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Migração, estrutura populacional, tipos de casamentos e doenças genéticas em Monte Santo-Ba / Migração, estrutura populacional, tipos de casamentos e doenças genéticas em Monte Santo-BaMachado, Taisa Manuela Bonfim January 2012 (has links)
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Taisa Manuela Bonfim Machado. Migração estrutura populacional Tese 2012.pdf: 1095441 bytes, checksum: 16e3cea3a6b286c226470a459e5720fb (MD5) / Made available in DSpace on 2012-08-29T21:44:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2012 / Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz. Salvador, Bahia, Brasil / A migração é o fator evolutivo capaz de dispersar a diversidade genética entre
populações, inserindo novas características fenotípicas e genotípicas. A dinâmica
matrimonial, juntamente como a estrutura da população são fatores que podem alterar
a frequência destas características. Exemplo dessas características são as doenças
genéticas, onde a frequência e distribuição destas auxilia na compreensão da influência
de fatores evolutivos em uma população. No município de Monte Santo, localizado no
interior da Bahia, foram encontradas doenças genéticas com elevada frequência, como
mucopolissacaridose do tipo VI e fenilcetonúria. Existem evidências que algumas
doenças mostram associação entre a raça e o risco de sua ocorrência. Dados
moleculares mostraram que na Bahia a contribuição africana é de 47,2%, entretanto,
dados baseados em classificação fenotípica apontam para o aumento da contribuição
europeia com o afastamento do litoral. Para inferir a origem de algumas doenças
genéticas em Monte Santo foram analisados marcadores informativos de
ancestralidade autossômicos (AT3-I/D, APO, PV92 e SB19.3 genotipados por PCR;
GC*1F e GC*1S por PCR/RFLP; e os marcadores FYnull, CKMM e LPL por PCR em
tempo real) e marcadores uniparentais do mtDNA (sequenciamento da região HVS-I) e
do cromossomo Y (marcador YAP por PCR; DYS 199, 92R7 e M207 por PCR/RFLP; e
M60, PN2, PN3, M34, M89, M9 por sequenciamento). Assim, através da identificação
da origem desses marcadores foi possível inferir a contribuição das populações que
formaram a população de Monte Santo, e a origem de algumas das alterações gênicas
responsáveis pelas doenças genéticas aqui estudadas (síndrome de Treacher Collins,
hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, mucopolissacaridose tipo VI, surdez
hereditária não sindrômica e osteogênese imperfeita). Os dados do cromossomo Y e
dos autossômicos apontam para maior contribuição europeia, e os resultados dos
marcadores mitocondriais para elevada contribuição africana e ameríndia. A elevada
contribuição europeia tanto paterna quanto autossômica sugere origem europeia para
as mutações c.35delG e R252W, responsáveis por aproximadamente 24% dos casos
de surdez hereditária não sindrômica e por todos os casos de fenilcetonúria,
respectivamente. A mucopolissacaridose do tipo VI tem como causa a mutação
p.H178L, a presença desta alteração apenas em pacientes brasileiros, que
compartilham o mesmo haplótipo intragênico sugere origem autóctone. Além de
marcadores moleculares também foram analisados os tipos de casamentos
(endogâmicos, exogâmicos e entre imigrantes) e sua frequência no município. Foi
observada elevada frequência de casamentos endogâmicos e baixa taxa de migração,
sugerindo crescimento populacional interno. Além disso, a maioria da população reside
em povoados, cujo tamanho varia de 113 a 582 pessoas por povoado. Nesta cidade
80% da população tem renda mensal equivalente a meio salário mínimo, o que explica
a baixa taxa de migração por ausência de atrativos econômicos. Avaliando os
casamentos dentro das genealogias dos afetados é possível observar que a maioria
deles é filho de pais consanguíneos. Estes resultados mostram que o elevado grau de
endogamia e endocruzamento assim como possível efeito fundador e deriva genética
estão associados ao aumento da frequência e manutenção das doenças genéticas
neste município. / Migration is the evolutionary factor able to disperse the genetic diversity among
populations, inserting new phenotypic and genotypic characteristics. The dynamic of
marriage and population structure are factors that may maintain or eliminate these
characteristics. Examples of these traits are genetic diseases, where the frequency of
these helps in understanding the evolutionary factors influence in a population. In Monte
Santo city, situated in county of Bahia, were found genetic diseases with high frequency
such as mucopolysaccharidosis type VI and phenylketonuria. It has been shown that
some diseases have an important racial factor in determining risk of its occurrence.
Molecular results show that in Bahia the African contribution is 47.2%. However,
phenotypic classification data show an increase of European contribution with the
distance from the coast. To infer the origin of some genetic disease in Monte Santo
were analyzed autosomal ancestry informative markers (AT3-I/D, APO, PV92 and
SB19.3 genotyped by PCR, GC*1F and GC*1S by PCR/RFLP and FYnull, CKMM and
LPL genotyped by real time PCR) and uniparental markers of mtDNA (sequencing of the
HVS-I region) and the Y chromosome (YAP marker by PCR; DYS199, 92R7 and M207
by PCR/RFLP, and M60, PN2, PN3, M34, M89, M9 by sequencing). Thus, by identifying
the origin of these markers was possible to infer the contribution of the populations that
formed Monte Santo, and the origin of some genetic mutations responsible for genetic
diseases studied here (Treacher-Collins syndrome, congenital hypothyroidism,
phenylketonuria, mucopolysaccharidosis type VI, hereditary non-syndromic deafness
and osteogenesis imperfecta). The Y chromosome and autosomal results indicate
greater European contribution, and the results from mtDNA show high contribution
of African and Amerindian contribution. The high European contribution both paternal
and autosomal suggests European origin for the c.35delG and R252W mutations,
responsible for approximately 24% of cases of hereditary non-syndromic deafness and
all phenylketonuria cases, respectively. The mucopolysaccharidosis type VI is caused
by p.H178L mutation, the presence of this mutation only in Brazilian patients, who share
the same intragenic haplotype suggest an autochthonous origin. In addition to molecular
markers were also analyzed the types of marriages (endogamic, exogamous and
between immigrant) and how often they occur in the city. We observed a high frequency
of endogamic marriages and low migration rates, suggesting internal population growth.
The population of Monte Santo is characterized by division into villages, where the
majority of the population, the number of inhabitants varies from 113 to 582 people per
village. In this city 80% of the population has income equivalent to half the minimum
wage, which reinforces the absence of compelling economic and low migration rate.
Evaluating the marriages inside the genetic diseases pedigree families can be
observed that most of those affected are children of consanguineous parents.
These results suggest that the high degree of inbreeding as well as the occurrence
of founder effect and genetic drift were associated with increased frequency and
maintenance of genetic diseases in the city.
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Feminismo negro: raça, identidade e saúde reprodutiva no Brasil (1975-1996) / Black feminism: race, identity and reprodutive health in BrasilDamasco, Mariana Santos January 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009 / Este trabalho aborda as interfaces entre gênero, raça/etnia e saúde no Brasil, entre os anos de 1975 e 1996, tendo como foco de estudo a importância da saúde reprodutiva para o movimento de mulheres negras no país. O marco inicial da pesquisa é 1975 data do surgimento do movimento feminista organizado no Brasil - e se estende até o ano 1996, momento em que as ações das feministas negras em torno da saúde reprodutiva repercutem no âmbito da saúde pública. Analiso a história do feminismo negro no país, a partir das relações entre as ativistas negras e os movimentos feminista e negro. Esta história, em meados da década de 1980 sofre uma inflexão, pois as militantes reivindicam a criação de uma identidade própria, o feminismo negro, já que não havia até então um debate amplo sobre as interfaces entre raça e gênero no interior do movimento feminista e negro respectivamente. A questão da saúde reprodutiva - que tomou por base denúncias de esterilizações cirúrgicas contra mulheres negras na década de 1980- aparece como a mola propulsora do ativismo e da constituição de um feminismo negro no país, entre os anos de 1980 a 1990. Meu trabalho, por um lado, investiga o contexto em que emergem tais denúncias e, por outro, analisa os debates que embasaram a relação entre as ativistas negras e a saúde pública no Brasil nesse período .
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Prevalência de hipertensão arterial e fatores associados em comunidades quilombolas do Rio Grande do Sul, BrasilPauli, Sílvia January 2016 (has links)
Introdução: Hipertensão é um dos principais fatores de risco para diversas doenças cardiovasculares agudas e crônicas, morte prematura e incapacidade. Há evidências de que seja mais prevalente e grave em indivíduos negros do que em brancos, porém os mecanismos que contribuem para essa diferença não são totalmente compreendidos. Todavia, fatores socioeconômicos, situação de discriminação racial e exclusão social podem influenciar fortemente a frequência, distribuição e causalidade das doenças mais incidentes entre a população brasileira afrodescendente, entre elas, a hipertensão. Nesse contexto, merecem atenção as comunidades quilombolas, que são núcleos populacionais de afrodescendentes, marcados por processos de discriminação e exclusão que imprimem em sua realidade um quadro socioeconômico bastante excludente em relação à população brasileira de modo geral. São escassos na literatura estudos que caracterizem sua situação de saúde. Tendo em vista o contexto de vulnerabilidade social e a magnitude que representa a hipertensão, entende-se que todos os esforços devem ser feitos a fim de viabilizar estudos direcionados ao conhecimento desse agravo na população de remanescentes de quilombolas do Rio Grande do Sul (RS). OBJETIVO: Identificar a prevalência e fatores associados à hipertensão arterial em adultos residentes em comunidades quilombolas do RS. MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional, realizado em 2011 com adultos responsáveis por domicílios de comunidades quilombolas do RS. Foram selecionadas 634 famílias por amostragem proporcional ao tamanho, de 22 comunidades localizadas em 17 municípios gaúchos. O desfecho foi obtido através da pergunta: “Algum médico já lhe disse que você tem hipertensão (pressão alta)?”. Associações entre desfecho e variáveis explanatórias (demográficas, socioeconômicas, estilo de vida e de saúde) foram analisadas por regressão de Poisson, com variância robusta e entrada hierarquizada das variáveis. Por fim, foram calculadas as frações atribuíveis populacionais por componente (FAPC) para os fatores modificáveis associados à hipertensão. RESULTADOS: Foram entrevistados 589 adultos. Houve perda de 7% nas entrevistas em relação à amostra originalmente prevista. A maioria era do sexo feminino (64,9%), residia no perímetro rural (81,7%) era da raça/cor não branca (90,7%), recebia até ½ salário mínimo (63,3%) e 80% tinha menos de 8 anos de estudo. A média de idade foi de 45 anos (DP 17). 38,3% (IC95% 31,4%-45,1%) dos entrevistados referiu diagnóstico de hipertensão. Análise multivariada revelou associação com consumo excessivo de álcool (RP 0,52; IC95% 0,31-0,85), circunferência da cintura acima do adequado (RP 1,74; IC95% 1,41-2,15) e presença de diabetes (RP 1,38; IC95% 1,17-1,64). Idade apresentou associação direta e escolaridade mostrou-se inversamente associada à hipertensão. A análise da FAPC revelou que se os indivíduos tivessem 8 anos ou mais de estudo a prevalência de hipertensão arterial seria reduzida em 22,5%. CONCLUSÕES: A prevalência de hipertensão observada nas comunidades quilombolas do RS foi elevada. Cabe salientar a situação de vulnerabilidade dessa população, evidenciada, ao menos em parte, pela baixa escolaridade (80% sem ensino fundamental completo), baixa renda (63,3% recebem menos de ½ salário mínimo), grau de isolamento (81,7% residem em áreas isoladas do perímetro rural) e pelo fato de 90,7% da amostra ser da raça/cor não branca, o que provavelmente sujeita esses indivíduos a sofrerem discriminação racial e suas consequências adversas. Considerando-se a magnitude que representa a hipertensão e a extrema vulnerabilidade social desses grupos, políticas públicas que garantam seu acesso a direitos fundamentais (saúde, renda e escolaridade) poderiam ter impacto importante na diminuição da prevalência de hipertensão. / INTRODUCTION: Hypertension is a major risk factor for many acute and chronic cardiovascular diseases, premature death and disability. There is evidence that it is more prevalent and severe in black than in white populations, but the contributing mechanisms to this difference are not totally understood yet. However, socioeconomic factors, racial discrimination and social exclusion situations are strongly related to the frequency, distribution and causality of chronic diseases among the Afro-descendant Brazilian populations, including hypertension. In this context, quilombola communities deserve special attention. Quilombolas are settlements of African descendants, marked by discrimination and exclusion processes, printing an exclusionary socio-economic framework in their reality when compared to the Brazilian population in general. There are just a few studies in the literature that characterize their health status. Given their social vulnerability context and the important risk offered by high blood pressure, it is clear that an effort has to be made in order to enhance the knowledge about this disease in the quilombola population in Rio Grande do Sul state (RS). OBJECTIVE: To identify the prevalence of factors associated to arterial hypertension in household adults, residing in quilombola communities in Rio Grande do Sul state, Brazil. METHODS: Cross-sectional population-based study, conducted in 2011 with adult households in quilombola communities in the state of RS. We selected 634 families of 22 communities located in 17 RS municipalities, by sampling proportional to the size. The outcome was obtained by the question: “Has a doctor ever told you that you have hypertension (high blood pressure)?". Associations between the outcome and explanatory variables (demographic, socioeconomic, health and life style) were analyzed by Poisson regression, using robust variance and hierarchical input variables. The population attributable fractions were calculated by component (PAFC) for modifiable factors associated to hypertension. RESULTS: We interviewed 589 adults. Most women (64,9%), from the rural perimeter (81,7%), race/color non-white (90,7%), earning up to ½ minimum wage (63,3%) and 80% had less than 8 years of study. The average age was 45 years (SD 17). Hypertension diagnosis was reported by 38,3% (95% CI 31,4% - 45,1%) of the respondents. Multivariate analysis revealed an association with excessive alcohol consumption (OR 0,52, 95% CI 0,31 to 0,85), circumference of the waist above the recommended limit (PR 1,74, 95% CI 1.41 to 2,15) and presence diabetes (OR 1,38, 95% CI 1,17 to 1,64). Age had a direct association and educational level was inversely associated with hypertension. The PAFC analysis revealed that among individuals with eight years or more of study, the prevalence of hypertension was reduced by 22,5%. PAFC analysis revealed that for individuals with eight or more years of formal education, the prevalence of high blood pressure would be reduced by 22,5%. CONCLUSIONS: The prevalence of hypertension in the quilombola communities of RS is high. We emphasize the vulnerability of this population, evidenced by low educational levels, low income, geographical isolation and to the fact that 90,7% of the sample is non-white, subjecting these individuals to racial discrimination and its adverse consequences. Considering the magnitude of hypertension and the extreme social vulnerability of these groups, public policies that guarantee their access to fundamental rights (health, income and education) could have an remarkable impact in reducing the prevalence of hypertension.
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Movimento Negro e a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra: heterogeneidade e convergênciasAraújo, Marcos Vinícius Ribeiro 21 May 2015 (has links)
Submitted by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2015-11-20T19:53:10Z
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TESE. Marcos Vinicius R. Araújo. 2015.pdf: 1538530 bytes, checksum: 01c71cad9679c3ccdf09076f001bf59e (MD5) / Approved for entry into archive by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2015-11-23T16:52:07Z (GMT) No. of bitstreams: 1
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TESE. Marcos Vinicius R. Araújo. 2015.pdf: 1538530 bytes, checksum: 01c71cad9679c3ccdf09076f001bf59e (MD5) / O Movimento Negro, através de um conjunto heterogêneo e diversificado de organizações, vem desenvolvendo, desde meados dos anos 80, uma atuação organizada no campo da saúde, tendo como ponto auge deste processo a aprovação da Política Nacional Integral de Saúde da População Negra e a inserção de um capítulo de saúde na lei do Estatuto da Igualdade Racial. Esta trajetória é permeada pela influência dos debates sobre uma concepção ampliada de saúde, a partir da emergência do Movimento de Reforma Sanitária, o qual vem propondo mudanças na política e na organização do sistema de saúde, nas práticas e nos modos de vida da população. Neste sentido, o objetivo desta tese é compreender como o Movimento Negro vem se organizando, desenvolvendo suas ações em torno do tema da Saúde da População Negra e se posicionando com relação ao processo de formulação e implementação da Política de Saúde da População Negra nos últimos 10 anos. Para tanto foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com lideranças destas organizações, complementadas com informações extraídas de documentos e textos consultados em sítios oficiais das entidades na internet. Os resultados demonstram que as concepções e práticas de saúde que embasam as organizações do Movimento reproduzem em boa medida o senso comum em relação à noção de saúde, cuja demanda principal diz respeito à ampliação do acesso aos serviços públicos de saúde, ainda desenvolvem práticas assistencialista no âmbito das comunidades em que atuam, e uma ação fiscalizadora no âmbito dos espaços institucionais de participação e controle social nos quais têm assento. No que diz respeito às relações entre as organizações do Movimento Negro e o Estado são caracterizadas por contradições, na medida que ao mesmo tempo em que reconhecem avanços na forma como o Estado brasileiro tem tratado a temática racial no geral, consideram haver um expressivo atraso da gestão quando se trata das políticas e programas voltados para o enfrentamento dos problemas vinculados à questão racial no setor saúde. Desse modo, as organizações do Movimento Negro que estão na base da formulação das Políticas de Saúde voltadas para a população negra, bem como na atuação no campo da saúde na sociedade civil, desempenham um relevante papel protagonista nesse processo. Porém ainda partem das demandas vivenciadas por este setor populacional, no que diz respeito ao acesso aos serviços de saúde, reproduzindo ainda uma visão setorial sobre a questão, mesmo que no marco da defesa do SUS e da transversalização da sua pauta nos diversos serviços e âmbitos do Sistema.
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Estudo do polimorfismo Ser49Gly do gene do receptor beta adrenérgico 1 (β-adr 1) na população do estado do Rio de Janeiro, Brasil estratificada por cor da pele e ancestralidade genômica / Study of Ser49Gly polimorphism of beta-1 adrenergic receptor gene in a population sample on Rio de Janeiro state, Brazil, stratified by color of skin and genetic ancestryKelly Teixeira dos Santos 11 December 2012 (has links)
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro / As doenças cardiovasculares possuem a maior taxa de óbitos no mundo, e notavelmente nos últimos anos as pesquisas genéticas sobre as mesmas estão baseadas em estudos de associação, no qual o gene suspeito que esteja em maior frequência entre os pacientes passa a ser considerado um possível fator causal. Os polimorfismos genéticos que ocorrem no receptor beta-adrenérgico podem resultar em mudanças significativas na função do receptor, podendo acarretar fisiopatologias. Neste trabalho, o objetivo foi estimar a diversidade e a frequência do polimorfismo Ser49Gly do gene do receptor beta-adrenérgico 1 a partir de uma amostra de 188 indivíduos da população do Estado do Rio de Janeiro. As frequências também foram analisadas a partir da estratificação da amostra por critério fenotípico em função do padrão de cor da pele em (negros e não negros) ou ancestralidade genética em (afrodescendente e não afrodescendente), definida através da informação dos marcadores de ancestralidade Indels e SNP de cromossomo Y, para avaliar se os padrões de ancestralidade ou cor da pele são fundamentais para a diferenciação e distanciamento genético. Fragmentos de interesse foram amplificados por PCR (reação de cadeia de polimerase) com primers específicos para o marcador Ser49Gly e as reações de genotipagem foram realizadas com enzimas de restrição Eco0109I. Os valores da heterozigosidade variaram entre 0,25-0,50 e 0,20-0,41 nos grupos estratificados por ancestralidade e cor da pele, respectivamente. No que diz respeito à análise do equilíbrio de Hardy-Weinberg, não houve um desvio significativo na distribuição do marcador nas amostras gerais do Estado do Rio de Janeiro, ou mesmo nas amostras estratificadas. A distribuição dos alelos na amostra dos 188 indivíduos da população geral do Rio de Janeiro (AC_RJ) mostrou uma frequência de 80,30% e 19,70% para o alelo selvagem e mutado Ser49Gly, respectivamente. A comparação das análises sobre a distribuição das frequências alélicas para este marcador mostrou a ocorrência de diferenças significativas na distribuição das frequências alélicas entre negros e não negros e afrodescendentes e não afrodescendentes. A diferença significativa observada entre os negros e afrodescendentes, foi em menor grau de distanciamento. A informação obtida em relação à ancestralidade foi crucial para a obtenção dos dados sobre o aumento da variável mutada do polimorfismo Ser49Gly nas populações negras e afrodescendentes do Estado Rio de Janeiro. Tal evidência, em combinação com estudos clínicos podem contribuir para uma análise pormenorizada do padrão de susceptibilidade à doença em questão, em falhas do mecanismo deste receptor. / Cardiovascular diseases have the highest death rate in the world, and notably in recent years genetic research about them are based on association studies, in which the gene suspected to be at a higher frequency among patients is now considered a possible causal factor. Genetic polymorphisms that occur in the beta adrenergic receptor can result in significant changes in the receptor function that may trigger physiopathologies. The main aim of this study was to estimate the diversity and the frequency of Ser49Gly polymorphism of Βeta adrenergic 1 receptor gene in a sample of 188 individuals of the population of Rio de Janeiro. The frequencies were also analyzed from the sample stratification by phenotypic criteria due to skin color pattern (blacks and non-blacks) or by genetic ancestry (African descent and non-African descent), defined by ancestry information SNP and Indels markers from Y chromosome, to evaluate whether the ancestry criteria and/or skin color are crucial to the pattern of differentiation and genetic distance. Fragments of interest were amplified by PCR (polymerase chain reaction) with specific primers for the marker Ser49Gly and genotyping reactions performed by restriction with the enzyme Eco0109I. The values of heterozygosity ranged from 0.25 to 0.50 and 0.20 to 0.41 in the groups stratified by ancestry and skin color, respectively. Regarding the analysis of EHW, there was no significant deviation from this marker genotype distribution in Rio de Janeiro sample or even the stratified sample. The distribution of alleles in the sample of 188 individuals from the general population of Rio de Janeiro (AC_RJ) shows a frequency of 80.30% and 19.70% for the wild-type allele mutated Ser49 and Gly49, respectively. The comparison analysis showed the occurrence of significant differences in the distribution of allele frequencies of this marker between blacks and non-blacks and African descent and non-African descent. A significant difference was also observed between blacks and African descent, with a lesser degree of detachment. The information obtained in relation to ancestry was crucial for obtaining data on the increase in variable mutated polymorphism Ser49Gly in the black populations and African descent in Rio de Janeiro State. Such evidence, in combination with clinical studies may contribute to a detailed analysis of the pattern of susceptibility to disease involved in mechanism crashes of this receptor.
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Estudo do polimorfismo Ser49Gly do gene do receptor beta adrenérgico 1 (β-adr 1) na população do estado do Rio de Janeiro, Brasil estratificada por cor da pele e ancestralidade genômica / Study of Ser49Gly polimorphism of beta-1 adrenergic receptor gene in a population sample on Rio de Janeiro state, Brazil, stratified by color of skin and genetic ancestryKelly Teixeira dos Santos 11 December 2012 (has links)
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro / As doenças cardiovasculares possuem a maior taxa de óbitos no mundo, e notavelmente nos últimos anos as pesquisas genéticas sobre as mesmas estão baseadas em estudos de associação, no qual o gene suspeito que esteja em maior frequência entre os pacientes passa a ser considerado um possível fator causal. Os polimorfismos genéticos que ocorrem no receptor beta-adrenérgico podem resultar em mudanças significativas na função do receptor, podendo acarretar fisiopatologias. Neste trabalho, o objetivo foi estimar a diversidade e a frequência do polimorfismo Ser49Gly do gene do receptor beta-adrenérgico 1 a partir de uma amostra de 188 indivíduos da população do Estado do Rio de Janeiro. As frequências também foram analisadas a partir da estratificação da amostra por critério fenotípico em função do padrão de cor da pele em (negros e não negros) ou ancestralidade genética em (afrodescendente e não afrodescendente), definida através da informação dos marcadores de ancestralidade Indels e SNP de cromossomo Y, para avaliar se os padrões de ancestralidade ou cor da pele são fundamentais para a diferenciação e distanciamento genético. Fragmentos de interesse foram amplificados por PCR (reação de cadeia de polimerase) com primers específicos para o marcador Ser49Gly e as reações de genotipagem foram realizadas com enzimas de restrição Eco0109I. Os valores da heterozigosidade variaram entre 0,25-0,50 e 0,20-0,41 nos grupos estratificados por ancestralidade e cor da pele, respectivamente. No que diz respeito à análise do equilíbrio de Hardy-Weinberg, não houve um desvio significativo na distribuição do marcador nas amostras gerais do Estado do Rio de Janeiro, ou mesmo nas amostras estratificadas. A distribuição dos alelos na amostra dos 188 indivíduos da população geral do Rio de Janeiro (AC_RJ) mostrou uma frequência de 80,30% e 19,70% para o alelo selvagem e mutado Ser49Gly, respectivamente. A comparação das análises sobre a distribuição das frequências alélicas para este marcador mostrou a ocorrência de diferenças significativas na distribuição das frequências alélicas entre negros e não negros e afrodescendentes e não afrodescendentes. A diferença significativa observada entre os negros e afrodescendentes, foi em menor grau de distanciamento. A informação obtida em relação à ancestralidade foi crucial para a obtenção dos dados sobre o aumento da variável mutada do polimorfismo Ser49Gly nas populações negras e afrodescendentes do Estado Rio de Janeiro. Tal evidência, em combinação com estudos clínicos podem contribuir para uma análise pormenorizada do padrão de susceptibilidade à doença em questão, em falhas do mecanismo deste receptor. / Cardiovascular diseases have the highest death rate in the world, and notably in recent years genetic research about them are based on association studies, in which the gene suspected to be at a higher frequency among patients is now considered a possible causal factor. Genetic polymorphisms that occur in the beta adrenergic receptor can result in significant changes in the receptor function that may trigger physiopathologies. The main aim of this study was to estimate the diversity and the frequency of Ser49Gly polymorphism of Βeta adrenergic 1 receptor gene in a sample of 188 individuals of the population of Rio de Janeiro. The frequencies were also analyzed from the sample stratification by phenotypic criteria due to skin color pattern (blacks and non-blacks) or by genetic ancestry (African descent and non-African descent), defined by ancestry information SNP and Indels markers from Y chromosome, to evaluate whether the ancestry criteria and/or skin color are crucial to the pattern of differentiation and genetic distance. Fragments of interest were amplified by PCR (polymerase chain reaction) with specific primers for the marker Ser49Gly and genotyping reactions performed by restriction with the enzyme Eco0109I. The values of heterozygosity ranged from 0.25 to 0.50 and 0.20 to 0.41 in the groups stratified by ancestry and skin color, respectively. Regarding the analysis of EHW, there was no significant deviation from this marker genotype distribution in Rio de Janeiro sample or even the stratified sample. The distribution of alleles in the sample of 188 individuals from the general population of Rio de Janeiro (AC_RJ) shows a frequency of 80.30% and 19.70% for the wild-type allele mutated Ser49 and Gly49, respectively. The comparison analysis showed the occurrence of significant differences in the distribution of allele frequencies of this marker between blacks and non-blacks and African descent and non-African descent. A significant difference was also observed between blacks and African descent, with a lesser degree of detachment. The information obtained in relation to ancestry was crucial for obtaining data on the increase in variable mutated polymorphism Ser49Gly in the black populations and African descent in Rio de Janeiro State. Such evidence, in combination with clinical studies may contribute to a detailed analysis of the pattern of susceptibility to disease involved in mechanism crashes of this receptor.
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Prevalência de hipertensão arterial e fatores associados em comunidades quilombolas do Rio Grande do Sul, BrasilPauli, Sílvia January 2016 (has links)
Introdução: Hipertensão é um dos principais fatores de risco para diversas doenças cardiovasculares agudas e crônicas, morte prematura e incapacidade. Há evidências de que seja mais prevalente e grave em indivíduos negros do que em brancos, porém os mecanismos que contribuem para essa diferença não são totalmente compreendidos. Todavia, fatores socioeconômicos, situação de discriminação racial e exclusão social podem influenciar fortemente a frequência, distribuição e causalidade das doenças mais incidentes entre a população brasileira afrodescendente, entre elas, a hipertensão. Nesse contexto, merecem atenção as comunidades quilombolas, que são núcleos populacionais de afrodescendentes, marcados por processos de discriminação e exclusão que imprimem em sua realidade um quadro socioeconômico bastante excludente em relação à população brasileira de modo geral. São escassos na literatura estudos que caracterizem sua situação de saúde. Tendo em vista o contexto de vulnerabilidade social e a magnitude que representa a hipertensão, entende-se que todos os esforços devem ser feitos a fim de viabilizar estudos direcionados ao conhecimento desse agravo na população de remanescentes de quilombolas do Rio Grande do Sul (RS). OBJETIVO: Identificar a prevalência e fatores associados à hipertensão arterial em adultos residentes em comunidades quilombolas do RS. MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional, realizado em 2011 com adultos responsáveis por domicílios de comunidades quilombolas do RS. Foram selecionadas 634 famílias por amostragem proporcional ao tamanho, de 22 comunidades localizadas em 17 municípios gaúchos. O desfecho foi obtido através da pergunta: “Algum médico já lhe disse que você tem hipertensão (pressão alta)?”. Associações entre desfecho e variáveis explanatórias (demográficas, socioeconômicas, estilo de vida e de saúde) foram analisadas por regressão de Poisson, com variância robusta e entrada hierarquizada das variáveis. Por fim, foram calculadas as frações atribuíveis populacionais por componente (FAPC) para os fatores modificáveis associados à hipertensão. RESULTADOS: Foram entrevistados 589 adultos. Houve perda de 7% nas entrevistas em relação à amostra originalmente prevista. A maioria era do sexo feminino (64,9%), residia no perímetro rural (81,7%) era da raça/cor não branca (90,7%), recebia até ½ salário mínimo (63,3%) e 80% tinha menos de 8 anos de estudo. A média de idade foi de 45 anos (DP 17). 38,3% (IC95% 31,4%-45,1%) dos entrevistados referiu diagnóstico de hipertensão. Análise multivariada revelou associação com consumo excessivo de álcool (RP 0,52; IC95% 0,31-0,85), circunferência da cintura acima do adequado (RP 1,74; IC95% 1,41-2,15) e presença de diabetes (RP 1,38; IC95% 1,17-1,64). Idade apresentou associação direta e escolaridade mostrou-se inversamente associada à hipertensão. A análise da FAPC revelou que se os indivíduos tivessem 8 anos ou mais de estudo a prevalência de hipertensão arterial seria reduzida em 22,5%. CONCLUSÕES: A prevalência de hipertensão observada nas comunidades quilombolas do RS foi elevada. Cabe salientar a situação de vulnerabilidade dessa população, evidenciada, ao menos em parte, pela baixa escolaridade (80% sem ensino fundamental completo), baixa renda (63,3% recebem menos de ½ salário mínimo), grau de isolamento (81,7% residem em áreas isoladas do perímetro rural) e pelo fato de 90,7% da amostra ser da raça/cor não branca, o que provavelmente sujeita esses indivíduos a sofrerem discriminação racial e suas consequências adversas. Considerando-se a magnitude que representa a hipertensão e a extrema vulnerabilidade social desses grupos, políticas públicas que garantam seu acesso a direitos fundamentais (saúde, renda e escolaridade) poderiam ter impacto importante na diminuição da prevalência de hipertensão. / INTRODUCTION: Hypertension is a major risk factor for many acute and chronic cardiovascular diseases, premature death and disability. There is evidence that it is more prevalent and severe in black than in white populations, but the contributing mechanisms to this difference are not totally understood yet. However, socioeconomic factors, racial discrimination and social exclusion situations are strongly related to the frequency, distribution and causality of chronic diseases among the Afro-descendant Brazilian populations, including hypertension. In this context, quilombola communities deserve special attention. Quilombolas are settlements of African descendants, marked by discrimination and exclusion processes, printing an exclusionary socio-economic framework in their reality when compared to the Brazilian population in general. There are just a few studies in the literature that characterize their health status. Given their social vulnerability context and the important risk offered by high blood pressure, it is clear that an effort has to be made in order to enhance the knowledge about this disease in the quilombola population in Rio Grande do Sul state (RS). OBJECTIVE: To identify the prevalence of factors associated to arterial hypertension in household adults, residing in quilombola communities in Rio Grande do Sul state, Brazil. METHODS: Cross-sectional population-based study, conducted in 2011 with adult households in quilombola communities in the state of RS. We selected 634 families of 22 communities located in 17 RS municipalities, by sampling proportional to the size. The outcome was obtained by the question: “Has a doctor ever told you that you have hypertension (high blood pressure)?". Associations between the outcome and explanatory variables (demographic, socioeconomic, health and life style) were analyzed by Poisson regression, using robust variance and hierarchical input variables. The population attributable fractions were calculated by component (PAFC) for modifiable factors associated to hypertension. RESULTS: We interviewed 589 adults. Most women (64,9%), from the rural perimeter (81,7%), race/color non-white (90,7%), earning up to ½ minimum wage (63,3%) and 80% had less than 8 years of study. The average age was 45 years (SD 17). Hypertension diagnosis was reported by 38,3% (95% CI 31,4% - 45,1%) of the respondents. Multivariate analysis revealed an association with excessive alcohol consumption (OR 0,52, 95% CI 0,31 to 0,85), circumference of the waist above the recommended limit (PR 1,74, 95% CI 1.41 to 2,15) and presence diabetes (OR 1,38, 95% CI 1,17 to 1,64). Age had a direct association and educational level was inversely associated with hypertension. The PAFC analysis revealed that among individuals with eight years or more of study, the prevalence of hypertension was reduced by 22,5%. PAFC analysis revealed that for individuals with eight or more years of formal education, the prevalence of high blood pressure would be reduced by 22,5%. CONCLUSIONS: The prevalence of hypertension in the quilombola communities of RS is high. We emphasize the vulnerability of this population, evidenced by low educational levels, low income, geographical isolation and to the fact that 90,7% of the sample is non-white, subjecting these individuals to racial discrimination and its adverse consequences. Considering the magnitude of hypertension and the extreme social vulnerability of these groups, public policies that guarantee their access to fundamental rights (health, income and education) could have an remarkable impact in reducing the prevalence of hypertension.
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A ProduÃÃo AcadÃmica sobre as RelaÃÃes Ãtnicorraciais no Brasil e no CearÃ: a construÃÃo do afrodescendente. / The Academic Production on Ethnic and Racial Relations in Brazil and Ceara: the construction of the afro descendent.Silviana Fernandes Mariz 30 November 2012 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / A presente tese apresenta como objetivo principal tanto a anÃlise do processo de formaÃÃo de um novo nicho acadÃmico aqui identificado como "campo da afrodescendÃncia", cuja expansÃo tem ocorrido vertiginosamente nas universidades pÃblicas brasileiras a partir da dÃcada de 1980, quanto o exame de sua estreita relaÃÃo com a hegemonia cultural exercida pelos Estados Unidos, identificando ainda os seus principais ingredientes teÃricos e ideolÃgicos que lhe dÃo sustentaÃÃo.
Para tanto, tambÃm reflito sobre o processo de fortalecimento dos movimentos sociais, em particular o movimento negro, que a partir da dÃcada de 1980 saÃram da esfera meramente polÃtica e tiveram suas demandas partidÃrias transformadas em demandas cientÃficas, promovendo uma maior aproximaÃÃo com as universidades; bem como sobre o processo de formaÃÃo nacional do campo da afrodescendÃncia, identificando quem foram seus primeiros construtores e ideÃlogos e quais eram as suas principais reivindicaÃÃes - sempre mantendo como foco a expressÃo dessas reivindicaÃÃes em termos acadÃmico-cientÃficos. Por fim, compÃs o quadro de anÃlise desse estudo a identificaÃÃo de quem foram os estudiosos que, no CearÃ, exerceram o papel de vanguarda na construÃÃo local do campo da afrodescendÃncia a fim de identificar e analisar os pontos de aproximaÃÃo e de afastamento do campo da afrodescendÃncia com a tradiÃÃo interpretativa anterior hegemÃnica no Brasil e no Cearà atà por volta da dÃcada de 1980 e que foi marcada pela defesa do ideal da mestiÃagem. Desse modo, a tese se encontra dividida em quatro partes, sendo que a primeira à dedicada à compreensÃo do campo da mestiÃagem, pois à a partir dele que o campo da afrodescendÃncia se constitui, e à nesse momento que analiso as principais obras de intelectuais brasileiros cujas obras produzidas a partir do fim do sÃculo 19 tinham como principal foco de debate o ideal de mestiÃagem e a figura do mestiÃo brasileiro. Na segunda parte, reflito sobre as primeiras iniciativas produzidas pela intelectualidade brasileira de questionamento sobre o campo da mestiÃagem, como foi o caso do chamado Projeto UNESCO. Na terceira parte, analiso o processo de formaÃÃo do campo da afrodescendÃncia de modo geral no Brasil, tanto refletindo sobre o contexto sÃcio-polÃtico brasileiro da Ãpoca quanto identificando quem foram os seus primeiros ideÃlogos; à nessa parte ainda que examino as principais formulaÃÃes conceituais produzidas nesse campo. E, por fim, na quarta parte, apresento analiticamente o processo de formaÃÃo do campo da afrodescendÃncia no CearÃ, identificando na Faculdade de EducaÃÃo o principal foco de produÃÃo acadÃmica desse campo. Como principal metodologia, utilizei-me da anÃlise bibliogrÃfica da produÃÃo acadÃmica do Programa de PÃs-GraduaÃÃo em EducaÃÃo Brasileira da Faculdade de EducaÃÃo (FACED) da Universidade Federal do Cearà (UFC), em especial as teses e dissertaÃÃes defendidas no Eixo TemÃtico âSociopoÃtica, Cultura e RelaÃÃes Ãtnicorraciaisâ da Linha de Pesquisa âMovimentos Socais, EducaÃÃo Popular e Escolaâ. Para refletir sobre a formaÃÃo desse enclave ideolÃgico dentro da universidade pÃblica brasileira foi fundamental a conceituaÃÃo elaborada por Pierre Bourdieu sobre o campo cientÃfico; foi dele que me apropriei da noÃÃo de campo para identificar a produÃÃo acadÃmica da afrodescendÃncia como um campo cientÃfico. Outros estudiosos me ajudaram a refletir melhor sobre os conceitos e as categorias produzidas no contexto do campo da afrodescendÃncia, por exemplo: de Paul Gilroy, me beneficiei de sua reflexÃo sobre a saturaÃÃo ideolÃgica produzida em torno da ideia de Ãfrica, da diÃspora africana e da afrodescendÃncia e de Homi Bhabha, me favoreci com suas formulaÃÃes sobre os conceitos de hibridez, de entre-lugar, de ambivalÃncia e de mÃmica. AlÃm deles, Thomas Khun e o seu conceito de paradigma me permitiram pensar melhor sobre o campo da mestiÃagem e suas particularidades. / This thesis has as main objective the analysis of the process of formation of a new academic niche here identified as "field of afro ancestry" whose expansion has occurred dramatically in Brazilian public universities from the 1980s, and the examination of their close relationship to cultural hegemony exercised by the United States, also identifying their main theoretical and ideological ingredients that support it.
To do so, I also reflect on the process of strengthening of social movements, in particular the black movement, which from the 1980s left the purely political sphere and their demands were transformed into academic demands, fostering closer ties with universities; as well as on the process of national formation of the field of afro ancestry, identifying who were its first constructors and ideologues and what were their main demands - always keeping focused on the expression of these claims in academic-scientific terms.
Finally, it composed the framework of analysis of this study the identification of the scholars who, in CearÃ, exercised leadership role in building the local afro ancestry field in order to identify and analyze the points of similarity and dissimilarity between the afro ancestry field and the previous hegemonic interpretative tradition in Brazil and Cearà until around the 1980s which was marked by defending the ideal of miscegenation.
Thus, the thesis is divided into four parts: the first one is devoted to understanding the field of miscegenation, since it is from this that the field of afro ancestry is constituted, and that is when I analyze the major works of Brazilian intellectuals whose works produced from the late 19th century had as its main focus the debate about the miscegenation and the Brazilian hybrid. In the second part, I reflect on the first initiatives produced by Brazilian intellectuals questioning about the field of miscegenation, as was the case with the so-called Project UNESCO. In the third part, I analyze the process of formation of the field of afro ancestry generally in Brazil, both reflecting on the socio-political context of the Brazilian season as identifying who were its first ideologues, that part is still to examine the main conceptual formulations produced by this field. And finally, in the fourth part, I present analytically the process of formation of the field of afro ancestry in CearÃ, identifying the Faculty of Education as the main focus of academic research in this field.
As principal methodology it was applied the literature review of academic production of the Post-Graduating Program in Education in the Faculty of Education (FACED) at the Federal University of Cearà (UFC), in particular the theses and dissertations produced by the "Sociopoetic, Culture and Race and Ethnic Relations" from the Line Research âSocial Movements, Popular Education and Schoolâ.
In order to reflect about the ideological formation of this field within the Brazilian public university it was fundamental the conceptualization elaborated by Pierre Bourdieu on the scientific field; I appropriated his notion of field to identify the academic production of afro ancestry as a scientific field. Other scholars have helped me to better reflect on the concepts and categories produced in the context of the field of afro ancestry, for example: Paul Gilroy, I benefited from his reflection on the ideological saturation produced around the idea of Africa, African Diaspora and Afro ancestry, and Homi Bhabha, favored me with their formulations on the concepts of hybridity, of in-between place, of ambivalence and of mimicry. Besides them, Thomas Khun and his concept of paradigm allowed me to think more about the field of miscegenation and its particularities.
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Artrite reumatoide em Afro-brasileiros : "O papel do HLA" / Rheumatoid arthritis in Afro-brazilians : "The role of HLA"Pina, Fabiana Pompeo de 14 August 2018 (has links)
Orientador: Manoel Barros Bertolo / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias Medicas / Made available in DSpace on 2018-08-14T03:46:59Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2009 / Resumo: A associação de antígenos de histocompatibilidade com a Artrite Reumatóide (AR) vem sendo demonstrada em inúmeros estudos. No entanto, a avaliação em populações afro-descendentes ainda foi pouco estudada. Os propósitos deste estudo foram os de determinar a freqüência dos alelos HLA-DRB1 e as contribuições do polimorfismo desses alelos na susceptibilidade da AR na população afrobrasileira. Este estudo avaliou também, se a teoria do epitopo semelhante (SE) e o modelo de proteção da Artrite Reumatóide (RAP Model) se aplicam aos pacientes afro-brasileiros com AR. Os alelos HLA-DRB1 de 72 pacientes afro-brasileiros com AR, diagnosticados pelos critérios do American College of Rheumatology (ACR), e de 75 indivíduos saudáveis foram tipados e subtipados utilizando-se a técnica de reação em cadeia de polimerase de DNA amplificado hibridizado, com seqüência de primers específicos de alta e baixa resolução, e depois comparados. Os alelos HLADRB1 *0404 e *0405 apresentaram freqüência maior nos pacientes do que no grupo controle. Já, alelo HLA-DRB1*0102 apresentou uma freqüência aumentada no grupo controle (9,3%), quando comparada com a freqüência nos pacientes. Os alelos DRB1 considerados como pertencentes ao grupo do epitopo semelhante estavam presentes em 39 pacientes (54,2%) e em 20 controles (26,7%), indicando que teoria do epitopo semelhante se aplica à população afro-brasileira com Artrite Reumatóide. Os alelos HLA-DRB1 que apresentavam a sequência DERAA (alelos protetores) reduziram, de forma independente, o risco de desenvolver AR. Os dados obtidos apontam para uma intensa miscigenação racial presente no Brasil. Assim, como nos faz concluir que a susceptibilidade da Artrite Reumatóide em afro-brasileiros é, provavelmente, mediada pela interação de fatores genéticos e étnicos / Abstract: The association of histocompatibility antigens with Rheumatoid Arthritis (RA) comes being demonstrated in innumerable studies. However, the evaluation in afrodescendents populations still little was studied. The aim of this study has been to determine the frequency of HLA-DRB1 alleles, and the contributions of the polymorphism of these alleles in the susceptibility of RA in the Afro-Brazilian population as well. This study, also evaluated, if the theory of the shared epitope (SE) and the model of protection of the Rheumatoid Arthritis (RAP Model) can also be applied to the Afro-Brazilian patients suffering RA. The HLA-DRB1 alleles in 72 Afro-Brazilian patients suffering RA, diagnosed in accordance to the criteria of the American College of Rheumatology (ACR), and of 75 healthful volunteers had been typed and sub-typed using the technique of the polymerase chain reaction of the amplified hybridized DNA, with specific sequence of primers of high and low resolution, were then compared. The HLA-DRB1 *0404 and *0405 alleles had presented higher frequency in the patients group than in the control group. The HLADRB1 *0102 alleles presented a frequency increased (9,3%) in the control group, when compared with the patients group. The DRB1 alleles considered as pertaining to the group of shared epitope were present in 39 patients (54.2%) and in 20 members of the control group(26.7%), indicating that the theory of the shared epitope it is also applied to the Afro-Brazilian population with Rheumatoid Arthritis. The HLADRB1 alleles that presented DERAA sequence (protectors alleles), had reduced, of independent form, the risk to develop RA. The gotten data point to an intense racial miscegenation in Brazil. Thus, as in it makes them to conclude that the susceptibility of the Rheumatic Arthritis in Afro-Brazilian is, probably, determined by the interaction of genetic and ethnic factors / Mestrado / Clinica Medica / Mestre em Clinica Medica
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O uso de álcool e outras drogas na comunidade Kalunga de Cavalcante e suas redes de cuidado / The use of alcohol and other drugs in Kalunga community from Cavalcante and its care networkNovais, Tatiana Oliveira 25 August 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-08-25 / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás - FAPEG / The Historical Site and Cultural Heritage Kalunga (HSCHK) is located at northeastern of Goiás, including areas of the following cities, Cavalcante, Monte Alegre and Teresina de Goiás. The Kalunga community is the largest quilombo of Brazil, by the difficulty of access, it still preserves centenarians habits such as, prays in Latin, own words, ways of living and endogamous marriages, forming large clans. Cavalcante holds 60% of HSCHK. Its "discovery" took place in the 1980s, by the anthropologist Mari Baiocchi. The Kalunga people arouses much curiosity and is the focus of many institutional actions, entities, among others. However, they live in precarious conditions of sanitation, poor access, poor infrastructure, low educational levels and social vulnerability. Despite many studies, from different areas, still there was no research on the use of alcohol and other drugs as well as their care networks. This study considered racism and repression around the drugs as a form of biopower. A nature applied and empirical research was performed. For this work, it was fundamental a partnership with state and municipal government agencies and the Federal University of Goiás, as well as leaders, forming a network. A process of immersion and approach to the territory and the community was held. Were performed: visits to HSCHK, meetings with leaders and representatives of local and state government, focal groups with the Community Health Agents (ACS), a course a questionnaire applied by the ACS at the community, interviews, network mapping and collective elaboration of harm reduction actions in the community traditional festivals, constituting as a participant action research. The data suggest that the habit of drinking is associated with the male, Catholic religion, and those who participate in the Kalunga parties. Alcoholic beverages are present in key moments of the Kalunga life, from his birth to death, in celebrations that mark the passage of time, the traditional practices of care as the root beverages preparations, and income generation. Smoking had a positive relationship with age and low education, they still preserve the habit of pipe smoking and snuff use, which is called Simonte. The participation in the parties is part of a community identity, lasting five days and with ritualistic practices. They are important spaces for care actions and harm reduction, developed by the community and by the entities involved. Due to its characteristics, and the social capital of this territory, there are possibilities to actualize a care network with actions aimed to technological development, considering enhancing and respecting local knowledge. From this work was consolidated the Kalunga Network, formed by researchers, institutional actors and people in the community. / O Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga (SHPCK) está situado na região nordeste do estado de Goiás, abrange os municípios de Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás. A comunidade Kalunga é a maior comunidade quilombola do Brasil, pela dificuldade de acesso ainda preserva hábitos centenários, como rezas em latim, palavras, modos de viver e casamentos endogâmicos, formando grandes clãs. Cavalcante abriga 60% do SHPCK. Sua “descoberta” se deu na década de 1980, pela antropóloga Mari Baiocchi. O povo Kalunga desperta muita curiosidade e é foco de inúmeras ações institucionais, de entidades etc. Porém, vivem em precárias condições de saneamento básico, dificuldade de acesso, infraestrutura, baixa escolaridade e situação de vulnerabilidade social. Apesar dos vários estudos, de diferentes áreas, ainda não havia uma pesquisa sobre o uso de álcool e outras drogas, bem como suas redes de cuidado. Este trabalho levou em consideração o racismo e a repressão em torno das drogas, como forma de biopoder. Foi realizada uma pesquisa de natureza aplicada e empírica. Para a realização deste trabalho foi fundamental a parceria com os órgãos governamentais estaduais e municipais e da Universidade Federal de Goiás, bem como as lideranças, constituindo uma rede. Foi realizado um processo de imersão e aproximação do território e da comunidade. Foram realizadas: visitas ao SHPCK, reuniões com lideranças e representantes do poder público local e estadual, grupo focal com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), realização de um curso, aplicação de um questionário pelos ACS na comunidade, entrevistas, mapeamento da rede e elaboração coletiva de ações de Redução de Danos nas festas tradicionais da comunidade, constituindo-se como uma pesquisa-ação participante. Os dados sugerem que o hábito de beber está associado ao sexo masculino, de religião católica, e os que participam das festas Kalunga. As bebidas alcoólicas estão presentes nos principais momentos da vida do Kalunga, do seu nascimento até a morte, nas festas que marcam a passagem do tempo, nas práticas tracionais do cuidado como as raizadas e na geração de renda. O hábito de fumar teve relação positiva com a velhice e baixa escolaridade, ainda preservam o hábito de fumar cachimbo e do uso de rapé, que era denominado de simonte. A participação das festas faz parte da identidade da comunidade, com a duração de cinco dias e com práticas ritualísticas. São espaços importantes para ações de cuidado e redução de danos, desenvolvidas pela própria comunidade e pelas entidades que participam. Devido às suas especificidades, e ao capital social deste território, há possibilidades de se efetivar uma rede de cuidado com ações voltadas para o desenvolvimento tecnológico, considerando, potencializando e respeitando o saber local. A partir deste trabalho foi consolidada a Rede Kalunga, formada por pesquisadores, atores institucionais e pessoas da comunidade.
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