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"Mãe, por que me abandonaste?": mito do amor materno, abandono e circulação de crianças em camadas populares. / "Mom, why have you forsaken me?": The myth of maternal love, abandonment and movement of children in lower classes

Antonia Maria Alves de La Cruz 27 March 2014 (has links)
Esta tese parte da construção histórica da família como instituição importante para a nossa sociedade e que vem experimentando profundas mudanças sociais, culturais e legais, desde o século XVII, notadamente a partir da segunda metade do século XX. Nesse período essas mudanças refletiram sobre a estrutura e dinâmica das famílias, principalmente no que diz respeito ao que vinha sendo concebido como funções femininas, bastante atreladas à maternidade, e masculinas, em geral sinônimas de provedor. Todas essas transformações vêm afetando diretamente as relações conjugais e filiais. Em meio a tantas transformações fez-se necessária uma analise da implicação que também atravessa essa tese. Foram realizadas 8 entrevistas com mães e filhos adultos que se afastaram quando estes ainda eram crianças, por motivos variados, visando por em análise os sentidos que os envolvidos constroem para e sobre este afastamento tão socialmente naturalizado como abandono. Esse comportamento, no que diz respeito à mulher/mãe causa certo estranhamento em função da crença no amor materno como atributo natural da mulher que vira mãe. As entrevistas realizadas permitiram-nos concluir o quanto o exercício do cuidado materno ganha dimensões tão importantes que a mãe é valorada em função da maior ou menor aproximação com os filhos, e como esses filhos, ao naturalizarem o comportamento da genitora, associado ao cuidado, entendem o seu afastamento como abandono. Foi possível também observar como alguns filhos identificaram no afastamento da mãe uma preferência pela conjugalidade, pois o investimento realizado na construção de um novo relacionamento pode não contabilizar esses filhos. Em decorrência dessa separação entre mãe e filhos nas historias que ouvimos, que repercurtem a bibliografia da área, esses filhos circularam por muitas casas de familiares, conhecidos e desconhecidos. Nos discursos das mães as ideias de afastamento e abandono não aparecem. O direito a buscar a felicidade com outro parceiro e a entrega cuidadosa do filho são alguns dos sentidos que elas dão.
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O que pensam e o que fazem mães na criação de filhos de 1 a 3 anos em função do ambiente familiar e da história reprodutiva materna

Manfroi, Edi Cristina January 2009 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Psicologia. / Made available in DSpace on 2012-10-24T17:55:49Z (GMT). No. of bitstreams: 1 263126.pdf: 676093 bytes, checksum: 2d2a9b144183f1a6020c7b7bb3a4fd6a (MD5) / O cuidado parental engloba fatores complexos da história evolutiva da espécie humana. Dentre eles está o sistema de crenças parentais e a história reprodutiva das mães. Nesse sentido, a presente pesquisa teve como objetivo estudar a relação entre as crenças e práticas de cuidado e a história reprodutiva das mães através da perspectiva evolucionista e da noção de nicho de desenvolvimento. Participaram 47 mães, maiores de 18 anos e com filhos (as) de 1 a 3 anos. Para a coleta de dados foram utilizados um questionário socioeconômico, entrevista semi-estruturada, HOME e uma escala de crenças e práticas de cuidado maternas. Foram utilizados testes não paramétricos para apreciação dos dados. A análise dos dados mostrou que: a) a escolaridade e a renda dos pais influenciam na qualidade geral do ambiente familiar; b) a maioria das famílias foi classificada como ambiente de risco; c) as mães valorizam e realizam mais práticas de apresentação apropriada do que de estimulação em seus filhos e d) a maior idade da mãe no primeiro casamento e no nascimento do primeiro filho repercute na melhora total e na organização do ambiente. Conclui-se que a escolaridade dos pais, renda familiar e idade da mãe no nascimento do primeiro filho são fatores que interferem de modo positivo na qualidade geral do ambiente familiar.
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Avaliação da eficácia de um programa para ensinar pais a analisar e sintetizar comportamentos na interação com seus filhos

Teixeira, Fernanda Cascaes 25 October 2012 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2010. / Made available in DSpace on 2012-10-25T09:22:54Z (GMT). No. of bitstreams: 1 276410.pdf: 2109750 bytes, checksum: 590c524e00d80eaa1d8e97d64f153fe9 (MD5) / O exame das características dos programas de orientação e treinamento para pais desenvolvidos no Brasil, principalmente aqueles desenvolvidos nos últimos anos do século XX, tem possibilitado identificar características que muito provavelmente interferiram no grau de sucesso desses programas. Deficiências na formulação de objetivos, ausência de controle experimental, ausência de explicitação de comportamentos pré-requisitos de maneira sistemática, ausência de comportamentos organizados em um sistema; altos índices de faltas e abandonos e ausência de avaliação de seus resultados em curto, médio e longo prazo são características indicativas da relevância social e científica de produzir conhecimento sobre a eficácia de um programa para ensinar pais a analisar e sintetizar comportamentos na interação com seus filhos, observando pelo menos essas características indicadas. Os comportamentos analisar e sintetizar comportamentos na interação com os filhos, objetivos terminais do programa denominado Pais Aprendizes, foram decompostos em 274 comportamentos. Dentre os 274 comportamentos identificados foram selecionados comportamentos que compõem as classes de comportamentos caracterizar necessidades de intervenção em relação a comportamentos apresentados na interação com os filhos e projetar intervenções relacionadas com as necessidades caracterizadas em relação a comportamentos apresentados na interação com os filhos para serem objetivos do programa. Os comportamentos objetivos foram organizados em um sistema comportamental de acordo com critério de abrangência e complexidade, caracterizados, seqüenciados de acordo com seus níveis de complexidade e divididos em oito unidades de ensino. Atividades de ensino foram elaboradas para garantir que ao apresentar os comportamentos objetivos do programa os aprendizes recebam conseqüências informativas imediatas sobre a adequação de seu desempenho e estejam sob controle de estímulos produzidos por suas próprias respostas. Foram participantes quatro mães, cujo filho primogênito tinha entre quatro e cinco anos de idade e que atendiam aos critérios de seleção do programa. As participantes eram casadas; tinham formação de nível superior; desenvolviam atividades profissionais remuneradas e residiam em uma cidade de médio porte, localizada no norte do estado do Rio Grande do Sul. Após a avaliação do repertório inicial das participantes por meio de uma entrevista semi-estruturada, foram realizadas de oito a dez sessões individuais, com duração de 1h e 30 min cada, em um consultório de Psicologia para a aplicação do programa. A eficiência do programa foi avaliada por meio da observação e registro dos comportamentos apresentados pelas participantes nas oito etapas e por meio de um questionário e uma entrevista semi-estruturada realizada sete dias após o término das intervenções. A eficácia foi avaliada por meio da entrevistas semiestruturadas realizadas 30 e 60 dias após o término das intervenções. As condições programadas para o ensino dos comportamentos caracterizar necessidades de intervenção em relação a comportamentos apresentados na interação com os filhos e projetar intervenções relacionadas com as necessidades caracterizadas em relação a comportamentos apresentados na interação com os filhos garantiram que as participantes aprendessem não apenas esses comportamentos, mas também comportamentos de maior abrangência como executar intervenções projetadas em relação a comportamentos apresentados na interação com os filhos; avaliar intervenções realizadas em relação a comportamentos apresentados na interação com os filhos de intervir sobre comportamentos apresentados na interação com os filhos. Os comportamentos apresentados pelas articipantes durante as intervenções, bem como 30 e 60 dias após o seu término são demonstrativos da eficiência e eficácia do programa.
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Associação entre variáveis sociodemográficas, dietéticas, estado nutricional dos pais e sobrepeso/obesidade em escolares de 7 a 14 anos de Florianópolis, SC

Bernardo, Carla de Oliveira 25 October 2012 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Florianópolis, 2011 / Made available in DSpace on 2012-10-25T22:18:35Z (GMT). No. of bitstreams: 1 289609.pdf: 1665821 bytes, checksum: 013a871af53d762c8e667c7cfb1975b0 (MD5) / Objetivo: Analisar a associação entre estado nutricional dos pais, variáveis sociodemográficas, dietéticas e o sobrepeso/obesidade em escolares de 7 a 14 anos de Florianópolis, SC. Métodos: Estudo transversal com 2826 escolares, 1357 do sexo masculino e 1469 do sexo feminino. Os dados foram coletados a partir de aplicação de questionário socioeconômico com os pais e coleta de medidas antropométricas com os escolares. O diagnóstico nutricional foi definido a partir do Índice de Massa Corporal (IMC) para idade e sexo de acordo com critérios da International Obesity Task Force para os escolares e segundo os pontos de corte de IMC da Organização Mundial de Saúde para os pais. Os dados foram analisados no software STATA 11.0. Foram realizadas análises bivariadas e multivariáveis para meninos e meninas por meio da regressão de Poisson a partir de um modelo de análise. Resultados: No modelo de análise final, permaneceram diretamente associadas ao sobrepeso/obesidade em meninos, a faixa etária da mãe, a escolaridade da mãe e o estado nutricional dos pais, enquanto o número de refeições diárias mostrou associação inversa. Nas meninas, houve associação direta com o estado nutricional dos pais e associação inversa com a faixa etária do escolar e o consumo de alimentos de risco. Conclusão: As variáveis associadas ao sobrepeso/obesidade diferiram entre os sexos, com exceção do estado nutricional dos pais. Filhos e filhas de ambos os pais com sobrepeso/obesidade tem risco cerca de, respectivamente, 80% e 150% maior de apresentar o mesmo diagnóstico. Isso representa a influência dos pais nos hábitos de vida dos filhos, inclusive os relativos à alimentação, indicando a necessidade de ações de intervenção também no ambiente familiar dos escolares. / Objective: To assess the association between parental nutritional status, dietary and sociodemographic factors with overweight/obesity in schoolchildren from Florianópolis Island, SC. Methods: Cross-sectional epidemiological study with 2826 schoolchildren aged 7 to 14 years, 1357 males and 1469 females. We realized collection of measures of schoolchildren and the parents' data were collected from a socioeconomic and anthropometric questionnaire. The nutritional status was defined using the Body Mass Index (BMI) for age and sex according to the International Obesity Task Force for the schoolchildren and according to the BMI cutoff points of the World Health Organization to the parents. The data were analyzed in STATA 11.0. We conducted bivariate and multivariate analysis for boys and girls, using Poisson regression. Results: In the final model remained directly associated with overweight/obesity in boys: mother's age, father's educational level and parents' nutritional status, while mother's educational level and the number of daily meals was inversely associated. Among girls, parents' nutritional status was directly associated with overweight/obesity and schoolchildren age and inadequate food consumption remained inversely associated. Conclusion: The variables associated with overweight/obesity differed between the sexes, except the parents' nutritional status. Sons and daughters of both parents were overweight or obese had risk, respectively, 80% and 150% higher to exhibit the same diagnosis, indicating the need of interventions that include family environment.
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Relação do engajamento parental e relacionamento conjugal no investimento com os filhos

Bossardi, Carina Nunes 26 October 2012 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2011 / Made available in DSpace on 2012-10-26T00:54:46Z (GMT). No. of bitstreams: 1 289385.pdf: 1068853 bytes, checksum: ec97adeeea8e67f6868bbbdb48756665 (MD5) / Este trabalho propõe identificar as características do investimento de pai e mãe no cuidado com os filhos e verificar se o relacionamento conjugal interfere ou não no engajamento parental. Participaram da pesquisa 50 pais e 50 mães de crianças de quatro a seis anos, de Florianópolis e do Vale do Itajaí (SC), que estavam morando juntos há pelo menos seis meses. Utilizou-se os questionários: 1) Sociodemográfico; 2) Engajamento Paterno; 3) Relacionamento Conjugal. Para comparar as respostas das mães e dos pais foi utilizado o teste Mann Whitney. Também foram feitas correlações de Spearman entre os dados. Constatou-se que, embora pais (homens) tenham conseguido escores elevados na maioria das dimensões, as mães se engajam significativamente mais do que o pai no investimento aos filhos em seis das sete dimensões do instrumento, tais como: suporte emocional, abertura para o mundo; disciplina; cuidados básicos; evocações e tarefas de casa. Os escores mais altos para o pai e para a mãe estão relacionados com a dimensão de suporte emocional. O relacionamento conjugal interfere somente no envolvimento do pai; quanto mais satisfeito com o relacionamento mais o pai realiza jogos físicos e cuidados básicos com os filhos. Quanto mais alto o rendimento da mãe, menos ela se engaja e quanto maior a escolaridade, menos ela realiza cuidados básicos. O engajamento paterno não apresenta relações com as variáveis sociodemográficas. Conclui-se que embora o pai esteja participando no cuidado com os filhos, a mãe se destaca, realizando mais atividades do que ele de um modo geral e ainda se diferencia do pai de acordo com dimensões específicas.
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[fr] ENTRE L ACCUEIL ET LES PETITS DÉTAILS QUOTIDIENS: LA RELATION PARENTS ET ENFANTS ADULTES / [pt] ENTRE O ACONCHEGO E OS DETALHES DO COTIDIANO: A RELAÇÃO PAIS E FILHOS ADULTOS

CELIA REGINA HENRIQUES 05 June 2009 (has links)
[pt] O prolongamento da convivência familiar é uma construção da modernidade e configura um momento potencialmente rico de trocas mútuas e relações próximas da simetria, no domínio familiar. O objetivo desta tese é investigar a relação entre pais e filhos adultos coabitantes, na esfera doméstica familiar. Para tal empreendimento, elaboramos uma rede teórica interdisciplinar, que integrou conhecimentos provenientes do campo das terapias familiares, da sociologia, da antropologia e da psicanálise de Donald Winnicott. Construímos esse objeto de estudo, a partir do interesse em analisar os ajustes cotidianos realizados na dimensão relacional entre pais e filhos, ressaltando a dinâmica interativa vivida nesse espaço, que visa garantir o equilíbrio da convivência. Pesquisamos esse universo através de um estudo de campo, realizando entrevistas semiestruturadas com sete mães, um pai, quatro filhos e quatro filhas. Das análises dos discursos desses sujeitos, quatro temas emergiram: os ajustes cotidianos na convivência, o jogo interativo, duas lógicas em ação e o sentido de ser família. Constatamos que nessa dinâmica interativa, vivida na vida cotidiana da família, um jogo relacional é estabelecido. Através de pequenas negociações no dia a dia, esses pais e filhos instituem os limites entre os espaços pessoais e os coletivos na relação e, ao mesmo tempo, mostram-se capazes de alternar suas posições nesse domínio, de forma a acomodar os interesses do momento. Nessa medida, estabelecem um contexto propício para um interjogo, um ir e vir nas dimensões relacionais, que transforma o espaço familiar em um espaço que faz sentido e gera reconstruções de significados. / [fr] Le prolongement de la convivivialité familiale est une construction contemporaine et il répresente un moment potentiellement riche d échanges mutuels et des relations proches de la symétrie dans le domaine familial. L objectif de cette thèse est l analyse de la relation entre parents et ses enfants adultes en situation de cohabitation dans le monde doméstique familial. Dans ce but, nous avons élaboré un réseau théorique interdisciplinaire, qui a intégré les connaissances issues du champ des thérapies familiales, de la sociologie, de l antropologie et aussi de la psychanalyse de Donald Winnicott. Nous avons construit cet objet d étude à partir de notre intérêt sur les ajustements quotidiens entre les parents et ses enfants, en soulignant la dynamique interrelationnelle vécue dans cet espace qui essaie d assurer l équilibre convivial. Nous avons recherché cet univers à partir d un étude du terrain. D ailleurs, nous avons réalisé des entrétiens semi-structurés auprès de 7 mères, 1 père, 4 fils e 4 filles. À partir de l analyse des discours, quatre thèmes ont été dévoilé : les ajustements quotidiens au domaine convivial, le jeu intératif, deux logiques en action et le sens d être famille. Nous avons rémarqué que cette dynamique interactive, vécue dans la vie quotidienne familialle se montre comme un jeu relationnel. Ces parents et enfants construisent les limites entre les espaces personnels et les colectifs dans la relation et, au même temp, ils se montrent capables d alterner leurs positions, de façon à sauvegarder les intérêts du moment. Ainsi, ils établissent un context propice à l apparition d un interjeu, un aller et venir dans les dimensions relationelles, transformant l espace familial dans un espace de sens qui engendre des réconstructions des signifiants.
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Os comportamentos de dependência e de independência do primogênito e as percepções maternas no contexto de gestação do segundo filho

Oliveira, Débora Silva de January 2006 (has links)
O nascimento do segundo filho constitui-se em uma fase específica do ciclo de vida familiar, acarretando mudanças, especialmente, na relação mãe-primogênito. Dessa forma, o presente estudo teve por objetivo investigar os comportamentos de dependência e de independência do primogênito e as percepções maternas sobre esses comportamentos no contexto de gestação de um segundo filho. Foi realizado um estudo de caso coletivo, do qual participaram cinco primogênitos e suas respectivas mães, no terceiro trimestre de gestação do segundo filho. Os participantes pertenciam à amostra de um projeto longitudinal maior. Com as crianças, foi aplicado o Teste das Fábulas e as mães responderam a entrevistas semi-dirigidas. Análise de conteúdo revelou uma tendência de comportamento predominantemente dependente do primogênito. Esta tendência despertava sentimentos ambivalentes nas mães, que acabavam estimulando comportamentos de independência Pode-se dizer que as crianças também se mostraram ambivalentes, apresentando um padrão oscilatório de comportamento em algumas respostas às fábulas. Os resultados sugerem que o contexto de nascimento de um novo membro na família constitui-se em um momento especial, tanto para a criança que tem que deixar de ocupar o papel de filho único e aprender a compartilhar os cuidados maternos, quanto para a mãe que deve lidar com as ansiedades advindas da gestação de um segundo filho e com os sentimentos em relação ao primogênito. As implicações dos achados para uma compreensão das alterações de comportamento na criança em períodos de transição familiar são destacadas.
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Estresse, auto-eficácia e o contexto de adaptação familiar de mães de portadores de transtornos globais do desenvolvimento

Schmidt, Carlo January 2004 (has links)
Os transtornos globais do desenvolvimento (TGD) caracterizam-se pelo comprometimento severo em três áreas do desenvolvimento: habilidade de interação social recíproca, habilidade de comunicação, e presença de comportamentos, interesses e atividades estereotipadas (DSM – IV –TR, 2002). As características próprias do comportamento, somadas á severidade do transtorno podem constituir estressores em potencial para familiares e/ou cuidadores. A análise da literatura revelou que esse tema tem sido abordado com base, principalmente, em modelos de déficit, os quais focalizam, predominantemente, a psicopatologia familiar. O modelo biopsicossocial da adaptação à doença crônica de Bradford (1997) pode ser útil na compreensão dos transtornos do desenvolvimento, pois chama a atenção para a interação entre alguns fatores: crenças sobre saúde, apoio social, padrões de interação e comunicação familiar e estratégias de coping. Este estudo investiga as possíveis relações entre auto-eficácia materna e estresse em mães e indivíduos portadores de TGD, tendo como hipótese a correlação negativa entre as variáveis. Participaram deste estudo 30 mães com filhos portadores de TGD, com idades variando entre 30 a 56 anos, cujos filhos tinham diagnóstico de TGD e idades que variam de 12 a 30 anos. Também foram examinadas a visão materna acerca do suporte social recebido, preocupações e dificuldades para lidar com o filho, estratégias de coping, crenças e relacionamento entre os membros da família. Os resultados revelam altos níveis de estresse materno e altos níveis de auto-eficácia materna, porém não foi encontrada correlação entre estes. A análise qualitativa das entrevistas revelou, entre outros aspectos, que a qualidade do relacionamento familiar, rede de apoio social e estratégias de coping são mediadores do efeito TGD sobre o estresse materno. Os dados corroboram as premissas do metamodelo de adaptação familiar à doença crônica ao demonstrar que a presença de um membro com TGD na família não representa necessariamente um evento adverso para as mães, desde que exista uma mediação por parte do suporte social, percepção e identificação dos recursos intra e extrafamiliares, estratégias afetivas de coping e qualidade oferecida pelos sistemas de saúde, sendo particularmente importante, a qualidade das relações familiares.
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O processo de luto do adolescente em relação às imagos parentais relacionado com a escolha de uma profissão

Pompermayer, Ciane January 1999 (has links)
Tomando como ponto de partida a leitura da adolescência a partir dos pressupostos psicanalíticos, buscamos estudar as vicissitudes desse momento da vida, relacionando o processo envolvido na escolha de uma profissão com o luto que o sujeito deve realizar em relação às imagos parentais infantis. Realizamos, com esse intuito, uma investigação baseada em estudos de casos múltiplos, envolvendo seis adolescentes que procuraram o Serviço de Orientação Vocacional, em Porto Alegre. Nosso material de análise foram as autobiografias escritas pelos adolescentes em processo de Orientação, quando cada um é convidado a escrever sobre si mesmo. A análise dessas autobiografias foi feita através de recortes feitos sobre o texto, a partir dos quais levantamos os sentidos implícitos nos enunciados. Esse procedimento nos levou à relação do jovem com seus pais e consigo mesmo. Nesse contexto, foi possível constatar que o adolescente busca idealizar o momento em que vive pela dificuldade em elaborar o luto pela infância. A dificuldade daí decorrente é a dificuldade de investir num tempo futuro, e, portanto, na escolha de uma profissão. Por outro lado, quando esse luto já pode ser vivido, vimos que o adolescente sente-se angustiado e solitário, sendo esta a condição para que ascenda à própria identidade.
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Relação familiar, violência urbana e experiência escolar na vida cotidiana de jovens adolescentes

Meneghetti, Aldo David January 2002 (has links)
Sessenta adolescentes de uma escola pública de Novo Hamburgo, RS, participaram de grupos de reflexividade para discutirem a experiência de morador de um bairro da periferia e do convívio com educadores, pares e familiares. Os adolescentes foram divididos em seis grupos que se encontraram uma única vez, por um período de uma hora. As reuniões foram gravadas em vídeo-tape, transcritas e analisadas através de uma seqüência de passos reflexivos: descrição, redução e interpretação. A descrição organizou o material transcrito em temas que foram re-analisados na redução para a identificação dos dilemas existenciais presentes. A reflexividade manifesta foi analisada na concepção triádica do self semiótico (passado, presente e futuro). Interpretou-se que os participantes expressam sua existência por meio de movimentos cíclicos de pensamento, onde buscam liberdade de movimentos, e amparo e proteção paterna ao mesmo tempo. Quando prejudicadas tais condições, recorrem ao ambiente extrafamiliar, embora temerosos dos riscos dessa aventura. O diálogo surgiu como alternativa de viabilidade de tais condições. As meninas participantes perceberam-se como extremamente prejudicadas em termos de liberdade, devido a sua prerrogativa de engravidar ou ficarem "mal-faladas" na comunidade, ocorrendo o contrário com os meninos. Os papéis familiares exigidos são os de meninos "cuidadores" e de meninas "donas-de-casa". Os diálogos internos dos selves (reflexividade) foram expressos na forma de conversação entre elementos influenciadores do passado (infância, história familiar), representados por presenças virtuais dos pais ou cuidadores, e as demandas do presente (fase adolescente), não apresentando, contudo, uma perspectiva positiva a respeito do futuro. A escola surge como um ambiente de maior liberdade, nem sempre coerente em suas propostas. Sugere-se a implementação de medidas que favoreçam um diálogo efetivo e eficiente entre educadores, educandos e familiares, onde a empatia sirva de suporte às relações necessárias ao desenvolvimento de um self adolescente agente e autônomo.

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