, considera-se especialmente sobre a terra rural e aspectos pertinentes à realidade agrária e social das camponesas. Algumas tensões que envolvem o debate sobre campesinato e agronegócio são elencadas e explicitam que a presente análise considera mulheres de classe social baixa, vinculadas a um modelo de agricultura de base familiar. O debate sobre alguns sentidos da palavra gênero aparece na segunda parte do trabalho. As relações de poder são escancaradas em práticas patriarcais, que refletem a dominação masculina e exigem determinados padrões de comportamento social das mulheres do campo. Na terceira parte dessa dissertação, estão relacionados discursos jurídicos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura e perspectivas sobre direito agrário brasileiro relativos às camponesas. Conclui-se com análise das organizações produtivas das camponesas como uma forma de exercício do direito agrário de produzirem.
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Movimento de mulheres camponesas na trajetória feminista brasileira: uma experiência de luta por direitos e liberdadeSilva, Isabela Costa da 01 November 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-11-01 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) é um movimento social feminista e
camponês, que tem empreendido lutas pelos direitos das mulheres e pela efetivação de um
Projeto Popular para a Agricultura no Brasil. Esta dissertação de Mestrado tem por objetivo a
análise das lutas e das concepções políticas deste movimento, bem como sua atuação no
campo da Via Campesina. Para tal propósito, num primeiro momento, faremos apontamentos
sobre os movimentos sociais e a questão agrária brasileira. Em um segundo momento,
discorreremos sobre as bases da exploração-dominação das mulheres na sociedade atual,
sobre a organização destas no movimento feminista e sobre a relação entre feminismo e
socialismo, trazendo a contribuição teórica tanto de marxistas clássicos como das estudiosas
de gênero da contemporaneidade para a compreensão dessas questões. No trabalho também
apresentaremos os resultados da pesquisa de campo realizada junto ao MMC, que aborda
temas como a auto-organização das mulheres, a compreensão do Movimento a respeito da
realidade de dominação-exploração feminina, as suas principais reivindicações e lutas, além
de sua contribuição política à Via Campesina - visto que o MMC é o único movimento autoorganizado
de mulheres em seu interior. Por fim, serão apresentados alguns desafios postos
aos movimentos de mulheres na atualidade. / The Movement of Peasant Women (MMC) is a feminist and peasant movement, wich has
waged struggles for women's rights and the realization of a Popular Project for Agriculture in
Brazil. This Master's thesis aims to analyze the struggles and political ideas of this movement
and its activities at Via Campesina. For this purpose, at first, we will do notes on social
movements and agrarian issue. In a second stage of the dissertation , we will discuss the
basics of exploitation -domination of women in modern society, the organization of these in
the feminist movement and the relationship between feminism and socialism, bringing the
theoretical contribution both Marxists classics as scholars of gender to the contemporary
understanding of these issues . That work also presents the results of field research about the
MMC , which covers topics such as self - organization of women , understanding the
movement about the reality of female exploitation , their main demands and struggles, and
their political contribution to the Via Campesina - since the MMC is the only self-organized
movement of women inside. Finally, we will present some challenges faced by women's
movements today.
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Geografia, gênero e contra-espaço: mulheres no assentamento Serra Dourada – Goiás/GO - Brasil / Geography, gender and contra-space: women of Serra Dourada settlement – Goiás/GO - BrazilMesquita, Natalia Lucas 07 December 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-12-07 / Geography is a science that studies the (re)produced space from the social relations – like the gender ones – established in the scope of the social work and conducted for the hegemonic demands of the capital. The land concentration of the municipality of Goiás (state of Goiás, Brazil) is a result of these demands, representing the spatialization of the capitalism in Brazil and evidencing the inequalities of this system, for example, when preventing that a part of peasants would have the possibility of (re)produce themselves social, cultural and economically from the access to the land. Thus, this class united around the fight for the land, reverberating in the creation of twenty-three rural settlements in the municipality of Goiás, which the Serra Dourada Settlement is part and territory of this research. The research aims to understand the acting of peasant women of Serra Dourada Settlement in the production of contra-spaces. For this, the methodological procedures selected were organized in three continued and simultaneous steps: bibliographic review; information and data gathering; field research, with semi structured interviews, participating observation, participating mapping and transversal walking. It was possible to observe that this settlement present itself as a contra-hegemony for permitting the peasants to rescue their modes of life and produce contra-spaces, i.e., spaces produced from a contra-hegemonic logic, even for the way of the production of vegetables and other foods for self-consumption and commercialization; for the way of the reciprocity established between the members of the familiar group, of these ones and other ones also with the Cerrado; for the religious manifestations; or, also, for the family organization around the work in the land. The organization of the family group obeys a patriarchal structure which the man is responsible for the work directions, while women and children are subordinated to him. The functions made by women in the productive space are those considered socially lighter and require more cares in contraposition of the functions of men. The social place occupied by women is, mostly, the reproductive role. We realized a gain of strength of the women of the settlement in the scope of the family relations as well as between the peasants who they live together, propitiated by the participation in the cultivation and, posteriorly, selling of their products in fairs of the city of Goiás and for the supplying to governmental programs, through the participation in social movements. However, it was not enough to have a review of the power structures of the familiar group because of factors as fragility of their territories in the public space, invisibility of domestic work added to the patriarchal/capitalist thought which considers the reproductive space subordinated to the productive. We understand the fight for gender equality is extremely linked to the class struggle in a sense of complementarity, and, therefore, must be considered when we think about the rupture with the bonds of an order which the capitalists and patriarchal relations form, together, a system that submit the members of a social class composed by men and women who suffer together, but differently, the situations of oppression. / A Geografia é uma ciência que estuda o espaço (re)produzido a partir das relações sociais - dentre as quais as de gênero - estabelecidas no âmbito do trabalho social e conduzidas pelas demandas hegemônicas do capital. A concentração fundiária do município de Goiás/GO é um reflexo dessas demandas, representando a espacialização do capitalismo no Brasil e evidenciando as desigualdades inerentes desse sistema, por exemplo, ao impedir que parcela de camponesas e camponeses tivessem a possibilidade de se (re)produzirem social, cultural e economicamente, a partir do acesso a terra. Diante disso, essa classe se organizou em torno da luta pela terra reverberando na criação de vinte e três assentamentos rurais no município de Goiás/GO, dentre os quais o Assentamento Serra Dourada, território delimitado para essa pesquisa. Essa visa compreender a atuação das mulheres camponesas do Assentamento Serra Dourada na produção de contra-espaços. Para isso, os procedimentos metodológicos selecionados foram organizados em três etapas contínuas e concomitantes: revisão bibliográfica; levantamento de dados e informações; pesquisa de campo, com realização de entrevistas semiestruturadas, observação participante, mapeamento participativo e caminhada transversal. Foi possível observar que esse Assentamento se apresenta como uma contra hegemonia por ter possibilitado que as camponesas e os camponeses resgatassem seus modos de vida e produzissem contra-espaços, ou seja, espaços produzidos a partir de uma lógica contra-hegemônica, por meio da produção de hortaliças ou de outros alimentos para autoconsumo e comercialização; das relações de reciprocidade estabelecidas entre os membros do grupo familiar, destes com as outras e os outros e também com o Cerrado; das manifestações religiosas; ou, ainda, da organização familiar em torno do trabalho na terra. A organização do grupo familiar obedece a uma estrutura patriarcal em que o homem é responsável pelo direcionamento do trabalho, enquanto a mulher, as filhas e os filhos são subordinados a ele. As funções desempenhadas pelas mulheres no espaço produtivo são aquelas socialmente consideradas mais leves e que exigem maiores cuidados, em contraposição às dos homens. O lugar social ocupado por elas é, predominantemente, o reprodutivo. Percebemos um fortalecimento das mulheres do Assentamento no âmbito das relações familiares como, também, entre as camponesas e os camponeses com quem convivem, propiciado pela participação no cultivo e, posteriormente, na venda de seus produtos em feiras na Cidade de Goiás/GO, pelo fornecimento a programas governamentais e pela participação em movimentos sociais. Todavia, não foi suficiente para que houvesse uma revisão das estruturas de poder do grupo familiar em razão de fatores como fragilidade de seus territórios no espaço público, invisibilidade do trabalho doméstico somado ao pensamento patriarcal/capitalista que considera o espaço reprodutivo como subordinado ao produtivo. Entendemos que a luta por igualdade de gênero está extremamente vinculada à luta de classes, em um sentido de complementaridade, e, portanto, deve ser considerada ao se pensar a ruptura com as amarras de uma ordem cujas relações capitalistas e patriarcais formam, juntas, um sistema que submete os membros de uma classe social, composta por mulheres e homens que sofrem juntas e juntos, mas, diferentemente, as situações de opressão.
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