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More knave than fool : cepticismo e ironia no drama de Christopher MarloweRibeiro, Nuno Pinto January 2000 (has links)
O teatro comercial e popular isabelino qualifica decisivamente a relação entre o autor e a sua criação: o texto dramático é modelado pelo mercado e os contextos de produção dramática tendem a esbater o rosto do autor e emprestam às peças dramáticas, que ainda se não definem como literatura, uma configuração precária e indecisa. Porém, as pressões dissolventes das instância autoral, à partida inviabilizando a identificação da voz do dramaturgo e do lugar que a ironia ocupa no texto, cedem em Christopher Marlowe (1564-1593) perante os direitos de uma irredutível presença. A suvversão lúdica da memória clássica, em celebração ambígua do conquistador, do desejo herético do poder e do saber, a sedução pelos jogos do excesso e do grotesco ou ainda a desembaraçada expressão de uma perturbadora identidade marginal, momentos de um percurso experimental descontínuo, correspondem simultaneamenteà irreverência provocatória do criador heterodoxo e a um sentido de oportunidade do produtor que sabe manter o interesse do seu público investindo nesta relação uma equívoca cumplicidade. A condição social do artista e o estatuto da arte dramática numa sociedade aristocrática iluminam em grande medida o radicalismo da revolta e a insubordinação iconoclasta das personagens; a liberdade vigiada do teatro ajuda a compreender as * estratégicas de persuasão de que o arrojo da representação se reveste; e o cepticismo dognático revelado no corpo irregular da criação marlowiana insinua o reducionismo da tese e amortece as virtudes compreensivas e dialécticas da supervisão irónica.
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Arte de persuadir e fazer rirBiondo, Delson, 1965- 01 February 2010 (has links)
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Naturezas nostálgicas: o diagnóstico de Hegel sobre a ironia romântica / Nostalgic Natures: Hegel\'s diagnosis about romantic ironyMarco Antonio Moraes Junior 29 September 2017 (has links)
O presente texto objetiva examinar como Hegel interpretou a ironia romântica, interessandonos compreender o diagnóstico crítico do autor direcionado à ironia, ao seu criador Friedrich Schlegel e aos autores românticos que acolheram tal forma. Em vista desse objetivo, trata-se de estabelecer uma proposta de leitura acerca de tal diagnóstico, com base em um texto privilegiado para se entender o que estava em jogo nessa crítica, a saber, Os Escritos Póstumos e a Correspondência de Solger (1826). Nesta obra de maturidade, dedicada à memória do filósofo alemão Karl Wilhelm F. Solger (1780-1819), Hegel apresenta uma análise do desenvolvimento artístico e literário alemão entre o final do século XVIII e início do século XIX, onde evidencia o surgimento de dois movimentos literários germânicos: o período de juventude de Goethe [Sturm und Drang] e o primeiro Romantismo alemão [Frühromantik]. Na resenha, o intuito de Hegel é abordar a relação de proximidade e de distinção que Solger manteve diante dos românticos, em face de aspectos centrais da ironia, da negatividade, do conhecimento especulativo, e da dialética. Trata-se do lugar propício que Hegel encontrou para desenvolver uma crítica pormenorizada à ironia romântica como o ápice do subjetivismo e da abstração, a partir do contraste com outra forma de ironia evidenciada por ele: a ironia especulativa ou solgeriana. Hegel notabiliza essa forma de ironia como um princípio especulativo, que supera a vertente romântica, por integrar um momento específico do desenvolvimento dialético da ideia. / The present paper aims to examine the way in which Hegel interpreted romantic irony. One focus at understanding the author\'s critical diagnosis towards irony, his inventor, Friedrich Schlegel, and romantic authors who seized such form. In view thereof, it is a question of establishing a reading proposal about this diagnosis, based on a privileged text to understand what was at stake in his critique, namely, The Posthumous Writings and Correspondence of Solger (1826). In this work of maturity, dedicated to the memory of German philosopher Karl Wilhelm F. Solger (1780-1819), Hegel presents an analysis of German artistic and literary development between late eighteenth and early nineteenth century, in which he shows the emergence of two Germanic literary movements: Goethe\'s youth [Sturm und Drang] and first German Romanticism [Frühromantik]. In this review, Hegel to approach the relation of closeness and distinction Solger established towards romantic authors, in view of central aspects such as irony, negativity, speculative knowledge and dialectic. It means a suitable position Hegel found to develop detailed critique on romantic irony as the apex of subjectivism and abstraction, in contrast with another form of irony evidenced by him: speculative irony or Solgerian irony. Hegel categorizes this form of irony as a speculative principle, which overcomes romantic perspective by integrating on it a specific moment of idea\'s dialectical development.
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Tradução comentada de A sentimental Journey de Laurence SterneFREITAS, Luana Ferreira de January 2007 (has links)
FREITAS, Luana Ferreira de.Tradução comentada de A sentimental Journey, de Laurence Sterne, 2007. 141f. – Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Curso de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis (SC), 2007. / Submitted by anizia almeida (aniziaalmeida80@gmail.com) on 2016-06-17T13:04:27Z
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Previous issue date: 2007 / This study will look at the translation of Laurence Sterne’s A Sentimental Journey and
examine certain translational issues arising from the narrative. These include the
oscillation between sentimental and humorous elements and the fine line that
separates them throughout the novel, use of irony, parody, and also translational
strategies adopted by the author, and by others in previous translations of the work
in Brazil. / Este trabalho parte da tradução de A Sentimental Journey, de Laurence Sterne, para
fazer um exame de questões ligadas à narrativa quando confrontadas com a
necessidade da tradução. Para tal, serão consideradas a oscilação entre o sentimental
e o humor e a fronteira sutil que os separa ao longo do romance, a ironia, a paródia,
bem como as estratégias adotadas na tradução proposta e em outras já publicadas no
Brasil.
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Intertextualidade e ironia na interpretação de chargesMatias, Avanúzia Ferreira January 2010 (has links)
MATIAS, Avanuzia Ferreira. Intertextualidade e ironia na interpretação de charges. 2010. 131f. Dissertação (Mestrado em Linguistica) – Universidade Federal do Ceará, Departamento de Letras Vernaculas, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Fortaleza-CE, 2010. / Submitted by nazareno mesquita (nazagon36@yahoo.com.br) on 2012-06-25T13:59:08Z
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Previous issue date: 2010 / O presente trabalho desenvolveu -se a partir da nossa curiosidade de estudar algu mas
especificidades do gênero charge. Iniciamos nossa investigação explorando o contexto
histórico no qual a char ge foi criada, seu desenvolvimento e evolução ao longo do tempo
até chegar às características atuais. Tratando-se de um trabalho de Linguística Aplicada,
objetivamos analisar a interpretação de char ges por universitários do curso de Letras da
Universidade Federal do Ceará, tomando como referência a intertextualidade e a ironia. A
primeira porque este é um elemento fundamental para a construção do discurso chárgico. A
segunda porque este é um recurso considerável para instigar a crítica a um fato atual dentro
do contex to social no qual ocorre. Para explorar os elementos discutidos na interpretação
das charges, baseamo-nos no dialogismo e na polifonia conceituados por Bakhtin. Com
relação às categorias selecionadas para compor o quadro teórico desse trabalho, analisamos
a intertextualidade com base em níveis e técnicas criados por Bazerman (2006). Para
analisar a ironia, lançamos mão de estudos de Brait (2008), qu e concebe este recurso
linguístico como um fenômeno polifônico. Nosso trabalho perscruta se para construir
sentido na interpretação da char ge e se para entender sua crítica é necessário que haja uma
correlação direta entre a compreensão da intertextualidade e da ironia. Após a análise dos
dados, constatamos que os elementos intertextuais participam da construção do sentido em
charge, mas não garantem o entendimento da ironia, e esta é muito menos perceptível
quando a charge associa texto verbal e texto não-verbal. As charges são compreendidas
mais facilmente quando possuem texto verbal, pois o leitor apoia-se nas pistas desse tipo
de tex to para interpretar o contexto e, sem esse recurso, muitas vezes o sujeito não
compreende a mensagem transmitida somente através do desenho. / genre charge. Nous avo ns commencé notre recherche en ex plorant le contexte historique
dans lequel la charge a été créé, son développement et l'évolution au fil d u temps pour
atteindre les caractéristiques actuelles. Comme il s'agit d'un travail de Lin guistique
Appliquée, nous analysons l'interprétation des charges par des étudian ts du Cours de
Lettres à l'Université Fédérale du Ceará, en tenant compte l'intertextu alité et l'ironie. La
première, car est un élément fondamental pour la construction du discours de la charge. La
seconde, parce que c'est un recours considérable pour engager un fait essentiel dans le
contexte social actuel dans lequel il se produit. Pour explorer les éléments discutés dans
l'interprétation des charges, nous nous appuyons sur le dialogisme et la polyphonie
conceptualisés par Bakhtine. En ce qui concerne les catégories choisies pour composer le
cadre théorique de cet étude, nous avons analysé l'intertextualité en niveaux et en
techniques créées par Bazerman (2006). Pour analyser l'ironie, nous avons utilisé des
études de Brait (2008), qui conçoit cette ressource linguistique comme une phénomène
polyphonique. Notre travail examine si pour construire le sens dans l'interprétation de la
charge et comprendre leur critique, il f aut avoir une corrélation directe entre la
compréhension de l'intertextualité et de l'ironie. Après avoir analysé les donnés, nous
avons constaté que les éléments intertextuels contribuent à la construction du sens de la
perceptible lorsque la charge est associée à un texte verbal et à un texte non-verbal. Les
charges sont comprises plus facilement quand elles ont un texte verbal, puisque le lecteur
s'appuie sur les pistes de ce type de texte pour interpréter le contex te et, sans cette
ressource, le sujet ne comprend pas souvent le message transmis seulement par le dessin.
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A ironia no romance quase memória de Carlos Heitor Cony /Adorno, Camilo Tellaroli January 2006 (has links)
Orientador: Sylvia Helena Telarolli de Almeida Leite / Banca: Roberto de Oliveira Brandão / Banca: Karin Volobuef / Resumo: Esta dissertação procura analisar o romance Quase memória, de Carlos Heitor Cony, com base em alguns tipos de ironia considerados relevantes para a compreensão da narrativa, bem como o modo como ela é utilizada pelo autor e qual a função desempenhada ao longo do texto, especialmente na relação entre as personagens principais da narrativa. Para tanto, faz-se, primeiramente, um levantamento acerca da ironia, levando-se em conta os tipos mais relevantes para a compreensão da narrativa: ironia socrática, ironia romântica, ironia como figura de retórica capaz de tornar ambíguo um determinado discurso, ironia e humor (especialmente sua capacidade de desmistificar uma situação ou pessoa) e o modo bastante acentuado da ironia nas relações entre os homens - característica bastante marcante no romance Quase memória. Essas características da ironia são utilizadas na análise dos elementos principais do romance - foco narrativo, personagens, empo, memória e a idéia de duplo presente no texto. Além disso, tenta-se, contribuir, de alguma forma ao estudo da obra de Carlos Heitor Cony, ainda insuficientemente trabalhada nos meios acadêmicos. / Abstract: The aim of this paper is to analyze Carlos Heitor Cony's novel Quase memória. In order to gain access to this particular narrative and its variety of meanings different concepts of irony, as it has been defined along literatyhistory, have been outlined and employed - ranging from the so-called Socratic irony to Romantic irony, as well as to irony as a narrative device aimed at producing ambiguity. How irony is employed by the author and the important relo it plays throughout the book, particular with regards to characterization, point of view and memory, are therefore the main concerns of this study, whose purpose it is furthermore to contribute to the still insufficient number of literary studies dedicated to the novels of Carlos Heitor Cony. / Mestre
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O riso e suas metáforas : um estudo bem-humorado sobre subjetividade, linguagem e psicanáliseMaria Tereza Thomas Vargas 29 June 2001 (has links)
o presente trabalho propõe discutir o papel ocupado pelo riso na teoria e na clínica psicanalíticas através de uma abordagem multidisciplinar. Para fundamentar tal proposta, foi elaborada uma investigação de algumas das diferentes formas pelas quais o riso foi tomado como objeto do pensamento ao longo da história da cultura ocidental, assim como alguns dos lugares sociais que já foram por estes ocupados nesta mesma cultura. Tal abordagem teve como intuito a demonstração do caráter cultural e contingencial do riso, visando, deste modo, romper com uma interpretação do mesmo como fenômeno essencial, intrínseco e universal da experiência humana e afirmando-o como fenômeno de linguagem, no sentido dos jogos de linguagem propostos por Wittgenstein. O primeiro capítulo apresenta um mosaico composto por aproximações do fenômemo do riso elaboradas desde a Antiguidade até o final do século XVIII, contemplando pensadores com Platão, Aristóteles, Cicero, Quintiliano, Laurent Joubert e Imannuel Kant, dentre outros. No segundo capítulo são expostas algumas das principais concepções modernas do riso e assinalados. Os efeitos do advento do pensamento racionalista sobre tais concepções, ora pelo viés da apropriação do riso como objeto do discurso fisicalista, como em Spencer e Darwin, ora por uma interpretação deste como ultrapassando as dimensões da ordem e da razão, como em Nietzsche, Bataille, Foucault, Clement Rosset e Deleuze. No terceiro capítulo, o trabalho volta-se para o campo específico da Psicanálise, desenvolvendo as idéias freudianas acerca dos chistes, do cômico e do humor, aprofundando-os e estabelecendo as diferenças entre estes. O quarto capítulo da continuidade a discussão no âmbito psicanalítico desenvolvendo uma leitura crítica de algumas formulações pós-freudianas sobre o papel do riso na clínica (strictu sensu e ampliada), na teoria e nas instituições de transmissão da Psicanálise, enfatizando a relevância deste, especialmente por meio do humor, para o estabelecimento de uma direção ética na produção de saber em Psicanálise. O capítulo final parte do conceito de ironia para aprofundar a proposta de uma perspectiva do riso como postura ética em psicanálise, tomando como método possível de flexibilização e de crítica em oposição a uma postura determinista e dogmática, através, especialmente, das metáforas do ironista de Rorty e do cyborg de Donna Haraway.
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O tema da demência em Machado de Assis: uma abordagem sobre as obras Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e O alienista / The theme of madness in Machado de Assiss works: an approach about these books Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba and O AlienistaAnne Marylin da Silva Santos 26 November 2013 (has links)
Este trabalho tem por finalidade analisar a concepção da loucura nos livros Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e O Alienista. A análise destas três obras pretende mostrar o empenho de Machado de Assis em desmascarar as imposturas arquitetadas pela racionalização e que foram sancionadas pelo prestígio social da ciência. O trabalho, em resumo, se dividirá em três partes: na primeira, farei uma reconstrução da fortuna crítica do autor, em seguida, discutirei a abordagem machadiana sobre a ciência e a loucura; e finalmente, focalizarei o uso da linguagem irônica nas obras, como forma de evidenciar aspectos da crítica machadiana à Ciência. Ao se traçarem tais relações, podemos contribuir para uma visão mais rica e complexa dos saberes psicológicos no Brasil no fim do séc. XIX e levantar algumas hipóteses sobre o posicionamento de Machado frente às idéias de seu tempo. Como resultado, destacamos o modo como o escritor desenvolve e articula em sua ficção a noção de inconsciente. Além disso, sua obra mostra-se um terreno privilegiado para uma representação mais complexa e unitária do ser humano, não apenas como ser psicológico, mas também como ser social, histórico, político, moral, biológico, em suma: o homem vivente. A ficção, justamente por mostrar as personagens no tempo e no espaço, revela como a consciência e os comportamentos se dão na dinâmica entre homem e mundo, e entre o homem e os outros homens. Além disso, Machado de Assis refletiu em sua obra a relação entre linguagem e a consciência. E foi mais longe ao explorar os limites da linguagem para se descrever a interioridade humana / This dissertation analyzes the concept of madness in the books Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba and O Alienista. The analysis of these three works is intended to show the commitment of Machado de Assis to expose the imposture devised by streamlining and were sanctioned by the social prestige of science. The work, in short, will be divided into three parts: first, make a reconstruction of critical fortune of the author, then discuss the approach Machado on science and madness, and finally, will focus on the use of ironic language in works such as way to highlight critical aspects of Machado to Science. Doing it, we can contribute to a richer and more complex vision of the History of Psychology in Brazil in the end of the nineteenth century; besides, this material allows us to raise some hypothesis about how Machado saw the ideas of his time. This research gives us many results. First, we bring to light the way Machado developed in his characters the concept of unconscious, as a link between mind and behavior. Second, his work represents the human being with unity and complexity, because he doesnt show the human being as a psychological being, but historical, political, moral, biological, or to put all his qualities in one word: the man that lives, always in a circumstance and in a time. The fiction, for showing the human being in time and space, reveals in a rich way the dynamic between behavior, conscience and environment, and of man with his peers. Moreover, we can find in Machados works some meditations concerning the limit of language to represent the man and his inner self
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Construção prosódica e discursiva da ironia em fala espontânea e fala atuada.Ferreira, Wisla Madaleni Alves Cabral January 2015 (has links)
Programa de Pós-Graduação em Letras. Departamento de Letras, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto. / Submitted by Oliveira Flávia (flavia@sisbin.ufop.br) on 2015-04-29T20:04:17Z
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Previous issue date: 2015 / O termo ironia tem significados diversos e conceitos que não se limitam a dizer o contrário do sentido literal do enunciado. Já discutido anteriormente por diversos autores, a ironia designa, em geral, algo expresso em estado de significado figurativo, relacionando-se com seus significados literais; mais especificamente em sua acepção retórica, a ironia pontua a intenção do locutor de forma a deixar entender uma distância intencional entre aquilo que dizemos e aquilo que realmente pensamos. A ironia pode ser considerada, também, uma estratégica no discurso, uma vez que ela permite ao locutor escapar às normas de coerência que toda argumentação impõe. Partindo da hipótese de que há distinção prosódica e discursiva entre a expressão irônica, neutra ou não-atitudinal e a leitura, considerando aqui os parâmetros prosódicos de F0 e duração, e os parâmetros discursivos de pistas de contextualização, objetivamos verificar o papel da prosódia e das pistas de contextualização na construção da ironia. O estudo usou como corpus uma seleção de 29 enunciados irônicos e 16 enunciados neutros retirados do Programa CQC (fala espontânea); além de leitura e de atuação desses enunciados por atores (fala lida e fala atuada). Embasamo-nos, teoricamente, na definição pluriparamétrica de prosódia, verificando as características pontuais de F0 (máxima, mínima, inicial, final), o movimento final de F0 (início e fim) e demais movimentos realizados; duração total, da pré-tônica final e da tônica final, presença e duração de pausas e cálculo de taxas de elocução e articulação. Para análise discursiva, nos orientamos pelas pistas de contextualização e suas convenções sociais, descrevemos os movimentos multimodais (faciais e corporais) na expressão irônica e verificamos como o contexto implica na realização das pistas de contextualização. Os resultados revelaram que a ironia não prevê um único padrão entonacional, uma vez que para cada locutor observou-se o uso de estratégias individuais, mas que há modificações prosódicas relevantes para a expressão irônica que, em junção a outros recursos linguísticos, como os gestos e o contexto, respondem pela construção do sentido irônico e são pistas para a interpretação deste sentido pelo ouvinte. Os valores pontuais de F0 apresentaram uma tendência de serem maiores na ironia do que no neutro, na fala espontânea; na fala atuada, esses valores são maiores na ironia de maneira significativa. Em relação à duração, seja do enunciado ou das sílabas observadas, não houve um padrão de uso para diferenciar ironia de neutro. As audições e análises nos mostraram, ainda, que os informantes fizeram uso de prolongamentos, risos e interjeições durante a expressão da ironia, o que interferiu no aumento da duração em enunciados irônicos, principalmente nos atuados. No que tange ao estudo discursivo dos enunciados analisados, percebemos que a função comunicacional dos sujeitos envolvidos na enunciação da ironia é bem definida, embora muitas a intenção do sujeito comunicante possa não coincidir com a percepção do sujeito interpretante. Em relação à comparação entre ironia atuada e neutra, pode-se verificar um uso mais exagerado da prosódia na expressão irônica para a fala atuada. Tudo isso nos mostra que a ironia depende do contexto de comunicação, assim como da entonação para ser construída como tal. Assim, evidenciamos que as formas de expressão de ironia contam com estratégias comunicacionais, pistas de contextualização e escolhas entonacionais como agentes da construção do significado desse afeto social. ___________________________________________________________________________ / ABSTRACT: The irony term has lots of meanings and concepts that can go beyond of telling only the contrary of the statement literal meaning. Already studied by many authors, the irony designates, in general, something expressed in a state of figurative meaning, relating with their literal meanings; specifically in their rhetoric meaning, the irony points the intention of the speaker implying an intentional gap between what we say and what we really think. The irony can also be considered a strategy in discourse, once it allows the speaker escape the consistency standards that every argumentation requires. Starting from the hypothesis that there is prosodic and discursive distinction between the ironic expression, neutral or non-attitudinal and reading, considering the prosodic parameters of F0 and duration, and the discursive parameters of contextualization cues, we aimed to determine the role of prosody and contextualization cues in the irony construction. The study used as corpus a selection of 29 ironic statements and 16 neutral statements taken from the CQC Program (spontaneous speech); includind reading and performance of these statements by actors (read speech and acted speech). Based, theoretically, in the multiparametric prosody definition, checking the specific characteristics of F0 (maximum, minimum, initial, final values), the final movement of F0 (beginning and end) and other movements performed; duration: total, final pre-tonic and final tonic durations, presence and duration of pauses and elocution and articulation rates. For discursive analysis, we are guided by the contextualization cues and its social conventions, we describe the multimodal movements (facial and corporal) in the ironic expression and verified as the context implies the realization of contextualization cues. The results revealed that irony doesn’t provide a single intonation standard, once for each speaker noted the use of individual strategies, but there is relevant prosodic modifications to the ironic expression that, in joining the other linguistic features, such as gestures and the context, are responsible for the construction of the ironic meaning and are clues to the interpretation of this meaning by the listener. The point values of F0 showed a tendency to be higher in the irony instead of the neutral in spontaneous speech; in actuated speech these values are higher in irony, significantly. In relation to duration, whether the statement or observed syllables, there wasn’t a pattern of use to distinguish neutral to irony. The hearings and analysis also showed that the participants made use of extensions, laughts and interjections during the expression of irony, which interfered with the increasing duration in ironic statements, mainly actuated. With respect to discursive study of the analyzed statements, we realized that the communication function of the individuals involved in the irony utterance is well defined, although often the intention of communicating subject can not match with the perception of the subject interpreter. In relation to the comparison between actuated and neutral irony, one can see a more exaggerated use of prosody in acted speech to the ironic expression. All this shows that irony depends on the context of communication, as well as intonation to be construed as such. Thus, we noted that the expression forms of irony count with communication strategies, contextualization cues and intonation choices as agents of the construction of the meaning.
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What hoave they done to Lolita?Aguero, Dolores Aronovich January 2005 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Letras/Inglês e Literatura Correspondente / Made available in DSpace on 2013-07-16T00:20:28Z (GMT). No. of bitstreams: 1
221040.pdf: 279366 bytes, checksum: 7a4576ad4871710991ce16dc771f4c7c (MD5) / Esta dissertação analisa como a ironia, uma característica tão forte no romance Lolita de Nabokov, é transposta para suas duas versões cinematográficas. Após enfrentar problemas com a censura da época, Stanley Kubrick entregou o seu Lolita cômico em 1962. Devido à difícil abordagem de abuso sexual infantil, Adrian Lyne também sofreu para encontrar um distribuidor para a sua versão de 1997. Seu filme é um drama com muito pouca ironia. Comparando como o narrador nada confiável do romance, Humbert Humbert, aparece em cada um dos dois filmes através da narração em off, este estudo chega à conclusão que
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