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Olhares que contam histórias : a fotografia como memórias e narrativas da família /Sanches-Justo, Joana. January 2008 (has links)
Orientador: Elizabeth da Silva Gelli / Banca: Maria Lúcia de Oliveira / Banca: Isaac Antonio Camargo / Resumo: Fotografias estão constantemente ao nosso redor: nos jornais, revistas, outdoors, galerias de arte, nos envolvendo também de forma mais íntima através dos álbuns de família. Colecionar imagens de momentos importantes tais como nascimentos, casamentos, aniversários e viagens é costume de quase toda família, mas por que registrar e guardar estas lembranças? A fim de explorar detalhadamente a relação dos membros da família com seus acervos fotográficos, rastreando os sentidos dos álbuns, realizamos uma investigação tendo como participantes duas famílias: Aragão e Silva. Cada família possuía três voluntários que foram entrevistados individualmente, tendo como foco as narrativas instigadas por fotografias previamente selecionadas de momentos importantes para a família. A conduta básica do entrevistador pautou-se por intervenções mínimas, deixando os entrevistados discorrerem sobre as imagens. Como principais resultados observamos que, apesar das diferenças quanto ao relacionamento com o álbum da família, as fotos guardadas permitem a revisitação de experiências, a re-significação de acontecimentos e a criação de narrativas. No contato com interlocutores possibilita-se a produção de sentido de forma que o sujeito se reconhece como parte de uma história construída coletivamente. Dessa forma, o álbum de família é um importante acervo documental iconográfico e patrimônio do grupo familiar. Funciona não somente como arquivo de registros da memória, mas, sobretudo, como imagens disparadoras de afetos, sentimentos e recordações instigadores de narrativas capazes de ampliar a compreensão do passado e do presente. / Abstract: Photographs are constantly around us in newspapers, magazines, advertizing bill boards, art galleries and specially through the family albums. Collecting pictures of special occasions like births, weddings, birthdays, and trips are a custom of almost any family. Why register and file these souveniers? In order to explore in detail the relation of the family with their photo album and trace the significance of the photo album for the family, a recent study between two families, Aragão and Silva was carried out. This study involved six volunteers, three in each family who were interviewed individually on their personal memories of each pre-selected picture shown of their own family pictures. The behavior of the interviewer was based on minimum interventions, leaving the participants free to discourse about the images. As a result it was observed that regardless of the differences in relationship of the photo album, the pictures allowed the participants to revisit experiences, re-signify events and create vivid memory narratives. The significance of recollective memory is made through contact with others and one recognizes himself as part of a history constructed collectively. In this way, the family album is an important iconographic documented legacy for the family and therefore, not only a file of registered souveniers but over all as images of affection, feelings and memories that instigate narratives capable of extending/amplifying the past and the present. / Mestre
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Música e vida social: sentidos do festival de inverno de Campos de Jordão para músicos da comunidade local / Music and social life: Meanings of The Campos do Jordão International Winter Festival for resident musiciansAndrea Siomara de Siqueira 02 June 2009 (has links)
O objeto dessa pesquisa é o processo de significação construído acerca do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão nas vivências sociais de músicos da comunidade local. Sabemos que o festival é um evento artístico e cultural que envolve diferentes instituições e pessoas, e pode ser estudado por diversos ângulos. Aqui nos interessa observá-lo a partir de um estudo psicossocial com os seguintes objetivos: 1. Compreender as significações do evento neste público específico; 2. Refletir sobre as relações estabelecidas entre os sujeitos e o Festival. A Psicologia Social da Arte contribui na compreensão dos meandros da vida social através do olhar e da escuta às vivências que pulsam nas relações dos sujeitos com a arte. Desnaturalizando o conceito de social, compreendido por muitos como simples sociabilidade, a Psicologia favorece a compreensão dessas relações quando toma por objeto o social como um campo problemático que possui uma historicidade e que é forjado a partir de uma configuração específica de práticas que variam de acordo com as características de cada coletividade humana. Campos do Jordão é uma cidade brasileira que apesar de apresentar níveis de riqueza elevados, não é capaz de atingir bons indicadores sociais. É uma cidade de paradoxos: casas, condomínios, hotelaria e comércio de luxo por um lado; casebres, morros e encostas habitadas irregularmente, 80% da população com renda de até 05 salários mínimos de outro. Está entre as cidades brasileiras onde as diferenças sociais são mais claramente perceptíveis. Os resultados apontam para a ausência de relações formais entre os músicos e o Festival uma vez que nenhum deles chegou a participar como músico. Entretanto essa ausência não é vazia. Ao contrário, ela é permeada de significados como tristeza, ressentimento, distanciamento, mas também intercalada de esperança e desejo de participar e se apropriar como sujeito atuante. As reflexões apontam para a necessária mudança de atitudes, de nosso olhar, frente às formas como a arte e a produção artística são organizadas em nosso país para que em breve haja muitos exemplos e trabalhos que contemplem a transformação social através do viver artístico. / The meaning process built about The Campos do Jordão International Winter Festival in resident musicians social living is the object of this research. We do know that the festival is an artistic and cultural event which involves different institutions and people and it can be studied through different scopes. We are interested here to look upon it from a psychosocial study whose objectives are: 1. Understand the meanings of the event from the specific subjects speech; 2. Reflect about the relations established between the musicians and the Festival. The Social Psychology of Art contributes to the comprehension of social life through a view and listening to life which pulses among people and arts. Denaturalizing the social concept, understood as a simple sociability by many people, the Social Psychology favors the comprehension of the relations between people (and arts). It takes the social as a historicity field that is forged through specific practices that vary depending on the characteristics of each human society. Campos do Jordão is a Brazilian city that despite presenting high rich levels cannot reach good social index-finger. It is a city of paradoxes: in one side we can see luxury houses, condominium, five stars hotels and expensive stores, in the other we can see humble habitation, mount and hillside irregularly occupied, 80% of resident population receiving low salaries. It is certainly one of Brazilian cities where the social differences can be clearer seen. The results of the research point to the absence of formal relation between the festival and the resident musicians once none of them has ever participated as a musician. However this absence is not empty of meanings. On the contrary, it is full of feelings like sadness, resentment and being far away from the festival. But we also could see hope, wish of belonging and acting as active subjects. The reflections point to a necessary change of attitude and look to the forms art and artistic production is organized in Brazil. In this way we hope to have many examples and works which contemplate the social changing through the arts.
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A cidade na Avenida: a poética urbana da Avenida Paulista pelo olhar dos artistas que nela trabalham / The city in the Avenue: The Paulista Avenues urban poetic through the eyes of the artists who work thereTiago Rodrigo Marin 05 December 2011 (has links)
O que, em uma grande metrópole, possui força suficiente para se tornar uma experiência poética para aqueles que nela constroem sua biografia ou, ao menos, vivenciam-na por algum intervalo de tempo? Tal questionamento segue presente em toda esta dissertação, que se propôs a investigar o que é a poética urbana, e como ela se apresenta para algumas pessoas em São Paulo. Contudo, um campo mais específico foi delimitado: as discussões buscaram a poética urbana da Avenida Paulista eleita como símbolo da cidade a partir do olhar dos artistas que nela trabalham. Para a discussão, parte-se das considerações sobre a urbanidade moderna e caótica, do progresso desenfreado, que impõe à força, diariamente, experiências de violência e desrespeito aos seus habitantes; contudo, em seguida, convida-se à reflexão acerca da cidade como objeto do afeto de seus cidadãos. O que se propõe é a poética urbana como uma das mediações possíveis entre duas vivências que, inicialmente, parecem tão diferentes. Na elaboração do conceito da poética urbana buscou-se uma reflexão sobre como a subjetividade de uma experiência poética relacionada ao homem que conhece a si e aos demais entes a partir de sua presença no mundo e sua relação intencional com aquilo que o circunscreve se vincula às limitadoras imposições da cultura, dificultando as ações imaginativas e práticas do homem criativo. Para se compreender em profundidade o campo, o histórico da via foi discutido, desde sua fundação até os dias contemporâneos; assim como a sua relação com o trabalho informal, no qual os artistas se inserem. Com tais temas propostos, a partir de incursões etnográficas em campo, sete artistas foram convidados a narrarem suas experiências pessoais, compartilhando-as com o pesquisador. As discussões sobre as narrativas seguem o caminho em busca de ver como a Avenida é vivida no cotidiano, e também como representações simbólicas são construídas e destruídas a partir de tal prática. O trabalho culmina na discussão sobre aquilo que foi apresentado como poética urbana da Avenida Paulista as pessoas que a frequentam buscando compreender como a força poética se relaciona com a liberdade da imaginação e com os discursos hegemônicos de nossa cultura urbana. / What does have enough strength, in a great metropolis, to become a poetic experience for those who build in there your biography or, at least, experience it for an interval of time? This question is present throughout this dissertation, which set out to investigate what is the urban poetic, and how it presents itself to some people in São Paulo. Although, a more specific field was limited: the discussions sought the urban poetic of Avenida Paulista (Paulista Avenue) elected as a symbol of the city through the eyes of the artists who work there. This discussion starts considering the chaotic modern urbanity and the unbridled progress, which throws to their inhabitants daily experiences of violence and disrespect. However, the reader is also invited to reflect about the city as an object of affection of their citizens. What is proposed is the urban poetic as a possible mediation between the two experiences that initially seems so different. To develop the concept of urban poetic, was aimed a reflection about how the subjectivity of a poetic experience related to the mankind who knows themselves and the others from their presence in the world and their intentional relations is associated to the limiting constraints of culture, that hinder the imaginative actions and practices of creative man. To understand in depth the field, the history of the Avenue was discussed, since its founding days until the present, as well as its relation with the informal work, in which the artists interviewed are included. With these proposed themes, from ethnographic field studies, seven artists were invited to narrate their personals experiences, sharing them with the researcher. The discussions about these narratives seek to see how the Avenue is daily lived, as well as how symbolic representations are built and destroyed from this practice. This work culminates in the discussion about what was presented as urban poetic in Avenida Paulista the people in there aiming to understand how the poetic strength relates to the freedom of the imagination and to the hegemonic discourses of our urban culture.
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O ser-artístico do homem: o humanismo da arte urbana / Mens artistic-being: the humanism of urban artTiago Rodrigo Marin 20 May 2016 (has links)
O que faz a arte ser arte é o principal tema deste trabalho, que inicia suas considerações a partir da resistência encarada pela arte urbana, desde sua origem, a ser respeitada como arte. Compreendemos a arte urbana não apenas como o graffiti, mas também a arte de rua e outros fazeres artísticos que se relacionam com o espaço urbano de maneira direta e retroativa, construindo um medium para esta arte. Apresentamos seu desenvolvimento histórico, especialmente na cidade de São Paulo, mas já considerando os limites da história da arte para compreender a arte contemporânea. Consideramos que grande parte do debate não se concentra no desenvolvimento da arte urbana, mas em todo o processo histórico de sedimentações de conceitos e imposições sobre o que a arte deve ser para ser assim compreendida. Assim, buscamos o que é o ser-artístico, da arte e do homem. Nossas buscas debruçam-se sobre a Estética, desde seus primórdios até a sua destruição fenomenológica feita por Heidegger, para elucidar a cisão entre o que se diz sobre a arte e o que ela é em sua essência. Em seguida, consideramos que Heidegger localiza na arte condições ontológicas que eram até então pertinentes apenas ao homem e, com isso, buscamos o que há de essencialmente artístico na existência humana especialmente nos dias contemporâneos, quando o homem vive a partir de ficções que consegue construir em sua abstração social. Considerando a arte como uma ação humana em seu sentido arendtiano o que nos obriga a uma reconstrução hermenêutica da filosofia de Arendt , buscamos a relação entre a arte com o ser em coletivo, tornado socialmente abstrato e dividido em identidades artificiais. Assim, analisamos a arte urbana como uma possibilidade de um enraizamento pelo dissenso, pela não obrigatoriedade de consensos sociais arbitrários. O enraizamento pelo dissenso, artístico e humano, que defendemos a partir da arte urbana, nos leva a uma discussão sobre Ética e sensus communis, e quais esperanças podemos tecer neste cenário. Por fim, compreendemos a arte, e, em nosso caso particular, a arte urbana, como uma possibilidade humanismo tal qual defendido por Heidegger: a proximidade do homem com sua essência, com a busca pela verdade do Ser em sua clareira / What makes art be art is the main theme of this work, which begins its considerations from the resistence faced by urban art since its origins, of being respected as art. We understand as urban art not only the graffiti, but also street art and other artistic doings that are related to urban space directly and retroactively, building a medium to urban art. We present its historical development especially in the city of São Paulo, but already considering the limits of art history to understand contemporary art. We consider that a great part of this debate does not focus on the development of urban art, but throughout the historic sedimentation process of concepts and impositions on what art must be in order to be respected. We intend to understand what is the artistic-being, of art and men. Our searches lay on Aesthetics, from its beginnings to its phenomenological destruction made by Heidegger, to elucidate the scission between what is said about art and what art is in its essence. We consider that Heidegger has located ontological conditions in art that was previously intrinsic only to men. Therefore, we look for what exists of essentially artistic in human existence especially in contemporary days, when men live through fictions that one can build from one social abstraction. Considering art, in its Arendt sense, as a human action what makes us do an hermeneutic reconstruction of Arendts philosophy we investigate the relationship between art and being man in a collective context becoming a socially abstract being divided by artificial identities. We have analyzed urban art as a possibility of social rooting by the dissensus, that needs no arbitrary social consensus. The social rooting by the human and artistic dissensus that we constructed parting from urban art, brings us into a discussion about sensus communis and Ethics, and what hopes can we weave on this scenario. Finally, we understand the art, and in our particular case, urban art, as a potential humanism as it is defended by Heidegger: men\'s proximity to its essence, the searching for the truth of the Being in its brightness
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O fazer artístico como catálise: experiências do corpo e da dançaCamargo, Mariana Vaz de 13 May 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008-05-13 / This research (The artistic act as catalysis: experiences in the body and
dance) reflects upon the intensive dimension of the artistic act. It seems to me that
art (the creative state) can catalyze and intensify potential for change, open up areas
of movement and promote new connections and potential . The sensitivity promoted
by this act should be different from that organizing our everyday experience; through
this reorganization, transmutation or metamorphoses comes its political potential.
Catalyze: a term borrowed from Chemistry imbued with a special meaning.
Existential-poetic catalysis is how Guattari denominates the process of the search for
paths to singular new existential territories, not serialized. To give shape to my
reflections I interviewed the seven performers-creators of Cia. Nova Dança 4, a
dance-theatre company from São Paulo. I was interested in grasping through the
traces of the pulsating nature, the collective movements of the appropriation and
invention of life which favour the production of singular existences.
Why is art produced and consumed ? What ecstasy is this, that of poetry? I
found two responses: the Russian psychologist Vygotsky s (art as a social technique
of feelings that operates catharsis) and Deleuze and Guattari s (aesthetics in the
relationship between forms and forces that can catalyze the invention of new
existential territories). Because of the chosen theoretical framework it is not possible
to talk about art without talking about the body and the need to return to it in that
which is most singular: the porous body which is affected by encounters and partings
in the world. Perhaps some experiences in contemporary dance can invent and
construct bodies open to other forces and intensities Body without Organs.
Elements that emerged during the construction of this framework led me to
reflections of a more sociological nature: the institutional aspects of dance, formation
of artistic groups and being an artist today . I also review the history of dance in the
West and the principal elements of Contact Improvisation (in dialogue with Michel
Foucault s reflections on power/body). Finally, I recover Vygotsky s conception of
catharsis with a view to broadening the notion of catalysis. I understand that the
discussion of the definition and use of these two terms, as well as their
reorganization, can increase their power of creation-action (especially in the draw of
the performing arts in question) / Nesta pesquisa, reflito sobre a dimensão intensiva do fazer artístico: pareceme
que a arte (o estado criativo) pode catalisar e intensificar potências de mudança,
abrir zonas de passagem e florescer novas conexões e potências . O sensível que
ela produz deve ser diferente daquele que organiza nossa experiência cotidiana;
dessa reorganização, transmutação ou metamorfose, sua potência política.
Catalisar: termo emprestado da Química com um sentido especial. Catálise
existencial-poética é como Guattari denomina o processo de busca por caminhos
para novos territórios existências singulares, não serializados. Para dar forma às
minhas reflexões, entrevisto os(as) sete intérpretes-criadores(as) de uma companhia
de dança-teatro paulistana, a Cia. Nova Dança 4. Interessa-me apreender, através
dos vestígios da natureza pulsativa, os movimentos coletivos de apropriação e
invenção da vida que favoreçam a produção de existências singulares.
Para quê se faz e se consome arte? Que êxtases são esse, os da poesia?
Encontro dois caminhos de respostas: o do psicólogo russo Vygotsky (arte como
técnica social do sentimento que opera a catarse) e o de Deleuze e Guattari
(estética na relação entre formas e forças que pode catalisar a invenção de novos
territórios existências). Pelo referencial teórico escolhido, não há como falar de arte
sem falar de corpo. Pode-se falar na necessidade de se retomar o corpo naquilo que
é mais próprio: corpo poroso, afetado pelos encontros e desencontros no mundo.
Talvez algumas experiências da/na dança contemporânea possam inventar e
construir corpos abertos a outras forças e intensidades Corpo sem Órgãos.
Elementos que emergiram durante a construção dessa teia levaram-me a
reflexões de cunho mais sociológico: aspectos institucionais da dança, da formação
de grupos artísticos e do ser artista hoje . Também recupero a história da dança no
Ocidente e os elementos constitutivos da dança Contato Improvisação (em diálogo
com reflexões de Michel Foucault sobre poder/corpo).
Para terminar, resgato a concepção de catarse , de Vygotsky, em busca de
uma ampliação da noção de catálise. Entendo que a discussão da definição e uso
desses dois termos, bem como sua reorganização, pode ampliar seu poder de
criação-ação (em especial com o enredar nas artes cênicas em foco)
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A presença da linguagem plástica na ação clínica: diálogos com a perspectiva fenomenólogica existencialMércia Gomes da Silva 30 April 2015 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Este estudo parte de interrogações provenientes da experiência da autora como psicóloga em diferentes contextos clínicos, nos quais utilizou a expressão plástica. Objetiva compreender como se dá a presença da linguagem plástica na ação clínica em uma perspectiva fenomenológica existencial, além de apresentar a presença da linguagem plástica em diferentes práticas clínicas e discutir a ação clínica psicológica sob uma perspectiva fenomenológica existencial. Sua base fenomenal acolhe a experiência da pesquisadora e de psicólogas clínicas que se dispuseram a participar como interlocutoras. O procedimento de colheita das narrativas aconteceu via entrevista/depoimento, que permitiu o compartilhamento de experiências sobre o fazer clínico das participantes e via Diário de Bordo para registro da experiência da autora/pesquisadora. Através deste contexto, percorre-se sentidos traçados em diferentes modalidades de práticas clínicas desenvolvidas pelas quatro interlocutoras, objetivando oferecer suporte psicológico àqueles que buscam (re) pensar sobre o cuidado e o modo como conduzem suas existências. A aproximação e interpretação das experiências, inspirada na Analítica do Sentido desenvolvida por Dulce Critelli, aponta como a linguagem plástica pode assumir uma posição de presença e entrelaçamento com o trabalho clínico, de modo que, de tão entremeadas que se apresentam e acontecem, não é possível reduzi-las a uma lógica de mero uso ou aplicação técnica. Nessa direção, a linguagem plástica é refletida como mais próxima de uma dimensão poética e gestual, uma vez que foge às relações causais e explicativas tal como cotidianamente a linguagem tem sido moldada em nosso tempo. São tecidas considerações que apontam para um entendimento de que a ação clínica − em um movimento de errância e construção de sentidos − contribui para que as pessoas possam implicar-se e cuidar de suas existências a partir da ampliação da experiência que fazem com a própria linguagem. Perspectiva esta atrelada a uma noção que considera a íntima relação entre ser, sentir, pensar e agir no mundo. Desse modo, compreende a ação clínica como uma oportunidade de escuta e acolhimento às dimensões ética, estética/sensível e poética que compõem a existência, valorizando o horizonte compreensivo do cliente/usuário/grupo para que possa se apropriar do modo como está sintonizado no mundo. / This study starts from questions originated by the authors experience as a psychologist in different clinical contexts, in which the plastic expression was used. The study aims to understand how the presence of the plastic language works on the clinical action under an existential phenomenological perspective, to present the presence of the plastic language in different clinical practices and discuss the clinical psychology action under an existential phenomenological perspective. The phenomenal basis is given by the researchers experience and by clinical psychologists who accept to participate as interlocutors. The narratives collection procedure happened through interviews/testimonials, that allowed the exchange of experiences regarding the clinical practices of the participants and through a field report where the author/ researchers experiences were registered.Through this context it is possible to go along different senses outlined in different clinical practices modalities developed by the four interlocutors. Aiming to offer psychological support for those who look toward (re)thinking about care and the way they lead their existences. The approaching and interpretation of the experiences, inspired on the analytics sense developed by Dulce Critelli points how plastic language can assume a position of presence and interlacement with the clinical work, so that, presenting and happening in a so interspersed way, is not possible to reduce to a logic of mere use or technical application. On this direction, plastic language is reflected as being closer to a poetic and gestural dimension, once that it runs away from causal and explicative relations as language has been daily molded in our times. Considerations are set concerning an understanding that clinical action in an errant movement and senses building contributes for the people to imply and care about their existences starting from the experiences expansion they make with their own language. This perspective is linked to a notion that considers the intimal relation among being, feeling, thinking and acting in the world. This way, understand the clinical action as an opportunity of listening and embracement to ethical, esthetic/sensible and poetical dimensions that composes existence. Giving value to the client/user/groups comprehensive horizon so they can appropriate the way they are connected to the world.
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O "Mes das Crianças e dos Loucos" : reconstituição da exposição paulista de 1933 / The "Month of the Children and the Insane" : reconstitution of the 1933 paulista exibitionAmin, Raquel Carneiro, 1982- 14 August 2018 (has links)
Orientador: Lucia Helena Reily / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Artes / Made available in DSpace on 2018-08-14T10:54:39Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2009 / Resumo: Desde o século XIX até os nossos dias, houve crescente interesse por parte de psiquiatras, psicólogos e artistas plásticos em justapor a produção artística do louco e da criança. No Brasil o interesse remonta à década de 1920, com os estudos do psiquiatra Osório Cesar, baseados nas produções plásticas de pacientes do Hospital Juqueri e também com Ulisses Pernambucano, que em 1925 funda o Instituto de Psicologia do Recife. O presente estudo intencionou estudar o "Mês das Crianças e dos Loucos" - exposição organizada por Flávio de Carvalho e Osório César acompanhada por uma série de conferências, no ano de 1933, em São Paulo, no Clube dos Artistas Modernos (CAM) - do qual participaram artistas, médicos, intelectuais e educadores num momento de grande efervescência cultural modernista no país. O evento colocou em pauta os pontos comuns entre as produções plásticas da infância e dos doentes mentais. Discutiu prioritariamente o interesse que despontava entre alguns artistas plásticos e psiquiatras pela produção da criança, de um lado, e do louco, de outro, que este evento reuniu sob o mesmo teto. Este estudo se apoiou em metodologia documental para desenhar a estrutura do evento (como foi organizado o mês, quais coleções e obras foram expostas, e de que forma e quem dele participou) e seu impacto cultural. Interessou conhecer os argumentos que justificaram o evento, os princípios norteadores, o design da curadoria, a repercussão em jornais e periódicos do momento envolvidos e correlacionados à exposição. O estudo mostrou que este evento representou um marco em termos do encontro entre as áreas de arte, educação e psicologia e teve desdobramentos culturais significativos na cidade de São Paulo na década de 1930. / Abstract: The "Month of the Children and the Insane": reconstitution of the 1933 Paulista Exhibition From the nineteenth-century to the present day, there has been growing interest on the part of psychiatrists, psychologists and visual artists in bringing together the artistic production by the insane and by children. In Brazil, such interest emerges in the 1920s with publications by the psychiatrist Osório Cesar who studied visual arts productions of psychiatric patients from Hospital Juqueri, as well as Ulisses Pernambucano who founded the Instituto de Psicologia in Recife in 1925. This study aimed to investigate the "Month of the Children and the Insane" - an exhibition and series of conferences organized in 1933 by the artist Flávio de Carvalho and Osório Cesar in São Paulo at the Clube dos Artistas Modernos (CAM) - with the participation of artists, medical doctors, intellectuals and education professionals, at a time of great modernist upheaval in the country. The event illuminated common aspects of productions by children and people with mental illness. The discussion mainly circled around the emerging interest among some visual artists and psychiatrists in artwork by children on the one hand and by the insane on the other, which this event brought together under the same roof. This study used documentary methodology to design the structure of the event (how the month was organized, which collections and works were shown, and how they were presented, and who participated) and its cultural impact, We were interested in understanding the arguments that justified the event, the guiding principles, the curatorial design, the repercussions in current newspapers and in journals that were involved and related to the exhibition. The study showed that this event represented a breakthrough in terms of the coming together of the fields of visual arts, education and psychology, with significant cultural results for the city of São Paulo in the 1930s. / Mestrado / Artes Visuais / Mestre em Artes
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A poetica de Gentileza : um patrimonio carioca / The poetics of Gentileza : a carioca heritageLorenzino, Ariana de Abreu 14 August 2018 (has links)
Orientador: Lucia Helena Reily / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Artes / Made available in DSpace on 2018-08-14T11:48:58Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2009 / Resumo: O Profeta Gentileza é conhecido na cidade do Rio de Janeiro por ter executado um trabalho de intervenção visual plástico de grande dimensão no espaço urbano. Profetizando entre os carros, nas avenidas e na barca que liga o Rio a Niterói, tornou-se uma lenda urbana a partir da década de sessenta até os dias atuais. O trabalho realizado por Gentileza nas pilastras, paredes e viadutos da cidade foi taxado de "pichação" pela companhia de limpeza e Prefeitura do Rio de Janeiro, a COMLURB, e seu trabalho, como "pregação" religiosa de um cidadão tido como louco e desvinculado do universo artístico. Esta atitude gerou um movimento público que exigiu o restauro depois que os escritos foram apagados. Um dos objetivos centrais deste projeto foi entender a dinâmica dos movimentos pelo reconhecimento do valor cultural de Gentileza, um artista das bordas, assim como os argumentos utilizados para determinar o que é ou não é arte quando a produção plástica acontece fora dos circuitos consagrados do meio. Foi realizada uma pesquisa de campo para conhecer o arquivo de Gentileza guardado pela família, bem como para coletar imagens dos esboços de Gentileza, fotografar as grafias nas pilastras e realizar levantamento de produtos que se apropriam da fonte gráfica de Gentileza e de seu discurso como slogan turístico e de marketing. A pesquisa permitiu desvendar os processos de constituição da poética de Gentileza no percurso de suas andanças a partir da análise plástica realizada sobre a obra e linguagem artística enquanto manifestação/intervenção visual no cenário urbano. / Abstract: The Prophet Gentileza is known in the city of Rio de Janeiro, Brazil, for having produced visual arts interventions of huge dimensions on the cityscape. He walked among automobiles along the city's avenues and on the ferry that crosses from Rio to Niterói, prophesizing, and so he became an urban legend from the nineteensixties to the present day. The work that Gentileza produced on viaduct pillars, walls and crossings of Rio de Janeiro was considered to be dirty scrawlings by the Rio de Janeiro urban cleaning company (Comlurb), and he was considered insane because of his religious ramblings, living outside mainstream society. When his writings were covered over with whitewash by the city cleaners, a civic movement was set in motion, demanding that his messages be restored. One of the main objectives of this project was to understand the dynamics of the movement for recognizing the cultural value of Gentileza as an outsider artist, as well as the arguments used to determine what is or is not art, when visual production occurs outside consecrated art circuits. Field research was conducted so as to study the archives Gentileza's family kept, and also to collect images of his sketches and jottings, photograph the graphic work on the viaduct pillars as well as to research products that have been designed based on the appropriation of Gentileza's unique graphic font, as well as of his discourse used as marketing and turned into slogans with tourism intent. Through visual analysis of his works and artistic language, we were able to uncover the constitution of his processes of visual manifestation/intervention on the carioca cityscape engendered in the course of his wanderings. / Mestrado / Artes / Mestre em Artes
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A presença da linguagem plástica na ação clínica: diálogos com a perspectiva fenomenólogica existencialSilva, Mércia Gomes da 30 April 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-04-30 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This study starts from questions originated by the author s experience as a psychologist in different clinical contexts, in which the plastic expression was used. The study aims to understand how the presence of the plastic language works on the clinical action under an existential phenomenological perspective, to present the presence of the plastic language in different clinical practices and discuss the clinical psychology action under an existential phenomenological perspective. The phenomenal basis is given by the researcher s experience and by clinical psychologists who accept to participate as interlocutors. The narratives collection procedure happened through interviews/testimonials, that allowed the exchange of experiences regarding the clinical practices of the participants and through a field report where the author/ researcher s experiences were registered.Through this context it is possible to go along different senses outlined in different clinical practices modalities developed by the four interlocutors. Aiming to offer psychological support for those who look toward (re)thinking about care and the way they lead their existences. The approaching and interpretation of the experiences, inspired on the analytics sense developed by Dulce Critelli points how plastic language can assume a position of presence and interlacement with the clinical work, so that, presenting and happening in a so interspersed way, is not possible to reduce to a logic of mere use or technical application. On this direction, plastic language is reflected as being closer to a poetic and gestural dimension, once that it runs away from causal and explicative relations as language has been daily molded in our times. Considerations are set concerning an understanding that clinical action in an errant movement and senses building contributes for the people to imply and care about their existences starting from the experience s expansion they make with their own language. This perspective is linked to a notion that considers the intimal relation among being, feeling, thinking and acting in the world. This way, understand the clinical action as an opportunity of listening and embracement to ethical, esthetic/sensible and poetical dimensions that composes existence. Giving value to the client/user/group s comprehensive horizon so they can appropriate the way they are connected to the world. / Este estudo parte de interrogações provenientes da experiência da autora como psicóloga em diferentes contextos clínicos, nos quais utilizou a expressão plástica. Objetiva compreender como se dá a presença da linguagem plástica na ação clínica em uma perspectiva fenomenológica existencial, além de apresentar a presença da linguagem plástica em diferentes práticas clínicas e discutir a ação clínica psicológica sob uma perspectiva fenomenológica existencial. Sua base fenomenal acolhe a experiência da pesquisadora e de psicólogas clínicas que se dispuseram a participar como interlocutoras. O procedimento de colheita das narrativas aconteceu via entrevista/depoimento, que permitiu o compartilhamento de experiências sobre o fazer clínico das participantes e via Diário de Bordo para registro da experiência da autora/pesquisadora. Através deste contexto, percorre-se sentidos traçados em diferentes modalidades de práticas clínicas desenvolvidas pelas quatro interlocutoras, objetivando oferecer suporte psicológico àqueles que buscam (re) pensar sobre o cuidado e o modo como conduzem suas existências. A aproximação e interpretação das experiências, inspirada na Analítica do Sentido desenvolvida por Dulce Critelli, aponta como a linguagem plástica pode assumir uma posição de presença e entrelaçamento com o trabalho clínico, de modo que, de tão entremeadas que se apresentam e acontecem, não é possível reduzi-las a uma lógica de mero uso ou aplicação técnica. Nessa direção, a linguagem plástica é refletida como mais próxima de uma dimensão poética e gestual, uma vez que foge às relações causais e explicativas tal como cotidianamente a linguagem tem sido moldada em nosso tempo. São tecidas considerações que apontam para um entendimento de que a ação clínica − em um movimento de errância e construção de sentidos − contribui para que as pessoas possam implicar-se e cuidar de suas existências a partir da ampliação da experiência que fazem com a própria linguagem. Perspectiva esta atrelada a uma noção que considera a íntima relação entre ser, sentir, pensar e agir no mundo. Desse modo, compreende a ação clínica como uma oportunidade de escuta e acolhimento às dimensões ética, estética/sensível e poética que compõem a existência, valorizando o horizonte compreensivo do cliente/usuário/grupo para que possa se apropriar do modo como está sintonizado no mundo.
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Pintando janelas em muros: a arte como método vivencial de facilitação de grupos populares / Windows in walls painting: art as a life experience method of facilitation of popular groupsPINHO, Ana Maria Melo de January 2010 (has links)
PINHO , Ana Maria Melo de. Pintando janelas em muros: a arte como método vivencial de facilitação de grupos populares. 2010. 230f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade Federal do Ceará, Departamento de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Fortaleza-CE, 2010. / Submitted by moises gomes (celtinha_malvado@hotmail.com) on 2011-11-30T19:59:13Z
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Previous issue date: 2010 / The present research tried to investigate the meaning of art as a life experience method of facilitation of popular groups, contextualized in the field of an acting based on the communitarian psychology of freedom (GOIS, 2008). The field of investigation took place in an intervention in the Marrocos community, at the Grande Bom Jardim neighborhood, in the outskirts of Fortaleza, where a group of self esteem was implanted. The formation of this group arose from the need of actions in mental health in the shapes of communitarian psychology (GOIS, 2008), in a way to enter and take place under the psycho social and concrete conditions of oppression and suffering. The group used a dialogue and life experience facilitation methodology, integrating artistic activities, such as: music, dance, painting, collage, among others, as a way to deflagrate positive and integrating life experience, which could facilitate the process of human development and freedom. The art was here conceived as a symbolic system, capable of returning to the origin of conscience, the identity`s emotional and vital pre-reflexive dimensions. This methodology was also referred in the theoretical methodological model of Biodance. The specific goals of this investigation were to understand the meanings given by the participants to the artistic activities, relate these meanings built with the social cultural context, and also analyze the effect of the artistic activities in the ways of life of the group`s participants. The elected methodology was the ethnography and the phenomenology, considered as possibilities to enter the subjective experiences of the participants and their culture. The instruments of data collection were the participating observation and the qualitative collective interview. The analysis of data was made in a way to continually articulate the theory and reality lived, taking as reference the stages of treating and organization of the data postulated in the analysis of content (MYNAYO, 2008). I concluded that art, realized as a communitarian activity, inside a life experience and group context, can be revealed as a possibility of human and communitarian development. In this sense, it shows itself as a form of deep connection with the vital nucleus of identity, from the self feeling, and also as a possibility of connection and its infinite possibilities of realization, clothing with mythological, ritual, symbolic and emotional meanings, reuniting individuals in a transcendental dimension of reality. This way, the artistic activity could be affirmed in the communitarian and social psychology theoretical and methodological framework, from an epistemological mark, from which one can build a praxis of freedom based in the connection with an affective, emotional, instinctive and intuitive dimension of the identity: in the life experience. / A presente pesquisa buscou investigar o significado da arte como método vivencial de facilitação de grupos populares, contextualizada no âmbito de uma atuação pautada na Psicologia Comunitária da Libertação (GÓIS, 2008). O campo de investigação configurou-se a partir de uma intervenção na comunidade do Marrocos, localidade situada no Bairro do Grande Bom Jardim, bairro da periferia de Fortaleza, desde a qual foi implantado um grupo de autoestima. A formação desse grupo surgiu diante da necessidade de buscar realizar ações em saúde mental nos moldes da Psicologia Comunitária (GÓIS, 2008), no sentido de adentrar e incidir sob as condições concretas e psicossociais de opressão e sofrimento. O grupo utilizava uma metodologia de facilitação dialógica- vivencial, de modo que integrava atividades artísticas tais como música, dança, pintura, calagens, dentre outras, como modo de deflagrar vivências positivas e integradoras que facilitassem os processo de desenvolvimento humano e libertação. A arte foi aqui concebida como um sistema simbólico, capaz de possibilitar um retorno à origem da consciência, a dimensões pré-reflexivas, emocionais e vitais da identidade. Esta metodologia também foi referenciada no modelo teórico-metodológico da Biodança. Os objetivos específicos dessa investigação foram compreender os sentidos dados pelos participantes às atividades artísticas, relacionar esses sentidos construídos com o contexto sociocultural, assim como, analisar as repercussões das atividades artísticas nos modos de vida dos participantes do grupo. A metodologia elegida foi a etnografia e a fenomenologia, consideradas como possibilidade de adentrar tanto nas experiências subjetivas dos participantes quanto da sua cultura. Os instrumentos de coleta de dados foram a observação participante e a entrevista qualitativa coletiva. A análise dos dados foi realizada de forma a articular continuamente teoria e realidade vivida, tendo tomado por referência as etapas de tratamento e organização dos dados postulados na análise de conteúdo (MINAYO, 2008). Concluí que a arte, realizada como atividade comunitária, dentro de um contexto vivencial e grupal, pode revelar-se como uma possibilidade de desenvolvimento humano e comunitário. Neste sentido, ela se mostra tanto como uma forma de conexão profunda com núcleo vital da identidade, a partir do sentimento de si, como uma possibilidade de conexão com a vida e suas infinitas possibilidades de realização, revestindo-se de sentidos emocionais, simbólicos, rituais e mitológicos, religando os indivíduos a uma dimensão transcendental da realidade. Desse modo, a atividade artística pôde ser afirmada no arcabouço teórico-metodológico da Psicologia Social e Comunitária, a partir de um marco epistemológico desde o qual se pode construir uma práxis de libertação fundamentada na conexão com uma dimensão afetiva, emocional, instintiva e intuitiva da identidade: na vivência.
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