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A noção de prudência na Suma de teologia (IIª-IIª, Q. 47-51) de Tomás de Aquino /Oliveira, Eloi Maia de. January 2017 (has links)
Orientador: Andrey Ivanov / Banca: Anderson D'Arc Ferreira / Banca: Carlos Alberto Albertuni / Resumo: O presente trabalho tem como objetivo geral analisar o conjunto de questões da Suma de teologia que concernem ao tratamento da prudência, recorrendo quando necessário a outros textos de Tomás de Aquino. Nosso objetivo específico é desenvolver uma investigação que envolve a filosofa moral de Tomás e, para isso, será necessário entendermos a o papel da alma humana e suas ações. A noção de hábito e, consequentemente, a noção de virtude e suas distinções perpassarão nosso trabalho a fim de nos determos em particular da virtude da prudência considerada em si mesma e suas partes. Nossa linha de trabalho será a de compreender o papel da prudência na ação moral do agente, de acordo com Tomás, e como tal virtude beneficia determinada ação, dispondo dos meios necessários para a realização do bem moral em consonância com as demais virtudes cardeais e intelectuais. / Abstract: The present work has as main objective to analyze the set of questions of the Summa theologiae that concern the treatment of prudence, relying on other Aquinas' texts when needed. Our specific objective is to develop an investigation that involves the moral philosophy of Aquinas and, therefore, it will be necessary to understand the role of the human soul and its actions. The notion of habit and consequently the notion of virtue and its distinctions will run through our work in order to dwell particularly on the virtue of prudence considered in itself and its parts. Our working line will be to understand the role of prudence in the moral action of the agent according to Aquinas, and how such virtue benefits a certain action having the necessary means for the fulfillment of moral good in consonance with other cardinal and intellectual virtues. / Mestre
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O sagrado e o profano na autonomia do homem modernoSilva, Alcione Carvalho da January 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013 / In questo lavoro di dissertazione, se desidera analizzare e comprendere la società attuale, che è caratterizzata da culture tecnologiche e scientifiche, e cosi rischi a diperdere il senso dei termini sacri e profani o semplicemente non conosce la differenza tra di loro. Alla luce del pensiero di Mircea Eliade, Umberto Galimberti e Andres Torres Queiruga, la dissertazione parte di uma fondamentazione biblico- teologica rasentando in collegamenti e interpretazioni filosofiche che dimostrano il rapporto sacro e profano, nel decorso della storia Dell`umanità, arrivando al pensiero ed al cambiamento culturale, oltre che allá soggettività religiosa nel mondo in cui l'uomo è incoraggiato a essere indipendente e seguire un contesto arreligioso. Detto questo, si puo domandare: sará possibile allùomo di oggi fare la la distinzione e percepire il valore tra il sacro e il profano, e cultuare una fede in una fonte trascendente? Inoltre, in questa revisione della letteratura, alla luce di documenti post-conciliari e altre opere, cerca di contemplare la visione della Chiesa Cattolica su punti fondamentali nella formazione umana, i quali devono garantire i principi morale e di fede, inseriti in day-to-day dei cristiani. Concludiamo sottolineando i modi in cui i cambiamenti di paradigma e gli avanzi culturale stanno causando, così come un nuovo dialogo tra fede e scienza ed i nuovi mezzi di vivere una esperienza di Dio, vale a dire, per distinguere tra sacro e profano. ita / Neste trabalho de dissertação se quer analisar e compreender a sociedade atual, marcada pela cultura tecnológica e científica, correndo-se, assim, o risco de perder o sentido dos termos sagrado e profano ou, simplesmente, não saber a diferença entre os mesmos. À luz do pensamento de Mircea Eliade, Umberto Galimberti e Andrés Torres Queiruga, a dissertação parte de uma fundamentação bíblico-teológica perpassando por ligações e interpretações filosóficas que demonstram a relação sagrada e profana no decurso da história da humanidade, chegando ao pensamento e à mudança cultural, bem como à subjetividade religiosa no mundo em que o homem é incentivado a ser autônomo e seguir um contexto arreligioso. Diante disso, cabe a interrogação: Será possível o homem atual fazer a distinção e perceber o valor entre o sagrado e o profano, bem como cultuar uma fé em uma fonte transcendente? Também, nesta pesquisa bibliográfica, à luz de documentos pós-conciliares e outras obras, tenta-se contemplar a visão da Igreja Católica sobre pontos fundamentais na formação humana, os quais devem zelar pelos princípios morais e de fé, inseridos no dia-a-dia de cristãos. Conclui-se salientando a importância de que as mudanças de paradigmas e avanço cultural estão provocando, assim como um novo diálogo entre fé e ciência e os novos meios de vivenciar uma experiência de Deus, ou seja, de fazer a distinção entre o sagrado e profano.
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O agir humano em Confissões e obras anteriores de Agostinho de Hipona: um estudo das relações entre libido, consuetudo e voluntasDegani, Patrícia January 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008 / In order to answer the question of why the subject does not always act according to his reasoning, Augustine of Hippo (354-430 A. D. ) establishes the concept of divided will in Confessions, Book VIII. Such concept comes from the interconexion of the terms libido, consuetudo and voluntas developed in his work previous to the Confessions, from the pieces written in his first years to the one produced until 401 A. D. Upon the analysis of libido, consuetudo and voluntas in the works previous to Augustine’s autobiographical work, the following ideas remain with a significant number of occurrences: the idea of libido as an unbridled desire, consuetudo as a habit and an evolution of the concept of voluntas parted into will (voluntas) and free choice of the will (liberum arbitrium voluntatis). In this specific context, will may be understood as an inclination which might tend both to temporal or eternal goods. However, due to man’s corrupted nature after the Fall, the will does not naturally tend towards eternal goods. Since the will tends towards temporal goods, the unbridled desire and the habit of enjoying such goods prevent mankind from the absolute use of the free choice of the will. Therefore, a partition of the will between superior and inferior goods occur. The free choice of will is not able to establish its power to determine the will, since it is obstructed by the unbridled desire, which is part of the fallen man, and by the habit. The liberation of free choice of the will from the chains of the libido and the consuetude is perceived as a work of the Divine Grace, since the unbridled desire may not be overcome by the individual itself, although it is possible to fight against the habit. Therefore, the interconnection among libido, consuetudo and voluntas explains the idea of divided will and the necessity of intervention of a power above man to discontinue the vicious cycle thus established. / Para responder à pergunta de por que o sujeito não age sempre segundo sua razão, Agostinho de Hipona (354- 430 d. C) formula o conceito de vontade cindida em Confissões, VIII. Esse conceito resulta da interrelação dos termos libido, consuetudo e voluntas desenvolvida nas obras anteriores ao ano de aparição de Confissões, compreendidas entre suas primeiras obras até 401 d. C. Na análise de libido, consuetudo e voluntas nas obras anteriores ao relato autobiográfico do hiponense, com um número significativo de ocorrências, permanece o entendimento de libido como desejo desmedido, consuetudo como hábito e uma evolução no conceito de voluntas, desdobrado entre vontade (voluntas) e livre-arbítrio da vontade (liberum arbitrium voluntatis). A vontade, entendida nesse contexto específico como uma inclinação, pode pender tanto para os bens temporais quanto para os eternos. No entanto, devido à natureza corrompida do homem depois da Queda, a vontade já não mais se inclina naturalmente para os bens eternos. Estando a vontade inclinada para os bens temporais, o desejo desmedido e o hábito de usufruir desses bens impedem o pleno exercício do livrearbítrio da vontade. Ocorre, portanto, uma cisão da vontade entre os bens superiores e os inferiores. O livre-arbítrio não consegue exercer o seu poder de determinar a vontade, pois está impedido pelo desejo desmedido, constitutivo do homem caído, e pelo hábito. A libertação do livre-arbítrio dos grilhões da libido e da consuetudo é percebida como obra da Graça divina, uma vez que o desejo desmedido não pode ser superado pelo próprio indivíduo, embora se possa combater o hábito. Portanto, a interrelação entre libido, consuetudo e voluntas explica a idéia de vontade cindida e a necessidade da intervenção de um poder acima do homem para romper o ciclo vicioso assim instaurado.
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Central da Periferia e a formação de um novo acontecimento discursivo na Rede GloboGouveia Moreira, Diego 31 January 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Esta dissertação analisa como o conjunto de programas do Núcleo Guel
Arraes que tem as favelas como tema prioritário constituiu um novo
acontecimento discursivo na Rede Globo. Para isso, com base no aporte
teórico de Michel Foucault, são estudadas as condições de possibilidade
para o surgimento desses novos enunciados e os fatores que contribuíram
para as favelas se tornarem um enunciado possível dentro da ordem
discursiva da emissora. Também é abordado o papel de Guel Arraes,
Hermano Vianna e Regina Casé na criação de um espaço privilegiado para
essa enunciação e como o projeto de visibilidade afirmativa do trio
instaurou uma nova política de verdade. O programa Central da Periferia foi
escolhido como referência para análise das principais recorrências de
enunciabilidade das periferias. Foram identificadas duas perspectivas de
enunciação. No projeto estético, analisamos como os mecanismos de
montagem expressiva, autorreferencialidade, processo como produto, apelo
à inversão e a performance de Regina Casé contribuem para formação de
um acontecimento discursivo sobre a forma de referência às favelas.
Depois, dentro da estratégia ética, são destacados os principais topoi
discursivos do programa: relação centro e periferia, crítica à grande mídia,
reivindicação por uma visibilidade afirmativa. No final do trabalho,
defendemos que, mesmo enunciando uma nova vontade de verdade
(Foucault, 2007b) pela inclusão social, o programa não mudou a ordem
discursiva da Rede Globo, mas contribuiu para novas formas de
identificação das favelas
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Direito de superfície e sua formatação contratual: entrea autonomia da vontade e a tipicidade dos direitos reaisALBUQUERQUE JÚNIOR, Roberto Paulino de January 2006 (has links)
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Previous issue date: 2006 / Universidade Federal de Pernambuco / O direito real de superfície guarda intensa dependência de sua regulamentação contratual. A margem de atuação da vontade das partes é tão acentuada que de fato chega a modelar ativamente a estrutura da relação jurídica real, seu objeto e suas características. Conseqüentemente, a teoria da superfície exige repensar o princípio da tipicidade dos direitos reais, que em sua concepção tradicional repele o auto-regramento no campo do direito das coisas. Constatou-se que, no direito contemporâneo, o mencionado princípio assume contornos diversos. Persiste a vedação à livre criação de figuras reais atípicas, por serem estas dispostas em numerus clausus pelo ordenamento, mas dentro de cada tipo pré-determinado existe um espaço para o molde contratual. Assim, em matéria de direito de superfície, deve o contrato respeitar suas linhas básicas suspensão da acessão e domínio autônomo sobre a coisa implantada mas pode determinar numerosos aspectos, concernentes tanto ao conteúdo da superfície em si, quanto a relações acessórias de natureza propter rem. Esta atividade criativa não é ilimitada, submetendo-se a dois tipos de controle: o primário, que verifica o respeito aos elementos nucleares do tipo, e o secundário, que filtra as inovações de conteúdo e os deveres acessórios. Tal controle secundário deve ser baseado em critério de legitimidade constitucional, orientado por dois cânones fundamentais, a função social da propriedade e a boa-fé objetiva. O resultado deste processo de modelação contratual será o concreto estatuto superficiário
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O aprendizado da vontade e as dores do mundo / Learning to desire and the pains of the worldDalton Oscar Walbruni Lima 12 April 2011 (has links)
nÃo hà / Em linhas gerais a pergunta fundamental do texto Ã: pensar em educaÃÃo segundo Schopenhauer à falar de nÃo educaÃÃo em Schopenhauer? O estudo que se segue trata do aprendizado da vontade no que diz respeito a sua relaÃÃo com o mundo. As dores do mundo sÃo de fundamental importÃncia para que a vontade tome consciÃncia de si e se negue. O pensamento de Schopenhauer defende a ideia de que pela negaÃÃo dos prazeres à possÃvel a supressÃo da desgraÃa universal que à o sofrimento. A vontade consiste na raiz metafÃsica do mundo e configura-se o fundamento de todas as dores do mundo e quando ela se objetiva à para satisfazer os seus desejos inconscientes. A sublimaÃÃo da mÃsica faz com que a vontade por alguns instantes fique extasiada e se elevando temporariamente acima dos fenÃmenos consiga distanciar-se dos sofrimentos. Mas a mÃsica à a partitura no tempo, nÃo à possÃvel ficar ai por mundo tempo e logo que a ilusÃo cessa as dores retornam novamente. O aprendizado que a vontade consegue extrair da mÃsica nÃo à suficiente para suprimir as dores e Schopenhauer acredita que sà pela resignaÃÃo seja possÃvel extirpar de uma vez todos os nossos sofrimentos e conseguirmos chegar a um estÃgio de negaÃÃo total de si. O aprendizado da vontade ocorre quando ela chega a esse estado de total ascetismo. Ao longo da pesquisa sÃo feitas vÃrias perguntas no tocante, por exemplo, ao ato de resignar-se ser uma aÃÃo educativa como pensava Durkheim? O aprendizado da vontade à um ato educativo, jà que à uma aÃÃo prÃtica exercida sobre o prÃprio corpo? EntÃo, pensar a educaÃÃo em Schopenhauer à falar de nÃo educaÃÃo em Schopenhauer?
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Identidade entre ideia e volição: a crítica à imagem do livre-arbítrio em Espinosa / Identité entre l\'idée et volition: la critique à l\'image du libre arbitre chez SpinozaJuarez Lopes Rodrigues 11 February 2014 (has links)
Le but de cette dissertation est dexpliciter, autant que possible, les critiques formulées par Spinoza par rapport à Descartes, en particulier sa doctrine du libre arbitre. En comprenant la notion cartésienne de volonté libre, nous essayons de préciser la rupture existante entre les deux philosophes. Nous analyserons dans lÉtique et dans le Traité de la Reforme de lEntendiment la conception de la nature de lidée et sa distinction entre des idées adéquates et inadéquates, qui nos conduira à sa critique de la faculté de la volonté libre. Cette analyse se detient en particulier sur lidentification que Spinoza fait entre lidée et volition, étant lidée conçue comme un acte daffirmation ou de négation, de sorte que la volition est constitutive de lidée. Cest en vertu de cette identité que Spinoza affirmera que le vrai et le faux ne se réfèrent pas à un jugement extérieure aux idées, mais à un jugement qui opère internement, dans les idées elles-mêmes. Avec cette analyse, nous essaieront de montrer que lidentité entre lidée et volition nélimine pas le caractère volontaire de laction cognitive de lhomme dans la philosophie spinoziste. La critique de Spinoza à la notion de volonté, comprise comme une faculté abstraite, cest à dire, un universel abstrait, vise à rompre avec lidée que la volonté est absolument libre. La volonté cessera dêtre la faculté qui affirme à partir de lindétermination entre contraires et deviendra laffirmation de la libre necessité. Par contre, cest la conception dune faculté universelle et abstraite qui donnera lieu à lilusion du libre arbitre. / O escopo dessa dissertação é explicitar, na medida do possível, as críticas formuladas por Espinosa em relação a Descartes, notadamente em sua doutrina do livre-arbítrio. Compreendendo a noção de livre-arbítrio cartesiano, tentaremos precisar a ruptura existente entre os dois filósofos. Analisaremos na Ética e no Tratado da emenda do intelecto a concepção da natureza da ideia e a sua distinção entre ideias adequadas e inadequadas, o que nos levará à sua crítica da faculdade da vontade livre. Essa análise se deterá especialmente na identificação que Espinosa realiza entre ideia e volição, sendo a ideia concebida como um ato de afirmação ou negação, de modo que a volição é constitutiva da ideia. É em virtude dessa identidade que Espinosa afirmará que o verdadeiro e o falso não se referem a um juízo exterior às ideias, mas a um juízo que opera internamente, nas próprias ideias. Com essa análise, tentaremos evidenciar que a identidade entre ideia e volição não elimina o caráter voluntário da ação cognitiva do homem na filosofia espinosana. A crítica de Espinosa em relação ao conceito de vontade, entendida como uma faculdade abstrata, isto é um universal abstrato, visa a romper com a ideia de que a vontade é absolutamente livre. A vontade deixa de ser a faculdade que afirma a liberdade entre contrários e torna-se a afirmação da livre necessidade. É essa concepção de uma faculdade universal e abstrata que acarretará ilusão do livre-arbítrio.
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Nietzsche e a autossuperação da filosofia da vontade: uma interpretação sobre o papel da recepção de Schopenhauer no percurso da obra nietzschiana / Nietzsche and the overcoming of the philosophy of will: an interpretation of the role of Schopenhauer\'s reception in the course of Nietzsche\'s workSoares, Daniel Quaresma Figueira 24 April 2015 (has links)
Esta tese aborda alguns aspectos da recepção de Schopenhauer durante o percurso da obra de Nietzsche, procurando compreender sobretudo o papel desempenhado pelo autor de O mundo como vontade e representação no desenvolvimento do pensamento nietzschiano. A primeira parte analisa o período de juventude da obra nietzschiana, almejando evidenciar uma peculiaridade na relação de filiação existente entre o jovem filólogo e seu denominado educador. A aparente simplicidade da relação entre um discípulo e seu mestre, sugerida pela constatação de que Nietzsche assume grande parte da doutrina schopenhaueriana durante este período de sua obra, torna-se problemática ao percebermos uma diferença crucial de posicionamento ante a questão fundamental proposta por Schopenhauer e recebida por Nietzsche como orientadora de seu pensamento: a questão do valor da vida. Esta análise insere-se numa reflexão sobre a própria concepção de filosofia. Já na segunda parte, trata-se de abordar o período intermediário da obra de Nietzsche, procurando matizar a conhecida ruptura nietzschiana em relação a Schopenhauer durante este período. O intuito principal desta parte é expor como, ao mesmo tempo em que passa a rejeitar e tecer diversas críticas à doutrina schopenhaueriana, Nietzsche permanece ainda orbitando no horizonte daquela questão fundamental proposta por Schopenhauer. Na terceira parte, procura-se demonstrar como Nietzsche efetua uma autossuperação da filosofia da vontade ao elaborar uma nova concepção do querer, na medida em que a noção de vontade de potência é erigida tendo como pano de fundo o questionamento de um pressuposto velado que sustentava a filosofia de Schopenhauer. A partir dessa nova compreensão do querer, Nietzsche é capaz tanto de reelaborar algumas noções que apareciam desde o início de sua trajetória quanto de formalizar o derradeiro papel de Schopenhauer na constituição de seu próprio pensamento: para isso, será necessária uma contextualização e depuração daquela questão fundamental. / This thesis deals with some aspects of Schopenhauers reception during the course of Nietzsches work, aiming mainly at understanding the role played by the author of The World as Will and Representation in the development of Nietzschean thought. The first part analyzes the period of the youth of Nietzschean work, intending to evince a peculiarity in the relation of filiation existing between the young philologist and his so-called educator. The apparent simplicity of the relation between a learner and his master, suggested by the verification that Nietzsche largely assumes Schopenhauerian doctrine during this period of his work, becomes problematic as we notice a crucial difference of position when facing the fundamental question proposed by Schopenhauer and received by Nietzsche as a guideline for his thought: the question of the value of life. This analysis is part of a reflection on the conception of philosophy itself. The second part approaches the middle period of Nietzsches work, looking for the nuances of the known Nietzschean rupture in relation to Schopenhauer during this period. The main goal of this part is to show how, while rejecting and criticizing Schopenhauerian doctrine, Nietzsche continues to orbit in the horizon of that fundamental question proposed by Schopenhauer. In the third part, we seek to demonstrate how Nietzsche overcomes the philosophy of Will as he elaborates a new conception of will; the notion of will to power is built having as background the questioning of a hidden presupposition that held Schopenhauers philosophy. From this new way to understand the will, Nietzsche is able to re-elaborate some notions that were present since the beginning of his work and to formalize the last role of Schopenhauer in the constitution of his own thought: for this, it will be necessary to contextualize and depurate that fundamental question.
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Nietzsche e a autossuperação da filosofia da vontade: uma interpretação sobre o papel da recepção de Schopenhauer no percurso da obra nietzschiana / Nietzsche and the overcoming of the philosophy of will: an interpretation of the role of Schopenhauer\'s reception in the course of Nietzsche\'s workDaniel Quaresma Figueira Soares 24 April 2015 (has links)
Esta tese aborda alguns aspectos da recepção de Schopenhauer durante o percurso da obra de Nietzsche, procurando compreender sobretudo o papel desempenhado pelo autor de O mundo como vontade e representação no desenvolvimento do pensamento nietzschiano. A primeira parte analisa o período de juventude da obra nietzschiana, almejando evidenciar uma peculiaridade na relação de filiação existente entre o jovem filólogo e seu denominado educador. A aparente simplicidade da relação entre um discípulo e seu mestre, sugerida pela constatação de que Nietzsche assume grande parte da doutrina schopenhaueriana durante este período de sua obra, torna-se problemática ao percebermos uma diferença crucial de posicionamento ante a questão fundamental proposta por Schopenhauer e recebida por Nietzsche como orientadora de seu pensamento: a questão do valor da vida. Esta análise insere-se numa reflexão sobre a própria concepção de filosofia. Já na segunda parte, trata-se de abordar o período intermediário da obra de Nietzsche, procurando matizar a conhecida ruptura nietzschiana em relação a Schopenhauer durante este período. O intuito principal desta parte é expor como, ao mesmo tempo em que passa a rejeitar e tecer diversas críticas à doutrina schopenhaueriana, Nietzsche permanece ainda orbitando no horizonte daquela questão fundamental proposta por Schopenhauer. Na terceira parte, procura-se demonstrar como Nietzsche efetua uma autossuperação da filosofia da vontade ao elaborar uma nova concepção do querer, na medida em que a noção de vontade de potência é erigida tendo como pano de fundo o questionamento de um pressuposto velado que sustentava a filosofia de Schopenhauer. A partir dessa nova compreensão do querer, Nietzsche é capaz tanto de reelaborar algumas noções que apareciam desde o início de sua trajetória quanto de formalizar o derradeiro papel de Schopenhauer na constituição de seu próprio pensamento: para isso, será necessária uma contextualização e depuração daquela questão fundamental. / This thesis deals with some aspects of Schopenhauers reception during the course of Nietzsches work, aiming mainly at understanding the role played by the author of The World as Will and Representation in the development of Nietzschean thought. The first part analyzes the period of the youth of Nietzschean work, intending to evince a peculiarity in the relation of filiation existing between the young philologist and his so-called educator. The apparent simplicity of the relation between a learner and his master, suggested by the verification that Nietzsche largely assumes Schopenhauerian doctrine during this period of his work, becomes problematic as we notice a crucial difference of position when facing the fundamental question proposed by Schopenhauer and received by Nietzsche as a guideline for his thought: the question of the value of life. This analysis is part of a reflection on the conception of philosophy itself. The second part approaches the middle period of Nietzsches work, looking for the nuances of the known Nietzschean rupture in relation to Schopenhauer during this period. The main goal of this part is to show how, while rejecting and criticizing Schopenhauerian doctrine, Nietzsche continues to orbit in the horizon of that fundamental question proposed by Schopenhauer. In the third part, we seek to demonstrate how Nietzsche overcomes the philosophy of Will as he elaborates a new conception of will; the notion of will to power is built having as background the questioning of a hidden presupposition that held Schopenhauers philosophy. From this new way to understand the will, Nietzsche is able to re-elaborate some notions that were present since the beginning of his work and to formalize the last role of Schopenhauer in the constitution of his own thought: for this, it will be necessary to contextualize and depurate that fundamental question.
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O Povo no Poder: Virtude e vontade no Estado legítimo de Jean-Jacques RousseauPires, Felipe Augusto Mariano 26 February 2015 (has links)
Submitted by Fabio Sobreira Campos da Costa (fabio.sobreira@ufpe.br) on 2015-05-28T14:12:37Z
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Previous issue date: 2015-02-26 / Este trabalho analisou as funções atribuídas à vontade e à virtude na história da teoria das formas de governo em relação com a possibilidade de participação do povo no poder com o objetivo de compreender as funções que tais conceitos recebem no Contrato Social de Jean-Jacques Rousseau para possibilitar a participação do povo no processo de decisões políticas. A análise partiu de quatro pilares, a teoria das formas de governo, a ideia do bem comum, a ideia de tirania do povo e o que foi chamado de núcleo argumentativo da filosofia política. Através da comparação de diversos autores divididos por épocas, chegamos aos núcleos argumentativos de cada época. Mostramos que o núcleo argumentativo da filosofia política antiga compõe-se de uma sociedade hierarquizada, na qual apenas aqueles que obtêm a virtude podem, através das leis, conduzir a sociedade ao bem comum; que os pensadores romanos já começaram a introduzir a ideia de freio do poder no núcleo antigo; que o núcleo medieval realiza uma pequena alteração no núcleo antigo, identificando a virtude com a vontade de Deus, colocando, desta forma, a Igreja Católica acima dos poderes terrenos, como detentora da virtude; que a transição do núcleo medieval para o moderno começou ainda no medievo a se aprofundou através da desconfiança na virtude, da valorização da vontade terrena e do ataque à virtude da Igreja; que o núcleo moderno começa a se formar através da ideia de um mecanismo capaz de permitir que a vontade governe em direção ao bem comum, terminando por formar um mecanismo composto por três poderes, sistema de freio do poder, estado de legalidade, direitos naturais e vontade na centralidade do núcleo. Concluímos que as tendências modernas que levam à formação do núcleo moderno atingem seu ápice no pensamento de Rousseau, que desenvolve o conceito de vontade geral e um mecanismo de expressão desta capaz de harmonizar a participação de todo o povo no poder com a máquina política, o bem comum e a ideia de tirania do povo.
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