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A questão da unidade e do ensino das virtudes em Platão / Question of unity and teaching of virtues in Plato

Feitosa, Zoraida Maria Lopes 28 April 2006 (has links)
O objetivo deste trabalho está relacionado à questão de saber qual a natureza da virtude em Platão; para tanto, procuramos demonstrar que a virtude na ética platônica possui diferentes fases. A primeira, trata da virtude a partir da visão socrática, considerada a fase de juventude de Platão; nesta fase, o conceito de virtude coincide com conhecimento, ou seja, todo princípio ético deve estar fundamentado pela razão, portanto o conhecimento é o princípio fundamental e unificador de todas as virtudes. Na segunda fase, o conhecimento continua sendo o princípio unificador, no entanto, o conceito de virtude se evidencia como uma unidade que se harmoniza pelo pressuposto das diferenças, isto é, Platão faz emergir a ação, o conflito, conseqüentemente isto leva à superação do intelectualismo socrático, no sentido de mostrar que o conhecimento é necessário, mas não suficiente para unificar as virtudes. E por último, temos a questão do ensino da virtude a partir do diálogo Mênon. Embora o citado diálogo negue a possibilidade do ensino da virtude, entretanto deixa em aberto a mesma possibilidade no que diz respeito à natureza da virtude ser ensinável. / The objective of this paper concerns the question of knowing what the nature of virtue in Plato is. In order to achieve it, we aim to demonstrate that the virtue in the platonic ethics has different phases. The first one deals with virtue from the socratic vision, known as the phase of Plato\'s youth; in which the concept of virtue coincides with knowledge, that is, all ethical principles must be based on reason, therefore knowledge is the basic and unifying principle of all virtues. In the second phase, in spite of the fact that knowledge is still regarded as the unifying principle, the concept of virtue is evidenced as a unit that is harmonized through the assumption of differences, that is, Plato makes the action and the conflict emerge, which consequently leads to the overcoming of the socratic intellectualism, in that it shows that `knowledge is necessary, but not enough to unify the virtues. Finally, there is the question of the teaching of virtue from the Menon dialogue. Although the aforementioned dialogue denies the possibility of the teaching of virtue, yhe same possibility concerning the nature of the teaching of virtue remains unresolved.
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Virtude e conhecimento no Prótagoras de Platão / Virtue andknowledge in Platos Protagoras

Miranda, Marcos Tadeu Neira 13 March 2018 (has links)
Do conjunto dos chamados primeiros diálogos de Platão, o Protágoras destaca-se como a obra em que é apresentada mais sistematicamente a doutrina conhecida como intelectualismo ético. Grosso modo, trata-se de compreender os temas éticos, como as virtudes ou excelências morais (justiça, piedade, sabedoria, temperança e coragem), exclusivamente como resultado de um processo cognitivo; em outros termos, trata-se de afirmar que os assuntos éticos para uma correta apreciação exigem a consideração de um tipo de conhecimento, que, sob esse diapasão, mostrar-se-á como o conhecimento do bem. O final do Protágoras apresenta esse ponto com clareza. Ali, as virtudes discutidas ao longo do diálogo são, a rigor, uma só coisa, a saber, conhecimento. A doutrina ética intelectualista conduz a consequências que não deixaram de ser exploradas por Platão nos primeiros diálogos, notadamente no Protágoras. Primeiramente, reduz-se com isso a multiplicidade das manifestações da excelência humana à posse de um conhecimento, problema que deixará sua herança à literatura antiga e que chega aos estudos eruditos contemporâneos como a questão da unidade das virtudes; em segundo lugar, o papel destacado do conhecimento na compreensão da vida ética requer a compreensão da relação deste com outros elementos fundamentais e reconhecidos, igualmente decisivos para a alma humana e para determinação das ações, como os apetites e as paixões. Este último ponto surge devido à constatação abundante nos diálogos da primeira fase de Platão, corroborada exemplarmente pelo Protágoras, de que o conhecimento é condição não apenas necessária, mas também suficiente para a obtenção e o exercício das virtudes, de modo que nenhum elemento extracognitivo (como o são paixões e apetites) é capaz de desviar a rota de ação indicada pelo conhecimento. Sendo o conhecimento do bem que caracteriza a virtude, hegemônico quando presente na alma humana, qual papel, portanto, seria reservado para paixões e apetites na ética dos primeiros diálogos? Uma doutrina que articula esses dois pontos é avançada no Protágoras, sendo este o diálogo que sistematiza e aprofunda as teorias socráticas presentes nos demais diálogos do conjunto. Nesse sentido, proponho um exame da relação entre virtude e conhecimento no Protágoras, dividido em duas partes: a primeira parte lidando mais diretamente com o problema da unidade das virtudes, enquanto a segunda investigará o sentido do intelectualismo ético segundo a relação entre conhecimento e elementos não cognitivos, parte na qual o exame de uma virtude particular receberá destaque: a coragem. / Among Platos first dialogues, the Protagoras stands out as the work in which the so called ethical intellectualism is exposed in the most systematic manner. Roughly, in ethical intellectualism, ethical themes such as virtues or moral excellences (justice, piety, wisdom, temperance and courage) are defined exclusively as the result of a cognitive process; in other terms, for ethical matters to be correctly understood, a certain knowledge must be considered; in this case, knowledge of the good. This point is made clear at the end of the Protagoras: all virtues discussed throughout the dialogue are strictly one thing, namely knowledge. The consequences of the intellectualist ethical doctrine were also explored by Plato in his first dialogues, especially in the Protagoras. First, the multiplicity of different manifestations of human excellence are thus reduced to the possession of a knowledge, a problem that was thoroughly explored in ancient literature and resulted, contemporarily, in the question of the unity of virtue. Secondly, the central role of knowledge in the comprehension of the ethical life requires the comprehension of the relation between knowledge and other admittedly fundamental aspects such as appetites and passions that are decisive to the human soul and crucial to determine ones actions. This latter point arises from the abundant observation in Platos first dialogues, especially in the Protagoras, that knowledge is not only a necessary condition but also a sufficient condition to obtain and exercise virtue in such a way that no extracognitive element (such as passions and appetites) is able to interfere in the path of action indicated by knowledge. If knowledge of the good is what defines virtue and if it is hegemonic when present in the human soul, what role is left to passions and appetites in the ethics of the first dialogues? These two points are articulated in the doctrine that is exposed in the Protagoras, a dialogue that deepens and systematizes Socrates theories discussed in the other dialogues from this period. Therefore, I intend to examine the relation between virtue and knowledge in the Protagoras. This work is divided in two parts: in the first, I deal with the problem of the unity of virtues; in the second part, I investigate the meaning of ethical intellectualism in view of the relation between knowledge and non-cognitive elements, and one particular virtue shall be examined: courage.
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A imagem feminina na Moralia: heroísmo e outras virtudes / The feminist image in the \"Moralia\": heroism and other virtues

Silveira, Mariana Duarte 18 July 2006 (has links)
A pesquisa apresentada consiste em cinco momentos distintos: Capítulo I - introdução situando a abra e o autor; Capítulo II - ensaios que contextualizam as obras traduzidas, apresentando alguns aspectos relevantes no olhar de Plutarco para a posição da mulher nos âmbitos público e privado; Capítulo III - traduções de três tratados de Plutarco: As virtudes das mulheres, Preceitos para o casamento e Carta de consolação à sua mulher; Capítulo IV - sob o título de considerações finais, destaca como a idéia de virtude feminina perpassa os textos traduzidos e como o conceito de virtude em alguns autores gregos dialoga com a idéia de virtude feminina presente na obra de Plutarco. O Capítulo V, por sua vez, apresenta um glossário dos nomes traduzidos. / The research done has five different moments: Chapter I - an introduction presenting the author and his work; Chapter II - essays that remit the translated works to the context at that period, showing some relevant thoughts of Plutarch about women position in public and private spaces, during the Ancient times; Chapter III - translation of three Plutarch\'s works: Bravery of Women , Advice to bride and groome and Consolation to his wife; Chapter IV - the final considerations emphasize how the idea of feminine virtue is inserted in the translated works and also the interlocution between the concept of virtue in some Greek authors and Plutarch\'s ideas. Chapter V presents a glossary of the translated names.
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A liberdade do cidadão: uma análise do pensamento ético-político de Alexis de Tocqueville / The freedom of the citizen: an analysis of the ethical-political thinking of Alexis de Tocqueville

Reis, Helena Esser dos 12 December 2002 (has links)
A presente pesquisa visa compreender o pensamento ético-político de Alexis de Tocqueville, no que diz respeito ao desenvolvimento da liberdade do cidadão no Estado democrático para, então, discutir a estreita relação estabelecida entre Estado democrático, liberdade e justiça. O interesse nesta discussão advém de uma dificuldade que a análise tocquevilliana da democracia traz à luz: por um lado o Estado democrático fundamenta-se necessariamente numa relação de harmonia entre a liberdade e a igualdade, por outro lado, tal harmonia é bastante problemática, pois exige dos homens virtudes cívicas opostas às propensões que dispõem naturalmente neste Estado. A falta destas virtudes isola os cidadãos e a conseqüência é o surgimento de um Estado despótico que, aniquilando suavemente a capacidade dos homens pensarem e agirem por si mesmos junto com seus semelhantes, os degrada. Para equacionar esta dificuldade Tocqueville, sem qualquer desprezo às características dos tempos democráticos, mas ciente da necessidade de conter as tendências desagregadoras destes tempos, admite a necessidade de educar o indivíduo para torná-lo um cidadão virtuoso. Aceitando que a virtude possa advir do interesse, faz-se necessário formar, pela ação dos próprios cidadãos concernidos, costumes e crenças que os projetem para além de si mesmos, que os façam reconhecer, no respeito à igual liberdade de todos demais, um critério de justiça adequado ao Estado democrático e à dignidade humana. Mas, se justo é a igual liberdade impõe-se que aceitemos o Estado democrático como radicalmente inacabado, sujeito à revezes e incertezas, posto que implica a permanente abertura ao diferente, à tolerância e ao pluralismo. / This thesis aims at understanding the ethical and political thought of Alexis de Tocqueville as far as the development of the citizen\'s freedom in the democratic state is concerned. This provides a basis for a discussion about the close relationship between democratic state, freedom, and justice. The interest in such a discussion comes from an issue raised by the tocquevillian analysis of democracy: if, on the one hand, the democratic state is necessarily based on a harmonious relationship between freedom and equality, on the other, such harmonious relationship is rather problematic because it demands from the citizens civic virtues which are opposed to their natural dispositions. The lack of such civic virtues isolates the citizens from each other, and can lead to the emergence of a despotic state, which degrades men because it subtly annihilates their ability to think and act by themselves. Without showing any disregard for the characteristics of democratic times, Tocqueville is aware of the necessity to limit the disruptive tendencies of those days and admits the need to educate men to make them become virtuous citizens. Accepting that virtue results from interest, then it becomes necessary that the concerned citizens develop a set of customs and beliefs which project them beyond themselves and make them recognize a criterium for justice which is appropriate to the democratic state and to human dignity. However fair equal freedom, one might accept that the democratic state is an unfinished business, subject to setbacks and uncertainties, and its future depends a great deal on mens ability to deal with difference, with tolerance and pluralism
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Criação de valores nas ilhas bem-aventuradas de Nietzsche / Creation of values upon the blessed isles of Nietzsche

Rodrigues, Giovane 28 February 2018 (has links)
A menção do título às ilhas deve-se ao fato de que toda a tese se estrutura a partir da análise do discurso Nas ilhas bem-aventuradas, da segunda parte de Assim falou Zaratustra. Examino, em primeiro lugar, a relevância desse cenário, tanto para a obra, quanto para os problemas centrais a serem abordados na tese. Esse espaço mítico, tomado de Hesíodo (e, derivativamente, de Homero), tem a função de selecionar a audiência de Zaratustra e, portanto, restringir drasticamente a destinação de seus ensinamentos (ou seja, da filosofia nietzschiana como um todo). A partir desse enquadramento, examino o significado muito específico que o além-do-homem adquire para a audiência seleta: ele é um ideal, não a ser alcançado, mas a ser perpetuamente perseguido. Ao compreendê-lo, o criador abandona a verdade como um critério da ação criativa e dos valores e é instado a eleger outros em seu lugar. No discurso Nas ilhas bem-aventuradas, um desses critérios emerge da apresentação das condições efetivas que devem ser cumpridas pelo criador: em termos muitos gerais, o criador deve ser capaz de estabelecer uma relação privilegiada com o \"intransitório\", isto é, o devir. Trata-se, assim, de um modo específico de relacionarse com a vida um modo que a trata precisamente como a encarnação do devir e, além disso, da vontade de poder. Por fim, busco, avaliar as consequências daquele ideal quando projetado sobre o futuro da humanidade, algo permanentemente no horizonte de Nietzsche. A criação de uma nova imagem para o homem pressupõe a emergência de alguns raros indivíduos capazes de criar, para si mesmos, as virtudes alinhadas àqueles critérios superiores de valoração; nesse contexto, nobreza soma-se a devir e vida, não apenas como critério de valoração, mas também como meta incluída no ideal de superação da humanidade. / The allusion to the isles is due to the fact that the whole thesis is structured upon the analysis of Zarathustras discourse Upon the blessed isles. This points to the constitutive distance of isles, which symbolizes Nietzsche pathos der Distanz. Building on that, Ill discuss the meaning that the overman acquires in this context, i.e. an ideal to be perpetually aimed at. It implies the abandonment of truth as a criterion for creative action. The new criteria, besides the overman itself, are becoming, life. When it comes to the meaning of Nietzsches concern with the future of mankind, Ill discuss the concept of virtue and the self-stylization of nobility.
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A liberdade do cidadão: uma análise do pensamento ético-político de Alexis de Tocqueville / The freedom of the citizen: an analysis of the ethical-political thinking of Alexis de Tocqueville

Helena Esser dos Reis 12 December 2002 (has links)
A presente pesquisa visa compreender o pensamento ético-político de Alexis de Tocqueville, no que diz respeito ao desenvolvimento da liberdade do cidadão no Estado democrático para, então, discutir a estreita relação estabelecida entre Estado democrático, liberdade e justiça. O interesse nesta discussão advém de uma dificuldade que a análise tocquevilliana da democracia traz à luz: por um lado o Estado democrático fundamenta-se necessariamente numa relação de harmonia entre a liberdade e a igualdade, por outro lado, tal harmonia é bastante problemática, pois exige dos homens virtudes cívicas opostas às propensões que dispõem naturalmente neste Estado. A falta destas virtudes isola os cidadãos e a conseqüência é o surgimento de um Estado despótico que, aniquilando suavemente a capacidade dos homens pensarem e agirem por si mesmos junto com seus semelhantes, os degrada. Para equacionar esta dificuldade Tocqueville, sem qualquer desprezo às características dos tempos democráticos, mas ciente da necessidade de conter as tendências desagregadoras destes tempos, admite a necessidade de educar o indivíduo para torná-lo um cidadão virtuoso. Aceitando que a virtude possa advir do interesse, faz-se necessário formar, pela ação dos próprios cidadãos concernidos, costumes e crenças que os projetem para além de si mesmos, que os façam reconhecer, no respeito à igual liberdade de todos demais, um critério de justiça adequado ao Estado democrático e à dignidade humana. Mas, se justo é a igual liberdade impõe-se que aceitemos o Estado democrático como radicalmente inacabado, sujeito à revezes e incertezas, posto que implica a permanente abertura ao diferente, à tolerância e ao pluralismo. / This thesis aims at understanding the ethical and political thought of Alexis de Tocqueville as far as the development of the citizen\'s freedom in the democratic state is concerned. This provides a basis for a discussion about the close relationship between democratic state, freedom, and justice. The interest in such a discussion comes from an issue raised by the tocquevillian analysis of democracy: if, on the one hand, the democratic state is necessarily based on a harmonious relationship between freedom and equality, on the other, such harmonious relationship is rather problematic because it demands from the citizens civic virtues which are opposed to their natural dispositions. The lack of such civic virtues isolates the citizens from each other, and can lead to the emergence of a despotic state, which degrades men because it subtly annihilates their ability to think and act by themselves. Without showing any disregard for the characteristics of democratic times, Tocqueville is aware of the necessity to limit the disruptive tendencies of those days and admits the need to educate men to make them become virtuous citizens. Accepting that virtue results from interest, then it becomes necessary that the concerned citizens develop a set of customs and beliefs which project them beyond themselves and make them recognize a criterium for justice which is appropriate to the democratic state and to human dignity. However fair equal freedom, one might accept that the democratic state is an unfinished business, subject to setbacks and uncertainties, and its future depends a great deal on mens ability to deal with difference, with tolerance and pluralism
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A concepção e o lugar que a eudaimonia ocupa na ética Nicomaqueia de Aristóteles

Lopes, Vera Lucia 24 March 2017 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2017-04-11T12:02:24Z No. of bitstreams: 1 Vera Lucia Lopes.pdf: 889172 bytes, checksum: b567f082fcfbd2afbc279ae1034ac1d2 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-04-11T12:02:24Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Vera Lucia Lopes.pdf: 889172 bytes, checksum: b567f082fcfbd2afbc279ae1034ac1d2 (MD5) Previous issue date: 2017-03-24 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / The Aristotelian ethics is articulated from the research on which is the supreme good of man and the purpose for which all things tend. Artistotle says that happiness (eudaimonia) is this good that we all seek in life and, therefore, is the end to which all things desired by man tend. For Aristotle, eudaimonia is the successful accomplishment of the human being viewed as a rational political animal. Thus, the man is happy when performing the purpose for which he exists, i.e., when performing the work (érgon) of its own. This study, which focuses on the part of the Nicomachean Ethics that became known as “The treaty of virtue” (Books I-IV), aims at understanding the design and place that occupies eudaimonia in the ethics of Aristotle. Therefore, we investigate some concepts of Aristotelian ethics closely linked with his conception of eudaimonia. In conclusion to the paper, we present a recent debate that has become paradigmatic in studies of Aristotelian ethics. This is the debate between the positions of two great contemporary Aristotelians, Hardie and Ackrill on the conception of eudaimonia as a supreme good, to be understood as an inclusive one (Hardie) or a dominant one of all the others (Ackrill) / A ética aristotélica se articula a partir da investigação de qual é o bem supremo do homem e o fim a que tendem todas as coisas. Aristóteles afirma que a felicidade (eudaimonia) é esse bem que todos buscam na vida e, por isso, é o fim ao qual devem tender todas as coisas desejadas pelo ser humano. Para Aristóteles, a eudaimonia é a realização bem-sucedida do ser humano entendido como animal político racional. Desta forma, o homem é feliz quando realiza o fim para qual existe, isto é, quando realiza a obra (érgon) que lhe é própria. A presente dissertação, que se concentra na parte da Ética Nicomaqueia conhecida como “O tratado da virtude” (livros I-IV), tem por objeto compreender a concepção e o lugar que a eudaimonia ocupa na ética de Aristóteles. Para tanto, investiga-se alguns conceitos da ética aristotélica estreitamente ligados com a sua concepção de eudaimonia. Em conclusão, apresenta-se um debate recente que se tornou paradigmático aos estudos da ética aristotélica. Trata-se do debate entre as posições de dois grandes aristotélicos contemporâneos, Hardie e Ackrill, acerca da concepção da eudaimonia como bem supremo, a ser entendida como um bem inclusivo de todos os outros (Hardie) e um bem dominante de todos os outros (Ackrill)
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Virtude, trabalho e riqueza: a concepção de sociedade civil em Benjamin Franklin / Virtue, work and wealth the conception of civil society in Benjamin Franklin

Sanches, Ana Maria Brito 29 November 2006 (has links)
Neste trabalho examinamos a concepção de sociedade civil no pensamento social e político de Benjamin Franklin, cujas idéias exerceram grande influência na formação da mentalidade do homem do Novo Mundo. Essa mentalidade inaugura um novo modo de conceber a vida em sociedade, exaltando tudo o que se opõe aos valores da velha ordem. Contra o princípio da honra, os títulos de nobreza e a posição social dos indivíduos, ela exalta a virtude republicana, celebra o trabalho e reclama o respeito à dignidade humana, intrínseca a todos os homens independente da sua condição de nascimento. Não por acaso, virtude e trabalho aparecem como categorias centrais no pensamento de Benjamin Franklin. Longe de degradante, ele entendia o trabalho como energia vital do homem e expressão de sua liberdade. Além de ser um meio para obtenção da riqueza, o trabalho servia também para promover a virtude na medida em que libertava o homem da condição de pobreza, servilismo e dependência da boa vontade dos outros. A tese aí era de que o homem não pode ser considerado verdadeiramente livre se não for, ao mesmo tempo, politicamente livre e economicamente independente. Nesse sentido, sua concepção de sociedade se apresenta articulada com princípios que remontam a uma antiga tradição. É principalmente no ideal da civitas libera, ou Estado livre, que ela se inspira. Esse ideal havia predominado na Roma republicana de Tito Lívio, foi revivido e adaptado no renascimento italiano, sobretudo por Machiavel, e retomado no século XVII pelos defensores da causa republicana inglesa. No século XVIII, essa influência chegou até as colônias inglesas na América e teve em Franklin um dos seus principais representantes. / In this work we inspect the conception of civil society in the social and political ideas of Benjamin Franklin, which exerted large influence on the mentality constitution of the New World´s man. This mentality had initiated a new way to conceive the life in society exalting all that opposed the values of the old order. Against the principle of honor, the nobility titles, and the individual social position it exalts the republican virtue, celebrates the work, and claims respect for human dignity inherent to all men, not depending on their birth condition. Not by chance, virtue and work appears like central categories in the ideas of Benjamin Franklin. Far from conceiving it as shameful, he comprehended the work as the man´s vital energy and expression of his freedom. More than a way to obtain wealth, the work also attended to promote the virtue once it released man from the poverty and servility condition as much as from the dependence of the others good will. This theses utters that man couldn´t be considered free if he wasn´t at the same time politically free and economic independent. In this way, his conception of society seems articulated with doctrines that ascend an ancient tradition. It is mainly inspired by the ideal of civitas libera or the Free State. This ideal had predominated in the Republican Rome of Tito Livio, and then was relived and adapted by the Italian Renascence, mainly by Machiavelli, and was recovered by the defenders of the English republican cause, in the seventeenth century. This influence came to the English colonies in America in the eighteenth century, and it had in Franklin one of its main representatives.
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Criação de valores nas ilhas bem-aventuradas de Nietzsche / Creation of values upon the blessed isles of Nietzsche

Giovane Rodrigues 28 February 2018 (has links)
A menção do título às ilhas deve-se ao fato de que toda a tese se estrutura a partir da análise do discurso Nas ilhas bem-aventuradas, da segunda parte de Assim falou Zaratustra. Examino, em primeiro lugar, a relevância desse cenário, tanto para a obra, quanto para os problemas centrais a serem abordados na tese. Esse espaço mítico, tomado de Hesíodo (e, derivativamente, de Homero), tem a função de selecionar a audiência de Zaratustra e, portanto, restringir drasticamente a destinação de seus ensinamentos (ou seja, da filosofia nietzschiana como um todo). A partir desse enquadramento, examino o significado muito específico que o além-do-homem adquire para a audiência seleta: ele é um ideal, não a ser alcançado, mas a ser perpetuamente perseguido. Ao compreendê-lo, o criador abandona a verdade como um critério da ação criativa e dos valores e é instado a eleger outros em seu lugar. No discurso Nas ilhas bem-aventuradas, um desses critérios emerge da apresentação das condições efetivas que devem ser cumpridas pelo criador: em termos muitos gerais, o criador deve ser capaz de estabelecer uma relação privilegiada com o \"intransitório\", isto é, o devir. Trata-se, assim, de um modo específico de relacionarse com a vida um modo que a trata precisamente como a encarnação do devir e, além disso, da vontade de poder. Por fim, busco, avaliar as consequências daquele ideal quando projetado sobre o futuro da humanidade, algo permanentemente no horizonte de Nietzsche. A criação de uma nova imagem para o homem pressupõe a emergência de alguns raros indivíduos capazes de criar, para si mesmos, as virtudes alinhadas àqueles critérios superiores de valoração; nesse contexto, nobreza soma-se a devir e vida, não apenas como critério de valoração, mas também como meta incluída no ideal de superação da humanidade. / The allusion to the isles is due to the fact that the whole thesis is structured upon the analysis of Zarathustras discourse Upon the blessed isles. This points to the constitutive distance of isles, which symbolizes Nietzsche pathos der Distanz. Building on that, Ill discuss the meaning that the overman acquires in this context, i.e. an ideal to be perpetually aimed at. It implies the abandonment of truth as a criterion for creative action. The new criteria, besides the overman itself, are becoming, life. When it comes to the meaning of Nietzsches concern with the future of mankind, Ill discuss the concept of virtue and the self-stylization of nobility.
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A questão da unidade e do ensino das virtudes em Platão / Question of unity and teaching of virtues in Plato

Zoraida Maria Lopes Feitosa 28 April 2006 (has links)
O objetivo deste trabalho está relacionado à questão de saber qual a natureza da virtude em Platão; para tanto, procuramos demonstrar que a virtude na ética platônica possui diferentes fases. A primeira, trata da virtude a partir da visão socrática, considerada a fase de juventude de Platão; nesta fase, o conceito de virtude coincide com conhecimento, ou seja, todo princípio ético deve estar fundamentado pela razão, portanto o conhecimento é o princípio fundamental e unificador de todas as virtudes. Na segunda fase, o conhecimento continua sendo o princípio unificador, no entanto, o conceito de virtude se evidencia como uma unidade que se harmoniza pelo pressuposto das diferenças, isto é, Platão faz emergir a ação, o conflito, conseqüentemente isto leva à superação do intelectualismo socrático, no sentido de mostrar que o conhecimento é necessário, mas não suficiente para unificar as virtudes. E por último, temos a questão do ensino da virtude a partir do diálogo Mênon. Embora o citado diálogo negue a possibilidade do ensino da virtude, entretanto deixa em aberto a mesma possibilidade no que diz respeito à natureza da virtude ser ensinável. / The objective of this paper concerns the question of knowing what the nature of virtue in Plato is. In order to achieve it, we aim to demonstrate that the virtue in the platonic ethics has different phases. The first one deals with virtue from the socratic vision, known as the phase of Plato\'s youth; in which the concept of virtue coincides with knowledge, that is, all ethical principles must be based on reason, therefore knowledge is the basic and unifying principle of all virtues. In the second phase, in spite of the fact that knowledge is still regarded as the unifying principle, the concept of virtue is evidenced as a unit that is harmonized through the assumption of differences, that is, Plato makes the action and the conflict emerge, which consequently leads to the overcoming of the socratic intellectualism, in that it shows that `knowledge is necessary, but not enough to unify the virtues. Finally, there is the question of the teaching of virtue from the Menon dialogue. Although the aforementioned dialogue denies the possibility of the teaching of virtue, yhe same possibility concerning the nature of the teaching of virtue remains unresolved.

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