• Refine Query
  • Source
  • Publication year
  • to
  • Language
  • 105
  • 3
  • 3
  • 3
  • 3
  • 3
  • 2
  • 2
  • 1
  • 1
  • Tagged with
  • 109
  • 48
  • 29
  • 25
  • 23
  • 20
  • 19
  • 18
  • 18
  • 17
  • 15
  • 14
  • 13
  • 13
  • 10
  • About
  • The Global ETD Search service is a free service for researchers to find electronic theses and dissertations. This service is provided by the Networked Digital Library of Theses and Dissertations.
    Our metadata is collected from universities around the world. If you manage a university/consortium/country archive and want to be added, details can be found on the NDLTD website.
21

Trilogia antropofágica [a educação como devoração]

Costa, Gilcilene Dias da January 2008 (has links)
L´anthropophagie et le désir : tels sont les concepts autour desquels est tissée la trilogie qui compose le présent travail. Une combinaison d´éléments extemporains les plus dispersés - un mélange de cannibalisme rituel, de souveraineté du désir et d´anarchie couronnée - et qui s´unissent en laissant place au surgissement dans le temps et dans l´espace, d´une forme dévoratrice volontairement créatrice et impérieuse au sein de l´éducation. Une machinerie de la production désirante met en branle un mode de penser l´éducation comme un désir d´apprendre et comme une puissance de connaître. Elle s´oppose à l´apathie de l´apprentissage et à l´inertie du savoir. Une géographie nomade distribue des concepts, des personnages et des situations dans un labyrinthe de forces, d´appétits, de perversions, d´affabulations et de ruses. L´anthropophagie est le principe dévorateur et le leitmotiv de toute la création. Elle fait de ses propres limites un point d´intersection et de déséquilibre constant. La présente étude se nourrit des vestiges laissés par quelques uns de ses intercesseurs: Hobbes et ses travaux concernant le concept d´ « homi hominis lupus »; Nietzsche et ses analyses de la « moralité de l´habitude » ; Artaud et la « cruauté » inscrite dans les corps sans organes ; Agamben et la « sacralité » de la vie comme insigne des processus d´inclusion et d´exclusion de la vie politique ; Deleuze et Guattari et le champ du « désir » en tant que production machinique qui traverse les formations sociales. D´Hélagabal à Vendredi et à Macunaïma, les concepts se mêlent, se défont ou se refont avec une impétuosité dévorante. La trilogie qui suit peut être figurée ainsi : elle est premièrement une incursion dans l´acception primitive du concept d´anthropophagie, vue comme un mal invétéré de la nature humaine ; vient ensuite un usage impérial du mot, qui fait intervenir l´univers des rois et des dieux convertissant la cruauté en anarchie et en perversion ; suit finalement une acception moderne du concept, selon laquelle la dévoration d´Autrui est entendue comme la mise en perspective déformée et contraire à la dévoration de l´Autre considéré comme individu réel de la culture. Dans le teatrum anthropophagicum, la Cruauté se pose entre des forces qui s´entre-dévorent dans la lutte éternelle entre le bien et le mal. Avec rigueur et critique, la scène anthropophagique tupiniquim gagne du relief et de l´irrévérence. Sur elle, ce n´est pas seulement l´Européen et son modèle importé qui sont dévorés, mais aussi les mentors du mouvement et leur ethos de la nouvelle culture dite d´exportation. L´anthropophagie et le désir sont ainsi les points d´articulation d´une pensée où l´éducation, en se trouvant associée à la joie et au désir de recréation, veut éloigner les esprits gravitiques et amers qui voudraient l´empêcher de voler librement. / Antropofagia e Desejo. É em torno desses conceitos que se tece a trilogia desta tese. Uma combinação de elementos extemporâneos os mais dispersos (um misto de canibalismo ritual, soberania do desejo e anarquia coroada), que se unem dando margem ao aparecimento, no tempo e no espaço, de uma força devoradora que se quer criadora e imperiosa na educação. Uma maquinaria da produção dese-jante, que põe em funcionamento um modo de pensar a educação como desejo de aprender e potência de saber, contrapondo-se a uma apatia de aprender e inércia de saber. Uma geografia nômade, que distribui conceitos, personagens e situações num labirinto de forças, apetites, perversões, fabulações e ardis. A antropofagia é o princípio devorador e mote de toda a criação. As análises se alimentam dos vestí-gios deixados por alguns de seus intercessores: Hobbes, e suas investidas no concei-to de homi hominis lupus; Nietzsche, e suas análises sobre a moralidade do costu-me; Artaud, e a crueldade que se inscreve nos corpos sem órgãos; Agamben, e a sacralidade da vida como insígnia dos processos de inclusão e exclusão da vida política; Deleuze e Guattari, e o campo do desejo como produção maquínica que atra-vessa as diferentes formações sociais. De Heliogábalo a Sexta-Feira a Macunaíma, os conceitos se mesclam, se desfazem ou se refazem, em ímpeto devorador. A trilo-gia pode ser delineada da seguinte forma: Primeiro, uma incursão no uso primitivo do conceito de antropofagia, como um mal inveterado da natureza humana. Em seguida, um uso imperial do conceito: o universo dos reis e dos deuses que conver-tem a crueldade em anarquia e perversão. Finalmente, um uso moderno do concei-to: a devoração de Outrem, um perspectivismo distorcido, contrário à devoração do Outro, indivíduo real da cultura. No theatrum anthropophagicum, destaque para o Teatro da Crueldade, armado entre forças que se entredevoram na eterna luta entre bem e mal. A cena antropofágica tupiniquim ganha relevo e irreverência, com rigor e crítica; nela, não é apenas o europeu que é devorado com o seu modelo de impor-tação, também os “mentores” do Movimento são devorados com o seu ethos da no-va cultura: cultura da exportação. Antropofagia e desejo são, portanto, os fios con-dutores de um pensar que se volta para a educação com alegria e desejo de recria-ção, procurando espantar os espíritos gravíticos e acabrunhados que a impedem de voar livremente.
22

O canibal partido ao meio

Moraes, Caléu Nilson 24 October 2012 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2009 / Made available in DSpace on 2012-10-24T07:44:45Z (GMT). No. of bitstreams: 1 276257.pdf: 820493 bytes, checksum: 2107bc48671b715c5bf89ef1dc42ad75 (MD5) / Este trabalho é um estudo acerca das sucessivas dicotomizações que a figura do canibal tupinambá tem sofrido ao longo de quinhentos anos de literatura tupinológica. Trata-se, é certo, duma pesquisa bibliográfica, duma releitura das fontes acerca dos Tupinambá, povo indígena que habitou a costa brasileira no século XVI, e constatar as tensões, de Hans Staden a Viveiros de Castro, entre as mais diversas e, não raro, coliden-tes, interpretações da prática canibalesca indígena. Tem-se o propósito de mostrar, ao longo deste trabalho, de que maneira a declarada guerra verbal, manifesta numa acerbada polêmica religiosa, entre o franciscano André Thevet e o protestante Jean de Léry, marcaram profundamente, até os tempos da etnologia ameríndia do último século, as partições ao meio do canibal tupinambá. De um lado, o do cosmógrafo, surgiu uma corrente interpretativa baseada na utilização da metáfora católica do canibalismo, que vai culminar, depois de seguir pelos jesuítas, no ro-mantismo de José de Alencar e nas visões psicanalíticas de Estevão Pinto. Por outro lado, seguindo pela influência do pastor calvinista, descobrir-se-á outra corrente, marcadamente anticatólica, calcada na interpretação do canibalismo tupinambá pela vingança, que vai culmi-nar, decididamente, na antropologia política de Hélène Clastres e na crítica de Viveiros de Castro ao conceito de religião. Apesar, distante de postular qualquer unidade no interior destas correntes, ressaltar-se-á figuras de transição, como Florestan Fernandes que vindica o culto an-cestral (uma razão religiosa, decerto) como explicação para o canibalis-mo tupinambá, articulando o primeiro com o que chama vindita, que não é mais que a famosa justificativa da antropofagia pela vingança. A cha-ve para que o sucesso da pesquisa, crê-se, fica no conceito de sacrifício que, mostrar-se-á, transforma-se de metáfora em categoria explicativa do canibalismo tupinambá. Contudo, com o passar dos anos, surgiram outras vias interpretativas da antropofagia indígena, duas precisamente: uma ecológica, representada por Marvin Harris, e outra negacionista, famosa, sobretudo, pelos trabalhos de William Arens. A primeira surge dum resgate dos trabalhos de Evans-Pritchard acerca do canibalismo zande; a segunda, por seu turno, num contexto de crítica e reforma de certa antropologia colonialista. / This work is a study on the successive dichotomization of the tupinamba cannibal in five hundred years of tupinologic literature. This is, of course, a bibliographical search, a rereading of the sources about the Tupinamba, indigenous people who inhabited the Brazilian coast in the sixteenth century, to find the tensions, of Hans Staden to Viveiros de Castro, among the most diverse and conflicting interpretations of indi-genous cannibalistic practice. It is the intention to show, throughout this work, how the verbal war declared, express in religious controversy, between the Franciscan Andre Thevet and the Protestant Jean de Lery, deeply marked, until the time of the last century Amerindian ethnology, the partitions in the middle of the tupinamba cannibal. On one hand, of the cosmography, appears a stream of interpretation based on the use of the Catholic metaphor of cannibalism, followed by the Jesuits, which will lead in the Jose de Alencar.s romanticism and Estevao Pinto.s psy-choanalytic views. Moreover, following the influence of Calvinist pas-tor, will find another stream, markedly anti-catholic, based on interpre-tation of cannibalism of the Tupinamba for revenge, which will lead in the political anthropology of Helene Clastres and the critical of religion of Viveiros de Castro. Although, far from postulating any unit in these streams, will be show a transitional figure like Florestan Fernandes, who vindicate the ancestral cult (a religious reason, certainly) as an explana-tion of tupinamba cannibalism, articulating it with he calls vindita, which is nothing more than then the famous reasons of revenge by anth-ropophagy. The key to the successes of this research, it is believed, is the concept of sacrifice that becomes the metaphor in explanatory cate-gory. However, over the years, there were others ways of interpreting indigenous anthropophagy: ecological, represented for Marvin Harris, and another denial, famous, represented especially for the works of Wil-liam Arens. The first appears of the redemption of the Evans-Pritchard.s works about zande cannibalism; the second, in a context of criticism and reform of the colonial anthropology.
23

Atravessamentos poéticos

Oliveira, Ryana Gabech de January 2014 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2014 / Made available in DSpace on 2015-02-05T21:11:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1 332162.pdf: 1862168 bytes, checksum: 3e50cbbf536cbab6535e280ad908bf7f (MD5) Previous issue date: 2014 / Este trabalho pretende discutir as relações entre paixão, ação,vida e poesia a partir da obra de Waly Salomão no documentário Pan-Cinema Permanente de Carlos Nader, e de outros poetas brasileiros. Ressaltando a relação entre vida e poesia (sola e tela) estabelecida por Waly no documentário, levantamos aspectos pertinentes às vanguardas ao longo do tempo tais como: performance, oralidade e Arte Relacional; buscando refletir sobre a atuação dos poetas escolhidos (em especial os do Grupo LESMA), e da dupla de artistas plásticos classificados como relacionais: Maurício Dias e Walter Riedweg. Através das relações da palavra com o cotidiano e a sobrevivência do poeta e sua obra, pretende-se estabelecer uma reflexão acerca das estratégias de compartilhamento da palavra poética e seus suportes. Inspirados na mágica escrita de Octavio Paz e na lente de Nicolas Bourriaud e seu conceito de Arte Relacional pretendemos formar pontes entre a Arte e a Literatura, assimilando que ambas, palavra e imagem, caminham lado a lado, em uma nova maneira de ocupar espaços e propor vivências na atualidade.<br> / Abstract: This paper discusses the relationship between passion, action, life and poetry from the work of Solomon Waly as shown on the documentary Pan-Cinema Permanente, by Carlos Nader, and also other brazilian poets. Emphasizing the relationship between life and poetry (soles and canvas) established by Waly on that documentary, here will raise relevant issues concerning front lines over time such as: performance, orality, and the Relational Art; seeking to reflect on the art of the chosen poets (especially the Lesma Group), and the duo artists so called "relational": Mauricio Dias and Walter Riedweg. Through the relations between word and everyday life, and the survival of the poet and his work, we intend to establish a reflection on the strategies of sharing the poetic word and their supporters. Inspired by the magic written by Octavio Paz and the lens of Nicolas Bourriaud and his concept of Relational Art, we intend to form bridges between Art and Literature, assimilating that both word and image go hand in hand, in a new way to occupy spaces and propose experiences nowadays.
24

Reflexões sobre conhecimento, poder, educação e antropofagia: o inesperado talvez

Silva, Cleverson Suzart 20 December 2006 (has links)
Submitted by PPGE PPGE (pgedu@ufba.br) on 2015-11-18T12:33:47Z No. of bitstreams: 1 Tese_Cleverson_pdg.pdf: 927647 bytes, checksum: bd77de17487e9213addcbf19e1510b1a (MD5) / Approved for entry into archive by Maria Auxiliadora da Silva Lopes (silopes@ufba.br) on 2015-11-24T14:47:33Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Tese_Cleverson_pdg.pdf: 927647 bytes, checksum: bd77de17487e9213addcbf19e1510b1a (MD5) / Made available in DSpace on 2015-11-24T14:47:33Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Tese_Cleverson_pdg.pdf: 927647 bytes, checksum: bd77de17487e9213addcbf19e1510b1a (MD5) / Nas últimas décadas, o fazer científico tem suscitado uma série de questionamentos, que dizem respeito a quais diretrizes o mesmo deve seguir ou abandonar. Na busca de aprofundar essa discussão, estar-se-á evidenciando algumas reflexões em torno das problemáticas contemporâneas sobre o fazer ciência e sua articulação com o capital. Vislumbra-se com a discussão aqui realizada apontar caminhos problematizantes para a construção de outra postura para a produção do conhecimento e para a prática pedagógica. É preciso esclarecer que as reflexões aqui desenvolvidas têm como fio condutora história, por se entender que a mesma é o caminho para a compreensão dos acontecimentos da atualidade. No entanto, nada do que fora discutido deve ser tomado como verdade absoluta,mas sim, como construções em caleidoscópio, ávidas por interlocutores críticos que possam contribuir para um novo pensar e produzir conhecimento. A discussão que se está apresentando deve ser lida como sinalizador que proporcione a todos aqueles que acreditam na possibilidade de um outro olhar cientifico e outra prática pedagógica, um banquete de idéias problematizadoras. Nesta perspectiva, busca-se ampliar a discussão a respeito de alguns conceitos chaves, como por exemplo a antropofagia, para uma melhor compreensão do que estamos chamando de uma postura antropofágica. Tal postura que, a nosso ver, proporciona a devoração dos lugares, ou melhor, do que há de positivamente singular nos mesmos, promovendo a potencialização das ações solidárias produtora de saberes-conhecimentos próprios e orgânicos de cada tempo-espaço. Assim, esta reflexão deve ser vista como um convite para um banquete histórico sobre conhecimento, poder, educação e antropofagia, não tendo, portanto, nenhuma intenção de ser conclusiva. / RESUMEN En las últimas décadas, el hacer científico ha suscitado una serie de cuestionamientos que hablan a respecto de cuáles directrices el mismo debe seguir o abandonar. En la búsqueda en profundizar esa discusión, se ha evidenciado algunas reflexiones en torno de las problemáticas contemporáneas, sobre el hacer ciencia y su articulación con el capital. Se ha vislumbrado, con la discusión aquí realizada, apuntar caminos conflictivos hacia la construcción de otra postura en dirección a la construcción del conocimiento y de la práctica pedagógica. Es necesario aclarar que las reflexiones desarrolladas en el trabajo tienen como hilo conductor la historia, por entenderse que la misma es el camino hacia la comprensión de los acontecimientos de la actualidad. Sin embargo, nada de lo que ha sido discutido debe ser tomado como verdad absoluta, sino, como construcciones en calidoscopio, ávidas por interlocutores críticos que puedan contribuir para un nuevo pensar y producir conocimiento. La discusión que se presenta debe ser leída como una señal que proporcione, a todos aquellos que creen en la posibilidad de otra mirada científica y otra práctica pedagógica, un banquete de ideas conflictivas. En esa perspectiva se busca ampliar la discusión a respecto de algunos conceptos claves, como por ejemplo, la antropofagia para una mejor comprensión de lo que llamamos postura antropófaga. Tal postura, en nuestra opinión, proporciona el canibalismo de los lugares, o sea, de lo que hay de positivo en los mismos, promoviendo la potencialidad de las acciones solidarias productoras de saberes-conocimientos propios y orgánicos de cada tiempo-espacio. De esa manera, la reflexión propuesta debe ser vista como una invitación a un banquete histórico sobre conocimiento, poder, educación y antropofagia, con la intención de no ser conclusiva. / ABSTRACT In the last decades of this century, the scientific making has excited many questions which ones reveal the lines of direction it must follow or abandon itself. To deep the discussing, this research have been showed some reflections around the problematic contemporaries about science and its joint with the capital. It intends to point some ways to the construction of another position for the production of the practical knowledge and the pedagogical one. It is necessary to clarify that the thinking developed here has the History as conducting wire to understand that it is the way to know the events of the present time. However, the result of this research is not the absolute truth, but yes, it is a kind of constructions in kaleidoscopes, eager for critical interlocutors who can contribute to investigate new ways of thinking and producing knowledge. The presented discuss, however, must be read as a sign that provides to all that believe in possibility of another scientific views and pedagogical practice, as a slap-up meal of critical ideas. In this perspective, some keywords have been studying hard by us, as for example the anthropophagy, for one better understanding that we are calling an anthropophagic position. Such position provides “eating” places, or better, “eating” things that are positively singulars and promote friendly actions of proper and organic knowledge of each time-space. Thus, this discuss must be seen as an invitation for a historical slap-up meal on knowledge, power, education and anthropophagy, having, therefore, no intention of being conclusive.
25

Trilogia antropofágica [a educação como devoração]

Costa, Gilcilene Dias da January 2008 (has links)
L´anthropophagie et le désir : tels sont les concepts autour desquels est tissée la trilogie qui compose le présent travail. Une combinaison d´éléments extemporains les plus dispersés - un mélange de cannibalisme rituel, de souveraineté du désir et d´anarchie couronnée - et qui s´unissent en laissant place au surgissement dans le temps et dans l´espace, d´une forme dévoratrice volontairement créatrice et impérieuse au sein de l´éducation. Une machinerie de la production désirante met en branle un mode de penser l´éducation comme un désir d´apprendre et comme une puissance de connaître. Elle s´oppose à l´apathie de l´apprentissage et à l´inertie du savoir. Une géographie nomade distribue des concepts, des personnages et des situations dans un labyrinthe de forces, d´appétits, de perversions, d´affabulations et de ruses. L´anthropophagie est le principe dévorateur et le leitmotiv de toute la création. Elle fait de ses propres limites un point d´intersection et de déséquilibre constant. La présente étude se nourrit des vestiges laissés par quelques uns de ses intercesseurs: Hobbes et ses travaux concernant le concept d´ « homi hominis lupus »; Nietzsche et ses analyses de la « moralité de l´habitude » ; Artaud et la « cruauté » inscrite dans les corps sans organes ; Agamben et la « sacralité » de la vie comme insigne des processus d´inclusion et d´exclusion de la vie politique ; Deleuze et Guattari et le champ du « désir » en tant que production machinique qui traverse les formations sociales. D´Hélagabal à Vendredi et à Macunaïma, les concepts se mêlent, se défont ou se refont avec une impétuosité dévorante. La trilogie qui suit peut être figurée ainsi : elle est premièrement une incursion dans l´acception primitive du concept d´anthropophagie, vue comme un mal invétéré de la nature humaine ; vient ensuite un usage impérial du mot, qui fait intervenir l´univers des rois et des dieux convertissant la cruauté en anarchie et en perversion ; suit finalement une acception moderne du concept, selon laquelle la dévoration d´Autrui est entendue comme la mise en perspective déformée et contraire à la dévoration de l´Autre considéré comme individu réel de la culture. Dans le teatrum anthropophagicum, la Cruauté se pose entre des forces qui s´entre-dévorent dans la lutte éternelle entre le bien et le mal. Avec rigueur et critique, la scène anthropophagique tupiniquim gagne du relief et de l´irrévérence. Sur elle, ce n´est pas seulement l´Européen et son modèle importé qui sont dévorés, mais aussi les mentors du mouvement et leur ethos de la nouvelle culture dite d´exportation. L´anthropophagie et le désir sont ainsi les points d´articulation d´une pensée où l´éducation, en se trouvant associée à la joie et au désir de recréation, veut éloigner les esprits gravitiques et amers qui voudraient l´empêcher de voler librement. / Antropofagia e Desejo. É em torno desses conceitos que se tece a trilogia desta tese. Uma combinação de elementos extemporâneos os mais dispersos (um misto de canibalismo ritual, soberania do desejo e anarquia coroada), que se unem dando margem ao aparecimento, no tempo e no espaço, de uma força devoradora que se quer criadora e imperiosa na educação. Uma maquinaria da produção dese-jante, que põe em funcionamento um modo de pensar a educação como desejo de aprender e potência de saber, contrapondo-se a uma apatia de aprender e inércia de saber. Uma geografia nômade, que distribui conceitos, personagens e situações num labirinto de forças, apetites, perversões, fabulações e ardis. A antropofagia é o princípio devorador e mote de toda a criação. As análises se alimentam dos vestí-gios deixados por alguns de seus intercessores: Hobbes, e suas investidas no concei-to de homi hominis lupus; Nietzsche, e suas análises sobre a moralidade do costu-me; Artaud, e a crueldade que se inscreve nos corpos sem órgãos; Agamben, e a sacralidade da vida como insígnia dos processos de inclusão e exclusão da vida política; Deleuze e Guattari, e o campo do desejo como produção maquínica que atra-vessa as diferentes formações sociais. De Heliogábalo a Sexta-Feira a Macunaíma, os conceitos se mesclam, se desfazem ou se refazem, em ímpeto devorador. A trilo-gia pode ser delineada da seguinte forma: Primeiro, uma incursão no uso primitivo do conceito de antropofagia, como um mal inveterado da natureza humana. Em seguida, um uso imperial do conceito: o universo dos reis e dos deuses que conver-tem a crueldade em anarquia e perversão. Finalmente, um uso moderno do concei-to: a devoração de Outrem, um perspectivismo distorcido, contrário à devoração do Outro, indivíduo real da cultura. No theatrum anthropophagicum, destaque para o Teatro da Crueldade, armado entre forças que se entredevoram na eterna luta entre bem e mal. A cena antropofágica tupiniquim ganha relevo e irreverência, com rigor e crítica; nela, não é apenas o europeu que é devorado com o seu modelo de impor-tação, também os “mentores” do Movimento são devorados com o seu ethos da no-va cultura: cultura da exportação. Antropofagia e desejo são, portanto, os fios con-dutores de um pensar que se volta para a educação com alegria e desejo de recria-ção, procurando espantar os espíritos gravíticos e acabrunhados que a impedem de voar livremente.
26

O prazer pela carne : antropologia ritual dos povos Tupinambá nas cartas jesuíticas de meados do século XVI

Campos, Fernanda de Freitas 31 December 2016 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de História, Programa de Pós-graduação em História, 2016. / Submitted by Raquel Almeida (raquel.df13@gmail.com) on 2017-07-18T20:36:27Z No. of bitstreams: 1 2016_FernandadeFreitasCampos.pdf: 880920 bytes, checksum: e9aab850cc8b9d68fdfe05b6922f0494 (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana (raquelviana@bce.unb.br) on 2017-07-26T19:14:30Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2016_FernandadeFreitasCampos.pdf: 880920 bytes, checksum: e9aab850cc8b9d68fdfe05b6922f0494 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-07-26T19:14:30Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2016_FernandadeFreitasCampos.pdf: 880920 bytes, checksum: e9aab850cc8b9d68fdfe05b6922f0494 (MD5) Previous issue date: 2017-07-26 / A historiografia há muito vem salientando que as sociedades tupinambá tinham a guerra como sua principal atividade. O combustível da guerra desses povos era a vingança, que era multiplicada a cada vez que se realizava: não acabava com o ódio pelo inimigo, mas o confirmava. As guerras terminavam no que se pode considerar como o principal ritual da sociedade tupinambá: a antropofagia. Comiam seus inimigos para vingar seus antepassados mortos. Vão à guerra com o objetivo específico de capturar inimigos e comê-los dentro de um ritual. Os missionários jesuítas, em suas cartas, tratam com horror dessa prática dos indígenas, e dizem trabalhar arduamente para tirar-lhes tal costume. Utilizamos uma compilação de cartas jesuíticas, denominada “Cartas Avulsas” para análise da percepção dos padres acerca de tal ritual. Além disso, utilizamos cópia microfilmada das cartas jesuíticas originais. Através desse método de análise, trabalhamos com o objetivo de entender o ritual antropofágico dos grupos tupinambá, com enfoque na possibilidade de que os indígenas sentissem prazer ao comer a carne de seus inimigos, não apenas pela saciedade do sentimento de vingança, mas o prazer pelo alimento. Buscamos isso através do olhar carregado de significado do jesuíta, que está ali cumprindo missão evangelizadora e, além disso, civilizadora. / Historiography has been for long reaffirming the fact that tupinambá’s societies had war as their main activity.Vengence was the fuel to these people’s urge to war, which was multiplied each time they enganged into it: hatred for the enemy was not the end, it rather confirmed it. These wars ended in what can be considered as the main ritual of tupinambá’s society: the anthropophagy. They would eat their enemies as a vendetta for their dead ancestors. They go to war with the specific goal of capturing enemies and eat them in a ritual. As they wrote their letters, the Jesuit missionaries describe with horror this indigenous practice and claimed to wipe out such behaviour. By researching in a compilation of Jesuit’s letters, known as Loose Letters, we seek to analyse these preachers’ perception of such ritual. Besides that, we used a microfilmed copy of Jesuit’s original letters. Through this method of analysis, we worked aiming to understanding the tupinambá’s anthropophagic ritual, with the approach in the possibility that these indigenous would feel pleasure by eating the flesh of their enemies, not only seeking to satisfy their need to revenge, but also the pleasure of nurturing. We seek to see this through the Jesuit’s sigh, which was full of meaning, of a man who was there fulfilling his evangelising mission and, more than that, civilizing mission.
27

Enriquecimento da alimentação das larvas de matrinxã (Brycon amazonicus) com aminoácidos: influência no crescimento inicial e sobrevivência das larvas /

Hoshiba, Marcio Aquio. January 2007 (has links)
Orientadora: Elisabeth Criscuolo Urbinati / Banca: Luciane Helena Gargaglioni Batalhão / Banca: José Augusto Senhorini / Resumo: Este trabalho avaliou a influência da adição de tirosina, aminoácido precursor dos hormônios tireoidianos, na alimentação de larvas de matrinxã (Brycon amazonicus) por meio de enriquecimento de náuplios de Artemia (Experimento 1) e pelo enriquecimento da ração (Experimento 2) no desempenho zootécnico, redução de canibalismo e sobrevivência. No Experimento 1, os tratamentos foram: náuplios de Artemia não enriquecidos (T1), enriquecidos com 6,5 mg (T2), 13 mg (T3) e 26 mg de tirosina/L (T4) e no Experimento 2: ração comercial - RC (T1), RC enriquecida com 1,5 (T2), 4,5 (T3) e 10,5 g de tirosina/100g RC (T4). As amostragens foram realizadas 36 horas, 1, 3, 6, 9 e 12 dias após inicio da alimentação larval, sendo avaliados peso e comprimento dos exemplares, taxa de crescimento específico, coeficiente de variação do peso e do comprimento, ocorrência de canibalismo (conteúdo estomacal), sobrevivência e morfometria de folículos tireoidianos. No Experimento 1, os tratamentos não afetaram os parâmetros avaliados, possivelmente pela baixa eficiência do método utilizado para o enriquecimento dos náuplios de artemia com tirosina. No Experimento 2, os resultados mostram que o tratamento contendo 5,39 g de tirosina/100 g ração (T3) apresentou melhores resultados quando comparado com os demais tratamentos. As larvas apresentaram maior crescimento em comprimento e peso e uma sobrevivência superior à dos demais tratamentos. Dessa forma, o enriquecimento da ração com tirosina parece ser um método adequado para melhorar o desempenho e a sobrevivência de larvas de matrinxã e a tirosina pode ser processada como precursor dos hormônios tireoidianos produzindo os mesmos benefícios do seu uso. / Abstract: The present study evaluated the enrichment of diets (Artemia - Experiment 1 and ration - Experiment 2) of matrinxã (Brycon amazonicus) larvae with tyrosine, amino acid precursor of the thyroid hormones, and their influence on the early growth, cannibalism and survival. In the Experiment 1, the treatments were: nauplios of Artemia no enriched (T1), nauplios of Artemia enriched with 6.5 mg tyrosine (T2), nauplios of Artemia enriched with 13 mg tyrosine (T3), nauplios of Artemia enriched with 26 mg tyrosine (T4). In the Experiment 2, the treatments were: commercial ration - CR (T1), CR enriched with 1.5 g tyrosine (T2), CR enriched with 4.5 g tyrosine (T3), CR enriched with 10.5 g tyrosine/100g (T4). The samplings were done at 36 h, 1, 3, 6, 9 and 12 days after the feeding starts to evaluate length and weight, coefficient of variation of length and weight, cannibalism, survival and morphometry of the thyroid follicles. In the Experiment 1, the treatments did not affect the parameters, probably due to the low efficiency of the tyrosine enrichment method. In the Experiment 2, the ration containing 5.39 g tyrosine/g ration showed the best results (higher growth and higher survival). The tyrosine enrichment of the ration seems to be an appropriate method to improve the performance of larvae of matrinxã since tyrosine can be processed as precursor of the thyroid hormones and reproduce their effects. / Mestre
28

Enriquecimento da alimentação das larvas de matrinxã (Brycon amazonicus) com aminoácidos: influência no crescimento inicial e sobrevivência das larvas

Hoshiba, Marcio Aquio [UNESP] 22 February 2007 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2014-06-11T19:28:22Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2007-02-22Bitstream added on 2014-06-13T20:37:12Z : No. of bitstreams: 1 hoshiba_ma_me_jabo.pdf: 752710 bytes, checksum: a0260fe92ab02b7e747ef771b18b9327 (MD5) / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Este trabalho avaliou a influência da adição de tirosina, aminoácido precursor dos hormônios tireoidianos, na alimentação de larvas de matrinxã (Brycon amazonicus) por meio de enriquecimento de náuplios de Artemia (Experimento 1) e pelo enriquecimento da ração (Experimento 2) no desempenho zootécnico, redução de canibalismo e sobrevivência. No Experimento 1, os tratamentos foram: náuplios de Artemia não enriquecidos (T1), enriquecidos com 6,5 mg (T2), 13 mg (T3) e 26 mg de tirosina/L (T4) e no Experimento 2: ração comercial - RC (T1), RC enriquecida com 1,5 (T2), 4,5 (T3) e 10,5 g de tirosina/100g RC (T4). As amostragens foram realizadas 36 horas, 1, 3, 6, 9 e 12 dias após inicio da alimentação larval, sendo avaliados peso e comprimento dos exemplares, taxa de crescimento específico, coeficiente de variação do peso e do comprimento, ocorrência de canibalismo (conteúdo estomacal), sobrevivência e morfometria de folículos tireoidianos. No Experimento 1, os tratamentos não afetaram os parâmetros avaliados, possivelmente pela baixa eficiência do método utilizado para o enriquecimento dos náuplios de artemia com tirosina. No Experimento 2, os resultados mostram que o tratamento contendo 5,39 g de tirosina/100 g ração (T3) apresentou melhores resultados quando comparado com os demais tratamentos. As larvas apresentaram maior crescimento em comprimento e peso e uma sobrevivência superior à dos demais tratamentos. Dessa forma, o enriquecimento da ração com tirosina parece ser um método adequado para melhorar o desempenho e a sobrevivência de larvas de matrinxã e a tirosina pode ser processada como precursor dos hormônios tireoidianos produzindo os mesmos benefícios do seu uso. / The present study evaluated the enrichment of diets (Artemia - Experiment 1 and ration - Experiment 2) of matrinxã (Brycon amazonicus) larvae with tyrosine, amino acid precursor of the thyroid hormones, and their influence on the early growth, cannibalism and survival. In the Experiment 1, the treatments were: nauplios of Artemia no enriched (T1), nauplios of Artemia enriched with 6.5 mg tyrosine (T2), nauplios of Artemia enriched with 13 mg tyrosine (T3), nauplios of Artemia enriched with 26 mg tyrosine (T4). In the Experiment 2, the treatments were: commercial ration - CR (T1), CR enriched with 1.5 g tyrosine (T2), CR enriched with 4.5 g tyrosine (T3), CR enriched with 10.5 g tyrosine/100g (T4). The samplings were done at 36 h, 1, 3, 6, 9 and 12 days after the feeding starts to evaluate length and weight, coefficient of variation of length and weight, cannibalism, survival and morphometry of the thyroid follicles. In the Experiment 1, the treatments did not affect the parameters, probably due to the low efficiency of the tyrosine enrichment method. In the Experiment 2, the ration containing 5.39 g tyrosine/g ration showed the best results (higher growth and higher survival). The tyrosine enrichment of the ration seems to be an appropriate method to improve the performance of larvae of matrinxã since tyrosine can be processed as precursor of the thyroid hormones and reproduce their effects.
29

Os Mbyá vão à escola: uma etnografia sobre os sentidos da escola na aldeia da Estiva

Carreira, Luiz Fernando Stumf January 2015 (has links)
Made available in DSpace on 2015-05-08T02:02:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1 000467938-Texto+Completo-0.pdf: 1614908 bytes, checksum: e3b34689fb04b5480b44eefdb7673380 (MD5) Previous issue date: 2015 / This dissertation presents an analysis of the Guarani-Mbyá school and its goal is to understand how the Guarani think and give meaning to the school institution introduced in the village. Therefore, the text emphasizes in its analysis how indigenous construct, transmit and acquire knowledge, correlating them with the kind of teaching and learning process favored by the school. This is an ethnographic study of the school of Estiva, village in the municipality of Viamão / RS. The study has its starting point in the growing indigenous movement toward the school, a move that seems to point the way they understand it. The speeches of the older members of the village show their concern about appropriating the powers of white man‟s world (its technology, bureaucracy and legal aspects, for example) which are fundamental to the survival of Guarani communities nowadays. In this sense, the school appears as an apprehension space of this other world aspects that are interesting and necessary to indigenous and which refer directly to the way they deal with otherness. Thus, the centrality given to Guarani processes of learning another "culture" refers to the analysis of the school according to classical topics of ethnology and corporality in the indigenous relationship with the white man. The cannibalistic predation, such as contact strategy appears as central key discussion I propose. The school, presented on this paper, while world's appropriation of white man‟s space, seems to take to the Mbyá a fundamental importance regarded to the possibility of incorporation of the Other, that is, white man. / Esta dissertação apresenta uma análise acerca da escola Guarani-Mbyá e seu objetivo é compreender o modo como os guaranis pensam e dão sentido à instituição escolar introduzida na aldeia. Para tanto, o texto procura dar ênfase em sua analise ao modo como os indígenas constroem, transmitem e se apropriam de conhecimentos, correlacionando-os com o tipo de processo de ensino e aprendizagem favorecido pela escola. Trata-se de um estudo de caráter etnográfico sobre a escola da Estiva, aldeia localizada no município de Viamão/RS. O estudo que tem seu ponto de partida no crescente movimento indígena em direção à escola, um movimento que parece apontar o modo como eles a compreendem. As falas dos membros mais velhos da aldeia evidenciam sua preocupação em apropriarem-se das potências referentes ao mundo dos brancos (sua tecnologia, burocracia e aspectos jurídicos, por exemplo) que são hoje fundamentais a sobrevivência das comunidades Guarani. Neste sentido, a escola surge como um espaço de apropriação de aspectos deste outro mundo que são interessantes e necessários aos indígenas e que remetem diretamente ao modo como estes lidam com a alteridade. Assim, a centralidade conferida aos processos guaranis de aprendizagem de outra “cultura” remete a análise sobre a escola aos temas clássicos da etnologia, como o da corporalidade e da relação indígena com o outro. A predação antropofágica, como estratégia de contato, surge então como chave central da discussão que proponho. A escola, abordada através deste viés, enquanto espaço de apropriação do mundo dos brancos, parece assumir para os Mbyá uma importância fundamental enquanto espaço de incorporação do Outro, isto é, do branco.
30

Trilogia antropofágica [a educação como devoração]

Costa, Gilcilene Dias da January 2008 (has links)
L´anthropophagie et le désir : tels sont les concepts autour desquels est tissée la trilogie qui compose le présent travail. Une combinaison d´éléments extemporains les plus dispersés - un mélange de cannibalisme rituel, de souveraineté du désir et d´anarchie couronnée - et qui s´unissent en laissant place au surgissement dans le temps et dans l´espace, d´une forme dévoratrice volontairement créatrice et impérieuse au sein de l´éducation. Une machinerie de la production désirante met en branle un mode de penser l´éducation comme un désir d´apprendre et comme une puissance de connaître. Elle s´oppose à l´apathie de l´apprentissage et à l´inertie du savoir. Une géographie nomade distribue des concepts, des personnages et des situations dans un labyrinthe de forces, d´appétits, de perversions, d´affabulations et de ruses. L´anthropophagie est le principe dévorateur et le leitmotiv de toute la création. Elle fait de ses propres limites un point d´intersection et de déséquilibre constant. La présente étude se nourrit des vestiges laissés par quelques uns de ses intercesseurs: Hobbes et ses travaux concernant le concept d´ « homi hominis lupus »; Nietzsche et ses analyses de la « moralité de l´habitude » ; Artaud et la « cruauté » inscrite dans les corps sans organes ; Agamben et la « sacralité » de la vie comme insigne des processus d´inclusion et d´exclusion de la vie politique ; Deleuze et Guattari et le champ du « désir » en tant que production machinique qui traverse les formations sociales. D´Hélagabal à Vendredi et à Macunaïma, les concepts se mêlent, se défont ou se refont avec une impétuosité dévorante. La trilogie qui suit peut être figurée ainsi : elle est premièrement une incursion dans l´acception primitive du concept d´anthropophagie, vue comme un mal invétéré de la nature humaine ; vient ensuite un usage impérial du mot, qui fait intervenir l´univers des rois et des dieux convertissant la cruauté en anarchie et en perversion ; suit finalement une acception moderne du concept, selon laquelle la dévoration d´Autrui est entendue comme la mise en perspective déformée et contraire à la dévoration de l´Autre considéré comme individu réel de la culture. Dans le teatrum anthropophagicum, la Cruauté se pose entre des forces qui s´entre-dévorent dans la lutte éternelle entre le bien et le mal. Avec rigueur et critique, la scène anthropophagique tupiniquim gagne du relief et de l´irrévérence. Sur elle, ce n´est pas seulement l´Européen et son modèle importé qui sont dévorés, mais aussi les mentors du mouvement et leur ethos de la nouvelle culture dite d´exportation. L´anthropophagie et le désir sont ainsi les points d´articulation d´une pensée où l´éducation, en se trouvant associée à la joie et au désir de recréation, veut éloigner les esprits gravitiques et amers qui voudraient l´empêcher de voler librement. / Antropofagia e Desejo. É em torno desses conceitos que se tece a trilogia desta tese. Uma combinação de elementos extemporâneos os mais dispersos (um misto de canibalismo ritual, soberania do desejo e anarquia coroada), que se unem dando margem ao aparecimento, no tempo e no espaço, de uma força devoradora que se quer criadora e imperiosa na educação. Uma maquinaria da produção dese-jante, que põe em funcionamento um modo de pensar a educação como desejo de aprender e potência de saber, contrapondo-se a uma apatia de aprender e inércia de saber. Uma geografia nômade, que distribui conceitos, personagens e situações num labirinto de forças, apetites, perversões, fabulações e ardis. A antropofagia é o princípio devorador e mote de toda a criação. As análises se alimentam dos vestí-gios deixados por alguns de seus intercessores: Hobbes, e suas investidas no concei-to de homi hominis lupus; Nietzsche, e suas análises sobre a moralidade do costu-me; Artaud, e a crueldade que se inscreve nos corpos sem órgãos; Agamben, e a sacralidade da vida como insígnia dos processos de inclusão e exclusão da vida política; Deleuze e Guattari, e o campo do desejo como produção maquínica que atra-vessa as diferentes formações sociais. De Heliogábalo a Sexta-Feira a Macunaíma, os conceitos se mesclam, se desfazem ou se refazem, em ímpeto devorador. A trilo-gia pode ser delineada da seguinte forma: Primeiro, uma incursão no uso primitivo do conceito de antropofagia, como um mal inveterado da natureza humana. Em seguida, um uso imperial do conceito: o universo dos reis e dos deuses que conver-tem a crueldade em anarquia e perversão. Finalmente, um uso moderno do concei-to: a devoração de Outrem, um perspectivismo distorcido, contrário à devoração do Outro, indivíduo real da cultura. No theatrum anthropophagicum, destaque para o Teatro da Crueldade, armado entre forças que se entredevoram na eterna luta entre bem e mal. A cena antropofágica tupiniquim ganha relevo e irreverência, com rigor e crítica; nela, não é apenas o europeu que é devorado com o seu modelo de impor-tação, também os “mentores” do Movimento são devorados com o seu ethos da no-va cultura: cultura da exportação. Antropofagia e desejo são, portanto, os fios con-dutores de um pensar que se volta para a educação com alegria e desejo de recria-ção, procurando espantar os espíritos gravíticos e acabrunhados que a impedem de voar livremente.

Page generated in 0.447 seconds