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Na negação dos muros, a mirada ambiental na perspectiva do ser guarani : a questão da educação escolarMadeira, Rosemary Modernel January 2006 (has links)
A presente Dissertação tem como objeto a perspectiva ambiental na educação escolar Guarani. Para se constituir enquanto tal, buscou, no próprio seio da comunidade e da Escola Indígena, as respostas para o questionamento de como se dará, na Escola pensada pelos Guarani, a perspectiva ambiental: na sua própria teko’a, na relação com a Cidade e na relação com a tecnologia cidadã. Na busca de uma sistematização de possíveis respostas, primeiro, traça-se uma perspectiva antropológica da própria Cidade, lugar fundante da Escola, desde a ótica de Rodolfo Kusch sobre a relação entre o ambiente natural - no qual o granizo e a chuva, la ira de Dios, representam o temor – e o ambiente artificial – constituído no ambiente cidadão, onde reina la ira del hombre, representado no objeto e no afã de ser alguém; em segundo, apresenta-se os próprios Guarani e seu mero estar e, finalmente, em terceiro, a Escola e a perspectiva ambiental que perpassa o pensá-la e o próprio ensinar. A pesquisa foi realizada a partir das observações e conversas com as lideranças, os professores e os Karaí. Para tanto, serviu-se de instrumento do Diário de Campo, das gravações de entrevistas e dos registros fotográficos. A análise dos dados teve como substrato teórico a perspectiva do Cuidado, fundamentada em Martin Heidegger e da antropologia filosófica americana, fundamentada em Rodolfo Kusch. O trabalho mostra duas culturas – a cultura cidadã e a cultura Mbyá-Guarani – que se colocam na intersecção da própria Escola, onde um embrião de uma nova Escola, que já não aponta para o conhecimento científico como fundamento das suas práticas, parece estar se constituindo no ambiente da Tekoá.
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A alegria do corpo-espírito saudável : ritos de aprendizagem guaraniMenezes, Ana Luisa Teixeira de January 2006 (has links)
A dança Guarani é parte de um contexto ritualístico e mitológico desta cultura, que se refaz continuamente no cotidiano de sua educação. A compreensão da dança como conhecimento foi se dando na vivência etnográfica e fenomenológica, em cinco aldeias, quatro delas situadas no Rio Grande do Sul, nas seguintes localidades Lomba do Pinheiro, na aldeia Anhentenguá; Canta Galo na aldeia Jataity; Riozinho na aldeia Nhumporã; Camaquã na aldeia Iguaporã e numa aldeia de Santa Catarina, denominada de M´biguaçu. A dança como parte de um rito atualiza o pertencimento emocional e cultural, possibilitando a passagem da esperança em ação. Os princípios da dança Guarani estão situados dentro de uma educação xamânica, na qual corpo e espírito são fontes de aprendizado sensível, sensorial e reflexivo para um estar saudável. A alegria é uma condição cultivada no desvelar do conhecimento, que com o passar do tempo torna-se sabedoria – arandu - aprendizado que se revela ao longo da vida. A face cotidiana da educação das crianças expressa um tipo de aprendizagem vivencial na qual são valorizados o movimento vital e criativo, o contato corporal e a afetividade. Saúde, corporeidade, espiritualidade e sentimento são categorias entrelaçadas aos sentidos da dança na aprendizagem Guarani e revelam a produção cultural de um sistema de educação que tem a vida como um valor a ser cuidado. Denomino de ritos tanto os espaços da dança, quanto as relações entre mães e filhos. Estes ritos são fontes de aprendizados que revelam uma gestualidade emocionada dentro de uma corporeidade vivida e acontecem num equilíbrio e desequilíbrio dentro de uma dinâmica cultural que está em movimento, expressa principalmente nos conflitos dos jovens, nas saídas e nos retornos às suas aldeias e nos diversos sentimentos que possuem em relação à existência Guarani. A dança-rito é um espaço que muitos Guaranis buscam como um encontro com a força e a clareza para lidar com as ambigüidades presentes. Num pulsar entre a criação e a permanência da cultura, a dança é resistência e caminho de re-significação da identidade Guarani que acontece dentro de um campo de ação coletiva que abarca a ordem e desordem em sua própria mitologia.
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Narrativas sobre povos indígenas na AmazôniaAguiar, José Vicente de Souza January 2012 (has links)
Cette recherche a été menée dans le cadre du Programme d'Études Supérieures en Éducation à l'Université Fédérale de Rio Grande do Sul - UFRGS et ses analyses ont été élaborées à partir des dialogues théoriques développés et stimulés, principalement dans le domaine des Études Culturelles en Éducation. Cela dans une relation étroite avec la pensée de Michel Foucault, Roland Barthes, Jacques Derrida et Gilles Deleuze, fondamentalement. En tant que thématique concernée, la recherche a analysé la relation entre la production des récits et les peuples indigènes de l'Amazonie au cours des XVIIIe au XXe siècles. Il est important de souligner, surtout, qu'aux récits, dans cette recherche, on a attribué l'idée d'un dispositif qui a servi à nommer les sujets, de façon à les classifier, les hiérachiser et suggérer la création d'un système de pensée sociale sur les peuples indigènes. La recherche a été constituée de quatre moments. Le premier moment correspond au lieu théorique et les outils avec lesquels les analyses ont été produites, dont la finalité consiste à construire une forme de regard visant à soutenir l'idée que la relation savoir - pouvoir peut, dans une certaine circonstance, servir d’instrument par lequel on a cherché à projeter la création sociale d'un autre, ainsi qu’à souligner l'effet politique de l'usage de la langue et de l'écriture. Ainsi, la langue et l'écriture sont perçues comme des instruments sociaux avec force d'effets de vérités, par lesquels les types sociaux noirs et indigènes ont été produits, surtout dans les récits où ils avaient une condition de sujets sociaux et moralement subalternes et sauvages. Dans le deuxième moment, on fait des analyses des récits produits par des prêtres jésuites, tels que João Daniel , Samuel Fritz, Cristóbal de Acuña, qui ont travaillé dans l'Amazonie, et Antonio Sepp, qui a travaillé dans l’état du Rio Grande do Sul, cherchant à identifier comment les peuples indigènes ont été inclus dans les récits de nature religieuse. Évidemment, ces textes ont révélé les innombrables initiatives visant à la conversion des peuples indigènes en chrétiens et en sujets qui assimilaient une façon d'être, de vivre et de penser occidentalisé, car de cette manière ils seraient de plus en plus utiles pour le projet des colons et des jésuites qui avaient besoin de corps et d'âmes - corps pour le travaux musclés et âmes pour l'expansion du christianisme. Dans le troisième moment, on a analysé les récits des voyageurs-scientifiques-naturalistes du XIXe siècle, qui sont passés par l’Amazonie et ont produit des récits sur les peuples indigènes, confirmant l’idée présentée avant par les jésuites et, de façon semblable, ont produit leurs récits présentant les indigènes comme des sujets rudes, paresseux, indolants et sauvages. Dans le quatrième et dernier moment, sur les récits de l’actualité, les peuples indigènes sont présentés, au minimum, en trois perspectives distinctes. Dans la première perspective, ils sont vus comme les sujets qui constituent des obstacles au progrès de la nation, car ils continuent à être classés comme des peuples peu dévoués au travail, sans compter que leurs terres délimitées sont des aires qui n’ont pas le droit d’être utilisées pour l’élévage et ni pour l’agriculture, comme le souhaite le secteur de l’agroalimentaire. Dans la deuxième perspective, ils sont présentés comme des sujets vivant en complète harmonie avec la nature et, pour cela, ils sont considérés comme leur protecteur. Dans la troisième perspective, les indigènes sont vus comme des sujets de droit et sont soutenus par l’État et par ceux qui prétendent faire usage des terres indigènes. De toute façon, on croit que les récits produits et analysés dans cette recherche, soit du passé soit du présent, surtout ceux issus du rapport savoir-pouvoir, réligieux ou laïques, ont agi et agissent dans le cadre de les classifier, de les hiérarchiser et de motiver une forme de pensée de la société environnante concernant les peuples indigènes, reconnaissant l’idée de respect des différences, bien qu’il y ait une réaction négative lorsqu’on traite la mise en place effective des droits constitutionnels et sociaux des indigènes. / Esta pesquisa foi realizada no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, e suas análises foram elaboradas a partir dos diálogos teóricos desenvolvidos e estimulados principalmente pela linha de pesquisa Estudos Culturais em Educação, em estado de estreita relação de aproximação aos pensamentos expressos por Michel Foucault, Roland Barthes, Gilles Deleuze e Jacques Derrida, fundamentalmente. Enquanto temática investigada, a pesquisa analisou a relação entre a produção das narrativas e os povos indígenas na Amazônia ao longo dos séculos XVIII ao XX. É importante frisar, sobretudo, que às narrativas, nesta pesquisa, foi atribuída a ideia de um dispositivo que serviu para nomear os sujeitos, de modo a classificá-los, hierarquizá-los e sugerir a criação de um sistema de pensamento social sobre os povos indígenas. A pesquisa foi constituída em quatro momentos. O primeiro corresponde ao lugar teórico e às ferramentas com as quais as análises foram produzidas, cuja finalidade consiste em construir uma forma de olhar visando sustentar a ideia de que a relação saber-poder pode, em certa circunstância, servir como instrumento pelo qual se procurou projetar a criação social do outro, além de também ressaltar o efeito político do uso da língua e da escrita. Dessa forma, a língua e a escrita são vistas como instrumentos sociais, com força de efeitos de verdades, pelos quais os tipos sociais negros e indígenas foram produzidos, principalmente por narrativas que os destacam na condição de sujeitos social e moralmente subalternos e selvagens. No segundo, são feitas as análises das narrativas produzidas pelos padres jesuítas João Daniel, Samuel Fritz, Cristóbal de Acuña, que atuaram na Amazônia e Antonio Sepp, que atuou na região do Rio Grande do Sul, procurando identificar como os povos indígenas foram incluídos nas narrativas de natureza religiosa. Evidentemente, estes textos revelaram as inúmeras iniciativas visando à transformação dos povos indígenas em cristãos e em sujeitos que incorporassem um modo de ser, de viver e de pensar ocidentalizado, pois dessa forma passariam a ser mais úteis para o projeto dos colonos e dos jesuítas que necessitavam de corpos e almas – corpos para os serviços braçais e almas para a expansão do cristianismo. No terceiro momento, foram analisadas as narrativas dos viajantes-cientistas-naturalistas do século XIX que passaram pela Amazônia e produziram narrativas a respeito dos povos indígenas, que reiteram a ideia anteriormente apresentada pelos jesuítas e, de igual modo, produziram suas narrativas apresentando os indígenas na condição de sujeitos rudes, preguiçosos, indolentes e selvagens. No último, sobre as narrativas da atualidade, os povos indígenas são apresentados, no mínimo, em três perspectivas distintas. Na primeira, são vistos como os sujeitos que representam obstáculos para o progresso da nação, pois continuam sendo classificados como povos pouco afeitos ao trabalho, além de suas terras demarcadas se constituírem em áreas que não podem ser utilizadas para a criação e plantação como pretende um setor do agronegócio; no segundo, são apresentados como sujeitos que vivem em completa harmonia com a natureza e, por isso, são considerados seus protetores; na terceira, os indígenas são vistos como sujeitos de direito e são apoiados diante das ações do Estado e daqueles que pretendem usar as terras indígenas. De qualquer forma, acredita-se que as narrativas produzidas e analisadas nesta pesquisa, sejam do passado, sejam da atualidade, principalmente as emergentes da relação saber-poder, religiosas ou laicas, agiram e agem no sentido de classificá-los, de hierarquizá-los e de estimular uma forma de pensamento da sociedade envolvente a respeito dos povos indígenas, que reconhece a ideia de respeito às diferenças, embora reaja negativamente quando se trata da efetivação objetiva dos direitos constitucionais e sociais dos indígenas.
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Escola indígena e ensino de história : um estudo em uma escola Kaingang da terra indígena Guarita/RSMedeiros, Juliana Schneider January 2012 (has links)
A educação escolar indígena específica e diferenciada vem sendo construída por diversos povos indígenas do país desde a promulgação da Constituição Federal (1988), marco de sua conquista pelo direito à diferença. A pesquisa aqui apresentada buscou investigar de que forma a escola kaingang vem se constituindo e, mais especificamente, como está ocorrendo o ensino de História. A investigação se realizou a partir de uma convivência com os Kaingang da Terra Indígena Guarita, tendo como cenário principal a escola indígena Toldo Campinas, no setor Estiva. Após um processo de Conquista, ocidentalização e mestiçagem (GRUZINKSI, 2001), que teve início no século XIX, os Kaingang mantiveram-se e mantêmse até hoje, conforme a dinâmica da tradição (BALANDIER, 1997). Considerando essa história de luta para permanecerem em seu estar indígena (KUSCH, 2009), procuro compreender a construção da escola kaingang específica e diferenciada. Centrada principalmente em uma metodologia etnográfica, procurei fazer uma descrição densa (GEERTZ, 1989) não só da escola e seus sujeitos, mas de seu entorno e de outras tantas pessoas implicadas no processo escolar. Além do diário de campo e de um caderno de notas, utilizei-me de outros recursos: entrevistas, questionários (a alunos e professores), atividades de aula, conversas com velhos “contadores de histórias”, cópias dos cadernos de alunos, documentos da escola, fotos. Descrevo o funcionamento da escola, com um enfoque especial na gestão escolar. Analiso as matérias específicas da escola (Kaingang, Artesanato e Valores Culturais), mostrando que, apesar de não serem responsáveis pela aprendizagem dos conhecimentos da tradição por parte das crianças, elas cumprem um papel importante na valorização desses saberes. Dedico um capítulo às aulas de História e a uma discussão acerca da relação entre os velhos e a escola. Explicito que o ensino de História na escola ainda está muito pautado pelo livro didático, mas aponto que há uma disposição do professor em ensinar uma outra história, a kaingang. Constato que as narrativas kaingang estão vivas, no entanto há pouco diálogo entre os velhos “contadores de histórias” e a escola. A partir destas “descobertas”, busco propor alguns caminhos para que a escola seja, de fato, de autoria indígena e para que as narrativas kaingang continuem sendo transmitidas. Mais do que isso, aponto questionamentos para que os próprios Kaingang reflitam sobre a educação escolar indígena que almejam. / A specific and differentiated indigenous school education is being developed and implemented by many of Brazil’s indigenous peoples since the Federal Constitution promulgation (1988), a landmark in the conquest of their right to be different. The present research has tried to investigate how the Kaingang school is being constituted and, more specifically, how History is being taught. The investigation was carried out in a Kaingang community in the Indigenous Reservation of Guarita, and the main setting for the study was the indigenous school Toldo Campinas. After processes of Conquest, westernization and mestizoization (GRUZINKSI, 2001), that began in the XIX century, the Kaingang people have maintained their identity, and still do until the present day, according to the dynamics of tradition (BALANDIER, 1997). Considering their history of struggle to maintain their indigenous being [estar indígena] (KUSCH, 2009), this work tries to understand the construction of the specific and differentiated kaingang school. Using ethnography, a thick description (GEERTZ, 1989) was built, not only of the school and its subjects, but also of its surroundings and of other people involved in the school’s educational processes. In addition to a field journal and a notebook, other resources were used: interviews, questionnaires (to students and teachers), classroom activities, talks to the elderly “story tellers”, copies of the students’ notebooks, school documents, photographs. The school dynamics, focusing on the management of the school, is described. The school’s specific disciplines are analyzed (Kaingang Language, Handicraft and Cultural Values), showing that despite the fact that they are not responsible for the students’ learning of the traditional knowledge, they fulfill an important role in highlighting that knowledge. One chapter is dedicated to the History classes and to a discussion on the relationship between the elderly and the school. The research shows that the teaching of History is still based on the regular textbook, but a willingness to teach another history, the Kaingang one, is noticed. Another conclusion is that the Kaingang narratives are still alive; however, there is little dialogue between the elderly “story tellers” and the school. Considering these “findings,” this work tries to propose ways for the school’s authorship to become indigenous, so that Kaingang stories continue to be transmitted. Above all, the sudy raises questions and urges the Kaingang themselves to reflect upon what indigenous shcool education they want and need.
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Política de assimilação : educação escolar indígena em Alagoas a partir da constituição de 1988. / Indigenous schol education.Silva Júnior, Gerson Alves da 14 March 2008 (has links)
The goal of this dissertation is to demonstrate the process of
depreciation of the indigenous identity in Alagoas, as well as in all the Brazil,
through the analysis of education and its relation with the social projects and
politicians processes. Before the 1988´s Constitution, the "indigenous scholar 2
education in Alagoas always acted to adjust native people to Brazilian´s society
project, instituted with strong eurocentric characteristics. After 1988 s
Constitution and since 1996 LDB, in some Brazilian States, effectively appears
a specific and differentiated educational proposition for the native people who
remain in so-called indigenous communities. Other native originated people that
had been coed-opt by the national communion in before 1988 s periods, start to
lose their historical memories (AIRES, 2000a). Their traditional view was
distorted and modified, in apparently irreversible way, through the structure
mounted by differentiated indigenous scholar education. It happens because
the autochthon worldview has to be understood as a different reality contrasting
the Brazilian men and women´s one. This way, the indigenous scholar
education practice, after the 1988´s Constitution, although it breaches with the
politic of assimilation, does not modify the structural causes served by the
politic of assimilation. / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Esta dissertação tem como objetivo demonstrar o processo de
minimização da identidade indígena em Alagoas, assim como no Estadonacional
como um todo, por meio de análise bibliográfica-documental da
educação e sua relação com os projetos sociais e processos políticos. A
educação escolar indígena 1 alagoana, anterior a Constituição de 1988, atuou
sempre de modo a ajustar o homem nativo ao projeto de sociedade brasileira
instituído historicamente com fortes características eurocêntricas. Posterior a
Constituição de 1988, a partir da LDB de 1996, surge efetivamente, em alguns
Estados brasileiros, uma proposta de educação específica e diferenciada para
os povos nativos que permanecem em comunidades ditas indígenas. Conforme
Aires (2000a), os indivíduos de origem nativa que foram cooptados pela
comunhão nacional em períodos anteriores a 1988, tem suas memórias
históricas e suas visões tradicionais esquecidas, distorcidas e alteradas. Essa
distorção e esquecimento ao que tudo indica parece ser irreversível, a partir da
estrutura montada por meio da educação escolar indígena diferenciada. Pois, a
cosmovisão autóctone passa a ser entendida como realidade diferente da
realidade do brasileiro. Desta forma, pode-se concluir que a prática de
educação escolar indígena, posterior a Constituição de 1988, ainda que rompa
com a política de assimilação, não modifica as causas estruturais às quais a
política de assimilação estava a serviço.
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A educação dos Jiripancó : uma reflexão sobre a escola diferenciada dos povos indígenas de Alagoas. / The education of Jiripancó : a reflection on the different school of indigenous peoples of Alagoas.Ferreira, Gilberto Geraldo 04 June 2009 (has links)
This study brings into discussion the differentiated schools for the indigenous
people Jiripancó, located near the city of Pariconha in high backlands Alagoano. It
discusses the writing of history as a way to understand the relationship between theory and
practice in the research process, particularly the history of the Indians. It discusses the issue
of culture and identity as crucial concepts in understanding the issues related to education
of the community under study here. It reflects on memory, identity, culture and indigenous
knowledge and experience retained in the oral and the relationship - tense - with the
writing, enhanced by the learning school. It Locates geographically the Jiripancó
indigenous people as an attempt to understand the human relationship with space and time.
It describes and analyzes various forms of indigenous education, the symbols used in
rituals, the festivals, the sacrifices, in order to survive and the ways of living. It displays the
memory formation of a witchdoctor and a Chef (cacique) Jiripancó to understand in a more
concrete way the people here treated. It Shows such indigenous school memory record
works proposed to be used in the classroom, taking care of it in order to preserve this
cultural universe. With this proposal calls for discussion on the history teaching at José
Carapina School which main core must be mediation between the forms of living of
indigenous people and knowledge made universally. It finalizes the text weaving criticism
of the emptiness of the experience of indigenous culture and this type of education, trying
to warn that the school does not become yet another element capable of undermining the
power of this rich and complex cultural universe of the indigenous people. / O presente estudo põe em discussão a escola diferenciada destinada ao povo
indígena Jiripancó, localizado próximo ao município de Pariconha no alto sertão alagoano.
Discute a escrita da história como forma de compreender a relação entre teoria e prática no
processo de investigação, em particular da história dos indígenas. Põe em debate a
problemática da cultura e da identidade, considerados conceitos essenciais para o
entendimento das questões relacionadas à educação da comunidade aqui em estudo. Reflete
sobre a memória, a identidade e a cultura indígena como conhecimento e experiência
mantida na oralidade e na relação tensa com a escrita, valorizada pelo aprendizado
escolar. Localiza geograficamente o povo indígena Jiripancó, como tentativa de
compreender a relação do humano com o espaço e o tempo. Descreve e analisa formas
diversas do educar indígena, as simbologias empregadas nos rituais, nas festas, nos
sacrifícios, no meio de sobrevivência e nas formas de convivência. Apresenta a memória de
formação de um pajé e um cacique Jiripancó, a fim de compreender de forma mais concreta
este povo aqui tratado. Indica tais registros da memória indígena como proposta de trabalho
escolar a ser utilizado em sala de aula, e assim cuidar de preservar este universo cultural.
Com a referida proposta, põe em discussão o ensino de história na escola indígena José
Carapina, cujo núcleo central deve ser uma mediação entre as formas de convivência do
povo indígena e o saber elaborado universalmente. Finaliza o texto tecendo críticas ao
esvaziamento da experiência e da cultura indígena nesta modalidade de ensino, cuidando de
alertar para que a escolarização não se transforme em mais um elemento capaz de minar a
força deste rico e complexo universo cultural do povo indígena.
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A espiritualidade nas relações intergeracionais dos Tremembé em Itarema – Ceará / Spirituality in the intergenerational relations of the Tremembé in Itarema - CearáCavalcante, Jon Anderson Machado January 2016 (has links)
CAVALCANTE, Jon Anderson Machado. A espiritualidade nas relações intergeracionais dos Tremembé em Itarema – Ceará. 2016. 335f. – Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Educação Brasileira, Fortaleza (CE), 2016. / Submitted by Gustavo Daher (gdaherufc@hotmail.com) on 2017-01-31T12:49:40Z
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Previous issue date: 2016 / Esta pesquisa tem como objeto de estudo a inscrição da Espiritualidade nas relações intergeracionais de jovens professores e de idosos Tremembé residentes das três das localidades nas quais encontram-se uma escola indígena: de Almofala, da Passagem Rasa e da Tapera. Volta-se para a compreensão das experiências e das mediações escolares e comunitárias nas quais o tema da espiritualidade torna-se presente nessas distintas gerações. Traz como indicadores dessa temática os Encantados, a Natureza, o Torém e a Medicina Tradicional Tremembé, conteúdos estes abordados em disciplinas das escolas indígenas. Como fundamentação teórica, ancora-se nas discussões epistemológicas da Colonialidade do Poder e do Saber de Quijano e de Figueiredo, e da Educação Dialógica de Paulo Freire. A intergeracionalidade é pensada a partir das interlocuções dos estudos sociológicos de Sarmento e culturais de Bhabha. A espiritualidade é a categoria teórica formulada a partir de um estudo bibliográfico do qual apontou-se suas principais características: produção de sentido, sacralização da vida, afetos e mistério da existência. A Pesquisa Narrativa é a proposta metodológica visualizada por valorizar as significações da experiência. Serão realizadas entrevistas narrativas com dois jovens professores, em cada escola, que ministram disciplinas que abordam essa temática, e com dois moradores/as idosos que contribuem junto à escola com esse tema. Em um total, de doze entrevistas, quatro em cada escola. A Hermenêutica de Profundidade de John Thompson foi o processo de interpretação dos constructos. Como resultados, encontrou-se três universos temáticos de Interpretação da Encanto, que expressam a semântica da Espiritualidade entre as gerações: a Natureza, a Medicina Tradicional e o Torém.
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Políticas públicas no campo da educação indígena no estado de RoraimaLima, José Airton da Silva January 2014 (has links)
Propõe-se analisar a organização indígena de Roraima e suas estratégias de interação com as organizações estatais e privadas no avanço das políticas públicas de educação indígena no Estado de Roraima, demonstrando que o Estado, entendido como poder público estadual, sempre buscou a integração dos indígenas, mas, nas últimas duas décadas, houve um aperfeiçoamento nas relações com os povos indígenas e um empoderamento nas políticas públicas de educação indígena implantadas no Estado de Roraima pós-Constituição de 1988. A base metodológica que norteia este trabalho se dá em dois momentos: o primeiro está voltado para a análise bibliográfica, que versa sobre as políticas indigenistas e as políticas públicas específicas e, desta forma, possibilita descrever a forma de relações entre os índios e o Estado. O segundo se dirige à análise documental que versa sobre as políticas públicas indígenas no Estado de Roraima. Dentre estes documentos, estão os programas do Governo Federal estabelecidos no Plano Plurianual Anual (PPA), sendo neles que constam as garantias de recursos para as políticas públicas das comunidades indígenas do Estado de Roraima. Após análise comparativa entre os documentos produzidos pelas movimentações indígenas e os discursos de suas lideranças, com os documentos oficiais originados pelo Estado, constata-se que há a participação efetiva das organizações indígenas, tanto nas leis e outros instrumentos legais, quanto na formatação das políticas públicas de educação indígenas. / This thesis aims to analyze the process of indigenous organization of Roraima state and its strategies of interaction with State and private organizations in advancing public policies for Indigenous Education in Roraima state, demonstrating that the State understood as State public power always sought the integration of indigenous people, but in the last two decades there has been an improvement in relations with indigenous peoples and an empowerment of indigenous education in the public policies implemented in Roraima state Post-1988 Constitution. The methodological basis that guides this work takes place in two phases: the first is dedicated to the bibliographical analysis, which focuses on indigenous policies and specific public policies and thus makes it possible to describe the form of relations between Indians and the State. The second moment is focused on documentary analysis that focuses on the indigenous public policies in Roraima state. Among these documents are Federal Government programs established in the Annual multi-year plan (PPA), being them in resource transfers to indigenous communities. After comparative analysis between the documents produced by the indigenous movements and the speeches of their leaders, with the official documents produced by the State, noted that for the effective participation of the Indigenous Movements both in laws and other legal instruments, formatting of indigenous public policies.
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Avaliação da implementação da política de educação escolar indígena no território Tapeba (CE) Fortaleza 2011CORREIA, Sílvia Barbosa January 2011 (has links)
CORREIA, S. B. Avaliação da implementação da política de educação escolar indígena no território Tapeba (CE). 2011. 218f. Dissertação (Mestrado em Avaliação de Políticas Públicas) – Universidade Federal do Ceará, Pro - Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Programa de Pós-Graduação em Avaliação de Políticas Públicas, Fortaleza, 2011. / Submitted by Ana Paula Paula (mappufce@gmail.com) on 2012-03-26T19:02:07Z
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Previous issue date: 2011 / The Global Family Protection and Assessment Service (PAIF) has a continuous character, and seeks to strengthen the family and community ties, prevent the rupture of those that are pre-existent and facilitate the access to services that insure given rights. It is offered by the Social Assistance Reference Center (CRAS), a reference unit used to carry out social assistance as a public policy within the Basic Social Protection Program established in several Brazilian municipalities. The objective of this research is to evaluate the event management of the Global Family Protection and Assessment Service in a determined municipality of the Metropolitan Region of Fortaleza, as well as the actions developed and enforced by its professionals, always observing the limits, possibilities and results of those actions and their relation to the directives established between the sectors involved. A qualitative research took place, associating bibliographical and documental studies, observations and interviews with professionals of higher education (social assistant and psychologist), currently engaged within the Social Assistance Reference Center, as well as the Coordinator of the unit. The results reveal that the municipality has made efforts to execute the actions of the Global Family Protection and Assessment Service. The team is able to implement the delimited actions within the legal marks. However, the limits imposed by the reduced size of the team and lack of transportation are factors that decrease the number of people that can be reached and the quality of the work when the socio-family follow up and monitoring of the actions taken is considered. The directive used between the active sectors is incipient as it is still based on a common sense perspective in which the execution of systematic reunions must be held to share information, establish partnerships for specific actions and announce forwarding‟s. All professionals are hired under a temporary employment status and the quantity of daily activities makes a deep analysis about the actions undertaken a difficult task. / O presente estudo teve como objetivo avaliar a política de Educação Escolar Indígena no
recorte de seu processo de implementação no território Tapeba, em Caucaia/Ce. Teve como
propósito de avaliação, ser uma pesquisa de caráter qualitativo, utilizando como método a
avaliação em profundidade. Os objetivos estabelecidos foram primeiramente conhecer o
histórico de implementação da política no estado do Ceará, e em específico no território
Tapeba, levando em consideração o contexto de etnogênese dos povos indígenas do estado e
região. Em seguida, compreender a relação que se estabelece entre Estado e população
indígena, no campo das disputas políticas em torno da afirmação da identidade étnica e
conquista de território. A pesquisa realizou-se em algumas etapas: num primeiro momento
consistiu na definição de categorias, a luz das quais iriam ser analisados as diretrizes e
execução da política no contexto local – Identidade e Territorialidade; em seguida foram
analisados documentos que fundamentam legalmente a existência da política num contexto
nacional e local, no caso, do Estado do Ceará; depois veio a etapa da pesquisa de campo
propriamente dita, com a utilização da observação participante e entrevistas em profundidade
utilizados como instrumentais. Por fim, a análise das diferentes compreensões entre Estado e
lideranças Tapeba, a respeito da educação diferenciada indígena. Os resultados da pesquisa
apontam para a necessidade de repensar a condução do processo de implementação, tanto no
que se refere ao contexto local, como no âmbito nacional, garantindo o respeito ao princípio
da equidade, fundante nas políticas que se pretendem a resolver ou minimizar a problemática
da exclusão social.
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Pluriversidad amawtay wasi : caminhos para a universidade na América LatinaRosa, Gilnei da January 2016 (has links)
O presente estudo pretende ser um contributo à reflexão em torno da identidade da universidade latino-americana na contemporaneidade, sua função e responsabilidade social. Problematiza e questiona perspectivas epistemológicas e racionalidades vigentes no meio acadêmico a partir de autores como Boaventura Santos, Pedro Goergen, Almeida Filho e outros. Apresenta o caso da Pluriversidad Amawtay Wasi, instituição indígena situada no Equador, como objeto de estudo empírico a partir do qual faz a reflexão sobre essas perspectivas. A metodologia incluiu uma análise qualitativa do universo das evidências possíveis. Foram elegidas para o estudo as seguintes fontes de dados: documentos, bibliografias, teses, entrevistas online, palestras, sites e notícias de periódicos e revistas. A análise documental privilegiou quatro caminhos discursivos: (1) idéia de pluriversidade e epistemologias do sul; (2) decolonização universitária; (3) interculturalidade; (4) diálogo entre saberes e intercientificidade. Como conclusões, o estudo critica processos avaliativos padronizadores que não reconhecem universidades emergentes; questiona a monocultura do saber científico produzido nas instituições de educação superior; propõe a criação de espaços plurais de construção de conhecimento, desde uma perspectiva intercultural e descolonizada, como alternativa para superar a conjuntura de crises vivenciada pela universidade. A partir do caso Amawtay Wasi procura visibilizar a luta dos movimentos e comunidades indígenas por uma educação superior própria, que tenha como ponto de partida os conhecimentos, os valores, a cultura e a cosmovisão dos povos ancestrais da América Latina, caminhos também possíveis a serem trilhados por outras instituições de educação superior na busca de conhecimentos plurais, tanto mais efetivos para a sociedade quanto mais humanizados e impregnados de “buen vivir”. / This study intends to contribute to the debate on the contemporary identity, the social responsibility and mission of the Latin American university. This work problematizes and questions current rationalities and epistemological perspectives in academia, based upon authors such as Boaventura de Sousa Santos, Pedro Goergen and Naomar de Almeida Filho. It presents the case of Pluriversidad Amawtay Wasi, an indigenous institution from Ecuador, as an empirical study from which to discuss university perspectives. The methodology included qualitative analysis of the universe of available evidence. The following data sources were selected for the study: documents, bibliographies, dissertations, online interviews, lectures, websites and news from journals and magazines. The documental analysis highlighted four discursive paths: (1) idea of pluriversity and Southern epistemologies; (2) university decolonization; (3) interculturality; (4) dialogue among knowledges and interscientificity. In conclusion, the study criticizes the standardizing evaluative processes that do not recognize the emerging universities; questions the monoculture of scientific knowledge produced at institutions of higher education; proposes the creation of plural spaces of knowledge construction from an intercultural and decolonized perspective, as an alternative to overcome the context of crisis experienced by university. From the case of Amawtay Wasi, this study seeks to evidence the indigenous communities and movements’ struggle for their own higher education, taking as its starting point Latin American ancestral peoples’ knowledges, values, culture and cosmovision. These paths can also be taken by other higher education institutions in search for plural knowledges, the more effective for society the more humanized and impregnated by “buen vivir” they are.
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