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Utilização de psicofármacos pela população geral residente na região metropolitana de São Paulo / Psychotropic medication utilization in the general population resident in the metropolitan area of São PauloCampanha, Angela Maria 17 March 2015 (has links)
INTRODUÇÃO: Os transtornos psiquiátricos são altamente prevalentes e têm sido associados ao maior uso de serviços e de medicamentos. Entretanto resultados do World Health Organization (WHO) World Mental Health (WHM) Surveys, conduzidos em diversos países, têm apresentado baixas prevalências de uso de psicofármacos entre sujeitos com diagnóstico de transtornos psiquiátricos no ano anterior à entrevista. OBJETIVOS: Estimar a prevalência, o padrão, e os fatores associados ao uso de psicofármacos em amostra da população geral e entre sujeitos com diferentes diagnósticos para doenças psiquiátricas, de acordo com DSM-IV. MÉTODOS: Os dados são provenientes do São Paulo Megacity Mental Health Survey (SPMHS), segmento brasileiro do estudo World Mental Health Survey (WMH survey). O WMH survey é uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Universidade de Harvard e Universidade de Michigan, que vem sendo realizada em mais de 28 centros de pesquisa no mundo. O São Paulo Megacity Mental Health Survey é um estudo de corte transversal, de base populacional, desenhado para avaliar a morbidade psiquiátrica em uma amostra representativa da população geral, com 18 anos ou mais, residentes na Região Metropolitana de São Paulo. Uma amostra de 5.037 indivíduos (taxa de resposta: 81,3%) foi entrevistada por leigos treinados, utilizando a versão do Composite International Diagnostic Interview para o World Mental Health Survey, elaborado para gerar diagnósticos de acordo com o DSM-IV. O foco do presente estudo foi uma subamostra de 2.935 entrevistados, os quais foram avaliados com a versão longa da entrevista e que foram questionados sobre psicofármacos prescritos no ano anterior à entrevista para \"problemas com emoções, nervos, saúde mental, uso de substâncias, energia, concentração, sono ou a capacidade de lidar com o estresse\". Os dados foram ponderados para ajustar a subamostragem dos não casos dessa subamostra e para ajustar as discrepâncias residuais entre as distribuições amostrais e populacionais de uma série de variáveis sociodemográficas, garantindo, assim, a representatividade dessa subamostra. RESULTADOS: Apenas 6,13% dos respondentes relataram o uso de psicofármacos no ano anterior à entrevista. Os hipnóticos e sedativos (incluindo os benzodiazepínicos) (3,63%) e os antidepressivos (3,46%) foram os mais comumente relatados, enquanto os estabilizadores de humor (0,64%) e os antipsicóticos (0,61%) foram pouco frequentes. Ser do sexo feminino (OR= 2,55; 95% IC=1,58-4,11), avançar da idade, escolaridade abaixo do nível superior e ter maior renda foram fatores associados ao maior uso de psicofármacos, assim como ter comorbidades e transtornos graves. A prevalência de transtornos psiquiátricos de acordo com os critérios do DSM-IV/WMH-CIDI no ano anterior à entrevista foi 29,49%. Entretanto, somente 13,75% dos sujeitos com diagnóstico de transtorno psiquiátrico no ano anterior à entrevista, 24,93% com transtorno de humor, 14,43% com transtorno de ansiedade e, aproximadamente, 10% com transtorno por uso de substância e com transtorno de controle do impulso relataram uso de psicofármacos no mesmo período. Respondentes sem diagnóstico também reportaram uso de psicofármacos (2,94%). O uso de antidepressivos (9,10%) e de hipnóticos e sedativos (7,81%) foi pouco frequente naqueles com diagnóstico, apresentando a seguinte distribuição, respectivamente: sujeitos com transtorno de humor (17,94% e 14,70%), ansiedade (9,04% e 8,08%), controle de impulso (6,76% e 5,80%) e por uso de substâncias (5,08% e 7,86%). O uso de psicofármacos foi maior entre sujeitos que apresentaram três transtornos ou mais (26,91%) quando comparado aos que apresentaram dois (15,21%) ou um transtorno (8,96%). Entre os sujeitos com transtornos considerados leve, de moderada gravidade e grave, a prevalência de uso de psicofármacos foi 6,60%, 10,68% e 23,77%, respectivamente. Entretanto aproximadamente 75% casos graves e com três ou mais transtornos, permaneceram sem tratamento farmacológico. CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que a maioria dos sujeitos com transtornos psiquiátricos ativos não estão recebendo tratamento farmacológico para seus transtornos psiquiátricos na Região Metropolitana de São Paulo. Políticas públicas poderiam aumentar o acesso aos cuidados de saúde adequado, particularmente entre sujeitos com transtornos graves e comorbidades / INTRODUCTION: Mental Disorders are highly prevalent and have been associated with high use of health services and medications. However results of the World Health Organization (WHO) World Mental Health (WHM) Surveys carried out in several countries have found low prevalence rates of psychotropic medication among those with 12-month disorders. OBJECTIVES: To estimate the prevalence, pattern, and associated factors with the use of psychotropic medication in a sample in the general population and, within this sample, among those with different diagnoses for psychiatric disorders, according to DSM-IV. METHODS: Data were from the São Paulo Megacity Mental Health Survey (SPMHS), the Brazilian segment of the World Mental Health (WMH) Survey Initiative, coordinated by the World Health Organization and Harvard University, which has been held in more than 28 research centers in the world. The São Paulo Megacity Mental Health Survey is a cross-sectional population-based study, designed to evaluate psychiatric morbidity in a representative sample in the general population, aged 18 years or more, living in the São Paulo Metropolitan Area. A sample of 5,037 individuals (response rate: 81.3%) was assessed by trained lay interviewers using the World Mental Health version of the Composite International Diagnostic Interview, designed to generate DSM-IV diagnoses. The focus of the current report was a subsample of 2,935 subjects to whom the long version of the interview was applied and were asked about prescription medicines that used in the previous12 months for \"problems with emotions, nerves, mental health, substance use, energy, concentration, sleep or ability to cope with stress\". Data were weighted to adjust the undersampling of long interview respondents non-cases and to adjust residual discrepancies between the sample and population distributions of a range of sociodemographic variables. RESULTS: Only 6.13% of the respondents reported psychotropic medication use in the previous year the interview. Hypnotics and sedatives (including benzodiazepines) (3.63%) and antidepressants (3.46%) were the most commonly reported, while mood stabilizers (0.64%) and antipsychotics (0.61%) were used less frequently. In the general population of the SPMHS, be female gender (OR= 2.55; 95% IC=1.58-4.11), older, education low level high and higher income were associated the higher psychotropic medication use, well as have comorbidity and serious disorders. The 12-month prevalence of DSM-IV/WMH-CIDI disorder was 29.49%. However, only 13.75% of those with 12-month disorders, 24.93% among those with mood disorder, 14.43% in those with anxiety disorder and, approximately 10% impulse-control disorder and substance use disorder reported psychotropic medication use in the same period. Respondents without diagnosis also reported psychotropic medication use (2.94%). Antidepressants (9.10%) and hypnotics and sedatives (7.81%) were commonly reported, with the following distribution, respectively: subjects with mood disorder (17.94% and 14.70%), anxiety (9.04 % and 8.08%), impulse control (6.76% and 5.80%), and substance use (5.08% and 7.86%). Psychotropic medication use was higher among the respondents with three or more disorders (26.91%), when compared with those with two (15.21%) or with one disorder (8.96%). Among the respondents with mild, moderate, or severe disorders, the prevalence of Psychotropic medication use was 6.60%, 10.68%, and 23.77%, respectively. However approximately 75% severe cases and comorbidities, remained without pharmacologic treatment. CONCLUSION: These findings suggest that the majority of individuals diagnosed with an active mental disorder are not being treated with psychotropic medication in the São Paulo Metropolitan Area. Public policies should increase access to appropriate care, particularly among subjects with serious disorders and comorbidities
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Para al?m dos muros do manic?mio : a aten??o aos idosos nos Centros de Aten??o Psicossocial ? CAPSAlves, Vanessa Castro 28 January 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-01-28 / Population aging is a global phenomenon which has been producing needs and social demands, requiring a new look at the elderly and appropriate policy responses of the state and society. In this context, it is imperative that they be made adjustments in work processes and forms of management of health services, given the complex demands and needs of this population. This study presents the research developed during the course of the Master in Social Work in Graduate PUCRS Program, which had as main objective to analyze how the attention to the elderly with mental disorder is developed in community mental health services - PCC in the city of Porto Alegre, Rio Grande do Sul in order to contribute to the qualification of attention to this segment. The research is qualitative in nature and guided by the dialectical-critical framework, based on all categories, historicity and contradiction. The explanatory categories of reality were elected: Aging, Mental Health and Psychosocial Rehabilitation. Data collection was performed in 6 mental health services in the city of Porto Alegre, which were interviewed, six professional and five elderly users, totaling 11 participants. The sample selection criteria were: users aged 60 or older, of both sexes, in attendance at PCC and with enough cognitive ability to answer the questions, according to professional indication responsible for monitoring and professionals working the technical teams of PCC with higher education. The investigative proposal was submitted to the Scientific Committee of the School of Social Service, the Ethics Committee of the same University and the other Ethics Committees of the institutions partakers. The technique used for collecting data was the semi-structured interviews and data were subjected to content analysis. From the data analysis, it was found that the main demands of care presented by the elderly in PCC are related to depressive disorders, dementias, schizophrenia and affective disorders. None of the surveyed PCC provides training to staff of professionals, specific to the development of the work with the elderly. The study revealed difficulties in relation to the effectiveness of principles such as fairness and integrity in elder care in PCC, since none of the services investigated develops activities directed specifically to the elderly. It was evident that the Psychosocial Rehabilitation processes developed by PCC occur through Singular Therapeutic Project, which is developed according to the unique needs of each user. These processes have generated positive results in the lives of elderly's. / O envelhecimento populacional ? um fen?meno mundial que vem produzindo necessidades e demandas sociais, exigindo um novo olhar sobre os idosos e respostas pol?ticas adequadas do Estado e da sociedade. Nesse contexto, torna-se imperativo que sejam feitas adequa??es nos processos de trabalho e nas formas de gest?o dos servi?os de sa?de, tendo em vista as complexas demandas e necessidades dessa popula??o. O presente estudo apresenta a pesquisa desenvolvida durante a realiza??o do Mestrado em Servi?o Social no Programa de P?s-Gradua??o da PUCRS, que teve por objetivo central analisar de que forma a aten??o ? popula??o idosa com transtorno mental ? desenvolvida nos Centros de Aten??o Psicossocial ? CAPS, no munic?pio de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, a fim de contribuir para a qualifica??o da aten??o a este segmento. A pesquisa ? de natureza qualitativa e norteou-se pelo referencial dial?tico-cr?tico, com base nas categorias totalidade, historicidade e contradi??o. As categorias explicativas da realidade eleitas foram: Envelhecimento, Sa?de Mental e Reabilita??o Psicossocial. A coleta de dados foi realizada em 6 Centros de Aten??o Psicossocial do munic?pio de Porto Alegre, no qual foram entrevistados, 6 profissionais e 5 usu?rios idosos, totalizando 11 participantes. Os crit?rios de sele??o da amostra foram os seguintes: usu?rios com 60 anos ou mais, de ambos os sexos, em atendimento nos CAPS e com capacidade cognitiva suficiente para responder as quest?es, de acordo com indica??o de profissional respons?vel por seu acompanhamento e profissionais que atuam nas equipes t?cnicas dos CAPS com n?vel superior de forma??o. A proposta investigativa foi submetida ? Comiss?o Cient?fica da Faculdade de Servi?o Social, ao Comit? de ?tica em Pesquisa da mesma Universidade e aos demais Comit?s de ?tica das institui??es coparticipantes. A t?cnica utilizada para a coleta de dados foi a entrevista semiestruturada e os dados foram submetidos a an?lise de conte?do. A partir da an?lise dos dados, constatou-se que as principais demandas de atendimento apresentadas pelos idosos nos CAPS s?o relacionadas aos transtornos depressivos, dem?ncias, esquizofrenia e transtornos afetivos. Nenhum dos CAPS pesquisados proporciona capacita??es aos profissionais da equipe, espec?ficas para o desenvolvimento do trabalho com os idosos. O estudo revelou dificuldades em rela??o ? efetiva??o de princ?pios como a equidade e integralidade no atendimento aos idosos nos CAPS, uma vez que nenhum dos servi?os investigados desenvolve atividades direcionadas especificamente aos idosos. Evidenciou-se que os processos de Reabilita??o Psicossocial desenvolvidos pelos CAPS ocorrem por meio do Projeto Terap?utico Singular, que ? desenvolvido de acordo com as necessidades singulares de cada usu?rio. Esses processos t?m gerado resultados positivos na vida dos idosos.
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A influ??ncia da atividade f??sica no controle auton??mico da frequ??ncia card??aca em mulheres com diferentes escores de depress??oTonello, La??s 01 January 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-01-01 / Mental disorders affect more than 450 million people worldwide. It is estimated that by 2030 depression will be the most common disease in the world. Depression negatively influences autonomic nervous system control. Given the uncontrolled growth of this disease and potential risks, some studies pointed out the importance of exercise and physical activity for prevention and treatment of depression. Thus, this study aims to investigate the relationship between autonomic control, depression, physical activity and aerobic fitness in young women. The study included 51 women employed at Catholic University of Brasilia (UCB). The following evaluations were performed: anamnesis, resting electrocardiogram, body composition, submaximal cycle ergometer test, aerobic fitness test, heart rate variability (HRV) analysis, a questionnaire to assess the level of physical activity and depressive symptoms, and the assessment of physical activity levels through accelerometry. The results of this study demonstrated significant correlations between depression scores and: maximum oxygen uptake (VO2max) (r= -462, p= 0.023), and body fat percentage (r= 514, p= 0.032) and body mass index (r= 439 p= 0,032). However, there were some moderate correlations between heart rate recovery and some indices of physical activity. This study concluded that exercise and habitual physical activity are adjuncts to control of depression scores, due to the importance they play in improved levels of cardiorespiratory fitness, percentage body fat and body mass index. / Os transtornos mentais afetam mais de 450 milh??es de pessoas no mundo. Estima-se que em 2030 a depress??o seja a doen??a mais comum do mundo. A depress??o influencia de forma negativa no controle do sistema aut??nomo. Diante do crescimento descontrolado dessa doen??a e os potenciais riscos associados, alguns estudos apontaram para a import??ncia do exerc??cio e da atividade f??sica como forma de preven????o e tratamento da depress??o. Desta forma, o presente estudo tem como objetivo principal investigar a rela????o entre controle auton??mico, depress??o, atividade f??sica e aptid??o aer??bia em jovens mulheres. Participaram do estudo 51 mulheres, funcion??rias da Universidade Cat??lica de Bras??lia (UCB). Foram realizadas as seguintes avalia????es: anamnese, eletrocardiograma de repouso, composi????o corporal, teste subm??ximo em cicloerg??metro, teste de aptid??o aer??bia, an??lise da variabilidade da frequ??ncia card??aca (VFC), question??rio para avaliar o n??vel de atividade f??sica e sintomas depressivos, e a avalia????o dos n??veis de atividade f??sica por meio de aceler??metro. Os resultados do presente estudo, demostraram correla????o significativa entre os escores de depress??o e o consumo m??ximo de oxig??nio (VO2max) (r= -462, p=0,023), e percentual de gordura (r= 514, p= 0,010) e ??ndice de massa corporal (r= 439, p= 0,032). No entanto, foram encontradas algumas correla????es moderadas entre a recupera????o da FC e v??rios ??ndices de atividade f??sica. O presente estudo concluiu que o exerc??cio f??sico e a atividade f??sica (AF) habitual s??o coadjuvantes para o controle dos escores de depress??o, devido ?? import??ncia que exercem na melhora dos n??veis de aptid??o cardiorrespirat??ria, %G, e IMC.
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Desfechos clínicos e BDNF em pacientes com doença mental grave durante internação psiquiátrica em hospital geralNuernberg, Gabriela Lotin January 2016 (has links)
A prevalência de Doença Mental Grave (do inglês Severe Mental Illness, SMI) atinge 5,4% em um ano segundo os estudos Baltimore Epidemiologic Catchment Area e National Comorbidity Survey. O conceito de SMI surgiu na década de 1970 para o planejamento dos serviços de saúde e apresentou importância crescente a partir do movimento de desinstitucionalização psiquiátrica. Uma das definições para SMI deriva do NIMH (National Institute of Mental Health) em 1987, e utiliza como critérios a presença de prejuízo funcional, decorrente de déficits em aspectos básicos do dia-a-dia, bem como a duração da doença. Casos agudos de SMI podem necessitar tratamento em Unidade de Internação Psiquiátrica em Hospital Geral (UIPHG). No entanto, há poucos estudos disponíveis no Brasil avaliando esta modalidade de tratamento e os desfechos destes pacientes. Evidências também apontam que os pacientes com transtornos psiquiátricos apresentam níveis reduzidos de Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (Brain-Derived Neurotrophic Factor, BDNF). O BDNF age no sistema nervoso central (SNC) promovendo crescimento e diferenciação de neurônios. Dentro deste contexto, a presente tese apresenta como objetivo principal a avaliação naturalística de desfechos clínicos e funcionais, associados à avaliação dos níveis séricos de BDNF, em pacientes com SMI. Os pacientes que foram encaminhados para tratamento na Unidade de Internação Psiquiátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre foram incluídos se apresentassem os critérios de SMI: Avaliação Global de Funcionamento (Global Assessment of Functioning, GAF) menor ou igual a 50 e tempo de tratamento maior ou igual a dois anos. As avaliações ocorreram em dois momentos (admissão e alta). Compreenderam avaliação sociodemográfica, clínica e coleta de sangue (com dosagem de BDNF sérico). Foram realizadas avaliação diagnóstica pelo Mini-International Neuropsychiatric Interview (MINI) e aplicação das escalas Brief Psychiatric Rating Scale (BPRS), Clinical Global Impression scale (CGI-S), GAF e World Health Organization Quality of Life Instrument—Short Version (WHOQOL-Bref). Ainda, foram aplicadas escalas específicas nos diagnósticos principais (i.e., depressão maior, depressão bipolar, episódio maníaco, esquizofrenia): Hamilton Depression Rating Scale (HAM-D); Young Mania Rating Scale (YMRS). O primeiro artigo desta tese descreve os desfechos clínicos, funcionais e também de qualidade de vida durante a internação psiquiátrica. Observou-se melhora significativa nos parâmetros avaliados nos pacientes com SMI como um todo. Os pacientes com episódio maníaco apresentaram maior chance (em relação aos com episódio depressivo) de atingir remissão pela CGI (OR: 4.03; 95% CI: 1.14-14.30; p=0.03). A duração média da hospitalização (LOS) foi 28,95 (± 19,86) dias. No segundo artigo, observou-se redução dos níveis séricos de BDNF nos pacientes com SMI em relação aos controles saudáveis, independentemente do diagnóstico. Houve aumento significativo no BDNF entre a admissão e a alta. Os resultados apresentados replicam dados previamente publicados a partir de amostra única de pacientes com SMI, sua característica diferencial. Estes resultados reforçam que a internação em UIPHG, uma intervenção relativamente breve, demonstra desfechos positivos e é alternativa bem estabelecida no tratamento da SMI. Além disso, a redução inespecífica do BDNF sérico seguida de um pequeno aumento associado ao tratamento reforçam a possibilidade do BDNF como marcador transdiagnóstico de transtorno mental. / The estimated prevalence of Severe Mental Illness (SMI) according to Baltimore Epidemiologic Catchment Area and National Comorbidity Survey studies is 5.4% in one year. One suggested definition of Severe Mental Illness (SMI) derives from the 1987 National Institute of Mental Health (NIMH) definition and is based on two criteria: 1. duration, characterized as involving “prolonged illness”, and 2. disability, which includes dangerous or disturbing social behavior, and mild impairment in achieving basic needs. These acute psychiatric conditions may require psychiatric inpatient treatment located in acute wards in General Hospitals. However, little data is currently available evaluating the characteristics and the outcomes during an acute inpatient stay in Brazil. Evidence also suggests that Brain-derived neurotrophic factor (BDNF) levels are significantly decreased in neuropsychiatric disorders. BDNF is found throughout the brain and is involved in neurogenesis and neuroplasticity. So, the main objectives of this work are to evaluate SMI patients’ outcomes during treatment in a psychiatric unit in a general hospital by symptomatology, functionality, quality of life and by the evaluation of BDNF serum levels. After the admission to a psychiatric unit in a general hospital in Brazil, patients were included and if they had two of the SMI criteria: Global Assessment of Functioning (GAF) ≤ 50 and duration of services contact ≥ 2 years. Patients were assessed in admission and upon discharge with Mini-International Neuropsychiatric Interview (MINI), Brief Psychiatric Rating Scale (BPRS), Clinical Global Impression Scale (CGI), GAF, World Health Organization’s QOL Instrument—Short Version (WHOQOL-Bref) and diagnostic specific scales (Hamilton Depression Rating Scale, HAM-D; Young Mania Rating Scale, YMRS; and Hamilton Anxiety Rating Scale, HAM-A). Blood samples were also obtained. The first manuscript showed that SMI patients had marked and significant improvements in symptomatic and functional measures during psychiatric hospitalization. Patients with manic episode had higher chance of CGI remission (OR: 4.03; 95% CI: 1.14-14.30; p=0.03) when compared with patients with depressive episode. Mean LOS was 28.95 (± 19.86) days. The second manuscript showed that BDNF serum levels were equally reduced among different SMI diagnoses. Also, the observed improvements in SMI patients were associated with a significant, but small increase in mean serum BDNF levels. Therefore, the results replicate evidence from previous findings in single samples, suggesting that SMI patients can have marked acute improvements during a a relatively short intervention (approximately 1 month) represented by the psychiatric hospitalization in a general tertiary hospital. Also, the similar reduction observed in BDNF levels among SMI patients with different diagnoses and the significant increase but non-restoration indicate that BDNF serum levels could be considered a marker for the presence of an unspecific psychiatric disorder and possibly a transdiagnostic and unspecific marker of disease activity.
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Associação entre tentativa de suicídio e história de vivências traumáticas em pacientes atendidos no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre – RSZatti, Cleonice January 2017 (has links)
Se a criança é negligenciada ou passou por experiências traumáticas durante o processo de desenvolvimento, isso pode desencadear, além de sofrimento psíquico intenso nesta fase, predisposição para uma série de transtornos mentais e prejuízo ao funcionamento na vida adulta, inclusive levando a tentativa de suicídio. Objetivos: A presente pesquisa teve como objetivo identificar a ocorrência de traumas infantis em adultos sobreviventes de suicídio atendidos no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre no Rio Grande do Sul, além da ocorrência de perda de figura significativa na infância, presença de doença psiquiátrica atual, intensidade de sintomas depressivos, perda de pessoa significativa recente e apoio social em comparação a controles. Métodos: Tratou-se de um estudo de caso-controle (28 casos; 56 controles). O estudo foi realizado de 20 de agosto de 2015 a 21 de março de 2016, utilizando os seguintes instrumentos: Childhood Trauma Questionnaire (CTQ), Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI), Beck Depression Inventory (BDI), e Medical Outcomes Study (MOS). Justificativa: A escolha do tema justificou-se pelo expressivo número de sujeitos que ingressam no referido hospital por tentativa de suicídio (TS), constituindo uma população em que o entendimento de fatores de risco pode auxiliar na identificação de diferentes fatores envolvidos neste fenômeno e na elaboração de estratégias de intervenção e prevenção. Resultados: A amostra examinada (n=84; 28 casos e 56 controles) demonstrou uma distribuição semelhante em relação ao gênero (M/F = 46,4%/53,6%) com uma idade média de 35,6 anos (DP=12,8). Através do instrumento CTQ foram avaliados os traumas na infância. Os grupos (caso x controle) apresentaram médias distintas nas variáveis abuso emocional (p<0,001), abuso físico (p<0,001), negligência emocional (p<0,001) e negligência física (p<0,001). Nos casos de tentativas de suicídio foi realizada uma análise através do BDI e MINI, onde 94,4% (n=17) tinham risco elevado de reincidência de uma nova tentativa e apresentavam Transtorno Depressivo Grave em comparação aos controles onde nenhum paciente apresentou risco de suicídio elevado e Transtorno Depressivo Grave (p <0,001) . Segundo a MOS, a contagem de um parente e/ou amigo a mais protege o risco de suicídio em 24%. Quando somados, a dimensão afetiva com a interação social, um ponto a mais protege em 70% (p<0,001). Ao relacionarmos a dimensão emocional com a dimensão informação, ficou em 63% (p<0,001). Conclusões: Os resultados do estudo apontaram uma importante associação entre traumas na infância e tentativa de suicídio na vida adulta, apontando por exemplo a importância da adoção de ações preventivas e terapêuticas relacionadas a maus-tratos durante o desenvolvimento infantil como fator importante na redução de risco para o suicídio. A rede de apoio possui importância no suporte social na vida de qualquer pessoa. Nesta pesquisa, os pacientes do grupo controle apresentaram mais suporte social, com maior probabilidade de serem mais ativos e interativos com o meio em que vivem. / If a child is neglected or experiences traumatic events during development, this can unleash—beyond the intense psychological suffering at the time—a predisposition for a number of mental disorders, up to and including suicide attempt, and impair functioning as an adult. Objectives: The present study sought to identify the incidence of childhood trauma as well as the loss of a loved one during childhood, the presence of current psychiatric illness, intensity of depression symptoms, recent loss of a loved one, and social support in comparison to controls in adult suicide attempt survivors treated at Hospital de Pronto Socorro in Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. Methods: The study is considered a case-control study (28 cases, 56 controls). It took place from August 20th, 2015 to March 21st, 2016 and utilized the following instruments: Childhood Trauma Questionnaire (CTQ), Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI), Beck Depression Inventory (BDI), and Medical Outcomes Study (MOS). Justification: The choice of topic was justified by the considerable number of subjects admitted to the hospital for suicide attempt (SA). The subjects constituted a population for which the understanding of risk factors could help in the identification of the various elements involved in this phenomenon and in the elaboration of intervention and prevention strategies. Results: The examined sample (n = 84; 28 cases and 56 controls) had an approximately equal gender distribution (M/F = 46.4%/53.6%) and a mean age of 35.6 years (SD = 12.8). Childhood trauma was evaluated via the CTQ instrument. The groups (case and control) presented distinct means in variables of emotional abuse (p < .001), physical abuse (p < .001), emotional neglect (p < .001), and physical neglect (p < .001). The suicide attempt cases were analyzed using the BDI and MINI, which indicated 94.4% (n = 17) had elevated risk of relapsing into another suicide attempt and presented Major Depressive Disorder relative to the controls, where no patient had an elevated risk of suicide attempt or Major Depressive Disorder (p < .001). According to MOS, having a close relative and/or friend offered the greatest protection against suicide risk in 25% of cases. When added, the affective and social interaction dimensions the protection is 70% (p < .001). By linking the dimension emotional with the informational, 63% is achieved (p < .001). Conclusions: The results of the study point to a strong relationship between childhood trauma and suicide attempt in adulthood, indicating, for example, the importance of the adoption of preventative and therapeutic actions related to mistreatment in childhood as a key factor in the reduction of suicide risk. The support network plays a critical role in the social well-being of any person. In this study, control group patients presented greater social support and were likelier to be more active and interactive in their communities.
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Funcionamento familiar e recursos ambientais oferecidos pelas famílias de crianças com transtornos mentais / Family functioning and environmental resources offered by families of children with mental disordersDilleggi, Eduarda Souza 02 August 2018 (has links)
Embora exista um corpo de pesquisa dedicado a investigar as relações entre família e adoecimento psíquico, ainda faltam muitas informações sobre como se dão estas interações. Os transtornos mentais apresentam um impacto significativo sobre as famílias e, ao mesmo tempo, podem ser afetados por características da mesma. Além disto, a depender dessas características, a família pode apresentar-se como fator de proteção (suporte, apoio) ou risco ao desenvolvimento do portador de transtorno mental, em especial na infância. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi caracterizar as famílias de crianças com transtorno mental em relação ao funcionamento familiar e os recursos ambientais que estas famílias oferecem para suas crianças, buscando identificar associações entre o funcionamento familiar, a disponibilização de recursos no ambiente familiar e as variáveis sociodemográficas. Responsáveis por 33 pacientes de um serviço de Psiquiatria foram entrevistados para o preenchimento de um questionário sociodemográfico, o Questionário de Capacidades e Dificuldades - SDQ, o Inventário de Recursos do Ambiente Familiar - RAF, e a Escala de Avaliação da Coesão e Adaptabilidade Familiar - FACES IV. Foram realizadas análises descritivas e aplicados o teste de correlação de Spearman para verificar associações entre as dimensões de funcionamento familiar e os recursos do ambiente familiar; as variáveis sociodemográficas foram categorizadas e submetidas a análises comparativas, utilizando o teste de Mann Whitney (variáveis dicotômicas) e teste de Kruskal Wallis (variáveis com três categorias). A maioria dos pacientes investigados eram do sexo masculino (69,7%) e frequentavam escola (78,8%). Os diagnósticos mais frequentes foram Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (39,4%) e Transtorno do Espectro Autista (39,4%). Apenas 12,1% das famílias foram consideradas disfuncionais. Os recursos mais presentes no ambiente foram brinquedos (6,9 ±2,0), a família estar reunida para atividades de rotina (6,6 ±2,3), realização de atividades conjuntas com os pais em casa (6,0 ±2,1) e organização dos horários/rotina (5,9 ±2,5). Variáveis sociodemográficas como frequência à escola, o responsável exercer atividade profissional, percepção familiar sobre a gravidade das dificuldades da criança, escolaridade do responsável e classe social mostraram influência sobre funcionamento familiar. Frequência da criança à escola, responsável trabalhar fora, presença de comorbidades, escolaridade do responsável e classe socioeconômica também influenciaram a oferta de recursos pela família. A subescala emaranhada (disfuncional) de funcionamento familiar mostrou associação positiva com sintomas emocionais (r= 0,376; p<0,01) e a subescala satisfação familiar correlacionou-se negativamente com os mesmos sintomas (r=-0,365; p<0,05). As subescalas desequilibradas (desengajada, emaranhada e caótica) apresentaram correlações negativas fracas ou moderadas com os recursos ambientais (variando de r=-0,348 a r=-0,484). As subescalas equilibradas (coesão, flexibilidade, comunicação e satisfação familiar) correlacionaram-se positivamente (variando de r=0,348 a r=0,515) com a maioria dos recursos investigados pelo RAF. A presença de sintomas de hiperatividade e de sintomas emocionais mostrou-se negativamente correlacionada com os recursos investigados. De modo geral, as famílias investigadas apresentam um bom funcionamento, entretanto, há indicadores de disfuncionalidade presentes. Os resultados evidenciam que crianças com transtorno mental têm poucos recursos disponíveis no ambiente familiar que possam promover seu desenvolvimento afetivo, cognitivo e social. Além disto, os achados sugerem que quanto mais dificuldades a criança apresenta, menor é seu acesso a estes recursos. Apesar das dificuldades, recursos pessoais e familiares estão presentes / Although there is a body of research dedicated to investigate the relationship between family and mental illness, still lack a lot of information about these interactions. Mental disorders have a significant impact on families and, at the same time, may be affected by family characteristics. In addition, depending on these characteristics, the family can present itself as a protective or risk factor to the development of the bearer of mental disorder, especially in childhood. In this context, the objective of this study was to characterize the families of children with mental disorder in relation to family functioning and the environmental resources that these families provide for their children, seeking to identify associations between family functioning, the availability of resources in the family environment and sociodemographic variables. Parents of 33 patients from a Psychiatry service were interviewed to complete a sociodemographic questionnaire, the Capacities and Difficulties Questionnaire - SDQ, the Family Environment Resource Inventory - RAF, and the Family Adaptability and Cohesion Evaluation Scale IV (FACES IV). Descriptive analyzes were performed and the Spearman correlation test was applied to verify associations between the dimensions of family functioning and the resources of the family environment; the sociodemographic variables were categorized and submitted to comparative analysis using the Mann Whitney test (dichotomous variables) and Kruskal Wallis test (variables with three categories). The majority of the patients investigated were males (69.7%) and attended school (78.8%). The most frequent diagnoses were Attention Deficit Hyperactivity Disorder (39.4%) and Autism Spectrum Disorder (39.4%). Only 12.1% of the families considered were dysfunctional. The resources more present in the environment were toys (6.9 ±2.0), the family be gathered for routine activities (6.6 ±2.3), carrying out joint activities with parents at home (6.0 ±2.1) and the organization of schedules /routine (5.9 ±2.5). Sociodemographic variables such as attendance at school, the respondent engage in professional activity, family perception about the severity of the child\'s difficulties, schooling of the respondent and social class showed influence on family functioning. Frequency of the child to school, respondent work outside, presence of comorbidities, schooling of the respondent and socioeconomic class also influenced the supply of resources by the family. The enmeshed subscale (unbalanced) showed a positive association with emotional symptoms (r = 0.376, p <0.01) and the family satisfaction subscale correlated negatively with the same symptoms (r = -0.365, p <0.05). Unbalanced subscales (disengaged, enmeshed and chaotic) showed weak or moderate negative correlations with environmental resources (ranging from r = 0.348 to r = -0.484). The balanced subscales (cohesion, flexibility, communication and family satisfaction) correlated positively (ranging from r = 0.348 to r = 0.515) with the majority of the resources investigated by the RAF. The presence of hyperactivity and emotional symptoms were negatively correlated with the investigated resources. In general, families investigated have a good functioning; however, indicators of dysfunction are present. The results show that children with mental disorders have few resources available in the family environment that can promote their affective, cognitive and social development. In addition, the findings suggest that the more difficulties the child presents, the less is the access to these resources. Despite difficulties, personal and family resources are present
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Retorno ao trabalho de trabalhadores de Enfermagem Oncológica após afastamento por transtornos mentais / Return to work of oncology nursing workers after sick leave by mental diseasesPenteado, Priscilla Evelyn 21 August 2014 (has links)
Introdução: O trabalhador de enfermagem que passa por afastamento de trabalho por transtorno mental enfrenta preconceitos e dificuldades, desde seu adoecimento e afastamento até o momento que retorna ao trabalho. As dificuldades e limitações sentidas para realizar as atividades e se reinserir na equipe de trabalho, ainda, são pouco estudadas, evidenciando a necessidade de uma maior compreensão sobre a problemática. Objetivo: O presente estudo teve por objetivo analisar a percepção dos trabalhadores de enfermagem oncológica afastados por transtornos mentais, sobre o retorno ao trabalho e elaborar propostas de intervenção que facilitem este retorno. Metodologia: O estudo foi desenvolvido na linha compreensiva e na abordagem qualitativa. A população foi de 564 trabalhadores de enfermagem de um hospital especializado em oncologia no Estado de São Paulo. A amostra intencional foi constituída por oito trabalhadores de enfermagem, sendo seis mulheres e dois homens, incluindo as categorias profissionais de técnicos de enfermagem e enfermeiros, que atenderam ao critério de inclusão, ou seja, que retornaram de afastamento por transtorno mental há, no máximo, seis meses. Após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética, a coleta dos dados foi realizada através de questionário de caracterização dos sujeitos e entrevista individual, no período de junho a outubro de 2013. Para tratamento dos dados qualitativos foi utilizada a técnica da Análise Temática. Resultados: As categorias que emergiram dos relatos dos trabalhadores evidenciaram as relações entre o trabalho e o adoecimento psíquico: condições de trabalho, situações que os trabalhadores viviam na época do afastamento, situações enfrentadas ao retornar ao trabalho, estigma da doença mental e as propostas de intervenção. Com relação às condições de trabalho, observou-se que um dimensionamento inadequado e características inerentes ao trabalho em oncologia são percebidos pelos trabalhadores como fatores que levam ao degaste pelo trabalho. Quanto às situações que os trabalhadores viviam na época do afastamento, os relatos mostram que mesmo havendo uma sobreposição de problemas pessoais aos de trabalho, o trabalho foi fator decisivo para o adoecimento. Sobre as situações enfrentadas ao retornar ao trabalho, evidenciou-se as dificuldades em voltar atuar na assistência direta ao paciente e trabalhar em equipe. O estigma da doença mental se mostrou tanto antes quanto depois do afastamento, denotando dificuldades de compreensão dos sintomas e da cronicidade dos transtornos mentais. Os trabalhadores só tiveram acesso à assistência à saúde dentro da instituição, quando se tronou necessário entrar em afastamento de trabalho. As sugestões de propostas de intervenção de melhorias: na rotina de trabalho; no trabalho em equipe; no suporte à saúde do trabalhador. Conclusões: Os resultados apontam as seguintes necessidades: redimensionamento da equipe, levando em consideração as particularidades do trabalho de enfermagem em oncologia; minimizar o estigma da doença mental dentro da instituição, através esclarecimento das equipes; elaborar propostas de atendimento à saúde do trabalhador portador de transtorno mental. / Introduction: The nursing workers who live the sick leave by mental disorder face prejudices and difficulties, since the illness until the moment which returns to work. The restrictions for work in consequence of illness and reinsertion of worker in the daily life of work and in the team after this sick leave are still little studied, evidencing the need to a greater understanding about the theme. Objective: This study aimed to analyze the perception of oncology nursing workers after sick leave by mental disorders, about the return to work and elaborate proposals of intervention to facilitate this return. Methodology: This is a comprehensive study with qualitative approach developed with the nursing staff of an oncology hospital in São Paulo state. The sample consisted of 8 nursing workers, being 6 women and 2 men, which returned to sick leave by mental disorders in a maximum of six months. After project approval by the ethics committee, data collection began with a socio demographic questionnaire and after, an individual interview. The data collection was performed from June to October of 2013. The quantitative data were analyzed using descriptive statistics and the qualitative data analysis was conducted by Thematic Analysis technique. Results: The categories that emerged from reports of workers showed the relations between work and the psychic illness. With respect to the working conditions, was observed that the nursing staffing is inappropriate and inherent characteristics to work in oncology are perceived by workers as factors of strain processes by the work. About the situations that workers lived at the time of the sick leave, the reports show that although there an overlay of personal problems and work problems, the work was the deciding factor for the illness. About the situations faced to returning to work, was evident that the difficulties for back to act on patient assistance and for back to work in a team. The stigma of mental disorders, both before and after of the sick leave, showed the difficulties of understanding the symptoms of mental disorders and the chronicity of these diseases. The workers only had access to occupational health in the institution, when it was necessary to request the sick leave. Intervention proposals suggestions for improvements: in the routine of work; teamwork; in supporting workers \' health. Conclusion: The results show the following needs: changes in the nursing staffing considering the particularities about the oncology nursing work; minimize the stigma of mental disorders in the institution, through the clarification of the teams; elaborate proposals for occupational health, for workers with mental disorders.
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Psicopatologia e comportamento de risco em motoristas no BrasilFaller, Sibele January 2010 (has links)
Objetivo: A principal finalidade desse estudo foi verificar a diferença entre dois grupos de motoristas – aqueles que apresentaram alcoolemia positiva medida através de etilômetro e/ou uso prévio de outras SPAs, averiguado através de exame de saliva, e aqueles que não apresentaram – em relação a comportamentos de risco, transtorno depressivo maior, mania e hipomania, TEPT, e TPAS, assim como abuso ou dependência de SPAs. Método: Em um estudo transversal, 1.134 motoristas que dirigiam em rodovias federais brasileiras foram avaliados através de etilômetro para verificar alcoolemia e teste de saliva para verificar a presença de drogas. Posteriormente, por meio de entrevistas telefônicas, foram avaliados em relação a transtornos psiquiátricos e comportamentos de risco. Os participantes foram divididos em dois grupos (motoristas com resultados positivos para uso de substâncias (n=82) e motoristas com resultados negativos (n=1052)). Os resultados foram comparados com o teste qui-quadrado e com análise de regressão logística. Em relação aos comportamentos de risco, não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos de motoristas. Resultados: Motoristas que apresentaram uso de SPAs apresentaram maior prevalência de diagnósticos psiquiátricos como depressão (21,8%), mania/hipomania (20,8%), TEPT (10,7%), TPAS (9,0%), abuso de substâncias (24,5%) quando comparados com outros motoristas (5,8%, 7,1%, 0,4%, 1,2% e 2,8%, respectivamente). Participantes com algum diagnóstico psiquiátrico tinham 4,47 mais chance de apresentar o desfecho. Aqueles com dependência/abuso de alguma SPA tinham 5,47 mais chance de dirigir sob influência de álcool ou drogas. Conclusões: Indivíduos que dirigem sob influência de álcool e/ou outras drogas podem precisar de avaliações e intervenções destinadas para transtornos psiquiátricos específicos. Esses resultados poderão servir como base ao desenvolvimento e implementação de políticas públicas no Brasil. Palavras-chave: Transtornos psiquiátricos, comportamentos de risco, álcool, substâncias psicoativas, dirigir sob influência de substâncias. / Aim: The purpose of this study was to examine the difference between two groups of drivers – drivers who, on recruitment of the sample, showed blood alcohol content recorded by breathalyzer and previous use of other psychoactive substances examined through saliva test and those who didn’t drive under the influence – regarding risky behaviors, major depression disorder, mania and hypomania, PTSD and antisocial personality disorder (ASPD), as well as substances abuse or dependence. Methods: A cross-sectional sample of 1,134 individuals driving on federal highways in Brazilian cities took alcohol breathalyzer tests and drug saliva tests and were evaluated, thru telephonic interview, regarding psychiatric disorders and risky behaviors. Participants were divided into two groups (drivers who tested positive for substances (n=82) and those who did not (n=1052)). Data were compared by the Chisquare test and with a logistic regression model. Results: Substance positive drivers reported a significantly higher prevalence of psychiatric diagnoses like depression (21.8%), mania/hypomania (20.8%), post traumatic stress disorder (10.7%), antisocial personality (9.0%), substance use (24.5%) when compared to other drivers (5.8%, 7.1%, 0.4%, 1.2% and 2.8%, respectively). Participants with a psychiatric symptom were 4.47 times more likely to test positive for substance use. Similarly, participants with a substance use disorder were 5.47 times more likely to test positive for substance use. There were no significant differences between the groups of drivers, related to risky behaviors. Conclusion: Individuals who drive under the influence of drugs and alcohol may need assessments and interventions targeted to specific psychiatric disorders. These results will inform the development of public policies in Brazil.
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Psicopatologia no início da adolescência: prevalência, continuidade e determinantes precocesSilva, Luciana Anselmi Duarte da January 2008 (has links)
Introdução: os transtornos mentais freqüentemente têm início na infância e podem persistir até a idade adulta. Assim, transtornos mentais em crianças e adolescentes apresentam alta prevalência. Determinantes ambientais, genéticos, biológicos e comportamentais têm sido investigados na etiologia dos transtornos mentais. Objetivos: estudar a prevalência e a continuidade dos transtornos mentais no início da adolescência e os determinantes precoces para problemas de atenção e hiperatividade na mesma faixa etária. Métodos: realizaram-se dois estudos com delineamento prospectivo de coorte e um estudo transversal aninhado ao estudo longitudinal com duas fases: triagem e diagnóstico de saúde mental. Em 1993, todos os nascimentos hospitalares ocorridos na cidade de Pelotas foram monitorados (N = 5.249). Amostras destas crianças foram visitadas no primeiro e no quarto ano de vida. Em 2004-5, 4.452 (87,5% da coorte original) adolescentes e suas mães foram entrevistados. Neste seguimento, foram utilizados três instrumentos de coleta de dados sobre saúde mental. Inicialmente, 4.452 adolescentes e suas mães responderam ao Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ) para avaliar problemas de saúde mental dos adolescentes. Os adolescentes com rastreamento positivo (na versão do SDQ das mães ou na de auto-preenchimento), mais uma amostra com rastreamento negativo, foram selecionados (juntamente com suas mães) para responderem à entrevista Levantamento sobre o Desenvolvimento e Bem-estar de Crianças e Adolescentes (DAWBA). Procedeu-se a uma nova visita domiciliar para uma entrevista com as mães de uma amostra de adolescentes (os mesmos avaliados aos 4 anos), utilizando o Inventário de Comportamentos da Infância e Adolescência (CBCL). Resultados: a prevalência de transtornos mentais no início da adolescência foi estimada em 10,8% (IC 95% 5,7-15,9%), sendo os grupos de transtornos mais prevalentes os do comportamento disruptivo, seguidos dos de ansiedade. Na reaplicação do CBCL após oito anos (aos 4 e 12 anos de idade), houve uma continuidade moderada da psicopatologia. Assim 31% das crianças com comportamento desviante aos 4 anos persistiam com esses comportamentos aos 12 anos. Os problemas de externalização aos 4 anos foram os que apresentaram maior estabilidade em 8 anos e, também, os principais preditores de diferentes desfechos em saúde mental. Os fatores de risco (coletados no nascimento e quarto ano) que permaneceram associados aos problemas de atenção e hiperatividade aos 12 anos foram: a) renda familiar; b) sexo masculino; c) tabagismo materno na gestação; d) transtorno psiquiátrico materno; e) problemas de comportamento e emocionais da criança. Conclusões: os resultados mostraram-se similares aos achados de estudos, brasileiros e internacionais, em relação às taxas de prevalências, aos padrões de psicopatologia mais freqüentes, à evolução, aos antecedentes comportamentais e aos fatores de risco dos transtornos mentais, apontando para a universalidade dos transtornos mentais entre diferentes culturas. Fatores ambientais, biológicos e psicológicos, presentes no início da vida, tiveram efeito de longo prazo em escores de desatenção e hiperatividade na adolescência, confirmando achados prévios de estudos de coortes de nascimentos. / Introduction: mental disorders often begin during childhood and may persist up to the adult age. In addition, their prevalence in children and adolescent is high. Environmental, genetics, biological and psychological determinants have been investigated in the etiology of mental disorder. Objectives: to study the prevalence and the continuity of mental disorders in the early adolescence, as well as early determinants for attention and hyperactivity problems at the same age range. Methods: two studies with a cohort prospective design were developed and a transversal study was nested into the longitudinal study with two phases: screening and diagnoses of mental disorder. In 1993, all the births which took place in hospitals in the city of Pelotas were monitored (N = 5,249). Samples of these children were visited in the first and fourth year of age. In 2004-5, 4,452 (87.5% of the original cohort) adolescents and their mothers were interviewed. In this follow-up, three instruments assessing the mental health of the adolescents were applied. Initially, 4,452 adolescents and their mothers answered to the Strenghs and Difficulties Questionnaire (SDQ) to evaluate problems of mental health of the adolescents. The adolescents with positive screening (in the SDQ of the mothers or self-report versions), and a sample of those with negative screening, were selected (as well as their mothers) to answer to the Development and Well-Being of Children and Adolescents Interview (DAWBA). A new home visit was proceeded for an interview with the mothers of a sample of adolescents (the same who had been evaluated at 4 years of age), using the Child and Adolescent Behavior CheckList (CBCL). Results: the prevalence of mental disorder in early adolescence was estimated in 10.8% (95%CI 5.7-15.9). The most prevalent disorders were the group of disruptive behavior disorders, followed by anxiety disorders. By the time CBCL was reapplied after eight years (at the ages of 4 and 12), there was a moderate continuity of psychopathology. Thus, 31% of the children with deviant behavior at 4 years of age kept their deviant scores at 12 years of age. The externalizing problems at 4 years of age were the ones with higher stability and, also, the main predictors of different outcomes in mental health at early adolescence. The factors (measured at birth and fourth year) which remained associated to the problems of attentional and hyperactivity at 12 years of age were: a) family income; b) male sex; c) maternal smoking during pregnancy; d) maternal psychiatric disorder; e) behavioral and emotional problems of the child. Conclusions: our findings were similar to those found in both Brazilian and international studies regarding the prevalence rate, the most frequent psychopathological pattern, the evolution, behavioral antecedents and risk factors of a mental disorder, indicating the universality of mental disorders among different cultures. Environmental, biological and psychological factors, which are present in the beginning of life, had a long-term effect in attention and hyperactivity problems at the adolescence, confirming previous findings in studies of birth cohort.
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Associação entre transtornos mentais comuns e obesidade centralSouza, Maria Cláudia Schardosim Cotta de January 2013 (has links)
Introdução: Obesidade central é um fator de risco para o diabetes e as doenças cardiovasculares. O estudo da sua associação com os transtornos mentais comuns pode ajudar a entender melhor a epidemia de obesidade que acontece no Brasil, e a relação entre saúde mental e doenças crônicas. Objetivo: Investigar a associação entre transtornos mentais comuns e obesidade central em uma coorte ocupacional- ELSA-Brasil. Métodos: Para a avaliação do transtorno mental comum (TMC) foi aplicado o questionário CIS-R em 15102 participantes entre 35 e 74 anos. A circunferência da cintura foi aferida junto com outras medidas antropométricas. Variáveis demográficas e comportamentais também foram coletadas através de questionários. Resultados: O transtorno mental comum mostrou associação com obesidade central (RP = 1,30; IC95% 1,25-1,36), e mesmo quando ajustada para sexo, idade, raça/cor da pele e centro de investigação ELSA, continuou significativa a associação (RP = 1,21; IC95% 1,16-1,27). Os transtornos específicos depressão (RP = 1,24, IC95% 1,14-1,34), ansiedade (RP = 1,18, IC95% 1,12-1,24) e misto de ansiedade e depressão (RP = 1,12; IC95% 1,06-1,18) também se mostraram associados, inclusive quando ajustados para as mesmas covariáveis. Conclusão: Participantes com transtorno mental comum e com os diagnósticos específicos de depressão e ansiedade apresentam maior prevalência de obesidade central comparados com os que não apresentam transtornos mentais. / Background: Central obesity is a risk factor for diabetes and cardiovascular disease, and the study of its association with common mental disorders can help understand the obesity epidemic in Brazil, and the relationship between mental health and chronic diseases. Objective: To investigate the association between common mental disorders and central obesity in an occupational cohort ELSA-Brasil. Methods: Waist circumference, among other anthropometric measures, was obtained, and the CIS-R questionnaire was applied in 15102 participants between 35 and 74 years old. Demographic and behavioral variables were also obtained. Results: Common mental disorder was significantly associated with central obesity in crude analysis (PR = 1,30, CI95%: 1,25-1,36), and when adjusted for gender, age, skin color and center study (PR = 1,21, CI95%: 1,16 – 1,27). The specific mental disorders depression and anxiety were also associated. Conclusion: Participants with common mental disorder, and with specific diagnoses of depression and anxiety, report a higher prevalence of central obesity than people without a mental disorder.
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