• Refine Query
  • Source
  • Publication year
  • to
  • Language
  • 13
  • Tagged with
  • 13
  • 10
  • 6
  • 5
  • 5
  • 4
  • 4
  • 4
  • 4
  • 4
  • 4
  • 4
  • 3
  • 3
  • 3
  • About
  • The Global ETD Search service is a free service for researchers to find electronic theses and dissertations. This service is provided by the Networked Digital Library of Theses and Dissertations.
    Our metadata is collected from universities around the world. If you manage a university/consortium/country archive and want to be added, details can be found on the NDLTD website.
1

A construção dialógica da identidade em pessoas intersexuais: o X e o Y da questão

Canguçú-Campinho, Ana Karina Figueira January 2012 (has links)
Banca examinadora: Profª. Drª. Ana Cecília de Sousa Bastos (orientadora)- FFCH-UFBA; Profª. Drª. Isabel Maria Sampaio Oliveira Lima - ISC-UFBA; Profª. Drª. Leny Alves Bomfim Trad –ISC/UFBA; Profº. Drº. Jorge Alberto Bernstein Iriat-ISC-UFBA; Profª. Drª. Angela Maria Cristina Uchoa de Abreu Branco- Instituto de Psicologia - UNB; Profº. Drº. José Ricardo de Carvalho Mesquita Ayres - USP. Data de defesa 04 de abril de 2012. / Submitted by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2012-09-25T13:03:58Z No. of bitstreams: 1 Tese. Ana Karina 2012.pdf: 1513589 bytes, checksum: a9212cc51a077c8b8cb03e7f1dab1c51 (MD5) / Approved for entry into archive by Maria Creuza Silva(mariakreuza@yahoo.com.br) on 2012-09-25T13:28:58Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Tese. Ana Karina 2012.pdf: 1513589 bytes, checksum: a9212cc51a077c8b8cb03e7f1dab1c51 (MD5) / Made available in DSpace on 2012-09-25T13:28:58Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Tese. Ana Karina 2012.pdf: 1513589 bytes, checksum: a9212cc51a077c8b8cb03e7f1dab1c51 (MD5) Previous issue date: 2012 / O advento do nascimento repercute de forma direta na dinâmica da família, que, ao se deparar com a indefinição dos genitais, tem suas expectativas em torno da criança, nesse primeiro momento frustradas. Os significados antes construídos para referir-se à criança tornam-se inadequados, surgindo a necessidade de criar outros que possam expressar a sua existência. A existência de uma criança intersexual também se configura como um desafio para os profissionais de saúde, seja pela necessidade de ampliação do conhecimento sobre os mecanismos que influenciam a formação da identidade, seja pela necessidade de discussão sobre as questões éticas próprias ao atendimento a estas pessoas. É na intersecção entre estes dois contextos: familiar e médico que se configura e se reconfigura a identidade da pessoa intersexual. O presente estudo pretendeu compreender: como os significados e práticas de cuidado em saúde participam da configuração da identidade em pessoas intersexuais, e como a pessoa intersexual experiência e configura seu senso de identidade na interlocução com o outro. Esta tese é composta de três artigos: o primeiro artigo envolveu uma revisão de literatura com o objetivo de esboçar o estado da arte, tanto dos estudos sobre a identidade quanto dos estudos sobre a intersexualidade, lapidando o objeto de estudo: construção de identidade em pessoas intersexuais. Realizaram-se buscas em portais eletrônicos (CAPES e Scielo) e em websites (SAGE). Foram encontrados 28 artigos que incluíam como descritores as seguintes palavras chaves: intersexualidade e identidade, intersexo e identidade (em inglês e português). No entanto, ao analisar o conteúdo dos artigos, constatou-se que, na maioria das vezes, a identidade não é abordada como objeto principal, sendo tratada como tema paralelo. As reflexões teóricas da Psicologia e do Feminismo nortearam produções de outras disciplinas como a Sociologia, a Arqueologia e Teologia. A Psicologia destacou aspectos subjetivos ligados ao intersexual, à influência do ciclo de vida e a experiência do próprio intersexual. A perspectiva feminista destacou a identidade de gênero e a influência dos discursos dominantes na formatação do sexo e gênero. A cirurgia cosmética foi veementemente criticada. Foram identificados dois posicionamentos distintos do feminismo em relação ao intersexo: uma posição percebe o intersexual como uma terceira categoria de gênero enquanto outra posição acredita que criar outra categoria de gênero não resolve a questão das hierarquias e dominação ente gêneros. A relevância da cultura e os discursos sociais na construção da identidade do intersexual foram destacados nos estudos, em todos esses campos disciplinares. O segundo e o terceiro artigo priorizaram as observações dos atendimentos médicos e as entrevistas com os profissionais médicos do serviço de genética da UFBA. O segundo artigo analisou os significados sobre a pessoa intersexual expressos e elaborados pela família e profissionais de saúde quanto ao sexo, gênero e sexualidade e os resultados do artigo apontam para a coexistência da perspectiva biomédica e da integralidade no que se refere à visão sobre a pessoa intersexual. A intersexualidade é configurada especialmente pelo saber médico, que a classifica como uma má formação congênita, uma anormalidade, um erro. O intersexual passa a ser visto a partir da dimensão orgânica, perdendo-se a perspectiva da pessoa como um todo. O corpo intersexual expressa a ambivalência e a tênue fronteira entre os gêneros; há um temor de que o corpo materialmente ambíguo possibilite uma identidade ambivalente. Neste sentido, ocorrem dois movimentos principais: a desvalorização semiótica da ambigüidade através da noção de intolerância assimilativa proposta por Valsiner (2007) e intervenção corporal através das cirurgias “reparadoras” nos órgãos sexuais. Entre os médicos, houve a utilização de metáforas na tentativa de integrar a visão de intersexo às novas concepções de sexo e gênero. A visão de gênero e sexo tradicional também é questionada surgindo uma concepção ainda linear, mas multifatorial. Descreve-se uma escada, em que cada um destes elementos funciona como degraus para determinação do sexo. Em relação à identidade de gênero, esta é considerada como um produto das crenças, desejos e expectativas familiares, mais do que uma dimensão singular do sujeito. Compreende-se a identidade, aqui, como um processo maleável que se configura na interdependência entre o contexto familiar e o corpo. O terceiro artigo teve como objetivo principal analisar as práticas em saúde direcionadas à pessoa intersexual, enfatizando a relação entre a família, os profissionais de saúde e a pessoa intersexual. Os resultados revelaram que as práticas em saúde direcionadas para esta população específica organizam-se em torno de três dimensões do cuidado: capacidade técnica, disposição afetiva e garantia de direitos. Ainda que a visão técnica apresente-se como dominante, percebem-se movimentos no sentido de incorporar a dimensão afetiva e do direito nas práticas de atendimento às pessoas intersexuais e sua família. Na condição de intersexo, a medicalização toma grandes proporções ao impactar não só nas rotinas de vida, na forma de criação dos filhos, nas relações sociais, na redução da privacidade corporal, mas na própria construção da identidade destas pessoas. O quarto artigo foi elaborado a partir das entrevistas realizadas com as pessoas intersexuais assistidas pelo mesmo serviço de genética e teve como objetivo analisar a construção da identidade em pessoas intersexuais a partir da Teoria do Self Dialógico. Os resultados apontaram que tanto as vozes dos familiares, amigos, vizinhos, profissionais de saúde, como seus silêncios, possuíram um importante papel na configuração da identidade ao participar como mediadores na construção de significados sobre o corpo. O silenciamento familiar sobre a história destas pessoas foi compreendido como forma de protegê-las do sofrimento que o “saber” poderia promover. No entanto, este silenciamento diante do evento do nascimento e a existência de um corpo dito “ambíguo” possibilitou a construção de significados ambivalentes sobre identidade de gênero. O corpo foi compreendido como ambivalente, sendo rejeitado pelo outro e em parte pela própria pessoa. A aceitação do corpo ocorre na medida em que este é modificado por medicamentos ou cirurgias. O processo de construção da identidade envolveu diversas posições de Eu: Eu-diferente, Eu-igual/semelhante, Eu-doente. Outras posições de Eu se configuraram enquanto estratégias de manejo de tensões: Eu- singular, Eu-mulher diferente / Eu- homem diferente, Eu-Ausente/Alienado, Eu-desempregado(a), Eu-isolado(a) e Eu- em transformação. A identidade é assim dialogicamente construída e envolve descontinuidades, mas se direciona, principalmente, para a construção de um sentimento de estabilidade do self. O Eu-diferente/singular aparece como uma posição central do self, regulando outros posicionamentos e orientando o processo de construção da identidade. Conclusão A experiência tanto da pessoa nascida intersexual quanto da sua família é então configurada no encontro com saberes e poderes próprios ao campo da medicina, ensejando a coexistência de um olhar prioritariamente biológico e um outro olhar que inclui outras dimensões da pessoa como: sentimentos, valores e experiência. O senso de si é então elaborado a partir da negociação de sentidos familiares e médicos sobre o corpo e gênero, mas envolve uma dimensão pessoal que organiza e dá sentido às experiências tornando-as base para a configuração da identidade. / Salvador
2

A construção dialógica da identidade em pessoas intersexuais: o x e o y da questão

Canguçú-Campinho, Ana Karina Figueira, Lima, Isabel Maria Sampaio Oliveira 11 June 2013 (has links)
Submitted by Hiolanda Rêgo (hiolandar@gmail.com) on 2013-06-11T18:05:25Z No. of bitstreams: 1 Tese_ICS_ Ana Karina Canguçú-Campinho.pdf: 1501549 bytes, checksum: 6f64c774c0da1576bd822dea8be553df (MD5) / Made available in DSpace on 2013-06-11T18:05:25Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Tese_ICS_ Ana Karina Canguçú-Campinho.pdf: 1501549 bytes, checksum: 6f64c774c0da1576bd822dea8be553df (MD5) / O advento do nascimento repercute de forma direta na dinâmica da família, que, ao se deparar com a indefinição dos genitais, tem suas expectativas em torno da criança, nesse primeiro momento frustradas. Os significados antes construídos para referir-se à criança tornam-se inadequados, surgindo a necessidade de criar outros que possam expressar a sua existência. A existência de uma criança intersexual também se configura como um desafio para os profissionais de saúde, seja pela necessidade de ampliação do conhecimento sobre os mecanismos que influenciam a formação da identidade, seja pela necessidade de discussão sobre as questões éticas próprias ao atendimento a estas pessoas. É na intersecção entre estes dois contextos: familiar e médico que se configura e se reconfigura a identidade da pessoa intersexual. O presente estudo pretendeu compreender: como os significados e práticas de cuidado em saúde participam da configuração da identidade em pessoas intersexuais, e como a pessoa intersexual experiência e configura seu senso de identidade na interlocução com o outro. Esta tese é composta de três artigos: o primeiro artigo envolveu uma revisão de literatura com o objetivo de esboçar o estado da arte, tanto dos estudos sobre a identidade quanto dos estudos sobre a intersexualidade, lapidando o objeto de estudo: construção de identidade em pessoas intersexuais. Realizaram-se buscas em portais eletrônicos (CAPES e Scielo) e em websites (SAGE). Foram encontrados 28 artigos que incluíam como descritores as seguintes palavras chaves: intersexualidade e identidade, intersexo e identidade (em inglês e português). No entanto, ao analisar o conteúdo dos artigos, constatou-se que, na maioria das vezes, a identidade não é abordada como objeto principal, sendo tratada como tema paralelo. As reflexões teóricas da Psicologia e do Feminismo nortearam produções de outras disciplinas como a Sociologia, a Arqueologia e Teologia. A Psicologia destacou aspectos subjetivos ligados ao intersexual, à influência do ciclo de vida e a experiência do próprio intersexual. A perspectiva feminista destacou a identidade de gênero e a influência dos discursos dominantes na formatação do sexo e gênero. A cirurgia cosmética foi veementemente criticada. Foram identificados dois posicionamentos distintos do feminismo em relação ao intersexo: uma posição percebe o intersexual como uma terceira categoria de gênero enquanto outra posição acredita que criar outra categoria de gênero não resolve a questão das hierarquias e dominação ente gêneros. A relevância da cultura e os discursos sociais na construção da identidade do intersexual foram destacados nos estudos, em todos esses campos disciplinares. O segundo e o terceiro artigo priorizaram as observações dos atendimentos médicos e as entrevistas com os profissionais médicos do serviço de genética da UFBA. O segundo artigo analisou os significados sobre a pessoa intersexual expressos e elaborados pela família e profissionais de saúde quanto ao sexo, gênero e sexualidade e os resultados do artigo apontam para a coexistência da perspectiva biomédica e da integralidade no que se refere à visão sobre a pessoa intersexual.A intersexualidade é configurada especialmente pelo saber médico, que a classifica como uma má formação congênita, uma anormalidade, um erro. O intersexual passa a ser visto a partir da dimensão orgânica, perdendo-se a perspectiva da pessoa como um todo. O corpo intersexual expressa a ambivalência e a tênue fronteira entre os gêneros; há um temor de que o corpo materialmente ambíguo possibilite uma identidade ambivalente. Neste sentido, ocorrem dois movimentos principais: a desvalorização semiótica da ambigüidade através da noção de intolerância assimilativa proposta por Valsiner (2007) e intervenção corporal através das cirurgias “reparadoras” nos órgãos sexuais. Entre os médicos, houve a utilização de metáforas na tentativa de integrar a visão de intersexo às novas concepções de sexo e gênero. A visão de gênero e sexo tradicional também é questionada surgindo uma concepção ainda linear, mas multifatorial. Descreve-se uma escada, em que cada um destes elementos funciona como degraus para determinação do sexo.Em relação à identidade de gênero, esta é considerada como um produto das crenças, desejos e expectativas familiares, mais do que uma dimensão singular do sujeito. Compreende-se a identidade, aqui, como um processo maleável que se configura na interdependência entre o contexto familiar e o corpo. O terceiro artigo teve como objetivo principal analisar as práticas em saúde direcionadas à pessoa intersexual, enfatizando a relação entre a família, os profissionais de saúde e a pessoa intersexual. Os resultados revelaram que as práticas em saúde direcionadas para esta população específica organizam-se em torno de três dimensões do cuidado: capacidade técnica, disposição afetiva e garantia de direitos. Ainda que a visão técnica apresente-se como dominante, percebem-se movimentos no sentido de incorporar a dimensão afetiva e do direito nas práticas de atendimento às pessoas intersexuais e sua família. Na condição de intersexo, a medicalização toma grandes proporções ao impactar não só nas rotinas de vida, na forma de criação dos filhos, nas relações sociais, na redução da privacidade corporal, mas na própria construção da identidade destas pessoas. O quarto artigo foi elaborado a partir das entrevistas realizadas com as pessoas intersexuais assistidas pelo mesmo serviço de genética e teve como objetivo analisar a construção da identidade em pessoas intersexuais a partir da Teoria do Self Dialógico. Os resultados apontaram que tanto as vozes dos familiares, amigos, vizinhos, profissionais de saúde, como seus silêncios, possuíram um importante papel na configuração da identidade ao participar como mediadores na construção de significados sobre o corpo. O silenciamento familiar sobre a história destas pessoas foi compreendido como forma de protegê-las do sofrimento que o “saber” poderia promover. No entanto, este silenciamento diante do evento do nascimento e a existência de um corpo dito “ambíguo” possibilitou a construção de significados ambivalentes sobre identidade de gênero. O corpo foi compreendido como ambivalente, sendo rejeitado pelo outro e em parte pela própria pessoa. A aceitação do corpo ocorre na medida em que este é modificado por medicamentos ou cirurgias. O processo de construção da identidade envolveu diversas posições de Eu: Eu-diferente, Eu-igual/semelhante, Eu-doente. Outras posições de Eu se configuraram enquanto estratégias de manejo de tensões: Eu- singular, Eu-mulher diferente / Eu- homem diferente, Eu-Ausente/Alienado, Eu-desempregado(a), Eu-isolado(a) e Eu- em transformação. A identidade é assim dialogicamente construída e envolve descontinuidades, mas se direciona, principalmente, para a construção de um sentimento de estabilidade do self. O Eu-diferente/singular aparece como uma posição central do self, regulando outros posicionamentos e orientando o processo de construção da identidade. Conclusão A experiência tanto da pessoa nascida intersexual quanto da sua família é então configurada no encontro com saberes e poderes próprios ao campo da medicina, ensejando a coexistência de um olhar prioritariamente biológico e um outro olhar que inclui outras dimensões da pessoa como: sentimentos, valores e experiência. O senso de si é então elaborado a partir da negociação de sentidos familiares e médicos sobre o corpo e gênero, mas envolve uma dimensão pessoal que organiza e dá sentido às experiências tornando-as base para a configuração da identidade. / Salvador
3

Assimilação, depuração e contaminação do ermitão Clibanarius vittatus pelo poluente Tributilestanho (TBT) e sua relação com a intersexualidade em ermitões

Sant'Anna, Bruno Sampaio [UNESP] 14 March 2011 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2014-06-11T19:35:44Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2011-03-14Bitstream added on 2014-06-13T20:07:21Z : No. of bitstreams: 1 santanna_bs_dr_rcla.pdf: 1220451 bytes, checksum: 128147c372ab63a9112c55e0cc7fff0e (MD5) / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / A causa da intersexualidade em ermitões ainda é desconhecida. No presente estudo foi avaliada a relação entre a intersexualidade em ermitões e o poluente disruptor endócrino tributilestanho (TBT), como registrado para gastrópodes. A contaminação em populações naturais do ermitão Clibanarius vittatus também foi investigada. Compostos butílicos (Bts) foram determinados em tecidos de ermitões e sedimentos usando cromatografia gasosa e análises morfológicas foram desenvolvidas por histologia e microscopia eletrônica, em amostras provenientes da natureza e de experimentos controlados. A avaliação do ambiente mostrou que localidades com e sem atividades portuárias estão contaminadas com elevadas concentrações de Bts, mesmo após o banimento do TBT. Estes dados indicam que Bts continuam sendo liberados no ambiente ou que estes compostos estão acumulados em diferentes compartimentos do ambiente. O registro de ermitões contaminados por Bts em muitos locais onde não foram detectados no sedimento sugere que ermitões são melhores indicadores de Bts do que sedimentos, porque não representam apenas a contaminação pontual. Além disso, os experimentos revelaram que a principal forma de assimilação do TBT por C. vittatus é proveniente da alimentação. Em adição, a rápida depuração do TBT, o hábito de vida em regiões estuarinas, tamanho relativamente grande, longo ciclo de vida e sua baixa mobilidade faz dessa espécie e de ermitões estuarinos em geral bons candidatos a indicadores de contaminação recente de TBT. As análises morfológicas mostraram que indivíduos intersexo apresentaram gônadas funcionais de macho e fêmea no mesmo indivíduo. Estes dados confirmam que ermitões intersexo podem reproduzir como machos ou fêmeas suportando a hipótese de que eles podem ser parte de um processo hermafrodita verdadeiro. A hipótese de que o TBT está relacionado... / The causes of intersexuality in hermit crabs are still unknown. This study was carried out to evaluate the relationship between intersexuality and endocrine disruption caused by tributyltin (TBT) pollution, as previously reported for gastropods. In addition, it was also investigated the TBT contamination in natural populations of the hermit crab Clibanarius vittatus. Butiltins (Bts) in hermit crabs tissues and sediments were analysed by gas chromatography and the morphological analysis was carried out by histology and scanning electron microscopy using samples from both nature and controlled experiments. The evaluation of contamination in nature showed that localities with and without harbor activities are contaminated by high concentrations of Bts, even though the ban regulamentation of TBT. These data indicate that Bts compounds are still being released in the environment or they are accumulated in different environmental compartments. The record of contaminated hermit crabs by BTs in many places where contaminated sediments by BTs was not detected suggest that hermit crabs are better indicators of BTs than sediments, because of their contamination was not only represented punctually. Furthermore, the controlled experiments in laboratory showed that, the main TBT uptake pathway for C. vittatus is from food. In addition, the fast depuration of TBT, estuarine habitat, relatively large body sizes, long life spans, and relatively low mobility make this species and estuarine hermit crabs in general very good candidates as indicators of recent or recycled TBT contamination. The morphological analyses showed that the intersex individuals developed functional male and female gonads in the same individual. These data confirmed that intersex hermit crabs can reproduce as males or females supporting the hypothesis that they may be part of a true sequential hermaphroditic process... (Complete abstract click electronic access below)
4

Aspectos da construção da maternidade em mulheres com filhos intersexuais.

Canguçú-Campinho, Ana Karina Figueira January 2008 (has links)
p. 1-130 / Submitted by Santiago Fabio (fabio.ssantiago@hotmail.com) on 2013-04-24T20:41:56Z No. of bitstreams: 1 4444444.pdf: 1677012 bytes, checksum: 9d530e43fc4a0311c1c0bbae08e64092 (MD5) / Approved for entry into archive by Maria Creuza Silva(mariakreuza@yahoo.com.br) on 2013-05-04T17:00:19Z (GMT) No. of bitstreams: 1 4444444.pdf: 1677012 bytes, checksum: 9d530e43fc4a0311c1c0bbae08e64092 (MD5) / Made available in DSpace on 2013-05-04T17:00:19Z (GMT). No. of bitstreams: 1 4444444.pdf: 1677012 bytes, checksum: 9d530e43fc4a0311c1c0bbae08e64092 (MD5) Previous issue date: 2008 / O nascimento de uma criança promove modificações relevantes no contexto da família. Na condição de intersexualidade as transformações se tornam ainda mais expressivas, desestabilizando a dinâmica familiar e a definição de papéis parentais. A maternidade se constrói em um ambiente de incertezas e especulações quanto ao sexo e gênero da criança. Este dissertação é composta de dois artigos. O primeiro intitula-se “O discurso biomédico e o da construção social na pesquisa sobre intersexualidade” e realiza uma revisão de literatura sobre as publicações de Medicina, Psicologia, Ciências Sociais e Direito/Ativismo Político que enfocam o tema da intersexualidade. As publicações foram analisadas segundo o contexto, área/disciplina, tipo de artigo, metodologia do estudo e conteúdo. O segundo artigo intitulado “Ambivalências na transição para maternidade: a chegada de uma criança intersexual” teve como objetivo analisar as especificidades do processo de construção da maternidade diante do nascimento de criança intersexual. Metodologia Estudo qualitativo selecionando mães de crianças com diagnóstico de Hiperplasia Adrenal Congênita, um das etiologias da intersexualidade, acompanhadas pelo Setor de Genética / HUPES/UFBA. Foram realizadas entrevistas narrativas com 12 (doze) mães e o levantamento de dados sócio-demográficos, história familiar e rede social de apoio mediante questionário. Resultados A dinâmica da ambivalência se apresentou como transversal a todo o processo de construção da maternidade, inscrita no próprio corpo da criança, nas crenças sobre o intersexo, atravessando a definição da identidade de gênero, os sentimentos maternos sobre a criança, as estratégias de cuidado, além da própria vivência da maternidade. Em relação aos sentimentos maternos sobre a criança, existiu uma oscilação da raiva à resignação. As crenças sobre a intersexualidade incluíram: cura espontânea, defeito corporal e doença. O lugar social do intersexual encontra-se em construção e envolve a percepção de normalidade e anormalidade, além da crença na existência dos dois sexos em um único ser. A rede social tanto apóia como limita a família. Algumas mães buscaram apoio de parentes mais próximos na realização de cuidados específicos à criança, outras, diante da incerteza em relação ao gênero da criança, priorizaram a proteção e o sigilo. Conclusão A transição para maternidade, apesar de envolver um evento não normativo, exige um alto grau de empoderamento materno no cuidado à criança. Essas mães são desafiadas a construir um lugar social para sua criança e utilizam tanto a revelação como o segredo sobre a situação de intersexualidade. A maternidade representa o eixo central da vida dessas mulheres. A maternidade, nesta condição, se constrói através da negociação de significados sobre o corpo e sobre o gênero proveniente do âmbito familiar e do discurso biomédico. / Salvador
5

Fé cega, faca amolada: reflexões acerca da assistência médico-cirúrgica à intersexualidade na cidade do Rio de Janeiro / Blind Faith, Sharpened Knife: considerations on the medico-surgical care given to intersexual patients in Rio de Janeiro

Anacely Guimarães Costa 12 March 2014 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Este trabalho teve como objetivo refletir sobre o protocolo médico dispensado à intersexualidade. Os nascimentos de bebês intersex vêm sendo entendidos como urgências biológicas e sociais, naturalizando-se uma necessidade cirúrgica durante a infância. As operações pretendem fixar anatomicamente o padrão masculino ou feminino hegemônico para que não haja equívocos na atribuição de sexo/gênero. No entanto, este tipo de solução não é consensual fora do campo biomédico e em diferentes esferas sociais, acadêmicas, ativistas e operadores da justiça, levantam-se questões no que concerne às normalizações em genitálias de crianças e adolescentes intersexuais. Partindo das divergências a respeito dos procedimentos precoces, esta pesquisa pretendeu compreender os argumentos, biológicos e sociais, acionados para sustentar a prática cirúrgica normalizadora de genitais considerados fora do padrão standart masculino ou feminino. Para tal, foram realizadas entrevistas com nove profissionais de saúde que prestam assistência a pessoas intersexuais e suas famílias na cidade do Rio de Janeiro. Como estratégia complementar, foi feito um levantamento bibliográfico na literatura especializada brasileira acerca de estudos longitudinais sobre os resultados cirúrgicos. A partir deste material, buscou-se refletir sobre as concepções de gênero e sexualidade que orientam o tratamento e sobre como tais concepções se articulam às definições de saúde oferecidas por esses profissionais para justificar os procedimentos corretivos. A análise permitiu refletir acerca da prática médica local, demonstrando que a atenção oferecida a estas pessoas se articula a uma vulnerabilidade social a partir de outros marcadores (classe, origem regional). Além disso, a promessa de restauração da normalidade via intervenção cirúrgica não se reflete nos estudos longitudinais que, além de escassos, trazem indicadores inconsistentes e imprecisos. / This thesis meditates upon the medical care and surgical intervention in intersexual patients. The birth of intersex children is treated as a biological and social urgency and, as a consequence, surgical correction has been the forefront response to such cases. These types of interventions intend to fix anatomical anomalies in order to make an unequivocal correspondence between sex and gender. In this sense, surgical intervention thrives to achieve the hegemonic pattern of male and female sex assignment. However, this kind of solution is not consensual outside the biomedical field and numerous social groups, scientists, activists and justice operators rise up to question the normalization of genitals in intersexual adolescents and children. Taking into account those differences of opinions, this research focused on the arguments, be they biological or sociological, used to sustain the medical practice of surgical reparation of genitals considered to deviate from the male and female pattern. Nine health professionals that provide care to intersexual patients and their families in the city of Rio de Janeiro were interviewed. As another complementary strategy, the specialized literature up to date was assessed, particularly longitudinal studies regarding the consequences of surgical intervention. Henceforth, we analyze how the conceptions of gender and sexuality impact treatment of intersexual patients and how these same conceptions articulate with notions of health and care to justify corrective surgery. This approach to the medical practice also allowed us to perceive the way that medical care interacts with social vulnerabilities and other types of social markers, such as class and regional upbringing. Furthermore, the promise of restoring normality via surgical intervention is not reflected in the longitudinal studies which, by itself, are already scarce and also have inconsistent and imprecise indicators.
6

Fé cega, faca amolada: reflexões acerca da assistência médico-cirúrgica à intersexualidade na cidade do Rio de Janeiro / Blind Faith, Sharpened Knife: considerations on the medico-surgical care given to intersexual patients in Rio de Janeiro

Anacely Guimarães Costa 12 March 2014 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Este trabalho teve como objetivo refletir sobre o protocolo médico dispensado à intersexualidade. Os nascimentos de bebês intersex vêm sendo entendidos como urgências biológicas e sociais, naturalizando-se uma necessidade cirúrgica durante a infância. As operações pretendem fixar anatomicamente o padrão masculino ou feminino hegemônico para que não haja equívocos na atribuição de sexo/gênero. No entanto, este tipo de solução não é consensual fora do campo biomédico e em diferentes esferas sociais, acadêmicas, ativistas e operadores da justiça, levantam-se questões no que concerne às normalizações em genitálias de crianças e adolescentes intersexuais. Partindo das divergências a respeito dos procedimentos precoces, esta pesquisa pretendeu compreender os argumentos, biológicos e sociais, acionados para sustentar a prática cirúrgica normalizadora de genitais considerados fora do padrão standart masculino ou feminino. Para tal, foram realizadas entrevistas com nove profissionais de saúde que prestam assistência a pessoas intersexuais e suas famílias na cidade do Rio de Janeiro. Como estratégia complementar, foi feito um levantamento bibliográfico na literatura especializada brasileira acerca de estudos longitudinais sobre os resultados cirúrgicos. A partir deste material, buscou-se refletir sobre as concepções de gênero e sexualidade que orientam o tratamento e sobre como tais concepções se articulam às definições de saúde oferecidas por esses profissionais para justificar os procedimentos corretivos. A análise permitiu refletir acerca da prática médica local, demonstrando que a atenção oferecida a estas pessoas se articula a uma vulnerabilidade social a partir de outros marcadores (classe, origem regional). Além disso, a promessa de restauração da normalidade via intervenção cirúrgica não se reflete nos estudos longitudinais que, além de escassos, trazem indicadores inconsistentes e imprecisos. / This thesis meditates upon the medical care and surgical intervention in intersexual patients. The birth of intersex children is treated as a biological and social urgency and, as a consequence, surgical correction has been the forefront response to such cases. These types of interventions intend to fix anatomical anomalies in order to make an unequivocal correspondence between sex and gender. In this sense, surgical intervention thrives to achieve the hegemonic pattern of male and female sex assignment. However, this kind of solution is not consensual outside the biomedical field and numerous social groups, scientists, activists and justice operators rise up to question the normalization of genitals in intersexual adolescents and children. Taking into account those differences of opinions, this research focused on the arguments, be they biological or sociological, used to sustain the medical practice of surgical reparation of genitals considered to deviate from the male and female pattern. Nine health professionals that provide care to intersexual patients and their families in the city of Rio de Janeiro were interviewed. As another complementary strategy, the specialized literature up to date was assessed, particularly longitudinal studies regarding the consequences of surgical intervention. Henceforth, we analyze how the conceptions of gender and sexuality impact treatment of intersexual patients and how these same conceptions articulate with notions of health and care to justify corrective surgery. This approach to the medical practice also allowed us to perceive the way that medical care interacts with social vulnerabilities and other types of social markers, such as class and regional upbringing. Furthermore, the promise of restoring normality via surgical intervention is not reflected in the longitudinal studies which, by itself, are already scarce and also have inconsistent and imprecise indicators.
7

Corpos estranhos? Reflexões sobre a interface entre a intersexualidade e os direitos humanos / Foreign bodies? Reflections on the interface between intersexuality and human rights

Oliveira, Ana Carolina Gondim de Albuquerque 15 March 2012 (has links)
Made available in DSpace on 2015-05-07T14:27:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1 arquivototal.pdf: 860449 bytes, checksum: 67f22cfb5702d1f84edc05fa0989645b (MD5) Previous issue date: 2012-03-15 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Between the seventeenth and eighteenth centuries mankind has built as metanarrative belief that truth is the subject of rights in being male or female, causing the human to materialize only in the context of binary sex, disregarding any other form of embodiment. Some people are born with different embodiment of the considered normal, with characteristics of both sexes. They are called the medical discourse of intersex. By transgressing the binary model, these people are relegated to the margins of society, moreover, are relegated to the social invisibility, and repeatedly, raped for their human dignity. This work proposes a reflection on the interface between intersexuality and human rights from the analysis of how the medical and legal knowledge legitimize the sexual binarism and its name, violate the rights and deny personhood to human intersex. The structure of this dissertation is divided into three chapters. In the first chapter an analysis was performed on the construction of bodies as a tool sociocultural- historical concepts such as from the body, gender and sex in the perspective of Michel Foucault, Judith Butler, Bernice Bento, Thomas Laqueur and how legal discourse using these concepts and produces a dogmatist who assumes to know the characteristics of the male from the reflections of Frances Olsen and Carole Pateman. In the second chapter it was analyzed that the medical discourse on intersexuality from the concept, and some type of technical management of intersex bodies and the protocols of surgery grinding sex. Also in the second chapter, was used the prospect of George Canguilhem and Thomas Kuhn to understand the concepts of normality and abnormality are political and cultural rather than biological or natural aimed at discussing the depathologization of intersexuality. In the third and last chapter, it was discussed about how the law legitimizes sexual binarism in scientifically supported biomedical discourse and the practice of surgery that define sex in intersex people hurt human dignity from the analysis of the principles that guide the Universal Declaration on Bioethics and Human Rights. As conclusion it appears that the impotence of the human face of stiff biological destiny transforms human life in a compelling and uncompromising determinism incompatible therefore with the principle of human dignity which justifies the theory of human rights. / Entre os séculos XVII e XVIII a humanidade construiu como metanarrativa a crença que a verdade do sujeito de direito está no ser masculino ou feminino, levando o humano a se concretizar apenas na perspectiva do sexo binário, desconsiderando qualquer outra forma de corporalidade. Há pessoas que nascem com corporalidade diferente da considerada normal, com características de ambos os sexos. São denominadas pelo discurso médico de intersexuais. Por transgredirem o modelo binário, essas pessoas são relegadas à margem da sociedade, outrossim, são relegadas à invisibilidade social e, reiteradas vezes, violadas em sua dignidade humana. A presente dissertação propõe uma reflexão sobre a interface entre a intersexualidade e os direitos humanos a partir da análise de como os saberes médico e jurídico legitimam o binarismo sexual e, em seu nome, violam direitos e negam a condição de pessoa humana aos intersexuais. A estrutura desta dissertação está dividida em três capítulos. No primeiro capítulo foi realizada uma análise sobre a construção dos corpos como uma ferramenta sócio-histórico-cultural a partir de conceitos como corpo, gênero e sexo na perspectiva de Michel Foucault, de Judith Butler, de Berenice Bento, de Thomas Laqueur e como o discurso jurídico se utiliza desses conceitos e produz um saber dogmático que assume as características do masculino a partir das reflexões de Frances Olsen e Carole Pateman. No segundo capítulo foi analisado o discurso médico sobre a intersexualidade a partir do conceito, da tipologia e de algumas técnicas de gerenciamento dos corpos intersexuais, bem como os protocolos das cirurgias retificadoras do sexo. Ainda no segundo capítulo, foi utilizada a perspectiva de George Canguilhem e Thomas Kuhn para compreender que os conceitos de normalidades e anormalidade são políticos e culturais e não biológicos ou naturais objetivando a discussão sobre a despatologização da intersexualidade. No terceiro, e último capítulo, foi realizada a discussão sobre como o Direito legitima o binarismo sexual amparado cientificamente no discurso biomédico e como a prática das cirurgias que definem o sexo nas pessoas intersexuais ferem a dignidade humana a partir da análise dos princípios que norteiam a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos. Nas considerações finais constata-se que a impotência da pessoa humana diante da rigidez do destino biológico, transforma a vida humana em um determinismo irrefutável e inflexível, incompatível, portanto, com o princípio da dignidade da pessoa humana que justifica a teoria dos direitos humanos.
8

Aspectos psicossociais e sexuais de pacientes com distúrbios do desenvolvimento sexual a longo prazo / Long term psychosocial and psychosexual aspects of patients with disorders of sex development

Inacio, Marlene 04 March 2011 (has links)
INTRODUÇÃO: Os pacientes com distúrbios do desenvolvimento sexual (DDS) constituem um desafio para os profissionais que se empenham no seu tratamento e acompanhamento. São raros os estudos na área psicológica com acompanhamento destes pacientes a longo prazo. Este estudo tem por objetivo avaliar os aspectos psicossociais e sexuais em relação ao diagnóstico etiológico, avaliar a influência de diversas variáveis na manutenção ou mudança da identidade de gênero nos pacientes que atingiram a idade adulta e a qualidade de vida numa grande coorte de pacientes com DDS 46,XY e 46,XX acompanhados em um mesmo serviço a longo prazo. MÉTODOS: O estudo teve caráter principalmente retrospectivo e foi realizado em pacientes com DDS de ambos os sexos acompanhados até o período pós-puberal ou idade adulta, num total de 151 pacientes maiores de 15 anos; destes, 55 pacientes apresentavam cariótipo 46,XX e 96 cariótipo 46,XY, tendo sido incluído neste ultimo grupo 6 pacientes que apresentavam cariótipo 46,XY em mosaicismo com a linhagem 45,X. O diagnóstico etiológico do DDS foi estabelecido pela avaliação clínica, citogenética, hormonal e por imagem em todos os casos e na maioria deles complementada pelo diagnóstico molecular. Todos os pacientes foram submetidos a tratamento clinico, psicológico e cirúrgico. Os instrumentos utilizados para a avaliação psicológica foram: a entrevista semi-estruturada com aplicação de um questionário específico com 192 questões, desenvolvido para avaliar os aspectos sociais, profissionais e sexuais, o teste projetivo do HTP para auxiliar na identificação da identidade de gênero e o questionário Whoqol-Bref para avaliar a qualidade de vida. RESULTADOS: A atribuição do sexo social feminino foi predominante em ambos os grupos com DDS. Houve mudança do sexo social em 20% dos pacientes com DDS 46,XY e em 14% dos pacientes com DDS 46,XX. Houve associação significativa da mudança para o gênero masculino nos pacientes do grupo DDS 46,XY por deficiência de 5-redutase 2 quando comparados ao grupo de pacientes com DDS 46,XY por deficiência da produção ou ação da testosterona. Foi encontrada uma maior frequencia de pacientes com orientação homo ou bissexual nas pacientes com sexo social feminino com maior prevalência em pacientes com hiperplasia adrenal virilizante. Nas pacientes com DDS 46,XX por deficiência da 21 hidroxilase não houve influência do número de repetições CAG nos estádios de Prader e na mudança da identidade de gênero. Observamos disforia de gênero em 8 pacientes com DDS 46,XX por deficiência da 21 hidroxilase, sendo que 5 deles mudaram para o sexo social masculino. Todos haviam sido tratados de maneira irregular, apresentaram virilização importante e provinham de famílias de baixa renda, indicando o papel da exposição dos andrógenos e do meio ambiente sobre a identidade de gênero. Três variáveis na análise univariada foram significativamente associadas com a mudança de sexo social para o masculino nos pacientes com DDS 46,XY e DDS 46,XX: brincadeiras masculinas ou neutras na infância, tarefas domiciliares tipicamente masculinas e auto-percepção da aparência física como masculina ou ambígua na infância. Houve associação significativa entre os aspectos da identidade de gênero inicial e o sexo social final no teste do HTP, mostrando ser este um instrumento útil para avaliação dos pacientes com DDS. A qualidade de vida, avaliada pelo teste Whoqol Bref, das pacientes com sexo social feminino foi melhor nas pacientes com DDS 46,XX em comparação com as pacientes com DDS 46,XY. A qualidade de vida dos pacientes com DDS 46,XY registrados no sexo social feminino que mudaram para o sexo social masculino, foi semelhante a daqueles registrados no sexo social masculino. Por outro lado, os pacientes com sexo social final masculino tiveram melhor qualidade de vida quando comparados aos pacientes com sexo social final feminino. O diagnóstico etiológico não teve influência sobre o grau de satisfação pessoal, atribuição do sexo e relacionamento amoroso. CONCLUSÃO: A atribuição do sexo social feminino foi predominante em ambos os grupos. A variável brincadeiras masculinas ou neutras na infância teve valor preditivo para a mudança de sexo social para o masculino nos pacientes com DDS 46,XY e 46,XX educados no sexo social feminino. O teste HTP foi útil na avaliação dos pacientes com DDS. A qualidade de vida dos pacientes 46,XY com sexo social final masculino foi melhor do que a dos pacientes com sexo social final feminino. A maioria dos pacientes referiu elevado índice de satisfação com o tratamento, mostrando a importância de uma equipe multidisciplinar no tratamento dos distúrbios do desenvolvimento sexual. / INTRODUCTION: Patients with disorders of sex development (DSD) constitute a challenge for professionals working in their treatment and follow-up. Studies of patients with DSD have been focused on dissatisfaction in adulthood with sex assigned at birth. However, other parameters, such as psychosocial adjustment, sexual function, psychological health, social integration and the quality of life are rarely described. This study aims to evaluate the professional and psychosocial aspects, in order to identify the variables involved in gender identity and sexual orientation of a large cohort of patients with DSD 46 XY and, 46, XX and also assess the quality of life of patients in adulthood. METHODS: The study was mainly retrospective and was conducted in patients with DSD of both sexes followed until puberty or adulthood, a total of 151 patients older than 15 years; of these, 55 patients had 46, XX karyotype and 96 of them 46,XY karyotype, having been included in the latter group 6 patients who had 46, XY karyotype in mosaicism with the 45, X lineage. Etiological diagnosis of DSD was established by clinical evaluation, cytogenetics, hormonal and image studies in all cases and most of them complemented by molecular diagnosis. All patients underwent surgical and psychological treatment. Instruments used for psychological evaluation were: a semi-structured interview with application of a specific questionnaire with 192 questions developed to assess the social, professional and sexual aspects. The projective HTP test was used to assess gender identity and the Whoqol-Bref questionnaire to evaluate the quality of life. RESULTS: The female social sex assignment was prevalent in both groups with DSD. A change of assigned sex was found in 20% of the 46, XY DSD patients and in 14% of the 46,XX DSD patients. There was a significant association between the change to male social sex with DSD 46, XY due to 5 alpha-RD2 deficiency when compared with DSD 46,XY group due to defects in testosterone secretion or action. A greater frequency of homo or bisexual orientation was found in the patients with female social sex with higher prevalence in patients with virilizing congenital adrenal hyperplasia. In these patients the number of CAG repeats and Prader stage did not influence sexual orientation. We observe gender dysphoria in 8 patients with 46, XX DSD due to 21- hydroxylase deficiency, and 5 of them have changed to the male social sex. All of these patients had been treated irregularly, showed significant virilization and derived from low-income families indicating the role of exposure of androgens and environment on gender identity. Three variables in univariate analysis were significantly associated with change to male social sex in patients with 46, XY DSD and 46, XX DSD educated on female social sex: male or neutral plays in childhood, typically masculine household tasks and self perception of physical appearance as male or ambiguous in childhood but the male or neutral toys in childhood presented the best predictive value of male gender identity in adulthood. There was significant association between aspects of initial gender identity and final gender social sex in HTP test, showing that this is a useful tool for evaluation of patients with DSD. The quality of life of patients with 46,XX DSD was similar to patients with 46, XY DSD however patients with male social sex showed better quality of life than those with female social sex. Similarly, the quality of life of patients with 46, XY DSD the female register social sex who had switched to the male sex social was similar to those assigned in sex male indicating a good social adaptation of patients to new social sex. However, among the patients with female social sex, those with 46,XY DDS showed lower quality of life than 46, XX DSD patients. Male patients with 46,XY DDS had better quality of life than the 46,XY DSD patients with female gender. DDS patients who underwent masculinizing surgery showed better quality of life than the group which underwent feminizing surgery and both groups with DDS showed lower quality of life of patients than patients who undergone to kidney transplantation. The etiological diagnosis had no influence on the assignment of sex and the degree of personal satisfaction. CONCLUSION: Patients with 46,XY and 46, XX DDS showed good social, professional and sexual integration at adulthood. The variable male or neutral plays in childhood had better predictive value of male gender identity in adulthood in patients with 46,X and 46,XX DDS reared in the female social sex. The HTP projective test was useful in the overall assessment of patients with DSD. The quality of life of the patients with male social was better than those with female social sex. Most DSD patients expressed high satisfaction with treatment, showing the importance of a multidisciplinary team in the treatment of the disorders of sex development.
9

O sexo dos anjos : representações e práticas em torno do gerenciamento sociomédico e cotidiano da intersexualidade

Machado, Paula Sandrine January 2008 (has links)
Cette étude cherche à analyser la gestion sociomédicale et quotidienne de l’intersexualité, ainsi que les représentations et pratiques sociales en jeu dans les décisions concernant l’assignation sexuelle des enfants intersex. D’une part, il s’agit de comprendre les perspectives, les pratiques et les discours des professionnels de santé; d’autre part, ceux des jeunes intersex et de leurs familles. A partir d’une ethnographie réalisée à la fois dans un hôpital brésilien et un hôpital français, j’examine comment différents arguments (hormonaux, génétiques, sociaux, morphologiques, psychologiques, entre autres) contribuent à la prise de décision, comment s’organise le travail collectif, et comment fonctionnent les relations entre les différentes spécialités médicales. En ce qui concerne les familles des enfants/jeunes intersex et les jeunes personnes intersex elles-mêmes, j’analyse la manière dont elles sont insérées dans ces négociations, leur relation à la logique biomédicale, la façon dont elles perçoivent le corps intersex et dont elles gèrent l’intersexualité dans leur vie quotidienne. a recherche révèle que le sexe, dans le contexte de la prise de décision, émerge en tant qu’une «catégorie médico-diagnostique» construite à partir d’une combinaison d’éléments. Au Brésil autant qu’en France, la question est traitée de manière plus ou moins homogène: bien que l’accent soit mis de manière différente vis-à-vis d’aspects spécifiques impliqués dans les décisions, dans les deux pays la génétique et la biologie moléculaire sont devenues de plus en plus importantes dans le processus. Il existe également des conflits à l’égard de l’utilisation de la nomenclature «intersex», qui mettent en lumière des «ambiguités» et des tensions autour de la thématique. Enfin, l’étude démontre que les personnes intersex et leurs familles ne partagent pas toujours les mêmes perspectives que les médecins ou bien qu’elles n’utilisent pas les mêmes critères de classification sexuelle que ces derniers. Entre autres questions, tout au long de trajectoires de «corrections» et «régulations» corporelles, se révèle l’insuffisance d’un modèle basé sur des catégories sexuelles dichotomiques. En interrogeant ces dichotomies, les débats autour de l’intersexualité soulignent les limites éthico-théoriques qui circonscrivent le champs de la bioéthique et des droits sexuels en tant que droits humains. Plus loin, ces débats participent à la redéfinition d’autres catégories binaires telles que sexe versus genre, nature versus culture, réel versus artificiel et humain versus non-humain. / Este estudo busca analisar o gerenciamento sociomédico e cotidiano da intersexualidade, bem como as representações e as práticas sociais acionadas nas decisões envolvendo a designação do sexo em crianças intersex. De um lado, tratase de compreender as perspectivas, práticas e discursos de profissionais de saúde e, de outro, aqueles das famílias e jovens intersex. A partir da etnografia realizada em dois hospitais (um hospital brasileiro e outro francês), examino de que modo diferentes argumentos (hormonais, genéticos, sociais, morfológicos, psicológicos, entre outros) concorrem para as tomadas de decisão, de que forma acontece a organização do trabalho coletivo e as relações entre as diferentes especialidades médicas. No que se refere às famílias de crianças/jovens intersex e aos próprios jovens, analiso a maneira como estão inseridos nessas negociações, a forma de se relacionarem com a lógica biomédica, como percebem o corpo intersex e lidam cotidianamente com a intersexualidade. A pesquisa revela que, no contexto das decisões, o sexo surge enquanto uma “categoria médico-diagnóstica”, construída a partir de uma combinação de diferentes elementos. Há um tratamento mais ou menos homogêneo da questão no Brasil e na França e, embora se possa identificar ênfases diferenciadas em relação a determinados aspectos envolvidos nas decisões, nos dois contextos a genética e a biologia molecular vêm ganhando cada vez mais importância no processo. Identificam-se, ainda, embates em torno da nomenclatura “intersex”, os quais, entre outros aspectos, apontam para as “ambigüidades” e tensões que rondam a temática. Finalmente, o estudo demonstra que nem sempre as famílias e as pessoas intersex compartilham com os médicos a mesma perspectiva ou os mesmos critérios de classificação do sexo. Entre outras questões, no decorrer das trajetórias de “correções” e “regulações” corporais denuncia-se a insuficiência de um modelo que prevê categorias sexuais dicotômicas. Ao interpelar essas dicotomias, os debates em torno da intersexualidade escrutinam os limites ético-teóricos que circunscrevem o campo da bioética e dos direitos sexuais enquanto direitos humanos. Além disso, concorrem para a revisão de outras categorias binárias como sexo versus gênero, natureza versus cultura, verdadeiro versus artificial e humano versus não humano. / This study seeks to analyze the sociomedical and day-to-day management of intersexuality, as well as the representations and social practices brought into action in decisions involving sex assignment with intersex children. On the one hand, it aims to understand the perspectives, practices and discourses of health professionals and on the other, those of intersex youth and their families. Starting from an ethnography carried out in one Brazilian and one French hospital, I examine how different arguments (hormonal, genetic, social, morphological, psychological, among others) compete during decision making, in what ways collective work organization takes place and the relationships between the different medical specialties. Regarding the families of intersex children/youth and the young people themselves, I analyze the manner in which they are inserted into these negotiations, the way they are related to the biomedical logic, how they perceive the intersex body and how they deal with intersexuality in their day-to-day lives. The research reveals that sex arises as a “medical-diagnostic category” in the decision making context and that it is constructed from a combination of elements. In both Brazil and France, the question is given a more or less homogeneous treatment; although it is possible to identify some differences in emphases regarding specific aspects involved in the decisions, in both countries genetics and molecular biology have become increasingly important in the process. There are conflicts around the use of "intersex" nomenclature as well, which point to the "ambiguities" and tension surrounding the theme. Finally, the study demonstrates that intersex people and their families do not always hold the same perspectives or use the same sex classification criteria as doctors do. Among other questions, over the course of the various bodily “corrections” and “regulations”, the insufficiency of a model in which the categories are based on a sexual dichotomy is revealed. By questioning these dichotomies, the debates around intersexuality scrutinize the ethical-theoretical limits which circumscribe the field of bioethics and of sexual rights as human rights. Moreover, they compete for a revision of other binary categories, such as sex versus gender, nature versus culture, real versus artificial and human versus non-human.
10

O sexo dos anjos : representações e práticas em torno do gerenciamento sociomédico e cotidiano da intersexualidade

Machado, Paula Sandrine January 2008 (has links)
Cette étude cherche à analyser la gestion sociomédicale et quotidienne de l’intersexualité, ainsi que les représentations et pratiques sociales en jeu dans les décisions concernant l’assignation sexuelle des enfants intersex. D’une part, il s’agit de comprendre les perspectives, les pratiques et les discours des professionnels de santé; d’autre part, ceux des jeunes intersex et de leurs familles. A partir d’une ethnographie réalisée à la fois dans un hôpital brésilien et un hôpital français, j’examine comment différents arguments (hormonaux, génétiques, sociaux, morphologiques, psychologiques, entre autres) contribuent à la prise de décision, comment s’organise le travail collectif, et comment fonctionnent les relations entre les différentes spécialités médicales. En ce qui concerne les familles des enfants/jeunes intersex et les jeunes personnes intersex elles-mêmes, j’analyse la manière dont elles sont insérées dans ces négociations, leur relation à la logique biomédicale, la façon dont elles perçoivent le corps intersex et dont elles gèrent l’intersexualité dans leur vie quotidienne. a recherche révèle que le sexe, dans le contexte de la prise de décision, émerge en tant qu’une «catégorie médico-diagnostique» construite à partir d’une combinaison d’éléments. Au Brésil autant qu’en France, la question est traitée de manière plus ou moins homogène: bien que l’accent soit mis de manière différente vis-à-vis d’aspects spécifiques impliqués dans les décisions, dans les deux pays la génétique et la biologie moléculaire sont devenues de plus en plus importantes dans le processus. Il existe également des conflits à l’égard de l’utilisation de la nomenclature «intersex», qui mettent en lumière des «ambiguités» et des tensions autour de la thématique. Enfin, l’étude démontre que les personnes intersex et leurs familles ne partagent pas toujours les mêmes perspectives que les médecins ou bien qu’elles n’utilisent pas les mêmes critères de classification sexuelle que ces derniers. Entre autres questions, tout au long de trajectoires de «corrections» et «régulations» corporelles, se révèle l’insuffisance d’un modèle basé sur des catégories sexuelles dichotomiques. En interrogeant ces dichotomies, les débats autour de l’intersexualité soulignent les limites éthico-théoriques qui circonscrivent le champs de la bioéthique et des droits sexuels en tant que droits humains. Plus loin, ces débats participent à la redéfinition d’autres catégories binaires telles que sexe versus genre, nature versus culture, réel versus artificiel et humain versus non-humain. / Este estudo busca analisar o gerenciamento sociomédico e cotidiano da intersexualidade, bem como as representações e as práticas sociais acionadas nas decisões envolvendo a designação do sexo em crianças intersex. De um lado, tratase de compreender as perspectivas, práticas e discursos de profissionais de saúde e, de outro, aqueles das famílias e jovens intersex. A partir da etnografia realizada em dois hospitais (um hospital brasileiro e outro francês), examino de que modo diferentes argumentos (hormonais, genéticos, sociais, morfológicos, psicológicos, entre outros) concorrem para as tomadas de decisão, de que forma acontece a organização do trabalho coletivo e as relações entre as diferentes especialidades médicas. No que se refere às famílias de crianças/jovens intersex e aos próprios jovens, analiso a maneira como estão inseridos nessas negociações, a forma de se relacionarem com a lógica biomédica, como percebem o corpo intersex e lidam cotidianamente com a intersexualidade. A pesquisa revela que, no contexto das decisões, o sexo surge enquanto uma “categoria médico-diagnóstica”, construída a partir de uma combinação de diferentes elementos. Há um tratamento mais ou menos homogêneo da questão no Brasil e na França e, embora se possa identificar ênfases diferenciadas em relação a determinados aspectos envolvidos nas decisões, nos dois contextos a genética e a biologia molecular vêm ganhando cada vez mais importância no processo. Identificam-se, ainda, embates em torno da nomenclatura “intersex”, os quais, entre outros aspectos, apontam para as “ambigüidades” e tensões que rondam a temática. Finalmente, o estudo demonstra que nem sempre as famílias e as pessoas intersex compartilham com os médicos a mesma perspectiva ou os mesmos critérios de classificação do sexo. Entre outras questões, no decorrer das trajetórias de “correções” e “regulações” corporais denuncia-se a insuficiência de um modelo que prevê categorias sexuais dicotômicas. Ao interpelar essas dicotomias, os debates em torno da intersexualidade escrutinam os limites ético-teóricos que circunscrevem o campo da bioética e dos direitos sexuais enquanto direitos humanos. Além disso, concorrem para a revisão de outras categorias binárias como sexo versus gênero, natureza versus cultura, verdadeiro versus artificial e humano versus não humano. / This study seeks to analyze the sociomedical and day-to-day management of intersexuality, as well as the representations and social practices brought into action in decisions involving sex assignment with intersex children. On the one hand, it aims to understand the perspectives, practices and discourses of health professionals and on the other, those of intersex youth and their families. Starting from an ethnography carried out in one Brazilian and one French hospital, I examine how different arguments (hormonal, genetic, social, morphological, psychological, among others) compete during decision making, in what ways collective work organization takes place and the relationships between the different medical specialties. Regarding the families of intersex children/youth and the young people themselves, I analyze the manner in which they are inserted into these negotiations, the way they are related to the biomedical logic, how they perceive the intersex body and how they deal with intersexuality in their day-to-day lives. The research reveals that sex arises as a “medical-diagnostic category” in the decision making context and that it is constructed from a combination of elements. In both Brazil and France, the question is given a more or less homogeneous treatment; although it is possible to identify some differences in emphases regarding specific aspects involved in the decisions, in both countries genetics and molecular biology have become increasingly important in the process. There are conflicts around the use of "intersex" nomenclature as well, which point to the "ambiguities" and tension surrounding the theme. Finally, the study demonstrates that intersex people and their families do not always hold the same perspectives or use the same sex classification criteria as doctors do. Among other questions, over the course of the various bodily “corrections” and “regulations”, the insufficiency of a model in which the categories are based on a sexual dichotomy is revealed. By questioning these dichotomies, the debates around intersexuality scrutinize the ethical-theoretical limits which circumscribe the field of bioethics and of sexual rights as human rights. Moreover, they compete for a revision of other binary categories, such as sex versus gender, nature versus culture, real versus artificial and human versus non-human.

Page generated in 0.0633 seconds