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Conhecimento e afetividade em Espinosa : da reforma da inteligência à potência do conhecimento como afeto /Silva, Adriano Pereira da. January 2012 (has links)
Orientador: Ricardo Monteagudo / Banca: Homero Santiago / Banca: Enéias Forlim / Resumo: O presente trabalho procura investigar a teoria do conhecimento espinosana e a força afetiva no processo de construção das ideias verdadeiras e adequadas. Nosso objetivo é analisar o conhecimento como um poderoso afeto, segundo a epistemologia de Espinosa, pois a razão torna-se afetiva quando se transforma em causa adequada de si mesma. No que concerne à distinção ação versus paixão, de acordo com a terminologia espinosana, pode-se dizer que somos ativos quando somos causa adequada daquilo que se passa em nós ou, em outras palavras, quando somos determinados a isto ou àquilo por um movimento interno e não afetados pelo exterior. Por isso, a teoria do conhecimento de Espinosa parte da plena convicção de que existe o Ser e a verdade, e somos capazes de conhecê-los. Segundo ele, a verdade existe e não é produzida por nós, ou seja, é preciso somente buscar um caminho seguro para descobri-la, e o critério que permite esta segurança é distinguir as ideias verdadeiras (adequadas) das falsas (inadequadas), voltando-se para si mesmo e fazendo uma reflexão sobre as próprias ideias. Por isso, esse caminho seguro é a reforma do intelecto que Espinosa tentou demonstrar em sua obra Tratado da Reforma da Inteligência, a qual procuramos analisar, investigando como se procede essa reforma. A importância da reforma da inteligência consiste no próprio esforço de pensar uma nova maneira de viver para escapar ao que as alegrias passivas trazem de mau; o pensamento é, ele mesmo, sentido ou experimentado como algo bom. Espinosa, contudo; considera, em seus estudos e tentativas de compreensão das paixões, que a origem dos afetos está em algum tipo de conhecimento e sugere que analisemos a Ética para compreendermos com maior clareza por que e em que sentido o problema dos afetos é um problema de conhecimento... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Abstract: The present paper investigates Espinosa's knowledge theory and the power of affection in the process of construction of accurate and appropriate ideas. Our goal is to analyze that for Espinosa, knowledge is a powerful affection. The reason becomes affective when it becomes the adequate cause of itself. Regarding the distinction between action versus passion, according to Espinosa's terminology, we can say that we are active when we are the adequate cause of what is happening inside of us, or in other words, when we are determined to this or that by an internal movement and not affected by the outside. Therefore, Espinosa's knowledge theory comes from the entire belief that there is the Being and the truth, and we are able to know them. According to him, the truth exists and is not produced by us, i.e., we just need to look for a safe way to discover it, and the criterion that allows this security is to distinguish true ideas (appropriate) from false (inadequate) turning to yourself and pondering on your own ideas. Therefore, this safe path is the reform of the intellect that Espinosa tried to demonstrate in his work „Tratado da Reforma da Inteligência‟ in which we try to analyze, investigating how this reform happens. The importance of the reform of the intelligence consists in one's own effort to think of a new way of living to escape to what the passive joys bring of bad, the thought itself is felt or experienced as something good. Espinosa, however; considers, in his studies and attempts to understand the passions, that the origin of affection is in some kind of knowledge and suggests that we analyze the Ethics for us to understand more clearly why and in which way the problem of affections is a Knowledge problem. According to Espinosa, solving the affection problem is essentially... (Complete abstract click electronic access below) / Mestre
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Sade, um anjo negro da modernidadeGiannattasio, Gabriel 05 December 2012 (has links)
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Razão e emoção, o talento de Fritz Jank: de como sintaxe e semântica integram-se na obra do virtuose / Reason and Emotion,The talented Fritz Jank: and the way Syntax and Semantics integrate in his workBernadete Lenza 14 March 2008 (has links)
Esta Tese estuda o papel da Razão e da Emoção no virtuosismo, como se integram aí sintaxe e semântica. Procuramos entender como a obra de arte é vivida, intuída, tanto no momento da sua concepção quanto no momento da sua execução. Nosso objetivo específico foi o de estudar como as composições de Ludwig van Beethoven encontram resplendor artístico nas mãos do virtuose Fritz Jank. Depois de várias leituras, cursos, estudos sobre a obra musical escolhemos como nosso referencial teórico, a obra de Suzanne Langer por harmonizar-se inteiramente com a linha de pesquisa Razão e Emoção, do Laboratório de Epistemologia Genética do qual participamos. Sua formação néo-kantiana, grandemente influenciada por Ernst Cassirer, permitiu-nos uma compreensão e uma visão da obra de arte e especialmente da música, perfeitamente inseridas na produção científica desse Laboratório. Um virtuose necessita ter o domínio da sintaxe da linguagem musical, ou seja, o domínio do conhecimento musical. Entretanto, quando só há a técnica, aos artistas parece faltar humanidade, paixão, emoção. Procuramos mostrar como, tanto a razão quanto a emoção, estão unidas, quer para a composição, quer para a interpretação musicais. O virtuose, assim, transcende esses aspectos, pois necessita ser um artista com excepcional domínio da técnica, da sintaxe da linguagem musical, além de ter profunda sensibilidade musical. Para fundamentar esta pesquisa realizamos comparações das interpretações pianísticas de Fritz Jank com as de outros grandes mestres do teclado, em execuções de algumas sonatas de Ludwig van Beethoven, por nós selecionadas. Neste trabalho procuramos dar uma idéia da carreira musical de Fritz Jank como professor e virtuose, recolhendo dados dos jornais, entrevistando alguns de seus contemporâneos e até acompanhando cursos sobre a sua obra. Esperamos assim, prestar uma homenagem ao grande mestre, nosso professor, que presenteou seus ouvintes com magníficas interpretações pianísticas e enriqueceu a vida, sobretudo o espírito, de todos aqueles que tiveram o privilégio não só de ouvi-lo, mas também de com ele aprender. / The current Thesis deals with the rule of reason and emotion in virtuosism and the way they integrate themselves in syntax and semantics. We try to understand how one lives and feels the work of art, both at the moment of its creation as well as when its being performed. Our specific aim was studying how Ludwig van Beethovens compositions could achieve success in the hands of the virtuose Fritz Jank. After a lot of reading, course attending and studies we decided to choose, as our theoretical reference the works of Suzanne Langer as it totally combines with the Reason and Emotion research field of our Genetic Epistemology Laboratory. Suzanne Langer´s neo-kantian upbringing greatly influenced by Ernst Cassirer, gave us a better understanding and feeling of the work of art and music inserted in this laboratorys scientific production. A virtuose needs to master the syntax of musical language, that means, the mastery of musical knowledge. However, when there is only technique it looks as though the artists lack humanity, passion and emotion. Thats why we try to demonstrate how reason and emotion are related to each other both in the creation of composition and musical interpretation. This way, the virtuose is the one who transcends these aspects because he needs to be an artist with outstanding mastery of technique and syntax and, along with that, have deep musical sensitivity. In order to give fundaments to this research we have done comparisons between Fritz Jank´s piano interpretations and other piano masters on some of Ludwig van Beethovens sonatas previously selected by us. In this work we try to give an idea about the musical career of Fritz Jank, as a Professor and virtuose, by collecting data from newspapers, interviewing some of his contemporaries and even taking courses on his works. Through this way we want to pay a tribute to the Great Master, our teacher, who gifted his listeners with magnificent piano interpretations that enriched the lives and above all, the spirits of all those who had the privilege of not only listen to him (his plays) but also of learning from him.
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Teste respiratório com isótopos estáveis do carbono para avaliação da função hepática nas fases da cirrose causada pela hepatite viral C / Breath test with carbon stable isotopes for liver function assessment on cirrhosis stage induced by hepatitis C virusPerez, Geraldo Gabriel [UNESP] 21 February 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-02-21 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Atualmente cerca de 3% da população mundial está infectado pelo vírus da hepatite C (VHC), onde sua maior consequência é a cirrose hepática. Para o diagnóstico da cirrose hepática utiliza-se a biopsia hepática percutânea, um método invasivo de grande complexidade considerado padrão ouro. Para avaliação do estágio da cirrose utiliza-se a classificação Child-Pugh. Um outro exame experimental para classificação funcional hepática é o 13C-Aminopyrine Breath Test (13C-ABT), o qual é não invasivo. Os protocolos atuais de 13C-ABT utilizam duas horas de coleta de sopro, e não diferem o gênero dos pacientes. O objetivo do estudo foi otimizar os protocolos de aplicação do 13C-ABT para avaliação dos estágios da cirrose hepática causada pelo VHC, verificando diferença entre gênero. Foram estudados os turnovers 13C nos dos sopros dos 68 pacientes durante o 13C-ABT, divididos em 8 grupos conforme o comprometimento da função hepática e gênero. Os resultados mostraram que o 13C-ABT pode ser aplicado com apenas uma coleta do sopro em uma hora e que existe diferença entre os gêneros. / Currently, about 3% of the world's population is infected with hepatitis C virus (HCV), and its major consequence is liver cirrhosis. Percutaneous hepatic biopsy, an invasive method of great complexity considered gold standard, is used for the diagnosis of hepatic cirrhosis. Child-Pugh classification is used to assess the stage of cirrhosis. Another experimental test for liver function classification is 13C-Aminopyrine Breath Test (13C-ABT), which is non-invasive. Current 13C-ABT protocols use two hours of breath collection, and do not differ in gender from patients. The aim of this study was to optimize the application protocols of 13C-ABT to evaluate the stages of hepatic cirrhosis caused by HCV, verifying gender differences. 13C turnovers were studied in the breath of 68 patients during 13C-ABT, divided into 8 groups according to impairment of hepatic function and gender. The results showed that 13C-ABT can be applied with only one breath collection in one hour and that there is difference between the genders.
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Sobre a problemática da religião: um ensaio acerca do pensamento filosófico-religioso de Immanuel Kant / On the problematic of the religion: an essay on the philosophico-religious thought of Immanuel KantRocha, Dilson Brito da [UNESP] 20 March 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-03-20 / Com este estudo pretendemos examinar e elucidar como Kant enfrenta a religião em sua obra A Religião dentro dos limites da simples razão, operando de tal forma que a localiza na moral, ao mesmo tempo em que, a rigor, distingue tais áreas tão somente naquilo que tange à metodologia e formalidade peculiares. Ele não quis, à vista disso, abordá-las como que ipsis verbis. Em sua acepção, assuntos com substrato metafísico-dogmático permanecem inacessíveis à razão pura, e, portanto, não se pode, teoricamente, nem negar nem tampouco afirmar neste afã, ao que põe no crivo da crítica a razão humana. Por conseguinte, Kant toma a questão religiosa como sendo objeto da razão prática, assim como do sentimento estético, principalmente inserindo neste campo a ideia de postulação, nevrálgica em sua teologia. Versa sobre as relações do homem com Deus, entendendo este último como sendo justo remunerador, ser moral, legislador superior e perscrutador dos corações. Ao fazê-lo desloca-o do campo da pura especulação para a moralidade. Não se volta para as construções da teologia racional, mas lhe interessa mostrar que o homem não deve ter uma relação barganhista para com Deus. Destarte, o homem não deve delegar sua tarefa de melhoramento moral para outra instância (tutela), posto que esta tarefa é do sujeito mesmo, correndo o risco de em não o fazendo, viver imerso na superstição da religião estatutária, ao invés de viver a religião da razão, ou se quisermos, a religião moral. Por via de regra, o problema religioso, fulcral na filosofia kantiana, tem subjacente o mal, que origina no próprio homem, tendencioso ao vício, dado o desregramento interior, e que, devido os ditames da razão, é impelido à direção contrária, chamando-o à conversão. Em síntese, restringiremos este estudo, primeiramente, à investigação do caminho que Kant percorreu para, ao falar de conteúdos de estofo religioso, sintetizá-los, in totum, naqueles de ordem moral, a fim de mostrarmos, posteriormente, que a religião é provisória ou passageira. / With the study we intend to examine and elucidate how Kant confronts religion in his work Religion within the limits of simple reason, operating in such a way that it locates it in the moral, at the same time as, strictly speaking, it distinguishes such areas only in what peculiar methodology and formality. He would not, in view of this, approach them as ipsis verbis. In his sense, subjects with a metaphysical-dogmatic substratum remain inaccessible to pure reason, and therefore, one cannot theoretically deny or affirm this desire either, which puts human reason on the line of criticism. Therefore, Kant takes the religious question as the object of practical reason, as well as of aesthetic feeling, mainly inserting in this field the idea of postulation, nevralgic in its theology. Versa on the relation of the man with God, understanding the latter as being just remunerative, being moral, superior legislator and persecutor of the hearts. In so doing, he shifts it from the field of pure speculation to morality. He does not turn to the constructions of rational theology, but he is interested to show that man should not have a bargaining relationship with God. Hence, man should not delegate his task of moral improvement to another instance (tutelage), since this task belongs to the subject himself, at the risk of not doing so, living immersed in the superstition of the statutory religion, instead of living the Religion of reason, or, if we will, moral religion. As a rule, the religious problem, which is central to Kantian philosophy, has underlying evil, which originates in man himself, tending to vice, given the inner disregard, and which, due to the dictates of reason, is impelled to the contrary direction, calling to conversion. In summary, we will restrict this study, first of all, to the investigation of the path that Kant traveled to, in speaking of contents of religious material, to synthesize them, in totum, in those of a moral order, in order to later show that religion is provisional or fleeting.
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Esclarecimento e estado: o aufgeklärter kritiker como condição de possibilidade da reforma e evolução do estado na filosofia de Immanuel KantBresolin, Keberson January 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012 / This thesis aims to show what an enlightened individual (aufgeklärter Kritiker) is and how he can contribute to the improvement of the State. In addition, our thesis seeks to highlight the fact that Kantian education is directed to moral, that is, discipline, cultivate, civilize and moralize aim the moral formation of men. However, education doesn’t guarantee that individuals will become enlightened since the enlightenment (Aufklärung) is an internal process that each individual must reach himself. There is not any external requirement able to make someone enlightened, it is contradictory, because the only motive strong enough to make the individual undergo the process of Aufklärung comes from the internal and is expressed as a categorical commandment: you must become enlightened, use the reason as the only criteria of action. The moral law, expressed in the categorical imperative, offers a strong commandment to force individuals to move from the “state of underage”. So, to move from the underage status and to pass to the Mündigkeit is what we name process of the Aufklärung and it calls the individual to assume himself as a rational subject owning his life and decisions. However, the process of Aufklärung can only happen in a situation where there is a certain social harmony, otherwise the people would concern with the defense of property and life than with leaving of underage. The State, through public laws, must guarantee the freedom and legal equality. Furthermore, it must allow the use of public reason by which the individual who performed the process of Aufklärung can publicly criticize the actions and decisions of the State. Thus, the State faces a continuous and evolutionary reform toward the idea of Republican State. Therefore, the relationship between the enlightened critic (aufgeklärter Kritiker) and the State is crucial, because while the State guarantees the harmonious coexistence between the subjects and allows the freedom to use the public reason, the aufgeklärter Kritiker uses the public reason to criticize the decisions, rules and laws of the State with the intention of improving it. The aufgeklärter Kritiker’s critique aims at the public improvement and doesn’t promote private interests or communitarian ideas, as well as it doesn’t incite the population to rebel. / A presente tese busca mostrar o que é um indivíduo esclarecido (aufgeklärter Kritiker) e como ele pode contribuir para o aprimoramento do Estado. Além disso, nossa tese busca evidenciar que a educação kantiana direciona-se para a moral, ou seja, disciplinar, cultivar, civilizar e moralizar visam a formação moral do homem. No entanto, a educação não garante que os indivíduos se tornarão esclarecidos, visto ser o esclarecimento (Aufklärung) um processo interno, o qual cada indivíduo deve por si mesmo fazê-lo. Não existe uma obrigação exterior capaz de tornar alguém esclarecido, visto ser isso contraditório, pois o único motivo suficientemente forte para obrigar o indivíduo a fazer o processo da Aufklärung provém do foro interno e se expressa como um mandamento categórico: tu deves tornar-te esclarecido, usar a razão como critério único do agir. A lei moral, expressa no imperativo categórico, oferece um mandamento forte o suficiente para obrigar os indivíduos a sair da menoridade. Assim, sair da menoridade e passar à maioridade é o que chamamos de processo da Aufklärung e convoca o indivíduo a assumir-se verdadeiramente como um sujeito racional dono de sua própria vida e decisões. No entanto, o processo da Aufklärung só pode acontecer em uma situação onde já reina certa harmonia social, pois do contrário os indivíduos preocupar-se-iam muito mais com a defesa de sua propriedade e de sua vida do que com a saída na menoridade. O Estado, através das leis públicas, precisa garantir a liberdade e a igualdade legal. Além disso, ele deve permitir o uso da razão pública, através da qual o indivíduo que realizou o processo da Aufklärung pode criticar publicamente as medidas e decisões do Estado. Desta forma, o Estado sofre uma contínua e evolutiva reforma em direção à ideia de Estado Republicano. Portanto, a relação entre o crítico esclarecido (aufgeklärter Kritiker) e o Estado é fundamental, pois enquanto o Estado garante a convivência harmônica entre os súditos e permite a liberdade de usar publicamente a razão, o aufgeklärter Kritiker vale-se da razão pública para criticar as decisões, regras, normas e leis do Estado com o intuito de melhorá-lo. A crítica do aufgekläter Kritiker visa o melhoramento público e não promove interesses privados ou ideias comunitaristas, assim como não incita a população a se rebelar.
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A fundamentação da moral no limite da razão em KantDejeanne, Solange de Moraes January 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008 / The thesis of the foundation of morality at the “boundaries of reason” in Kant is essentially grounded upon three principles: initially, the conception of noumena as a limit-concept and its respective determination of reason’s boundaries through the speculative-regulatory use of transcendental ideas; secondly, the defense of practical freedom; and, finally, Kant’s doctrine of the Fact of Reason. In order to develop argumentation which supports such thesis it is examined concepts presented throughout the critical thinking which apparently do not undergo any criticism, but which, according to Kant, constitute the own “nature” of the human reason, such as “necessity” and “interest” of reason. It is defended the integration of these “dynamic” elements of reason in the discussion of central arguments of the Kant thinking not only to contribute to a better understanding of the Kant proposal of a rational foundation of morality, but also sets a “good term” concerning the “unity of reason”, having in mind that a moral principle demands such unity. It is emphasized Kant’s view according to which the determination of knowledge limits can only be grasped by something external to the very field of possible experience, that is, by transcendental ideas, necessary ideas of reason, and that in the determination of the limits of knowledge reason “sees around itself” an “empty space” in which “the moral ideas find a place out of the speculating field”.This “empty space” is examined, it is the only place where the moral ideas can occupy, that shows itself as a factor responsible not only for the “fragility” but also for the strength of Kant’s view in favor of a pure practical principle, and, specially, for the coherence of the entirety of Kant’s thinking. The fragility of moral arguments is shown as Kant has to justify a principle without any external resource to the very principle, and the strength of these very arguments is manifest in the fact that they are constituted in such a way as to “show” morality in its “essence”. / A tese da fundamentação da moral no “limite da razão” em Kant apóia-se principalmente em três argumentos: na concepção dos noumena como conceito-limite e respectiva determinação dos limites da razão pelo uso especulativo-regulativo das idéias transcendentais; na defesa da liberdade prática; e na doutrina kantiana do Facto da Razão. Para o desenvolvimento da argumentação, exploram-se conceitos presentes no pensamento crítico que aparentemente não são submetidos a qualquer crítica, mas que, segundo Kant, constituem a própria “natureza” da razão humana, tais como o de “necessidade” e “interesse” da razão. Defende-se a integração destes elementos “dinâmicos” da razão na discussão de argumentos centrais do pensamento kantiano não só no intuito de contribuir para uma melhor compreensão da proposta kantiana de uma fundamentação racional da moralidade, mas, principalmente, para chegar a um “bom termo” acerca da “unidade da razão”, tendo em vista que a justificação de um princípio moral puro exige tal unidade. Enfatiza-se a posição de Kant de que a determinação dos limites do conhecimento só pode realizar-se por algo externo ao próprio campo da experiência possível, isto é, por idéias transcendentais, idéias necessárias da razão, e que justamente, na determinação dos limites do conhecimento, a razão “vê ao redor de si” um “espaço vazio” no qual “as idéias morais encontram um lugar fora do campo da especulação”. Examina-se este “lugar vazio”, único lugar que as idéias morais podem ocupar, que se mostra como fator responsável tanto pela “fragilidade” quanto pela força dos argumentos de Kant em prol de um princípio prático puro, e, principalmente, pela coerência do pensamento kantiano no seu todo.A fragilidade dos argumentos morais mostra-se na medida em que, com eles, Kant tem de justificar um princípio sem qualquer recurso externo ao próprio princípio, e a força destes mesmos argumentos manifesta-se no fato de serem constituídos de tal modo que “mostram” a moral na sua “essência”.
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Cor inquietum: uma leitura de confissõesContaldo, Sílvia Maria de January 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011 / The purpose os this study is to understand the philosphical route of St. Augustine, through his work Confessions, from their questions about himself about man, about God. With an emphasis on the novelty of the style adopted in his narrative – the autobiography – the intention is to understand what, this thinker, may be called the manifesto of the inner word. Throughout the book are listed several questions of philosophical and theological nature that were crucial not only for the development of philosophy in the middle ages but for the entire history of the ideas of the Occidental world. The main point of his thought opens up a range of questions and concerns that can suport existencial projects demarcating of the sense of being and knowing human. For that sought to identify and relate two fields of knowledge, that is the reason and the faith, which are the beams that support the thought of Augustine. We call this movement of ideas, written in first person and included in their uniqueness, the Cor inquietum, because of its absolutely original method of treating the subjects of philosophy, often confronting them with the themes of Christian faith. In this sense also sought to demonstrate that the philosophy of Augustineare some anthropological categories that define man as a being in constant dialogue with her self and with God, realizing his vocation of homo viator . / A finalidade deste estudo é compreender o percurso filosófico de santo Agostinho, ao longo de sua obra Confissões, a partir de suas interrogações sobre si mesmo, sobre o homem, sobre Deus. Com ênfase na novidade do estilo que é adotado em sua narrativa – a autobiografia – a intenção é compreender o que nesse pensador pode ser chamado de manifesto do mundo interior. Ao longo da obra estão inscritas diversas questões de natureza filosófica e teológica que foram fundamentais não só para o desenvolvimento da Filosofia na Idade Média mas para toda a história das ideias do mundo ocidental. O fio condutor de seu pensamento abre um leque de questões e problematizações que podem sustentar projetos existenciais balizadores do sentido de ser e saber-se humano. Para isso buscou-se identificar e relacionar dois âmbitos do conhecimento, a saber, a razão e a fé, que são as vigas de sustentação do pensamento de Agostinho. Denominamos esse movimento de ideias, escritas em primeira pessoa e inscritas em sua singularidade, de Cor inquietum, em razão de seu modo absolutamente original de tratar os temas da Filosofia, muitas vezes confrontando-os com os temas da fé cristã. Nesse sentido, procurou-se também demonstrar que no pensamento filosófico de Agostinho encontram-se certas categorias antropológicas que definem o homem como ser em permanente diálogo consigo mesmo e com Deus, realizando sua vocação de homo viator.
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Controvérsias : persuasão racional na ciênciaOliveira, Rúbia Liz Vogt de January 2011 (has links)
Diferentemente do que alegam visões idealizadas da ciência, as controvérsias não são fenômenos marginais na história da ciência, mas o âmbito próprio do desenvolvimento crítico do saber científico. As interações polêmicas são campo de atividade da racionalidade científica. Partindo do exame da tricotomia de tipos de polêmicas de Marcelo Dascal – constituída por discussão, disputa e controvérsia – objetiva-se caracterizar as polêmicas e traçar relações entre elas, especialmente no que tange às suas respectivas racionalidades. A proposta não se restringe a apontar consensos e dissensos entre a racionalidade dura da discussão, a irracionalidade da disputa e a racionalidade branda da controvérsia; tenciona-se o “diálogo entre racionalidades”. A interação entre as racionalidades – preservando as características de cada racionalidade, pois não se projeta reduzir uma racionalidade à outra –, possibilita o alargamento do escopo de atuação das racionalidades. A tricotomia de tipos de Marcelo Dascal escapa a tendência de dicotomização do par discussão/disputa, o qual foi tradicionalmente tido por exaustivo. Sob tal perspectiva, a controvérsia se apresenta como uma via alternativa. A racionalidade branda conduz a persuasão racional – objetivo da controvérsia. A controvérsia permite, ainda, a emergência de idéias inovadoras, o que faz dessa polêmica motor da ciência. Marcello Pera opera uma volta a Aristóteles para resgatar a função cognitiva que retórica e dialética desempenham na argumentação persuasiva da ciência. Para Pera, o foco na argumentação persuasiva da ciência revela aspectos da prática científica que foram esquecidos pelas propostas tradicionais (metodologistas) e que não receberam tratamento adequado de propostas contemporâneas (anti-metodologistas). Segundo M. Pera, o desafino das opiniões sobre a descrição e a explicação dos fatos alegadamente recorrentes do desalinho entre os fatos do mundo e as descrições do mundo gera as polêmicas na ciência. A racionalidade persuasiva empregada nas interações polêmicas visa ao convencimento não apenas dos contendores, mas também da comunidade concernente ao debate. A prática de uma argumentação persuasiva da ciência é o ponto-chave para a confluência das idéias de Marcelo Dascal e Marcello Pera. Em decorrência desses novos entendimentos acerca da ciência, emerge uma nova visão da racionalidade científica: mais flexível, sensível aos papéis da audiência e do contexto e valorada no seu empenho cognitivo. Essa racionalidade, abordada desde um ponto de vista humano, permite a emersão de conclusões razoáveis ou convincentes. / Unlike idealized views of science claim, controversies are not marginal phenomena in the history of science but the proper domain of scientific knowledge’s critical development. Polemical exchange are the field of activity of scientific rationality. Based on the exam of the Marcelo Dascal’s trichotomy of polemical exchange types – consisting of discussion, dispute and controversy – the objective is to characterize the controversy and to trace the relations between them, especially in regard to their respective rationalities. The proposal is not restricted to pointing out consensus and disagreements among the hard rationality of the discussion, the irrationality of the dispute and the soft rationality of controversy. The "dialogue between rationalities” is aimed. The interaction between rationalities – preserving the characteristics of each rationality, since it is not projected to reduce one rationality into the other – makes it possible to extend the scope of work of rationalities. The trichotomy of types of M. Dascal escapes from the tendency to dichotomization of the pair discussion/dispute, which is traditionally regarded as exhaustive. Controversy is presented as an alternative way between hard rationality and irrationality. The soft rationality leads rational persuasion – the proper aim of controversy. Controversy also allows the emergence of innovative ideas, which makes this polemic the engine of science. Marcello Pera turns back to Aristotle to rescue the cognitive function that rhetoric and dialectic play in the persuasive argumentation of science. For Pera, the focus on the persuasive argumentation of science reveals aspects of scientific practice that have been overlooked by traditional proposals (methodologists) and that have not received proper treatment from contemporary proposals (anti-methodologists). According to M. Pera, polemics in science are generated by the missmatch between descriptions fail to capture the facts. The persuasive rationality employed in polemical interactions aims convincing not only the contenders, but also the community concerning the debate. The practice of a persuasive argumentation in science is the key point for the confluence of the ideas from Marcelo Dascal and Marcello Pera. Due to these new understandings about science, a new and more flexible vision of scientific rationality emerge: one, which is sensitive to the role of audience and context in cognitive appraisals. As approached from a human point of view, this new rationality allows the emergence of convincing or reasonable conclusions.
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Formação do juízo e educação moral no Emílio / Formation of judgment and moral education in EmileMárcia Regina Miguel Rodrigues 05 June 2014 (has links)
Nosso trabalho consiste em investigar a relação entre formação do juízo e educação moral no Emílio de Rousseau. Para examinar esta relação, pretendemos, num primeiro momento, analisar, nos três primeiros livros da obra, como Rousseau concebe a preparação da criança, desde o nascimento até a idade da razão, para a formação moral. Trata-se aqui de acompanhar o processo de desenvolvimento da criança, tal como descrito por Rousseau, assinalando os aspectos deste desenvolvimento que irão possibilitar ao discípulo chegar ao momento de sua formação em que ele se torne capaz de formar juízos morais. Em segundo lugar, analisamos a questão mesma da relação entre formação do juízo e educação moral, tal como Rousseau a concebe no livro IV do Emílio. Esta análise exigirá o exame da distinção entre sensação e juízo, que está exposta na Profissão de Fé do vigário de Savóia, no mesmo livro IV / Our job is to investigate the relationship between formation of judgment and moral education in Emile Rousseau. To examine this relationship, we aim, at first, to analyze the first three books of the work, as Rousseau conceives the preparation of the child from birth to the age of reason, to moral education. it is to follow the process of the child as described by Rousseau, signaling aspects of this development that will enable the disciple to reach the moment of its formation in that it becomes capable of forming moral judgments. Secondly, we analyzed the same question of the relationship between formation of judgment and moral education as Rousseau conceives it in Book IV of Emilio. This analysis will require the examination of the distinction between sense and judgment, which is exposed in the Profession of Faith of the Savoyard Vicar, in the same book IV
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