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Aquisição do artigo definido em português como segunda língua por aprendizes coreanosKim, Han Chul January 2005 (has links)
Os aprendizes de português como segunda língua ou língua estrangeira mostram dificuldades no processo de aquisição por vários motivos. Para coreanos, o sistema de artigos, entre outros fatores gramaticais, é um dos fatores que causam dificuldade porque não há artigos na língua coreana. O presente estudo tem como objetivos principais investigar o processo de aquisição do artigo definido em português como segunda língua por aprendizes coreanos e comparar a realização do artigo definido por brasileiros e por coreanos no caso de uso opcional. Para isso, discutimos o uso do artigo definido, observamos estudos anteriores sobre a aquisição de artigos e buscamos apoio teórico nos conceitos de transferência, interlíngua e variação. Os dados foram gerados longitudinalmente através de entrevistas com 6 falantes de coreano aprendendo português como segunda língua em Porto Alegre. Categorizamos as funções do artigo definido em: uso em primeira menção, uso em segunda menção e uso genérico. Em seguida, analisamos as características e as inadequações do processo de aquisição e comparamos o uso diante de possessivos e de antropônimos com dados de 2 brasileiros. Os resultados mostram um domínio do artigo zero (Ø) por aprendizes coreanos, o que pode estar refletindo uma transferência do sistema da língua materna ou a esquiva devido à diferença entre o coreano e o português e à complexidade do próprio sistema. Os resultados também sugerem que os participantes ainda estavam na fase inicial de desenvolvimento do sistema de artigos, sendo que o uso mais produtivo do artigo definido ocorreu na contração com preposições. São discutidas algumas implicações do estudo para o ensino de português como segunda língua, especificamente, para alunos coreanos.
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Enunciação e clínica dos distúrbios de linguagem : um estudo do que se fala da fala de uma criançaVieira, Elisabete Maria da Silva January 2010 (has links)
Este estudo destina-se a fazer uma reflexão sobre o que se fala da fala de um pequeno paciente nos encaminhamentos para atendimento em clínica dos distúrbios de linguagem numa equipe de trabalho interdisciplinar com atravessamento psicanalítico, a Clínica de Atendimento Psicológico vinculada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A clínica dos distúrbios de linguagem, no campo da Fonoaudiologia, surge com uma apreensão maior nas questões orgânicas do paciente, assumindo, desta forma, uma atitude de correção, distanciando-se da concepção de linguagem que considera o homem fazendo uso de uma língua que é heterogênea. Ao buscarmos um trabalho que enfoca o sujeito na clínica, chamamos para o diálogo a Teoria da Enunciação, de Benveniste, que pensa a linguagem como possibilidade de surgimento do sujeito. É neste sentido que acreditamos que o que se fala sobre a fala do paciente tem grande importância nesta clínica, pois mostra o lugar de fala dado a esta criança. É através da construção de um caso clínico, em que há um deslocamento do olhar sobre o orgânico em direção a uma escuta do sujeito, que se dá um novo lugar para a fala. É na leitura do que se fala sobre a fala do pequeno sujeito que o terapeuta pode reeditar a história dessa criança ali onde paralisou e que necessita de um deslocamento. / The present study aims to discuss what is said about the speech of a child in a clinic for language disorders. We carried out this study with an interdisciplinary team with psychoanalytic bias in the Psychological Clinic at Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS). The treatment for language disorders in the Phonoaudiology field is focused on organic issues. Therefore, the therapist assumes an attitude of correction, distancing the patient from the conception of language which considers man using a language that is heterogeneous. We have been searching for a theoretical background that had its focus on the subject in the language, thus, we choose the Enunciation Theory, by Benveniste, which thinks the language as a possible way for the emergence of the subject. We believe, and Benveniste‟s theory approbes, that what is said about the patient's speech is of great importance during the treatment, once it shows the place of speech given to this patient. It is through the construction of a clinical case that we can see a shift from the organic to the subject himself. It is interpreting what is said about the patient‟s speech that we can understand his history and change it.
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A realização da lateral /L/ no inglês por falantes do português brasileiroHahn, Laura Helena January 2010 (has links)
Considerando que o /l/ do português brasileiro é normalmente vocalizado em coda silábica, nosso estudo buscou investigar se haveria transferência na aquisição do fonema lateral /l/ no inglês como segunda língua por falantes brasileiros. Para tanto, coletamos nossos dados com 25 estudantes da disciplina de Inglês VIII do curso de graduação em Letras do Instituto de Letras da UFRGS, que tiveram seu nível de inglês classificado de acordo com o Oxford Placement Test. Nossa revisão bibliográfica sobre aquisição de segunda língua nos permitiu observar que considerar toda e qualquer variação que ocorre na fala de um aprendiz de segunda língua (L2) como resultado de transferência da língua materna (L1) do falante constitui em um engano. Teorias da aquisição e trabalhos realizados nesta área puderam constatar que, além da transferência, outros fatores podem atuar nessas variações, como, por exemplo, processos de desenvolvimento interlinguístico e gramática interlinguística. Em nosso corpus foram consideradas as ocorrências de /l/ em coda e em núcleo de sílaba em formas-alvo extraídas da leitura de um texto, instrumento especialmente elaborado para fins desta pesquisa. Após analisar auditivamente nossos dados, com auxílio do programa Praat, e estatisticamente, a partir do programa Goldvarb X, os resultados que obtivemos revelaram que a vocalização de /l/ ocorreu em 49,2% das ocorrências. Este resultado indica comportamento distinto dos informantes na L2 da realização na sua variedade da língua materna. Das várias rodadas dos dados que realizamos, em nenhuma as variáveis linguísticas consideradas (contextos fonológicos precedente e seguinte) foram selecionadas. Foram selecionadas, porém, as variáveis sociais (sexo, nível de inglês e informante). Nossos resultados parecem indicar que há um processo de desenvolvimento interlinguístico operando na aquisição de /l/ no inglês como segunda língua pelos informantes da presente pesquisa. / Whereas Brazilian Portuguese /l/ is usually vocalized in coda, our study investigated whether there was transfer in the acquisition of the lateral phoneme /l/ in English as a second language by Brazilian speakers. Aiming that, we collected our data with 25 students of the discipline of English VIII in the undergraduate course of Languages in the Instituto de Letras in UFRGS, who had their English level classified according to the Oxford Placement Test. Our literature review on foreign language acquisition has allowed us to observe that considering each and every change that occurs in the speech of a second language learner as a transfer result of the speaker’s native language (L1) is a mistake. Acquisition theories and previous works in this field have noted that, besides the transfer, other factors can influence these variations, for instance, interlinguistic development processes and interlinguistic grammar. In our corpus were considered productions of /l/ in coda and nucleus syllable position in target-forms drawn from a text reading, an instrument specially developed for this research. After analyzing our data auditorily, using the program Praat, and statistically, using the program Goldvarb X, the results obtained showed that the vocalization of /l/ occurred in 49.2% of the cases. This result indicates a different behavior of the informants in the second language from that in their mother tongue. We did several data runs, although in none of them the linguistic variables considered (preceding and following phonological contexts) were selected. Were selected, however, the social variables (gender, English level and informant). Our results seem to indicate that there is an interlinguistic development process operating in the acquisition of English /l/ as a second language by the informants of this research.
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A aquisição de morfema em inglês como L2 : uma análise dos padrões evolutivos através do BELC (Brazilian English Learner Corpus)Pacheco, Aline January 2010 (has links)
Este trabalho aborda a aquisição de morfemas em inglês como L2 por aprendizes falantes de português brasileiro como L1 através do BELC – Brazilian English Learner Corpus – um corpus de aprendiz elaborado para os fins deste estudo. Tomamos como referências os estudos de Brown (1973) e de Krashen (1977). Brown observou o seguinte padrão evolutivo com relação à aquisição de morfemas do inglês na condição de L1: 1. Present Progressive; 2. Plural; 3. Irregular Past; 4. Possessive; 5. Uncontracted Copula; 6. Article; 7. Regular Past; 8. Third person singular; 9. Uncontracted Auxiliary. E Krashen (1977) aponta a seguinte ordem para a aquisição de morfemas em L2 (apresentada em estágios): 1. Present Progressive, Plural, Copula; 2. Auxiliary, Article; 3. Irregular Past; 4. Regular Past, Third person singular, Possessive. Há dois estudos que se destacam na literatura ao tentarem propor explicações para a ordem de aquisição de morfemas em L2: Zobl e Liceras (1994) e Goldschneider & DeKeyser (2005). Zobl & Liceras (1994) oferecem uma explicação de natureza sintática para tal ordem, sugerindo que, no processo de aquisição de L1, as categorias lexicais e funcionais emergem de uma maneira específica, isto é, uma por vez. Já em L2, tais categorias emergem de maneira cruzada, pois os aprendizes de L2 dispõem de categorias funcionais desde os estágios de aquisição. Por outro lado, Goldschneider & Dekeyser sugerem uma explicação de natureza multifatorial para uma possível sequência natural na aquisição de morfemas fundamentada, de um modo geral, em aspectos de saliência. Com o objetivo de verificar o comportamento dos aprendizes brasileiros de inglês como L2, propomos a investigação dos estágios de aquisição de morfemas através do BELC, um corpus elaborado a partir da coleta de textos produzidos por 424 sujeitos, totalizando aproximadamente 103 mil palavras. Os resultados obtidos apontam para a seguinte sequência (também apresentada em estágios): 1. Copula, Plural; 2. Article, Possessive; 3. Present Progressive, Auxiliary, Irregular Past; 4. Regular Past, Third person singular. A sequência apresentada no BELC confirma vários estágios observados numa possível “ordem natural de morfemas” a partir de Krashen (1977). No entanto, duas diferenças são interessantes. O Present Progressive surge no terceiro estágio no BELC e no primeiro em Krashen (1977) e em Brown (1973). E o morfema Possessive surge no segundo estágio no BELC e no último em Krashen (1977) e, por isso, assemelha-se à posição de Brown (1973). Assim, as explicações oferecidas por Zobl e Liceras (1994) e Goldschneider & DeKeyser (2005) não conseguem explicar totalmente os resultados obtidos na pesquisa. Os resultados mostram que talvez fatores como instrução e a própria natureza da tarefa de coleta (escrita) podem ser apontados como possíveis intervenientes. / This dissertation deals with the acquisition of morphemes in L2 English by Brazilian Portuguese speakers through BELC – Brazilian English Learner Corpus. The study by Brown (1973) is used as a reference for the acquisition of L1 English. Brown observed the following developmental pattern in morpheme structures: 1. Present Progressive 2. Plural 3. Irregular Past 4. Possessive 5. Uncontracted copula 6. Article 7. Regular Past 8. Third person singular; 9. Auxiliary uncontracted. Krashen (1977) is used as a reference for the acquisition of grammatical morphemes in L2 English. He observed the following order of morphemes in acquisition (presented in stages): 1.Present Progressive, Plural, Copula, 2. Auxiliary, Article 3. Irregular Past, 4. Regular Past, Third Person Singular, Possessive. Two studies attempt to offer explanations for a possible order. On the one hand, Zobl and Liceras (1994) offer an explanation that is based upon syntactic assumptions, suggesting that in the process of L1 acquisition, lexical and functional categories emerge in a specific way – one at a time. In L2 acquisition, such categories emerge cross-categorically, for the fact that L2 learners already have functional categories available from the early stages of acquisition. On the other hand, Goldschneider & Dekeyser (2005) suggest a multifactorial explanation for a possible natural sequence based on general aspects of salience. In order to draw a developmental pattern of Brazilian learners of L2 English, we conduct an investigation about the stages of acquisition of morphemes through BELC, a corpus drawn from the collection of texts produced spontaneously by 424 subjects, which totaled approximately 103.000 words. The results indicated the following sequence (also presented in stages): 1. Copula, Plural, 2. Article, Possessive, 3. Present Progressive, Auxiliary, Irregular Past, 4. Regular Past, Third person singular. By comparing our study and the selected reference studies, we could observe several similarities and some differences in the stages of acquisition. Broadly, we can say that the sequence observed in BELC confirms a possible "natural order of morphemes" from Krashen (1977). However, two differences are interesting: the Present Progressive emerges in the third stage in BELC and in the first in Krashen (1977) and Brown (1973). And Possessive can be observed in the second stage in BELC and in the last stage in Krashen, a very similar position to Brown (1973). Thus, the explanations offered by Zobl and Liceras (1994) and Goldschneider & Dekeyser (2005) could not completely account for the results observed in the study. Factors such as instruction or the nature of the task (which was written) could have interfered in the results.
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Vantagens e desvantagens do ensino de língua estrangeira na educação infantil : um estudo de casoPires, Simone Silva January 2001 (has links)
Trata-se de um estudo de caso (com um sujeito) sobre o processo de aquisição de inglês como língua estrangeira na fase pré-escolar. O objetivo é verificar como uma criança nessa faixa etária – ainda não alfabetizada – desenvolve sua produção oral nessa língua estrangeira, recebendo uma aula semanal de inglês em sua escola e treinando com os pais em casa. A produção oral do sujeito foi registrada em aula e em casa através de filmagens e gravações em áudio. Seus pais e professoras foram entrevistados. A maioria das informações – colhidas entre março de 1999 e dezembro de 2000 – foram analisadas qualitativamente. A pesquisa revela que, antes dos seis anos de idade, o ensino de língua estrangeira envolve riscos. Quando a professora é especialista na língua, mas não tem experiência com educação infantil, a criança pode desenvolver aversão à língua estrangeira por não gostar das aulas. Por outro lado, quando a professora proporciona aulas prazerosas e lúdicas, mas comete erros de pronúncia ou estrutura gramatical, a criança tende a valorizar o que é ensinado como verdade. Em ambos os casos, o futuro escolar da criança poderá ficar comprometido em relação à língua estrangeira. Portanto, é menos arriscado não ter aula de inglês na infância do que ter aula com um profissional que não seja qualificado em educação infantil e na língua estrangeira.
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Bilinguismo escolar : uma investigação sobre controle inibitórioBrentano, Luciana de Souza January 2011 (has links)
No que diz respeito ao bilinguismo infantil, é grande o número de investigações que comprovam que o uso diário de duas ou mais línguas leva a um desenvolvimento acentuado de certos processos cognitivos (como a atenção seletiva e o controle inibitório), linguísticos e metalinguísticos em comparação com crianças monolíngues de mesma faixa etária (BIALYSTOK, 2001, 2005, 2006, dentre outros). Entretanto, assume-se que tais vantagens são evidentes apenas quando se trata de crianças bilíngues nativas ou com proficiência avançada nas duas línguas faladas. Nesse contexto se insere o presente estudo, que se propôs a investigar os efeitos cognitivos do bilinguismo no desenvolvimento do controle inibitório em um grupo de crianças que estudam em um contexto de escolaridade bilíngue, ou seja, crianças cuja segunda língua é aprendida e vivenciada exclusivamente em contexto escolar, em comparação com bilíngues que aprenderam a segunda língua em contexto familiar ou na comunidade em que vivem, população normalmente testada em experimentos desse tipo. Para isso, foram testadas 174 crianças entre 9 e 12 anos, sendo 75 oriundas de contexto escolar bilíngue (português/inglês), 57 de contexto familiar bilíngue (português/hunsrückisch) e 42 monolíngues do português. Duas tarefas que avaliam controle inibitório foram utilizadas: a Tarefa Simon de flechas e a Tarefa Stroop. Os resultados sugerem que as crianças que estudam em contexto escolar bilíngue, que são expostas e empregam a segunda língua diariamente, embora somente na escola, também parecem se beneficiar de uma experiência bilíngue. / Recent research on childhood bilingualism has indicated that the daily use of two or more languages sharpens the development of certain cognitive processes, such as selective attention and inhibitory control, as well as linguistic and metalinguistic processes, in bilingual children when compared to monolingual children of the same age (BIALYSTOK, 2001, 2005, 2006, amongst others). However, this advantage has only been observed with native bilingual children, or children with very high proficiency in both languages. To fill this gap, the present study aimed to investigate the effect of bilingualism on inhibitory control in bilingual children who experience bilingualism (or second language learning) exclusively in a school context, compared to the usual sample of bilingual children who experience bilingualism at home or in the community. Thus, 174 children of ages 9 to 12 from three different linguistic groups (75 school bilinguals; 57 home bilinguals and 42 monolinguals) participated in the study. Children completed both the Simon Arrows and the Stroop Tasks to assess their inhibitory control with both non-linguistic and linguistic stimuli. Results suggest that bilingual children from a school context, who deal with both languages on a daily basis, although only at school, also show cognitive advantages due to a bilingual experience.
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Concordância nominal na fala de crianças de 3 a 6 anos de idade do município de Novo Hamburgo : variação linguística na infânciaSchneider, Simone Daise January 2012 (has links)
O objeto de estudo desta pesquisa é descrever o desenvolvimento da concordância nominal de número na produção oral de crianças monolíngues adquirindo o português falado no Brasil. A investigação parte de um corpus obtido por meio da gravação audiovisual da fala de 30 crianças, em uma amostra estratificada por gênero – meninos e meninas – e faixa etária – 3 a 4 anos de idade; 4 a 5 anos de idade; e 5 a 6 anos de idade. As sessões para geração de dados foram, em média, três por criança participante, de tal forma que fosse possível obter dados variados em termos de condição de interação entre o participante e o pesquisador. Por meio de um conjunto de brinquedos especialmente confeccionado para tanto e de um livro selecionado para manuseio e suporte para a produção de uma narrativa, foram gravadas as seguintes condições de interação: narrativa pessoal e narrativa tradiconal, solicitadas à criança dentro de uma da sessões envolvendo os materiais, fazendinha, lojinha, zoológico e reconto da história ilustrada Amigos. Em todos os casos, buscou-se oferecer um conjunto de brinquedos e uma proposta de brincadeira que proporcionasse o emprego de nominais descritivos plurais. Além disso, as três situações de narrativa tinham como objetivo comparar condições de interação ligadas ao letramento com condições não ligadas à oralidade letrada. Esta é uma pesquisa Sociolinguística, considerando que esta subárea da Linguística estuda a língua em uso nas comunidades de fala, com a atenção voltada para os aspectos linguísticos e sociais capazes de influenciar as alternâncias de uso. Além disso, integra os estudos da Aquisição da Linguagem, pois descreve o desenvolvimento morfossintático inicial da criança. O trabalho analítico foi desenvolvido a partir dos métodos da sociolinguística variacionista, a fim de descrever e compreender as realizações variáveis de concordância nominal de número, na produção falada de crianças. Todas as crianças são residentes da cidade de Novo Hamburgo, escolarizadas mas não alfabetizadas (ou seja, frequentam a educação infantil), oriundas de famílias de escolaridade média e, principalmente, superior, de classe social média-alta. Para investigar a variação linguística, no conjunto de variáveis internas, encontram-se descritos e analisados os fatores de natureza morfossintática, no conjunto de variáveis externas à língua, associados aos fatores propriamente sociais, como idade e gênero, bem como à variável estilística interação. A metodologia de análise teve como base o Programa GOLDVARB. Com a análise estatística, constatamos que a concordância nominal de número no sintagma nominal é uma regra variável na produção oral registrada por meio da coleta de dados realizada nesta pesquisa. Além disso, constatamos que, ainda que se demonstre como regra variável, os índices de marcação padrão são consideravelmente altos. Podemos afirmar que existe variação linguística em idade inicial, já aos três anos de idade, influenciada pelos fatores já descritos como operantes na fala adulta e que essa variação ligada a fatores sociais convive, no uso da língua pelas crianças, com processos variáveis ligados à aprendizagem. / The aim of this research is to describe the noun number agreement in the oral production of monolingual children acquiring Brazilian Portuguese. The research goes from a corpus obtained by audiovisual recording of the speech of 30 children in a sample stratified by gender – boys and girls – and age – 3 to 4, 4 to 5 and 5 to 6. The sessions for data generation were held on an average of 3 per participating child in such a way that it was possible to obtain varied data in terms of condition and interaction between the subject and the author. Through a set of toys specially made for that purpose and a book selected for handling and supporting narrative production, we recorded the following interaction conditions: personal and traditional narrative requested to the child within one of the sessions using the materials farm, zoo, shop and retelling of the illustrated story “Amigos”. In all cases we sought to provide a set of toys and a proposal of a fun activity that would provide the use of descriptive plural nouns. In addition, the three narrative situations were designed to compare the interaction conditions linked to literacy with conditions not related to oral literacy. This is a sociolinguistic research, taking into consideration that this linguistics subfield studies the language in use in speech communities, focusing on the linguistic and social aspects which are able to influence the alternations of use. It also integrates the studies of Language Acquisition as it describes the child’s initial morphosyntactic development. The analytical work was developed using the methods of variational sociolinguistics in order to describe and understand the production of variable noun agreements of number in children’s oral speech. All children live in Novo Hamburgo, educated but not literate (i.e., attending kindergarten), from upper-middle class families with an average or higher school background. In order to investigate the linguistic variation in the scope of internal variables, the morphosyntactic factors are described and analysed, as in the scope of external variables associated with mainly social factors such as age and gender, as well as the stylistic interaction variable. The analysis methodology was based on the program GOLDVARB. With the analytical analysis we found out that the noun number agreement in noun phrases is a variable rule on oral production recorded through data collection conducted in this research. In addition, we found that although it is seen as a variable rule, the standard marking indexes are considerably high. We can state that there is linguistic variation at young age – at the age of three – influenced by the factors already described as operating in adult speech, and this variation, linked to social factors, coexists in the language used by children, with variable processes related to learning.
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Português língua adicional : progressão curricular com base em gêneros do discursoKraemer, Fernanda Farencena January 2012 (has links)
Este trabalho visa a refletir sobre como se pode organizar uma progressão curricular para o ensino de português como língua adicional (PLA) com base na noção bakhtiniana de gêneros do discurso (BAKHTIN, 2003; BAKHTIN / VOLOCHÍNOV, 2006). Para tanto, apresento os conteúdos dos cursos de referência do Programa de Português para Estrangeiros da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), contexto desta pesquisa; descrevo o perfil dos alunos e suas necessidades de uso da língua portuguesa e analiso documentos de referência para o ensino de línguas, a saber, o Quadro de Referência para o Ensino de Português no Estrangeiro (GROSSO et al., 2011), os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), os Referenciais Curriculares do Estado do Rio Grande do Sul (RS, 2009) e as especificações do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (BRASIL, 2011). Tendo em vista que o currículo é “o projeto que preside as atividades educativas escolares, define suas intenções e proporciona guias de ação adequadas e úteis para os professores, que são diretamente responsáveis pela sua execução” (COLL, 1996, p. 45), espera-se que ele desempenhe as seguintes funções: descrever e explicitar o projeto educativo (as intenções e o plano de ação) em relação às finalidades da educação e às expectativas da sociedade; fornecer um instrumento que oriente as práticas dos professores; levar em conta as condições nas quais se realizam essas práticas; analisar as condições de exequibilidade, de modo a evitar uma descontinuidade excessiva entre os princípios e as restrições colocadas pelas situações de ensino. Inspirada principalmente nos Referenciais Curriculares do Estado do Rio Grande do Sul (RS, 2009), defendo que o ensino da língua adicional propicie oportunidades para o uso da língua portuguesa por meio de tarefas que coloquem os aprendizes em contato com textos de diferentes gêneros do discurso e promovam o uso integrado das competências, habilidades e recursos linguísticos necessários para compreender e produzir esses textos em situações significativas através de projetos pedagógicos. Considerando todos os aspectos analisados, aponto alguns critérios para se organizar uma progressão curricular para o ensino de PLA e apresento um projeto de progressão curricular para os cursos Básico I e II, Intermediário I e II do Programa de Português para Estrangeiros da UFRGS. Este trabalho pretende contribuir para a área de PLA propondo critérios que possam orientar a organização de currículos em instituições de ensino que têm como meta promover a participação dos educandos em atividades de uso da língua portuguesa nos diversos contextos em que eles já circulam ou que desejam circular. / This work aims to discuss the design of a curriculum progression for the teaching of Portuguese as an Additional Language (PAL) based on the bakhtinian notion of speech genres (BAKHTIN, 2003; BAKHTIN / VOLOCHÍNOV, 2006). In order to reflect on the design of such curriculum, the first steps taken were to analyze the contents of the reference subjects ministered at the Program of Portuguese for Speakers of Other Languages, at the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), the context of this research, and to describe the students’ profile and language needs. Next, official documents for language teaching were analyzed, namely the Framework of Reference for Teaching Portuguese Abroad (GROSSO et al., 2011), the National Curriculum Parameters (BRAZIL, 1998), the State Standards for Portuguese/English/Spanish Language Arts and Literacy (RS, 2009) and the specifications of the Certificate of Proficiency in Portuguese as a Foreign Language (Celpe-Bras) (BRAZIL, 2011). Considering that a curriculum is "the project that guides the school educational activities, defines their aims and provides appropriate and useful directions for the teachers, who are directly responsible for its implementation " (COLL, 1996, p. 45), its guidelines should describe and explain the educational project (aims and plan of action) in relation to the purposes of education and the expectations of society; provide an instrument to guide teachers' practice, taking into account the conditions in which these practices are carried out; analyze its feasibility in order to avoid excessive inconsistencies between the principles that underlie the proposal and the constraints posed by the teaching context. Inspired mainly in the State Standards for Portuguese/English/Spanish Language Arts and Literacy (RS, 2009), it is argued that additional language teaching should foster opportunities for Portuguese language use through tasks that enable learners to get in contact with texts of different speech genres and promote the integrated use of language skills and linguistic resources in order to understand and produce texts in meaningful contexts through educational projects. Considering all the aspects analyzed, some criteria are suggested to organize a curriculum for the teaching of PAL and a curriculum progression is proposed for the basic and intermediate courses offered by the Program of Portuguese for Speakers of other Languages at UFRGS. This work aims to contribute to the area of PAL by proposing criteria to guide the organization of curricula in educational institutions that aim to promote the students’ engagement in activities developed in Portuguese in various contexts in which they have or wish to participate.
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Reflexões didático-metodológicas para um ensino sistematizado do léxico em francês como língua estrangeiraMarques, Maria Helena Machado January 2012 (has links)
L’objet de ce travail est le traitement accordé au vocabulaire dans les classes de langues étrangères et plus particulièrement dans celles de français langue étrangère, dans le contexte des écoles de langues. Notre but est de présenter certains aspects relatifs à l’acquisition lexicale, à travers la systématisation d’études déjà menées dans ce domaine et l’analyse de matériels pédagogiques, facilitant aux enseignants l’accès à certains débats et recherches qui pourraient contribuer à une réflexion sur bon nombre d’idées reçues et à l’amélioration des pratiques de l’enseignement du vocabulaire, par exemple, lors de possibles lacunes dans les manuels. Nous sommes partis du présupposé que la compétence lexicale est fondamentale pour la maîtrise d’une langue étrangère compte tenu de la fonction qu’exercent les mots dans les situations discursives. L’enseignement de cette compétence ne saurait avoir lieu uniquement face à des demandes lexicales ponctuelles des apprenants car le mot doit toujours s’inscrire dans un réseau de relations phonétiques, graphiques, sémantiques, morphologiques, syntaxiques et culturelles, et ces compétences touchent à différents aspects de la connaissance lexicale. En salle de classe, cependant, la place faite au vocabulaire semble ne pas permettre à celui-ci de venir à bout de ces spécificités, de même que son enseignement n’est qu’incidentellement assuré, sans systématisation, comme si l’apprentissage des mots n’était que le résultat du simple fait de les rencontrer. Cette situation peut être partiellement attribuée à l’absence de formation spécifique pour l’enseignement du vocabulaire dans les cours de formation de professeurs, ce qui empêche la mise en question de croyances telles que celle en l’apprentissage du vocabulaire par les apprenants à la seule condition d’y être exposés ou encore que, du fait de sa participation à l’acquisition d’autres compétences, le vocabulaire dispenserait un traitement spécifique. Nous avons bâti, suite à ces observations, un parcours de recherche qui a eu pour but de répondre à la nécessité d’une révision de la place accordée à l’enseignement du vocabulaire dans les méthodologies d’enseignement de langues, qui identifie les disciplines ayant une interface avec l’enseignement du vocabulaire, qui soulève le débat sur la notion de “mot”, qui présente et systématise les différentes positions des théoriciens en ce qui concerne le besoin de démarches méthodologiques et didactiques spécifiques à l’enseignement du vocabulaire – y compris à l’aide d’exercices lexicaux – et enfin, qui a permis l’analyse d’une séquence didactique de la méthode de français langue étrangère ici 1, afin d’observer le traitement réservé au lexique. L’analyse de la méthode montre que l’enseignement du vocabulaire n’y joue qu’un rôle secondaire, les acquis lexicaux servant plutôt d’outil à l’enseignement d’autres compétences, et que l’ input lexical du manuel est, d’une part, insuffisant pour la réalisation de certaines activités et, d’autre part, laissé aux soins des enseignants dans les instructions d’utilisation de la méthode. / Neste trabalho abordamos o tratamento dado ao vocabulário na aula de línguas estrangeiras em geral e mais especificamente do francês como língua estrangeira, no contexto dos cursos livres de ensino de idiomas. Nosso objetivo é apresentar questões pertinentes à aquisição lexical, através da sistematização de estudos já realizados na área e da análise de material didático, proporcionando aos docentes acesso às discussões e pesquisas, levando-os a repensar suas crenças e/ou aprimorar sua prática em relação ao ensino do vocabulário, podendo intervir nas possíveis lacunas do livro didático. Partimos do pressuposto de que a competência lexical é fundamental para a proficiência em uma língua estrangeira em razão da função que as palavras exercem nas situações discursivas. Seu ensino não deve ser tomado como o suprimento de demandas lexicais pontuais dos aprendizes, pois a palavra deve situar-se sempre em uma rede de relações fonéticas, gráficas, semânticas, morfológicas, sintáticas e culturais e cada umas destas relações representam aspectos do conhecimento lexical. No entanto, na sala de aula, o lugar destinado para o vocabulário, parece não dar conta destas especificidades e seu ensino tem sido feito de maneira incidental e sem sistematização, como se sua aprendizagem fosse resultado de um único encontro com a palavra. Parte desta situação se deve à ausência de formação específica para o ensino do vocabulário nos cursos de formação de professores, o que não permite que sejam revistas as crenças de que para aprender vocabulário basta a ele ser exposto ou ainda que por ser utilizado para a abordagem de outras competências, ele não necessita tratamento específico. A partir destas constatações elaboramos um percurso de pesquisa que contempla uma revisão do lugar destinado ao ensino do vocabulário nas metodologias de ensino de línguas, que apresenta as disciplinas que têm uma interface com o ensino do vocabulário, que discute a noção de palavra, que sistematiza e apresenta o posicionamento de alguns teóricos em relação a necessidade de procedimentos metodológicos e didáticos específicos para o ensino do vocabulário, inclusive através de exercícios lexicais e, finalmente, faz a análise de uma sequência didática do método de francês ici 1 para observar o tratamento dado ao léxico. A análise do método revelou que o ensino do vocabulário tem um papel secundário, sendo prioritariamente utilizado como meio para o ensino de outras competências que não a lexical, que o insumo lexical do manual é insuficiente para a realização de algumas atividades propostas pelo próprio manual e as instruções nele apresentadas repassam ao professor a responsabilidade de prover insumo lexical e do seu tratamento.
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Leitura, tradução e medidas de complexidade textual em contos da literatura para leitores com letramento básicoPasqualini, Bianca Franco January 2012 (has links)
Este trabalho trata dos temas da complexidade textual e de padrões de legibilidade a partir de um enfoque computacional, situando o tema em meio à descrição de textos originais e traduzidos, aproveitando postulados teóricos da Tradutologia, da Linguística de Corpus e do Processamento de Línguas Naturais. Investigou-se a suposição de que há traduções de literatura em língua inglesa produzidas no Brasil que tendem a gerar textos mais complexos do que seus originais, tendo como parâmetro o leitor brasileiro médio, cuja proficiência de leitura situa-se em nível básico. Para testar essa hipótese, processamos, usando as ferramentas Coh-Metrix e Coh-Metrix-Port, um conjunto de contos literários de vários autores em língua inglesa e suas traduções para o português brasileiro, e, como contraste, um conjunto de contos de autores brasileiros publicados na mesma época e suas traduções para o inglês. As ferramentas Coh-Metrix e Coh-Metrix-Port calculam parâmetros de coesão, coerência e inteligibilidade textual em diferentes níveis linguísticos, e as métricas estudadas foram as linguística e gramaticalmente equivalentes entre as duas línguas. Foi realizado também um teste estatístico (t-Student), para cada métrica e entre as traduções, para avaliar a diferença entre as médias significativas dentre resultados obtidos. Por fim, são introduzidas tecnologias tipicamente usadas em Linguística Computacional, como a Aprendizagem de Máquina (AM), para o aprofundamento da análise. Os resultados indicam que as traduções para o português produziram textos mais complexos do que seus textos-fonte em algumas das medidas analisadas, e que tais traduções não são adequadas para leitores com nível de letramento básico. Além disso, o índice Flesch de legibilidade mostrou-se como a medida mais discriminante entre textos traduzidos do inglês para o português brasileiro e textos escritos originalmente em português. Conclui-se que é importante: a) revisar equivalências de medidas de complexidade entre o sistema Coh-Metrix para o inglês e para o português; b) propor medidas específicas das línguas estudadas; e c) ampliar os critérios de adequação para além do nível lexical. / This work analyzes textual complexity and readability patterns from a computational perspective, situating the problem through the description of original and translated texts, based on Translation Studies, Corpus Linguistics and Natural Language Processing theoretical postulates. We investigated the hypothesis that there are English literature translations made in Brazil that tend to generate more complex texts than their originals, considering – as parameter – the typical Brazilian reader, whose reading skills are at a basic level according to official data. To test this hypothesis, we processed –using the Coh-Metrix and Coh-Metrix-Port tools – a set of literary short stories by various authors in English and their translations into Brazilian Portuguese, and – as contrast – a set of short stories by Brazilian literature authors from the same period and their translations into English. The Coh-Metrix and Coh-Metrix-Port tools calculate cohesion, coherence and textual intelligibility parameters at different linguistic levels, and the metrics studied were the linguistic and grammatical equivalents between the two languages. We also carried out a statistical test (t-test) for each metric, and between translations, to assess whether the difference between the mean results are significant. Finally, we introduced Computational Linguistics methods such as Machine Learning, to improve the results obtained with the mentioned tools. The results indicate that translations into Portuguese are more complex than their source texts in some of the measures analyzed and they are not suitable for readers with basic reading skills. We conclude that it is important to: a) review complexity metrics of equivalence between Coh-Metrix system for English and Portuguese; b) propose specific metrics for the languages studied, and c) expand the criteria of adaptation beyond the lexical level.
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