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O processo de (re)criação do campesinato em áreas do latifúndio: a fragmentação da terra em Rondonópolis-MT / The process of (re) creation of peasant farming agriculture in latifundium areas: the land fragmentation in Rondonópolis-MTLima, Leida Maria de Souza 10 September 2007 (has links)
Esta tese investiga o estudo da (re) criação do campesinato em área de latifúndio a partir da fragmentação da terra por herança e doação em Rondonópolis/MT. Ela aborda as ações resultantes desse processo, e particularmente o significado desta conquista pelos sujeitos sociais. Rondonópolis é um município onde impera grandes latifúndios e uma enorme concentração fundiária, aliás, uma marca no território brasileiro. Nele está também presente, a expansão dos movimentos sociais no campo representados pelos assentamentos criados pelo Estado. A importância desta pesquisa deriva do processo de surgimento de áreas de fragmentação dos latifúndios que foram adquiridos por migrantes no auge da venda de terras pelo governo de Mato Grosso em meados do Século XX. As áreas pesquisadas têm como peculiaridade mais de quarenta e sete anos de história, pois estão nas mãos das mesmas famílias, passando de geração para geração. Este processo gerou paulatinamente, a transformação do latifúndio em pequenas propriedades. Nestes espaços os membros das famílias têm a preocupação em não deixar o patrimônio sair do domínio familiar. O estudo foi realizado nas localidades de Bananal, Beroaba, Belém, Aldeinha, Pequi, Núcleo Colonial de Naboreiro e Vila Bueno, no município de Rondonópolis-MT, e abrangeu cinco propriedades que se formaram pela junção de dez unidades através da compra e ou doação e que hoje estão divididas em sessenta e seis pequenas propriedades. Os resultados deste trabalho revelaram que a fragmentação tem seus benefícios, mas por outro lado, tem também suas conseqüências negativas, embora diferenciadas, do risco de formação de minifúndios. / This thesis research the (re)creation of peasant farming agriculture, in latifundium areas, through land fragmentation, by heritage and donation in Rondonópolis-MT. It analyze the actions resulting from this process, and emphasize the meaning of this conquer by the social actors. The importance of this work is based on the fact that Rondonópolis is a municipality with a great land area concentration, similar to great part of Brazilian territory. It also includes the expansion of social field movements, represented by many settlements created by the State. The importance of this research is related to the process of latifundium fragmentation, acquired by migrants in the peak of land selling by the government of Mato Grosso State in the middle of XX century. The researched areas have got a singular history aspect. More than 47 years has been kept in the same family ownership, from one to the next generation. This way, gradually have been changing from latifundium to small farming areas, therefore the family members are concerned about not to permit the properpty going out of family control. The study was carried out in the Rondonópolis municipality and in the Bananal, Beroaba, Belém, Aldeinha, Pequi, Nucleo Colonial de Naboreiro e Vila Bueno regions. It comprehends five properties that has been originated adding up (10) ten different areas through purchase and/or donation, otherwise now a days are divided in (66) sixty six small farming areas. The main results of this work have shown that the land fragmentation process has got their profits, but on the other hand can bring negative effects, although different. By the risk of minifundium formation.
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A acumulação capitalista entre o sangue e a imundice: processos de privatização de terras públicas federais no Sudeste Paraense / Capitalist accumulation between blood and filth: privatization processes of federal public lands in the Southeast of Para StateTerence, Marcelo Fernando 20 July 2018 (has links)
Nesta tese, a partir do conceito de acumulação capitalista por meios não capitalistas, são analisados processos de privatizações de terras públicas federais no Sudeste Paraense e ações de resistência aos mesmos por parte de famílias camponesas. A pesquisa foi realizada por meio dos seguintes procedimentos metodológicos: a) entrevistas com sujeitos sociais envolvidos nos conflitos, como famílias camponesas acampadas em fazendas situadas em terras públicas federais, funcionários do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), representantes do agronegócio, integrantes de Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR), da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e de outros movimentos de luta pela terra da região; b) pesquisa de documentos em instituições da região como a Justiça Federal e Estadual, o INCRA, a CPT e o Centro de Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular (CEPASP) e; c) cruzamento de dados georreferenciados do INCRA, Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Foram observadas e analisadas três formas assumidas pela privatização de terras públicas no Sudeste Paraense nos últimos anos: a) a legalização da grilagem e sua transformação em propriedade privada formalmente constituída, por meio do Programa Terra Legal; b) a permanência de centenas de milhares de hectares de domínio federal nas mãos de grileiros sem a formalização da propriedade e; c) a apropriação de terras públicas federais, inclusive terras de Projetos de Assentamentos, por grandes mineradoras. A partir da análise dos dados coletados, foi constatado que a expansão de atividades econômicas como a pecuária e a mineração acabam por se servir de formas ilegais de apropriação das terras públicas. Como tais atividades, na escala em que operam, demandam áreas extensas, a privatização de terras públicas federais pela pecuária e pela mineração causa a exclusão do direito de milhares de famílias camponesas à terra de trabalho. A reação a essa situação tem acontecido por meio de ocupações de terras e da utilização de outras táticas de luta comuns na região entre o campesinato, como o bloqueio de rodovias e a ocupação de órgãos estatais. A resistência camponesa tem sido a única força social capaz de impedir, ao menos parcialmente, o avanço da privatização de terras públicas no Sudeste Paraense. / From the concept of capitalist accumulation by non-capitalist means, the processes of privatization of federal public lands in the southeast of Para and resistance actions to them by peasant families are analyzed in this thesis. The research was carried out with the following methodological procedures: a) interviews with the social subjects involved in the conflicts (as peasant families camped on farms situated on federal public lands, oficials of the National Institute of Colonization and Agrarian Reform (INCRA) and the Ministry of Agrarian Development (MDA), representatives of agribusiness, members of Workers and Rural Workers Union (STTR), the Land Pastoral Comission (CPT) and from other movements of struggle for the land in the region; b) documents research in institutions in the region (INCRA, CPT, Center of Union and Popular Research and Advice (CEPASP) and; c) crossing of georeferenced data from INCRA, Ministry of the Environment (MMA), National Department of Mineral Production (DNPM). Three forms assumed by the privatization of public lands in the southeast of Para in recente years were observed and analyzed: a) the legalization of grilagem (illegal taking of land by means of false titles) and its transformation into private property formally constituted, using the Programa Terra Legal; b) the permanence of hundreds of thousands of hectares of federal domain in the hands of grileiros without the formalization of hte property and; c) the appropriation of federal public lands, including land for Settlement Projects, by large mining companies. From the analysis of the collected data, it was found that the expansion of economic activities such as stockbreeding and mining end up using illegal forms of appropriation of public lands. As such activities demand extensive areas on the scale at which they operate, the privatization of public federal lands for stockbreeding and mining causes the exclusion of the right of thousans of peasant families to work land. The reaction to this situation has happened with land occupations and the use of other common fighting tactics in the region among the pesasantry, such as the blocking of highways and the occupation of state organs. Peasant resistance has been the only social force capable of preventing, at least partially, the advance of privatization of public lands in the southeast of Para state.
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Tem gente na roça! O modo de vida camponês em Ribeirão Branco - SP / There are people in the countryside! The Peasant way of life in Ribeirão BrancoLima, Lucinei Paes de 16 December 2016 (has links)
A presente dissertação discute o modo de vida camponês, o processo e as características que propiciam a reprodução dessa classe e, em particular, os camponeses de Ribeirão Branco-SP. O trabalho aborda o conceito de campesinato e, por meio da análise de caso, destaca os aspectos que entremeiam a unidade de produção camponesa e a maneira como ela se insere, através de relações não capitalistas, na sociedade contemporânea. / This dissertation discusses the peasant way of life - the process and the characteristics that allow the reproduction of this class and, in particular, the peasants of Ribeirão Branco-SP. The work deals with the concept of peasantry and makes case analysis in order to highlight the aspects that intertwine peasant production unit and how it fits into, through non-capitalist relations in contemporary society.
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A habitação camponesa no programa MCMV / The peasant´s housing in the MCMV programLenzi, Cecilia Corrêa 11 September 2017 (has links)
Junto ao lançamento do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) em 2009 pelo governo Lula, foi relançado, como parte deste, o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR). Contrariando a curva histórica e em nome da redução do déficit habitacional rural, esta nova versão do PNHR ofereceu um montante de subsídios a fundo perdido nunca antes visto chegando a ser sete vezes maior do que os programas anteriormente disponíveis e apresentou uma meta física inicial de 120.000 unidades correspondente a aproximadamente 12% do déficit total rural. Porém, do ponto de vista do processo produtivo da habitação, o programa pode ser questionado sob diversos aspectos. O objetivo principal deste trabalho é analisar a produção habitacional camponesa no âmbito do programa MCMV com base na experiência de uma organização sindical em Santa Catarina. Para isso, procuramos caracterizar a luta do campesinato catarinense pela sua permanência ao longo do tempo e a trajetória dos movimentos sindicais do campo no Brasil. Também apresentamos as especificidades da versão não urbana do programa MCMV frente ao modo de vida camponês, apontando os principais aspectos do processo produtivo da casa observados em campo. O trabalho de campo, juntamente ao referencial teórico estudado, permitiu a compreensão de que a produção da casa camponesa não pode ser analisada sob os mesmos referenciais que a habitação social urbana, pois acontece sob outra lógica. Com o suporte do referencial teórico que defende a criação e recriação do campesinato no seio do capitalismo, procuramos compreender algumas das contradições que provocam a oscilação da submissão do campesinato ao capital com base no caso estudado. / Together with the launch of the program My House, My Life (Minha Casa, Minha Vida MCMV) in 2009 by the Lula government, the National Rural Housing Program (Programa Nacional de Habitação Rural - PNHR) was re-launched as part of that program. Contrary to the historical curve and with the aim of reducing the rural housing deficit, this new version of the PNHR offered an unprecedented amount of non-recoverable subsidies - up to seven times greater than previously available programs - and presented an initial physical target of 120,000 units - corresponding to approximately 12% of the total rural deficit. However, from the perspective of the housing productive process, the program can be questioned in several aspects. The main objective of this work is to analyze the peasant housing production under the MCMV program based on the experience of a labor union organization in Santa Catarina. For this, we try to characterize the struggle of the peasantry in Santa Catarina regarding its permanence over time and the trajectory of the labor union movements in rural Brazil. We also present the specificities of the non-urban version of the MCMV program towards the peasant lifestyle, pointing out the main aspects of the house production process observed in the countryside. The fieldwork, together with the theoretical framework studied, allowed the understanding that the production of the peasant house can not be analyzed under a framework for urban social housing, given that it happens under a different logic. With the support of the theoretical framework that advocates the creation and re-creation of the peasantry within capitalism, we seek to comprehend some of the contradictions that cause the oscillation of peasantry submission to capital based on the case examined.
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A acumulação capitalista entre o sangue e a imundice: processos de privatização de terras públicas federais no Sudeste Paraense / Capitalist accumulation between blood and filth: privatization processes of federal public lands in the Southeast of Para StateMarcelo Fernando Terence 20 July 2018 (has links)
Nesta tese, a partir do conceito de acumulação capitalista por meios não capitalistas, são analisados processos de privatizações de terras públicas federais no Sudeste Paraense e ações de resistência aos mesmos por parte de famílias camponesas. A pesquisa foi realizada por meio dos seguintes procedimentos metodológicos: a) entrevistas com sujeitos sociais envolvidos nos conflitos, como famílias camponesas acampadas em fazendas situadas em terras públicas federais, funcionários do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), representantes do agronegócio, integrantes de Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR), da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e de outros movimentos de luta pela terra da região; b) pesquisa de documentos em instituições da região como a Justiça Federal e Estadual, o INCRA, a CPT e o Centro de Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular (CEPASP) e; c) cruzamento de dados georreferenciados do INCRA, Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Foram observadas e analisadas três formas assumidas pela privatização de terras públicas no Sudeste Paraense nos últimos anos: a) a legalização da grilagem e sua transformação em propriedade privada formalmente constituída, por meio do Programa Terra Legal; b) a permanência de centenas de milhares de hectares de domínio federal nas mãos de grileiros sem a formalização da propriedade e; c) a apropriação de terras públicas federais, inclusive terras de Projetos de Assentamentos, por grandes mineradoras. A partir da análise dos dados coletados, foi constatado que a expansão de atividades econômicas como a pecuária e a mineração acabam por se servir de formas ilegais de apropriação das terras públicas. Como tais atividades, na escala em que operam, demandam áreas extensas, a privatização de terras públicas federais pela pecuária e pela mineração causa a exclusão do direito de milhares de famílias camponesas à terra de trabalho. A reação a essa situação tem acontecido por meio de ocupações de terras e da utilização de outras táticas de luta comuns na região entre o campesinato, como o bloqueio de rodovias e a ocupação de órgãos estatais. A resistência camponesa tem sido a única força social capaz de impedir, ao menos parcialmente, o avanço da privatização de terras públicas no Sudeste Paraense. / From the concept of capitalist accumulation by non-capitalist means, the processes of privatization of federal public lands in the southeast of Para and resistance actions to them by peasant families are analyzed in this thesis. The research was carried out with the following methodological procedures: a) interviews with the social subjects involved in the conflicts (as peasant families camped on farms situated on federal public lands, oficials of the National Institute of Colonization and Agrarian Reform (INCRA) and the Ministry of Agrarian Development (MDA), representatives of agribusiness, members of Workers and Rural Workers Union (STTR), the Land Pastoral Comission (CPT) and from other movements of struggle for the land in the region; b) documents research in institutions in the region (INCRA, CPT, Center of Union and Popular Research and Advice (CEPASP) and; c) crossing of georeferenced data from INCRA, Ministry of the Environment (MMA), National Department of Mineral Production (DNPM). Three forms assumed by the privatization of public lands in the southeast of Para in recente years were observed and analyzed: a) the legalization of grilagem (illegal taking of land by means of false titles) and its transformation into private property formally constituted, using the Programa Terra Legal; b) the permanence of hundreds of thousands of hectares of federal domain in the hands of grileiros without the formalization of hte property and; c) the appropriation of federal public lands, including land for Settlement Projects, by large mining companies. From the analysis of the collected data, it was found that the expansion of economic activities such as stockbreeding and mining end up using illegal forms of appropriation of public lands. As such activities demand extensive areas on the scale at which they operate, the privatization of public federal lands for stockbreeding and mining causes the exclusion of the right of thousans of peasant families to work land. The reaction to this situation has happened with land occupations and the use of other common fighting tactics in the region among the pesasantry, such as the blocking of highways and the occupation of state organs. Peasant resistance has been the only social force capable of preventing, at least partially, the advance of privatization of public lands in the southeast of Para state.
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A PRODUÇÃO CAMPONESA E O MONOPÓLIO DO TERRITÓRIO PELO CAPITAL: ESPACIALIDADES DISTINTAS NA EXTRAÇÃO DA ERVA-MATE NA REGIÃO DA FLORESTA COM ARAUCÁRIA DO PARANÁBarreto, Marcelo 16 June 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008-06-16 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The present work aim to propose a comprehension about the peasantry production on the Araucaria Forest region of Parana nowadays, precisely the one known as Faxinal System. The Faxinais peasantry organization consolidated on the half part of the XIXth century, when the economical activity of the mate herb production started to increase on the state. Among this period, several manufacturing industrial units started to appear next to the coast and around the city of Curitiba. Those industries used to obtain from those peasants the mate herb primary manufactured as raw material to feed their production faced to overseas market. Due to this activity crisis, during the dacade of 1930, provoked by the increase of the mate herb production in Argentina, the biggest market for the brazilian mate herb, those faxinais communities started to orginize into several cooperatives. The mate cooperatives on the region lasted till the half of the 80`s, when a new crisis took place, this time provoked by the closure of the uruguaian market. Whe the mate herb production reestarded its productin with significative levels, the mate herb industries decided to realocate their manufacturing plants. This time, together with the raw material on the Center-south of Parana. From this time on, those factories did no obbtained the pimary manufactured mate herb from the peasants anymore, but the green leaf for the total manufacturing inside the industrial process. This way, it was retired from peasantry hands the possibility of the obbtainance of income. With the accsition of the green leaf and not primary manufactured, the mate herb industrial capital finds a possibility of reproduction in peasantry lands through the territory monopolization. This way, distincts spatialities are been created on the Faxinals territory. Through the process of fighting and resistance on their land, the Faxinais do not dissolve and keep reproducting as peasants till nowadays. / O presente trabalho tem por finalidade propor uma compreensão sobre a produção camponesa na região da Floresta com Araucária do Paraná na atualidade, mais precisamente aquela inserida nos moldes do Sistema Faxinal. A organização camponesa dos Faxinais consolidou-se em meados do século XIX, quando a atividade econômica de produção da erva-mate tomou grandes proporções no estado. Neste período surgiram no litoral e nos arredores de Curitiba várias unidades industriais de beneficiamento da erva-mate. Essas indústrias adquiriam desses camponeses a erva-mate primariamente beneficiada como matéria prima para alimentar a sua produção, voltada para o mercado externo. Com a crise dessa atividade, na década de 1930, devido ao aumento da atividade ervateira na Argentina, que era o maior mercado para o mate brasileiro, essas comunidades de Faxinais começaram a se organizar em torno de cooperativas. As cooperativas do mate na região perduraram até meados da década de 1980, quando veio uma nova crise, provocada pelo fechamento do mercado uruguaio. Quando a produção do mate retomou seus níveis significativos, as indústrias ervateiras optaram por uma realocação das suas plantas fabris. Agora junto à matéria prima, no Centro-sul do Paraná. A partir desses momento, as fábricas passaram a adquirir dos camponeses não mais erva-mate beneficiada de forma artesanal em suas comunidades e sim a folha verde para o beneficiamento total dentro do processo industrial. Dessa forma, retirou-se das mãos dos camponeses a possibilidade da obtenção de renda. Com a aquisição da folha verde e não da beneficiada, o capital industrial ervateiro encontra possibilidades de se reproduzir em terras camponesas por meio da monopolização do território. Dessa forma, distintas espacilalidades acabam sendo criadas em território faxinalense. Por meio do processo de luta e resistência na terra, os Faxinais não se dissolvem e continuam se reproduzindo como camponeses até os dias atuais.
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Educação do campo e agroecologia: emancipação e resistência camponesa a partir da formação popular - caso da escola latino americana de agroecologia - ELAA / Education of the countryside and agroecology: peasant emancipation and resistance based on popular education - the case of the Latin-American School of Agroecology (ELAA)Souza, Alessandra Silva de 27 September 2018 (has links)
Este trabalho analisa uma experiência em Educação do Campo e Agroecologia, partindo da compreensão de que, para se contrapor à hegemonia do capital sobre a produção e as relações sociais no campo, o campesinato precisa produzir um conhecimento contra-hegemônico e uma produção que atinja as suas reais necessidades: educação popular e produção limpa. O objeto de nossa análise foi curso superior de Tecnólogo em Agroecologia desenvolvido na Escola Latino Americana de Agroecologia ELAA, situada no Assentamento Contestado em Lapa/PR. Esse curso foi viabilizado a partir da luta e pressão política dos movimentos sociais vinculados à Via Campesina, que impulsionaram os governos venezuelano e brasileiro a estabelecer um acordo de cooperação no ano de 2005 e é realizado com base em recursos disponibilizados pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária PRONERA. Buscamos compreender se a ELAA, que se propõe a ser um projeto para emancipação social e resistência camponesa a partir da Educação do Campo, alcança tal objetivo. Nossa abordagem traz a contextualização desse território e as relações sociais ali estabelecidas a auto-organização do assentamento e da ELAA, a hierarquização presente nestes espaços e a formação recebida. Nos remetemos à educação popular, à pedagogia da alternância, bem como às reflexões e práticas desenvolvidas ao longo da recente história da Educação do Campo. A formação em Agroecologia oferecida pela ELAA foi analisada com base em bibliografia especializada, documentos da escola e dos movimentos sociais, entrevistas dos(as) colaboradores(as), educadores(as), educandos(as), etc. Neste processo vislumbramos que a Agroecologia por si só já é uma forma de resistência camponesa e que a formação na ELAA é uma construção social cotidiana que se torna uma experiência com potencial emancipador para os camponeses a partir da aceitação da necessidade de sua constante reflexão e reestruturação por parte dos sujeitos envolvidos. / This study analyzes an initiative in Education of the Countryside and Agroecology. It builds on the premise that in order to oppose the hegemony of capital over production and social relations in the countryside, the peasantry needs to produce counter-hegemonic knowledge and a type of production that fulfills its real necessities: popular education and clean production. The focus of our analysis is the Bachelor of Technology in Agroecology offered at the Latin-American school of agroecology ELAA, located in the Contestado agrarian reform settlement in Lapa, Paraná (Brazil). This program was created from struggle and political pressure enacted by social movements linked to La Via Campesina, which prompted the Venezuelan and Brazilian governments to establish a cooperation agreement in 2005. It is implemented with funds made available through the National Program of Education in Agrarian Reform PRONERA. We seeked to understand if ELAA, which sets itself as an objective to be a project for social emancipation and peasant resistance based on Education of the Countryside, reaches this goal. Our approach contextualized this territory and the social relations established there the settlements and ELAAs self-organization, the hierarchies present in these spaces, and the training offered in itself. We refer to popular education, alternance pedagogy as well as reflection and practices developped throughout Education of the Countrysides recent history. The training in Agroecology offered at ELAA was analyzed based on specialized literature, documents produced by the school and social movements, interviews with collaborators, educators and students, etc. In this process, we can see that Agroecology in itself is already a type of peasant resistance and that the training offered at ELAA is a daily social construction. This experience gains emancipatory potential for peasants starting with these subjects acceptation of the necessity of its constant questioning and restructuration.
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O campesinato no Vale do Jequitinhonha: da sua formação no processo de imposição do trabalho à crise da (sua) reprodução capitalista / The peasantry on the Jequitinhonha Valley: from its formation by the labor imposition process to the crisis of (its) capitalistic reproductionLeite, Ana Carolina Gonçalves 02 March 2015 (has links)
Nesse trabalho, abordamos as condições de reprodução do campesinato no Vale do Jequitinhonha mineiro, da sua formação até os dias atuais, tomando-as como momento da territorialização do capital e da mobilização do trabalho, observadas sempre nas transformações que sofreram no curso contraditório do processo de modernização. Investigamos a formação regional do campesinato no bojo da transição do escravismo colonial para o trabalho livre, relação engendrada como desdobramento da mineração ocorrida em muitos afluentes da bacia do rio Jequitinhonha e do estabelecimento e da expansão das fazendas pecuárias no que outrora fora considerado \"sertão\". Analisamos também a forma de reprodução desse campesinato, tomando-a como uma relação social de produção na qual se assentou a reprodução do capital, quando a mesma ainda não podia prescindir do domínio fundiário e recurso ao exercício da violência por parte daqueles que personificavam o capital e da produção direta dos meios de vida por parte daqueles que personificavam o trabalho. Apresentamos ainda a acumulação das condições para o rompimento daquela relação social de produção como resultado central da própria territorialização do capital responsável por engendrá-la, entre elas, inclusive, a institucionalização do Estado e a formação da sua tecnocracia, ocorridas, ambas, em meio ao processo de autonomização das categorias terra, trabalho e capital, o qual investigamos a partir da intervenção do planejamento regional estatal no Vale do Jequitinhonha e das invasões e expulsões de agregados, posseiros e situantes que foram desencadeadas especialmente nas décadas de 1960, 1970 e 1980. Na análise dos desdobramentos dessa ruptura enfatizamos a permanência do campesinato no Vale do Jequitinhonha, porém, em meio a uma profunda transformação nas relações sociais de produção em que o mesmo se encontrava engajado, as quais passaram a se assentar na generalização da mobilidade do trabalho. Por fim, as condições atuais de reprodução do campesinato, interpretamos como momento da reprodução do capital em sua crise fundamental. Articulamos a exposição dos processos apontados com uma discussão sobre o papel da acumulação primitiva na reprodução do capital e as limitações para sua reiteração continuada; sobre a homogeneização e a diferenciação das relações sociais de produção; sobre o caráter contraditório e fundamentalmente crítico do desenvolvimento capitalista e o caráter da sua crise atual. Conduzimos a mesma a partir da problematização de inúmeros estudos dedicados ao problema da reprodução camponesa no Vale do Jequitinhonha, criticando a apreensão que faziam dessa última como totalidade apartada por não reconhecerem ser essa aparência resultante do processo de autonomização. Analisamos ainda um farto conjunto de depoimentos de lavradores e lavradoras no qual os mesmos discutiam transformações experimentadas em suas condições de reprodução, buscando articular, igualmente, os planos da história e da experiência, a partir de uma crítica do processo de sujeição dos sujeitos sociais a uma dominação abstrata, fetichista e tautológica da mercadoria enquanto forma de mediação e do capital enquanto sujeito automático. / On this thesis we approached the reproduction conditions of peasants from Jequitinhonha Valley, in Minas Gerais, Brazil, from its formation until nowadays. We grasped those reproduction conditions as territorialization of capital and labor mobilization moments, moments that we observed always on the transformations that had occurred on the contradictory process of modernization. We researched regional peasantry formation from the enslavement transition to free labor, a relation that was engendered as the unfold of mining in affluent rivers of Jequitinhonha river and of cattle farming establishment and expansion in what was once considered sertão. We also analyzed the reproduction form of this peasantry as a social relation of production which was the basis of capital reproduction in a moment that personified capital could not prescind from land domination and from violence exercise. After that, we present the accumulation of conditions that ruptured that social relation of production as a central result of territorialization of capital itself, conditions such as State institutionalization and the formation of its technocracy, both occurred throughout autonomization process of land, labor and capital categories. We researched that process from the intervention of regional State planning on the Jequitinhonha Valley and from invasions and expulsions of agregados, posseiros e situantes that occurred specially on the decades of 1960, 1970 and 1980. While analyzing the unfolding of that rupture we give emphasis on the permanence of peasants on the Jequitinhonha Valley, although, in the middle of a deep transformation of social relations of production that these peasants were engaged, which passed to be embedded on the generalization of labor mobilization. Finally, we interpreted actual peasantry reproduction conditions as the reproduction of capital in its fundamental crisis. We articulated the exposition of the processes already mentioned with a discussion of the role of primitive accumulation for capital accumulation and the limits to its continuous reiteration; on the homogenization and differentiation of social relations of production; and on the contradictory and fundamentally critical character of capitalistic development and its actual crisis character. We conducted such issue questioning numerous researches that were dedicated to the peasantry reproduction problem on the Jequitinhonha Valley, and we criticized the grasping of that social reproduction as a separated totality as those researches didnt recognized that as an appearance of autonomization process. We also analyzed a big amount of testimonials of lavradores and lavradoras, in which they discussed transformations experienced on their conditions of reproduction, as we tried to articulate historical and experience plans, from a critique of the process of social subjects subjection by an abstract, fetishistic and tautological domination of merchandise form as an automatic subject mediation and capital form.
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Cultura e resistências camponesas nas folias em Formosa/GO / Culture and peasant resistance in the Folias in Formosa / GOSousa, Maxlanio Dias 23 March 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-03-23 / The socio-spatial dynamics implemented by territorial modernization and its consequent influences cannot stop the remarkable presence of the peasantry and its cultural manifestations in Formosa / GO. The municipality has its origins in the cattle ranchers and dealers in salt and charque, in the XVIIIth century, who settled in the region. They founded Arraial dos Couros and inaugurated agricultural norms that persist today as activity developed in the field. Locally, livestock are raised from different breeds and purposes from the peasant way of production to grand capitalist property. In these same territories, which make up a diverse agrarian space, there are traditional folias de roça: festivals that have been celebrated in the region since the days of its first occupants. The research aims to analyze how these festivals—that integrate the way of life and daily life of the peasantry—contribute to the culture as a form of peasant resistance. Bibliographic survey and data collection were methodologies that accompanied the development of this study. The participative research with unstructured interviews was adopted when we participated in the giro of two folias de roça that represent the sacred Divine Holy Spirit of Catholics in the municipality: Folia da Roça de Formosa and Folia do Quilombo. In the field, there were integrations with the feasts and their participants, accompanying the rhythms and the religiosity, trying to understand the importance of the culture and the territory for the local peasantry. In this research we show that the culture, based on the cultural manifestations of the folia de roça, is allied to socio-cultural and socioeconomic factors, strengthening the peasant territorial identity in Formosa / GO, and contributing to the affirmation and resistance of the peasants in their territories against territorial modernization. In society and in the capitalist system, peasants use many means to conquer, secure, and remain on the land. / A dinâmica socioespacial implementada pela modernização territorial com as consequentes influências não conseguem cessar a notável presença do campesinato e de suas manifestações culturais em Formosa/GO. O município tem nas suas origens o fato de tropeiros de gado do comércio de sal e charque, ainda no século XVIII, fazerem pouso com suas tropas na região, fundando o então Arraial dos Couros e inaugurando os rumos da agropecuária que persiste como importante atividade econômica desenvolvida no campo. Localmente, o gado é criado a partir de diferentes formas e finalidades de produção desde a propriedade camponesa da terra até a grande propriedade capitalista. Nestes mesmos territórios, que compõem um espaço agrário diverso, também acontecem as tradicionais Folias de Roça, festas que alcançaram a região desde a véspera de seus primeiros ocupantes. A pesquisa tem por objetivo analisar a importância do fator sociocultural e da compreensão da vida cotidiana como formas de resistência camponesa diante dos processos de modernização do território no estado de Goiás, buscando, para tanto, defender a ideia da cultura como uma forma de resistência camponesa. Levantamento bibliográfico e coleta de dados foram metodologias que acompanharam o desenvolvimento deste estudo. A pesquisa participativa com entrevistas não estruturadas foi adotada ao participarmos do giro de duas Folias de Roça acontecem no município e têm como representação do sagrado o Divino Espírito Santo do movimento católico, a saber, a Folia da Roça de Formosa e a Folia do Quilombo. Em campo, houve integrações com as festas e seus sujeitos, acompanhando os ritmos e a religiosidade, buscando compreender a importância da cultura e do território para o campesinato local, a partir dos pousos de folia visitados. Nesta pesquisa evidenciamos que a cultura, a partir das manifestações culturais do tipo Folia de Roça, se alia aos fatores socioculturais e socioeconômicos, fortalecendo a identidade territorial camponesa em Formosa/GO e contribuindo para a afirmação e resistência dos camponeses nos seus territórios diante da modernização territorial. Inserido na sociedade e no sistema capitalista, os camponeses valem-se de diversos meios para conquistar, garantir e permanecer na terra.
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Camponeses e território em Mocajuba: uma análise econômico-espacial das trajetórias tecnológicasNOGUEIRA, Karen de Nazareth Santos 23 June 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-06-23 / CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / A pesquisa tem como foco especial a análise da configuração territorial rural do município de Mocajuba, que localiza-se na região do Baixo-Tocantins. O rural mocajubense é dominantemente camponês. Com base na noção de trajetórias, pretende-se estudar como a especificidade da economia camponesa, particularmente seu segmento baseado no agroextrativismo (T2), configura, sob intermediação do trabalho, o território de Mocajuba. Esse campesinato ancestral fundou uma dinâmica ligada a processos estruturais que movimentam a economia da região a partir de uma lógica produtiva cujo domínio técnico da produção se dá por ativos específicos, cujas práticas de manejo pressupõem a manutenção do bioma. Esse modo de vida camponês está alicerçado sob relações identitárias e territoriais pré-estabelecidas e que ultrapassam os limites físicos propostos pelas áreas de regularização fundiária. Tais territorialidades fundamentam as relações produtivas e reprodutivas desses agentes que operam o bioma de forma específica. Com isso objetiva-se indicar quanto de volume de trabalho os agentes da trajetória camponesa T2, empregam no território, ilustrando tais configurações por meio de representação cartográficas. Possibilitando dessa forma a interação economia-território no entendimento do espaço não apenas como extensão das ações, e sim como qualidade. Busca-se entender como essa interação se faz em uma economia fundamentada em estruturas camponesas típicas da trajetória agroextrativista T2. Isto é, como isso ocorre em um território marcado pela dinâmica produtiva e reprodutiva da T2. / The research focus especially in the analysis of the rural territorial setting of Mocajuba‟s city, which is located in Baixo-Tocantins region. The mocajubense rural is predominantly peasant. Based in the notion of trajectories, it is intended to study the specificity of the peasant economy, particularly its segment based on the agroextractivism (T2), it sets, under a work intermediation, Mocajuba‟s territory. This ancestral peasantry founded a dynamic linked to structural processes that movements the region‟s economy from a productive logic whose technical domain of the production is given by specific havings, whose management practices presuppose the biome‟s maintenance. This peasant way of life is grounded under identity and territorial relations predetermined and which surpass the physical limits proposed by areas of land regularization. These territorialities fundament the productive and reproductive relations of these agents who operates the biome in a specific manner. Based on this, it is aimed to indicate how much work the agents of the T2 peasant trajectory, use in the territory, illustrating these settings through cartographical representation. Enabling the interaction economy-territory in the understanding of the space, not only as an extension of the actions, but also as quality. It is searched up the understanding of how the interaction is made in an economy based in typical peasant structures of the agroextractivist‟s trajectory T2. This is, how it happens in a marked territory by the productive and reproductive T2 dynamics.
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