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RESILIÊNCIA EM JOVENS ABRIGADOS.Alves, Juliana Burgo Godoi 07 April 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-04-07 / Shelters offer protection for children and adolescents that are relived from family
care. These institutions are legally authorized to foster the children and adolescents
that have been placed in their care. Typically, adolescents experienced traumatic
experiences, be it through the separation from their family, the loss of their parents,
having suffered abuse and the resulting lack of affective support. Receptive attitudes
and affective support can help overcome the psychological and physical sequels of
the traumatic experiences. The shelter must be able to work with the losses due to
abandon, ruptures, violence and with the perspective that the stay in the safe
environment is only temporary. This study focuses the ways the adolescent develops
to overcome trauma. A Grounded Theory analysis was chosen to examine lived
experience from the point of view of the youths. The data were gathered in two
institutions in the state of Goiás. During the analysis it became clear that the reported
experiences reflected a pathway, constructed by each participant that could be
described through five categories, starting with his or removal from his or her
environment, his or her arrival at the shelter and his or her perspective to leave. The
pathway includes: removal from an intolerable environment (with the subcategories
Family and Youth); Protection and Resources (with the subcategories Protection
against aggression, drugs and games; Material resources; Reception, welcoming and
entertainment; Mobilization of religious sentiment; Sampling better life); Opportunities
for development (with the subcategories, The value of studying; Involvement in
sports, culture and arts); Affective bonds (with as subcategories, Influence from the
foster family; Construction of a bond with the school or the employees; Construction
of affective ties; Maintaining the ties with the family of origin) and Possibilities to
surmount (with the subcategories, Daily activities promote maturity; Affective context
promotes reevaluation of family ties; Shelter provides a new perspective). These
categories are superposed and interlinked at various moments. The analysis of the
data shows that the adolescents value the shelter and consider it a welcoming
environment, that can provide new possibilities and that the institutions provide ways
to catch up with their families. The protection and resources offered, the opportunities
for development and the affective bonds that are offered to the adolescent in the
institutional contexts where this study was done, can be seen as many protective
factors for the development of placed adolescents. / O abrigo, lar provisório, garante proteção às crianças e aos adolescentes impedidos
de conviver com seus familiares. A função de acolher crianças e adolescentes tem
sido transferida a estas instituições. O adolescente acolhido vivenciou situações
traumáticas, seja por separação de sua família, perda de pai ou mãe, por
espancamentos e abusos, que resultaram em momentos sem sustentação afetiva.
Atitudes acolhedoras podem auxiliá-los, sendo essencial que as pessoas próximas
possam dar sustentação afetiva, pois as vivencias traumáticas podem deixar
sequelas psicológicas e, mesmo físico-biológicas. O abrigo deve ser capaz de
trabalhar as perdas, abandono, rupturas, violência e com o fato de que poderá ficar
apenas por um tempo na casa de acolhimento. Este estudo buscou identificar e
analisar recursos de superação desenvolvidos pelo jovem diante da vivencia de
momentos traumáticos. A Teoria Fundamentada nos Dados foi escolhida por permitir
a extração de informações da realidade vivida do ponto de vista do participante,
buscando descobrir o que ocorre nos ambientes de pesquisa e como é a vida dos
participantes. Os dados foram coletados em duas instituições no estado de Goiás,
durante a análise, percebeu-se que as vivências relatadas refletiam um percurso
percorrido por cada jovem, descrito em cinco categorias, desde a retirada do seu
ambiente de origem, sua chegada ao abrigo, até as possibilidades após sua saída,
sendo, Retirada de ambiente intolerável (com as subcategorias, A Família e O
Jovem); Proteção e Recursos (com as subcategorias, Proteção contra agressões,
drogas e jogos em rede; Recursos materiais; Acolhimento convívio e diversão;
Mobilização de sentimento religioso; Propicia vida melhor); Oportunidade de
Desenvolvimento (com as subcategorias, O valor do estudo; Envolvimento esportivo,
cultural e artístico); Vínculos afetivos (com as subcategorias, Influência da família de
passagem/provisória; Construção de vínculo com a escola e funcionários;
Construção de laços afetivos; Manutenção de laços com a família de origem) e
Possibilidade de Superação (com as subcategorias, Atividades cotidianas promovem
amadurecimento; Contexto afetivo promove revisão dos vínculos com a família;
Abrigo gera uma nova perspectiva de superação). Estas categorias estão
sobrepostas e interligadas em vários momentos. A perspectiva que se impôs na
análise dos dados mostra que os jovens valorizam e consideram que o abrigo é um
ambiente acolhedor, capaz de proporcionar novas possibilidades e que as
instituições proporcionam o contato com a família. Evidenciou-se que a proteção e
os recursos, a oportunidade de desenvolvimento e os vínculos afetivos oferecidos ao
jovem presente no contexto institucional estudado podem se configurar como tantos
fatores de proteção para o desenvolvimento de adolescentes institucionalizados.
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PERCEPÇÃO DE FONTES DE ESTRESSE OCUPACIONAL, COPING E RESILIÊNCIA NO FISIOTERAPEUTASilva, Patricia Leite Alvares 21 June 2006 (has links)
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Previous issue date: 2006-06-21 / Labor is a way of survival, of self-realisation and of social integration. It can both aid
and harm the dynamic equilibrium that is needed for the functioning of the organism
as a whole, which we call health. The aims of this research were: to verify the
perception of stress and its causes in the labour of the physiotherapist; amd to
question coping and resilience in relation to stress in these professionals. A
qualitative, exploratory study was done, in which participated sixteen physiotherapists
(nine women and seven men) in the city of Goiânia. The study followed the
injunctions of Grounded Theory , an inductive process of analysis, ordering and
progressive reduction of categories in the elaboration of a theory that explains the
researched question. The results indicate that physiotherapist face a variety of stress
at work. Common causes of stress are: low salaries, work overload and professional
under-valorization. All of these are part of the labor environment, and not of the work
in itself. The profession sees itself subdued and under-valued by other professions
and by society. Common psychological symptoms of stress are: anxiety, being
unable to stop thinking of work and trouble concentrating. The most frequent physical
symptoms are: pains and tiredness. Among coping strategies, physical activity and
leisure predominate. The love for the profession, the satisfaction of being a
physiotherapist, autonomy in the execution of one s work and the perceived respect
from the patient are the most important factors of resilience found in this study. We
conclude that the labor environment of the physiotherapist is stressful and that
measures concerning the organization of the work and the strengthening of the
profession as a category are called for. On the other side, the professionals seem to
use adequate coping strategies and demonstrate notable resilience, the later being in
part directly related to their professional vocation. / v
O trabalho é uma das fontes de sobrevivência, auto-realização e manutenção de
relações interpessoais. A saúde, sendo um estado de equilíbrio dinâmico necessário
ao bom funcionamento do organismo como um todo, pode ser promovida ou
prejudicada pelo trabalho. Os objetivos desta pesquisa foram: verificar a percepção
de estresse e suas fontes no trabalho do fisioterapeuta; e questionar coping
(enfrentamento) e resiliência relacionados com o estresse nestes profissionais. Foi
realizado um estudo qualitativo, exploratório com dezesseis fisioterapeutas (nove
mulheres e sete homens) na cidade de Goiânia. A abordagem foi a Grounded
Theory ou Teoria fundamentada nos dados , um processo indutivo de análise,
organização e redução progressiva de categorias para elaborar uma teoria que
explique a questão examinada. Os dados indicam que o fisioterapeuta convive com
inúmeros estressores no seu contexto ocupacional. Fontes de estresse comuns são:
baixos salários, sobrecarga de trabalho e desvalorização profissional. Elas estão
ligadas às questões do ambiente de trabalho e não à própria execução do mesmo. A
categoria profissional encontra-se subjugada e pouco valorizada por outros
profissionais e pela sociedade. Os sintomas psicológicos mais freqüentes do
estresse ocupacional são: ansiedade, incapacidade de se desligar do trabalho e
distúrbios de atenção. E os sintomas físicos mais freqüentes são: dores e cansaço.
Dentre as estratégias de coping a atividade física e o lazer foram predominantes. O
apego à profissão, a gratificação em ser fisioterapeuta, a autonomia na atuação e o
respeito recebido do paciente foram os fatores de resiliência mais importantes
encontrados neste estudo. Concluímos que o ambiente de trabalho do fisioterapeuta
é estressante e que medidas em termos da organização do trabalho e estruturação
da categoria profissional seriam bem-vindas. Do outro lado, os profissionais lançam
mão de estratégias de coping adequados e mostram uma resiliência notável, que é
em parte diretamente ligada com a vocação.
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FONTES DE ESTRESSE OCUPACIONAL, COPING E RESILIÊNCIA EM PSICÓLOGAS CLÍNICAS NO AMBIENTE DE CONSULTÓRIO.Roncato, Luciana 14 December 2008 (has links)
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Lucina Roncato.pdf: 415785 bytes, checksum: ab71cdcc7ab8d3c4100a85dabf4c853d (MD5)
Previous issue date: 2008-12-14 / Previous research demonstrated the effect of labor stress on health. The
present study examines the adaptation of psychologists - psychotherapists to
particular characteristics of the practice office as a work environment. Twenty
female psychologists participated in the project. Lipp's Symptoms of Stress Inventory was applied. Semi-structured interviews were used to identify stressful
aspects of the work environment and perceived effects on health and quality of
life, as well as their efforts to deal with specific demands of this environment and
the resources that help them overcome the adverse experiences of work in the
therapy room. The results show that 15 participants did not show symptoms of
stress and 5 were in the phase of resistance. The stressed psychologists did not
report different sources of stress than the non-stressed psychologists, but the nonstressed
psychologists showed a greater variety of coping repertoires and
of resilience factors. "Enjoying oneself" and "Practicing physical activity to
recharge" were the most typically mentioned strategies among the non-stressed
professionals. Their typical resiliency factors included "cultivating the family" and
"cultivating good relationships". It can be concluded that the variety of coping
strategies and resilience factors were inversely related to labor stress. / Vários estudos têm demonstrado a importante relação entre estresse
ocupacional e saúde. O presente estudo examina a adaptação de psicólogas -
psicoterapeutas às características particulares do consultório como ambiente de
trabalho. Participaram desta pesquisa 20 psicólogas. Foi aplicado o Inventário de Sintomas de Stress de Lipp e foram realizadas entrevistas semi-estruturadas
questionando aspectos estressantes do ambiente de trabalho e efeitos percebidos
sobre a saúde dessas profissionais. São examinados também seus esforços para
lidar com demandas específicas do mesmo ambiente e os recursos que as
auxiliam a superar as vivências adversas próprias do trabalho em consultório. Os
resultados mostraram que 15 participantes não apresentavam sinais de estresse
e 5 se encontraram na fase de resistência. As psicólogas estressadas não
relataram fontes de estresse diferentes das psicólogas sem estresse, porém as
não estressadas apresentaram uma maior variedade de repertórios de coping e
fatores de resiliência. Divertir-se e praticar atividade física para recarregar
foram os repertórios mais mencionados pelas profissionais sem estresse. Quanto
aos fatores de resiliência destacou-se o cultivo da família e o cultivo de bons
relacionamentos . Concluiu-se que a variedade de estratégias de coping e de
fatores de resiliência estão inversamente proporcionais ao estresse ocupacional.
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Avaliação do consumo/dependência de álcool e da resiliência na pessoa idosa com hipertensão arterial sistêmicaDULLIUS, Aline Alves dos Santos 03 February 2017 (has links)
A proporção da população idosa aumentou de forma significativa nos últimos anos. Nessa população, o etilismo pode ser responsável por problemas sociais graves, apresentando-se como um problema de saúde pública. Por outro lado, a resiliência constitui-se como importante fator de proteção no envelhecimento, possibilitando a essas pessoas a superação das adversidades. O objetivo deste estudo foi avaliar o consumo/dependência de álcool e a resiliência na pessoa idosa com hipertensão arterial sistêmica. Trata-se de um estudo descritivo-analítico, transversal e quantitativo, desenvolvido nas cinco unidades urbanas de Estratégia Saúde da Família em um município do Sul de Minas Gerais. Foi calculada uma amostragem aleatória estratificada proporcional nas pessoas idosas que apresentam somente hipertensão arterial sistêmica, totalizando 300 pessoas. A coleta de dados foi realizada nos domicílios por meio de entrevista, utilizando os instrumentos: questionário semiestruturado com 18 questões, contendo dados, de hábito de vida, doença crônica, atividades laborais e eventos marcantes na vida, o AUDIT para avaliação do consumo/dependência do álcool e a Escala de Resiliência. Para a análise dos dados, foi usado o Statistical Package for the Social Science, utilizando-se os testes Qui-quadrado de Person ou Exato de Fisher, Alfa de Cronbach e o odds ratio das variáveis independentes com o consumo/dependência de álcool e com a resiliência, além do modelo de regressão logística. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, conforme parecer nº 1.144.940. Como resultados, observou-se que a maioria dos entrevistados é do sexo feminino, entre 60 e 70 anos, casados, católicos, com um a cinco filhos, moradia própria, ensino fundamental incompleto, renda familiar mensal entre 881 a 1700 reais, renda própria mensal de até 880 reais, não são tabagistas, não realizam atividades físicas, possuem atividade de lazer, apresentam entre um e dez anos de doença, fazem uso de medicamentos contínuos e não contam com auxílio para o uso dessas medicações. Realizam apenas um tipo de tratamento não farmacológico e não apresentam complicações da doença, são aposentados e tiveram evento marcante na vida no último ano, sendo o mais comum a perda de pessoa querida. De acordo com a classificação da escala AUDIT, foi possível verificar que 89,3% dos entrevistados fazem uso de baixo risco de bebidas alcóolicas; 6,0%, uso de risco; 2,0%, uso nocivo e 2,7% apresentam provável dependência. As variáveis sexo, faixa etária, tabagismo, tempo de doença apresentaram associação significativa com o consumo/dependência de álcool. Ao avaliar as pessoas idosas de acordo com a classificação da resiliência, observou-se que 39,7% apresentaram resiliência moderadamente baixa a moderada; 36,7%, resiliência baixa e 23,7%, resiliência moderadamente alta a alta. As variáveis renda familiar mensal, renda própria mensal, escolaridade, atividade física e atividade de lazer apresentaram associação significativa com a resiliência. Com isso, destaca-se que o consumo de álcool e a alteração na resiliência podem interferir diretamente na saúde física e mental das pessoas idosas, e, consequentemente, comprometer sua qualidade de vida. Desse modo, percebe-se a importância dos cuidados com a saúde mental das pessoas idosas com hipertensão arterial sistêmica pela equipe de enfermagem. / The proportion of the elderly population has increased significantly in recent years. In this population, alcohol consumption may be responsible for serious social problems, presenting itself as a public health problem. On the other hand, resilience constitutes an important protective factor in aging, allowing these people to overcome adversity. The aim of this study was to evaluate the consumption / alcohol dependence and resilience in the elderly with hypertension. This is a descriptive-analytic, transversal and quantitative study, conducted in five urban units of the Family Health Program in a city in the south of Minas Gerais. a stratified random sampling proportional in the elderly has been calculated that only have hypertension, totaling 300 people. Data collection was conducted in households through interviews, using the instruments: semi-structured questionnaire with 18 questions, containing sociodemographic data, life habit, chronic illness, work activities and important events in life, the AUDIT to evaluate the consumption / alcohol dependence and Resilience Scale. For data analysis was used the Statistical Package for Social Science, using the chi-square test Person or Fisher exact test, Cronbach's alpha and the odds ratio of the independent variables with the consumption / alcohol dependence and resilience in addition to the logistic regression model. The research project was approved by the Research Ethics Committee, according to opinion No. 1,144,940. As a result, it was observed that most of the respondents are female, between 60 and 70 years old, married, Catholic, with one to five children, home ownership, incomplete primary education, family income between 881-1700 real, own income monthly up to 880 reais, are not smokers, not performing physical activities, has leisure activity, has between one and ten years of disease, make use of continuous medication and do not rely on aid for use of these medications. Carry only one type of non-pharmacological treatment and not have complications of the disease, they are retired and had remarkable event in the life in the last year, the most common being the loss of loved one. According to the classification of the AUDIT scale, we observed that 89.3% of respondents make use of low risk of alcoholic beverages, 6.0%, use of risk, 2.0%, alcohol abuse and 2.7% have likely dependence. The variables sex, age, smoking, duration of disease were significantly associated with the consumption / alcohol dependence. When evaluating the elderly according to the classification of resilience, it was observed that 39.7% had moderately low to moderate resilience, 36.7% and 23.7% low resilience, high resiliency moderately high. The variables family income, monthly personal income, education, physical activity and leisure activity were significantly associated with resilience. Thus, it is emphasized that alcohol consumption and changes in resilience, can directly affect the physical and mental health of older people, and thus compromising their quality of life. Thus, we see the importance of caring for the mental health of older people with hypertension by nursing staff.
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Depressão materna associada a múltiplos estressores e a socialização de crianças em idade escolar / Association of maternal depression with multiple stressors and socialization of schoolchildrenFernanda Aguiar Pizeta 11 May 2009 (has links)
A depressão materna recorrente, pelas suas peculiaridades, pode se associar a outras condições adversas crônicas, configurando-se em cenários familiares diversos com impacto diferenciado para as famílias e para a socialização de crianças em idade escolar. Objetivou-se caracterizar, por meio do método de estudos de caso, o contexto de socialização de crianças em idade escolar que convivem com a depressão materna recorrente, associada a cenários familiares diversos. Comparou-se os recursos e as adversidades pessoais das crianças, das suas famílias e da rede de apoio social, tendo como foco crianças com perfis diferenciados, quanto ao desempenho acadêmico e ao comportamento, expressos pela presença ou ausência de dificuldade de socialização. Foram avaliadas oito duplas mãe-criança, tendo as mulheres entre 25 e 45 anos e diagnóstico de depressão recorrente, e as crianças, de ambos os sexos, com idades entre sete e 12 anos, sendo quatro com dificuldade de socialização e quatro sem tal dificuldade. Definiu-se como dificuldade de socialização, para crianças em idade escolar, problemas referentes ao desempenho acadêmico e ao comportamento. Procedeu-se à aplicação, com as mães: (a) entrevista diagnóstica para confirmação do transtorno depressivo recorrente, com episódios moderados ou graves, (b) entrevista semi-estruturada sobre o impacto da depressão para a vida familiar, com roteiro relativo aos recursos e adversidades do ambiente familiar e aos processos-chave da resiliência, (c) escalas de recursos e adversidades do ambiente familiar e (d) questionário sobre capacidades e dificuldades das crianças. Com as crianças, procedeu-se à avaliação intelectual e do desempenho acadêmico. Para a análise dos dados, integrou-se as informações obtidas com mães e crianças, sob a forma de estudos de caso, que foram agrupados em cenários, delineados a partir das condições contextuais associadas à depressão materna. Identificou-se quatro cenários, a saber: (a) depressão materna como estressor principal, (b) depressão materna associada prioritariamente a condições sócio-econômicas precárias, (c) depressão materna associada prioritariamente a conflitos conjugais e (d) depressão materna associada prioritariamente à psicopatologia paterna e à discórdia familiar. Em cada cenário, foram inseridas uma criança com dificuldade de socialização e uma criança sem tal dificuldade. Os casos e os cenários foram analisados tomando por referência os processos-chave da resiliência, visando identificar semelhanças e diferenças. Evidenciou-se que a depressão materna, nos casos cujas crianças apresentaram dificuldade de socialização, teve impacto negativo para os sistemas de crenças familiares, os processos de comunicação e os padrões organizacionais das famílias, o que foi agravado pela presença de outros estressores crônicos. Os processos de resiliência, que podem ter minimizado o impacto das adversidades, estiveram relacionados à adesão das mães ao tratamento, à flexibilidade das rotinas, à participação afetiva dos pais no cotidiano familiar, à sensibilidade materna quanto às necessidades dos filhos e à presença e utilização de uma rede de apoio efetiva. Concluiu-se que os estressores que se associaram à depressão materna, nos cenários diversos, configuraram uma variedade de condições moderadoras para a competência das crianças em tarefas próprias do período escolar. Considera-se que ao se identificar e analisar tais condições pode-se contribuir para a proposição de práticas diferenciadas de saúde mental. / In view of its peculiarities, recurrent maternal depression is associated with other chronic adverse conditions, resulting in diverse family scenarios that have a different impact on families and on the socialization of schoolchildren. The objective of this study was to characterize by means of case studies the socialization context of schoolchildren whose mothers have recurrent depression associated with diverse family scenarios. The personal resources and adversities of children, their families and social support network were compared, with emphasis on children presenting different profiles in terms of school performance and behavior expressed as the presence or absence of socialization difficulties. Eight mother-child pairs were studied, including women aged 25 to 45 years with a diagnosis of recurrent depression and children of both genders ranging in age from seven to 12 years, four with difficulties in socialization and four without such difficulty. Difficulties in socialization were defined in the case of schoolchildren who presented problems related to school performance and behavioral problems. The following instruments were applied to the mothers: (a) a diagnostic interview for the confirmation of recurrent depressive disorder characterized by moderate or severe episodes; (b) a semi-structured interview on the impact of depression on family life, with a script regarding resources and adversities in the family environment and key processes of resilience; (c) scales evaluating resources and adversities in the family environment, and (d) a questionnaire regarding the childs skills and abilities. The children were evaluated regarding their intellectual ability and school performance. For analysis of the results, the data obtained for the mothers and children were combined in case studies which were divided into scenarios according to the contextual conditions associated with maternal depression. The following four scenarios were identified: (a) maternal depression as the main stressor; (b) maternal depression mainly associated with precarious socioeconomic conditions; (c) maternal depression mainly associated with marital conflicts, and (d) maternal depression mainly associated with paternal psychopathology and family disharmony. One child with socialization difficulties and one child without such difficulty were included in each scenario. The cases and scenarios were analyzed using key processes of resilience as a reference in order to identify similarities and differences. In cases in which the children presented socialization difficulties, maternal depression had a negative impact on family belief systems, communication processes and family organizational patterns, which was aggravated by the presence of other chronic stressors. The processes of resilience, which may have minimized the impact of adversities, were related to maternal compliance with treatment, flexible routines, affective participation of the parents in daily family life, maternal sensitivity regarding the needs of her children, and the presence and use of an effective support network. In conclusion, the stressors associated with maternal depression in the different scenarios resulted in a variety of conditions diminishing the competence of children in school tasks. The identification and analysis of these conditions may contribute to the proposal of differentiated mental health strategies.
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Relação entre sistema colinérgico e formação de reserva cognitiva após treino de atenção semanal em camundongos infundidos cronicamente com peptídeo B-amiloide. / Role of cholinergic system in formation of cognitive reserve, after attetion trainning of mice chronically infused with amyloid- beta peptide.Telles, Milena 26 August 2015 (has links)
O sistema colinérgico está sabidamente envolvido com processos cognitivos. Em trabalho recente mostramos que a infusão do peptídeo A promoveu neurodegeneração e redução da memória de ratos. O treino semanal dos animais em equipamento de esquiva ativa recuperou o desempenho na tarefa e aumentou a densidade de receptores nicotínicos α7 em áreas relacionadas à memória. No presente trabalho, o antagonismo de α7 com metilicaconitina (MLA), em camundongos, promoveu perda cognitiva, porém a recuperação com o treino foi parcial. A infusão conjunta de βA e MLA causou perda da memória, mas essa não foi revertida com o treino semanal. Os animais com MLA apresentaram aumento da atividade da acetilcolinesterase (AChE) e aumento de BDNF, que poderia ser relacionado à resiliência a injúrias. Porém, animais com A e MLA apresentaram aumento da atividade da AChE e redução de BDNF, sugerindo perda dos mecanismos de neuroproteção deflagrados por α7. Com isso, sugere-se que α7 tenha um papel determinante na recuperação da memória e resiliência tecidual, frente à neurodegeneração. / Cholinergic system plays an important role in cognitive processes. In a recent work we showed that infusion of Aβ promoted neurodegeneration and reduction of memory of rats. Week training of animals in active avoidance shuttle box recovered their performance and increased the density of α7 nicotinic receptors in brain areas related to memory. In the present work, infusion of the α7 antagonist methyllycaconitine (MLA), in mice, caused cognitive impairment, but memory recover with week training was partial. Infusion of βA together with MLA promoted memory loss, but this was not recovered with the week training. MLA infused mice presented increase in acetylcholinesterase (AChE) activity and increase in BDNF, which could be related to resilience to tissue injuries. However, animals infused with βA and MLA showed increase in AChE activity and reduction of BDNF, suggesting loss of neuroprotection mechanisms triggered by α7. It is suggested that α7 has a determinant role in memory recover and brain resilience, in neurodegenerative processes.
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Depressão materna associada a múltiplos estressores e a socialização de crianças em idade escolar / Association of maternal depression with multiple stressors and socialization of schoolchildrenPizeta, Fernanda Aguiar 11 May 2009 (has links)
A depressão materna recorrente, pelas suas peculiaridades, pode se associar a outras condições adversas crônicas, configurando-se em cenários familiares diversos com impacto diferenciado para as famílias e para a socialização de crianças em idade escolar. Objetivou-se caracterizar, por meio do método de estudos de caso, o contexto de socialização de crianças em idade escolar que convivem com a depressão materna recorrente, associada a cenários familiares diversos. Comparou-se os recursos e as adversidades pessoais das crianças, das suas famílias e da rede de apoio social, tendo como foco crianças com perfis diferenciados, quanto ao desempenho acadêmico e ao comportamento, expressos pela presença ou ausência de dificuldade de socialização. Foram avaliadas oito duplas mãe-criança, tendo as mulheres entre 25 e 45 anos e diagnóstico de depressão recorrente, e as crianças, de ambos os sexos, com idades entre sete e 12 anos, sendo quatro com dificuldade de socialização e quatro sem tal dificuldade. Definiu-se como dificuldade de socialização, para crianças em idade escolar, problemas referentes ao desempenho acadêmico e ao comportamento. Procedeu-se à aplicação, com as mães: (a) entrevista diagnóstica para confirmação do transtorno depressivo recorrente, com episódios moderados ou graves, (b) entrevista semi-estruturada sobre o impacto da depressão para a vida familiar, com roteiro relativo aos recursos e adversidades do ambiente familiar e aos processos-chave da resiliência, (c) escalas de recursos e adversidades do ambiente familiar e (d) questionário sobre capacidades e dificuldades das crianças. Com as crianças, procedeu-se à avaliação intelectual e do desempenho acadêmico. Para a análise dos dados, integrou-se as informações obtidas com mães e crianças, sob a forma de estudos de caso, que foram agrupados em cenários, delineados a partir das condições contextuais associadas à depressão materna. Identificou-se quatro cenários, a saber: (a) depressão materna como estressor principal, (b) depressão materna associada prioritariamente a condições sócio-econômicas precárias, (c) depressão materna associada prioritariamente a conflitos conjugais e (d) depressão materna associada prioritariamente à psicopatologia paterna e à discórdia familiar. Em cada cenário, foram inseridas uma criança com dificuldade de socialização e uma criança sem tal dificuldade. Os casos e os cenários foram analisados tomando por referência os processos-chave da resiliência, visando identificar semelhanças e diferenças. Evidenciou-se que a depressão materna, nos casos cujas crianças apresentaram dificuldade de socialização, teve impacto negativo para os sistemas de crenças familiares, os processos de comunicação e os padrões organizacionais das famílias, o que foi agravado pela presença de outros estressores crônicos. Os processos de resiliência, que podem ter minimizado o impacto das adversidades, estiveram relacionados à adesão das mães ao tratamento, à flexibilidade das rotinas, à participação afetiva dos pais no cotidiano familiar, à sensibilidade materna quanto às necessidades dos filhos e à presença e utilização de uma rede de apoio efetiva. Concluiu-se que os estressores que se associaram à depressão materna, nos cenários diversos, configuraram uma variedade de condições moderadoras para a competência das crianças em tarefas próprias do período escolar. Considera-se que ao se identificar e analisar tais condições pode-se contribuir para a proposição de práticas diferenciadas de saúde mental. / In view of its peculiarities, recurrent maternal depression is associated with other chronic adverse conditions, resulting in diverse family scenarios that have a different impact on families and on the socialization of schoolchildren. The objective of this study was to characterize by means of case studies the socialization context of schoolchildren whose mothers have recurrent depression associated with diverse family scenarios. The personal resources and adversities of children, their families and social support network were compared, with emphasis on children presenting different profiles in terms of school performance and behavior expressed as the presence or absence of socialization difficulties. Eight mother-child pairs were studied, including women aged 25 to 45 years with a diagnosis of recurrent depression and children of both genders ranging in age from seven to 12 years, four with difficulties in socialization and four without such difficulty. Difficulties in socialization were defined in the case of schoolchildren who presented problems related to school performance and behavioral problems. The following instruments were applied to the mothers: (a) a diagnostic interview for the confirmation of recurrent depressive disorder characterized by moderate or severe episodes; (b) a semi-structured interview on the impact of depression on family life, with a script regarding resources and adversities in the family environment and key processes of resilience; (c) scales evaluating resources and adversities in the family environment, and (d) a questionnaire regarding the childs skills and abilities. The children were evaluated regarding their intellectual ability and school performance. For analysis of the results, the data obtained for the mothers and children were combined in case studies which were divided into scenarios according to the contextual conditions associated with maternal depression. The following four scenarios were identified: (a) maternal depression as the main stressor; (b) maternal depression mainly associated with precarious socioeconomic conditions; (c) maternal depression mainly associated with marital conflicts, and (d) maternal depression mainly associated with paternal psychopathology and family disharmony. One child with socialization difficulties and one child without such difficulty were included in each scenario. The cases and scenarios were analyzed using key processes of resilience as a reference in order to identify similarities and differences. In cases in which the children presented socialization difficulties, maternal depression had a negative impact on family belief systems, communication processes and family organizational patterns, which was aggravated by the presence of other chronic stressors. The processes of resilience, which may have minimized the impact of adversities, were related to maternal compliance with treatment, flexible routines, affective participation of the parents in daily family life, maternal sensitivity regarding the needs of her children, and the presence and use of an effective support network. In conclusion, the stressors associated with maternal depression in the different scenarios resulted in a variety of conditions diminishing the competence of children in school tasks. The identification and analysis of these conditions may contribute to the proposal of differentiated mental health strategies.
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Vigilância do desenvolvimento em Progama de Saúde da Família: triagem para detecção de riscos para problemas de desenvolvimento em crianças. / Development Surveillance in the Family Health Program: screening to identify risks for child development problems.Mengel, Margaret Rose Santa Maria 20 April 2007 (has links)
O Programa de Saúde da Família (PSF) no Brasil deve manter ações preventivas orientadas para a detecção de riscos ao desenvolvimento e à saúde da criança, assim como a identificação de recursos para aliviar e neutralizar o efeito de adversidades. O presente estudo teve por objetivo geral sistematizar, aplicar e avaliar um procedimento de \"Vigilância do Desenvolvimento\", que consistiu na triagem para rastrear riscos para problemas de desenvolvimento e comportamento da criança e para identificar recursos protetores na criança e no ambiente familiar. Para tanto, os objetivos específicos foram: a) identificar os problemas de desenvolvimento e comportamento da criança; b) identificar os problemas no ambiente familiar; c) identificar os recursos da criança e do ambiente familiar; d) verificar as associações entre os indicadores globais de desenvolvimento, de linguagem e de comportamento das crianças e as variáveis da própria criança e do seu ambiente psicossocial; e) identificar o melhor modelo de predição dos problemas de desenvolvimento e comportamento da criança e da inserção na educação infantil; f) avaliar a validade preditiva dos procedimentos de avaliação de Vigilância do Desenvolvimento. A amostra foi constituída por 120 crianças não-clínicas, de seis a 44 meses de idade, provenientes de uma comunidade cadastrada no Núcleo IV do PSF da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP. Na avaliação utilizou-se o Teste de Denver-II, Lista LAVE, Roteiro de Entrevista para Risco Psicossocial, Índice de Risco Psicossocial (Rutter), Inventário HOME, CBCL 1½ - 5, Escala de Eventos Vitais, Escala Modos de Enfrentamento de Problemas e Questionário ABIPEME. O procedimento de coleta envolveu uma visita domiciliar para avaliação da criança, entrevista com o cuidador e observação do ambiente familiar. Após cerca de um ano foi realizada a reavaliação das crianças. Verificou-se que 33% delas encontravam-se em risco para problemas de desenvolvimento; esta porcentagem foi próxima às encontradas em estudos brasileiros e americanos. Verificou-se alta incidência na amostra de indicadores de problemas de linguagem (39%) e de comportamento (48%). As famílias apresentavam risco psicossocial devido às condições de moradia precária, baixa escolaridade e qualificação profissional dos pais, e problemas financeiros. Em que pese essas adversidades, foi encontrada boa estimulação ambiental e adequada interação no contexto familiar, situando-se na média pelo HOME. A baixa escolaridade paterna foi preditora do risco no desenvolvimento global da criança. A linguagem expressiva em risco foi predita tanto pela história do estado nutricional da criança abaixo do normal aos seis meses, quanto pelo alto índice de risco psicossocial familiar. Os problemas de comportamento, por sua vez, foram preditos por ausência de renda própria da mãe e temperamento negativo da criança. O fato de a criança não ter antecedentes mórbidos, a mãe ter renda própria e enfrentar problemas buscando suporte social foram preditores da inserção da criança na educação infantil. O modelo de triagem de vigilância do desenvolvimento mostrou ser sensível para detecção de riscos no desenvolvimento das crianças após um ano da avaliação. Os achados do presente estudo fornecem subsídios para planejamento de medidas preventivas na área de desenvolvimento e saúde mental da criança no âmbito do PSF. / The purpose of the Family Health Program (FHP) in Brazil is to carry out continuous preventive actions with the aim to identify risks for child health and development, as well as to determine which resources are needed to reduce and eliminate any effects of the adversities. The general objective of the present study was to systemize, apply, and evaluate a procedure of \"Development Surveillance\", which consisted of screening and tracking risks affecting child development and behavior, as well as to identify protection resources in children and the family environment. To achieve this objective, the following specific objectives were set: a) to identify child developmental and behavioral problems; b) to identify problems in the family environment; c) to identify children\'s and family environment resources; d) to verify associations among three factors as global indicators of child development, language, and behavior; children\'s own variables; and children\'s psychosocial environment; e) to identify the best model for predicting problems involving child development, child behavior, and kindergarten; and f) to evaluate the predictive validity of the Development Surveillance evaluation procedures. The study sample consisted of 120 non-clinical children, all from the same community (Center IV) registered with the FHP at the School of Medicine of Ribeirão Preto. Children\'s ages ranged between six and 44 months. The following instruments were used for evaluation: Denver-II Screening Test, Language Development Survey, Interview Questionnaire for Psychosocial Risk,Psychosocial Risk Index (Rutter), HOME Inventory, CBCL 1½ - 5, Life Events Scale, Brazilian version of the Ways of Coping Scale, and ABIPEME Questionnaire. Data collection involved the following: home visits for child evaluation; interviews with their caretaker; and observing the family environment. Children were reevaluated after approximately one year. It was observed that 33% of the children were at risk for developmental problems. Such values are in agreement with previous studies performed in Brazil and in the United States. There was high incidence of indicators of language (39%) and behavioral (48%) problems. Factors causing psychosocial risk to the studied families include precarious housing, parents\' low education and professional levels, and financial problems. In spite of the aforementioned adversities, there was good environmental stimulation and appropriate interaction within the family context, considered average value by HOME. Parents\' low educational level was predictive of the risks to child\'s developmental problems. The expressive language at risk was predicted by both the child\'s history of malnutrition, as well as the family\'s high psychosocial risk index. Behavioral problems, on the other hand, were predicted by lack of mother\'s own income and by child\'s negative temperament. Factors predictive of children starting in kindergarten were: no morbid antecedents, mother having her own income, and using social support to cope with problems. The development surveillance screening model showed to be sensitive in detecting child developmental risks one year after evaluation. The present study findings provide the information necessary to plan preventive measures in the area of child development and mental health in the FHP.
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Padrões organizacionais familiares de crianças que convivem com a depressão materna / Organizational patterns of families with children living with maternal depressionCilino, Marina Delduca 28 April 2017 (has links)
A depressão materna, em função das características típicas do transtorno, afeta as relações familiares e as funções maternas, sendo reconhecida como uma condição de adversidade ao desenvolvimento infantil. Nas publicações científicas, constitui-se em uma lacuna, estudos que abordem com uma mesma amostra as condições de adversidade e de proteção que podem influenciar o comportamento das crianças em idade escolar. Objetivou-se: a) identificar e comparar os padrões organizacionais familiares de crianças, em idade escolar, que convivem com a depressão materna, em comparação com os de crianças que convivem com mães sem história psiquiátrica, tendo como foco o comportamento das crianças, as adversidades e os recursos do ambiente familiar; b) verificar as possíveis associações entre padrões de organização familiar, adversidades e recursos do ambiente familiar e problemas de comportamento de crianças. Adotou-se um delineamento transversal correlacional de comparação de grupos. A amostra incluiu 100 díades mães-crianças, distribuídas em dois grupos, a saber: G1 - 50 díades mães-crianças, cujas mulheres/mães apresentam história de depressão recorrente; e G2 - 50 díades mães-crianças, cujas mulheres/mães não apresentam história de depressão ou de qualquer transtorno psiquiátrico. Foram incluídas mulheres na faixa etária entre 25 e 45 anos, e seus filhos biológicos, de ambos os sexos, com idade escolar (7 a 12 anos), com nível intelectual maior ou igual ao nível médio inferior. Procedeu-se à coleta de dados com mães e crianças, em sessões individuais, com a aplicação dos seguintes instrumentos: (a)Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-IV; (b) PHQ-9; (c) teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (d) Questionário Geral; (e) Questionário de Capacidades e Dificuldades; (f) Escala de Eventos Adversos; (g) Escala de Adversidades Crônicas; (h) Inventário de Recursos do Ambiente Familiar; (i) Entrevista com Roteiro Semi-Estruturado para avaliação dos padrões organizacionais. Os instrumentos foram codificados conforme as normas técnicas e as entrevistas foram transcritas e codificadas, de acordo com categorias pré-definidas. Foram realizadas comparações entre os grupos por meio de testes estatísticos e adotou-se o nível de significância de p 0,05. Verificou-se que G1, em comparação ao G2, apresentou significativamente mais problemas comportamentais (G1: =15,12; d.p.=6,92 e G2: =9,08; d.p.=6,64), eventos adversos (G1: =14,08; d.p.=5,12 e G2: =8,38; d.p.=4,08), adversidades crônicas (G1: =3,92; d.p.=1,82 e G2: =2,22; d.p.=1,61), e menos recursos do ambiente familiar (G1: =57,76; d.p.=10,49 e G2: =62,12; d.p.=8,66)e padrões de organização familiar (G1: =17,98; d.p.= 4,58 e G2: =24,60; d.p.=4,97). Foram detectadas correlações fortes e positivas da depressão materna com o total de padrões de organização familiar (= -0,600) e com as categorias flexibilidade e reorganização ( = -0,576) e estabilidade de rotinas e administração do tempo ( = -0,537), além de correlações negativas e moderadas entre problemas comportamentais das crianças e indicadores positivos de padrões de organização familiar (p = -0,381). Considera-se que o estudo, ao evidenciar a influência dos padrões de organização familiar para o comportamento de escolares, permitiu ampliar a compreensão sobre condições contextuais de crianças que convivem com a depressão materna, o que pode favorecer o planejamento de ações preventivas e interventivas em saúde mental / Maternal depression, due to its typical characteristics, affects family dynamics and maternal functions and is acknowledged as a condition adverse to child development. There is a lack in the literature of studies addressing how adverse and protection conditions influence the behavior of school-aged children in the same sample. The objectives included: a) identify and compare between the organizational patterns of families with school-aged children living with maternal depression and those of children whose mothers present no history of psychiatric disorders, focusing on the childrens behavior, and adversities and resources present in the family environment; b) verify potential associations among family organization, adversities and resources in the family environment, and childrens behavior problems. A cross-sectional correlational design was adopted to compare between groups. The sample included 100 pairs (mother and child), assigned to two groups: G1 50 pairs, whose mothers presented a history of recurrent depression; and G2 50 pairs, whose mothers presented no history of depression or any other psychiatric disorder. Women aged between 25 and 45 years old and their biological school-aged children (7 to 12 years old), both sexes, and with an average intellectual level or above were included in the study. Data were collected individually from mothers and children by applying the following instruments: (a) Structured Clinical Interview for DSM-IV; (b) Patient Health Questionnaire (PHQ-9); (c) Ravens Progressive Matrices; (d) General Questionnaire; (e) Strengths and Difficulties Questionnaire; (f) Adverse Events Scale; (g) Chronic Adversity Scale; (h) Environmental Resource Inventory; (i) Semi-Structured Script to assess organizational patterns. The instruments were coded according to technical standards and the interviews were transcribed and coded according to pre-established categories. The groups were compared using statistical tests; the significance level adopted was p 0.05. The comparison analysis showed significant differences, that is, G1 presented more behavior problems than G2 (G1: =15.12; SD=6.92 and G2: =9.08; SD=6.64), adverse events (G1: =14.08; SD=5.12 and G2: =8.38; SD=4.08), chronic adversities (G1: =3,92; SD=1.82 and G2: =2.22; SD=1.61), and less resources in the family environment (G1: =57.76; SD=10.49 and G2: =62.12; SD=8.66) and organizational patterns in the family (G1: =17.98; SD= 4.58 and G2: =24.60; SD=4.97). Strong positive correlations were found between maternal depression and total organizational patterns in the family ( = -0.600); the categories flexibility and reorganization ( = -0.576); routine stability; and time management ( = -0.537). Negative moderate correlations were found between the childrens behavior problems and positive indicators of organizational standards (p = -0.381). This study contributes to understanding the context of children living with maternal depression as it shows the influence of organizational patterns in the family on the behavior of school-aged children, which favor the planning of preventive actions and interventions in mental health
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Avaliação e proposta de promoção da resiliência nos trabalhadores de enfermagem de um hospital universitário / Evaluation and proposal to promote resilience in nursing workers of a university hospitalSilva, Silmar Maria da 02 February 2017 (has links)
Introdução: Os trabalhadores de enfermagem estão inseridos em um contexto laboral que tem contribuído para as desordens física e mental, mas que também pode ser fonte de prazer. Neste cenário, a resiliência, como ferramenta de construção humana, busca enfatizar as potencialidades e fortalezas do trabalhador, a encontrar um ponto de equilíbrio para o enfrentamento das adversidades laborais, e trazer à tona aqueles recursos dos quais o trabalhador não tem consciência de sua existência ou da sua capacidade de mobilizá-los. Objetivos: Mensurar o nível de resiliência em trabalhadores de enfermagem de um hospital universitário; verificar os fatores associados a resiliência dos trabalhadores de enfermagem de um hospital universitário; e propor um modelo para promoção da resiliência em trabalhadores de enfermagem. Método: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, de corte transversal, com abordagem quantitativa, realizado com trabalhadores de enfermagem, de um hospital universitário, que atuavam na assistência direta aos pacientes e, no mínimo, há 6 meses na instituição. Foram aplicados dois instrumentos para coleta de dados: um questionário de caracterização sociodemográfica e profissional e a Escala de Resiliência. Resultados: O escore médio da Escala de Resiliência dos 375 participantes foi de 138,7 pontos (dp=18,3), variando de 36,0 a 174,0 pontos e mediana de 142,0 pontos. A maior proporção de trabalhadores reportou nível moderadamente baixo/moderado (45,3%; 170), seguido pelo nível moderadamente alto/alto (39,5%; 148), sendo que 15,2% (57) apresentaram baixo nível de resiliência. A resiliência teve associação positiva com a idade, com o tempo de trabalho na instituição e com o tempo de trabalho na profissão, sendo que quanto mais elevadas, maior o escore da Escala de Resiliência. Na regressão linear, a interpretação do modelo é: para cada ano de idade ocorre aumento de 0,289 pontos na Escala de Resiliência. O modelo para promoção de resiliência se constituiu na elaboração de uma oficina com quatro encontros semanais, em grupo de 8 a 10 trabalhadores de enfermagem, com vistas a promoção dos fatores de proteção, intrínsecos e extrínsecos. Conclusão: O escore médio da Escala de Resiliência nos trabalhadores de enfermagem foi de 138,7 pontos (dp=18,3), contudo, apesar da média estar dentro de um nível mediano, deve-se considerar que os valores da escala de resiliência variaram de 36,0 a 174,0 pontos. Ou seja, houveram trabalhadores com nível alto de resiliência, mas cerca de 15% apresentaram baixo nível de resiliência, indicando uma situação de risco para o adoecimento. As variáveis idade, tempo de trabalho na profissão e tempo de trabalho na instituição foram identificadas como fatores associados à resiliência dos trabalhadores de enfermagem de um hospital universitário. Por outro lado, foi possível evidenciar que o sexo, o estado civil, a escolaridade e a remuneração, bem como as demais variáveis profissionais não são determinantes para a resiliência. Esses achados constituem numa contribuição desta pesquisa aos saberes da resiliência no campo do trabalho, em particular, o da enfermagem, principalmente, por haver poucos estudos que abordem a questão da resiliência em trabalhadores de enfermagem. / Introduction: The Nursing workers are inserted in a labour context which has contributed to the physical and mental disorders, but it can also be a source of pleasure.In this context, the resilience, seeks to emphasize the potentials and strengths of the worker, as a tool for human construction, to find a balance point for the confrontation of labour adversities, and to bring to the fore those resources of which the worker is not aware of his existence or his ability to mobilize them. Objectives: To measure the level of resilience in nursing workers of a university hospital; to verify the factors associated with the resilience of nursing workers of a university hospital; and to propose a model for promote resilience in nursing workers. Method: This is an exploratory, descriptive and cross-sectional study with a quantitative approach, carried out with nursing workers from a university hospital, working in patient care and with at least for 6 months at the institution. Two instruments were used for data collection: a sociodemographic and professional characterization questionnaire and the Resilience Scale. Results: The mean score of the 375 participants of the Resilience Scale was 138.7 points (sd = 18.3), ranging from 36.0 to 174.0 points and a median of 142.0 points. The highest proportion of workers reported a moderately low/moderate level (45.3%, 170), followed by moderately high/high level (39.5%, 148), and 15.2% (57) had a low level of resilience. Resilience had positive association with age, working time in the institution and working time in the profession, being the highest, largest score of the Resilience Scale. In linear regression, the interpretation of the model is: for each year of age occurs an increase of 0.289 points in the Resilience Scale. The model for promotion of resilience consisted in the elaboration of a workshop with four weekly meetings, in a group from 8 to 10 nursing workers, with a view to promoting protection, intrinsic and extrinsic factors. Conclusion: The mean score of the Resilience Scale in nursing workers was 138.7 points (sd = 18.3), however, although the average was within a median level, it should be considered that the values oh the Resilience Scale ranged from 36.0 to 174.0 points. In other words, there were workers with a high level of resilience, but about 15% showed low level of resilience, indicating a risk situation for the illness. The variables age, working time in the profession and working time in the institution were identified as factors associated with resilience of nursing workers in a university hospital. Otherwise, it was possible to show that gender, marital status, education and remuneration, as well as other variables professional are not determinant for resilience. These findings constitute a contribution of this research to the knowledge of resilience in the field of work, in particular, the nursing, mainly because there are few studies that address the issue of resilience in nursing workers.
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