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O sentido do cuidado na vivência da pessoa com câncer: uma compreensão fenomenológica / The meaning of care for a person living with cancer: a phenomenological understandingSilva, Lucia Cecilia da 02 February 2007 (has links)
A vivência do câncer é considerada uma experiência de forte impacto psicológico para os doentes e suas famílias, pois mobiliza sentimentos de profundo sofrimento em qualquer um de seus estágios. Em qualquer fase do trajeto percorrido pelo doente na denominada jornada do câncer, necessidades especiais de cuidados surgirão. Os procedimentos, condutas e rotinas terapêuticas, embora existam para restabelecer e promover o bem-estar do doente, são freqüentemente percebidos como ameaçadores, agressivos e invasivos, aumentando os sentimentos de vulnerabilidade e fragilidade humanas. Neste contexto, esta investigação se propôs a compreender como a pessoa vivencia a experiência de estar doente de câncer, cuidando-se e sendo cuidada. De natureza qualitativa, a metodologia adotada foi de inspiração fenomenológica, a qual serviu de referencial para tomar o ser-no-mundo-com-câncer, interrogá-lo e descrevê-lo em sua essência. Os colaboradores da pesquisa foram oito usuários cadastrados no Grupo de Apoio a Pessoas com Câncer (GAPC), da cidade de Maringá (PR). A coleta de dados foi realizada mediante entrevistas abertas realizadas em seus domicílios e nas dependências da instituição. De seus discursos foram apreendidas unidades de significado que serviram de orientação para a análise da existencialidade do paciente oncológico, possibilitando uma síntese compreensiva do fenômeno do Cuidado. Esta compreensão pautou-se na fenomenologia ontológica de Heidegger, prioritariamente, na proposta em sua obra Ser e Tempo. Compreendeu-se que as vivências dos doentes apresentam-se em uma unificação temporal na qual o presente com a doença é construído por ressignificações do passado e por um permanente questionamento temeroso e angustiado quanto ao futuro. O nexo que emerge dessa tripartição temporal é o Cuidado, que se manifesta como estrutura originária, permitindo ao ser doente projetar sua existencialidade a partir da facticidade da doença. Na existência cotidiana, o Cuidado aparece ao doente como preocupação consigo próprio e como preocupação dos outros em relação a ele, e nesta última observa-se o papel relevante dos familiares e dos profissionais de saúde. Neste modo de ser cotidiano, as manifestações de cuidado ora surgem como solicitude, ora como cuidado deficiente. No primeiro caso, toma-se a experiência com a doença como oportunidade para novos aprendizados e conquista de novos valores; no segundo, a doença é vivenciada como manifestação de deterioração e perda de autonomia e individualidade. Conclui-se que o Cuidado, enquanto estrutura ontológica originária do ser-no-mundo, pode se constituir em um referencial de ricas possibilidades para se pensar as ações em saúde nos âmbitos privado e institucionalizado. / Living with cancer is considered an experience of strong psychological impact for the sick and their family, considering that it involves deep suffering at any of the stages. In every step of the way, along the so called cancer journey, the sick will eventually require special care. The procedures, conducts and therapeutic routines, despite being aimed at reestablishing and promoting the well-being of the sick, are usually perceived as threatening, aggressive and invasive, which tend to increase the human feelings of vulnerability and fragility. In this context, this study is aimed at understanding how a person deals with the experience of being cancer-sick, caring and being cared for. The qualitative nature of the study and the phenomenological inspiration of the methodology adopted served as reference to approach the world lived by the sick, question it and describe it in its essence. The research participants were eight members of the Support Group for the Cancer Sick (GAPC Grupo de Apoio a Pessoas com Cancer), in Maringa, state of Parana, Brazil. Data collection was conducted by means of open interviews at the participants homes or within the institution premises. From their talks, units of meaning could be apprehended, which served as orientation to analyze the oncologic patient existentiality, and allowed for a comprehensive synthesis of the Care phenomenon. Such understanding is based on the ontological phenomenology of Heidegger, particularly the one proposed in his work Being and Time. In this sense, the sick living experiences are presented in a temporal unification, in which the present, with the disease, is built upon a ressignification of the past and a continuous questioning, fearful and anguished, towards the future. The sense emerging from this tripartition of time is Care, which manifests itself as an ordinary structure and allows the sick-being to project his existentiality from the facticity of the disease. In the quotidian existence, Care is perceived by the sick both as a preoccupation with himself and as a preoccupation of the others in relation to his condition. In the latter, the role of family and health professionals is particularly relevant. In this quotidian way of being, care manifestations appear either as solicitude, or as deficient care. Regarding the former, the experience with the disease is taken as an opportunity for new learning and for conquering new values. As for the latter, the disease is experienced as a manifestation of deterioration and loss of autonomy and individuality. The conclusion is that Care, as an ontological structure that originates being-in-the-world, can constitute a rich reference of possibilities to reflect on health actions within private or institutionalized environments.
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Ser criança com câncer em etapa final de tratamento - sua visão de futuro / Being a child with cancer at the final stage of treatment their prospects for the futureLanza, Lara de Faria 02 February 2009 (has links)
Há algumas décadas atrás o câncer infantil era considerado uma doença fatal. A partir do desenvolvimento de técnicas cirúrgicas, da quimioterapia e da radioterapia, gerando um aumento no número de crianças que sobrevivem ao câncer, vem ocorrendo um direcionamento da atenção para o viver com câncer, assim como para as necessidades psicossociais da criança curada. O presente estudo teve por objetivo compreender, através de uma análise fenomenológica, a visão de futuro da criança em etapa final de tratamento de câncer. Optou-se pela modalidade de pesquisa qualitativa, na perspectiva da Fenomenologia na ótica de Yolanda Forghieri, para a compreensão das situações vivenciadas. Foram realizadas seis entrevistas com crianças entre oito e treze anos, em retorno ambulatorial com a seguinte questão norteadora: Agora que você está finalizando seu tratamento, eu gostaria que você me contasse o que pensa em relação ao seu futuro As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra, seguida de uma leitura ampla para apreensão de unidades de significado. A partir das convergências e divergências das unidades de significados encontradas nos relatos, emergiram as categorias de análise. A análise interpretativa desvelou que quando o tratamento está terminando e a criança já se encontra sem os sintomas da doença, ainda permanecem por algum período, as antigas referências utilizadas na época do tratamento. Temporalizam o passado, sobre o que já viveram e fazem previsões do que poderá acontecer no futuro, rememorando o período do tratamento. Expressam o desejo de retomar sua aparência física anterior, suas atividades que foram interrompidas ou dificultadas pela doença. Demonstram a importância dos vínculos afetivos em sua vida, a sua relação com o mundo humano. No entanto, em alguns momentos as crianças saem do papel de doentes para serem os cuidadores de seus cuidadores, de seus pais. Quando realmente sentem-se estandono- mundo as crianças vivenciam um libertar-se de um tratamento sofrido, sentindo-se capazes de lançar-se ao futuro. Ao longo de todo esse processo elas defrontam-se com o paradoxo vida e morte e conseguem manter uma visão positiva de futuro, almejando a retomada do projeto de vida saudável com sua amplitude de possibilidades. Trazem a presença de Deus como fonte de apoio e superação. Conclui-se que o adoecer com câncer é um processo gerador de dor e sofrimento para a criança e para seus familiares, mas desvela outras facetas da realidade, possibilitando novos olhares acerca dos recursos de enfrentamento das crianças, ampliando os horizontes de intervenções na área da saúde. / Some decades ago cancer in children was considered a deadly disease. The development of surgical techniques, chemotherapy and radiotherapy increased the number of children who survived the disease, fact that has brought attention to living with cancer as well as to the pshycosocial needs of the cured children. The present study had the aim of understanding the future vision of children at the final stage of treatment through phenomenological analysis. Qualitative research was choosen to understand the lived situations, in the perspective of Phenomenology in Yolanda Forghieri\'s view. Six interviews were made with children between eight and thirteen years of age, in their hospital appointments with the following guiding question: Now that you are ending your treatment, I would like you to tell me what you think about your future. The interviews were taped and transcripted in full, followed by a broad reading. After this, convergences and divergences were verified and categories of analysis arose. Interpretative analysis revealed that when the treatment is ending and the child no longer has the symptoms of the disease, old references used at the time of treatment still continue to exist for a while. They talk about the past and what they have been through and make predictions of what might happen, remembering the time of treatment. They express the will of looking physically like they used to before the treatment, of taking back activities that had been interrupted or made difficult because of the disease. They showed the importance of affectionate bonds in their lives, their relation with the human world. Nevertheless, in some moments, the children leave the role of sick people to be the carers of their carers, their parents. When they really feel being in the children\'s world, they experience a freeing process from a hard and painful treatment, feeling able to think about the future. Along the whole process, they face the paradox life and death and can manage to keep a positive view of the future, willing to return to their life projects and all the wide range of possibilities that their health can bring. They report spirituality in the presence of God as a source of support and overcoming strenght. Becoming sick with cancer is a process that generates pain and suffering for the child and their family but reveals other sides of reality, making new insights into the resources of facing the disease by the children possible and extending the horizons of interventions in the health area.
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Correções da massa do alvo nas funções de estrutura / Target mass corrections in structure functionsSanches Junior, Samuel Mendes 16 September 2013 (has links)
Neste trabalho estudamos a estrutura do nucleon para grande x de Bjorken e pequeno Q2. Nesta região é preciso considerar correções nas funções de estrutura, de origem cinemática e dinâmica. Nos concentramos nas correções de origem cinemática, para as funções de estrutura não polarizadas, que surgem devido a massa do nucleon (mp) ser finita, essa correção é comumente chamada de Correções da Massa do Alvo (TMC). Revisamos a abordagem tradicionalmente utilizada e fizemos uma análise do problema inerente que se tem ao utilizar este tratamento (inclusão de regiões não físicas x > 1), verificando a existência de uma inconsistência nesse método. Nossa solução para evitarmos este problema foi realizar uma expansão nas funções de estrutura com TMC ordem por ordem em m2 p=Q2, estudando numericamente a convergência da serie obtida. Desta forma evitamos o problema da abordagem tradicional. / In this work we study the nucleon structure for large Bjorken x and low Q2. In such region is necessary to consider corrections on the structure functions, with by using kinematics and dynamics origins. We focus our study in the corrections of kinematic origin, for non-polarized structure functions, which cames from the nite nucleon mass (mp) and it is generally known by Target Mass Corrections (TMC). We review the traditional approach and perform an analysis of the inherent problem that has been in this treatment (inclusion of non-physical regions x > 1), which provides the inconsistency of this method. Our solution to avoid this problem was to perform an expansion order by order in m2 p=Q2 on the structure functions with TMC and perform the numerical study of the convergence of the series obtained. By this way we avoid the problem of the traditional approach.
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Voar: um mergulho no corpo. O encontro sensível e poético entre dois corpos na dança do contato improvisação e na prática clínica / Fly: a diving into the body. The sensible and poetic encounter between two bodies in Contact Improvisation dance and clinical practicePadovan, Laila Renardini 03 October 2014 (has links)
Esta pesquisa traz como ponto de partida minhas experiências poéticas como bailarina da dança denominada Contato Improvisação; experiências estas que vão ao encontro de um corpo sensível, expressivo e sobretudo criativo, a partir do qual é possível a vivência da própria subjetividade no aqui e agora de cada relação e de cada situação. Assim, através deste mergulho em experiências corporais do Contato Improvisação, desenvolvo reflexões e questionamentos acerca de três eixos temáticos centrais: as supostas dualidades corpo-mente, habitual-criativo e eu-outro. Para dar respaldo a esta pesquisa, encontrei ressonâncias em autores como Merleau-Ponty na fenomenologia e Winnicott na psicanálise (além de Marion Milner e Gilberto Safra, entre outros) que convergem, cada um à sua maneira, para a compreensão de que a constituição do self se fundamenta no corpo e na relação com o outro (Winnicott), e de que é importante ao ser humano ter a vivência de ser o próprio corpo e de ser-no-mundo (Merleau-Ponty), desembocando na possibilidade de vivência da criatividade. Como desdobramento desta pesquisa, deixo que estas reflexões tragam questionamentos a respeito da prática clínica, abordando a experiência corporal, a criatividade e a relação paciente-terapeuta, a partir de breves relatos de algumas experiências que vivi no atendimento de pacientes. Assim, nesta dissertação, faço uma leitura do Contato Improvisação a partir de Merleau-Ponty e Winnicott, sem a pretensão de reduzir esta dança aos conceitos destes autores, mas sim como uma tentativa de colocar em palavras um pouco deste universo que é mais corporal, sensorial e poético; e quem sabe poder aprender um pouco sobre maneiras mais criativas de se relacionar com o próprio corpo, com o outro e com o mundo. Em uma espécie de dança entre o Contato Improvisação, Winnicott e Merleau-Ponty, o texto vai se constituindo a partir destes encontros e diálogos, para poder deixar surgir novas criações e novos voos na discussão dos temas desta dissertação / This researchs starting point are my poetic experiences as a dancer in the tecnique called Contact Improvisation. Such experiences meet a sensible body, expressive and creative above all, from which it becomes possible to live ones own subjectivity in the here and now of every relationship and situation. By means of this dive into the body experiences of Contact Improvisation, I develop thoughts and questions on three central topics: the alleged dualities body-mind, customary-creative and self-other. To give basis to the research, I found resonance in authors such as Merleau-Ponty of phenomenology and Winnicott of psychoanalysis (in addition to Marion Milner and Gilberto Safra, among others), who, each at their own way, converge around the idea that the self is grounded on the body and on the relationship with others (Winnicott), and that it is important for the human being to experience being the own body and being-in-the-world (Merleau-Ponty), thus enabling the experience of creativity. As an extension of this research, I have let those thoughts raise questions about the clinical practice by addressing concepts such as the body experience, creativity and patient-therapeut relationship on the basis of a brief reporting of some experiences that I had with patients. Therefore, in this dissertation I address the Contact Improvisation having Merleau-Ponty and Winnicott as basis, without the intention of placing this dance technique under the concepts of those two authors, but as an attempt of putting into words a small part of this more corporeal, sensorial and poetic universe, and maybe learn more about alternative ways of relating to ones own body, the others and the world. In the form of a dance between the Contact Improvisation, Winnicott and Merleau-Ponty, the work builds up from such encounters and dialogues to give room to new creations and new approaches to the topics of the present dissertation
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A elaboração da existência em Ser e Tempo e a questão (onto)lógica de sua articulação / The elaboration of the existence in Being and Time and the (onto)logical question of its articulationSilva, Felipe Maia da 19 March 2019 (has links)
Este trabalho consiste num esforço de compreensão da interpretação heideggeriana da articulação (Artikulation) existencial a partir da fenomenologia estabelecida na primeira parte de Ser e Tempo enquanto ontologia do Dasein. O estudo se inicia com a apresentação da necessidade de uma reflexão acerca do sentido do ser e parte, em seguida, para a reconstituição comentada da gênese das principais estruturas existenciais do Dasein sob a perspectiva de sua co-originariedade (Gleichursprünglichkeit). Destacando o pano de fundo ontológico, acompanhamos a crítica heideggeriana à metafísica da presença e sua alternativa colocação da existência como possibilidade (Möglichkeit). Por fim, expomos como o conceito hermenêutico de fala (Rede) é capaz de explicar a transcendência do ser-no-mundo (In-der-Welt-sein), uma vez que, como consideramos, garante as condições do movimento do existir como jogo entre ente e nada. Nesse sentido, interpretamos a estrutura articuladora da fala tanto a partir da crítica heideggeriana à lógica, como a partir de um possível programa fenomenológico de ampliação existencial do lógos grego. / This work is an effort to understand the Heideggerian interpretation of the existential articulation (Artikulation), based on the phenomenology established on the first half of Being and Time as Dasein\'s ontology. The research begins with the presentation of the relevance of a reflection on the meaning of Being, and then it reconstitutes the genesis of the fundamental existential structures of Dasein under the perspective of its co-originality (Gleichursprünglichkeit). By emphasizing the ontological background, we follow Heideggers critique of metaphysics of presence and his alternative proposition of the existence as possibility (Möglichkeit). Finally, we try to show how the hermeneutical concept of discourse (Rede) is able to explain the transcendence of the Being-in-the-world (In-der-Welt-sein), since, as we maintain, it guarantees the conditions of the existential mobility as a play between beings and nothing. In this sense, we interpret the articulative structure of the discourse both from Heideggers critique on logics and from a possible phenomenological program of an existential enlargement of the Greek lógos.
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Algunes Aplicacions Fenomenològiques dels Lagrangians EfectiusEscribano Carrascosa, Rafel 13 June 1996 (has links)
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Percepção e autoconsciência : modelos experimentais na naturalização da fenomenologiaCastro, Thiago Gomes de January 2013 (has links)
Tese dividida em cinco capítulos, sendo três capítulos sobre teoria fenomenológica e naturalização nas Ciências Cognitivas e dois capítulos experimentais sobre percepção espaço-corporal, autoconsciência e affordance. O primeiro capítulo traça aspectos históricos da definição de intencionalidade e percepção de movimento próprio na Fenomenologia de Edmund Husserl em contraste com modelos de intencionalidade em outros sistemas filosóficos. O segundo capítulo explora a relação da Fenomenologia com psicólogos experimentais alemães nas duas primeiras décadas do século XX e a utilização do método fenomenológico para fins experimentais. O estudo dois também trata das decorrências indiretas da teoria fenomenológica na composição do argumento ecológico da percepção direta (James J. Gibson). O terceiro capítulo se ocupa dos modelos de naturalização da Fenomenologia nas Ciências Cognitivas, enfatizando o modelo de Fenomenologia Front-loaded como recurso metodológico que será empregado na seção experimental seguinte. No quarto capítulo, início da seção experimental, a percepção corporal, a habilidade cognitiva de representação de espaços e a autoconsciência são investigadas em uma tarefa experimental denominada Ilusão da Mão de Borracha (IMB). Os achados indicam correlação positiva entre um padrão de estimulação tátil em sincronia, entre mão real e prótese estética, com alterações tipificadas na capacidade de estimar distâncias numéricas. Traços estáveis de autoconsciência correlacionaram com as variações de estimativa espacial, mas não com as características descritivas da percepção da ilusão sensorial. No quinto capítulo investiga-se a interferência específica da estimulação tátil, sem presença de prótese estética, na habilidade de seleção de estímulos visuais por efetores manuais em uma relação de compatibilidade espacial (Efeito Simon). O experimento também testa o efeito da oclusão visual de um dos membros superiores sobre a compatibilidade espacial esperada pelo Efeito Simon entre o efetor ocluído e os estímulos visuais. Os resultados evidenciaram um aumento significativo dos tempos de reação das respostas manuais incompatíveis com o hemicampo visual, quando em condição de estimulação tátil. Ademais, houve decréscimo nos tempos de reação, sob a condição de estimulação tátil, para as respostas de compatibilidade espacial em ambos os efetores. Em contraste, a oclusão de um dos membros superiores não gerou diferenças importantes quando comparada à condição controle de resposta sem interferência. A autoconsciência corporal, tomada no experimento por uma escala de autorrelato, informou correlação positiva com modificações da resposta manual de seleção dos estímulos em tempos de reação na casa dos 20ms. Novamente, uma escala de autorrelato sobre autoconsciência corporal indicou interação com o desempenho. Nesse caso, com variações de ação seletiva manual em tempos de reação abaixo do nível de consciência da experiência. A repercussão dos achados é discutida junto à Teoria da Codificação de Eventos (TEC), que interpreta a seleção de estímulos por vieses intencionais prévios diretos no ambiente, não reflexivos ou representados conscientemente. Repercussões da Fenomenologia Front-loaded como opção metodológica nos dois experimentos são debatidas no contexto das Ciências Cognitivas. / Dissertation divided in five chapters: the first three chapters on phenomenological theory and it’s naturalization in Cognitive Sciences, and the two last chapters on experimental research about spatial and body perception, self-consciousness and affordance. The first chapter traces the historical aspects of the definition of intentionality and kinesthesia in the Phenomenology of Edmund Husserl, contrasting it to models of intentionality in other philosophical systems. The second chapter explores the relationship between phenomenology and German experimental psychologists in the first two decades of the twentieth century and their appropriations of the phenomenological method for experimental purposes. The chapter also addresses the indirect consequences of phenomenological theory for the composition of the ecological argument on direct perception (James J. Gibson). The third chapter deals with models of Phenomenology naturalization in Cognitive Sciences, emphasizing the front-loaded phenomenology model as a method that will be employed in the experimental section. In the fourth chapter, the beginning of the experimental section, body perception, cognitive ability for space representations and self-consciousness were investigated through an experimental task called Rubber Hand Illusion (IMB). The findings indicated a positive correlation between a pattern of synchronous tactile stimulation, between real hand and rubber hand, and typified changes on numerical distance estimations. Stable traces of self-consciousness correlated with space estimations variations, but not with descriptive features of the sensory illusion perception. The fifth chapter investigates the specific interference of tactile stimulation, without the rubber hand, on visual stimuli selection abilities performed by manual effectors in a spatial compatibility task (Simon Effect). The experiment also tests the effect of hemilateral visual occlusion of an upper limb on the spatial compatibility task. The results evidenced a significant increase in reaction times for manual responses towards incompatible stimuli, when the participants were stroked by the paintbrush on their right hand. Moreover, there was a decrease in reaction time, under the condition of tactile stimulation, for compatible responses on both effectors. In contrast, the occlusion of one arm yielded no significant differences when compared to the control condition without any interference. Body self-consciousness, taken by a self-report measure, had a positive correlation with changes in response selection at 20ms reaction times. Again, a self-report scale of self-consciousness indicated interaction with performance. In this case, with variations of selective action for reaction times below the level of conscious experience. The impact of the findings is discussed within the Theory of Event Coding (TEC) framework, which interprets the selection of stimuli by previous direct intentional bias on the environment, not reflective or consciously represented. Implications of Phenomenology Front-loaded as the methodological option in both experiments are discussed in the context of Cognitive Sciences.
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Um outro olhar sobre o epitético e a epilepsia: uma leitura de o idiota de Dostoiévski / Another look at the epileptics and epilepsy: a reading of the idiot of DostoevskyLima, Antenilson Franklyn Rodrigues [UNIFESP] 27 April 2008 (has links) (PDF)
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Previous issue date: 2008-04-27. Added 1 bitstream(s) on 2015-08-11T03:25:53Z : No. of bitstreams: 1
Publico-10984.pdf: 334180 bytes, checksum: 1c594732365d53b78ae5b6ec4a23fe1e (MD5) / Esta pesquisa enfoca a epilepsia e o epiléptico, a partir de um outro olhar, que se diferencia da abordagem médica, buscando valorizar a experiência do sujeito doente, contrapondo-se e complementando o conhecimento científico. Para isto, a Literatura foi escolhida como instrumento considerado adequado, tanto para o acesso, quanto para a construção de uma outra epistemologia sobre a doença. A obra utilizada, O Idiota, de Dostoiévski, retrata a experiência do portador de epilepsia com a doença e com diversas dimensões da existência humana, apresentando um outro saber que se estabelece como uma contribuição significativa para os profissionais de saúde. Com o objetivo de se construir um outro olhar sobre o epiléptico e a epilepsia, foi adotado o referencial teórico da Fenomenologia, possibilitando uma visão sobre a vivência do portador e a valorização de seus relatos, deslocando-se o foco para a descrição de suas experiências, contribuindo, assim, para a ampliação do conhecimento da doença. Para que esta contribuição se efetive, conclui-se que, a leitura da obra Literária deve ser realizada tanto como exercício da “imaginação simbólica”, quanto da “consciência reflexiva”, fornecendo assim, referenciais que ampliam os horizontes de atuação do profissional de saúde. / This research, focuses the epilepsy and
the epileptic under
another point of
view, different of medic vision, and to
valorize the sick’s experience, in
opposition and complement to scientific kn
owledge. Therefore,
the Literature
was chosen like an appropriate way to access and to build another
epistemology about the illness. The book
The Idiot
of Dostoievski, used to
inquiry, shows the epilept
ic’s experience with the
disease and several aspects
of human existence, showi
ng another wisdom, like a signi
ficant contribution to
the professionals that
are acting in health’
s area. With the aim to build this other
view, was adopted the reference of the Ph
enomenology, dislocating the focus to
description of the experience, contribut
ing, indeed, to acqui
re knowledge about
the disease. Therefore,
the reader must do the re
ading as an exercise of
“symbolic imagination”, and “reflexive cons
cience”, and gain base that enlarges
the professional practice. / TEDE / BV UNIFESP: Teses e dissertações
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Tornar-se gerenteLoch, Selma 24 October 2012 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Florianópolis, 2009. / Made available in DSpace on 2012-10-24T15:43:05Z (GMT). No. of bitstreams: 1
276665.pdf: 1407766 bytes, checksum: b6d712416f682d3afdbfff3e64da4316 (MD5) / Esta pesquisa é o resultado das minhas inquietações profissionais em relação ao alto nível de abandono da gerência por profissionais de saúde, principalmente os médicos, e os muitos conflitos vividos por eles nessa função. Em um levantamento bibliográfico, percebi a escassez de estudos relacionados à experiência de ser gerente. Os pesquisadores da área orientam-se, preferencialmente, pelos interesses institucionais de grandes empresas. Com esta pesquisa, procurei compreender, através de um estudo fenomenológico e hermenêutico (VAN MANEN, 1990), a experiência vivida por médicos da família e da comunidade como gerentes de Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da Região da Grande Florianópolis (SC), no período de 2004 a 2009. Obtive relatos de experiências vividas por seis médicos da família e da comunidade, através do método da entrevista em profundidade (SEIDMAN, 1998). Suas histórias revelaram o significado de ser médico da família e da comunidade e os principais temas que marcaram suas experiências como gerentes. Ao se tornarem gerentes, os médicos se depararam com um ambiente de trabalho tenso, uma rotina de trabalho intenso e variado, e foram surpreendidos pelas prioridades institucionais, que impediam a implantação das suas agendas. Altamente dependentes de outros setores para realizarem o seu trabalho, contaram principalmente com o apoio dos seus subordinados e com os contatos de dentro e de fora da instituição. Resolvendo problemas e superando desafios, eles revisaram seus conceitos e passaram por um processo de mudança de consciência, que os levou a pensar e agir como gerentes. Também experimentaram mudanças em seu comportamento, que se refletiram em sua vida profissional e pessoal. Habilidades como saber ouvir, ser paciente, ter empatia e ser flexível foram importantes para o seu desempenho. Mas, para isso, precisaram aprender a suportar as tensões do cargo gerencial, superar o medo e correr riscos, estabelecer seus limites éticos, aprender a lidar com o poder e a ser um membro da comunidade de gestores. Em seus aprendizados, utilizaram-se, principalmente, das suas experiências como contribuidores individuais, dos contatos na rede de relacionamentos e das avaliações feitas pelos subordinados e pela população. Ser médico da família e da comunidade e gerente de UBS significou, na experiência desses médicos, ser um organizador, um mediador de conflitos, um negociador, um catalisador, um líder e um porta-voz, um agente de mudanças gerenciando processos de melhoria na Unidade, em função da comunidade onde se insere.
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A Transição de líder para contribuidor individualSilva, Fabiula Meneguete Vides da January 2011 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Florianópolis, 2011 / Made available in DSpace on 2012-10-25T22:41:03Z (GMT). No. of bitstreams: 1
287308.pdf: 1524692 bytes, checksum: b90e43b1c822bc3988ff26916b8672f1 (MD5) / Este estudo é resultado das minhas inquietações enquanto professora de uma universidade. Trabalhando em uma instituição de ensino superior, vivia em contato com relatos curiosos, de professores que, após passarem um período de no mínimo quatro anos como responsáveis pela gestão universitária, voltavam para a sala de aula. Esses relatos chegavam a mim sempre carregados de emoção, de momentos de alegrias e tristezas, de conquistas e derrotas, de muito aprendizado. Curiosa, recorri à literatura, a fim de compreender o processo de transição do líder (reitor ou pró-reitor) para contribuidor individual (professor) em universidades. Percebi que a literatura acerca dos processos de transição nas universidades é incipiente. Com o objetivo de compreender a experiência vivida por reitores e pró-reitores no processo de transição para professores, utilizei a abordagem fenomenológico-hermenêutica de van Manen (1990), a fim de retomar os principais temas desta experiência. Seis ex-gestores universitários emprestaram suas experiências, vivenciadas em universidades pertencentes à Associação Catarinense das Fundações Educacionais (ACAFE), através das entrevistas em três tempos preconizadas por Seidman (1998), realizadas entre maio de 2009 e março de 2010. Estas histórias revelam o significado de ser líder universitário e professor, e os principais temas que marcaram as experiências dos ex-gestores entrevistados, no processo de sua transição para a sala de aula. Ao voltarem para a sala de aula, os professores sentem-se aliviados por não mais viverem a fragmentação e a brevidade das tarefas típicas dos líderes. Como professores, conseguem gerenciar seu tempo e planejar suas atividades docentes, algo que não lhes era possível enquanto reitores e pró-reitores. Ao mesmo tempo em que os ex-gestores sentiram facilidades no retorno à sala de aula, imersos nessa nova realidade, suas vozes e expressões retrataram suas dificuldades de adaptação. A dificuldade no relacionamento pessoal entre professores e alunos e a falta de interesse dos alunos permearam a transição dos ex-gestores à sala de aula. O apoio oferecido pela família, nesse processo, foi essencial. Com satisfação, os professores relataram que voltaram a dedicar tempo para a pesquisa, o que não tinha sido possível no período em que estavam respondendo pela gestão universitária. Embora não fossem mais responsáveis pelo processo de gestão, muitos colegas ainda os viam como gestores, possuidores de poder. O processo de transição vivido na universidade possibilitou-lhes aprendizagem e mudanças nos seus comportamentos. Alguns desses professores entrevistados tornaram-se mais flexíveis: aprenderam o momento adequado para se manifestar. Os que não levavam em consideração a opinião alheia passaram a perceber a importância de escutar o outro. Aquele que antes tinha uma visão imediatista, atualmente, se percebe com uma visão voltada ao futuro, de longo prazo. O professor mais tímido teve que conversar mais com as pessoas. Os dados revelados por meio das experiências dos ex-gestores, embora estejam circunscritos a um universo restrito, revelam temas úteis para a compreensão da experiência vivida na transição de líderes universitários para a sala de aula, trazendo, assim, contribuições para pensarmos em políticas de recursos humanos, a fim de minimizarmos os aspectos negativos vividos pelos ex-gestores, como também para ampliarmos as pesquisas que levem em conta a temática da transição de professores nas universidades.
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