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O gozo na psicanáliseMaliska, Maurício Eugênio January 2014 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2014 / Made available in DSpace on 2015-02-05T20:19:43Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2014 / Esta tese trata de sustentar a transformação do gozo na direção da análise. Isso implica que o gozo inicialmente ligado ao sintoma, ou mais exatamente ao sentido do sintoma, deve, como direção da análise, ser transformado em um gozo sinthomático. Livre das amarras do sintoma e da submissão ao sentido, o sujeito pode passar a gozar da vida e não dos sentidos do sintoma. Para sustentar tal argumento, partimos das investigações teóricas dos conceitos de sintoma, gozo e sinthome no interior da teoria psicanalítica para, a partir daí, estabelecer suas possíveis correlações e diferenças. Além da argumentação teórica, foram utilizados fragmentos da prática psicanalítica que serviram de articulação teórico-prática como forma de sustentação da tese. Essas articulações conduziram a considerações que ratificam a posição de uma transformação do gozo sintomático em um gozo sinthomático, ou seja, um gozo da vida, em que o sujeito passa a saber fazer ali com aquilo que gerava o sintoma, gerando um sinthome.<br> / Abstract: This thesis supports the transformation of the enjoyment (jouissance) towards the analysis. This implies that the enjoyment (jouissance) is initially linked to the symptom, or more accurately, the meaning to the symptom of sense. This should, like the direction of the analysis, be transformed into a sinthomatic enjoyment (jouissance). Free from the shackles of the symptom and the submission to the sense, the individual can spend time enjoying (jouir) his life and not affected by the senses of the symptom. To support this argument, we started out from the theoretical investigations of the concepts of symptom, enjoyment (jouissance) and sinthome within the psychoanalytic theory and from there we established their possible correlations and differences. Besides the theoretical argument, we used fragments of the psychoanalytic practice that served as the theoretical and practical articulation as a way to support the thesis we established. These articulations led to consideration that ratify the position of a transformation of the sintomatic enjoyment (jouissance) into a sinthomatic enjoyment, which is an enjoyment (jouissance) of life where the person comes to know what to do with (savoir y faire avec) that thing that generated the symptom generating a sinthome.
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A lei e o mal estarPaula, Gislaine de January 2014 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Jurídicas, Programa de Pós-Graduação em Direito, Florianópolis, 2014. / Made available in DSpace on 2015-02-05T21:15:24Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2014 / A presente pesquisa busca fazer dialogar o marquês de Sade e Sigmund Freud, para, com base nesta interlocução, pensar na possibilidade de fundar uma ética, a ética da psicanálise tal qual Jacques Lacan constrói no sétimo seminário de seu ensino. Além disso, propusemo-nos a investigar o que esse diálogo tem a dizer sobre os fundamentos do direito moderno cujos principais autores são Hobbes, Locke, Rousseau e Kant. Para isso, por meio de pesquisa de cunho bibliográfico partimos de dois conceitos fundamentais do escritor libertino francês e do psicanalista austríaco: a lei de natureza, de Sade, e a pulsão de morte, de Freud. Ambos os conceitos dizem respeito a um certo empuxo à destruição presente no ser humano, observadas as devidas diferenças entre os autores. O marquês de Sade realiza uma espécie de reinterpretação da teoria contratualista do Estado moderno, elevando seus fundamentos ao absurdo - ou ultrapassando-os - para nos mostrar que esses mesmos alicerces que nos prometem a liberdade, a igualdade e a segurança podem nos levar a um mundo distópico e despótico, operando um retorno ao estado de natureza, o ponto de partida em que cada ser humano é mero objeto à disposição do gozo do outro. Ademais, na leitura de Kant com Sade, perceberemos, junto com Lacan, que a ética kantiana, a apatia que o ser racional deve impor-se para chegar ao Sumo Bem, pode levar justamente ao seu inverso, o mal radical sadiano. Não obstante, ao final, operamos uma inversão: há dois tempos na lei de natureza e na pulsão de morte, o princípio de destruição também pode apontar para uma vontade de criação a partir do nada. Assim, com base na ética da psicanálise, a ética da responsabilidade por nossa posição de sujeitos, resgatamos o imperativo categórico kantiano - agora esvaziado e dialetizado com a ética sadiana - como aquele que manda que ?se faça a lei?, a fim de que a lei encontre um limite, o ponto de basta colocado pela Lei simbólica.<br> / Résumé: La présent recherche prétend faire dialoguer le marquis de Sade avec Sigmund Freud a fin de, basée sur cette interlocution, penser à la possibilité de fonder une éthique, l'éthique de la psychanalyse tel quel Jacques Lacan construit dans le septième séminaire de son enseignement. De plus, nous envisageons d'investiguer ce que ce dialogue peut nous pointer sur les fondements du droit moderne, dont les auteurs principaux sont Hobbes, Locke, Rousseau et Kant. Pour cela, par le moyen de la recherche bibliographique nous partons de deux concepts fondamentaux de l'écrivain libertin et du psychanalyste autrichien : la loi de la nature de Sade et la pulsion de mort de Freud. Tous les deux concepts se réfèrent à une certain poussée à la destruction présent dans l'être humain, observées les différences parmi les auteurs. Le marquis de Sade réalise une espèce de reinterprétation de la théorie du contrat social de l'État moderne, en élevant ses fondements jusqu'à l'absurdité - ou en les dépassant - pour nous montrer que ces mêmes bases qui nous promettent la liberté, l'igualité et la sûreté peuvent nous conduire a un monde dystopique et despotique, en opérant un retour à l'état de nature, le point de départ où chaque être humain est pur objet à disposition de la jouissance de l'autre. En outre, dans la lecture de Kant avec Sade, nous comprendrons, auprès de Lacan, que l'éthique kantienne, l'apathie que l'être rationnel doit imposer à soi-même pour arriver au Bien Suprême, peut amener justement a son envers, le mal radical sadien. Nonobstant, à la fin, nous opérons une inversion : il y a deux temps dans la loi de la nature et la pulsion de mort, le principe de destruction peut aussi indiquer une volonté de création à partir du rien. Ainsi, basée sur l'éthique de la psychanalyse, l'éthique de la responsabilité par notre position de sujets, nous reprenons l'impératif catégorique kantien - maintenant vidé et dialectisé avec l'éthique sadienne - comme celui qui commande de « faire la loi », a fin de que la loi rencontre un limite, le point de capiton placé par la Loi symbolique.
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O Gozo e o Poder - Sobre a DimensÃo GenealÃgica do GozoLeonardo Josà Barreira Danziato 21 June 2006 (has links)
FundaÃÃo de Amparo à Pesquisa do Estado do Cearà / O trabalho âO Gozo e o Poderâ realiza uma leitura genealÃgica da dimensÃo do gozo, demonstrando que essas preocupaÃÃes se originam nas proposiÃÃes iniciais de Freud com a descoberta polÃtica do conflito entre a pulsÃo e a cultura. A partir daà o campo da psicanÃlise passa a estabelecer uma âtopologia de regulamentaÃÃo cultural do gozoâ, abalizada pela referÃncia fundamental do lugar do pai.
O desenvolvimento teÃrico-clÃnico do campo do gozo na obra de Lacan, possibilita uma ultrapassagem das concepÃÃes universalistas de Freud, introduzindo preocupaÃÃes genealÃgicas, muito especialmente no que tange a gÃnese da Ãtica moderna e aos processos discursivos relacionados a emergÃncia do capitalismo e do discurso cientÃfico, que vieram a produzir uma nova relaÃÃo entre o saber e a verdade, fundando um mercado do saber e um mercado do gozo.
Essas preocupaÃÃes possibilitam pensar em termos genealÃgicos as alteraÃÃes culturais e subjetivas pelas quais passamos, situando-as nos deslocamentos discursivos e diagramÃticos da modernidade e da contemporaneidade. Articulando as proposiÃÃes topolÃgicas lacanianas, especialmente a âtopologia dos quatro discursosâ, com uma genealogia foucaultiana da modernidade e com os atuais estudos sobre a contemporaneidade e a âsociedade do controleâ, o autor realiza uma leitura dos processos de subjetivaÃÃo modernos e contemporÃneos, sinalizando para seus efeitos numa alteraÃÃo na âtopologia de regulamentaÃÃo cultural do gozoâ e seus efeitos para ume âeconomia de gozo do sujeitoâ.
Sugere que os processos de subjetivaÃÃo modernos e contemporÃneos que produziram o corpo, o sexo e a vida como objetos, tambÃm funcionavam operando, recuperando e produzindo isso que Lacan veio denominar de o campo do humano: o gozo.
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O gozo de Deus: uma análise lacaniana da experiência mística na obra de Marguerite PoreteDias, Maruzania Soares 18 November 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010-11-18 / This dissertation examines, from the perspective of Lacanian psychoanalysis, the jouissance of God in the work of Marguerite Porete, The Mirror of Simple Souls. The aim was to understand the mystical jouissance as a face of jouissance feminine and to investigate the hypothesis of the mystical jouissance in the work of Porete considered as ethical jouissance. The mystique found in this compelling book, written in the language of Courtly Love and developed as an allegory that addresses the itinerary of the protagonist Alma in her search of the perfect union with God, is sustained by the assumptions of apophatic mysticism - the dynamics of Christian mystical experience that is expressed as of empty budget. With nothing to hold her, the soul becomes nothing. The experience of mystical ecstasy allows, for a brief moment, the jouissance of God, the jouissance of this glorification, where time and eternity come together as a causeway linking the created and uncreated. By demonstrating the centrality of jouissance in the subjective economy, Lacanian psychoanalysis has established the field of jouissance and reformulated the difference between the genders providing a place that, until now, never existed for females: the logic of all-non phallic, where there is a plus-de-jouir, a jouissance that goes beyond the phallic reference. As this Other's jouissance is impossible to symbolize, we have the love as a substitute to the lack of sexual relationship between sex, given that logic Lacanian will show us that Woman does not exist 1, while universal category, which is a correlate of the enunciation there is no sexual relationship , therefore, that is no sexual proportion / A presente dissertação analisa, pela abordagem da psicanálise lacaniana, o gozo de Deus na obra de Marguerite Porete, O Espelho das Almas Simples e Aniquiladas e que Permanecem Somente na Vontade e no Desejo do Amor. O objetivo foi compreender o gozo místico como uma face do gozo feminino e averiguar a hipótese de ser o gozo místico na obra de Porete um gozo estabelecido numa posição ética. A mística encontrada neste livro instigante, escrito na linguagem do Amor Cortês e desenvolvido numa alegoria que aborda o itinerário da protagonista Alma em sua busca da perfeita união com Deus, é sustentada pelos pressupostos da mística apofática dinâmica da mística cristã que se expressa como experiência de esvaziamento. Sem nada reter de seu, a Alma torna-se nada. A experiência do êxtase místico permite, por um breve momento, o gozo de Deus, o gozo dessa glorificação, onde tempo e eternidade se fundem como um istmo que vincula o criado e o incriado. Ao demonstrar a centralidade do gozo na economia subjetiva, a psicanálise lacaniana estabeleceu o campo do gozo e reformulou a diferença entre os sexos possibilitando um lugar até então inexistente para o feminino: a lógica do não-todo fálico, onde há um mais-gozar, um gozo que vai além da referência fálica. Dado que esse gozo do Outro é impossível de simbolizar, temos o amor como suplência à inexistência da relação sexual, uma vez que a lógica lacaniana vai nos mostrar que , enquanto categoria universal, A Mulher não existe , que é correlato do enunciado não há relação sexual , isto é, não há proporção sexual
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O Supereu na clínica psicanalítica: avesso do desejo? / Le surmoi dans la clinique psychanalytique: em face du désir?Daniela de Oliveira Martins Mendes Daibert 02 May 2012 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Cette étude aborde le surmoi à partir de l'expression "lenvers du désir", daprès le texte de Gerez Ambertin. L'envers est un mot dorigine latine et, parmi ses signifiés possíbles, nous trouvons les expressions : être une frontière, être en face. Selon cette perspective, la recherche se dirigea vers le surmoi conçu comme une charnière entre le le champ de la jouissance, le champ de lAutre et le désir, c'est-à-dire entre la loi symbolique du désir et la loi d'airain de la jouissance. Le premier chapitre présente un parcours par loeuvre de Freud, depuis les premiers jours de la psychanalyse, alors qu il traitait ce qui plus tard deviendra les caracteristiques de ce quil designera comme le surmoi, à savoir : la culpabilité, la peine et le parricide. Pour ce faire, nous avons suivi la lecture de Totem et Tabou, afin de travailler la jouissance des lois du père tyrannique ainsi que la loi symbolique représentée par le totem. Les textes Sur le narcissisme : une introduction et Le moi et le ça ont contribué à résoudre la relation entre l'idéal du moi et du surmoi. Pour terminer le chapitre, nous avons recouru au virage de 1920 et à la théorisation à propos de la seconde topique freudienne qui ont permis la formulation de la notion du surmoi. Le deuxième chapitre présente les premières orientations de Lacan sur le surmoi. Pour ce faire, il nous a semblé important de faire un tour sur le concept freudien d'idéal du moi, puisque la différence entre celui-ci et le surmoi n'est pas très claire dans l'uvre de Freud. Chez Lacan, la constitution de l'idéal du moi est basée sur le regard de l'Autre, essentiellement symbolique et étroitement lié à ce qui est demandé à l'Autre comme une unité idéale de soi. Le surmoi, d'autre part, est lié au discours symbolique interrompu et à l'introduction d'une loi de nature incompréhensible. Pour étudier la relation entre la jouissance, le désir et les jouissances extrèmes nous avons eu recours au texte lacanian Kant avec Sade. Le troisième chapitre traite du surmoi au-delà de l dipe, à partir des dernières élaborations de Lacan. À ce propos, nous avons parcouru loeuvre de Melanie Klein qui a traité le surmoi comme un développement pré-dipien et essentiellement pulsionnel, cest-à-dire au-delà du complexe d'dipe et des identifications. Cela a permis à Lacan de faire le rapprochement entre ce concept et le registre du réel, en le rattachant à lobject petit a comme la voix et l'impératif de jouissance. Pour conclure, nous avons travaillé la notion de surmoi en tant que bord, frontière entre le champ de lAutre et le champ de la jouissance, selon la conception de Lacan du non-rapport sexuel. / Este estudo aborda o supereu a partir da expressão avesso do desejo, extraída do texto de Gerez-Ambertin. Avesso é uma palavra de origem latina que possui, entre os seus significados, as expressões: ser fronteira, estar defronte. De acordo com essa perspectiva, a pesquisa caminhou na direção de considerar o supereu como ocupando o lugar de uma dobradiça entre o campo do gozo, o campo do Outro e o do desejo, ou seja, entre a lei simbólica do desejo e a lei de ferro do gozo. O primeiro capítulo apresenta um percurso pela obra freudiana, desde os primórdios da psicanálise, quando Freud lidava com o que, posteriormente, passou a caracterizar o que ele nomearia como supereu: a culpa, o parricídio e a punição. Nesse trajeto, a pesquisa cotejou Totem e Tabu com o objetivo de trabalhar as leis de gozo do pai tirano e a lei simbólica representada pelo totem. Os textos Sobre o narcisismo: uma introdução e O eu e o isso ajudaram a abordar a relação entre o ideal do eu e o supereu. Para finalizar, lançamos mão das elaborações freudianas da virada de 1920 e da segunda teoria pulsional que possibilitaram a formulação do conceito do supereu. O segundo capítulo traz as abordagens iniciais de Lacan a respeito do supereu. Para tanto, fez-se um percurso retomando o conceito freudiano do ideal do eu, uma vez que a diferença entre este e o supereu não se apresenta muito clara na obra freudiana. Em Lacan, a constituição do ideal do eu tem como base o olhar do Outro, fundamentalmente simbólico e intimamente vinculado àquilo que se busca no Outro como ideal para a unidade do eu. O supereu está relacionado ao simbólico como discurso interrompido que instaura uma lei de caráter incompreensível. Para trabalhar a relação entre o gozo e o desejo e os extremos do gozo, recorremos aos texto Kant com Sade, de Lacan. O terceiro capítulo aborda o supereu para além do Édipo, a partir das últimas elaborações de Lacan. Para tanto, retomamos as elaborações de Melanie Klein que tratou o supereu como um desenvolvimento pré-edípico, essencialmente pulsional, ou seja, para além do Édipo e das identificações, o que possibilitou a Lacan aproximar esse conceito do registro do real, vinculando-o ao objeto a como voz e ao imperativo de gozo. Para concluir, trabalhamos com o supereu como borda entre o campo do Outro e o campo do gozo, de acordo com a concepção de Lacan da não relação sexual.
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Perversão: um fazer gozar / Perversion: enjoyment-makingMaria Helena Coelho Martinho 11 January 2011 (has links)
This study concerns perversion, a very important topic in political and clinical psychoanalysis, which reveals itself as one of the crucial problems of psychoanalysis. Its political importance is conveyed when it emphasizes, with Lacan, that the policy of psychoanalysis is the policy of lack-of-being (want-to-be) related to the ethics of desire and when it proposes to accept the diversity of enjoyment, its multiple genres, and takes the subject to reveal and confront his/her surplus-enjoyment, is an ethical indication that should guide policy and practice of psychoanalysis. The research, drawn from Freud and Lacans theoretical-clinical fundamentals, emphasizes the logical move which marks the perversion in Freudian theory and confirms a convergence in the propositions of both authors with regard to the differentiation between perversity and perversion as a clinical structure. The construction of a series of clinical cases and the study of life and work of five famous writers Marquis de Sade, Sacher-Masoch, André Gide, Jean Genet, Yukio Mishima come to illustrate that the practices of perverse enjoyment does not determine the perverse structure . The mathema of sadian fantasy, forged by Lacan, is taken to demonstrate freudian Verleugnung, the way perverse subjects deal with castration of the mother/wife. The quantic formulaes of sexuation, formulated by Lacan, are used to highlight that the difference between neurosis and perversion becomes explicit in the strategy of enjoyment that the subject uses in the relationship with his/her partner. The research, which began bibliographical and developed into a theoretical-clinical character, reveals that the perversion clinical practice can teach psychoanalysts about the four fundamental concepts of psychoanalysis, about the relationship among the fetish, the mask and the face, about sublimation, about enjoyment strategies, in particular, masochism. This study calls for the analytical community to debate, because it expresses, by presenting cases of perversion, the difficulties of the clinic, besides presentifying the real clinic in conducting the treatment of a case of perversion. / Esse estudo aborda a perversão, tema de extrema relevância política e clínica no âmbito psicanalítico, que se revela como um dos problemas cruciais da psicanálise. Sua importância política imprime-se quando ressalta, com Lacan, que a política da psicanálise é a política da falta-a-ser correlata à ética do desejo e quando propõe que aceitar a diversidade do gozo, com suas múltiplas modalidades, e levar o sujeito a desvelar e a confrontar-se com o seu mais-de-gozar é uma indicação ética que deve orientar a política e a prática do psicanalista. A pesquisa, elaborada a partir dos fundamentos teórico-clínicos de Freud e Lacan, destaca o movimento lógico que delimita a perversão na obra freudiana e verifica uma convergência nas teses de ambos os autores, no que se refere à diferenciação entre a perversidade e a perversão como estrutura clínica. A construção de uma série de casos clínicos e o estudo da vida e da obra de cinco famosos escritores Marquês de Sade, Sacher-Masoch, André Gide, Jean Genet, Yukio Mishima vêm ilustrar que as práticas de gozo perverso não determinam a estrutura perversa. O matema da fantasia sadiana, forjado por Lacan, é tomado para demonstrar a Verleugnung freudiana, o modo que os sujeitos perversos encontram para lidar com castração da mãe/mulher. As fórmulas quânticas da sexuação, formuladas por Lacan, são utilizadas para evidenciar que a diferença entre a neurose e a perversão se explicita na estratégia de gozo que o sujeito utiliza na relação com o seu parceiro. A pesquisa, que se iniciou bibliográfica e se desenvolveu de cunho teórico-clínico, desvela que a clínica da perversão muito pode ensinar aos psicanalistas sobre os quatro conceitos fundamentais da psicanálise, sobre a relação entre o fetiche, a máscara e o semblante, sobre a sublimação, sobre as estratégias de gozo, em particular, o masoquismo. Esse estudo convoca a comunidade analítica ao debate, uma vez que enuncia, através da apresentação de casos de perversão, os impasses da clínica, além de presentificar o real da clínica na condução do tratamento de um caso de perversão.
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Perversão: um fazer gozar / Perversion: enjoyment-makingMaria Helena Coelho Martinho 11 January 2011 (has links)
This study concerns perversion, a very important topic in political and clinical psychoanalysis, which reveals itself as one of the crucial problems of psychoanalysis. Its political importance is conveyed when it emphasizes, with Lacan, that the policy of psychoanalysis is the policy of lack-of-being (want-to-be) related to the ethics of desire and when it proposes to accept the diversity of enjoyment, its multiple genres, and takes the subject to reveal and confront his/her surplus-enjoyment, is an ethical indication that should guide policy and practice of psychoanalysis. The research, drawn from Freud and Lacans theoretical-clinical fundamentals, emphasizes the logical move which marks the perversion in Freudian theory and confirms a convergence in the propositions of both authors with regard to the differentiation between perversity and perversion as a clinical structure. The construction of a series of clinical cases and the study of life and work of five famous writers Marquis de Sade, Sacher-Masoch, André Gide, Jean Genet, Yukio Mishima come to illustrate that the practices of perverse enjoyment does not determine the perverse structure . The mathema of sadian fantasy, forged by Lacan, is taken to demonstrate freudian Verleugnung, the way perverse subjects deal with castration of the mother/wife. The quantic formulaes of sexuation, formulated by Lacan, are used to highlight that the difference between neurosis and perversion becomes explicit in the strategy of enjoyment that the subject uses in the relationship with his/her partner. The research, which began bibliographical and developed into a theoretical-clinical character, reveals that the perversion clinical practice can teach psychoanalysts about the four fundamental concepts of psychoanalysis, about the relationship among the fetish, the mask and the face, about sublimation, about enjoyment strategies, in particular, masochism. This study calls for the analytical community to debate, because it expresses, by presenting cases of perversion, the difficulties of the clinic, besides presentifying the real clinic in conducting the treatment of a case of perversion. / Esse estudo aborda a perversão, tema de extrema relevância política e clínica no âmbito psicanalítico, que se revela como um dos problemas cruciais da psicanálise. Sua importância política imprime-se quando ressalta, com Lacan, que a política da psicanálise é a política da falta-a-ser correlata à ética do desejo e quando propõe que aceitar a diversidade do gozo, com suas múltiplas modalidades, e levar o sujeito a desvelar e a confrontar-se com o seu mais-de-gozar é uma indicação ética que deve orientar a política e a prática do psicanalista. A pesquisa, elaborada a partir dos fundamentos teórico-clínicos de Freud e Lacan, destaca o movimento lógico que delimita a perversão na obra freudiana e verifica uma convergência nas teses de ambos os autores, no que se refere à diferenciação entre a perversidade e a perversão como estrutura clínica. A construção de uma série de casos clínicos e o estudo da vida e da obra de cinco famosos escritores Marquês de Sade, Sacher-Masoch, André Gide, Jean Genet, Yukio Mishima vêm ilustrar que as práticas de gozo perverso não determinam a estrutura perversa. O matema da fantasia sadiana, forjado por Lacan, é tomado para demonstrar a Verleugnung freudiana, o modo que os sujeitos perversos encontram para lidar com castração da mãe/mulher. As fórmulas quânticas da sexuação, formuladas por Lacan, são utilizadas para evidenciar que a diferença entre a neurose e a perversão se explicita na estratégia de gozo que o sujeito utiliza na relação com o seu parceiro. A pesquisa, que se iniciou bibliográfica e se desenvolveu de cunho teórico-clínico, desvela que a clínica da perversão muito pode ensinar aos psicanalistas sobre os quatro conceitos fundamentais da psicanálise, sobre a relação entre o fetiche, a máscara e o semblante, sobre a sublimação, sobre as estratégias de gozo, em particular, o masoquismo. Esse estudo convoca a comunidade analítica ao debate, uma vez que enuncia, através da apresentação de casos de perversão, os impasses da clínica, além de presentificar o real da clínica na condução do tratamento de um caso de perversão.
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A experiência mística e o gozo femininoXavier, Alexandre Plessmann Gonçalves de Almeida Prado 04 August 2015 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Clínica, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2015. / Submitted by Fernanda Percia França (fernandafranca@bce.unb.br) on 2016-01-08T15:30:18Z
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2015_AlexandrePlessmannGonçalvesdeAlmeidaPradoXavier.pdf: 817548 bytes, checksum: 3418b45c5f1aa9f9351bdec7817fdc07 (MD5) / Este trabalho buscou analisar as interfaces entre a experiência mística e o gozo. Para atingir esse objetivo, investigamos o conceito de gozo, partindo do Genuss freudiano à sistematização do campo do gozo elaborada por Lacan. Tal investigação foi fundamental para analisarmos os diversos modos pelos quais o campo do gozo pode ser descrito e compreendido. Abordamos diferenças e semelhanças entre o gozo fálico e o gozo mítico, analisando a figura do toro a fim de descrever, eficientemente, as modalidades de gozo. Tendo passado por estes esclarecimentos, analisamos a partilha sexual e a maneira pela qual o gozo feminino pode ser compreendido a partir da castração e da estrutura significante. Dessa forma, foi-nos possível postular a experiência mística como uma modalidade de gozo própria da mulher. Ademais, os relatos acerca da experiência mística demonstraram a possibilidade de compreender este modo de gozo como um acontecimento eminentemente particular, irredutível a qualquer universalização.
______________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / This work aimed to analyze the interfaces between the mystical experience and the jouissance. To achieve this goal, we investigated the concept of jouissance, starting from the Freudian Genuss to the systematization of the field of jouissance elaborated by Lacan. Such investigation was fundamental to analyze the most diverse ways from which the field of jouissance can be described and understood. We approached differences and similarities between the phallic and the mythical jouissance, analyzing the torus figure in order to efficiently describe the modalities of jouissance. Having gone through such elucidations, we analyzed the sexual partition and the way the feminine jouissance can be understood from castration and significant structure. It was thus possible for us to postulate the mystical experience as a modality of the woman's jouissance. Furthermore, the accounts on mystical experience demonstrated the possibility of comprehending this modality of jouissance as an eminently particular event, irreducible to any universalization.
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Discurso materno: articulações entre o gozo e autoriaGoulart, Leidiane Nunes Mateus January 2017 (has links)
This dissertation had as objective to analyse the maternal speech present on the book "Mãe me ensina a conversar: vencendo o autismo com amor", of Dalva Tabachi, relating it to authorship and Jouissance concepts. Fragments of the book were used for this purpose, then, based on the mother's speech, be able to operate the gestures of analisys. The analisys were based on the Michel Foucault's discursive theories and the French Speech Analysis, as well as, the psychoanalisys of Freud and Lacan. On the research, it is possible to identify marks that make part of a Maternal Discourse before the possibility of diagnosis of an autistic son. From these marks, a mother was identified who writes a book while authorizing herself, even if in a precariously way, in the maternal function. A mother who, based on the book's discourse, poses as a "super mother", at the same time that does not give enough conditions for the subject to be able to be constituted. / Submitted by Leidiane Nunes Mateus Goulart (leidiane.mateus@unisul.br) on 2017-12-14T00:27:15Z
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Previous issue date: 2017 / Este trabalho dissertativo teve como objetivo analisar o discurso materno presente na escrita do livro “Mãe me ensina a consversar: vencendo o autismo com amor”, da autora Dalva Tabachi, relacionando-o com o conceito de gozo. Para isso foram retirados fragmentos de trechos do livro, de modo que, a partir das marcas das falas da mãe, pudéssemos operar os gestos de análise. A análise realizada se deu a partir das teorias de Michel Foucault e de Michel Pêucheux- Análise de Discurso de linha francesa, assim como da teoria psicanalítica, de Freud e Lacan. No decorrer da pesquisa, foi possível identificar marcas que constituem um Discurso Materno diante da possibilidade de diagnóstico de um filho autista. A partir dessas marcas, identificamos uma mãe que escreve um livro ao mesmo tempo em que se autoriza, mesmo que precariamente, para a função materna. Uma mãe que no discurso contido no livro, se coloca como uma “super mãe”, ao mesmo tempo que não dá condições suficientes para que o sujeito possa se constituir.
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O Supereu na clínica psicanalítica: avesso do desejo? / Le surmoi dans la clinique psychanalytique: em face du désir?Daniela de Oliveira Martins Mendes Daibert 02 May 2012 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Cette étude aborde le surmoi à partir de l'expression "lenvers du désir", daprès le texte de Gerez Ambertin. L'envers est un mot dorigine latine et, parmi ses signifiés possíbles, nous trouvons les expressions : être une frontière, être en face. Selon cette perspective, la recherche se dirigea vers le surmoi conçu comme une charnière entre le le champ de la jouissance, le champ de lAutre et le désir, c'est-à-dire entre la loi symbolique du désir et la loi d'airain de la jouissance. Le premier chapitre présente un parcours par loeuvre de Freud, depuis les premiers jours de la psychanalyse, alors qu il traitait ce qui plus tard deviendra les caracteristiques de ce quil designera comme le surmoi, à savoir : la culpabilité, la peine et le parricide. Pour ce faire, nous avons suivi la lecture de Totem et Tabou, afin de travailler la jouissance des lois du père tyrannique ainsi que la loi symbolique représentée par le totem. Les textes Sur le narcissisme : une introduction et Le moi et le ça ont contribué à résoudre la relation entre l'idéal du moi et du surmoi. Pour terminer le chapitre, nous avons recouru au virage de 1920 et à la théorisation à propos de la seconde topique freudienne qui ont permis la formulation de la notion du surmoi. Le deuxième chapitre présente les premières orientations de Lacan sur le surmoi. Pour ce faire, il nous a semblé important de faire un tour sur le concept freudien d'idéal du moi, puisque la différence entre celui-ci et le surmoi n'est pas très claire dans l'uvre de Freud. Chez Lacan, la constitution de l'idéal du moi est basée sur le regard de l'Autre, essentiellement symbolique et étroitement lié à ce qui est demandé à l'Autre comme une unité idéale de soi. Le surmoi, d'autre part, est lié au discours symbolique interrompu et à l'introduction d'une loi de nature incompréhensible. Pour étudier la relation entre la jouissance, le désir et les jouissances extrèmes nous avons eu recours au texte lacanian Kant avec Sade. Le troisième chapitre traite du surmoi au-delà de l dipe, à partir des dernières élaborations de Lacan. À ce propos, nous avons parcouru loeuvre de Melanie Klein qui a traité le surmoi comme un développement pré-dipien et essentiellement pulsionnel, cest-à-dire au-delà du complexe d'dipe et des identifications. Cela a permis à Lacan de faire le rapprochement entre ce concept et le registre du réel, en le rattachant à lobject petit a comme la voix et l'impératif de jouissance. Pour conclure, nous avons travaillé la notion de surmoi en tant que bord, frontière entre le champ de lAutre et le champ de la jouissance, selon la conception de Lacan du non-rapport sexuel. / Este estudo aborda o supereu a partir da expressão avesso do desejo, extraída do texto de Gerez-Ambertin. Avesso é uma palavra de origem latina que possui, entre os seus significados, as expressões: ser fronteira, estar defronte. De acordo com essa perspectiva, a pesquisa caminhou na direção de considerar o supereu como ocupando o lugar de uma dobradiça entre o campo do gozo, o campo do Outro e o do desejo, ou seja, entre a lei simbólica do desejo e a lei de ferro do gozo. O primeiro capítulo apresenta um percurso pela obra freudiana, desde os primórdios da psicanálise, quando Freud lidava com o que, posteriormente, passou a caracterizar o que ele nomearia como supereu: a culpa, o parricídio e a punição. Nesse trajeto, a pesquisa cotejou Totem e Tabu com o objetivo de trabalhar as leis de gozo do pai tirano e a lei simbólica representada pelo totem. Os textos Sobre o narcisismo: uma introdução e O eu e o isso ajudaram a abordar a relação entre o ideal do eu e o supereu. Para finalizar, lançamos mão das elaborações freudianas da virada de 1920 e da segunda teoria pulsional que possibilitaram a formulação do conceito do supereu. O segundo capítulo traz as abordagens iniciais de Lacan a respeito do supereu. Para tanto, fez-se um percurso retomando o conceito freudiano do ideal do eu, uma vez que a diferença entre este e o supereu não se apresenta muito clara na obra freudiana. Em Lacan, a constituição do ideal do eu tem como base o olhar do Outro, fundamentalmente simbólico e intimamente vinculado àquilo que se busca no Outro como ideal para a unidade do eu. O supereu está relacionado ao simbólico como discurso interrompido que instaura uma lei de caráter incompreensível. Para trabalhar a relação entre o gozo e o desejo e os extremos do gozo, recorremos aos texto Kant com Sade, de Lacan. O terceiro capítulo aborda o supereu para além do Édipo, a partir das últimas elaborações de Lacan. Para tanto, retomamos as elaborações de Melanie Klein que tratou o supereu como um desenvolvimento pré-edípico, essencialmente pulsional, ou seja, para além do Édipo e das identificações, o que possibilitou a Lacan aproximar esse conceito do registro do real, vinculando-o ao objeto a como voz e ao imperativo de gozo. Para concluir, trabalhamos com o supereu como borda entre o campo do Outro e o campo do gozo, de acordo com a concepção de Lacan da não relação sexual.
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