• Refine Query
  • Source
  • Publication year
  • to
  • Language
  • 48
  • 4
  • 4
  • 3
  • 1
  • 1
  • Tagged with
  • 62
  • 62
  • 46
  • 46
  • 14
  • 14
  • 14
  • 14
  • 13
  • 12
  • 11
  • 10
  • 10
  • 10
  • 9
  • About
  • The Global ETD Search service is a free service for researchers to find electronic theses and dissertations. This service is provided by the Networked Digital Library of Theses and Dissertations.
    Our metadata is collected from universities around the world. If you manage a university/consortium/country archive and want to be added, details can be found on the NDLTD website.
31

Um designio semiologico sobre o conceito freudiano de simbolo

Bocca, Francisco Verardi, 1961- 11 June 2001 (has links)
Orientador: Luiz Roberto Monzani / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas / Made available in DSpace on 2018-07-29T03:14:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Bocca_FranciscoVerardi_D.pdf: 5746982 bytes, checksum: 97c51836d26584af456dc9e13ac47d15 (MD5) Previous issue date: 2001 / Resumo: A presente pesquisa intitulada Um desígnio semiológico sobre o conceito freudiano de símbolo, desenvolve-se a partir de uma reconstituição histórica do conceito freudiano de símbolo onírico aplicada sobre uma seqüência cronológica de obras de Sigmund Freud, particularmente sua Interpretação de sonhos, bem como de alguns de seus colaboradores com Wilhelm Stekel e Ernest Jones. Em seguida, apresenta o instrumental teórico obtido da semiologia formulada por Ferdinand de Saussure, bem como do desdobramento desta concepção elaborada por Roland Barthes. Sendo que deste último derivou-se o conceito de mito contemporâneo a partir do qual analisamos o conceito freudiano de símbolo além de justificar as teses aqui sustentadas. Em último capítulo, uma série de sonhos e sintomas, onde a noção de representação simbólica fixa é reconhecida, é analisada com o objetivo de reconhecer-lhes os contornos, bem como as formas e possibilidades de constituição. Isso realizado segundo os conceitos obtidos do referencial teórico proporcionado pela corrente semiológica aqui adotada. Em suma, nossa análise semiológica empenhou-se em assinalar, de início, a tese do mito como mecanismo de produção do símbolo e, por último, da mitificação como procedimento freudiano na formulação do seu conceito de representação simbólica fixa, cuja finalidade era a de dar estabilidade e justificativa à sua teoria da universalidade da sexualidade infantil / Abstract: This research, entitled A semiologic designation about the freudian concept of symbol, is developed from a historic reconstitution of this concept applied over a chronologic sequence of the works of Sigmund Freud, especially his Die Traumdeutung, as well as some of his collaborators, as Wilhelm Stekel and Ernest Jones. Then it presents the theoretical instrument obtained from the semiology elaborated by Ferdinand de Saussure, as well as from the extension of this conception elaborated by Roland Barthes. From this one it has been obtained the concept of contemporaneous myth from which we analyse the freudian concept of symbol and also it justifies the theses here sustained. In the last chapter, a series of dreams and symptoms, where the notion of fixed symbolic representation is recognized, is analyzed with the objective of demonstrating the contours, as well as the forms and possibilities of constitution. This is achieved following the concepts obtained from the theoretical reference proportioned by the semiology here adopted. Summarising, our analisys was dedicated to signal, in the first place, the thesis of the myth as a mechanism of the production of the symbol, and, in second place, the mythification as a Freudian procedure in the formulation of his concept of the fixed symbolic representation, whose objective was to give stability and justification to his theory of the universality of sexuality of children / Doutorado / Doutor em Filosofia
32

Convencionalidade : uma hipotese para a mudança linguistica / Conventionality : an hypothesis for linguistic change

Dallari, Bruno Bohomoletz de Abreu 28 February 2008 (has links)
Orientador: Edson Françoso / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-11T20:10:00Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dallari_BrunoBohomoletzdeAbreu_D.pdf: 523815 bytes, checksum: b5b289f184198e91ac053212d749f93b (MD5) Previous issue date: 2008 / Resumo: No artigo La forme et le sens dans le langage, publicado em 1966, Benveniste coloca a necessidade de cindir a Lingüística em duas: uma incumbida das formas da linguagem, que corresponderia à lingüística da língua, já existente; outra, incumbida do sentido da linguagem, ainda por ser constituída. Benveniste considera a lingüística saussureana, tal como é apresentada no Curso de Lingüística Geral, insuficiente para cobrir os fenômenos de sentido da linguagem. Em sua revisão do pensamento saussureano, feita a partir do exame dos escritos originais de Ferdinand de Saussure, Simon Bouquet coloca que, ao contrário, as formulações saussureanas vocacionam a sua lingüística à investigação desses fenômenos a partir do estabelecimento de uma ¿gramática do sentido¿, em continuidade ontológica e epistemológica com a lingüística da língua. A abordagem proposta por Bouquet abre caminho para uma reformulação do conceito de língua, de modo que ela deixe de ser caracterizada como uma entidade estática e passe a incorporar a mudança como parte de sua condição permanente. Nesta hipótese, a mudança lingüística passa a ser abordada como um evento motivado por uma propriedade da própria língua e não como um evento externo que perturbaria sua estabilidade fundamental. Essa propriedade é a convencionalidade, proposta a partir da noção saussureana da língua como convenção e que se manifesta numa atitude tácita das comunidades de falantes, que atribuem sentidos aos termos e zelam coletivamente pela manutenção da integridade da língua como instância partilhada / Abstract: In the article La forme et le sens dans le langage, published in 1966, Benveniste states the need to separate Linguistics in two parts: one dealing with language forms, corresponding to the already existent linguistics of the langue; the other dealing with language meaning still to be developed. Benveniste consider Saussurean linguistics, as it is exposed along the Cours de Linguistique Générale, as being limited in order to cover language meaning phenomena. In a revision of Saussurean thought, done over the examination of Saussure¿s original writings, Simon Bouquet states that, on the contrary, Saussurean formulations dispose his linguistics to investigate these phenomena from the establishment of a ¿meaning grammar¿, in ontological and epistemological continuity with the linguistics of the langue. The approach proposed by Bouquet opens the way to a reformulation of the concept of langue, in a way it may not anymore be understood as an static entity, but as one which embodies change as a feature of its permanent condition. In this hypothesis, linguistic change is understood as an event motivated by a language inherent property and not as an external event which troubles its stability. This property is called conventionality, proposed from the Saussurean notion of langue as a convention, and manifests itself in a tacit attitude of the speakers communities, who attribute meanings to terms and care collectively for the maintenance of language integrity as a shared domain / Doutorado / Doutor em Linguística
33

As marcas do movimento de Saussure na fundação da linguistica

Silveira, Eliane Mara 28 July 2003 (has links)
Orientador: Claudia Thereza Guimarães de Lemos / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-03T16:30:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Silveira_ElianeMara_D.pdf: 7266371 bytes, checksum: aea632910bfe393c29e8ad55156931c9 (MD5) Previous issue date: 2003 / Résumé: Cette thèse se propose d' examiner la fondation de la linguistique moderne par Ferdinand de Saussure (1857 - 1913). Cette fondation est reconnue depuis le début du XXe siècle, lors de la parution du Cours de Linguistique Générale (1916). A partir de cette publication, les études du language ont acquis une autonomie centrée sur la reconnaissance que la langue avait un ordre propre. De la reconnaissance de cet ordre en tant que structure est né, aux environs de 1960, le structuralisme, mouvement qui a influencé d'autres domaines de recherche dans les Sciences Humaines comme l' Anthropologie, la Psychanalyse et la Théorie Littéraire. Toutefois, dans la Linguistique en particulier, ce qui avait été révolutionnaire à un moment donné est devenu d'un côté discrédité, de l'autre figé: les critiques aux exclusions lues dans les dichotomies saussuréennes _langue vs parole, syncrhonie vs dyachronie- s'intensifient et surtout, le Cours de Linguistique Générale devient lecture obligatoire à l'Université, mais souvent, ayant le statut de lettre morte, sans aucun rapport avec la théorisation sur le language, comme simple information pour déterminer sa différence par rapport à tant d'autres théories linguistiques. L'oeuvre de Ferdinand de Saussure, cependant, est demeurée intouchée. Il n'a pas écrit le Cours de Linguistique Générale. Cet ouvrage est le fruit d'une édition à partir de quelquesuns de ses manuscrits et des notes de ses éleves, ce qui mérite, actuellement, des discussions chaleureuses de la part des auteurs qui sont partagés dans le jugement du travail des éditeurs. En outre, les classes ayant donné naissance aux notes qui ont fourni la matiere de cette édition ne résument pas la production du linguiste genevois. Il a écrit pres de dix mille feuilles dont la plupart se trouvent à présent archivées dans la Bibliothèque Publique de Genève et une petite partie dans la Houghton Library de l'Université de Harvard. Le travail sur ces manuscrits a engendré un entendement de Ia production du linguiste comme une dichotomie : le 'Saussure nocturne', révélé par quelques manuscrits, et le 'Saussure diurne', celui des classes qui sont à l'origine du Cours de Linguistique Générale. Ce travail suscite, encore aujourd'hui, une querelle sur le 'vrai Saussure'. Dans ces discussions, l'on oublie souvent l'importance de la Grammaire Comparative, école ou Saussure s'est formé. Ainsi, cette thêse a pour but d' examiner , à partir des élaborations de la psychanalyse lacanienne sur le sujet et la science, comment les élements de cet ensemble de productions de Ferdinand de Saussure pourraient être en jeu dans la fondation de la linguistique moderne. De ce fait, nous avons cherché le mouvement de Saussure dans la fondation de la science linguistique, en considérant chaque élément de cet ensemble et en établissant, á partir de la psychanalyse , la relation possible entre eux. Pour cela, nous avons utilisé la bande de Moebius et le noeud borroméen, figures topologiques par lesquelles Jacques Lacan (1901/1981) effectue la monstration du sujet, ce qui nous offre la possibilité de nous approcher du mouvement particulier de Ferdinand de Saussure, en tenant compte de l'hypothèse de l'inconscient. Ce chemin débute par la discussion du statut de cette édition du Cours de Linguistique Générale dans la fondation de la Linguistique. Ensuite, nous avons cherché à abolir la dichotomie Saussure diurne/Saussure nocturne au profit des rapports entre ses productions sur les anagrammes et la théorie de la valeur, en considérant, ici ainsi que dans l'édition, l'importance de Saussure comme comparatiste. Enfin, nous avons cherché à signaler, dans quelques pages de ses notes pour la « Premiere Conférence» (1891), le mouvement tortueux du linguiste, en quête de la définition de la Linguistique en tant que science, par des ratures, des incises et des répétitions présentes dans ce manuscrit / Resumo: Esta tese se propõe a examinar a fundação da lingüística moderna por Ferdinand de Saussure (1857-1913). Essa fundação é reconhecida desde o início do século XX, quando foi publicado o Cours de Linguistique Général (1916). A partir dessa publicação, os estudos da linguagem conquistaram uma autonomia, centrada no reconhecimento de que a língua tinha uma ordem própria. Foi do reconhecimento dessa ordem própria enquanto estrutura que surge por volta de 1960 o estruturalismo, movimento que afetou outras áreas de pesquisa nas chamadas ciências humanas, como a antropologia, a psicanálise e a teoria literária. Contudo, na lingüística especificamente, aquilo que fora revolucionário num determinado momento, passou a ser desqualificado aqui, engessado acolá: as críticas às exclusões lidas nas dicotomias saussureanas_língua vs. fala, sincronia vs. Diacronia_ se intensificam e, sobretudo, o Curso de Lingüística Geral passa a ser leitura obrigatória na universidade, mas, na maioria das vezes, com o estatuto de letra morta, sem nenhum compromisso com a teorização sobre a linguagem, como mera informação para localizar a sua diferença relativamente a outras tantas teorias lingüísticas. A obra de Ferdinand de Saussure, entretanto, permaneceu intocada. O Curso de Lingüística Geral não foi escrito por ele. Foi fruto de uma edição a partir de alguns de seus manuscritos e notas de alunos, fato esse que, atualmente, tem merecido discussões calorosas por parte de autores que se dividem no julgamento do trabalho dos editores. Além disso, as aulas que deram origem às notas que serviram de material para a edição não resumem a produção do lingüista genebrino. Ele escreveu quase dez mil folhas hoje arquivadas, na sua maioria, na Biblioteca Pública de Genebra e uma pequena parte na Houghton Library da Universidade de Harvard. O trabalho sobre esses manuscritos deu origem a um entendimento da produção do lingüista como uma dicotomia: 'o Saussure noturno', revelado por alguns manuscritos, e o 'Saussure diurno', o das aulas que deram origem ao Curso de Lingüística Geral. O trabalho com os manuscritos, ainda hoje, tem rendido uma querela sobre o 'verdadeiro Saussure'. Nessas discussões freqüentem ente se esquece a importância da Gramática Comparativa, escola em que Saussure se formou. Assim, o objetivo desta tese é examinar, a partir das elaborações da psicanálise lacaniana sobre o sujeito e a ciência, como os elementos dessa constelação de produções de Ferdinand de Saussure poderiam estar em jogo na fundação da lingüística moderna. Por isso, procuramos buscar o movimento de Saussure na fundação da ciência lingüística considerando cada elemento dessa constelação e estabelecendo, a partir da psicanálise, a relação possível entre eles. Para isso nos servimos da banda de Moébius e do nó borromeano, figuras topológicas através das quais Jacques Lacan (1901-1981) efetua a mostração do sujeito, o que nos oferece a possibilidade de nos aproximarmos do movimento particular de Ferdinand de Saussure, levando em consideração a hipótese do inconsciente. Esse caminho se inicia pela discussão do estatuto da edição do Curso de Lingüística Geral na fundação da lingüística. Em seguida. procuramos abolir a dicotomia Saussure diurno/Saussure noturno em favor das relações entre as suas produções sobre os anagramas e a teoria do valor e considerando, tanto aí quanto na edição, a importância da formação de Saussure como comparatista. Finalmente, buscamos indicar, em algumas páginas de suas notas para a "Première Conférence" (1891), o movimento tortuoso do linguista às voltas com a definição da Lingüística enquanto ciência, através da rasuras, incisos e repetições presentes nesse manuscrito / Doutorado / Doutor em Linguística
34

O aspecto fônico da língua : uma reflexão sobre o lugar do ouvinte na proposta Saussuriana

Stawinski, Aline Vargas January 2016 (has links)
Il y a cent ans, Ferdinand de Saussure avait été pour toujours inscrit dans l’histoire des sciences. Considéré comme le fondateur de la linguistique que nous connaissons aujourd’hui, l’érudit a acquis une renommée grâce à la publication du Cours de linguistique générale, en 1916, ouvrage qui continue à provoquer l’intérêt des spécialistes du langage, au-delà de sa valeur historique. Parmi de différentes lectures, recherches et découvertes de textes manuscrits, les réflexions du genevois ont donné lieu à la discussion sur la définition de l’objet de la linguistique. Saussure a également été responsable de tracer le chemin pour les futures générations de linguistes, dont la tâche serait, enfin, d’établir des théories et des méthodes qui pensassent la langue comme un objet construit à partir d’un certain point de vue, compte tenu de son fonctionnement sémiologique via la notion de système. Ce travail propose de relire Saussure partant de la matérialité sonore, afin de regarder celle-ci en tant que signifiant linguistique, et ce, en raison de l’historique suppression du fait concret, par le fait abstrait dans des interprétations sur la pensée du genevois. Étant donné le rôle crucial de l’auditeur dans la délimitation des unités linguistiques et son rapport avec la notion de signifiant, on a pour but, ainsi, de réfléchir à la place de l’auditeur dans les propositions de Saussure. Nous nous demandons donc quelle est l’importance de la notion d’auditeur pour la définition de signe linguistique, et dans quelle mesure cette position est insérée dans la réflexion générale de la théorie conçue par Saussure. Pour notre recherche, on utilise principalement le Cours de linguistique générale (2006), les Écrits de linguistique générale (2004) et les manuscrits de Harvard, présents dans Phonétique (1995), une fois que nous sommes aperçus, en lisant ces matériaux, un nombre pertinent de considérations qui renvoient à la position d’auditeur dans la langue. Nos lectures seront guidées par des concepts-clés de la théorie de Saussure, en particulier les notions qui dialoguent directement avec le thème de notre travail, les questions liées au signe, signifiant, sujet parlant, auditeur, valeur et découpage de l’unité. La lecture du corpus de recherche, dans la quête de la place de l’auditeur, nous a permis d’entrevoir l’importance de la forme sonore de la langue dans la réflexion théorique, à partir d’un point de vue qui paraît étroitement lié aux principes généraux de la proposition saussurienne. Nous avons été en mesure de discerner la place cruciale occupée par l’auditeur dans la définition de ce qui peut être pris comme unité linguistique tout en envisageant l’inséparabilité fondamentale entre l’aspect phonique de la langue et la possibilité de la signification. / Há cem anos, Ferdinand de Saussure fora gravado para sempre na história das ciências. Considerado fundador da linguística como hoje a conhecemos, o estudioso ganhou fama graças à publicação do Cours de Linguistique Générale em 1916, obra que continua provocando o interesse de estudiosos da linguagem para muito além do seu valor histórico. Em meio às mais variadas leituras, pesquisas e descobertas de textos manuscritos, as reflexões do genebrino deram lugar à discussão sobre a definição do objeto da linguística e fora responsável por projetar caminhos para as futuras gerações de linguistas, cuja responsabilidade seria a de, enfim, estabelecer teorias e métodos que pensassem a língua como objeto construído a partir de um determinado ponto de vista, considerando seu funcionamento semiológico via noção de sistema. O presente trabalho propõe-se a reler Saussure partindo da materialidade sonora a fim de olhar para seu valor como significante linguístico, em decorrência do constante apagamento do fato concreto em detrimento do fato abstrato realizado por interpretações dos ensinamentos do genebrino. Tem-se como objetivo, assim, pensarmos o lugar do ouvinte na proposta saussuriana, em razão do papel crucial operado por este na delimitação das unidades linguísticas. Nos questionamos, portanto, qual a importância da noção de ouvinte para a definição do signo linguístico, e em que medida esta posição está inserida na reflexão geral da teoria projetada por Saussure. Para nossa investigação, lançaremos mão prioritariamente do Curso de Linguística Geral (2006), dos Escritos de Linguística Geral (2004) e dos manuscritos de Harvard presentes em Phonétique (1995), visto que percebemos, na leitura destes materiais, uma presença significativa de considerações que levam em conta a posição de ouvinte na língua. As leituras serão guiadas por conceitos-chave da teoria saussuriana, em especial às noções que dialogam diretamente com a temática do trabalho, como as questões relacionadas ao signo, significante, falante, ouvinte, valor e recorte da unidade. A leitura do corpus de pesquisa à procura do lugar do ouvinte permitiu-nos vislumbrar a importância da forma sonora da língua na reflexão teórica a partir de um ponto de vista que mostra-se estritamente vinculado aos princípios gerais da proposta saussuriana. Foi-nos possível divisar o lugar crucial ocupado pelo ouvinte para a definição do que pode ser tomado como unidade linguística, vislumbrando a indissociabilidade fundamental entre o aspecto fônico da língua e a possibilidade da significação.
35

Quando falar e ouvir é apropriar-se : uma reflexão sobre apropriação de línguas estrangeiras à luz da teoria saussuriana

Gomes, Janaína Nazzari January 2016 (has links)
Qu‟est-ce qui fait en sorte que l‟on devienne parlants et auditeurs d‟une langue étrangère ? Voici la question qui suscite cette étude. Dans ce travail, la recherche sur le processus d‟appropriation de langues étrangères prend comme point de départ l‟héritage théorique laissé par Ferdinand de Saussure, dont les réflexions sur la linguistique moderne ont été rendues publiques dans le Cours de Linguistique Générale (1916), oeuvre relue dans cette étude à la lumière des Écrits de Linguistique Générale (2002) et du manuscrit Phonétique (1995). Le linguiste genevois ne s‟est pas penché spécifiquement sur l‟étude de l‟appropriation de langues étrangères ; sa théorie pourtant, qui débute avec l‟étude de plusieurs langues (idiomes) pour déclencher dans la notion de langue (comme système), nous fournit les bases pour entreprendre des glissements théoriques ayant pour but l‟élaboration d‟une réflexion qui explique le processus linguistique de prise de contact avec des langues étrangères. Nous commençons alors notre parcours avec les concepts de langue et de parole pour, ensuite, développer d‟autres importants construits théoriques présents dans l‟ouvrage saussurien tout en essayant de comprendre l‟appropriation de langues étrangères : il s‟agit de l‟aspect phonique et des procédures analogiques. Nous nous dévouons ainsi à l‟étude de nombreuses dimensions de l‟aspect phonique de la langue, ce qui comprend des réflexions sur l‟appropriation du système des sons ainsi que sa production. Dans ce sens, le phonique s‟est révélé comme l‟instance qui instaure la nécessité d‟un parlant devenir également auditeur de la langue cible. Nous avons donc observé l‟importance qu‟a, pour l‟appropriation, que le parlant s‟aperçoive acoustiquement des unités phonologiques de la langue cible pour alors être capable de les produire. Quant à l‟analogie, ce mécanisme linguistique prend place dans ce travail pour se révéler assez présent dans l‟expression de parlants de langues étrangères, ce qui le rend, peut-être, le mécanisme le plus clair de l‟appropriation. En effet, les signes créés en langue étrangère grâce à l‟analogie sont déjà situés dans la langue cible puisque la perception et la réallocation des unités de la langue étrangère sont évidentes dans les formes créées et, ce, malgré les traits de la langue maternelle que nous pouvons y voir. Ces productions, fruits du trésor linguistique de chaque parlant (CLG), sont toujours inédites et, pour cela, constitutivement singulières, caractéristique qui nous permet de proposer la notion d‟appropriation. Ce processus de rendre propre – à chaque nouvel état de langue, c‟est-à-dire, à chaque prise de connaissance de nouvelles formes linguistiques –, c‟est bien ce qui caractérise le processus d‟appropriation d‟une langue étrangère. / O que faz com que nos tornemos falantes e ouvintes de uma língua estrangeira? Tal é a questão que suscita o estudo que ora apresentamos. Neste trabalho, a pesquisa acerca do processo de apropriação de línguas estrangeiras adota como ponto de partida teórico o legado deixado por Ferdinand de Saussure, cujas reflexões sobre o que veio a ser a linguística moderna foram tornadas públicas no Curso de Linguística Geral (1916), obra que é, neste trabalho, relida à luz dos Escritos de Linguística Geral (2002) e do manuscrito Phonétique (1995). Embora o linguista de Genebra não tenha se dedicado ao estudo sobre apropriação de línguas estrangeiras, sua teoria, que partiu do estudo de várias línguas (idiomas) para despontar na ideia de língua (enquanto sistema), fornece-nos as bases teóricas necessárias para o empreendimento de deslocamentos que visam à elaboração de uma reflexão que explique o processo linguístico de entrada em contato com línguas estrangeiras. Iniciamos, então, nosso percurso com o estudo sobre os conceitos de língua e de fala, para, em seguida, desenvolvermos outros importantes construtos teóricos presentes na obra saussuriana à luz da apropriação de línguas estrangeiras: trata-se do aspecto fônico e dos procedimentos analógicos. Dedicamo-nos, assim, ao estudo de várias dimensões do aspecto fônico da língua, que engloba reflexões sobre a percepção e a produção de seu sistema de sons. Nesse sentido, o fônico revelou-se como a instância que instaura a necessidade de um falante tornar-se também ouvinte da língua-alvo. Vimos, pois, a importância, para a apropriação, de que o falante perceba as unidades fônicas da língua-alvo, para, somente então, conseguir produzi-las. Já a analogia, por sua vez, entra em nosso trabalho por mostrar-se deveras recorrente na expressão de falantes de línguas estrangeiras, revelando-se, em nossa pesquisa, o mecanismo mais claro da apropriação. Os signos criados em línguas estrangeiras, em razão do mecanismo analógico, apesar de apresentarem traços de língua materna, mostram-se situados na língua- alvo, já que fica evidente a percepção e a realocação de suas unidades nas novas formas criadas. Tais produções, por serem fruto do tesouro linguístico de cada falante (CLG), são sempre inéditas e, por isso, constitutivamente singulares; nesta singularidade reside a noção que propomos de apropriação. Com efeito, é esse tornar próprio – nesse novo estado de língua, que se produz cada vez em que conhecemos novas formas linguísticas – que caracteriza o processo de apropriação de uma língua estrangeira.
36

Por um "nó" espistemológico da linguística e da psicanálise : um estudo sobre Saussure, Jakobson, Benveniste e Lacan

Trois, Joao Fernando de Moraes January 2004 (has links)
O objetivo do presente trabalho é construir recursos operatórios de leitura que permitam articular, desde um ponto de vista epistemológico, lingüística e psicanálise. Esta temática surge de uma problemática de pesquisa atual, relativa à crescente demanda, endereçada a lingüística, por diferentes práticas clínicas nas quais a linguagem está implicada. Neste sentido, procura-se relacionar um paradigma de linguagem com uma teoria da subjetividade apropriada tanto à reflexão clínica quanto à reflexão epistemológica. Desta forma, esta dissertação opta por um estudo teórico, visando a construção de operadores conceituais que possibilitem a articulação entre a psicanálise lacaniana e as teorias da linguagem de Saussure, Jakobson e Benveniste, utilizando como corpus de análise essas próprias teorias lingüísticas e psicanalíticas. Portanto, seu procedimento analítico pode ser qualificado como metateórico. Quatro critérios são utilizados para a seleção dos autores: 1°) as três teorias são, cada uma a seu modo, estruturalistas – isso significa que a estrutura é o conceito operador que permite pensar as proposições que estão na base de cada teoria (seus axiomas); 2°) as três teorias estabelecem proposições sobre o objeto língua – isso requer perguntar quais axiomas sobre a língua cada teoria teve que construir para dar conta da estrutura. Desses dois critérios deriva-se um terceiro; 3°) as três teorias conformam três “sistemas de linguagem” que não dissolvem o “objeto língua” para se constituírem em sua especificidade (diluindo-a em objetos de outros domínios teóricos, exteriores ao campo da linguagem – ou da lingüística – propriamente dito, tais como, por exemplo, a biologia, a psicologia, a sociologia). Cada sistema é representado por um nome próprio : I – Sistema de Linguagem elaborado por Saussure; II – Sistema de Linguagem tratado por Jakobson; III – Sistema de Linguagem concebido por Benveniste. Como critério de fechamento, temos que : 4°) as três teorias interessam de perto ao Sistema de Linguagem da psicanálise lacaniana. A relação entre tais teorias deverá servir de suporte de leitura à interlocução estabelecida no campo interdisciplinar sobre a presença da linguagem nas diferentes clínicas, assim como revitalizar os campos conceituais tanto da lingüística quanto da psicanálise.
37

A inscrição do sujeito em segunda língua : um estudo enunciativo de narrativas de imigrantes

Xavier, Maria Angélica Zamora January 2008 (has links)
Cette étude a pour but de réaliser une analyse énonciative de récits d’immigrés au Brésil, recueillis lors d’entretiens dans lesquels l’on a privilégié le registre oral. Le but principal a été de préciser le type de relation que l’immigré établit avec la langue seconde et avec la culture d’accueil. Nous nous sommes intéressés à cette relation en tant que résultante d’un processus impliquant l’inscription du sujet dans cette langue seconde et par conséquent sa symbolisation sur le plan social qui est le sien après la migration. Nous avons bâti l’axe principal de cette analyse sur la Théorie de l’Énonciation d’Émile Benveniste pour traiter les fondements énonciatifs choisis. La dimension narrative a été étudiée d’après les contributions théoriques de Dany-Robert Dufour. Bien que ces deux auteurs soient les plus mentionnés dans ce travail, d’autres contributions ont été indispensables pour la conception finale de l’énonciation nécessaire à cette étude, telles celles de Ferdinand de Saussure et Jean-Claude Milner. Comme ces auteurs, nous avons cherché à définir ce qui fait Un dans la langue, tout comme la rupture de ce Un, et qui montre la présence du sujet dans la langue et sa singularité. Finalement, nous considérons le récit de l’immigré comme un mécanisme complexe de l’énonciation, permettant de comprendre le type de relation établi par le sujet avec la langue seconde, en même temps qu’il réalise le lien avec le nouveau contexte énonciatif par le biais de ce support dans le langage. / O estudo aqui apresentado se propõe uma análise enunciativa de narrativas de imigrantes no Brasil, as quais foram recolhidas em entrevistas, privilegiando a fala ou construção oral. O objetivo principal foi de elucidar o tipo de relação que o imigrante estabelece com a outra língua e cultura. Observamos tal relação como efeito de um processo que requer a inscrição do sujeito em segunda língua e, consequentemente, sua simbolização no campo social ao qual se dirige no contexto migratório. Para proceder neste objetivo, utilizamos o referencial da Teoria da Enunciação de Émile Benveniste, que organiza o eixo principal do nosso estudo para tratar do fundamento enunciativo proposto. Acrescemos com as contribuições teóricas de Dany-Robet Dufour para estabelecer a dimensão narrativa. Embora, mencionemos principalmente os aportes destes dois autores, outras contribuições foram indispensáveis para a concepção final de enunciação que interessava ao nosso estudo e, aqui, não podemos deixar de citar Ferdinand de Saussure e Jean-Claude Milner. Com eles, consideramos o que faz Um na língua e a ruptura do Um, que anuncia a presença do sujeito na língua, em sua singularidade. Por fim, reconhecemos a narrativa do imigrante como um mecanismo complexo da enunciação, que ao mesmo tempo, mostra o tipo de relação do sujeito com a segunda língua e, realiza o vínculo com o novo contexto enunciativo, por meio deste suporte na linguagem.
38

Entre Saussure e Benveniste : reflexões sobre uma outra linguística

Silva, Fernando Silva e January 2015 (has links)
Dans ce travail, il s’agit des conditions d’élaboration d’un nouveau savoir linguistique, anthropologique et philosophique à partir d’une matrice saussurienne-benvenistienne. Pour le faire, on développe une argumentation à deux niveaux. La première partie, Territoires, contient une étude historico-épistémologique de la sédimentation des interprétations des oeuvres de Ferdinand de Saussure et Émile Benveniste. On donne du relief principalement, mais pas exclusivement, aux appropriations structuralistes de la tradition saussurienne. On explore, en outre, comment les catégories d’analyse imposées à Saussure ont influencé les critiques dirigées à Benveniste. Finalement, on ébauche une histoire de la consolidation, institutionnalisation et affaiblissement du domaine de la linguistique de l’énonciation. La deuxième partie s’appelle Investigations et on y mène un effort créatif dans les projets épistémologiques de Saussure et Benveniste à la recherche d’éléments pour repenser la constitution de la métaphysique du langage. Cette partie a deux chapitres. Le premier s’occupe de la théorie saussurienne et met l’accent sur les concepts d’analogie et virtualité. On passe aussi par la majorité de ses concepts essentiels. Dans le deuxième chapitre, il s’agit de la théorie benvenistienne, plus spécialement le croisement du linguistique et du anthropologique dans la composition de la métaphysique qui soutient sa pensée. Dans les considérations finales, je présente des voies ouvertes par les études réalisées dans ce travail-ci. / Esta dissertação tem como objetivo central abordar as condições de elaboração de um novo saber, linguístico, antropológico e filosófico, a partir de uma matriz saussuriana-benvenistiana. Para tal, ela se desenvolve em uma argumentação dividida em duas partes. A primeira parte, intitulada Territórios, contém um estudo histórico-epistemológico da sedimentação de interpretações sobre as obras de Ferdinand de Saussure e Émile Benveniste. Se mostra com destaque, ainda que não exclusivamente, as apropriações estruturalistas da tradição sassuriana. Se explora, também, como as categorias de análise impostas a Saussure influenciaram as críticas dirigidas a Benveniste. Finalmente, traça-se também um breve histórico da consolidação, institucionalização e eventual enfraquecimento do domínio da linguística da enunciação. A segunda parte se chama Investigações e, nela, realiza-se um esforço criativo dentro dos projetos epistemológicos de Saussure e Benveniste em busca de elementos para repensar a constituição da metafísica da linguagem. Há dois capítulos nessa parte. O primeiro se ocupa da teoria saussuriana, com ênfase nos conceitos de analogia e virtualidade, mas passando pela maioria de seus conceitos essenciais. O segundo trata da teoria benvenistiana, mais especialmente do cruzamento do linguístico e do antropológico na composição da metafísica que sustenta seu pensamento. Nas considerações finais apresento caminhos abertos pelos estudos realizados na dissertação.
39

O aspecto fônico da língua : uma reflexão sobre o lugar do ouvinte na proposta Saussuriana

Stawinski, Aline Vargas January 2016 (has links)
Il y a cent ans, Ferdinand de Saussure avait été pour toujours inscrit dans l’histoire des sciences. Considéré comme le fondateur de la linguistique que nous connaissons aujourd’hui, l’érudit a acquis une renommée grâce à la publication du Cours de linguistique générale, en 1916, ouvrage qui continue à provoquer l’intérêt des spécialistes du langage, au-delà de sa valeur historique. Parmi de différentes lectures, recherches et découvertes de textes manuscrits, les réflexions du genevois ont donné lieu à la discussion sur la définition de l’objet de la linguistique. Saussure a également été responsable de tracer le chemin pour les futures générations de linguistes, dont la tâche serait, enfin, d’établir des théories et des méthodes qui pensassent la langue comme un objet construit à partir d’un certain point de vue, compte tenu de son fonctionnement sémiologique via la notion de système. Ce travail propose de relire Saussure partant de la matérialité sonore, afin de regarder celle-ci en tant que signifiant linguistique, et ce, en raison de l’historique suppression du fait concret, par le fait abstrait dans des interprétations sur la pensée du genevois. Étant donné le rôle crucial de l’auditeur dans la délimitation des unités linguistiques et son rapport avec la notion de signifiant, on a pour but, ainsi, de réfléchir à la place de l’auditeur dans les propositions de Saussure. Nous nous demandons donc quelle est l’importance de la notion d’auditeur pour la définition de signe linguistique, et dans quelle mesure cette position est insérée dans la réflexion générale de la théorie conçue par Saussure. Pour notre recherche, on utilise principalement le Cours de linguistique générale (2006), les Écrits de linguistique générale (2004) et les manuscrits de Harvard, présents dans Phonétique (1995), une fois que nous sommes aperçus, en lisant ces matériaux, un nombre pertinent de considérations qui renvoient à la position d’auditeur dans la langue. Nos lectures seront guidées par des concepts-clés de la théorie de Saussure, en particulier les notions qui dialoguent directement avec le thème de notre travail, les questions liées au signe, signifiant, sujet parlant, auditeur, valeur et découpage de l’unité. La lecture du corpus de recherche, dans la quête de la place de l’auditeur, nous a permis d’entrevoir l’importance de la forme sonore de la langue dans la réflexion théorique, à partir d’un point de vue qui paraît étroitement lié aux principes généraux de la proposition saussurienne. Nous avons été en mesure de discerner la place cruciale occupée par l’auditeur dans la définition de ce qui peut être pris comme unité linguistique tout en envisageant l’inséparabilité fondamentale entre l’aspect phonique de la langue et la possibilité de la signification. / Há cem anos, Ferdinand de Saussure fora gravado para sempre na história das ciências. Considerado fundador da linguística como hoje a conhecemos, o estudioso ganhou fama graças à publicação do Cours de Linguistique Générale em 1916, obra que continua provocando o interesse de estudiosos da linguagem para muito além do seu valor histórico. Em meio às mais variadas leituras, pesquisas e descobertas de textos manuscritos, as reflexões do genebrino deram lugar à discussão sobre a definição do objeto da linguística e fora responsável por projetar caminhos para as futuras gerações de linguistas, cuja responsabilidade seria a de, enfim, estabelecer teorias e métodos que pensassem a língua como objeto construído a partir de um determinado ponto de vista, considerando seu funcionamento semiológico via noção de sistema. O presente trabalho propõe-se a reler Saussure partindo da materialidade sonora a fim de olhar para seu valor como significante linguístico, em decorrência do constante apagamento do fato concreto em detrimento do fato abstrato realizado por interpretações dos ensinamentos do genebrino. Tem-se como objetivo, assim, pensarmos o lugar do ouvinte na proposta saussuriana, em razão do papel crucial operado por este na delimitação das unidades linguísticas. Nos questionamos, portanto, qual a importância da noção de ouvinte para a definição do signo linguístico, e em que medida esta posição está inserida na reflexão geral da teoria projetada por Saussure. Para nossa investigação, lançaremos mão prioritariamente do Curso de Linguística Geral (2006), dos Escritos de Linguística Geral (2004) e dos manuscritos de Harvard presentes em Phonétique (1995), visto que percebemos, na leitura destes materiais, uma presença significativa de considerações que levam em conta a posição de ouvinte na língua. As leituras serão guiadas por conceitos-chave da teoria saussuriana, em especial às noções que dialogam diretamente com a temática do trabalho, como as questões relacionadas ao signo, significante, falante, ouvinte, valor e recorte da unidade. A leitura do corpus de pesquisa à procura do lugar do ouvinte permitiu-nos vislumbrar a importância da forma sonora da língua na reflexão teórica a partir de um ponto de vista que mostra-se estritamente vinculado aos princípios gerais da proposta saussuriana. Foi-nos possível divisar o lugar crucial ocupado pelo ouvinte para a definição do que pode ser tomado como unidade linguística, vislumbrando a indissociabilidade fundamental entre o aspecto fônico da língua e a possibilidade da significação.
40

Quando falar e ouvir é apropriar-se : uma reflexão sobre apropriação de línguas estrangeiras à luz da teoria saussuriana

Gomes, Janaína Nazzari January 2016 (has links)
Qu‟est-ce qui fait en sorte que l‟on devienne parlants et auditeurs d‟une langue étrangère ? Voici la question qui suscite cette étude. Dans ce travail, la recherche sur le processus d‟appropriation de langues étrangères prend comme point de départ l‟héritage théorique laissé par Ferdinand de Saussure, dont les réflexions sur la linguistique moderne ont été rendues publiques dans le Cours de Linguistique Générale (1916), oeuvre relue dans cette étude à la lumière des Écrits de Linguistique Générale (2002) et du manuscrit Phonétique (1995). Le linguiste genevois ne s‟est pas penché spécifiquement sur l‟étude de l‟appropriation de langues étrangères ; sa théorie pourtant, qui débute avec l‟étude de plusieurs langues (idiomes) pour déclencher dans la notion de langue (comme système), nous fournit les bases pour entreprendre des glissements théoriques ayant pour but l‟élaboration d‟une réflexion qui explique le processus linguistique de prise de contact avec des langues étrangères. Nous commençons alors notre parcours avec les concepts de langue et de parole pour, ensuite, développer d‟autres importants construits théoriques présents dans l‟ouvrage saussurien tout en essayant de comprendre l‟appropriation de langues étrangères : il s‟agit de l‟aspect phonique et des procédures analogiques. Nous nous dévouons ainsi à l‟étude de nombreuses dimensions de l‟aspect phonique de la langue, ce qui comprend des réflexions sur l‟appropriation du système des sons ainsi que sa production. Dans ce sens, le phonique s‟est révélé comme l‟instance qui instaure la nécessité d‟un parlant devenir également auditeur de la langue cible. Nous avons donc observé l‟importance qu‟a, pour l‟appropriation, que le parlant s‟aperçoive acoustiquement des unités phonologiques de la langue cible pour alors être capable de les produire. Quant à l‟analogie, ce mécanisme linguistique prend place dans ce travail pour se révéler assez présent dans l‟expression de parlants de langues étrangères, ce qui le rend, peut-être, le mécanisme le plus clair de l‟appropriation. En effet, les signes créés en langue étrangère grâce à l‟analogie sont déjà situés dans la langue cible puisque la perception et la réallocation des unités de la langue étrangère sont évidentes dans les formes créées et, ce, malgré les traits de la langue maternelle que nous pouvons y voir. Ces productions, fruits du trésor linguistique de chaque parlant (CLG), sont toujours inédites et, pour cela, constitutivement singulières, caractéristique qui nous permet de proposer la notion d‟appropriation. Ce processus de rendre propre – à chaque nouvel état de langue, c‟est-à-dire, à chaque prise de connaissance de nouvelles formes linguistiques –, c‟est bien ce qui caractérise le processus d‟appropriation d‟une langue étrangère. / O que faz com que nos tornemos falantes e ouvintes de uma língua estrangeira? Tal é a questão que suscita o estudo que ora apresentamos. Neste trabalho, a pesquisa acerca do processo de apropriação de línguas estrangeiras adota como ponto de partida teórico o legado deixado por Ferdinand de Saussure, cujas reflexões sobre o que veio a ser a linguística moderna foram tornadas públicas no Curso de Linguística Geral (1916), obra que é, neste trabalho, relida à luz dos Escritos de Linguística Geral (2002) e do manuscrito Phonétique (1995). Embora o linguista de Genebra não tenha se dedicado ao estudo sobre apropriação de línguas estrangeiras, sua teoria, que partiu do estudo de várias línguas (idiomas) para despontar na ideia de língua (enquanto sistema), fornece-nos as bases teóricas necessárias para o empreendimento de deslocamentos que visam à elaboração de uma reflexão que explique o processo linguístico de entrada em contato com línguas estrangeiras. Iniciamos, então, nosso percurso com o estudo sobre os conceitos de língua e de fala, para, em seguida, desenvolvermos outros importantes construtos teóricos presentes na obra saussuriana à luz da apropriação de línguas estrangeiras: trata-se do aspecto fônico e dos procedimentos analógicos. Dedicamo-nos, assim, ao estudo de várias dimensões do aspecto fônico da língua, que engloba reflexões sobre a percepção e a produção de seu sistema de sons. Nesse sentido, o fônico revelou-se como a instância que instaura a necessidade de um falante tornar-se também ouvinte da língua-alvo. Vimos, pois, a importância, para a apropriação, de que o falante perceba as unidades fônicas da língua-alvo, para, somente então, conseguir produzi-las. Já a analogia, por sua vez, entra em nosso trabalho por mostrar-se deveras recorrente na expressão de falantes de línguas estrangeiras, revelando-se, em nossa pesquisa, o mecanismo mais claro da apropriação. Os signos criados em línguas estrangeiras, em razão do mecanismo analógico, apesar de apresentarem traços de língua materna, mostram-se situados na língua- alvo, já que fica evidente a percepção e a realocação de suas unidades nas novas formas criadas. Tais produções, por serem fruto do tesouro linguístico de cada falante (CLG), são sempre inéditas e, por isso, constitutivamente singulares; nesta singularidade reside a noção que propomos de apropriação. Com efeito, é esse tornar próprio – nesse novo estado de língua, que se produz cada vez em que conhecemos novas formas linguísticas – que caracteriza o processo de apropriação de uma língua estrangeira.

Page generated in 0.0833 seconds