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Regulação em saúde produtora de cuidado: cartografia de novos arranjos / Health regulation producing care: cartography of new strategies

Mariana Prado Freire 22 February 2017 (has links)
A regulação em saúde exercida no Sistema Único de Saúde tem origem em um emaranhado de conceitos e foi sendo construída historicamente no Brasil acompanhando os diferentes contornos da Saúde Pública e a necessidade de regular os sistemas de saúde. Esta regulação se constituiu em um terreno de disputas entre a oferta e a demanda, produzindo efeitos no acesso dos usuários aos serviços e procedimentos. Mais recentemente a nova aposta para a regulação, é a possibilidade de que ela ocupe um papel central na produção do cuidado do usuário, juntamente com outros movimentos com este mesmo fim. Esta é uma pesquisa qualitativa de abordagem cartográfica, que contou com um usuário guia para conduzir a caminhada do pesquisador pelo território. Além do usuário guia, foram utilizados outros informantes, consulta documental, entrevistas transcritas e registro em diário de campo. O estudo teve por objetivo mapear os arranjos regulatórios presentes nas relações de produção do cuidado entre usuários, trabalhadores e gestores no cotidiano do trabalho em saúde de São Bernardo do Campo. Foram construídos analisadores a partir das cenas vivenciadas no campo e dos processamentos, que auxiliaram a dar visibilidade e dizibilidade aos arranjos do cuidado que estavam sendo produzidos. Distintas ações de regulação foram observadas, desde as que envolviam diretamente o complexo regulador até outras produzidas em ato pela rede de forma capilarizada. A aposta em novos arranjos regulatórios capazes de produzir cuidado trouxe possibilidades de empregar tecnologias mais relacionais no lugar da dureza dos protocolos e fluxos assistenciais. Estas ações foram observadas em diferentes cenários do sistema de saúde de São Bernardo do Campo / The health regulation made at Brazilian public health system originates from a set of concepts and was historically constructed in Brazil, following the different contours of Public Health and the task of regulating health systems. Regulation has become a field of disputes between supply and demand, producing effects on users\' access to services and procedures. More recently, the new focus on regulation is the possibility that it may play a central role in the production of user care, along with other movements for the same purpose. This is a qualitative research of cartographic approach with the participation of user guide to lead the walk of the researcher by the territory. In addition to the user guide, other informants were used, documentary consultation, transcribed interviews and field journaling. The purpose of this study was to map out the regulatory arrangements present in the relations of care production among users, workers and managers in the daily work of health care in São Bernardo do Campo. Analyzers were constructed from the scenes experienced in the field and from the processing, which helped to give visibility and readability to the care arrangements that were being produced. Different regulatory actions were observed, from those that directly involved the regulatory complex to others produced in act by the capillary network. The bet on new regulatory arrangements capable of producing care has brought possibilities of using more relational technologies instead of the hardness of protocols and care flows. These actions were observed in different scenarios of the health system of São Bernardo do Campo
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Atenção especializada no SUS: da máquina de produção de procedimentos a uma rede de produção de cuidados / Specialized attention in the SUS: from the production machine of procedures to a network of care production

Débora do Carmo 09 August 2017 (has links)
A experiência de construção do Sistema Único de Saúde vem possibilitando reflexões e inovações conceituais tanto em relação ao processo de gestão quanto à organização do cuidado. Proposições aparentemente quase inquestionáveis, como a hierarquização dos serviços de saúde e sistema de referência e contrarreferência, tendo a atenção básica como base da pirâmide, vêm sendo alvo de ressignificações importantes. A Atenção Especializada configura-se como um lugar crítico na atenção à saúde, tradicionalmente construído como um espaço de produção de consultas e procedimentos, principalmente médicos, descolado da discussão de gestão do cuidado e da constituição de uma rede cuidadora. Esse espaço também é marcado por uma pobreza de formulações e debates a respeito de apostas, conceitos e possibilidades. As poucas publicações sobre o assunto têm como marcadores principais a regulação burocrática e a gestão de filas. Assim, dispositivos que aproximem os trabalhadores da atenção especializada aos diferentes lugares da atenção, rompendo com as lógicas fragmentadas, configuram experiências que devem ser, mais do que compartilhadas, cartografadas e analisadas, melhor ainda se a partir da experiência, da vivencia e da implicação dos diversos atores. A proposta desta dissertação foi fazer um estudo cartográfico da experiência de São Bernardo do Campo/SP na organização do cuidado especializado dentro da rede de atenção, com destaque para os dispositivos que possibilitaram aproximação, constituição de espaços de conversa e troca entre os trabalhadores para construção de novos sentidos aos enunciados de integralidade, responsabilização, cuidado compartilhado e solidariedade. / The experience of building the Brazilian Public Health System has allowed reflections and changes of concept both in relation to the management process and the organization of care. Seemingly almost unquestionable propositions, such as the hierarchization of health services and the reference and counter-reference system, with Primary Attention Care as the basis of the pyramid, have been the subject of important resignifications. The specialized care is set up as a critical place in health care, traditionally built as a production space of consultations and procedures, detached from the discussion of care management and the constitution of a care network. This space is also marked by a lack of formulations and debates about bets, concepts and possibilities. The few publications on the subject have as main markers the regulation and management of queues. Thus, devices that approach workers from the specialized attention to the different places of care, breaking with the fragmented logics, configure experiences that must be more than shared, mapped and analyzed, better still if from experience, living experience and implication of various actors. The purpose of this dissertation was to make a cartographic study of the experience of São Bernardo do Campo/SP in the organization of specialized care within the care network, highlighting the devices that allowed the approach,constitution of spaces of conversation and exchange among workers to build new meanings to the integrality statements, accountability, shared care and solidarity.
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The rights-based approach to development :|baccess to health care services at Ratshaatsha Community Health Centre in Blouberg Municipality of Limpopo

Rammutla, Chuene William Thabisa January 2013 (has links)
Thesis (M. Dev) -- University of Limpopo, 2013 / Refer to document
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Controle da neoplasia maligna do colo de ?tero: a resolutividade na aten??o b?sica

Silva, Magna Maria Pereira da 18 November 2011 (has links)
Made available in DSpace on 2014-12-17T14:46:55Z (GMT). No. of bitstreams: 1 MagnaMPS_DISSERT.pdf: 1336445 bytes, checksum: 2998e1c0551bf591c5ce1acc115c4190 (MD5) Previous issue date: 2011-11-18 / Coordena??o de Aperfei?oamento de Pessoal de N?vel Superior / A quantitative, descriptive, cross-sectional and retrospective study, using technical procedures of document consultation from secondary sources and health household survey with application form for face to face inter views, with the assent n?.039/2011 from the Ethics Committee of the Federal University of Rio Grande do Norte. The aim of this study was to analyze the cervix cancer control in the area47 of the Health Family Centre Nova Natal II. The cancer cervix is the second most common cancer among women worldwide. In Brazil screening for early detection and treatment of disease has been poorly done and follow-up to reduce mortality has not been executed. From a total of1170women belonging to area 47, who under went screening by the Pap test in the period from 2005 to 2010,was elected a sample of 38 women with positive cervical changes, over 18 years old. The calculation of frequency analysis of socio demographic and clinical and epidemiological selected variables with the results of cervical changes, using the X2 test and taking as significance level of p<0.05 was not statistically significant. The predominant age range was 25 to 64 years (68.9%), most no white women (60.5%), predominantly with primary education (57.9%), most married (68.4%) and housewives (68.4%) with early age of sexual activity (86.8%), the minority smokers (13.2%), with a sexual partner (36.8%). At the time of interview, 42.1% of the women voiced complaint of discharge, while only 2.6% reported bleeding. In relation to the occurrence of STDs (including HPV), 10.5% of women reported being a carrier. The use of oral contraceptives was 32.3% of women, from 2 to 4 years (44.4%). The result of the last screening test performed, showed prevalence of immature squamous metaplasia (55.3%), followed by intraepithelial low- grade lesion (including the cytopathologic HPV effect and cervical intra epithelial neoplasia grade I) (31.6%); intraepithelial high-grade lesion (including cervical intraepithelial neoplasia grade II and III) (7.9%), atypical squamous non neoplastic cells (5.3%). There was no squamous cell carcinoma and adenocarcinoma. Most women received information about the action that should be done after the last screening test result (55.3%), but how to perform follow, most women did not report having done so (55.3%). The follow-up group of women studied, with varying degrees of cervical abnormalities, should only be completed with the discharge by cure, established inconsecutive negative cytology, a goal that is not being achieved in the area 47 of the Health Family Centre of Nova Natal II / Estudo quantitativo realizado por meio de pesquisa descritiva, transversal e retrospectiva, utilizando procedimentos t?cnicos de consulta documental a fontes secund?rias e inqu?rito domiciliar com aplica??o de formul?rio de entrevistas face a face, ap?s parecer favor?vel n? 039/2011 do Comit? de ?tica em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O objetivo dessa pesquisa foi analisar a resolutividade do controle da neoplasia maligna do colo de ?tero na ?rea 47 da Unidade de Sa?de da Fam?lia Nova Natal II. A neoplasia maligna do colo de ?tero ? o segundo tipo de c?ncer mais frequente entre as mulheres no mundo. No Brasil o rastreamento para detec??o e tratamento precoces da doen?a tem sido efetuado precariamente e o seguimento, para reduzir a mortalidade, n?o tem sido executado. De um total de 1170 mulheres pertencentes ? ?rea 47, que se submeteram a rastreamento por meio do exame de Papanicolau, no per?odo de 2005 a 2010, elegeu-se uma amostra de 38 mulheres com resultado positivo de altera??es cervicais, maiores de 18 anos. A an?lise do c?lculo da frequ?ncia de vari?veis sociodemogr?ficas e cl?nico-epidemiol?gicas selecionadas com os resultados das altera??es cervicais, utilizando-se o teste de X2 e adotando como n?vel de signific?ncia p<0,05 n?o mostrou signific?ncia estat?stica. A faixa et?ria predominante foi de 25 a 64 anos (68,9%); a maioria parda (60,5%); com escolaridade predominante at? o ensino fundamental (57,9%); a maioria casada ou em conviv?ncia marital (68,4%) e donas de casa (68,4%); com in?cio precoce da atividade sexual (86,8%), a minoria fumante (13,2%), com um parceiro sexual (36,8%). No momento da entrevista, 42,1% das mulheres verbalizou queixa de corrimento, enquanto apenas 2,6% referiu sangramento. Em rela??o ? ocorr?ncia de DSTs (inclusive HPV), 10,5% das mulheres declarou ser portadora. Verbalizaram o uso de contraceptivos orais, 32,3% das mulheres, por 2 a 4 anos (44,4%). Quanto ao resultado do ?ltimo exame preventivo realizado, prevaleceu a metaplasia escamosa imatura (55,3%), seguido de les?o intraepitelial de baixo grau (compreendendo efeito citopatol?gico pelo HPV e neoplasia intra-epitelial cervical grau I) (31,6%); les?o intra-epitelial de alto grau (compreendendo neoplasias intra-epiteliais cervicais de grau II e III) (7,9%); c?lulas at?picas escamosas de significado indeterminado, possivelmente n?o neopl?sicas, (5,3%). N?o foi observado carcinoma de c?lulas escamosas e adenocarcinoma. A maioria das mulheres recebeu informa??es sobre o seguimento que deveria ser realizado ap?s o resultado do ?ltimo exame preventivo (55,3%), mas, quanto a realizar o seguimento, a maior parte das mulheres n?o referiu t?-lo feito (55,3%). O seguimento do grupo de mulheres analisadas, com diferentes graus de altera??es cervicais, somente deveria ser finalizado com a alta por cura, estabelecido em citologias consecutivas negativas, meta que n?o est? sendo atingida na ?rea 47 da Unidade de Sa?de da Fam?lia Nova Natal II
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Identificação de barreiras para atendimento oftalmológico dentro do Sistema Único de Saúde

Rezende, Marcelo Abrão January 2018 (has links)
Orientador: Silvana Artioli Schellini / Resumo: Introdução: O atendimento oftalmológico prestado pelas diferentes cidades no território nacional difere na oferta de serviços e complexidade. Além disso, a oftalmologia é uma especialidade altamente dependente de equipamentos para a prestação da assistência. Assim, os municípios menores e com menos recursos, muitas vezes, ficam desassistidos. Nesse sentido, a atuação de unidades móveis oftalmológicas (UMO) equipadas para a realização de exames refracionais poderiam reduzir a demanda para serviços terciários e reduzir algumas das barreiras para o atendimento oftalmológico dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, mesmo com o atendimento prestado pela UMO e encaminhamento dos casos mais complexos ao serviço terciário, alguns pacientes não comparecem ao serviço de referência. Objetivo: Verificar as causas para a não adesão ao encaminhamento ao serviço de referência para tratamento das possíveis causas de cegueira/ deficiência visual, detectadas na comunidade por meio de triagem oftalmológica realizada pela UMO. Material e Métodos: Estudo prospectivo e observacional realizado com pacientes atendidos pela UMO em 10 municípios do centro-oeste paulista no ano de 2015. Após atendimento realizado pela UMO nos municípios, os pacientes que necessitaram de cuidados no nível terciário foram encaminhados para o centro de referência da região, o Hospital das Clínicas de Botucatu (HC-FMB). Porém, alguns pacientes não aderiram ao encaminhamento e estes foram o objeto deste estudo. P... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Abstract: Introduction: Different cities differ according to the offering of ophthalmic care services and complexity in the national territory. Ophthalmology is a specialty highly dependent on equipment for the provision of healthcare. Thus, smaller and less resourceful cities often remain unattended. In this sense, the operation of mobile ophthalmologic units (MOU) equipped for refractive exams could reduce the demand for tertiary services and reduce some of the barriers to ophthalmologic care within the Unified Health System (in Brazil, SUS). However, even with the assistance provided by the mobile units and the referral of the more complex cases to the tertiary service some patients do not attend the referral service. Objective: To verify the causes of non-attendance to the referral service at the tertiary facility to treat possible causes of blindness / visual impairment detected in the community through ophthalmologic screening performed by the MOU. Material and Method: Prospective and observational study was carried out with patients assisted by the MOU in 10 municipalities in the center-west of São Paulo in the year 2015. After care given by the MOU in the cities, the patients who needed care at the tertiary level were directed to the referral center of the region, the Hospital das Clínicas de Botucatu (HC-FMB). However, some patients did not adhere to the referral and these were the object of this study which was developed to identify the reasons for non-adhesion and the barrie... (Complete abstract click electronic access below) / Mestre
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Identificação de barreiras para atendimento oftalmológico dentro do Sistema Único de Saúde / Identification of Barriers to Ophthalmologic Care in the Unified Health System

Rezende, Marcelo Abrão 31 July 2018 (has links)
Submitted by MARCELO ABRAO REZENDE (dr.marceloabrao@gmail.com) on 2018-08-06T21:18:33Z No. of bitstreams: 1 Identificação de Barreiras ao Atendimento Oftalmologico dentro do SUS.pdf: 1293047 bytes, checksum: dca747858eba46656fbc89a21c4f87c5 (MD5) / Approved for entry into archive by Sulamita Selma C Colnago null (sulamita@btu.unesp.br) on 2018-08-08T16:41:57Z (GMT) No. of bitstreams: 1 rezende_ma_me_bot.pdf: 1293047 bytes, checksum: dca747858eba46656fbc89a21c4f87c5 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-08-08T16:41:57Z (GMT). No. of bitstreams: 1 rezende_ma_me_bot.pdf: 1293047 bytes, checksum: dca747858eba46656fbc89a21c4f87c5 (MD5) Previous issue date: 2018-07-31 / Introdução: O atendimento oftalmológico prestado pelas diferentes cidades no território nacional difere na oferta de serviços e complexidade. Além disso, a oftalmologia é uma especialidade altamente dependente de equipamentos para a prestação da assistência. Assim, os municípios menores e com menos recursos, muitas vezes, ficam desassistidos. Nesse sentido, a atuação de unidades móveis oftalmológicas (UMO) equipadas para a realização de exames refracionais poderiam reduzir a demanda para serviços terciários e reduzir algumas das barreiras para o atendimento oftalmológico dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, mesmo com o atendimento prestado pela UMO e encaminhamento dos casos mais complexos ao serviço terciário, alguns pacientes não comparecem ao serviço de referência. Objetivo: Verificar as causas para a não adesão ao encaminhamento ao serviço de referência para tratamento das possíveis causas de cegueira/ deficiência visual, detectadas na comunidade por meio de triagem oftalmológica realizada pela UMO. Material e Métodos: Estudo prospectivo e observacional realizado com pacientes atendidos pela UMO em 10 municípios do centro-oeste paulista no ano de 2015. Após atendimento realizado pela UMO nos municípios, os pacientes que necessitaram de cuidados no nível terciário foram encaminhados para o centro de referência da região, o Hospital das Clínicas de Botucatu (HC-FMB). Porém, alguns pacientes não aderiram ao encaminhamento e estes foram o objeto deste estudo. Procurou-se identificar os motivos de não adesão e as barreiras para o atendimento oftalmológico através de duas diretrizes: (1) análise comparativa dos dados dos pacientes encaminhados e dos pacientes que não compareceram ao serviço de referência; (2) aplicação de um questionário aos indivíduos faltosos, localizados através de busca ativa. A busca ativa foi realizada com auxílio das Secretarias de Saúde dos respectivos municípios e do serviço social do HC-FMB ou por meio de contato telefônico direto com o indivíduo faltoso. Além disso, foram utilizados dados demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para avaliação das condições de assistência oftalmológica de cada um dos municípios participantes. Análise estatística realizada no SPSS 22.0, considerado significativo p<0,05. Resultados: Foram atendidos 1928 indivíduos pela UMO, sendo encaminhados 714 (37,0%) ao serviço especializado. Dos pacientes encaminhados, 227 (31,8%) não compareceram ao serviço referenciado. A média de idade dos pacientes encaminhados foi de 57,12±19,53 anos, sendo 59,9% do sexo feminino, com acuidade visual (AV) corrigida no melhor olho de 0,37±0,36 logMAR, sendo 47 (6,6%) cegos e 185 (26,5%) deficientes visuais. Entre os pacientes que não compareceram, a média de idade foi de 56,08±16,23, sendo 62,9% do sexo feminino, com a AV com correção no melhor olho, de 0,36±0,22 logMAR, sendo 12 (5,4%) cegos e 48 (21,6%) deficientes visuais. Entre os 12 pacientes que preenchiam os critérios para cegueira e que não compareceram ao encaminhamento, 10 (83,3%) apresentavam causas reversíveis de cegueira. A não adesão ao encaminhamento variou de 16,8% a 46,8% conforme o munícipio de origem. Dos 227 pacientes que não compareceram ao serviço, 101 (44,5%) deveriam comparecer ao ambulatório de catarata; 67, (29,5%) ao ambulatório de plástica ocular/doenças externas; 34, (14,9%) ao ambulatório de glaucoma; 9, (3,9%) ao ambulatório de estrabismo; 8, (3,5%) ao ambulatório de retina; e 8 (3,5%) ao ambulatório de córnea. A busca ativa dos 227 pacientes que não compareceram ao atendimento referenciado localizou 140 (62%) pacientes. Os motivos de não comparecimento mais referidos pelos pacientes foram: 31 (22,1%) procuraram outro serviço (particular ou terciário), 17 (12,1%) outros motivos, 16 (11,4%) por doença/motivo que incapacita viajar, 15 (10,7%) faleceram ou mudaram de endereço ou cidade e 14 (10,0%), por não entenderem as explicações do médico. Conclusão: A adesão ao tratamento oftalmológico, após o diagnóstico da condição ocular feito utilizando uma unidade móvel, é dependente de fatores relacionados ao próprio paciente ou relacionada a falta de conhecimento das afecções oftalmológicas que podem levar a cegueira. Há necessidade de campanhas de conscientização para que a adesão aos tratamentos propostos possa ser mais satisfatória. / Introduction: Different cities differ according to the offering of ophthalmic care services and complexity in the national territory. Ophthalmology is a specialty highly dependent on equipment for the provision of healthcare. Thus, smaller and less resourceful cities often remain unattended. In this sense, the operation of mobile ophthalmologic units (MOU) equipped for refractive exams could reduce the demand for tertiary services and reduce some of the barriers to ophthalmologic care within the Unified Health System (in Brazil, SUS). However, even with the assistance provided by the mobile units and the referral of the more complex cases to the tertiary service some patients do not attend the referral service. Objective: To verify the causes of non-attendance to the referral service at the tertiary facility to treat possible causes of blindness / visual impairment detected in the community through ophthalmologic screening performed by the MOU. Material and Method: Prospective and observational study was carried out with patients assisted by the MOU in 10 municipalities in the center-west of São Paulo in the year 2015. After care given by the MOU in the cities, the patients who needed care at the tertiary level were directed to the referral center of the region, the Hospital das Clínicas de Botucatu (HC-FMB). However, some patients did not adhere to the referral and these were the object of this study which was developed to identify the reasons for non-adhesion and the barriers to ophthalmologic care through two guidelines: (1) comparative analysis of data from patients referred and patients who did not attend the referral service; (2) application of a questionnaire to the faulty individuals, located through active search. The active search was carried out using the Health Secretariats of the respective municipalities and the HC-FMB social service and through direct telephone contact with the missing individual. In addition, demographic data from the Brazilian Institute of Geography and Statistics were used to evaluate the ophthalmological assistance conditions of each of the participating municipalities. Statistical analysis was performed using SPSS 22.0, considering significant p <0.05. Results: One-thousand-nine hundred and twenty eight individuals were attended by the MOU being 714 (37.0%) referred to the specialized service. From the patients referred, 227 (31.8%) did not attend the referral. The mean age of the referred patients was 57.12 ± 19.53 years, 59.9% of which were female, with best correct visual acuity (BCVA) in the good eye of 0.37 ± 0.36 logMAR, of which 47 (6.6%) were blind and 185 (26.5%), visual impaired. Among the patients who did not attend, the average age was 56.08 ± 16.23, being 62.9% female, with BCAV in the good eye, of 0.36 ± 0.22 logMAR, being 12 (5.4%) blind and 48 (21.6%), visual impaired. Among the 12 patients who met the criteria for blindness and who did not attend to the referral, 10 (83,3%) presented reversible causes of blindness. Non-adhesion to the referral ranged from 16.8% to 46.8% according to the municipality. Of the 227 patients who did not attend the service, 101 (44.5%) should attend the cataract outpatient clinic; 67, (29.5%) to the ocular plastic surgery clinic / external diseases; 34, (14.9%) to the glaucoma outpatient clinic; 9, (3.9%) to the strabismus clinic; 8, (3.5%) to the retina clinic; and 8 (3.5%) to the cornea clinic. With active search of the 227 patients who did not attend the service it was possible to identify 140 (62%) patients. The reason for non-attendance were: 31 (22.1%) decided to go to another service (private or tertiary), 17 (12.1%) other reasons, 16 (11.4%) for illness / reason that disables of travel, 15 (10.7%) died or changed their address or city and 14 (10.0%), because they did not understand the doctor's explanations. Conclusion: The adherence to ophthalmologic treatment, after diagnosis of the ocular condition made using a MOU, is dependent on factors related to the patient or related to the lack of knowledge of the ophthalmological conditions that can lead to blindness. There is a need for awareness campaigns so that adherence to the proposed treatments may be more satisfactory.
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Fluxos de utilização de serviços hospitalares no processo de regionalização em municípios da metade sul do RS

Lima, Maristela Correa Rodrigues de January 2010 (has links)
No Sistema Único de Saúde a regionalização é considerada uma macroestratégia para a organização dos serviços de saúde em um dado território. Sua implementação pressupõe a conformação de sistemas funcionais e hierarquizados que garantam a universalidade, a integralidade, a equidade e resolutividade aos usuários. Na assistência hospitalar, dada a complexidade dos serviços e o pequeno porte da maioria dos municípios brasileiros que não dispõem de condições para ofertar todos os níveis de complexidade em seu território, a regionalização assume relevância na organização dessa rede. O presente estudo busca analisar, sob à perspectiva da regionalização, os fluxos de serviços hospitalares em municípios da Metade Sul do Rio Grande do Sul, por meio do perfil das internações e mobilidade de usuários no período 2000 a 2006. Caracteriza-se como epidemiológico, descritivo e exploratório para o qual se utilizou o Sistema de Informações Hospitalares,associado ao Plano Diretor de Regionalização (PDR) elaborado pela Secretaria Estadual da Saúde como documento que expressa a política e o desenho da regionalização, possibilitou uma análise espacial das microrregiões e macrorregiões às quais pertencem os municípios, através do geoprocessamento das internações hospitalares. A análise da capacidade instalada, do perfil e do fluxo das internações não aponta para a ampliação do acesso às ações e serviços de saúde hospitalares entre os municípios no período estudado. A resolutividade e algumas especificidades encontradas demonstram potencial para aumentar o desempenho dos municípios, como a adoção de políticas públicas que incidam no modelo de atenção desenvolvido pelo município. Há necessidade de reavaliação e readequação permanente do processo de regionalização, a refletir os avanços conquistados e as necessidades e dificuldades persistentes. Propõe-se uma maior coordenação e integração entre os instrumentos organizativos da regionalização: PDR, PPI e PDI. A regionalização como princípio organizacional do SUS, não pode prescindir da união, da participação e do esforço coletivo de gestores, técnicos e estudiosos. Só assim, superando verticalizações, tecendo redes e acordando pactuações, se alcançará a universalidade do acesso, a equidade, a integralidade e resolutividade. / At SUS, regionalization is considered a macro strategy to the organization of health services in a given territory. Its implementation requires the conformation of functional, prioritized systems to ensure universality, comprehensiveness, fairness and resolution to users. Hospital care, given the complexity of services and the small size of most Brazilian towns, where there are no conditions to offer all levels of complexity in their area, the regionalization is relevant in this network organization. This study assesses, in light of regionalization flows of hospital services in towns in the south of Rio Grande do Sul, through the profile of admissions and mobility of users in the period 2000-2006. It is characterized as epidemiological, descriptive and exploratory, and we used for it the Hospital Information System, associated to Director Plan Regionalization – PDR, prepared by the State Department of Health as a document that expresses policy and the design of regionalization, it allowed a spatial analysis of the micro and macro regions to which the municipalities belong, through geoprocessing of hospital admissions. The analysis of capacity, profile and flow of admissions does not point to expanding access to actions and hospital health services among municipalities in the period of the study. The resolution and some specificities we found showed the potential to increase the performance of municipalities, such as adoption of public policies that address health care model developed by the municipality. There is need for reassessment and readjustment of the process of regionalization, to reflect the achievements and the needs and difficulties persisted. We proposed that greater coordination and integration among the tools of organizational regionalization: PDR, PPI and PDI. Regionalization as an organizing principle at SUS cannot do without union participation and collective efforts of managers, technicians and scholars. Only then, overcoming verticalizations, creating networks and agreeing pacts, we will be able to achieve universal access, fairness, completeness and resolution. / En el SUS, la regionalización es considerada una macro estrategia para la organización de los dos servicios de salud en un determinado territorio. Su implementación presupone la conformación de sistemas funcionales y jerarquizados que asegure la universalidad, la integralidad, la equidad y resolutividad a los usuarios. En la asistencia hospitalaria, dada la complexidad de los servicios y el pequeño porte de la mayoría de los municipios brasileños que no disponen de condiciones para ofrecer todos los niveles de complexidad en su territorio, la regionalización asume relevancia en la organización de esa red. El presente estudio busca analizar, a la luz de la regionalización, los flujos de servicios hospitalarios en las municipalidades de la Metade Sul del Rio Grande do Sul, por medio del perfil de las internaciones y movilidad de usuarios en el período 2000 hasta 2006. Se caracteriza como epidemiológico, descriptivo y exploratorio para el cual se utilizó el Sistemas de Informaciones Hospitalarios, asociado al Plano Director de Regionalización (PDR) elaborado por la Secretaría de Estado de la Salud como un documento que expresa la política y el dibujo de la regionalización posibilitó un análisis espacial de las micro y macro-regiones a las cuales pertenecen los municipios, a través de geoprocesamiento de las hospitalizaciones. El análisis de la capacidad instalada, del perfil y del flujo de las internaciones no destaca la ampliación del acceso a las acciones y servicios de salud hospitalarios entre los municipios en el período estudiado. La resolutividad y algunas especificidades encontradas, demuestran potencial para aumentar el desempeño de los municipios como la adopción de políticas públicas que incidan en el modelo de atención desarrollado por la municipalidad. Hay la necesidad de reevaluación y readecuación permanente del proceso de regionalización, a reflejar los avances conquistados y las necesidades y dificultades persistentes. Se propone una mayor coordinación e integración entre los instrumentos organizativos de la regionalización: PDR, PPI y PDI. La regionalización como principio organizacional del SUS, no puede prescindir de la unión, de la participación, y del esfuerzo colectivo de gestores, técnicos y estudiosos. Solamente así, superando verticalizaciones, tejiendo redes y acordando pactos, se alcanzara la universalidad del acceso, la equidad, la integralidad y solutividad.
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Reprodução, desigualdade e políticas públicas de saúde : uma etnografia da construção do "desejo de filhos"

Nascimento, Pedro Francisco Guedes do January 2009 (has links)
A tese discute como sujeitos de diferentes inserções socioeconômicas têm vivenciado o projeto de "ter um filho". Partindo da compreensão de que o "desejo" de ser mãe ou pai não é algo dado, mas construído socialmente, a pesquisa buscou mapear como esse desejo tem sido expresso e quais têm sido as alternativas criadas para sua consecução quando do enfrentamento da "dificuldade para ter filho". Considerando que o sofrimento gerado pela "ausência de filhos" só surge na medida da estimulação desse desejo, investigaram-se os processos pelos quais a noção de infertilidade enquanto categoria médica se consolida e o caminho pelo qual se dissemina no processo de medicalização da vida. A partir de investigação etnográfica em um hospital público que oferece serviços de reprodução assistida e em comunidades na periferia de Porto Alegre, pôde-se identificar como não é automática a transformação da "ausência de filhos" em um "problema de saúde". A percepção de formas diferenciadas de encarar a adoção, bem como o tipo de relação estabelecido com os serviços de saúde permite considerar que o acesso a saúde, de uma forma geral, não está desvinculado do acesso às tecnologias reprodutivas, de forma particular. Considerando a desigualdade econômica da sociedade brasileira e a estrutura desigual de acesso a serviços públicos de saúde, a tese problematiza o discurso de garantia de acesso a essas tecnologias por todos e mapeia as diferentes vozes que articulam esse discurso. Nesse processo a vontade das pessoas de terem filhos se mescla com os demais atores envolvidos como médicos, a indústria farmacêutica e o Estado a partir da definição das políticas de assistência à saúde. / This dissertation discusses how persons of different socioeconomic insertions have experienced the project of "having a child". Starting from the comprehension that the "wish" to be a mother or a father is not a given, but a social construct, the research sought to map out how this wish has been expressed and which have been the alternatives created to achieve this wish when one copes with the "difficulty to have a child". Considering that the suffering generated by the "absence of children" only arises when this wish is stimulated, this dissertation investigated the process by which the notion of infertility is consolidated as a medical category and the route through which it is disseminated in the process of medicalization of life. From an ethnographic research in a public hospital that offers assisted reproduction services and in suburban communities in the city of Porto Alegre, in the southern part of Brazil, this dissertation was able to identify how the transformation of the "absence of children" into a "health problem" is not automatic. The different ways to face adoption and also the kind of relationship established with the health services allows one to consider that the access to health, in general, is not unbounded to the access to reproduction technologies, in particular. Considering the economic inequality of the Brazilian society and the unequal structure of access to public health services, this dissertation problematizes the discourse that guarantees access to these technologies by all parts and maps the different voices that articulate this discourse. In this process, people's will to have children blends in with the other actors involved, as doctors, the pharmaceutical industry and the State defining the health assistance policies.
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Uso das internações por condições sensíveis à atenção primária para a avaliação da estratégia saúde da família em Belo Horizonte/MG

Mendonca, Claunara Schilling January 2009 (has links)
De forma acentuada nos últimos anos, há ênfase de que os cuidados de saúde oferecidos à população devam ser ofertados por ações e serviços qualificados de Atenção Primária à Saúde (APS). O Brasil tem feito esforços no sentido de orientar seu Sistema Único de Saúde, de caráter universal e descentralizado, por meio de um modelo de APS, que é a Estratégia Saúde da Família (ESF). Nesse contexto, em 2002, o município de Belo Horizonte, com uma população de 2.412.937 habitantes promoveu uma mudança macro estrutural no seu sistema de saúde, expandindo o acesso à saúde a 70% da população por meio da Estratégia de Saúde da Família. Essa reorientação pressupõe o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos, a efetivação da integralidade em seus vários aspectos, bem como, a coordenação dos usuários na rede de serviços, devendo proporcionar maior racionalidade na utilização dos demais pontos da rede de atenção à saúde, como nas internações hospitalares. No contexto internacional, uma série de investigações sobre indicadores da atividade hospitalar tem sido utilizados como medida da efetividade da APS. Entre eles, o ambulatory care sensitive conditions (Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária – ICSAP), utilizado como medida indireta do funcionamento da atenção primária à saúde, tanto para avaliar impacto global da adequação da atenção primária nos sistemas de saúde , seu acesso ou qualidade, como para analisar a utilização inadequada da atenção hospitalar. Analisou-se espaço-temporalmente as taxas de ICSAP, modelando sua associação para variáveis relacionadas às características organizacionais das equipes de saúde da família e aos indicadores demográficos e sócio-econômicos da população do município, modeladas através de modelos mistos. Do total de 435.253 internações (249/10.000/ano) que ocorreram no município entre 2003 e 2006, as ICSAP somaram 115.340 (26,4% - 66/10.000/ano). O declínio global nas internações por ICSAP foi de 17,9% ao longo do período, enquanto das não ICSAP apenas 8,3% ( p<0,001). Em 2003, as mulheres dos setores censitários de médio IVS tiveram 110 internações /10.000 habitantes a mais em comparação com mulheres dos setores de baixo IVS. Nos setores de elevado IVS, partiam de 204/10.000 internações a mais que nas de baixo risco (P<0,001). No entanto, houve nítida diminuição dessas desigualdades com o decorrer de tempo, após a implantação das equipes de saúde da família: as ICSAP em mulheres dos setores de baixo IVS, a queda das taxas padronizadas anuais das ICSAP de 2003 a 2006 foi de 5,9/10.000 hab., para aquelas de setores de médio IVS de 34,8/10.000 hab. e nos setores de elevado IVS. 55,9/10.000 hab (P<0,001). Cinco grupos de diagnósticos representam 59,3% do total das ICSAP no período. Em termos percentuais, o maior declínio correspondeu às internações por doenças inflamatórias dos órgãos pélvicos femininos (71%), doenças imunizáveis (58%) e hipertensão (49%), enquanto que as internações por broncopneumonia bacteriana e acidente vascular cerebral não apresentaram redução no período. A associação de aspectos ligados à qualidade dos serviços, como a manutenção do mesmo médico nas equipes, foi capaz de reduzir em 0,53 ICSAP por 10.000 hab./ano para as mulheres (IC (95%) -1,03; -0,04) e de 0,22 ICSAP por 10.000 hab./ano para os homens (IC (95%) -0,62; 0,16), por cada mês a mais de permanência do mesmo médico nas equipes. Os resultados sugerem que a Estratégia Saúde da Família pode contribuir de maneira importante não apenas na diminuição das taxas de internação por condições sensíveis à atenção primária em grandes metrópoles, como na promoção de maior eqüidade na atenção à saúde da população. / The role of qualified actions and services of primary health care has received a pronounced emphasis in recent years. In this regard, Brazil has organized its universal and decentralized National Health System using its model of primary care - the Family Health Strategy (FHS). In this context, in 2002, the city of Belo Horizonte, whith 2,412,937 inhabitants, promoted a change in its macro structural health system, expanding the population access to health though an increase of 70% in Family Health Strategy coverage. This shift presupposes universal and continuous access to resolutive and qualified health services, the achievement of integrality in various aspects, as well as the coordination of users of the network of health services, aiming to result in a greater efficiency in the use of other points of health care, such as in hospital care, in the network. In the international context, a series of investigations of indicators of hospital activity have been used as a measure of the effectiveness of primary care. Among them, the construct of Ambulatory Care Sensitive Conditions (ACSC) has been applied as an indirect measure of the functioning of primary health care, both to assess the overall impact of primary care in health systems, including questions of access and quality, and to evaluate the inappropriate use of hospital care. In this study, we investigated trends and factors associated with avoidable hospitalizations due to ACSC following the implementation of the Family Health Strategy in Belo Horizonte - Brazil. To do so, we considered spacetime rates of these hospitalizations, modelling their association with organizational characteristics of the strategy and socio-economic and demographic indicators of the population. Of the total of 435,253 hospitalizations (249/10.000/year) that occurred in the municipality between 2003 and 2006, those sensitive to ambulatory care totaled 115,340 (26.4%, 154,07/10.000 in 2006). The overall decline in admissions for these sensitive conditions was 17.9% over the period, while that of non-sensitive ones was only 8.3% (p<0.001). The reduction in standardized rates of annual ACSC from 2003 to 2006 was higher in census tracts of greater socioeconomic vulnerability. This decline was more pronounced in women, with reductions of 5.9, 34.8 and 55.9 hospitalizations /10.000 inhabitants in areas of low, medium and high vulnerability during the period (p <0.001). Five groups of diagnoses led to 59.3% of total ACSC hospitalizations during the period. In percentage terms for diagnostic groups, the biggest declines were for inflammatory diseases of female pelvic organs (71%), diseases preventable by immunization (58%) and hypertension (49%); while hospitalizations for bacterial pneumonia and stroke showed no reduction in the period. In terms of aspects related to quality of services, maintaining the same physician in the Family Health Team associated with lower rates of hospitalization - 0.53 less hospitalizations per 10,000 inhabitants/year for women (- 0,53 CI (95%) -1.03, -0.04) and 0.22 less per 10,000 inhabitants/year for men (- 0,22 CI (95%) -0.62, 0.16) for each additional month that the same doctor remained with the team. The results suggest that the Family Health Strategy can play an important role in reducing the rates of hospitalizations for ambulatory care sensitive conditions in large cities, as well as in promoting greater equity in health care.
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Atenção primária à saúde voltada às necessidades das pessoas idosas : da política à evidência

Martins, Aline Blaya January 2012 (has links)
A população mundial vem envelhecendo, diante dessa premissa a Organização Mundial de Saúde (OMS), bem como, o Ministério da Saúde (MS) do Brasil, vem buscando adaptar-se a esta realidade através de políticas públicas capazes de promover o envelhecimento ativo e da atenção à saúde adaptada às necessidades da população idosa. A OMS propôs a adequação da Atenção Primária à Saúde (APS) às necessidades dos idosos. O Brasil, por sua vez, segue as orientações da OMS, dentro da linha de cuidado voltada para a saúde dos idosos, na Estratégia de Saúde da Família e dentro da Política de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa. No entanto, ainda não há evidências quanto à avaliação da adequação destas políticas e de sua relação com a forma como os idosos percebem sua saúde geral e bucal. Desta forma, esta pesquisa teve como objetivo verificar a extensão do cuidado em saúde que é acessado por idosos moradores de dois distritos de Porto Alegre/RS, em relação ao preconizado para efetividade da Atenção Primária à Saúde, e realizar um censo das unidades de saúde de APS dos mesmos distritos a fim de estabelecer uma relação entre os dados empíricos levantados e: i) Políticas de Saúde relacionadas com a Atenção Primária à Saúde voltadas às necessidades das pessoas idosas, ii) autoavaliação de saúde geral e iii) percepção de saúde bucal. A metodologia do estudo contou com um estudo teórico realizado através de um levantamento de documentos, um estudo epidemiológico de base populacional de delineamento transversal e um censo de unidades de saúde. Os resultados deste estudo apontam para uma realidade distinta entre o que as Políticas voltadas para os idosos preconizam e o que é oferecido para os idosos. Foram observadas limitações em relação ao acesso, longitudinalidade, integralidade e qualidade do cuidado. Além disso, foi possível observar que em relação à autoavaliação de saúde os resultados mostraram associações entre a avaliação positiva da saúde e fatores psicossociais (sintomatologia depressiva), características pessoais (nº de morbidades) e ambientais (orientação do serviço para a APS). Já em relação à percepção de saúde bucal, os resultados apontaram associação com determinantes primários (satisfação com último atendimento odontológico, resiliência e renda suficiente para as necessidades da família), comportamentos em saúde (hábito tabágico) e condições de saúde bucal (número de dentes e presença de restos radiculares). A conclusão que se chegou a partir de tais resultados é que há uma necessidade premente de ampliação do acesso e qualificação do cuidado para que a Atenção Primária disponibilizada para os idosos que vivem nos distritos Lomba do Pinheiro e Partenon em Porto Alegre possa ser realmente considerada adequada às necessidades dos idosos. Além disso, é necessário que se leve em consideração o papel da Atenção Primária a saúde na avaliação da sua própria saúde e na percepção de saúde bucal por parte de idosos. / The world population is aging. In response to those trends the World Health Organization (WHO), as well as the Brazilian Ministry of Health (MH), are aiming at tackling such matters through public policies that promote active aging through health care adapted to the needs of the elderly population. The WHO has proposed an Age-friendly Primary Health Care (PHC) that lies in accordance with the needs of the elderly. In Brazil, the WHO guidelines are followed within older people care provision, in the Family Health Strategy, and within the National Health Policy for the Elderly Person. However, there is still no evidence concerning the assessment of adequacy of these policies and its association with how older people perceive their general and oral health. Thus, this study aimed to verify the extension towards primary health care provided by health services accessed by older persons living in two sanitary districts of Porto Alegre/RS in relation with the recommendation in terms of effectiveness of primary health care. In addition, a census of the primary health care services of the two sanitary districts was carried out forming, along with the epidemiological survey, the basis of the empirical data that allowed establish a relationship with: i) Health Policies related to Primary Health Care and targeting on the needs of older persons, ii) self-rated health and iii) self-perceived oral health. The methodology included: theoretical study made by a documental research, a cross-sectional population-based epidemiological study and a health PHC services census. The results of this study show a distinct reality between what policies targeting older persons recommend and what is actually provided, limitations in terms of access, longitudinally, comprehensiveness and quality of care were observed. Furthermore, it was observed that positive self-rated health was associated with psychosocial factors (depressive symptomatology), personal characteristics (number of morbidities) and environmental characteristics (orientation towards PHC Attributes). Self-perceived oral health was associated with primary determinants of health (satisfaction with prior dental appointment, resilience and income that was enough to meet family needs), 17 health behaviors (smoking habit) and oral health status (number of teeth and of root remnants). Concluding, there is an urgent need to increase access and to qualify care so that Primary Health Care services made available for older people, at least for those who live in the Lomba do Pinheiro and Partenon sanitary districts of Porto Alegre/RS, reach its goals of providing adequate and resolutive care that is adequate to the needs of the elderly. Furthermore, it is necessary to take into account the role of Primary Health Care on the rate of health and perception of oral health by the elderly. Still, advances in relation to equity and quality of care in respect to primary health care professionals continued education attainment were observed.

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