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O operador do Direito da Defensoria Pública do Estado de São Paulo no atendimento à violência contra a mulherBernardes, Isabel Cristina Gonçalves 16 May 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-05-16 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / To investigate the care provided by Defenders of the Public Defender of the State of São Paulo to the question of violence against women appearing in the screening of the institution. Rationale: Surpass the logic behind the practices of violence against women, domestically and in the public and institutional scopes is one of the biggest challenges of Brazil, according CPMI Final Report on violence against women, delivered in August 2013 for Senate and Congress. The Public Defender is a fundamental key to this challenge be won, to understand modes, strategies and difficulties of professionals that participate in the initial reception of the legal requirements with respect to this issue is the first step to achieve the eradication this type of violence. Theoretical and methodological aspects: To support this work, we use the discussion of Guacira Lopes Louro about gender stereotypes and Agnes Heller about the naturalization of experienced situations daily and linking them to the current literature on the issues of violence against women and the understanding of professionals that receive women victims of violence. Were done 18 interviews with six women professionals and five men professionals in leadership positions in the researched institution, four men professional and three women professional that work in screening. Results: Identification and referral of demands involving violence against women are big difficulties for professionals of the institution, especially when such violence underlies other legal demands. This difficulty is also due to the organization of this Public Defense and adds to organization and care provided by other institutions and services to this question. Surpass the banality of this type of violence that is manifested, is a possible path to your inquiry pass to a job step and the care of this population be refined. Training on the subject is the most cited by interviewers (women and men) to reach these goals / Investigar o atendimento prestado por Defensoras e Defensores da Defensoria Pública do Estado de São Paulo à questão da violência contra a mulher que aparece na Triagem da instituição. Justificativa: Superar a lógica que subjaz às práticas de violência contra a mulher, tanto no âmbito doméstico quanto no público e institucional é um dos grandes desafios do Brasil, conforme o Relatório Final da CPMI sobre a violência contra a mulher, entregue em agosto de 2013 pelo Senado e Congresso. A Defensoria Pública é peça fundamental para que esse desafio seja vencido, de modo que compreender a forma, as estratégias e as dificuldades dos profissionais de Direito que participam do acolhimento inicial das demandas jurídicas com relação a esse tema é um primeiro passo para alcançar a erradicação dessa modalidade de violência. Aspectos teórico-metodológicos: Para fundamentar este trabalho, partimos das discussões de Guacira Lopes Louro sobre estereótipos de gênero e de Agnes Heller sobre a naturalização das situações vividas cotidianamente vinculando-as à literatura atual sobre violência contra a mulher e do entendimento da questão por profissionais que recebem mulheres em situação de violência. Foram realizadas 18 entrevistas com seis profissionais mulheres e cinco profissionais homens em posição de liderança na instituição pesquisada e com quatro profissionais homens e três profissionais mulheres que atuam como plantonistas na Triagem. Resultados: A identificação e o encaminhamento de demandas que envolvem violência contra a mulher são grandes dificuldades para os profissionais da instituição, em especial quando essa violência subjaz a outras demandas jurídicas. Essa dificuldade se deve também à própria organização da Defensoria e se soma à organização e ao atendimento prestado por outras instituições e serviços a essa questão. Superar a banalização das formas com que essa modalidade de violência se manifesta é um caminho possível para que sua averiguação passe a ser uma etapa de trabalho e o atendimento dessa população seja aperfeiçoado. A formação a respeito do assunto é a providência mais citada pelos/as entrevistadas/os para atingir esses objetivos
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"Entre a cruz e a espada" : significados da renúncia à representação criminal por mulheres em situação de violência conjugal no contexto da Lei Maria da PenhaStuker, Paola January 2016 (has links)
Com a promulgação da Lei Maria da Penha, a violência contra mulher emerge de uma situação de invisibilidade para um crime que prevê punição com pena de prisão aos acusados. Contudo, muitas mulheres em situação de violência conjugal que registram uma ocorrência policial manifestam desejo de não processarem criminalmente os acusados, renunciando à representação criminal. Nesta dissertação de mestrado, investigaram-se as dinâmicas das queixas e as motivações das mulheres que renunciam à representação criminal em uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, através de observações participantes dos registros de ocorrências policiais e de entrevistas com as mulheres renunciantes. Sobre o enfoque da sociologia compreensiva weberiana demonstrou-se a confluência entre razão e emoção nessas ações, que foram classificadas através de seus predominantes sentidos em dois grupos: ações estratégicas, através das quais as mulheres utilizam o registro de ocorrência policial de forma estrategicamente racional com relação a fins; e ações dilemáticas, que representam as situações em que as mulheres renunciaram à representação criminal diante de dilemas envolvendo valores, afetos e tradições. Essas ações foram compreendidas no âmbito das relações e representações de gênero, perpassadas por significados de poder e explicadas pelas consubstancialidades de gênero, classe social e geração e aspectos de maternidade; e, complementarmente, no âmbito das práticas policiais no atendimento a esses casos, que reproduzem uma moralidade expressa pela representação do papel da polícia como repressão ao que é historicamente considerado como crime e pela incompreensão das relações de gênero e dos casos de renúncia. Ao final, os resultados desta dissertação rompem dicotomias de gênero e de justiça, revelando que a complexidade dos casos de renúncia à representação criminal por mulheres em situação de violência conjugal não pode se limitar à classificação generalizada destas em vítimas passivas ou detentoras de significativo poder nas relações, nem uma avaliação polarizada sobre o enfrentamento judicial destes casos entre punição ou restauração, mas uma interpretação dos usos e desusos dos mecanismos de Direito por estas mulheres e seus diferentes significados nos âmbitos individual, conjugal e policial. / Through the Maria da Penha law promulgation, the violence against women emerges from an invisibility situation for a crime which provides punishment with detention to accused people. However, many women in domestic violence situations who have registered a police report do not desire to criminally prosecute the perpetrators, denying criminal representation to the case. In this thesis, women's dynamics of complaints and motivations to renounce criminal representation to such cases were investigated, through participant observation of registered police reports and interviews with denying women. The data to carry on this study were available in a Specialized Police Station in Assistance to Women. On the approach of Weber's comprehensive sociology, the confluence between reason and emotion in these actions was demonstrated and they were classified by their predominant senses into two groups: strategic actions, through which women use the police report registration strategically in order to achieve a specific goal; and dilemmatic actions, which represent situations in which women renounce criminal representation before dilemmas involving values, emotions and traditions. These actions were understood within the scope of gender issues, elapsed with meanings of power and explained by consubstantial with social class and generation and maternity issues; and in addition, in the framework of police practices in the treatment of such cases, which reproduce a morality expressed by the representative of the police role as a repression act to what is historically considered as a crime and through the misunderstanding of gender relations and denial cases. To conclude, this thesis results break dichotomies of gender and justice, revealing that the complexity of renounce criminal representation cases by women in domestic violence situations can not be limited to their general classification in passive victims or holders of significant power in relationships, or a polarized evaluation about the judicial confrontation of these cases between punishment or restoration but an understanding of the uses and disuses of law mechanisms for these women and their different meanings in individual, marital and police scope.
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How healthcare workers experience violence against women and how it influences the care : A qualitative studyVingård Frank, Linda January 2010 (has links)
Violence against women (VAW) is a global problem existing in all cultures. This study is performed because there is a lack of knowledge about how healthcare personnel treat VAW to promote health and to alleviate suffering. The aim is to describe how healthcare workers experience violence against women and how it influences the care. Qualitative semi structured individual interviews were made with three nurses and one medical student in Egypt. The interviews were taped and transcribed before the text was analyzed by qualitative content analysis. The result showed that women were subordinated and discriminated in Egypt and in the healthcare. The care for the abused women was focused on first aid, and the respondents expressed that it was the woman’s own decision and responsibility to report or do any further actions. Often the violence was ignored or silenced. Violence and threats was accepted by the society and individuals as a mean for handling conflicts and was used in the healthcare settings as well. The respondents expressed a need for change and a wish for decreasing the violence, work for equality and stressed the importance of education in society. They also emphasised the need for women to gain more economic independence. Attitudes of healthcare workers need to be addressed and further investigation is necessary to prevent VAW. / Program: Sjuksköterskeutbildning
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Queimadura autoinfligida em mulheres: a violência de gênero inscrita no corpo / Self-inflicted burn on women: gender violence in scribed on the bodyAída de Souza Dutra 14 March 2011 (has links)
O objeto deste estudo consiste na violência autoinfligida em mulheres por queimadura. As lesões por queimadura são consideradas causas externas (acidentes e violências) e tem contribuído para o aumento geral dos índices de morbimortalidade acarretando perda de anos de vida produtiva. São resultantes de múltiplos fatores como condições socioeconômicas, violências e desigualdade de gênero. Esta pesquisa teve como objetivos: analisar o perfil sociodemográfico das mulheres que vivenciaram queimadura autoinfligida; descrever as circunstâncias e o contexto social relacionados à queimadura autoinfligida em mulheres; analisar os fatores motivadores da queimadura autoinfligida em mulheres; e, discutir a queimadura autoinfligida em mulheres na perspectiva de gênero. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa e exploratória. Os cenários da pesquisa foram dois Centros de Tratamento de Queimados (Municipal e Federal) localizados no Estado do Rio de Janeiro. Os sujeitos do estudo foram 10 mulheres com história de queimadura autoinfligida e que não tivessem história de tentativa de suicídio anterior e diagnóstico de sofrimento psíquico, uma vez que estas situações poderiam comprometer a análise das vivências de violência. A coleta de dados foi realizada através de entrevista semi-estruturada, com roteiro previamente elaborado, no período de novembro de 2009 a março de 2010. Os dados foram analisados através da técnica de Análise de Conteúdo de Bardin, tendo emergido duas categorias: a) A vida da depoente antes da queimadura: percepção da sua condição pessoal; relações familiares envolvendo mãe, pai, avós, irmãos e filhos; relações sociais e relação com o companheiro; b) Queimadura autoinfligida em mulheres: uma questão de violência de gênero: fatores motivadores da queimadura autoinfligida na perspectiva da mulher e queimadura autoinfligida como desfecho da vivência de violência conjugal. As participantes do estudo caracterizavam-se por ter uma vida, anterior ao evento da queimadura, marcada pela violência na relação familiar e, principalmente, com o parceiro. A constante vivência de violência presente na relação com o parceiro, manifestadas por diferentes expressões (físicas, sexuais e psicológicas) resultou em intenso sofrimento que culminou na queimadura autoinfligida. Ficou evidenciado que a queimadura autoinfligida, no grupo estudado foi uma tentativa de interromper com a violência de gênero vivenciada. A escolha pelo fogo foi justificada pelas mulheres como um elemento capaz de produzir maior letalidade e ser de fácil acesso no ambiente doméstico. As mulheres afirmam que o evento da queimadura autoinfligida promoveu transformações em suas vidas. Nos agravos à saúde da mulher, em especial na violência autoinfligida por queimaduras, é relevante considerar as questões de gênero como estratégia de ação e ampliação das práticas de cuidado. / The object of this study is self-inflicted violence in women by burning. Burn injuries are considered external causes (accidents and violence) and have contributed to the overall increase in mortality rates resulting in loss of productive life. They are the result of multiple factors such as socioeconomic status, violence and gender inequality. This study sought to analyze the demographic profile of women who experienced self-inflicted burns; describe the circumstances and social context related to self-inflicted burning in women, analyze the factors which motivated self-inflicted burn in women, and discuss self-inflicted burns in women from a gender perspective. This is both a qualitative and an exploratory study. The research scenarios were two Burns Treatment Centers (Municipal and Federal) located in the State of Rio de Janeiro. The study subjects were 10 women with a history of self-inflicted burns who didnt have a history of previous suicide attempts and diagnosis of psychological distress, since these situations could compromise the analysis of the experiences of violence. Data collection was conducted by means of a semi-structured interview with a predefined script, from November 2009 to March 2010. Data was analyzed with Bardins Content Analysis technique, and two categories have emerged: a) The life of the deponent before the burn: perceptions of her personal condition, family relations involving mother, father, grandparents, siblings and children; social relations and relationship with her partner, b) Self-inflicted burn in women: a matter of gender violence: motivating factors to self-inflicted burns from a woman's perspective and self-inflicted burns as an outcome of the experience domestic violence. The study participants were characterized by having a life, prior to the burn event, marked by violence in the family relationships and especially with their partners. The constant experience of violence in the couple relationship, expressed by different expressions (physical, sexual and psychological) caused intense suffering that culminated in the self-inflicted burns. The study revealed that self-inflicted burns in the group studied was an attempt to stop the gender violence which they experienced. The choice of the fire by women was justified as an element capable of producing greater lethality and being easily accessible in the home. The women say the event of self-inflicted burns caused changes in their lives. In the health risks to the woman, especially in self-inflicted violence by burns, it is important to consider gender issues as an action strategy and expansion of healthcare practices.
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Violência contra a mulher: a percepção dos médicos das unidades básicas de saúde de Ribeirão Preto, São Paulo / Violence against Women: Perception by the Physicians of the Basic Health Units of Ribeirão Preto, São Paulo.Fernanda Garbelini De Ferrante 13 June 2008 (has links)
Este estudo desenvolveu-se como subprojeto de uma investigação denominada: A interface entre a ocorrência e o atendimento de violência de gênero entre mulheres usuárias dos serviços públicos de saúde de Ribeirão Preto. A violência contra a mulher é um fenômeno complexo e muito prevalente no Brasil, atingindo todas as classes, raças, etnias e culturas. Mulheres nesta situação freqüentemente buscam os serviços de saúde para tratar sintomas associados à violência. Entretanto, os profissionais de saúde apresentam uma série de dificuldades. Desenvolvemos este estudo, entendendo que a violência de gênero é reconhecida como um problema de saúde pública por afetar a integridade física e mental da mulher, e que existe necessidade de acolher essa mulher no serviço de saúde. O estudo teve por objetivo de verificar a percepção dos médicos atuantes nas Unidades Básicas e Distritais de Saúde sobre a violência praticada contra mulheres por parceiros íntimos. Realizamos uma pesquisa de cunho qualitativo com 14 médicos ginecologistas e clínicos gerais, utilizando como instrumento entrevistas semi-estruturadas. Realizamos análise de conteúdo temática utilizando como referencial teórico as teorias de gênero. A análise dos resultados permitiu-nos definir os seguintes temas: 1. Percepções dos médicos sobre as relações de gênero; 2. Percepção dos médicos sobre a violência; 3. Papel dos médicos diante da violência doméstica contra a mulher; 4. Conhecimentos e informações sobre a violência doméstica contra a mulher; que foram divididos em várias subcategorias. De acordo com os médicos, a mulher atual conquistou sua liberdade e independência sexual, no entanto, a hegemonia masculina ainda é muito presente. Compreendem que a violência de gênero ocorre devido às desigualdades que pautam o sistema social que acabam por justificar os eventos violentos como atitudes educativas e punitivas, aceitas pela posição social ocupada pela mulher. Constatamos que alguns desses profissionais detêm conhecimentos sobre os tipos de violência de gênero, são capazes de identificar e muitas vezes acolher essas mulheres e também conhecem os procedimentos para o atendimento e o encaminhamento. Entretanto, muitas vezes não dão andamento aos casos, ignorando-os, ou porque não acreditam que este fenômeno seja de sua responsabilidade, ou ainda devido a uma série de barreiras pessoais e institucionais que impedem uma adequada atuação. Além disso, verificamos a existência de uma invisibilidade institucional que prejudica a qualidade do serviço prestado. Por fim, destacamos a importância do desenvolvimento de treinamento voltado para o profissional da área da saúde, com o objetivo de prepará-lo para melhor assistir à mulher em situação de violência, condição muito presente em seu cotidiano. / The present study was carried out as a subproject of an investigation named: The interface between the occurrence of gender violence and its treatment among women users of the public health services of Ribeirão Preto. Domestic violence against women is a complex and highly prevalent phenomenon in Brazil, where it reaches all classes, races, ethnic groups, and cultures. Women who are victims of this violence frequently seek health services in order to treat the symptoms associated with it. However, health professionals have a series of difficulties in this situation. This study was conducted considering that gender violence is recognized as a public health problem affecting the physical integrity and mental health of women and there is a need to assist these women in the health service. This study has as objective to determine the perception of doctors working in the Basic and District Health Units about the violence inflicted on women by intimate partners. We carried out a qualitative investigation with 14 Gynecologists and General Clinicians using a semi-structured interview as instrument. Data were submitted to thematic content analysis and gender theories were used as the theoretical framework. Analysis of the results permitted us to define the following themes: 1. Perception of gender relations by the physicians; 2. Perception of violence by the physicians. 3. Role of the physicians regarding violence against women. 4. Knowledge and information about domestic violence against women. These themes were divided into various subcategories. According to the doctors, today women have conquered their liberty and sexual independence, but male hegemony continues to be strongly present. They understand that gender violence occurs due to the inequalities of the social system, which end up by justifying violent events as educational and punitive attitudes accepted by the social position occupied by women. We observed that some of these professionals have knowledge about the types of gender violence, are able to identify and often shelter these women, and are also aware of the procedures involved in treatment and referral. However, they often do not initiate the proper steps regarding these cases, ignoring them either because they do not believe this phenomenon to be their responsibility, or because of a series of personal and institutional barriers that prevent an adequate attitude. In addition, we observed the existence of institutional invisibility that hampers the quality of the care provided. Finally, we emphasize the importance of training programs for the health professional in order to improve the assistance to women in violent situation which is very frequently in the daily practice.
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Violência doméstica contra a mulher: representações e práticas do agente comunitário de saúde / Domestic violence against women: representations and practices of the community health workerAdriana Miranda Ferreira Leite Jacinto 23 July 2018 (has links)
Introdução - Esta pesquisa discute o papel do agente comunitário de saúde (ACS) na identificação dos casos de violência doméstica contra a mulher, considerando sua dimensão e alcance nas relações humanas e os aspectos que contribuíram para sua invisibilidade ao longo da história, além dos prejuízos à saúde e qualidade de vida dos indivíduos, tornando-se um problema de saúde pública. Postula-se que o estudo das representações sociais deste profissional venha a favorecer a efetividade das ações e intervenções da equipe de saúde da família. Objetivo - conhecer e problematizar as representações do ACS sobre a violência doméstica contra a mulher. Método - Convidamos a participar da pesquisa todos os agentes comunitários de saúde das cinco Unidades de Saúde da Família do município de Jundiaí. Foram realizados cinco grupos focais e, para análise das representações sociais, utilizou-se a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin. Resultados - As representações dos agentes comunitários quanto ao aspecto privado e particular das relações, bem como a responsabilização da mulher pela compreensão de sua autonomia para romper com o ciclo de violência, despontaram como aspectos desfavoráveis para a reflexão nas questões de gênero, assim como para a elaboração das ações pelos serviços de saúde. A assimilação dessas representações refletiu, inclusive, no distanciamento dos agentes comunitários do contexto de violência contra a mulher, já que para esses profissionais, o limite entre a esfera pública e privada não deve ser ultrapassada sem permissão, consentimento ou pedido de ajuda da mulher. Outros aspectos, como a confusão entre notificação e denúncia, o descrédito na Lei Maria da Penha, o medo de exposição e retaliação na pós-denúncia, a insegurança quanto ao sigilo e a ética dos profissionais de Segurança Pública produziram nos agentes comunitários o desinteresse pela notificação compulsória e a resistência tanto à realização da denúncia, bem como à orientação da mulher a fazer o boletim de ocorrência. Conclusão - Levando-se em consideração a complexidade do problema, aponta-se para a capacitação dos agentes comunitários e demais profissionais da equipe de saúde em uma perspectiva direcionada à abordagem das violências. Entende-se, no entanto, que a formação desses profissionais não pode ser pensada à parte de um contexto adverso de organização do serviço, que envolve a terceirização, a precarização e a rotina de trabalho estressante voltada para metas. Logo, não é apenas a capacitação do profissional que irá resolver essa questão, mas a consideração de outros elementos como o engajamento da Saúde na transformação da cultura, principalmente o que concerne às representações de gênero. Dessa forma, a saúde poderá contribuir para práticas transformadoras, viabilizando a discussão em articulação com os movimentos sociais e a sociedade sobre essa possibilidade de mudança. / Introduction - The present research discusses the relevance of the community health worker (CHW) in identifying cases of domestic violence against women, considering their dimension and scope in human relations and the aspects that contributed to their invisibility throughout history, as well as the health and quality of life of individuals, becoming a public health problem. It is postulated that the study of social representations of this professional may favor effectiveness of actions and interventions of the family health team. Objective - to know and to problematize the representations of the CHW on domestic violence against the woman. Method - all the community health workers from five Family Health Units from Jundiaí were invited to participate in the survey. Five focus groups were carried out and Bardin Content Theme Analysis was used to analyse the social representations. Results - The representations of the community health worker regarding the private and particular aspect of the relations, as well as the women\'s responsibility for the understanding of their autonomy to break with the cycle of violence, emerged as unfavorable aspects for the reflection on the gender issues as well as for the elaboration of the actions by the health services. The assimilation of these representations also reflected in the distancing of community health worker from the context of violence against women, since for these professionals, the limit between the public and private sphere should not be surpassed without women\'s permission, consent or request for help. Other aspects such as the confusion between notification and denunciation, disrepute in the Maria da Penha Law, the fear of exposure and retaliation in the post-denunciation and the insecurity about the secrecy and the ethics of Public Safety professionals produced in the community health worker the lack of interest in the notification and the resistance to both the denunciation and the orientation of the woman to make the report of occurrence. Conclusion - Taking into account the complexity of the problem, it is pointed to the training of community health worker and other professionals of the health team in a perspective aimed at approaching violence. It is understood, however, that the training of these professionals can not be thought apart from an adverse context of organization of the service, which involves outsourcing, precariousness and stressful work routine geared toward goals. Therefore, it is not only the training of the professional that will solve this question, but the consideration of other elements such as the engagement of health in the transformation of culture, especially with regard to gender representations. In this way, health can contribute to transformative practices, enabling discussion in articulation with social movements and society about this possibility of change.
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VIOLÊNCIA NA GRAVIDEZ: caracterização de casos em São Luís (MA) no ano de 2010 / Violence in pregnancy: St. Louis (MA) cases characterization in the year 2010.Aguiar, Lia Cardoso de 10 March 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-03-10 / Violence against women is a complex public health problem which can be present even in a moment of the woman's life when her well-being should be assured: pregnancy. There are a
few researches on how violence towards women is characterized. Even more scarce are the studies that characterize the occurrence and kind of violence against women during pregnancy. This study aimed at describing the violence against women in the city of São Luís (MA) in the year 2010. The methodology used consisted of structured interviews
(questionnaires) with 1446 pregnant women, only one pregnancy, from 22 to 25 weeks bearing the child, confirmed by ultrasound made in the first trimester and in facilities of both
public and private health system. To assess the violence during pregnancy a WHO questionnaire was used Multicountry Study about Women's Health and Violence Against Women. The data was analyzed and distributed in frames and graphic categorized by frequence and percentage. Statistic tests were not used. Data analysis revealed that violence was present during in 49,65% of the pregnancies, being psychological violence more frequent. The increase in sexual violence was expressive during pregnancy (11,29%). It was observed that regardless the kind of violence physical, sexual and/or psychological the pregnant women showed the same social-economic standard: aged between 20 and 34, dark skin, between 9 and 11 years of study, living with a partner and not having kids at home, being out of the economical active population, having family wage between 1 and less than 3 minimum wages and being from the C class. The current husband/partner/boyfriend was pointed as
being the aggressor in most cases. It is concluded that violence against women can happen any time, including pregnancy, regardless skin color, schooling, social class, and in different
ways (physical, sexual and/or psychological). / A violência contra mulher é um problema de saúde pública complexo que pode estar presente até mesmo em um período da vida da mulher em que seu bem-estar deveria ser
especialmente assegurado: a gestação. Há poucas pesquisas sobre a caracterização da violência contra a mulher. Mais escassas ainda são estudos que caracterizem a ocorrência e o
tipo de violência contra a mulher durante o período gestacional. O objetivo deste estudo foi descrever as características da violência perpetrada contra gestantes, na cidade de São Luís
(MA) em 2010. A estratégia metodológica utilizada consistiu na realização de entrevistas estruturadas (questionário) com 1446 gestantes, de gravidez única, idade gestacional de 22 a
25 semanas confirmada por ultrassom realizada no primeiro trimestre gestacional, em unidades de saúde e serviços de ultrassonografia da rede pública e privada. Para avaliar
violência durante a gestação foi utilizado um questionário da OMS - Estudo Multipaíses sobre Saúde da Mulher e Violência contra a Mulher. Os dados foram analisados e distribuídos em
tabelas e gráfico categorizados por frequência e porcentagens. Não foram utilizados testes estatísticos. A análise dos dados revelou que a violência esteve presente durante a gestação de
49,65% mulheres, sendo a violência psicológica a mais frequente. O aumento da violência sexual durante a gravidez foi expressivo (11,29%). Observou-se que independente do tipo de
violência física, sexual e/ou psicológica as gestantes apresentaram o mesmo padrão socioeconômico: idade entre 20 a 34 anos, cor da pele parda, com 9 a 11 anos de estudo,
morar com o companheiro e não ter filhos no domicílio, encontrar-se fora da população economicamente ativa, a maioria contava com renda familiar entre 1 a menor que 3 salários mínimos e ser da classe C. O atual marido/companheiro/namorado foi apontado como autor da agressão na maioria das ocorrências. Conclui-se que a violência contra a mulher, pode
acontecer a qualquer momento, inclusive na gravidez, independente de cor, escolaridade ou classe social e de diferentes formas (violência física, sexual e/ou psicológica).
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Kartläggning av socialtjänstens arbete med våld i nära relationer : - en studie av sju kommuner i nordvästra StockholmFalk, Annica, Raninen, Jonas January 2009 (has links)
<p>Intimate partner violence is a problem which is increasingly drawing attention in society. The authority responsible for providing care and support to victims of intimate partner violence and their children is the social services. The purpose of this study was to show how social workers deal with intimate partner violence and to create a description of how this work is currently carried out in seven municipalities in the north-west of Stockholm. This was done through a quantitative survey including all investigating social workers in the municipalities concerned. The results were analysed with concepts from organizational theory. The findings showed that there is a need for further education related to intimate partner violence. The differences observed between the municipalities were derived mainly to the presence of a coordinator for issues concerning violence against women. Furthermore, results showed that social workers believe that the best possibilities to help victims of intimate partner violence lay outside the own organization. To better fulfil their statutory responsibility regarding intimate partner violence the next step for the municipalities would be to make sure that social workers gain further knowledge about intimate partner violence.</p>
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Evaluation Of Istanbul Convention Its Contributions And Constraints For Elimination Of Violence Against Women In TurkeyKiymaz Bahceci, Sehnaz 01 September 2012 (has links) (PDF)
With 2011 womens movement in Turkey has a new tool for combating violence against women in their hands / Council of Europe Convention on Preventing and Combating Violence against Women and Domestic Violence, a.k.a. the Istanbul Convention. The Convention will add several new tools to the ones used by the womens movement in Turkey since 1980s.
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The Shame of Preserving Honor: Why Honor Killings Still Plague the Hashemite Kingdom of Jordan in the 21st CenturyHartman, Krysten Brooke 01 January 2010 (has links)
In Jordan, a woman is often murdered by members of her own family if she is found to have tainted the family's honor in any way. Refusing to enter into an arranged marriage, being seen alone with a male stranger or even wearing makeup have all been cited as incidents that shame the family and result in what are called "honor killings". These honor killings have continued to plague Jordan, and other countries in the Middle East, well into the 21st century, despite the country's progress towards modernization. The dominance of the patriarchal family and the inability of the country to experience economic growth are strong contributors to the perpetuation of these horrible crimes in a country that is considered to be relatively modern in this day and age.
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