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Vestígios do processo de medicalização da vida na atenção básicaAmaral Júnior, Alpheu Ferreira do January 2017 (has links)
A presente dissertação aborda a temática da medicalização social a partir da problematização do cuidado, permeado pela noção de promoção à saúde, praticado no âmbito da Atenção Básica pela Estratégia de Saúde da Família e o Núcleo de Apoio à Saúde da Família. A medicalização seria uma forma de poder que atua sobre a população, no âmbito coletivo e individual, a partir de uma certa racionalidade médica imbricada nas estruturas da sociedade que é potente o suficiente para formular noções sobre os comportamentos desviantes que colocariam em risco a saúde bem como propor a adoção de certos modos de vida para serem seguidos individualmente e coletivamente. Para problematizar essa prática, apresento como questão central: como as equipes das unidades de saúde da Atenção Básica, em especial a Estratégia de Saúde da Família e o Núcleo de Apoio a Saúde da Família, direcionam determinadas práticas de cuidado que podem ser posicionadas como processos e estratégias de medicalização da vida dos sujeitos e grupos atendidos? Como material empírico, utilizei narrativas de experiências vividas no dia a dia como trabalhador do Sistema Único de Saúde que atua no Núcleo de Apoio a Saúde da Família. A escolha das histórias narradas ocorreu a partir da minha percepção de que contribuiriam para tratar da temática da medicalização. Buscam apontar marcas do processo de medicalização que almejariam a gestão do corpo social, mesmo quando esse cuidado está arraigado em dispositivos aparentemente contra hegemônicos. / This dissertation approaches the theme of social medicalization, based on the problematization of care permeated by the notion of health promotion, which is practiced in the scope of Primary Care, the Family Health Strategy and the Family Health Support Unit. In order to do so, it presents as a central question: how the teams of the Primary Care health units, especially the Family Health Strategy and the Family Health Support Center, direct certain care practices that can be positioned as medicalization processes and strategies of the lives of the subjects and groups served? In order to explain this issue, I used as narrative material narratives of experiences lived in the day-day of Health Unic System worker who works in the Family Health Support Unit. The choice of stories that are problematized occurred from the author's perception of the power they carried with them to deal with the topic of medicalization. The narratives as a background were used to problematize care in Primary Health Care, mediated by the Family Health Strategy and Family Health Support Unit, with the intention of locating and searching for the brands of the medicalization process, which would aim at the management of the social body, even when such care is rooted in seemingly counter-hegemonic devices. In this research the medicalization was understood as a form of power that acts on the population, in the collective and individual scope, from a certain medical rationality imbricated in the structures of the society that is powerful enough to formulate notions on the deviant behaviors that would put in health risk, as well as proposing the adoption of certain lifestyles to be followed individually and collectively.
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Educação e saúde : cuidado humanizado e formação do agente comunitário de saúdePrestes, Janifer January 2014 (has links)
Este estudo trata de uma pesquisa exploratória, tipo estudo de caso coletivo e teve como objetivo principal identificar o perfil dos agentes comunitários de saúde no município de Novo Hamburgo, desvelando suas necessidades de aprendizagem e suas práticas no desempenho de seu cotidiano profissional relativo às ações na assistência à saúde, contextualizadas aos pressupostos do SUS e de acordo com a realidade territorial e indicadores de saúde do município, a fim de elaborar um protocolo de formação para os mesmos. Para alcançar o objetivo deste estudo foram utilizados os seguintes procedimentos metodológicos: Revisão da literatura, principalmente os preceitos legais; busca de registros institucionais destes sujeitos; aplicação de questionários que tratavam do fazer diário e, entrevista semiestruturada, para pelo menos um representante de cada região onde estão serviços de Saúde da Família implantados. Frente aos resultados entendemos que a prioridade de capacitação será dar a conhecer aos profissionais da rede como um todo a realidade aonde estão inseridos, bem como explicitar a real função que um agente comunitário deve desenvolver. / This study is an exploratory research study, and collective case study aimed to identify the profile of community health workers in the city of Novo Hamburgo, unveiling their learning needs and practices in the performance of their daily work related to claims in health care, contextualized to the assumptions of the SUS and in accordance with the territorial reality and health indicators of the municipality in order to develop a training protocol for the same. To achieve the objective of this study the following methodological procedures were used: Literature, especially the legal precepts; search of institutional records of these subjects; questionnaires that dealt with making daily and semi-structured interview, for at least one representative from each region where services are deployed Family Health. Compared to the results we understand that the priority for training will acquaint the professional network as a whole reality where they live, as well as explain the actual role that a community worker should develop.
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Violência de gênero e necessidades em saúde: limites e possibilidades da estratégia saúde da família / Gender violence and health needs: limitations and possibilities of the Family Health StrategyRebeca Nunes Guedes de Oliveira 12 December 2011 (has links)
Estudo exploratório, com abordagem qualitativa, que teve como objetivo geral compreender os limites e as possibilidades avaliativas no que tange ao reconhecimento e enfrentamento de necessidades em saúde de mulheres que vivenciam violência no espaço de concretização das práticas da Estratégia Saúde da Família (ESF). Foi realizado em uma Unidade Básica de Saúde que opera sob a ESF em São Paulo (SP). Os dados foram coletados por meio de entrevistas em profundidade com vinte e dois profissionais de saúde que compõem as equipes multiprofissionais e com treze mulheres usuárias do serviço que vivenciaram situações de violência de gênero. As entrevistas foram gravadas, transcritas e submetidas à análise de discurso. Os resultados foram analisados segundo as categorias analíticas gênero, violência de gênero e necessidades em saúde. Os resultados revelaram a violência enquanto problema que tem interfaces com o processo saúde doença das mulheres. Entretanto, o fenômeno raramente aparece enquanto uma demanda imediata sendo expressiva como demanda implícita e submersa em outras queixas. Houve o reconhecimento de necessidades relacionadas às condições de vida e o contexto de exclusão social do território; necessidades que remetem à autonomia; medicalização das necessidades em saúde revelando a dicotomia mente-corpo no trabalho em saúde; e necessidades relacionadas à escuta e à criação de vínculos enquanto possibilidade de fortalecimento das mulheres que vivenciam violência. A prática biologicista, ainda hegemônica, limita o campo de ação das práticas profissionais, levando usuárias e profissionais a não reconhecerem os serviços de saúde enquanto possibilidade de apoio e enfrentamento da violência. A medicalização foi constatada enquanto a limitação mais significativa das práticas profissionais. As possibilidades relacionadas ao vínculo propiciado pela lógica de atenção instaurada com a ESF encontram-se ainda cerceadas pelas limitações do modelo biomédico e a ausência de tecnologias específicas para lidar com a violência. Concluiu-se que é premente o reconhecimento da violência enquanto problema cuja atenção deve ser inerente aos serviços de saúde, assim como a tradução das demandas trazidas pelas mulheres nas necessidades que a produziram. O reconhecimento dessas necessidades pressupõe ainda considerar a violência e a subalternidade de gênero como generativos desse processo. O trabalho que qualifica a atenção à saúde das mulheres em situação de violência deve superar o modelo biomédico de atenção, o que implica rever a prática profissional, posto que, na perspectiva da emancipação da opressão das mulheres, o saber crítico sobre as necessidades em saúde como conseqüência da situação de opressão que a abordagem de gênero encerra, constitui um de seus elementos, um dos instrumentos que deve orientar todo o trabalho das práticas profissionais nessa área. / The general objective of this exploratory study with a qualitative approach was to understand the limitations and possibilities of the Family Health Strategy (EFS) to recognize and meet the health needs of women experiencing violence. The study was carried out in a Primary Health Care Unit working within the ESF in São Paulo, SP, Brazil. Data were collected through in-depth interviews with 22 health professionals who compose the multidisciplinary teams and with 13 women who use the service and had experienced violence. Interviews were recorded, transcribed and submitted to discourse analysis. The results were analyzed according to analytical categories of gender violence and health needs. The results revealed that violence is an issue that interfaces with the womens health-disease continuum, although the phenomenon rarely appears as an immediate demand; it rather emerges as an implicit demand underlying other complains. The following was identified: needs related to living conditions and the context on social exclusion; needs related to autonomy; medicalizalization of health needs revealing a dichotomy between body-mind in health care delivery; and the need related to active listening and the establishment of bonds as an alternative to empower women experiencing violence. The biologicist practice is still predominant and limits the field of actions of professional practices, hindering users and professionals the possibility to recognize health services as a space where to seek support to cope with violence. Medicalization was identified as the most significant limitation of professional practices. The possibilities related to bonds enabled by the logic of care delivery established within the ESF are still surrounded by the limitations of the biomedical model and the absence of specific technologies to deal with violence. We conclude that acknowledging violence as a problem whose care should be inherent to the health services is urgent as well as the need to translate the demands of these women into the needs that produce them. Acknowledging these needs requires considering violence and gender subordination as elements that generate such a process. The work that qualifies care delivered to women experiencing violence should overcome the biomedical model. It implies a review of professional practices since, from the perspective of emancipation of womens oppression, critical knowledge concerning health needs as a consequence of oppression implied in gender approach, constitutes one of the instruments that should guide the work of professional practice in this field.
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O cotidiano de trabalho no NASF: percepções de sofrimento e prazer na perspectiva da psicodinâmica do trabalho / The daily work of the SCFH: Suffering perceptions and pleasure from the perspective of work psychodynamicsDebora Dupas Gonçalves do Nascimento 25 March 2015 (has links)
Trata-se de um estudo de caso exploratório, de natureza descritiva e abordagem quanti-qualitativa, que teve por objetivo geral analisar o processo de trabalho dos profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e as possíveis repercussões em sua qualidade de vida no trabalho. O referencial teórico-metodológico foi a hermenêutica dialética, ancorada no marco teórico da Saúde Coletiva. Na fase quantitativa, participaram 76 trabalhadores do NASF da Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina do município de São Paulo, que responderam ao Questionário de Avaliação de Qualidade de Vida Profissional (QVP-35) e ao Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL). Na fase qualitativa, 20 desses trabalhadores foram reunidos em três grupos focais e o material empírico resultante foi submetido à técnica de análise de conteúdo e analisado à luz da Psicodinâmica do Trabalho de Dejours. Os resultados evidenciaram que, de acordo com o QVP-35, a maioria dos trabalhadores considerava-se capacitada para realizar o trabalho, porém a metade apresentava estresse na fase de resistência, de acordo com o ISSL. Os discursos, organizados de acordo com as categorias analíticas sofrimento, prazer e estratégias defensivas, permitiram constatar que a proposta contra-hegemônica do NASF não corresponde às expectativas e às necessidades percebidas pelas equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), o que torna o processo paradoxal e gerador de desgaste e sofrimento para os trabalhadores. O sofrimento relaciona-se ao trabalho real vs. o trabalho prescrito; à resistência a proposta do NASF e à incompreensão de seu papel; à cultura imediatista e curativa do usuário, da ESF e da gestão; ao perfil dos trabalhadores, à sobrecarga e à identificação com o trabalho; às relações interpessoais e o trabalho em equipe; à sensação de não pertencimento, à falta de infraestrutura e à violência e à vulnerabilidade do território. O prazer decorre da identificação com a proposta do NASF e o reconhecimento pelo trabalho; da interdisciplinaridade, do trabalho em equipe e da educação permanente em saúde. As estratégias defensivas foram mais individuais que coletivas: os trabalhadores buscam fortalecer-se enquanto grupo, mas também procuram restringir-se ao que é específico de sua categoria profissional; fazer o melhor, reconhecendo os próprios limites; desenvolver habilidades interpessoais e de comunicação. Conclui-se que a recente proposição do NASF no âmbito das políticas públicas voltadas para o fortalecimento da Atenção Básica apresenta um grande potencial de mobilização e qualificação das ações e intervenções no contexto da ESF, no entanto, é possível identificar uma contradição dialética entre suas premissas de base teórica-ideológica e ético-política e a efetivação da proposta na realidade concreta do trabalho em saúde. / This is an exploratory case study of descriptive and quantitative-qualitative approach with the main objective to analyze the work process of professionals in the Support Center for Family Health (SCFH) and the possible impact on their quality of life at work. The theoretical and methodological framework was the hermeneutic dialectics, anchored in the theoretical framework of Collective Health. In the quantitative phase, participants included 76 SCFH workers from the Primary Health Care Santa Marcelina in the city of São Paulo, who answered the Professional Quality of Life Assessment Questionnaire (QVP-35) and the Inventory of Stress Symptoms for Adults of Lipp (ISSL). In the qualitative phase, 20 of these workers were divided into three focus groups and the resulting empirical material was submitted to the content analysis technique and analyzed based on the Psychodynamics of Work by Dejours. The results showed that, according to the QVP-35, the majority of workers considered themselves qualified to do the work, however half were in the stress resistance phase, according to the ISSL. The responses, organized according to the analytical categories, suffering, pleasure and defensive strategies, showed evidence that the counter-hegemonic proposal of SCFH does not meet the expectations and needs, perceived by the Family Health Strategy (FHS) teams, thus making the process paradoxical, fatiguing and causing undue suffering for these workers. This suffering is related to the actual work vs. the prescribed work; resistance to the proposal of SCFH and the misunderstanding of their roles; the immediate culture and curative of the user, the FHS and management; profile of the workers, overload and identification with the work; interpersonal relationships and teamwork; the feeling of not belonging, lack of infrastructure and the violence and the vulnerability of the territory. The pleasure derives from the identification with the proposal of SCFH and the recognition of work; interdisciplinarity, teamwork and continuing with health education. Defensive strategies were more individual than collective: workers seek to strengthen as a group, but also seek to restrict themselves to what is specific to their professional category; to do their best, recognizing their own limits; develop interpersonal and communication skills. It can be concluded that the recent SCFH proposition, in the context of public policies aimed at strengthening Primary Care, has great potential for the mobilization and qualification of actions and interventions in the context of the FHS, however, it is possible to identify a dialectical contradiction between its assumptions of theoretical-ideological and ethical-political base and the effectiveness of the proposal in the concrete reality of work as related specifically to health work
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Educação e saúde : cuidado humanizado e formação do agente comunitário de saúdePrestes, Janifer January 2014 (has links)
Este estudo trata de uma pesquisa exploratória, tipo estudo de caso coletivo e teve como objetivo principal identificar o perfil dos agentes comunitários de saúde no município de Novo Hamburgo, desvelando suas necessidades de aprendizagem e suas práticas no desempenho de seu cotidiano profissional relativo às ações na assistência à saúde, contextualizadas aos pressupostos do SUS e de acordo com a realidade territorial e indicadores de saúde do município, a fim de elaborar um protocolo de formação para os mesmos. Para alcançar o objetivo deste estudo foram utilizados os seguintes procedimentos metodológicos: Revisão da literatura, principalmente os preceitos legais; busca de registros institucionais destes sujeitos; aplicação de questionários que tratavam do fazer diário e, entrevista semiestruturada, para pelo menos um representante de cada região onde estão serviços de Saúde da Família implantados. Frente aos resultados entendemos que a prioridade de capacitação será dar a conhecer aos profissionais da rede como um todo a realidade aonde estão inseridos, bem como explicitar a real função que um agente comunitário deve desenvolver. / This study is an exploratory research study, and collective case study aimed to identify the profile of community health workers in the city of Novo Hamburgo, unveiling their learning needs and practices in the performance of their daily work related to claims in health care, contextualized to the assumptions of the SUS and in accordance with the territorial reality and health indicators of the municipality in order to develop a training protocol for the same. To achieve the objective of this study the following methodological procedures were used: Literature, especially the legal precepts; search of institutional records of these subjects; questionnaires that dealt with making daily and semi-structured interview, for at least one representative from each region where services are deployed Family Health. Compared to the results we understand that the priority for training will acquaint the professional network as a whole reality where they live, as well as explain the actual role that a community worker should develop.
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Aprazamento das visitas domiciliares dos agentes comunitários de saúde a partir do olhar da equidade / Scheduling of home visits by Community Health Workers from the perspective of equityRenata Casagrande Guzella 15 December 2015 (has links)
Introdução: A Estratégia de Saúde da Família, a partir de 2009, se tornou a principal proposta de modelo de Atenção Primária no Brasil. Tem ocupado uma posição de centralidade no sistema de saúde, não só como porta de entrada, mas também como coordenadora do cuidado. Através da estruturação deste nível de atenção há maior possibilidade de efetividade e equidade nos serviços de saúde. Este estudo foi realizado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da Zona Leste do município de São Paulo com um quantitativo de famílias maior do que o preconizado pelos documentos oficiais. Objetivo Geral: Propor critérios para priorizar a realização das visitas domiciliarias dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) a partir da identificação da vulnerabilidade familiar. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso, em que os dados foram coletados do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) para aplicação da Escala de Risco Familiar de Coelho- Savassi. Posteriormente, os dados foram tabulados no Programa do Software Microsoft Excel® e analisados após a criação de um escore, que sistematizou a dimensão quantitativa e qualitativa das necessidades desta população. A partir do referencial teórico da equidade, foi sugerido um aprazamento das visitas domiciliares (VD) dos ACS considerando as vulnerabilidades familiares apresentados e posteriormente, foi produzido uma ferramenta para o planejamento das visitas nas diferentes realidades. Neste estudo, o termo risco foi interpretado como vulnerabilidade dado que a escala considera, além das perspectivas epidemiológicas, os aspectos voltados para as condições sociais de vida dos sujeitos. Resultados: A população atendida por esta UBS é 2611 famílias com 9265 pessoas, em que 97,5% são dependentes exclusivamente do SUS. A totalidade das famílias foi avaliada sendo que, 1350 (52%) apresentaram risco familiar habitual (R0), 599 (23%) foram classificadas com risco baixo (R1), 341 (13%) risco médio (R2) e 321 (12%) risco alto (R3). A Equipe 1 apresentou maior número de famílias em risco em comparação com a Equipe 2, evidenciando a heterogeneidade dentro da mesma UBS, padrão que se repetiu ao analisar as microáreas separadamente. Por exemplo, a microárea 3 apresentou maior proporção de famílias classificadas com maior risco, diferentemente da microárea 7, que tem a menor quantidade de famílias e menor proporção de risco familiar. Assim, partindo das singularidades, foram propostos cinco clusters de microáreas para diferentes aprazamentos de visita. Os cronogramas tiveram o tempo fixado em trinta minutos por VD, não ultrapassando a 101 horas mensais para esta atividade, e sendo fixadas em visitas quinzenais para as famílias em R3. A fim de reproduzir este estudo nas diferentes realidades, uma planilha no Software Microsoft Excel® está disponibilizada para a realização do aprazamento das visitas domiciliares a partir dos distintos riscos familiares. Conclusões: Para um atendimento que respeite o princípio do SUS da equidade, é necessário identificar as condições de vulnerabilidade das famílias para o enfermeiro planejar em conjunto com o ACS as visitas domiciliares, de forma a atender as necessidades de saúde da população considerando as várias dimensões individuais e coletivas do processo saúdedoença. / Introduction: The Family Health Strategy, since 2009, became the main proposal for primary care model in Brazil. It has occupied a position of centrality in the health system, not only as a gateway but also as care coordinator. Through the organization of this level of attention there is a greater chance of effectiveness and equity in health services. This study was conducted in a primary care unit (PCU) in eastern São Paulo area with a number of families higher than recommended by official documents. General Objective: To develop criteria for prioritizing Community Health Workers (CHW) from the identification of familial risk. Methodology: This was a case study, in which data were collected from the Primary Care Information System (PCIS) for implementation of the Coelho-Savassis Family Risk Scale, tabulated in Microsoft ExcelTM program and analyzed after the creation of a score, which systematized the quantitative and qualitative dimension of the needs of this population. From the theoretical framework of equity, it was suggested the scheduling of home visits (HV) of the ACS considering the risks presented family and later was made a tool for planning visits in the different realities. In this study, the term \"risk\" was interpreted as vulnerability for the scale to consider, addition to the epidemiological perspective, the targeted aspects as social living conditions of the subjects. Results: The population served by this PCU were 2,611 families with 9,265 people, of which 97.5% depends exclusively of the public health system. All of the families were assessed and, in 1,350 (52%) the family risk was usual (R0), 599 (23%) were classified as low risk (R1), 341 (13%) as medium risk (R2) and 321 (12 %) as high risk (R3). Team 1 had more risk in families compared to Team 2, showing the heterogeneity within the same PCU pattern that was repeated to analyze the micro areas separately. For example, the micro area 3 showed a higher proportion of families classified as high risk, unlike micro-area 7, which has the smallest number of households and smaller proportion of familial risk. Thus, based on the singularities we proposed five clusters of micro areas for different scheduling visit. Schedules have time set at thirty minutes per VD, not to exceed 101 hours per month for this activity, and biweekly visits for families in R3. In order to reproduce this study in the different realities, a Microsoft ExcelTM spreadsheet is available to carry out the scheduling home visits from different family risks. Conclusions: For a service that respects the Unified Health Systems principle of equity, its important to identify the risks and the most vulnerable families for nurses to plan together with the CHW home visits in order to meet the health needs of the population considering the various individual and collective dimensions of the health- disease process.
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A estratégia de saúde da família em sua micropolítica: um estudo de caso sobre a Humanização nos processos de trabalho / Family Health Strategy in its micropolitics: a case study about Humanization in work processesLucas Vinco de Oliveira Campos 29 July 2011 (has links)
A temática deste estudo trata do trabalho cotidiano produzido em uma equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF), na perspectiva da humanização, como disposta da Política Nacional de Humanização (PNH). Foi desenvolvido junto a todos os trabalhadores de uma equipe de ESF do município de Ribeirão Preto - São Paulo, com os objetivos de mapear os modos de produção e captura dos movimentos de humanização que se constituem na micropolítica do processo de trabalho desta equipe, interpretar as práticas no trabalho da ESF considerando as dimensões constituídas nos temas fundamentais da PNH e analisar os modos de produção das realidades/subjetividades no contexto da ESF que podem ser incorporativas de humanização. Constituiu-se um estudo de abordagem qualitativa, caracterizado como estudo de caso, utilizando a cartografia como método de pesquisa. Optou-se pela observação participante como instrumento para a coleta de dados. Através das análises dos dados foi possível identificar que os processos de humanização ainda encontram resistências. As possibilidades de mudanças anunciadas pela PNH, no que tange à autonomia, criatividade, responsabilização e trabalho em equipe, encontram-se atravessadas por linhas de força historicamente instituídas, como policiamento, hierarquia verticalizada, fragmentação do processo de trabalho, primazia do saber científico, isolamento, burocratização e desarticulação política, tanto nas relações estabelecidas entre os trabalhadores, quanto entre trabalhadores e usuários. Como consquência de tais atravessamentos, estas relações constituem-se enquanto relações de poder. A partir disso, pode-se perceber, por vezes, a produção de apatia e o sentimento de desvalorização, principalmente entre os trabalhadores de nível médio, e de impotência, entre os de nível superior. No entanto, os temas fundamentais da PNH se produzem em algumas brechas da instituição. Ainda que pontualmente marcados, em espaços não considerados oficiais dentro da equipe, que nas análises foram identificados como estando do lado de fora, em guetos, observaram-se intervenções de alguns trabalhadores em que emergiam principalmente a criatividade e autonomia. Estes momentos apontam que há muita potência para a produção do cuidado humanizado no conhecimento informal, no acúmulo de experiência dos trabalhadores e nos momentos de proximidade com os usuários. Faz-se necessário, portanto, um uso dos espaços institucionais que vise a inclusão, em todo o processo de trabalho cotidiano da equipe, destes movimentos de humanização, para que seja possível, assim, articular autonomia e criatividade com a responsabilização dos seus agentes, e a inserção efetiva no trabalho em equipe. / The subject of this study regards the daily work performed by a team in Family Health Strategy (FHS), in the perspective of humanization, as provided by the Humanization National Policy (HNP). It was carried out by workers of a FHS team from the region of Ribeirão Preto - São Paulo, aiming to map out the ways of producing and capturing the humanization movements that are established in micropolitics of this team\'s work process, to interpret the FHS\' work practices considering the dimensions founded in the HNP fundamental subjects, and to analyze the modes of production of realities/subjectivities in the FHS\' context that may incorporate humanization. A study of qualitative approach was carried out, which was characterized as a case study, using cartography as a research method. Participant observation was used as a tool for data collection. Through the data analyses it was possible to identify that humanization processes still find resistance. The possibilities for change announced by the HNP - those that regard autonomy, creativity, responsibilization, and team work - are crossed by lines of force that are historically instituted, such as monitoring, vertical hierarchy, fragmentation in work process, primacy of scientific knowledge, isolation, bureaucratization, and political disarticulation, both in established relations among workers and among workers and users. As a consequence of such intersections, these relations stand as power relations. Hence, what can sometimes be seen is the feeling of apathy and belittling, especially among high school leveled workers, and that of powerlessness among workers with higher educational level. However, the HNP\'s fundamental topics are produced in some gaps of the institution. Although accurately pointed out, in settings that were considered to be unofficial inside the team, which were identified in the analyses as being outside, in ghettos, some workers\' interventions were observed from which mainly creativity and autonomy came out. Those moments show that there is a lot of power for the production of humanized care within informal knowledge, in the workers\' experience accumulation and in moments of closeness to the users. It is necessary, hence, that institutional settings are used aiming inclusion along all daily team process of these humanization movements, so that it is possible, thus, to articulate autonomy and creativity with their agents\' responsibilization and the effective insertion in team work.
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A contribuição do programa nacional de melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica (PMAQ-AB), no processo de trabalho das equipes de saúde da família / The contribution of national program of improvement of access and quality of basic care (PMAQ-AB), on work process of family health staffsBertusso, Francielle Regina 14 July 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-07-14 / Basic care (AB) is the main entrance for Sistema Único de Saúde (Brazil’s public health system) and must guide care on other levels of the system. In 2011, Brazilian Ministry of Health launched PMAQ-AB- Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (National program for improvement of access and quality to basic care) with the intention of promoting changes in the working process of basic care staff to make it more efficient and accurate. PMAQ-AB has three stages: admission and contracting; external assessment and qualification; and re-contracting, as well as a transverse development axis which contains: self-assessment, monitoring of indicators, ongoing training, institutional support and horizontal cooperation. A complete cycle average duration is two years and, since its creation, there were two complete cycles – 2012/2013 and 2014/2015 – while the third, ongoing, started in 2016. At Parana state’s tenth regional section of public health, 27 staffs of ESF - Estratégia de Saúde da Familia (Family health strategy program), participated in the two first cycles. Present field and document research, aims at analyzing possible changes occurred in the working process of ESF staffs who took part in the first and second cycles PMAQ-AB, in cities covered by the same Regional section of public health. To all universities that participated in the gathering of data at this stage of the program, it was possible to use the data bank of external assessments, on which the documental part of this research based itself. Field research consisted of a semi-structured interview with 21 ESF professionals who participated in the two first cycles of the programs. Quantitative data were analyzed according to simple descriptive statistics while the analysis of qualitative ones considered their content. Results showed both positive and negative effects of the program. As positive changes, it is possible to mention a better comprehension on PMAQ by basic care staffs, which reduced distress after external assessment process; organizing and registration of information generated by the staff; territorializing area of influence; scheduled client service and reception. However, when it comes to protocol use; staff meetings and local planning, very few changed. The adoption of PMAQ-AB, mostly results from the fact that it is linked to transfers of Federal funds to the cities, which represents an important input of funds to basic care, then it must be kept as well as expanded. The suggestion, therefore, is that there is bigger involvement of the staffs on the process of contracting of indicators alongside with new empirical studies. These should collate secondary data with field research data, to identify both convergent and different points and to reassess aspects of the program itself. / A Atenção Básica (AB) é a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) e deve ser a ordenadora do cuidado nos outros níveis do sistema. Em 2011, o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), com o objetivo de induzir mudanças nos processos de trabalho das equipes de AB, visando qualificar a atenção. O Programa possui três fases: adesão e contratualização; avaliação externa e certificação; e recontratualização, além de um eixo transversal de desenvolvimento que compreende: autoavaliação, monitoramento de indicadores, educação permanente, apoio institucional e cooperação horizontal. Um ciclo completo possui duração média de dois anos e desde sua criação foram realizados dois ciclos completos – 2012/2013 e 2014/2015 – e o terceiro, em curso, iniciou-se em 2016. Na 10ª Regional de Saúde do Paraná, 27 equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF), participaram dos dois primeiros ciclos. A presente pesquisa, de natureza documental e de campo, tem como objetivo geral analisar as possíveis mudanças ocorridas no processo de trabalho das equipes da ESF que participaram do primeiro e do segundo ciclos do PMAQ-AB, em municípios da 10ª Regional de Saúde do Paraná. Para a pesquisa documental, utilizaram-se os bancos de dados das avaliações externas, disponibilizados para as universidades que participaram da coleta de dados nesta fase do programa. A pesquisa de campo foi realizada por meio de entrevista semiestruturada com 21 profissionais de ESF, que participaram dos dois ciclos e aceitaram fazer parte da pesquisa. Os dados quantitativos foram analisados com base na estatística descritiva simples e os qualitativos, na análise temática de conteúdo. Os resultados indicam continuidades e mudanças induzidas pelo Programa. As mudanças positivas estão relacionadas a uma melhor compreensão do PMAQ, por parte das equipes de AB, o que reduziu o desconforto com o processo de avaliação externa; organização e registro das informações geradas pela equipe; territorialização da área de abrangência; agenda programada e acolhimento, mas pouco avançou em termos de uso de protocolos; reunião de equipes e planejamento local. A adesão ao PMAQ-AB, em grande medida, resulta de sua vinculação ao repasse de recursos do Governo Federal para os municípios, o que representa um importante aporte de recursos à AB, devendo, portanto, ser mantido e ampliado. Sugere-se, assim, um maior envolvimento das equipes no processo de contratualização dos indicadores e a realização de outros estudos empíricos, que cotejem os dados secundários com dados de pesquisa de campo, para identificar as convergências e divergências, bem como para contribuir com a reavaliação de aspectos do próprio Programa.
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A FAMÍLIA COMO CENÁRIO DE CUIDADO FORMAL: como os enfermeiros percebem o seu cuidado à família na Estratégia Saúde da Família? / THE FAMILY AS A FORMAL CARE SETTING: how the nurses realize family care in the Family Health Strategy?Aragão, Mónica Andréa Miranda 12 September 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-09-12 / The nurses of the Family Health Strategy should build with families in a cooperative relationship - professional / family, based on a theoretical grounding, allied the technological and scientific knowledge with observation skills, communication and intuition. Aimed to with this work understanding the practice of nurses of the Family Health Strategy in family care. This is a descriptive study with a qualitative approach, done in eight basic health units, with nurses of the Family Health Strategy. The semi-structured interview was used. The data collection survey was conducted in the period February to May 2014, with analysis of data from the thematic analysis. After analytical-reflective process of interviews, emerged 640 (six hundred and forty) nucleus of meaning, which have been grouped into seventeen (17) provisional themes and 03 (three) final themes: knowing the families served; featuring your work process in the family health strategy; and taking care of the family on the family health strategy. These themes reflect that nurses know the characteristics of families served, a fact that helps the family in the care process. Featuring the work process in the strategy as a reflection of the guidelines recommended by the Ministry of Health, but with little effectiveness in caring for families served. Conceptualize the family as a group of people united by kinship or not, who perceive themselves as a family, that have common objectives and mutually care if. The family care despite believing that exceeded the model and focusing on individuals who can take care of the family as the context of health and disease, do not have the methodologies for assessment and intervention of families do not know and do not use this for care tools, focus is the individual in the family; reported that family care is not put into practice due to structural problems, such as lack of car for home visits, view this as a major tool for approaching families. Show that they feel frustrated and distressed for not realizing their professional value and recognition of their work on strategy. It is concluded that formal care practiced by nurses to families, requires a reflection on what is actually working toward families, adopting methodological strategies for the effective planning of actions directed to the care of families. / O enfermeiro da Estratégia Saúde da Família deve construir com as famílias um relacionamento cooperativo profissional/família, aliando os conhecimentos científicos e tecnológicos às habilidades de observação, comunicação e intuição. Objetivou-se com este trabalho compreender como os enfermeiros da Estratégia Saúde da Família percebem seu cuidado familiar. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, feito em oito unidades básicas de saúde, com oito enfermeiros da Estratégia Saúde da Família. Foi utilizada a entrevista semi-estruturada. A coleta de dados foi realizada no período de fevereiro a maio de 2014, com análise dos dados a partir da Análise Temática. Após processo analítico-reflexivo das entrevistas, emergiram 640 (seiscentos e quarenta) núcleos de sentido, que foram agrupados em 17 (dezessete) temas provisórios e 03 (três) temas definitivos: conhecendo as famílias atendidas; caracterizando seu processo de trabalho na Estratégia Saúde da Família; e cuidando da família na Estratégia Saúde da Família. Estes temas refletem que os enfermeiros conhecem as características das famílias atendidas, fato que auxilia no processo do cuidado. Interpretam o seu processo de trabalho na estratégia como um reflexo das diretrizes preconizadas pelo Ministério da Saúde, porém com pouca efetividade no cuidado às famílias atendidas. Conceituam família como um grupo de pessoas unidas por laços de parentesco ou não, que se percebem como família, que possuem objetivos comuns, e que se cuidam mutuamente. Apesar de acreditarem que ultrapassaram o modelo centrado no indivíduo e que conseguem cuidar da família como contexto de saúde e doença, não apresentam as metodologias aplicadas para avaliação e intervenção das famílias, não conhecem e não utilizam ferramentas paras esse cuidado, o foco é o indivíduo na família; relatam que o cuidado à família não é colocado em prática devido às dificuldades estruturais, como a falta de carro para visita domiciliar, esta vista como uma das principais ferramentas para abordagem às famílias. Evidenciam que sentem-se frustrados e angustiados por não perceberem seu valor profissional e reconhecimento de seu trabalho na estratégia. Conclui-se que o cuidado formal praticado pelo enfermeiro às famílias, necessita de uma reflexão acerca do que é realmente o trabalho voltado para as famílias, com adoção de estratégias metodológicas para o efetivo planejamento de ações direcionadas para o cuidado às famílias.
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O trabalho do agente comunitário de saúde: concepções de profissionais e usuários / The work of Community Health Agents: the conceptions of workers and clients.Viviane Milan Pupin Andrade 20 June 2013 (has links)
O Agente Comunitário da Saúde (ACS) compõe a equipe mínima da Estratégia Saúde da Família e teve sua profissão reconhecida recentemente. Tem como especificidades o fato de atuar na mesma comunidade em que vive e não ter como exigência para o ingresso na profissão a conclusão prévia de curso técnico na área da saúde. O presente estudo teve como objetivo analisar as concepções de usuários e profissionais da equipe mínima da Estratégia Saúde da Família a respeito do trabalho do ACS. Trata-se de um estudo descritivo que utilizou o método qualitativo em pesquisa. Foram realizadas no contexto de duas Unidades de Saúde da Família: 1) entrevistas semiestruturadas com dezoito usuários e com sete profissionais (dois médicos, duas enfermeiras, duas auxiliares de enfermagem e uma dentista); 2) observações participantes, ao longo de seis meses, do trabalho do ACS especialmente das visitas domiciliares e das reuniões de equipe. O material da pesquisa, composto pelas transcrições das entrevistas e pelos registros das observações participantes, foi analisado através dos princípios da Análise de Conteúdo Temática, que possibilitou a descrição de dois temas: \"Processo de trabalho do Agente Comunitário de Saúde\" e \"Identidade do Agente Comunitário de Saúde: origem e formação de um trabalhador em suas especificidades\". A análise apontou que o \"processo de trabalho\" do ACS, segundo as concepções de profissionais e usuários, encontra-se centrado na realização das visitas domiciliares, que tem como finalidades: levar informações aos usuários, entregar produtos e/ou serviços a domicílio, escutar o usuário e fiscalizar o cumprimento de prescrições. Destacamos o predomínio, na perspectiva dos participantes, de uma concepção das visitas domiciliares centrada em uma prática individual, que focaliza os aspectos técnicos do trabalho em saúde e, portanto, reducionista. Além disso, a inserção do ACS em outras atividades laborais, como grupos com a comunidade e participações em reuniões de equipe, dá-se com o intuito de que o mesmo aprenda conteúdos e práticas do trabalho em saúde, ou seja, o \"saber/fazer\", apontando para uma desvalorização deste profissional em suas especificidades. Apesar dos participantes referirem à origem comunitária do ACS como forma de compartilhar vivências com os usuários da ESF, valoriza-se o conhecimento biomédico como viabilizador de práticas do ACS e como meio de diferenciá-lo de um \"leigo\". Deste modo, o estudo permitiu descrever e refletir acerca das contradições que perpassam o processo de trabalho do ACS e a construção de sua identidade profissional, bem como a captura do trabalho do ACS pela lógica reducionista/biomédica e a consequente desvalorização de tal profissional em suas especificidades. Apontamos a importância do resgate dos fundamentos filosóficos que possibilitaram a inserção do ACS enquanto um profissional da saúde no intuito de ressaltar suas especificidades e valorizá-las no seu fazer cotidiano, recuperando, assim, sua atuação comunitária/política e reconfigurando o lugar/papel do ACS na equipe e na comunidade em que atua. / The Community Health Agent (CHA) is a member of the minimal composition of the Family Health Team, whose profession has been recently acknowledged. The specificities of CHAs are that they must work in the same community in which they live, and that it is not necessary for them to complete any technical health course. The objective of the present study was to analyze the conceptions of workers and clients of the Family Health Team, in its minimal composition, regarding the work of the CHA. This descriptive study was performed using a qualitative research method. The following activities were performed within the environment of two Family Health Units: 1) semi-structured interviews with eighteen clients and seven workers (two physicians, two nurses, two nursing aides and one dentist); 2) participant observation of the CHA\'s work for six months, particularly of home visits and team meetings. The research material, comprised of the transcribed interviews and the records from the participant observations, was analyzed according to the principles of Thematic Content Analysis, which enabled the description of two themes: \"The Working Process of the Community Health Agent\" and \"The Identity of the Community Health Agent: the origin and development of a worker considering particular specificities\". The analysis revealed that the \"working process\" of the CHA, according to the conceptions of workers and clients, currently focuses on performing home visits, which aim at: bringing information to clients, delivering products and/or services at home, listening to the client, and supervising the clients\' compliance to drug treatments. We highlight the predominance, from the participants\' perspective, of a conception of home visits centered on an individual practice, focused on the technical aspects of health work; hence, reductionist. Furthermore, the inclusion of the CHA in other work activities, such as community groups and their participation in team meetings, occurs with the purpose of offering the CHA the chance to learn contents and practices of health work; i.e., the \"know/do\", which reveals an undervaluing of this profession and its particular specificities. Although the participants referred to the CHA being from the community originally as a way to share the experiences of the FHT clients, biomedical knowledge is valued as the foundation of the work of the CHA, and as the factor that differentiates a CHA from ordinary \"laymen\". Therefore, the present study permitted to describe and reflect upon the contradictions that permeate the working process of the CHA, and the construction of the professional identity of the CHA. Furthermore, this study allowed understanding the work of the CHA from the reductionist/biomedical rationale and the consequent undervaluation of this profession and its specificities. We highlight it is important to recover the philosophical foundations that allowed including the CHA as a health professional with the purpose to outline the specificities of this profession and value them in everyday practice, thus rescuing their community/political participation and reestablishing the position/role of the CHA in the team and community in which they work.
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