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Estudo comparativo da forma do crânio de cães braquicefálicos e mesaticefálicos por meio de técnicas de morfometria geométrica em três dimensões / Comparison of skull shape in brachycephalic and mesaticephalic dogs using three-dimensional morphometric techniquesAppollo-Hofmann, Fernanda 11 February 2009 (has links)
Os padrões de conformação craniana resultantes da seleção das raças durante o processo de domesticação do cão evidenciam as relações entre as diversas partes que compõe o crânio. As raças braquicefálicas apresentam as maiores variações na forma quando comparadas aos mesaticefálicos, padrão este já descrito de forma qualitativa na literatura. Neste estudo, por meio da morfometria geométrica, as diferentes regiões do crânio e mandíbula de exemplares pertencentes aos dois grupos foram analisadas quantitativamente. Foram selecionados 52 crânios e 57 pontos anatômicos, digitalizados em três dimensões representando a forma destes crânios. As coordenadas foram utilizadas em análises multivariadas, buscando a caracterização quantitativa das diferenças na forma entre os grupos. Para o estudo da assimetria, foram analisados o crânio e mandíbula separadamente: regiões de contato da dentição com o crânio e com a mandíbula; caixa craniana; fossa mandibular; processo condilar; arco zigomático e processo coronóide. Para a caracterização dos padrões de covariância, as regiões de interesse foram analisadas aos pares: contato da dentição com o crânio e a com a mandíbula; fossa mandibular e processo condilar; arco zigomático e processo coronóide; dentes 4o pré-molar superior e 1o molar inferior; crânio e mandíbula. As análises estatísticas mostraram diferenças significativas entre os dois grupos, braquicefálicos e mesaticefálicos, com assimetrias nas regiões do crânio e no contato da dentição com o crânio e com a mandíbula. Na análise do índice de covariância houve diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos no contato da dentição com o crânio e com a mandíbula; crânio e mandíbula; relação dos dentes 4o pré-molar superior e 1o molar inferior. Concluiu-se que as principais diferenças estão concentradas na região rostral do crânio e mandíbula, nas regiões de contato da dentição nestas regiões e entre o 4o pré-molar superior e 1o molar inferior. Estes resultados sugerem que as maiores variações no crânio dos braquicefálicos estão concentradas nas regiões que participam conjuntamente da mastigação, sem diferenças na parte caudal do sincrânio. / The observed variation in skull conformation of the breeds of domestic dogs is the result of selection during domestication process and it provide information about the patters of interaction among the different parts that constitutes this structure. Qualitative studies published in the literature shown that brachycephalic breeds have the highest variability in skull shape when compared to mesaticephalics. In this study, different regions of the skull of specimens belonging to both groups were analyzed quantitatively, using geometric morphometric techniques. Fifty-two skulls and 57 landmarks were selected and digitalized to perform a 3-D reconstruction of the skulls. Multivariated analyses over the coordinates were used to analize and quantify shape differences between the two groups. Patterns of asymmetry were explored for both, the cranium and mandible, analyzing separately six regions of interest: teeth contact between upper and lower jaw; braincase; mandibular fossae; condilar processes; zygomatic arches and coronoid processes. To evaluate covariance patterns the regions were analyzed in pairs: teeth contact between upper and lower jaw; mandibular fossae and condilar process; zygomatic arch and coronoid process; upper fourth premolar and lower first molar; cranium and mandible. The statistical analyses indicated significant differences between the brachycephalic and mesaticephalic groups for asymmetry at the different regions of the skull and teeth contact between upper and lower jaw. For the covariance patterns there is statistical significant difference for teeth occlusion between upper and lower jaw; skull and jaw; upper fourth premolar and lower first molar relationship. In conclusion, the main differences are located in the rostrum contact between upper and lower rostral teeth and upper fourth premolar and lower first molar. These results suggest that the highest shape variability in the skull of braquicephalics dogs is concentrated in structures that are used in the mastication, without differences at the caudal region of the jaws.
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Avaliação morfofuncional do desenvolvimento da articulação do joelho em fetos humanos / Morphofunctional evaluation of the knee joint development in human fetusesRosa, Josy Alvarenga Cal 12 March 2015 (has links)
A articulação do joelho tem sido vastamente estudada nas ultimas décadas. Este intenso interesse pode ser visto sob o foco da complexidade desta articulação e de sua importância clínica. No entanto, nota-se escassa informação a respeito de aspectos morfológicos e ultraestruturais sobre o desenvolvimento desta articulação, em fetos humanos de diferentes faixas etárias, o que poderia servir de base teórica para estratégias de reparo da cartilagem e engenharia de tecidos, bem como contribuir para uma melhor compreensão de doenças e malformações ao longo do desenvolvimento dos componentes articulares. Desse modo, considerando-se a importância do conhecimento sobre aspectos morfofuncionais do desenvolvimento normal dos tecidos cartilagíneos na articulação do joelho humano, realizou-se a presente pesquisa com fetos humanos abrangendo a faixa etária da 16ª a 31ª semanas de vida intrauterina. Foram utilizados 20 fetos, os quais foram divididos em 4 grupos (n=5) da seguinte forma: grupo 1 (G1): 16-19 semanas de vida intrauterina (VIU); grupo 2 (G2): 20-23 semanas VIU; grupo 3 (G3): 24-27 semanas VIU e grupo 4 (G4): 28-31 semanas VIU, em que foram realizadas análises morfométricas da cartilagem das epífises do fêmur e tíbia na articulação do joelho, para os parâmetros: área dos condrócitos, densidade de condrócitos e matriz extracelular, análise estereológica para o volume dos condrócitos, e análise qualitativa da distribuição, organização e tipificação de fibras colágenas com uso de Picro-sirius sob análise com luz polarizada. Também se analisou a ultraestrutura através de microscopia eletrônica de varredura (MEV). Frente à metodologia proposta e os resultados obtidos a respeito da avaliação morfofuncional, concluiu-se que a área e o volume dos condrócitos, bem como a densidade da matriz extracelular, na região média das epífises cartilagíneas, tanto do fêmur quanto da tíbia, aumentaram com o avançar da faixa etária, enquanto a densidade dos condrócitos diminuiu. Na região média das epífises, a cartilagem imatura dos fetos mais jovens, inicialmente com características de uma zona de proliferação, passa a apresentar, em fetos com idade mais avançada, características de uma zona de maturação, com condrócitos maiores e mais distantes uns dos outros. Na camada superficial da epífise a organização e orientação das fibras de colágeno modificam-se nos diferentes grupos, passando de uma orientação irregular no grupo dos fetos mais jovens, para uma organização pantográfica no grupo de fetos mais desenvolvidos. Finalmente, verifica-se a clara relação entre o amadurecimento da cartilagem e as alterações na organização e orientação das fibras colágenas, as quais contribuem para as propriedades requeridas na cartilagem em cada fase de seu desenvolvimento, tais como resistência à tensão, resistência à compressão e habilidade para distribuir cargas / The knee joint has been widely studied in recent decades. This intense interest can be seen from the perspective of the joint complexity and its clinical importance. However, there is little information about morphological and ultrastructural aspects of the development of this joint, particularly in human fetuses within different age, which could serve as a theoretical basis for cartilage repair strategies and tissue engineering, as well as contributing for a better understanding of diseases and malformation during the development of joint components. Thus, considering the importance of morphological and functional aspects of normal cartilaginous tissue development in the human knee joint, this research was performed with human fetuses covering the age range 16 to 31 weeks of intrauterine life. Twenty (20) fetuses were divided into 4 groups (n = 5) as follows: Group 1 (G1): 16-19 weeks, Group 2 (G2): 20-23 weeks, Group 3 (G3): 24-27 weeks and Group 4 (G4): 28-31 weeks. For the femoral and tibial epiphysis cartilage in the knee joint, it was performed morphometric analysis regarding area of chondrocytes, percent density of chondrocytes and extracellular matrix, stereological analysis of the chondrocytes volume and qualitative analysis of the distribution, organization and characterization of collagen fibers using picrosirius staining under analysis with polarized light. It was also analyzed the ultrastructure by scanning electron microscopy. Facing the proposed methodology and the results regarding the morphological evaluation of the middle region of both femur and tibia epiphysis, it was concluded that the area and the volume of the chondrocytes, as well as the density of extracellular matrix increased with advancing age, while the percent density of chondrocytes decreased. In the middle region of the epiphysis, immature cartilage of younger fetuses, initially with characteristics of a proliferation zone starts to present, in older fetuses, characteristics of maturation zone, presenting larger chondrocytes and more distant from each other. In the epiphysis cartilage surface, the organization and orientation of the collagen fibers changed in different groups, from an irregular orientation in the younger fetuses group, to a pantograph organization in the most developed fetuses group. Finally, it was observed the relationship between the cartilage development and the changes in the collagen fibers organization and orientation in order to obtain the cartilage properties required at each stage of the development, such as tensile strength, resistance to compression and ability to distribute loads
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Estudo longitudinal do padrão de vascularização do endoneuro do nervo vago de ratas da linhagem Wistar-Kyoto, em diferentes idades / Endoneural vessels vascular pattern on the vagus nerve of Wistar-Kyoto rats: A longitudinal study.Schiavoni, Maria Cristina Lopes 06 May 2005 (has links)
Os nervos são abundantemente vascularizados em toda sua extensão, por intermédio de uma sucessão de vasos que, por suas consecutivas divisões e anastomoses no interior do nervo, formam uma rede vascular intraneural ininterrupta. Já está bem definido que o número de vasos nutrientes para um nervo em particular varia amplamente, não apenas de indivíduo para indivíduo, como também entre os dois lados do corpo. Nervos maiores não necessariamente recebem mais vasos que nervos menores. Os nervos podem percorrer distâncias consideráveis sem receber um vaso nutriente e o calibre desses vasos varia em amplos intervalos. Desse modo, o número e o tamanho dos vasos, juntamente com a sua distribuição no interior dos nervos estão sujeitos a uma grande variabilidade, não apenas em vários segmentos do mesmo nervo como também no mesmo nervo em diferentes sujeitos. Nosso objetivo, com o presente estudo foi o de realizar uma descrição do padrão longitudinal de vascularização do endoneuro e de avaliar a existência de uma possível correlação entre a área fascicular e a área endoneural ocupada pelos vasos capilares, no nervo vago de ratas da linhagem Wistar-Kyoto, em três diferentes fases da vida: 30, 180 e 360 dias de idade. Para tanto, três animais de cada grupo foram mortos e tiveram seus nervos vagos direitos preparados com técnicas histológicas de rotina para inclusão em resina epóxi. Secções transversais semifinas (0,4 µm) seriadas, obtidas a cada 100 µm de extensão longitudinal do nervo, até o esgotamento completo dos blocos, foram analisadas em nível de microscopia de luz. A morfometria dos fascículos e dos vasos capilares endoneurais, foi realizada com o auxílio de um sistema analisador de imagens computacional. A área fascicular média e a área média ocupada pelos capilares foram calculadas para cada segmento estudado (proximal, médio e distal) e comparadas entre segmentos (estudo longitudinal) e entre os grupos. A correlação entre a área fascicular total e a área endoneural ocupada pelos capilares foi estudada através de uma análise de regressão linear e do cálculo dos coeficientes de correlação. A porcentagem da área fascicular total ocupada pelos capilares endoneurais também foi calculada para cada segmento estudado e comparada entre segmentos e entre os grupos. Nossos resultados mostram que a área fascicular média de todos os segmentos estudados foi significativamente maior nos animais com 180 e 360 dias, comparados aos com 30 dias, em todos os segmentos estudados, acompanhando o ganho ponderal dos animais. Interessantemente, nos animais jovens (30 dias), houve uma tendência ao aumento dos valores dessa área no sentido longitudinal dos nervos, o que não foi observado nos animais mais velhos (180 e 360 dias). A área média dos capilares endoneurais aumentou no sentido longitudinal em todos os grupos estudados. Na comparação entre os grupos, houve uma estabilização da área fascicular média nos animais mais velhos enquanto que houve uma diminuição da área média dos capilares endoneurais com o avançar da idade. A porcentagem da área fascicular total ocupada pelos capilares aumentou, no sentido longitudinal, nos animais jovens (30 dias) e tendeu à estabilidade nos animais mais velhos (180 e 360 dias), havendo nítida diminuição progressiva dessa porcentagem com o avançar da idade. O estudo dos diâmetros dos capilares endoneurais mostrou que esses diâmetros variam amplamente, sem nenhum padrão específico entre segmentos de um mesmo grupo os entre os diferentes grupos. Nossos resultados também mostraram a existência de uma correlação positiva fraca (coeficientes de correlação com valores muito baixos) entre a área fascicular total e a área endoneural ocupada pelos capilares. Esses dados sugerem que a entrada dos capilares no nervo não é acompanhada de um aumento proporcional na área do fascículo. Os dados de diminuição da porcentagem da área fascicular total ocupada pelos capilares com o avançar da idade podem sugerir que os nervos de animais mais velhos possam ser mais susceptíveis aos processos isquêmicos. / Peripheral nerves are abundantly vascularised throughout their length by a succession of vessels which, by their repeated division and anastomosis within the nerve, for an unbroken intraneural vascular network. It is well defined that the number of nutrient vessels to any particular nerve varies greatly not only from subject to subject but also on the two sides of the body. Larger nerves do not necessarily receive more vessels than do smaller nerves. Nerves may run considerable distances without receiving a nutrient vessel and the caliber of the nutrient vessels fluctuates over wide limits. Thus, the number and size of these vessels, together with their distribution within the nerve, are subject to a wide range of variation, not only between various segments of a nerve but also in the same nerve in different specimens. In this way, our objectives were to study the longitudinal pattern of the endoneural vascularisation and, to determine the existence of a correlation between the fascicular total area and the endoneural area occupied by the capillary vessels on the vagus nerve of Wistar-Kyoto female rats, in three different ages. Three animas aged 30, 180 or 360 days were killed and their right vagus nerves were prepared for epoxy resin embedding and light microscopy study, by conventional techniques. Serial semihtin sections (0.4 µm), obtained every 100 µm of the vagus nerve longitudinal extension were measured with the aid of a computer software. The average fascicular area and the average area occupied by the endoneural capillary were obtained for each segment (proximal, medium and distal) and compared between segments (longitudinal study) and between ages. The correlation between the fascicular area and the area occupied by the endoneural capillary was accessed by linear regression analysis and correlation coefficient calculations. The percentage of the total fascicular area occupied by the capillaries was also calculated for each segment and compared between segments and between ages. Our results show that the average fascicular area, in all segments studied, was significantly larger in the older animals (180 and 360 days), compared to the younger (30 days). This was compatible with the weight gain of the animals. Interestingly, in the younger animals, there was a tendency of an increase in the average fascicular area from proximal to distal, and this was not observed in the older animals (180 and 360 days). The average area of the endoneural capillaries increased from proximal to distal in all groups studied. The analysis between groups showed a stabilization of the fascicular area in the older animals while the average capillary area got smaller with ageing. The percentage of the fascicular area occupied by the endoneural capillary vessels increased from proximal to distal in the younger animals (30 days) and got stable in the older (180 and 360 days). There was an obvious decrease in this percentage with ageing. The capillary vessels diameter study showed that this parameter varied considerably, without a established pattern between segments or groups. Our results also show the existence of a weak but positive correlation between the fascicular area and the area occupied by the endoneural capillary. This data suggests that the entrance of blood vessels to the endoneural space is not followed by an increase on the fascicular area. The result of a smaller percentage of the fascicular area occupied by the capillary vessels with ageing suggests that older animals may be more susceptible to nerve ischemia.
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Análise da variabilidade genética de uma pequena população de Frieseomelitta varia (Hymenoptera, Apidae, Meliponini) por meio de análise do DNA mitocondrial, microssatélites e morfometria geométrica das asas / Analysis of the genetic variability of a small population of Frieseomelitta varia (Hymenoptera, Apidae, Meliponini) through mitochondrial DNA analysis, microsatellites and geometric morphometry of wingsGonçalves, Paulo Henrique Pereira 27 October 2010 (has links)
As abelhas da tribo Meliponini apresentam distribuição pantropical. São encontradas mais de 400 espécies pertencentes a 50 gêneros, sendo que mais de 300 estão presentes nas Américas. Os meliponíneos são responsáveis por grande parte da polinização das plantas nativas. A destruição das florestas tem ameaçado seriamente as abelhas sem ferrão, isolando-as em fragmentos e expondo-as ao endocruzamento e aos efeitos de perda de variabilidade genética. No presente estudo, foram empregadas análises moleculares (PCR-RFLP, análise de locos de microssatélites e o sequenciamento de um trecho do gene COI) e morfométrica (Análise da Morfometria Geométrica das asas) no intuito de se verificar a variabilidade em uma pequena população de Frieseomelitta varia residente no campus da USP de Ribeirão Preto (n=33). Para comparação, foram coletados e analisados indivíduos de áreas externas ao campus, ao longo da distribuição natural da espécie (n=36) e também de duas outras espécies F. trichocerata (n=30) e F. doederleini (n=3). Os resultados mostraram maior variabilidade mitocondrial e nuclear para o campus da USP em relação às amostras externas. Pelo menos nove matrilinhagens originaram a população do campus. O grande número de alelos encontrados nas amostras do campus pode ser explicado pela introdução de ninhos, por alta variabilidade já existente nos ninhos fundadores e/ou fluxo gênico via machos. Os resultados moleculares e morfológicos mostram grande similaridade entre F. varia e F. trichocerata, e em contraste, grande distância entre F. varia e F. doederleini, indicando que F. trichocerata deve ser considerada como uma variação geográfica (ecótipo) de F. varia. / The stingless bees present a pantropical distribution. There are more than 400 species belonging to 50 genera. More than 300 are present in the Americas. These bees have a remarkable role in the pollination of native plants. Forest destruction has threatened stingless bees populations by isolating them in forest fragments and exposing them to the effects of inbreeding and loss of genetic variability. In the present study we applied molecular (PCR-RFLP, microsatellite loci analysis and COI sequencing) and morphometric (Geometric Morphometry of Wings) analysis to verify the genetic variability of a small population of Frieseomelitta varia (n=33) resident in the campus of USP - Ribeirão Preto. For comparison, individuals collected across the species natural geographic range and also samples of two other species, F. trichocerata(n=30) and F. doederleini (n=3), were analyzed. The results showed greater mitochondrial and nuclear variability for the samples from the campus in relation to the species overall. Nine matrilines, at least, gave rise to the current campus colonies. The large microsatellite allele number can be explained by recurrent nests introduction, or by high variability already present in the founder nests and/or current gene flow mediated by males. The molecular and morphometric data show high similarity between F. varia and F. trichocerata, and in contrast, high distance between F. varia and F. doederleini, indicating that F. trichocerata should be considered as a geographic variation (ecotype) of F. varia.
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Aedes aegypti: Morfologia, morfometria do ovo, desenvolvimento embrionário e aspectos relacionados à vigilância entomológica no Município de São Paulo / Aedes aegypti: morphology, morphometry of eggs, embrionary development, and aspects related to entomological survellaince in the municipality of São PauloPombo, Ana Paula Miranda Mundim 22 December 2016 (has links)
São preocupantes as doenças que tem o Aedes aegypti como vetor. A elevada competência vetorial deste mosquito, bem como sua antropofilia e adaptação ao ambiente urbano, geram habitats favoráveis e torna sua prevenção uma árdua tarefa considerando os recursos disponíveis. O controle atual enfatiza o mosquito, mas ainda há espaço para o aprimoramento da sua efetividade e sucesso, o que torna fundamental o maior conhecimento sobre este inseto. O Brasil apresenta condições favoráveis para a disseminação do mosquito. Diante do exposto este estudo visa estudar a vigilância entomológica do Aedes aegypti no Município de São Paulo no ano de 2013, bem como descrever as características morfológicas, morfométricas da fase de ovo e seu desenvolvimento embrionário. A análise da vigilância entomológica no Município de São Paulo, foi realizada a partir de dados secundários oriundos da Secretaria de Saúde do município. Já a etapa envolvendo a descrição morfológica, morfometrica e o desenvolvimento embrionário foi realizada a partir do material biológico cedido pelo Instituto de Ciências Biomédicas-USP utilizando recursos, tais como a Microscopia Eletrônica de Varredura, Microscopia Eletrônica deTransmissão e Microscopia Confocal. Os indicadores entomológicos Índice de Breteau (IB), Índice de Infestação Predial (IP) e Índice por Tipos de Recipientes Positivos (ITR), tiveram comportamento similares entre si nos anos estudados. Já o ITR revelou que o principal tipo de recipiente positivo para presença do vetor foi o prato/pingadeira para planta, seguido do vaso de planta, ou seja, os principais recipientes positivos encontram-se no ambiente domiciliar. Na avaliação do padrão morfológico e da mensuração acerca do comprimento, largura, razão comprimento/largura (índice) e diâmetro da micrópila constatou-se diferenças significantes entre as duas populações de ovos estudados, para cada um dos atributos morfométricos avaliados. Já a morfologia e o desenvolvimento embrionário apontam exocórion de grande resistência e de difícil permeabilidade, dificultando o acesso ao embrião. Considera-se fundamental a avaliação integrada dos dados oriundos do levantamento entomológico e de pesquisas quanto a características deste vetor nas diversas fases do ciclo biológico, pois somente desta maneira é possível investir em áreas específicas e promissoras para elaboração de políticas públicas efetivas e com poder transformador da realidade. / The diseases that have Aedes aegypti as a vector are worrisome. The high vectorial competence of this mosquito, as well as its anthropophilia and adaptation to the urban environment, generate favorable habitats and makes its prevention an arduous task considering the available resources. The current control emphasizes the mosquito, but its effectiveness and success in containing its dispersion still needs to improve, which makes fundamental the greater knowledge about this insect. Brazil presents highly favorable conditions for the spread of the mosquito. In view of the above, this study aims to study the entomological surveillance of Aedes aegypti in the city of São Paulo in 2013, as well as the morphological, morphometric characteristics of the egg phase and its embryonic development. The analysis of entomological surveillance was based on secondary data from health secretariats. The morphology, morphometry and embryonic development stages were performed using the biological material provided by the Institute of Biomedical Sciences of the University of São Paulo using resources such as Scanning Electron Microscopy (SEM), Transmission and Confocal. The entomological indicators Breteau Index (IB), Infestation Index (PI) and Index by Types of Positive Containers (ITR), had similar behavior among themselves in the years studied, since the ITR revealed that the main type of positive container for presence of the vector was dish / drip tray for plant followed by plant pot, the main positive containers are in the home environment. In the evaluation of the morphological pattern and measurement on length, width, length / width ratio (index) and diameter of the micropyle, it was observed significant differences between the two egg populations for each of the evaluated morphometric attributes. The morphology and embryonic development point to exochorion of big resistance and of difficult permeability, making difficult the access to the embryo. It is considered fundamental the integrated evaluation of data from the entomological survey and research on the characteristics of this vector in the various phases of the biological cycle, since only in this way is it possible to invest in specific and promising areas for the elaboration of effective public policies with transformative power of reality.
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Perspectivas sobre o reconhecimento de padrões de modularidade e suas implicações para a evolução de morfologias complexas / On the recognition of modularity patterns and its implications for the evolution of morphological systemsGarcia, Guilherme 07 April 2016 (has links)
A modularidade é uma propriedade característica que sistemas biológicos exibem em relação à distribuição de interações entre seus elementos constituintes; neste contexto, um módulo é um subconjunto de elementos que interagem entre si mais do que com outros subconjuntos. Em relação aos sistemas morfológicos, tais propriedades referem-se geralmente à estrutura do componente linear do mapa genótipo/fenótipo; no entanto, as interações genéticas, ontogenéticas e funcionais que produzem fenótipos são descritas de forma adequada através de dinâmicas não-lineares, e uma apreciação completa da complexidade destas interações é necessária para a compreensão das propriedades variacionais do fenótipo. Ademais, dados avanços metodológicos na área da morfometria, é possível escolher diferentes maneiras de representar a variação morfológica, e as diferenças entre as representações podem impactar inferências feitas sobre estas propriedades variacionais. A presente tese tem como objetivo explorar a relação entre representações morfométricas e a caracterização das propriedades variacionais, focada na análise comparativa de tais propriedades em uma escala macroevolutiva; Primatas Antropóides são utilizados como modelo, dada a disponibilidade de uma grande base de dados de mensurações cranianas destes organismo. Esta relação foi avaliada sob três perspectivas diferentes. Em primeiro lugar, estima-se taxas de erro associadas aos testes de hipótese que descrevem padrões de modularidade, relacionadas com três representações morfométricas distintas; tal avaliação é também associada à exploração de um subconjunto da base de dados utilizada aqui, levando-se em consideração a dinâmica de interações ontogenéticas que produzem o crânio dos Antropóides. Os resultados deste capítulo implicam que uma dessas representações, resíduos de Procrustes, não são capazes de detectar padrões de modularidade neste contexto, considerando suas propriedades matemáticas específicas. Outras duas representações, distâncias entre marcos anatômicos e variáveis locais de forma, produzem resultados semelhantes, que estão diretamente associados à dinâmica de desenvolvimento, e as diferenças que elas apresentam são consistentes com suas diferenças principais; taxas de erro para os testes sobre as duas representações também são aceitáveis. O próximo capítulo trata da comparação entre estas duas representações no que diz respeito a estas diferentes propriedades, focado em estimar relações alométricas associadas às variáveis locais de forma e a relação entre estas estimativas e os padrões de modularidade estimados para distâncias entre marcos anatômicos. Os resultados encontrados enfatizam que os padrões de modularidade observados em distâncias entre marcos são consequência da alometria; linhagens como Homo e Gorilla, que apresentam padrões distintos de modularidade para as distâncias entre marcos estão associados a mudanças substanciais nas relações alométricas dos caracteres cranianos. O último capítulo explora a estrutura filogenética de mudanças nas propriedades variacionais fenotípicas na diversificação de Anthropoidea, considerando apenas variáveis de forma locais, uma vez que este capítulo também visa reforçar os resultados anteriores obtidos a partir de distâncias entre marcos, considerando-se um tipo diferente de representação morfométrica. Este capítulo muda o foco de testes a respeito de padrões de modularidade definidos a priori em direção a estimar a incerteza relacionada à estrutura de matrizes de covariância, decomposta sobre a filogenia de Anthropoidea. Os resultados obtidos demonstram que as mudanças na estrutura de covariância nesta linhagem são localizadas nas mesmas regiões do crânio ao longo de toda a história evolutiva do grupo, enquanto outras regiões mantêm associações estáveis. Assim, quando se considera as diferentes propriedades de representações morfométricas cuidadosamente, inferências feitas a partir de tais representações sobre propriedades variacionais são de fato compatíveis / Modularity is a characteristic property biological systems exhibit regarding the distribution of interactions between their composing elements; in this context, a module is a subset of elements which interact more among themselves than with other subsets. Regarding morphological systems, such property usually refers to the structure of the linear component of the genotype/phenotype map; however, the genetic, developmental, and functional interactions that produce phenotypes are often best described by non-linear dynamics, and a full appreciation of the complexity of such interactions is necessary for understanding phenotypic variational properties. Furthermore, given methodological advances in the field of morphometrics, one may choose different ways to represent morphological variation, and differences between representations may impact inferences made regarding variational properties. The present dissertation aims at exploring the relationship between morphometric representations and the characterization of variational properties, focusing on the comparative analysis of such properties on a macroevolutionary timeframe; Anthropoid Primates are used as a model lineage, given the availability of a large database of skull measurements. This relationship was evaluated under three different perspectives. First, an estimation of the error rates associated with tests for hypothesis that describe modularity patterns related to three different morphometric representations; such evaluation is also associated with an exploration of a subset of the database used here, considering the dynamical properties of developmental interactions that produce the Anthropoid skull. The results of this chapter imply that one of such representations, Procrustes residuals, fails to capture modularity patterns in this setting, considering its particular mathematical underpinnings. Other two representations, interlandmark distances and local shape variables, produce similar results which are directly associated with developmental dynamics, and the differences they exhibit are consistent with their different properties; error rates for tests over both representations are also acceptable. The next chapter deals with comparing these two representations with respect to these different properties, focusing on estimating allometric relationships over local shape variables and the relationship between such estimates and modularity patterns estimated for interlandmark distances. The results found stress out that modularity patterns observed in interlandmark distances are a consequence of allometry; lineages such as Homo and Gorilla, which exhibit distinct modularity patterns in interlandmark distances are associated with substantial changes in allometric relationships for skull traits. The last chapter explores the phylogenetic structure of changes in phenotypic variational properties across Anthropoid diversification, considering local shape variables alone, since this chapter also aims at reinforcing previous results obtained from interlandmark distances, considering a different type of morphometric representation. This chapter shifts the focus from testing a priori-defined modularity patterns to estimating the uncertainty related to covariance matrix structure decomposed over the Anthropoid phylogeny. The results obtained demonstrate that changes in covariance structure on this lineage are localized in the same skull regions across the entire evolutionary history of Anthropoidea, while other regions maintain stable associations. Thus, when one considers the different properties of morphometric representations carefully, inferences made from such representations regarding variational properties are in fact compatible
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Histórico de introdução do siri invasor Charybdis hellerii (A. Milne-Edwards, 1867) (Decapoda, Portunidae) na costa americana: ferramentas moleculares e morfologia comparativa / Introduction history of the invasive swimming crab Charybdis hellerii (A. Milne-Edwards, 1867) (Decapoda, Portunidae) on the American coast: molecular tools and comparative morphologyPereira, Mariana Negri 30 May 2016 (has links)
Charybdis hellerii (A. Milne-Edwards, 1867), espécie de siri nativa do Indo-Oeste Pacífico, dispersou-se para o mar Mediterrâneo com a abertura do canal de Suez. Em 1987, foi registrada pela primeira vez no Atlântico Ocidental, onde populações estabelecidas são reconhecidas dos EUA ao sul do Brasil. Acredita-se que sua introdução no continente americano teria ocorrido por meio de água de lastro de navios provenientes do mar Mediterrâneo. Por meio de análises moleculares utilizando-se três marcadores genéticos (um nuclear, H3, e dois mitocondriais, COI e 16S rDNA), de forma integrada à morfologia comparativa, realizou-se uma investigação do status taxonômico de C. hellerii e dos aspectos relacionados ao seu histórico de introdução. Para este último fim, objetivou-se: (1) o reconhecimento de regiões de origem e rotas de introdução; (2) a detecção ou não de gargalo genético e (3) de introduções múltiplas. A validade de C. hellerii como uma única entidade foi corroborada por alguns resultados: 100% de similaridade no marcador nuclear; monofilia de C. hellerii nos filogramas construídos com diversas espécies de Thalamitinae; divergência genética intraespecífica (COI - 0 a 4,2% e 16S rDNA - 0 a 0,9%) inferior à interespecífica esperada (COI - 6,2 a 21,5% e 16S rDNA - 3,9 a 15,2%) e total similaridade genética entre indivíduos com características morfológicas distintas. Estruturação genética e morfométrica foi detectada nas localidades nativas (+ mar Mediterrâneo), evidenciando dois grupos: Índico oeste + mar Mediterrâneo e Índico leste + Pacífico. A AMOVA para COI mostrou que 38,739% da diversidade encontrada está entre esses dois grupos (ct = 0,38, p = 0,00). A diferenciação genética entre o Índico e o Pacifico é recorrentemente associada a baixas do nível no mar na conexão entre estes oceanos no Pleistoceno. Essa estruturação nas áreas de origem foi fundamental para a detecção de introduções múltiplas na costa americana. A maior parte dos indivíduos da América se agrupou com o Índico oeste + mar Mediterrâneo, suportando o mar Mediterrâneo como a principal origem das populações americanas. No entanto, o agrupamento de espécimes do sul do Brasil com o grupo Índico leste + Pacífico também revelou introduções provenientes dessa região. Um grupo geneticamente distinto detectado na costa americana e geneticamente mais próximo do Índico leste + Pacífico sugere introdução proveniente de uma localidade não amostrada nas áreas de origem. Para ambos os marcadores mitocondriais, os valores de diversidade haplotípica nas áreas exóticas foram comparáveis aos das de origem e a diversidade nucleotídica foi predominantemente superior nas primeiras em relação às segundas. Estes resultados estão possivelmente relacionados à ocorrência de introduções múltiplas de áreas geneticamente distintas. Dos haplótipos de COI detectados no agrupamento Índico oeste + mar Mediterrâneo, apenas dois não foram encontrados nas populações americanas, sugerindo a não ocorrência de um gargalo genético expressivo. Para a introdução proveniente do Índico oeste + Pacífico, gargalo genético significativo possivelmente ocorreu, uma vez que dos 22 haplótipos encontrados nos 40 espécimes do agrupamento Índico leste + Pacífico, apenas três foram encontrados em quatro dos 87 indivíduos amostrados na América. Por fim, análises moleculares e morfológicas demonstraram que Charybdis variegata, espécies congênere recentemente registrada como uma nova espécie exótica na América, consiste na realidade em mais um exemplar de C. hellerii. / Charybdis hellerii (A. Milne-Edwards, 1867), an invasive swimming crab species native to the Indo-West Pacific, dispersed to the Mediterranean Sea via Suez Canal. In 1987, it was first reported to the western Atlantic, where self-maintaining populations are currently found from the USA to southern Brazil. It is suggested that animals were transported to America in their larval stages through ballast water from ships probably loaded at Mediterranean ports. An integrative approach of morphological and molecular analyses using three molecular markers (one nuclear, H3 and two mitochondrial, COI and 16S rDNA) was performed in order to check the taxonomic status of C. hellerii and investigate its introduction history. For the latter purpose, this study aimed: (1) to track potential sources, routes of introduction, (2) assess the occurrence or not of multiple introductions and (3) of genetic bottlenecks. C. hellerii was confirmed as a single entity according to the following results: 100% of similarity for the nuclear marker; monophyly of C. hellerii clade in the phylograms including several species of the subfamily Thalamitinae; intraspecific genetic diversity (COI - 0 to 4.2% and 16S rDNA - 0 to 0.9%) inferior to interspecific value expected for the studied loci (COI - 6.2 to 21.5% and 16S rDNA - 3.9 a 15.2%) and total genetic similarity of individuals with different morphological traits. Genetic and morphometric structure was detected in C. hellerii native range (and the Mediterranean Sea), showing two groups: Western Indian Ocean + Mediterranean Sea and Eastern Indian + Pacific Oceans. The AMOVA results for COI revealed that 38.739% of variation was between both groups (ct = 0.38, p = 0.00). This genetic break between the Pacific and Indian Oceans is constantly associated with sea level fluctuations in the connection between both Oceans during the Pleistocene glaciation events. This genetic structure allowed the detection of independent introduction events along the American coast. As most animals from this exotic range were clustered with the Western Indian Ocean + Mediterranean Sea group, the Mediterranean populations were supported as the main source of the American ones. However, the cluster of animals from the southern Brazil with the Eastern Indian + Pacific Oceans group indicated that introductions from these native regions might also have occurred. A third group found solely in the American range and genetically related to Eastern Indian + Pacific also suggested introductions from an unsampled locality of native range. The haplotype diversities of American localities were comparable to those of source ones, whereas the nucleotide diversities were predominantly higher in the non-native localities. These diversity indexes results might be related to the occurrence of multiple introductions from genetic distinct areas. Among all haplotypes of the Indian Ocean + Mediterranean Sea cluster, only two were not found in America, what suggests no expressive bottleneck in the introduction from this source. However, a genetic bottleneck might explain the low number of equal haplotypes between the Eastern Indian + Pacific Ocean cluster and the Atlantic range. Only three haplotypes were detected in four specimens out of 87 collected in American localities in comparison to 22 found in the native group. In addition, the molecular and morphological analyses confirmed that a congeneric species, Charybdis variegata, recently recorded on the American coast, is actually another C. hellerii specimen.
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Sistemática e história evolutiva do gênero de morcegos neotropical Pteronotus (Chiroptera: Mormoopidae) / Systematics and evolutionary history of the neotropical bats Pteronotus (Chiroptera: Mormoopidae)Pavan, Ana Carolina D\'Oliveira 11 December 2014 (has links)
Uma abordagem multidisciplinar integrando sistemática molecular, morfometria e genética quantitativa foi utlizada para investigar a história evolutiva do gênero Pteronotus (Chiroptera:Mormoopidae). Esse grupo de morcegos neotropical que tem recebido particular atenção na ultima década por possuir uma diversidade genética incompátivel com a variação morfológica e diversidade taxonômica atualmente descritas. A ultima revisão sistemática do gênero descreve seis espécies e 17 subespécies, mas trabalhos recentes têm reportado elevados níveis de divergência genética entre táxons coespecíficos, sugerindo que a diversidade do grupo está subestimada. Até o momento, nenhum trabalho foi realizado reunindo evidências genéticas e variação morfométrica de todas as unidades taxonômicas atualmente reconhecidas no gênero. Baseada numa ampla amostragem que incluiu grande parte da extensão geográfica do grupo e representantes de 19 dentre os 20 táxons nominais existentes, eu investiguei a variação genética, morfométrica e o padrão de covariação fenotípica entre os caracteres que compõem o crânio das espécies do gênero Pteronotus. Investigaçãoes adicionais foram feitas a fim de propor intervalos de datas para os principais eventos de diversificação dentro do grupo, e quais processos evolutivos e biogeográficos foram os principais responsáveis pelo número e o padrão de distribuição das espécies atuais. As análises filogenéticas, utilizando cinco loci, confirmam resultados prévios sobre a diversidade críptica do grupo, além de sugerirem uma elevada correspondência entre as linhagens genéticas e as subespécies atualmente reconhecidas. Análises discriminantes de 41 variáveis que descrevem tamanho e forma dos ossos do crânio corroboram a elevação das linhagens genéticas ao status de espécie. Um novo arranjo taxonômico é proposto para o gênero, composto por 18 espécies. O padrão de integração nos crânios da Família Mormoopidae apresenta uma estrutura relativamente conservada, concordando com resultados observados em outros grupos de mamíferos, acompanhada por magnitudes gerais de integração relativamente baixas na maioria das espécies. Os resultados sugerem que os crânios dos mormoopídeos são bastante modulares e que o padrão estrutural de associação entre os caracteres cranianos não pode ser explicado apenas por ação da deriva genética na maioria dos nós da filogenia. Os dados indicam que os crânios em Mormoopidae devem ser bastantes flexíveis em suas respostas evolutivas e que a seleção natural agiu conjuntamente sobre eixos de variação distintos da estrutura craniana ao longo da diversificação do grupo. O gênero Pteronotus se originou no Mioceno, há cerca de 17 milhões de anos, e os eventos de diversificação que deram origem aos principais clados do táxon ocorreram entre 15 e 7 milhões de anos atrás. O padrão replicado de ocupação geográfica entre os diferentes clados de Pteronotus sugere um modelo de especiação essencialmente vicariante, mas que requer dispersão para explicar a distribuição de algumas linhagens atuais, assim como as áreas ancestrais estimadas em alguns nós da filogenia. Muitas das espécies do gênero surgiram nos últimos três milhões de anos, período em que o continente americano sofreu algumas reorganizações geográficas e oscilações climáticas intensas, enquanto os eventos de diversificação intraespecífica são bastante recentes, tendo ocorrido no Pleistoceno tardio / A multidisciplinary approach integrating molecular systematics, morphometrics and quantitative genetics was used to investigate the evolutionary history of the genus Pteronotus (Chiroptera: Mormoopidae). This Neotropical bat group has received particular attention in the last decade for harboring a genetic diversity much higher than morphological variation and taxonomic diversity currently described. According to the last systematic review this genus has six species with 17 subspecies. However, recent studies reported high levels of genetic divergence among conspecific taxa, suggesting an underestimated diversity for the genus. To date, no work combining genetic evidences and morphometric variation from all taxonomic units currently recognized in this group was performed. Based on a comprehensive sampling including most of the geographic range and 19 from 20 nominal taxa recognized for the genus, I investigated the genetic and morphological variation and the phenotypic covariance patterns among skull characters of Pteronotus species. Additional investigations were made to propose date intervals for the main diversification events within the group, and possible evolutionary and biogeographic processes responsible for the number and distributional patterns of current species. The phylogenetic analyses, using five loci, corroborate previous results on the criptic diversity of the group, and suggest a high correspondence among the genetic lineages and the currently recognized subspecies. Discriminant analysis of 41 variables describing size and shape of cranial bones support the rising of these groups to the specific status. Therefore, we present an updated taxonomic arrangement composed by 18 species. The cranial integration pattern of the family Mormoopidae shows a relatively conserved structure, in accordance with previous results for other mammal groups, followed by low levels of overall magnitude of integration in the majority of species. Results suggest a highly modular skull for mormoopids, and a pattern of structural association among characters that cannot be explained by genetic drift alone in most part of phylogeny nodes. Data indicates that skulls of Mormoopidae should be very flexible in their evolutionary responses, and that natural selection acted together over different lines of variation in cranial structure during the group\'s diversification. Pteronotus arose in Miocene, around 17 million years ago, and the diversification events yielding to the main clades within the genus took place from 15 to 7 million years ago. The replicated pattern of geographic occupancy among different clades of Pteronotus suggest an essentially vicariant model of speciation, but dispersion is also required to explain the geographic range of some of the current lineages, as well as the estimated ancestral areas of some phylogeny nodes. Many of the species in the genus arose in the last three million years , when the American continent underwent some geographic reorganizations and severe climatic oscillations, while the intraspecific diversification events are very recent, having ocurred in the Late Pleistocene
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Taxonomic review and comparative morphology of the species of the genus Isistius Gill, 1864 (Chondrichthyes, Squaliformes: Dalatiidae) / Revisão taxonômica e morfologia comparada das espécies do gênero Isistius Gill, 1864 (Chondrichthyes: Squaliformes: Dalatiidae)Petean, Flávia de Figueiredo 27 January 2015 (has links)
The genus Isistius Gill, 1864, which belongs to the family Dalatiidae, currently has three valid species: Isistius brasiliensis Quoy & Gaimard, 1824, I. plutodus Garrick & Springer, 1964 and I. labialis Meng, Zhu & Li, 1985. The most common species, I. brasiliensis, has a wide geographic distribution, and can be found in subtemperate and tropical seas; a comparative analysis of specimens from different localities has never been done. This study has thoroughly analyzed the morphological variation of this species along its distribution, elucidating that it represents only one species, and I. labialis becomes a junior synonym. The other species, I. plutodus, is known from only few specimens, raising doubts about their validity since I. brasiliensis is widely distributed. A detailed comparative analysis of these individuals was undertaken to test the validity of this species. The representatives of all the nominal species within Isistius were studied, identifying them morphologically and re-describing them through more precise characters. Therefore, this study analyzed minutely the external morphology, such as coloration, dentition, dermal denticles, body proportions, and internal morphology, such as the skeleton and musculature, of the known species, also covering morphometric and meristic aspects, to better define the genus and provide relevant morphological subsidies that may integrate future phylogenetic analysis of genera within the family / O gênero Isistius Gill, 1864, pertencente à família Dalatiidae, atualmente apresenta três espécies válidas: Isistius brasiliensis Quoy & Gaimard, 1824, I. plutodus Garrick & Springer, 1964 e I. labialis, Meng, Zhu & Li, 1985. A espécie mais comum, I. brasiliensis, tem uma ampla distribuição geográfica e pode ser encontrada em mares subtemperados e tropicais; uma análise comparativa detalhada de exemplares provenientes de diferentes localidades nunca foi feita. Este estudo examinou detalhadamente a variação morfológica desta espécie ao longo de sua distribuição, elucidando que ela representa apenas uma espécie, além de I. labialis ter se tornado um sinônimo júnior. A outra espécie, I. plutodus, é conhecida apenas por alguns exemplares, levantando dúvidas acerca de sua validade, dado que I. brasiliensis é amplamente distribuído. Foi feita uma análise comparativa detalhada destes indivíduos a fim de testar a validade da espécie. Estudaram-se representantes de todas as espécies nominais de Isistius, identificando-os morfologicamente e os redescrevendo através de caracteres mais precisos. Assim, este estudo analisou detalhadamente a morfologia externa, como coloração, dentição, dentículos dérmicos, proporções corporais, e interna, como esqueleto e musculatura, das espécies conhecidas além de examinar aspectos morfométricos e merísticos que auxiliaram na melhor definição do gênero e forneceram subsídios morfológicos relevantes que podem integrar futuras análises filogenéticas dentro da família
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Alterações reprodutivas causadas pela infecção por Wolbachia pipientis em Culex quinquefasciatus. / Reproductive alterations caused by infection by Wolbachia pipientis on Culex quinquefasciatus.Almeida, Fabio de 07 February 2013 (has links)
Wolbachia é uma bactéria endossimbionte que interfere na reprodução de seus hospedeiros. Dentre os efeitos estão: partenogênese, morte dos machos, feminização, alterações na aptidão reprodutiva e incompatibilidade citoplasmática. Este trabalho avalia e compara as diferenças fisiológicas e reprodutivas entre Culex quinquefasciatus infectados e não-infectados por Wolbachia. As larvas de mosquitos não-infectadas atingem o estágio adulto anteriormente. As fêmeas adultas não- infectadas têm maior capacidade de depositar ovos, depositam uma maior quantidade de ovos e estes são também mais viáveis. Em contrapartida as fêmeas infectadas vivem mais tempo quando alimentadas com sangue, e necessitam de menos tempo, após a alimentação sanguínea, para depositar ovos. O fato de os mosquitos não-infectados terem uma melhor aptidão reprodutiva pode estar relacionado a diferenças na quantidade de vitelogenina. Constatamos que o tamanho alar não é significativamente alterado com a desinfecção, porém a assimetria bilateral alar dos mosquitos infectados é mais acentuada. / Wolbachia is an endosymbiont bacterium that interferes on reproduction of their hosts. It can cause: parthenogenesis, male-killing, feminilization, alterations in reproductive fitness and cytoplasmic incompatibility. This study evaluated and compared physiological and reproductive differences between Culex quinquefasciatus infected and non-infected with Wolbachia. We noted that the mosquito larvae of non-infected mosquitoes reach the adult stage earlier. Uninfected adult females have higher ability to lay eggs, lay more eggs and those eggs have higher viability. In contrast, infected females live longer when fed with blood, and require less time after blood feeding to lay eggs. The fact that non-infected mosquitoes have better reproductive fitness may be related to differences in the amount of vitellogenin. We noted that wing size is not significantly altered by the infection, and that the infected mosquitoes showed higher bilateral wing asymmetry.
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