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Desenho da figura humana : indicadores de abandono, abuso sexual e abuso físico em crianças

Albornoz, Ana Celina Garcia January 2011 (has links)
O abandono e os abusos vivenciados podem interferir no desenvolvimento psicológico das crianças. O presente estudo teve como objetivo descrever o perfil das crianças vitimizadas do ponto de vista dos dados sociodemográficos e verificar os itens mais frequentes em Desenhos de Figura Humana (DFH) de crianças abandonadas, negligenciadas, sexualmente abusadas e fisicamente abusadas a partir da comparação com os DFHs de crianças que não tiveram essas vivências. Participaram deste estudo 378 crianças e adolescentes, com idades entre 6 anos e 12 anos, 11 meses e 29 dias de idade e nível sócio-econômico baixo ou médio-baixo. Os participantes foram divididos em dois grupos: grupo clínico (281) e grupo de comparação (97). O grupo clínico, para fins de análise, foi agrupado com base nas diferentes tipologias de vitimização sofridas. A idade média para o primeiro ingresso no acolhimento institucional é de 6,8 anos para meninas e 7,5 anos para meninos, sendo que 35,6% dos participantes do grupo clínico vivem em um abrigo por um a três anos. As vivências de vitimização faziam parte da vida da maioria das crianças e adolescentes do grupo clínico há mais de um ano e 56,2% das vítimas de abuso sexual e de abuso físico sofriam violação sistemática. O DFH refletiu indicadores dessas vivências. A identificação dos Indicadores Emocionais do DFH que diferenciam (p < 0,1) o grupo clínico do grupo de comparação, por tipologia e sexo, resultaram na construção de cinco escalas avaliativas: duas escalas para abuso sexual (uma para meninas, outra para meninos), uma escala para abuso físico em meninos, duas escalas para abandono e negligência (uma para meninas e outra para meninos). Os achados se refletem em avanço para a área da avaliação psicológica, pois os critérios para a avaliação das crianças vitimizadas estão adaptados a sua realidade. / Abandonment and abuse experienced by children can interfere in their psychological development. The present study aimed at describing the profile of victimized children in terms of demographic data and checking the most frequent items in Human Figure Drawings (HFD) of neglected, abandoned, sexually and physically abused children in comparison of HFDs of children who have not had those experiences. Participated in this study 378 children and adolescents, aged from 6 to 12 years old, low and middle-low SES. They were divided into two groups: clinic (281) and comparison (97) groups. The clinic group was split based on the different types of victimization. As results, the mean age of first violence experience was 6.8 years old for girls and 7.5 years old for boys, and 35.6% of the clinic group lives in a shelter from one to three years. The majority of children and adolescents have been victimized for more than a year and 56.2% of them who were sexually and physically abused suffered systematic violence. HFD indicators reflected the experience of victimization. The emotional indicators of HFD which differentiate (p < 0,1) the clinic group from the comparison group, by typology and sex, resulted in the construction of five assessment scales: two for sexual abuse (one for girls and one for boys), one for boys physical abuse and two for abandonment and negligence (one for girls and one for boys). Results reflect advances to the psychological assessment area since the criteria for the evaluation of victimized children are adapted to their reality.
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Desejo e negatividade na filosofia de Merleau-Ponty / Desire and negativity in the Merleau-Ponty\"s philosophy

Vitor Hugo de Oliveira 05 April 2012 (has links)
O presente trabalho visa discutir, a partir das últimas obras de Merleau-Ponty, a articulação entre sua noção de desejo e o conceito de negativo. A pesquisa buscou primeiramente traçar o que o filósofo denomina de arqueologia do contato primordial do corpo com o mundo, buscando a camada pré-objetiva de abertura perceptiva a ele, a sentidos que não foram constituídos pelo sujeito, que o ultrapassam e lhe determinam vetores de sentido. Os temas arqueológicos enfocam as noções de instituição e passividade, a relação da corporeidade humana com a animalidade, e o esquema corporal como abertura estesiológica e libidinal ao mundo, questões que nos abrem a dimensão transtemporal e transespacial do corpo, que arrasta consigo um passado que retoma e antecipa as possibilidades do porvir. A partir desses tópicos, compreende-se que o desejo é busca de ser o dentro do fora e o fora do dentro no sistema de trocas do corpo com o mundo. É nesse sentido que se podem ressaltar algumas noções psicanalíticas, pois elas permitem apreender essa topologia arqueológica do contato, as estruturações de sentido que nos permitem significar o mundo, e que não são de autoria de uma consciência constituinte. Por outro lado, o trabalho discutiu a ideia de negativo na obra do filósofo, a partir de seu diálogo com Sartre, tratando-o a partir da noção de invisível e de imaginário, que representam o avesso e a espessura do ser, como um oco eficaz que se manifesta à percepção. Partindo dessas construções merleau-pontyanas, discute-se a relação desejo-negatividade, a partir da crítica que o filósofo faz a Sartre e à própria Psicanálise, que interpretam o desejo como, respectivamente, estando destinado ao fracasso, e de ser em sua essência falta por um objeto para sempre perdido. Focou-se então na compreensão de uma negatividade natural enquanto latência, espessura do sensível e do corpo, que é condição mesma da percepção e que delineia uma relação de desequilíbrio entre o sujeito e a inesgotabilidade do mundo. Concebendo a Natureza como esse tecido carnal que provoca a carne do corpo, e o corpo senciente enquanto dobra do sensível sobre si mesmo, como retomada e explicitação privilegiada dessa potência interrogativa da vida, pode-se ver que o desejo é inerente ao sentir, contato à distância, espessura denominada pela noção de negatividade natural. / The following thesis aims to discuss, from the latest works by Merleau-Ponty, the balance between the notion of desire and the concept of negative. The research looked for, at first, trace what the philosopher called archeology of the primordial contact of the body to the world, seeking the pre-objective layer of the perceptual opening to him, to senses wich were not composed by the subject, that exceeded himself and gave him arrays of sense. The archeologicals themes focus the notions of institution and passivity, the relation between human corporeality and animality, and the body scheme as esthesiologic and libidinal opening to the world, issues that bring us the transtemporal and trans-spatial dimensioning of the body, that draws a past which comes back and anticipates the possibilities of the future. Based on these topics, we understand that the desire is the seeking of being the inside of outside and the outside of the inside in the system of trading between the body and the world. In this sense we can highlight some psychoanalytic concepts, as they allow us to capture this archaeological topology of the contact, the structuring of the senses which allow us mean the world, and do not belong to a constitutive conciousness. On the other hand, the thesis discussed the idea of the negative in the work of the philosopher, from his dialogue with Sartre, dealing it from the notion of invisible and of imaginary, that represent the inside out and the thickness of the being, as a efficacious hollow that manifest itself to the perception. From these merleau-pontyans concepts, it is discussed the relation between desire and negativity, from the critical note the philosopher have made on Sartre and on his own Psychoanalysis, which interpreted the desire as, respectively, being intended to failure, and of being in its essence, the lack of an object forever lost. So, focused in the comprehension of a natural negativity while latency, thickness of the sensible and of the body, which is the same as perception and that outlines a imbalanced relationship between the subject and the inexhaustibility of the world. Conceiving the Nature as this flesh tissue that provokes the flesh of the body, and the body being sentient while fold from sensible over itself, as retaking and privileged explanation of this interrogative potency of the life, it is possible to realize that the desire is inherent to the feel, distance contact, through thickness called by the notion of natural nagativity.
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Validação do Subconjunto Terminológico da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem - CIPE® - para o Enfrentamento da Violência Doméstica Infantil / Validation of a Subset of Terms for the International Classification of Nursing Practice ICNP® for Coping with Domestic Violence Against Children

Karen Namie Sakata So 23 March 2018 (has links)
Introdução: O fenômeno da violência é responsável por diversos agravos e sequelas em milhões de pessoas e vem crescendo entre os grupos mais vulneráveis socialmente, tais como os idosos, as mulheres e as crianças. O objeto de estudo foram os Diagnósticos, Resultados e Intervenções de Enfermagem, e o fenômeno escolhido foi a violência doméstica contra a criança. Objetivo: Construir um Subconjunto Terminológico da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem CIPE® para o Enfrentamento da Violência Doméstica Contra a Criança. Método: O referencial teórico-metodológico foi baseado no materialismo histórico-dialético a partir da Teoria de Intervenção Práxica da Enfermagem em Saúde Coletiva (TIPESC). Para os dados primários, utilizou-se a base terminológica de Albuquerque 2014 e dos Diagnósticos, Resultados e Intervenções avaliados por 32 juízas/especialistas na FASE 1, e por 13 na FASE 2, por meio de questionário eletrônico. A análise dos dados foi baseada no Índice de Validade de Conteúdo (IVC). Foram validados os itens com IVC > 0,79. Dados secundários foram obtidos na revisão integrativa da literatura. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, parecer 1.433.634 (CAAEE 52639416.1.0000.5392). Resultados e discussão: Foram validados 14 Diagnósticos/Resultados de Fortalecimentos e Promoção (9 relativos à criança e 5 relativos à família) e 46 de Desgastes, Causas, Manifestações e Consequências (30 relativos à criança e 16 relativos à família). Quanto às Intervenções, foram 19 de Fortalecimentos e Promoção, 63 de Desgastes, Causas, Manifestações e Consequências e 18 aplicáveis a ambos os grupos. Desenvolveu-se uma proposta de utilização do Subconjunto Terminológico com base em um raciocínio crítico em Saúde Coletiva. Dentre as facilidades para a atuação da(o)s enfermeira(o)s, estão reconhecer seu papel, agir em integração com os demais trabalhadores, poder contar com uma rede de serviços integrada e ter suporte da instituição. Dentre as dificuldades, estão falta de clareza sobre o seu papel, receio de invadir a privacidade da família, medo, insegurança, lacunas na formação, falta de uma rede de serviços integrada, deficit de trabalhadores, sobrecarga de trabalho e falta de tempo. Experiências exitosas partiram das visitas domiciliárias que permitiram às(aos) enfermeira(o)s estreitar vínculos com as famílias, fazer atendimentos sem preconceitos e/ou julgamentos e prevenir a negligência contra a criança acompanhando mulheres desde a gestação e nos primeiros anos de vida das crianças. Conclusão: Este Subconjunto, alinhado aos conhecimentos da Saúde Coletiva, não tem foco apenas nos agravos, mas também na prevenção da violência e na promoção de ações emancipatórias dos sujeitos. Acredita-se que ele tem o potencial de sistematizar uma linguagem específica para a Enfermagem e também ser uma linguagem que se comunique com outras áreas e profissionais da rede de proteção às crianças e suas famílias. É dever dos gestores e das instâncias governamentais se comprometerem com ações que têm se mostrado efetivas no enfrentamento da violência doméstica contra a criança. É preciso rever as condições de trabalho da(o)s enfermeira(o)s para que estas possam desenvolver ações que, de fato, tenham real impacto na transformação dos fenômenos sociais e nas respostas às necessidades de saúde das crianças e suas famílias. / Introduction: Violence accounts for various injuries and sequelae among million of people and has grown among the most socially vulnerable groups, such as the elderly, women and children. The object of this study includes Nursing Diagnosis, Outcomes and Interventions, while domestic violence against children was the phenomenon chosen. Objective: To construct a Subset of Terms for the International Classification for Nursing Practice - ICNP® for Coping with Domestic Violence Against Children. Method: The theoreticalmethodological reference was historical-dialectical materialism based on the Theory of Nursing Praxis Intervention in Collective Health (TIPESC). Primary data were composed of the terminological basis by Albuquerque 2014 and the Diagnoses, Outcomes, and Interventions assessed by 32 experts in PHASE 1 and 13 experts in PHASE 2 using an electronic questionnaire. Data analysis was based on the Content Validity Index (CVI). Items with CVI > 0.79 were validated. Secondary data were obtained from an integrative literature review. The study was approved by the Institutional Review Board at the University of São Paulo, School of Nursing, report 1,433,634 (CAAEE 52639416.1.0000.5392). Results and discussion: The following were validated: 14 Diagnoses/Outcomes concerning Strengthening and Promotion (9 concerning children and 5 concerning families) and 46 concerning Weariness, Causes, Manifestations and Consequences (30 concerning children and 16 concerning families). In regard to Interventions, 19 were related to Strengthening and Promotion, 63 were related Weariness, Causes, Manifestations and Consequences and 18 were applicable to both groups. A proposal to use this subset of terms was developed based on critical rationale in Collective Health. The aspects that facilitate the work of nurses include acknowledging their role, working together with the remaining health workers, having an integrated service network and the institutions support. Difficulties include lack of clarity regarding nurses roles, being afraid of invading the familys privacy, fear, insecurity, gaps in education, lack of an integrated service network, understaffing, overwork, and lack of time. Successful experiences took place in home visits, in which nurses were able to establish bonds with families, leaving aside prejudice and/or judgment, and prevent child neglect by monitoring women from pregnancy to the childrens first years of life. Conclusion: This Subset, aligned with Collective Health knowledge, does not focus on health conditions only, but also on preventing violence and promoting individuals emancipatory actions. It is believed that it has the potential to systematize a specific language for Nursing and also be a language that communicates with other fields and workers within the network that protects children and their families. Managers and governmental agencies should engage in actions that have been proven effective to cope with domestic violence against children. The working conditions of nurses should be reconsidered so that they may implement actions that have a real impact on the transformation of social phenomena and respond to the health needs of children and their families.
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Violência contra menores de 15 anos no município de Londrina, Paraná: análise epidemiológica de suas notificações / Violence against children under age 15 in the county of Londrina, Paraná: epidemiologic analysis of its notifications

Martins, Christine Baccarat de Godoy 04 July 2008 (has links)
Introdução - No Brasil, o conhecimento sobre a dimensão da violência é ainda escasso, não sendo possível conhecer a freqüência exata dos casos de abuso contras criança e adolescentes. Mediante a importância epidemiológica da violência contra esse grupo e mediante, ainda, as conseqüências biopsicossociais desta violência, torna-se fundamental conhecê-la, no esforço de mapear sua morbidade ainda desconhecida no município de estudo. Objetivo - Estudar a ocorrência e as características da violência contra menores de 15 anos, residentes no município de Londrina, Estado do Paraná, atendidos nos anos de 2002 e 2006 pelos Conselhos Tutelares de Londrina e serviços de atendimento às crianças e adolescentes vitimizados. Métodos - Os dados foram obtidos junto aos registros dos Conselhos Tutelares, Programa Sentinela da Prefeitura Municipal de Londrina (atendimento das crianças e adolescentes vítimas de violência sexual), Projeto de Extensão "De Olho no Futuro" da Universidade Estadual de Londrina (atendimento multidisciplinar às crianças e adolescentes vítimas de violência) e Fórum de Londrina (Vara da Infância e da Juventude). A coleta de dados consistiu em duas etapas: 1) coleta de dados junto aos Conselhos Tutelares e serviços de atendimento - atendimentos de 2002 e 2006 com a finalidade de análise comparativa. 2) seguimento dos casos encaminhados ao Fórum em 2002 (decorridos cinco anos da denúncia). Foi utilizado um formulário previamente testado. Os casos de violência, bem como as lesões decorrentes, foram classificados segundo o Capítulo XX e XIX da Classificação Internacional de Doenças - CID, 10ª revisão. Foram analisadas variáveis quanto à denúncia, ao atendimento, à vítima, à família, ao agressor, à violência praticada, às conseqüências da violência, às reincidências e ao desfecho dos casos encaminhados ao Fórum. Para processamento e tabulação dos dados foi utilizado o programa computacional Epi Info - versão 6.0. Resultados - Foram estudados 1620 casos notificados de violência contra menores de 15 anos (607 em 2002 e 1013 em 2006), o que representa uma taxa de incidência de 0,5% e 0,8% nos respectivos anos. Os denunciantes mais freqüentes foram a mãe (21,1% em 2002 e 24,2% em 2006), os profissionais de saúde (19,9 em 2002 e 23,7% em 2006) e a escola (15,2% em 2002 10,3% em 2006). Os maiores coeficientes de incidência foram observados na idade de 2 anos para as meninas (coeficiente de 13,5 por 1000) e na idade de 6 anos para os meninos (12,7 por 1000) em 2002. No ano de 2006, os coeficientes mais elevados se deram aos 4 anos para as meninas (26,4) e aos 5 anos para os meninos (16,5). Observou-se que a violência foi mais freqüente nas famílias com 3 a 4 membros (46,4% em 2002 e 54,2% em 2006). O número de vítimas na casa foi de duas vítimas em 38,8% (em 2002) e 37,6% (em 2006) dos casos. Grande parte das famílias das vítimas foi constituída de pais separados (51,9% em 2002 e 65,1% em 2006). A idade do agressor (tanto em 2002 como em 2006) foi de 20 a 24 anos para o sexo feminino (46,9% em 2002 e 41,6% em 2006) e de 30 a 34 anos para os agressores masculinos (34,7% em 2002 e 32,9% em 2006). A grande maioria dos agressores possuía ensino fundamental incompleto (79,7% em 2002 e 82,8% em 2006) e situação ocupacional ativa (empregados) (50,6% em 2002 e 58,8% em 2006). A violência foi praticada pela mãe (33,6% em 2002 e 27,6% em 2006), pai (32,4% em 2002 e 27,1% em 2006), padrasto (10,4% em 2002 e 15,7% em 2006) e madrasta (5,3% em 2002 e 15,5% em 2006). Foi observado o alcoolismo como situação de risco do agressor masculino (53,4% dos casos de 2002 e 61,3% em 2006). Entre as mulheres agressoras, o alcoolismo aliado à crise conjugal e problemas de maternidade foram os riscos mais freqüentes (26,0% em 2002 e 34,9% em 2006). Grande parte dos atos violentos foram praticados mais de 4 vezes (77,1 % em 2002 e 85,1% em 2006) e por um período de 1 a 2 anos antes da denúncia (36,3% em 2002 e 20,7% em 2006). As violências ocorreram com maior freqüência na residência da vítima (82,0% em 2002 e 86,0% em 2006). Na grande maioria dos casos, a vítima sofreu mais de um tipo de violência (67,9% em 2002 e 72,5% em 2006), sendo a violência física (49,1% em 2002 e 47,3% em 2006), a negligência e abandono (24,7% em 2002 e 30,4% em 2006) e a sexual (19,8% em 2002 e 18,4% em 2006) as mais freqüentes. Houve presença de lesão corporal em 90,4% dos casos em 2002 e em 92,0% das vítimas em 2006. A presença de seqüelas ocorreu em 99,3% (em 2002) e 99,0% (em 2006) da população estudada, sendo a seqüela física a de maior predomínio (94,2% em 2002 e 97,0% em 2006), acompanhada pela seqüela psicológica em 89,5% (em 2002) e 95,6% (em 2006) dos casos com presença de seqüela. Houve reincidência em 10,6% dos casos. Entre os casos de 2002 encaminhados ao Fórum, 40,0% dos processos foram arquivados e 31,7% encontravam-se em andamento, dos quais 38,4% estavam em acompanhamento social, em 26,0% desses processos a criança vítima encontrava-se em abrigo-lar com acompanhamento social e 20,5% tinham a guarda provisória com os avós enquanto os pais estavam em tratamento. Conclusões - Pretendeu-se com o estudo, contribuir para tornar mais visíveis os atos violentos praticados contra a criança e o adolescente, fornecendo subsídios para ações preventivas e de atendimento. / Introduction: In Brazil, data on the dimension of violence are still sparse, precluding the detection of the exact frequency of child and adolescent abuse. In face of both the epidemiological importance of violence against a child or adolescent and the biopsychosocial consequences of this violence, it becomes essential to know it in order to map its morbidity, still unknown in the county under study. Aim - to study the occurrence and the characteristics of violence against children under age 15 who live in the county of Londrina, Paraná State, and were attended by the Tutelary Councils of Londrina and victimized child and adolescent care services in 2002 and 2006. Methodology: Data were obtained from the records of the Tutelary Councils, the county's program "Sentinela" (Watcher) - that attends child and adolescent victims of sex abuse -, the Londrina State University extension project "De Olho no Futuro" (Watch the Future) - that offers multidisciplinary attendance to child and adolescent victims of violence -, and Londrina's Juvenile Court. Data collection comprised two steps: 1) data collection from the Tutelary Councils and care services on the attendances in 2002 and 2006 for comparative analysis. 2) follow up of the cases delivered to Court in 2002 (five years past denunciation). A previously tested form was used. Both the cases of violence and the decurrent lesions were classified in accordance to Chapter XX and XIX of the International Classification of Diseases (ICD), tenth revision. Variables as to denunciation, care attention, victim, family, aggressor, violence inflicted, consequences of violence, recidivism and final results of cases delivered to Court have been analyzed. Data processing and diagramming was accomplished with the software Epi Info, version 6.0. Results: 1620 notified cases of violence against youth under age 15 were studied (607 in 2002 an 1013 in 2006), which represent an incidence rate of 0.5% and 0.8% respectively. Denunciators were most frequently the mother (21.1% in 2002 and 24.2% in 2006), the school (15.2% in 2002 and 10.3% in 2006) and health professionals (19.9% in 2002 and 23.7% in 2006). Highest incidence coefficients were observed at the age of 2 for girls (coefficient of 13.5 per 1000 children) and at the age of 6 for boys (12.7 per 1000) in 2002. In 2006, highest coefficients for girls were observed at the age of 4 (26.4) and for boys at the age of 5 (16.5). Violence was more frequent in families of 3 to 4 members (46.4% in 2002 and 54.2% in 2006). The number of 2 victims in the house occurred in 38.8% of the cases in 2002 and in 37.6% of the cases in 2006. 51.9% (2002) and 65.1% (2006) of the victims were children of separated parents. The aggressor's age for both 2002 and 2006 was 20 to 24 years old for female (46.9% in 2002 and 41.6% in 2006) and 30 to 34 years old for male aggressors (34.7% in 2002 and 32.9% in 2006). Most of the aggressors had not finished basic education (79.7% in 2002 and 82.8% in 2006) and were employed (50.6% in 2002 and 58.8% in 2006). Violence was inflicted by the mother (33.6% in 2002 and 27.6% in 2006), by the father (32.4% in 2002 and 27.1% in 2006), stepfather (10.4% in 2002 and 15.7% in 2006) and stepmother (5.3% in 2002 and 15.5% in 2006). Alcoholism was observed to be a risk situation for the male aggressor (53.4% of the cases in 2002 and 61.3% in 2006). Among female aggressors, alcoholism together with a conjugal crisis and maternity problems were the most frequent risks (26.0% in 2002 and 34.9% in 2006). Most of the violent acts were inflicted more than four times (77.1% in 2002 and 85.1% in 2006) and during a period of 1 to 2 years prior to denunciation (36.3% in 2002 and 20.7% in 2006). Violence occurred most frequently at the home of the victim (82.0% in 2002 and 86.0% in 2006). In most of the cases, the victim suffered more than one type of violence; most frequent types were physical violence (49.1% in 2002 and 47.3% in 2006), negligence and abandonment (24.7% in 2002 and 30.4% in 2006) and sexual violence (19.8% in 2002 and 18.4% in 2006). Corporal lesions were present in 90.4% of the cases in 2002 and 92.0% in 2006. Presence of sequelae occurred in 99.3% (2002) and 99.0% (2006) of the studied population, being physical sequela of highest prevalence (94.2% in 2002 and 97.0% in 2006), of which 89.5% (2002) and 95.6% (2006) came together with psychological sequela. Recidivism occurred in 10.6% of the cases. Among the cases forwarded to Court, 40.0% of the lawsuits had been dismissed and 31.7% were on, 38.4% of which had social assistance, in 26.0% of such the child victim was in a foster home with social assistance and in 20.5% the child's custody was temporarily awarded to grandparents whilst the parents remained under treatment. Conclusions: the intention of this study is to help make violent acts against children and adolescents more visible by providing data based on which preventive actions and assistance can take place.
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Análise da Ocorrência de Estresse Precoce em Pacientes Psiquiátricos Adultos / Analysis of the Occurrence of Early Life Stress on Adult Psychiatric Patients.

Martins, Camila Maria Severi 27 April 2012 (has links)
Introdução: Evidências recentes indicam que situações de abandono, negligência e abusos são fatores de risco para desencadeamento de psicopatologias na vida adulta. Esta associação ocorre na medida em que eventos traumáticos, nas fases iniciais do desenvolvimento podem desencadear transtornos psiquiátricos graves e incapacitantes no adulto. Objetivo: O presente estudo objetivou avaliar a associação entre a ocorrência e a gravidade do Estresse Precoce (EP) e o desencadeamento de transtornos psiquiátricos em pacientes adultos em seguimento no Hospital Dia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP). Metodologia: A amostra foi composta por 81 pacientes psiquiátricos avaliados através de Entrevista Clínica, de acordo com os critérios do DSM-IV, para confirmação diagnóstica, divididos em 2 grupos: 58 pacientes com presença de EP e 23 com ausência de EP. A presença de EP foi confirmada através da aplicação do Questionário Sobre Traumas na Infância (QUESI). Os pacientes também foram avaliados quanto à gravidade da sintomatologia psiquiátrica através do Inventário de Depressão de Beck (BDI), Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), Escala de Desesperança de Beck (BHS), Escala de Ideação Suicida de Beck (BSI), Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD) e da Escala de Impulsividade de Barratt (BIS-11). Resultados: Na amostra avaliada, 71.6% dos pacientes sofreram algum tipo grave de EP comparados a 28.4% dos pacientes que não sofreram. Considerando-se os subtipos de Estresse Precoce avaliados, os pacientes com história de trauma apresentaram escores maiores em todos os subtipos de Estresse Precoce em comparação aos pacientes sem história de abuso. A pontuação total do QUESI também foi significativamente diferente 66.05 vs. 34.78 (p<0.001) entre os grupos. A maioria dos pacientes avaliados (n=35; 60.4%) sofreu de 3 a 5 subtipos de Estresse Precoce. Os resultados indicam que o EP está associado principalmente com o desenvolvimento de transtornos de humor e também com o aumento da gravidade dos sintomas psiquiátricos, principalmente dos sintomas depressivos, sintomas de desesperança, de ideação suicida e de impulsividade. Com relação ao diagnóstico de eixo II, o EP está associado com o desenvolvimento de transtorno de personalidade (p=0.03). Pacientes com história de abuso emocional (OR: 5.2; 95% IC, 1.9-13.5), negligência emocional (OR: 4.02; 95% IC, 1.6-10.2) e negligência física (OR: 4.0; 95% IC, 1.6-10.1) apresentam um risco de 4 a 5 vezes maior de desenvolver transtorno de personalidade. Além disso, indivíduos que sofreram abuso físico (OR: 2.46; 95% IC; 0.89-6.78), abuso sexual (OR: 2.87; 95% IC; 0.86-9.57) e negligência física (OR: 2.50; 95% IC; 0.95-6.55) possuem de 2 a 3 vezes mais chances de cometer tentativas de suicídio. Nossos dados também demonstram que entre os subtipos de EP, o abuso emocional foi associado ao desencadeamento de psicopatologias na vida adulta, principalmente com os transtornos depressivos. Além disso, pacientes com presença de abuso emocional, tiveram maior gravidade em todos os sintomas psiquiátricos, tais como: sintomas de depressão, desesperança, ideação suicida, ansiedade e impulsividade. Também foram encontradas correlações positivas entre impulsividade, ideação suicida e desesperança com os escores totais do QUESI. Conclusões: Os dados apontam para a importância do Estresse Precoce como fator desencadeante de transtornos psiquiátricos, bem como indicam que a gravidade do Estresse Precoce está associada com a gravidade dos sintomas psiquiátricos.Dessa forma, há necessidade de mais estudos que avaliem a importância dos subtipos de Estresse Precoce como fator de risco para desencadeamento de psicopatologias graves no adulto. / Introduction: Recent evidences suggest that situations of abandonment, neglect and abuse are risk factors for onset of psychopathology on adulthood. This association occurs in that traumatic events in the early stages of development and may trigger severe and disabling psychiatric disorders in adults. Objective: The present study aimed to evaluate the association between the occurrence and severity of early life stress (ELS) and the development of psychiatric disorders in adult patients of the Day Hospital Unit of the Hospital das Clinicas, Faculty of Medicine of Ribeirão Preto University of São Paulo (HCFMRP- USP). Methodology: The sample was consisted of 81 psychiatric patients evaluated by Clinical Interview according to the DSM-IV criteria for the diagnosis, divided into two groups: 58 patients with presence of ELS and 23 with absence of ELS. The presence of ELS was confirmed by the Childhood Trauma Questionnaire (CTQ). Patients also were evaluated for severity of psychiatric symptoms by the Beck Depression Inventory (BDI), the Beck Anxiety Inventory (BAI), the Beck Hopelessness Scale (BHS), the Beck Scale for Suicide Ideation (BSI), the Hospital Anxiety and Depression Scale (HAD) and the Barratt Impulsiveness Scale (BIS-11). Results: In the sample studied, 71.6% of patients with some type of severe ELS compared to 28.4% of patients without ELS. Considering the subtypes of ELS evaluated, patients with a history of trauma showed higher scores in all subtypes of ELS compared to patients without a history of abuse. The total score of QUESI was also significantly different 66.05 vs. 34.78 (p<0.001) between groups. Most patients (n = 35, 60.4%) suffered 3-5 subtypes of ELS. The results indicate that ELS is associated mainly with the development of mood disorders and also with increasing severity of psychiatric symptoms, especially the depressive symptoms, hopelessness, suicidal ideation and impulsivity. Regarding the diagnosis of axis II, ELS is associated with personality disorder (p=0.03). Patients with emotional abuse (OR: 5.2, 95% CI, 1.9-13.5), emotional neglect (OR: 2.4, 95% CI, 1.6-10.2) and physical neglect (OR: 4.0, 95% CI, 1.6-10.1) at 4-5 fold higher risk of personality disorder. In addition, individuals who suffered physical abuse (OR: 2.46, 95% CI, 0.89-6.78), sexual abuse (OR: 2.87, 95% CI, 0.86-9.57) and physical neglect (OR: 2.50; 95% CI, 0.95-6.55) at 2-3 fold higher to commit suicide attempts. Our data also showed that among the subtypes of ELS, emotional abuse was associated with the onset of psychopathology in adulthood, especially in depressive disorders. Furthermore, patients with presence of emotional abuse, had more severe psychiatric symptoms at all, such as depressive symptoms, hopelessness, suicidal ideation, anxiety and impulsivity. We also found positive correlations between impulsivity, suicide ideation and hopelessness with the total scores of the QUESI. Conclusions: These data demonstrate the importance of ELS as a trigger for psychiatric disorders, and indicate that the severity of ELS is associated with the severity of psychiatric symptoms. Therefore, further studies are needed to assess the importance of subtypes of ELS as a risk factor for onset of severe psychopathology in adults.
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A construção do cuidado: o atendimento às situações de violência doméstica por equipes de saúde da família / The foundation of care: Family Health Program Teams dealing with domestic violence situations

Moreira, Tatiana das Neves Fraga 03 September 2012 (has links)
Introdução: A violência tem se constituído como importante objeto da saúde pública, estimulando a produção científica e a elaboração de políticas públicas. Os estudos têm sido unânimes em apontar para a necessidade de uma abordagem multiprofissional e intersetorial, coerente com a complexidade do problema. Objetivo: A pesquisa teve como objetivo compreender as estratégias de cuidado construídas por equipes de saúde da família de Diadema frente a situações de violência doméstica contra criança e adolescente. Método: Optou-se por uma abordagem qualitativa feita pela análise de casos traçadores identificados pelas equipes como difíceis, típicos e bem sucedido. Foram entrevistadas duas equipes de saúde da família e diferentes serviços da rede intersetorial. Resultados: A organização do serviço a partir das diretrizes da Estratégia de Saúde da Família mostrou-se um facilitador na identificação dos casos e na construção de estratégias de cuidado mais abrangentes e longitudinais. Os profissionais identificaram diferentes tipos de violência nas famílias atendidas, mas as ações das equipes voltaram-se prioritariamente para as situações de maus tratos contra a criança. A violência contra a mulher em geral não foi tomada como objeto da equipe, demonstrando diferentes graus de visibilidade entre as violências. As estratégias incluíram ações de vinculação à família, de monitoramento dos casos e avaliação dos aspectos biomédicos, mas também ações incisivas, como a internação compulsória. As estratégias construídas alternam assim entre um modelo prescritivo e outro centrado na ideia de Cuidado, no diálogo com às famílias e suas necessidades. Os agentes comunitários de saúde e profissionais do NASF foram os principais protagonistas nestes atendimentos, numa articulação entre o saber prático e técnico. As equipes de saúde atuaram como articuladores da rede intersetorial, acionando serviços de saúde, da Assistência Social, da Educação, Conselho Tutelar e do Judiciário para o atendimento dos casos. Observou-se entre os serviços da rede diferenças importantes nos modos de compreender os casos e as ações necessárias, gerando dificuldades no atendimento. Considerações: O estudo apontou para a necessidade de uma maior aproximação e alinhamento da rede intersetorial e de novas pesquisas que abordem a relação entre a concepção de gênero e sua influência na definição das práticas das equipes / Introdução: A violência tem se constituído como importante objeto da saúde pública, estimulando a produção científica e a elaboração de políticas públicas. Os estudos têm sido unânimes em apontar para a necessidade de uma abordagem multiprofissional e intersetorial, coerente com a complexidade do problema. Objetivo: A pesquisa teve como objetivo compreender as estratégias de cuidado construídas por equipes de saúde da família de Diadema frente a situações de violência doméstica contra criança e adolescente. Método: Optou-se por uma abordagem qualitativa feita pela análise de casos traçadores identificados pelas equipes como difíceis, típicos e bem sucedido. Foram entrevistadas duas equipes de saúde da família e diferentes serviços da rede intersetorial. Resultados: A organização do serviço a partir das diretrizes da Estratégia de Saúde da Família mostrou-se um facilitador na identificação dos casos e na construção de estratégias de cuidado mais abrangentes e longitudinais. Os profissionais identificaram diferentes tipos de violência nas famílias atendidas, mas as ações das equipes voltaram-se prioritariamente para as situações de maus tratos contra a criança. A violência contra a mulher em geral não foi tomada como objeto da equipe, demonstrando diferentes graus de visibilidade entre as violências. As estratégias incluíram ações de vinculação à família, de monitoramento dos casos e avaliação dos aspectos biomédicos, mas também ações incisivas, como a internação compulsória. As estratégias construídas alternam assim entre um modelo prescritivo e outro centrado na ideia de Cuidado, no diálogo com às famílias e suas necessidades. Os agentes comunitários de saúde e profissionais do NASF foram os principais protagonistas nestes atendimentos, numa articulação entre o saber prático e técnico. As equipes de saúde atuaram como articuladores da rede intersetorial, acionando serviços de saúde, da Assistência Social, da Educação, Conselho Tutelar e do Judiciário para o atendimento dos casos. Observou-se entre os serviços da rede diferenças importantes nos modos de compreender os casos e as ações necessárias, gerando dificuldades no atendimento. Considerações: O estudo apontou para a necessidade de uma maior aproximação e alinhamento da rede intersetorial e de novas pesquisas que abordem a relação entre a concepção de gênero e sua influência na definição das práticas das equipes.
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Associação entre experiências precoces adversas e comportamentos relacionados ao suicídio na vida adulta / Association between adverse childhood experiences and suicidal behaviors in adulthood

Coêlho, Bruno Mendonça 04 December 2017 (has links)
INTRODUÇÃO: As adversidade precoces (APs) são um grupo de experiências negativas vivenciadas durante o desenvolvimento e associadas a diversos desfechos clínicos e psiquiátricos. A literatura sobre os transtornos mentais (TMs) e cognições e comportamentos suicidas (CCS) destaca que a exposição a APs durante a infância se relaciona com essas condições na vida adulta. Contudo, o tamanho e a qualidade do efeito das APs nas CCS varia entre os estudos. Como os TMs também determinam CCS, é preciso avaliar a contribuição concomitante de APs e TMs nos CCS. OBJETIVOS: Investigar a relação associativa entre APs e CCS na vida adulta e os fatores determinantes dessa relação. MÉTODOS: Este estudo é uma investigação transversal, multiestratificada e probabilística da população geral da Região Metropolitana de São Paulo. O instrumento Composite International Diagnostic Interview versão 3.0 foi aplicado em 5037 indivíduos adultos. Os fatores sociodemográficos, 12 APs, 20 TMs ao longo da vida e CCS ao longo da vida foram coletados por meio de entrevistas no domicílio do respondente. Foram calculadas as prevalências das APs e estimados os modelos fatoriais, modelos de resposta ao item e modelos de redes para descrever as APs, para amostra total e por sexo. Correlações entre APs e subsequentes TMs ou CCS foram testadas e análises de trajetória avaliaram a mediação da associação entre APs e CCS pelos TMs. RESULTADOS: As APs atingiram 53,6% da amostra e 48,4% apresentaram duas ou mais APs na vida, sendo as mulheres significativamente mais expostas que os homens (59,0% vs 47,66%). Nas análises fatoriais confirmatórias, a solução com três fatores (\"Violência Familiar e Desajuste Parental\"; \"Uso indevido de Substâncias, Criminalidade e Abuso Sexual\"; e \"Adversidade Econômica e Perda Parental\") foi mais ajustada para os homens e a de dois fatores (\"Violência Familiar e Desajuste Parental\" e \"Abuso Sexual e Perda Parental\") mais ajustada para as mulheres. Nas análises de rede, apesar de similaridades na estrutura global, homens e mulheres tem diferenças em APs específicas. O \'TM parental\' (Odds ratio [OR] = 1,99 a 2,27) e a \'violência familiar\' (OR = 1,55 a 1,99) foram as APs mais consistentemente associadas à TM em todas as faixas etárias. Os \'TM parentais\' e as \'adversidades econômicas\' foram associados as quatro classes de TMs examinados (transtornos de humor, ansiedade, controle do impulso e do uso de substâncias). Quando a associação entre APs e CCS foi controlada por TMs, somente o \'abuso físico\' foi associado a tentativas de suicídio em todos os estágios de vida subsequentes (OR = 2,1). Nas análises estruturais, o efeito dos TMs como mediadores da associação entre APs e CCS foi confirmado, sendo essa mediação mais importante nas mulheres. CONCLUSÕES: As APs são um grupo heterogêneo e interrelacionado de fatores de risco. Sua exposição é diferente em meninos e meninas. As APs foram consistentemente associadas a TMs e embora algumas APs tenham sido associadas a CCS, os papéis desempenhados pelos diferentes tipos de APs na infância variam em magnitude, levando a resultados diversos e diferentes níveis de gravidade / BACKGROUND: Adverse childhood experiences (ACEs) are a group of negative events experienced during development that has been associated with various clinical and psychiatric outcomes. The literature on mental disorders (MDs) and on suicidality highlights the association of these conditions during adulthood with the previous exposure to ACEs. However, the size and quality of the effect of ACEs on suicidality varies between studies. Since MDs also predict suicidality, it is necessary to evaluate the concomitant contribution of ACEs and MDs on suicidality. OBJECTIVES: The aims of this study were to investigate the association between ACEs and suicidality in adulthood and the determinants of this relationship. METHODS: This is a cross-sectional, multistratified and probabilistic study of the general population of São Paulo Metropolitan Area. The Composite International Diagnostic Interview version 3.0 was applied in 5037 adult subjects. Sociodemographic data, 12 ACEs, 20 lifetime MDs, and lifetime suicidality were collected in household interviews. The prevalence of suicidality was estimated and factor models, item response theory models and network analysis models were calculated to describe ACEs for total sample and by sex. Correlations between ACEs and subsequent MDs or suicidality were tested. Path analyzes assessed the mediation of the association between APs and suicidality by MDs. RESULTS: ACEs were reported by 53.6% of the sample and 48.4% presented two or more ACEs early in life and women were significantly more exposed than men (59.0% vs 47.66%). In confirmatory factor analyzes, the three-factor solution (\"Family Violence and Parental Maltreatment\", \"Substance Misuse, Criminality and Sexual Abuse\", and \"Economic Adversity and Parental Loss\") was more adjusted for men and the two-factors solution (\"Family Violence and Parental Maltreatment\", and \"Sexual Abuse and Parental Loss\") was more adjusted for women. In network analyzes, despite similarities in overall network structure, men and women have differences in specific ACEs. The \'parental MD\' (Odds Ratio [OR] = 1.99 to 2.27) and \'family violence\' (OR = 1.55 to 1.99) were the most consistently disorders associated with ACEs across all age groups. \'Parental MD\' and \'economic adversity\' were associated with the four classes of MDs examined (mood, anxiety, impulse control and substance use disorders). When the association between ACEs and suicidality was controlled by MDs, only \'physical abuse\' was associated with suicide attempts in all subsequent stages of life (OR = 2.1). In the path analyzes, the effect of the MDs as mediators of the association between ACEs and suicidality was confirmed, being this mediation effect more important in women than in men. CONCLUSIONS: ACEs are a heterogeneous and interrelated group of risk factors. Their exposure profile is different in boys and girls. ACEs were consistently associated with MDs and although some ACEs were associated with suicidality, the roles played by different types of ACEs vary in magnitude, leading to varying results and different levels of severity
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Efeitos do treinamento auditivo formal nas funções auditivas de crianças e adolescentes vítimas de maus-tratos e com distúrbio de processamento auditivo / Effects of formal auditory training on auditory function in children and adolescent victims of maltreatment and with auditory processing disorder

Santos, Fernanda Pontes dos 23 January 2015 (has links)
Introdução: Os maus-tratos infantis são uma grande problemática em termos de saúde pública no Brasil e no mundo. Crianças vítimas de maus-tratos desenvolvem uma série de alterações físicas, emocionais e, consequentemente, sociais. A importância do entendimento e reabilitação da função auditiva tem sido amplamente estudada, no entanto, nesta população específica de crianças vítimas de maus-tratos, ainda há carência de pesquisas neste sentido. Objetivo: Verificar o efeito do treinamento auditivo formal nas funções auditivas de crianças e adolescentes vítimas de maus-tratos e com Distúrbio de Processamento Auditivo. Método: Participaram do estudo 34 sujeitos com idade entre 8 e 16 anos, vítimas de maus-tratos, atendidos em um programa de atendimento global e multidisciplinar direcionado a esta população, o Programa Equilíbrio (Programa do Departamento e Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP em parceria com a Prefeitura de São Paulo). Os sujeitos foram divididos em quatro grupos (G1, G2, G3I e G3II). Todos os grupos realizaram uma avaliação de processamento auditivo inicial. Após esta avaliação inicial, G1 foi, imediatamente, submetido a Treinamento auditivo Formal (TAF) por 3 meses e reavaliado após conclusão desta intervenção; o grupo G2 foi utilizado como controle, tendo sido reavaliado, também, após 3 meses, porém sem a realização de TAF; o grupo G3 foi, inicialmente, utilizado como controle - G3I; tendo sido, a exemplo do grupo 2, reavaliado após 3 meses sem realização de TAF no período. Em seguida a esta segunda avaliação, o G3 foi submetido ao TAF e, novamente, reavaliado após a conclusão desta intervenção, funcionando, agora, também como grupo estudo - G3II. Com relação à intervenção, essa se consistiu em 12 sessões de treinamento auditivo formal, realizadas semanalmente (1 vez por semana), as quais foram estruturadas baseando-se em pesquisas anteriores, mas adaptadas, levando em consideração as particularidades da população estudada. Resultados: Foi evidenciada melhora significante nas habilidades auditivas treinadas que puderam ser visualizadas nos resultados da maioria dos testes aplicados nos grupos G1 (Estudo) e G3II após o treinamento auditivo formal. Por outro lado, não houve mudança significante nos resultados dos testes aplicados nas avaliações 1 e 2 dos grupos G2 (Controle) e G3I realizadas com espaçamento de três meses sem realização de TAF no período. Ainda foi possível visualizar correlação entre aderência, gênero e idade, e o resultado final da intervenção, e também correlação entre aderência e tipo de diagnóstico psiquiátrico. Conclusão: O Programa de TAF de 12 sessões foi eficiente para esta população no que diz respeito à melhora das habilidades auditivas avaliadas e treinadas. Houve influência na melhora das variáveis: gênero (feminino), aderência (maior aderência apresentando melhora mais acentuada) e idade (crianças menores). Além disto, a variável aderência apresentou correlação com o tipo de diagnóstico psiquiátrico, sendo vista piora na presença de, pelo menos, um diagnóstico do tipo internalizante / Introduction: Child abuse is a big issue in terms of public health in Brazil and worldwide. Children and adolescents maltreatments develop a range of physical, emotional and social changes accordingly. The importance of understanding and rehabilitation of auditory function has been widely studied, however this specific population, there is still lack of research in this direction. Objective: To investigate the effect of formal auditory training on auditory function in children and adolescents who are victims of abuse and Auditory Processing Disorder. Method: The study included 33 subjects aged between 8 and 16 years, victims of abuse, enrolled in a program of comprehensive multidisciplinary care for this population, the Balance Program (Program of the Department and Institute of Psychiatry, Faculty of Medicine USP in partnership with the Municipality of São Paulo). The subjects were divided into four groups (G1, G2, and G3i G3II). All groups performed an initial evaluation of auditory processing. After this initial assessment, G1 was immediately subjected to Formal auditory training (FAT) for 3 months and reevaluated after completion of the intervention; G2 was used as control and was also re-evaluated after 3 months but without conducting FAT; G3 group was initially used as a control - G3i; being, such as group 2, reevaluated after 3 months without performing the FAT period. Following this second evaluation, the G3 was submitted to the FAT and again reassessed after completion of the intervention, now also working as a study group - G3II. With regard to intervention, it consisted of 12 sessions of formal auditory training held weekly (1 weekly), which were structured on the basis of previous research, but adapted, taking into account the particularities of the studied population. Results: Was evidenced significant improvement in auditory skills trained that could be visualized in the results of most tests used in G1 (Study) and G3II after formal auditory training. On the other hand, no significant change in test results applied in assessments 1 and 2 of G2 (Control) and G3i groups conducted with spacing of three months without performing the TAF period. Yet been possible to visualize the correlation between adherence, gender and age and the outcome of the intervention and also correlation between adherence and type of psychiatric diagnosis. Conclusion: The FAT program of 12 sessions was effective for this population regarding the improvement of the evaluated and trained listening skills. No influence on the improvement of the variables: gender (female), adherence (Increased grip featuring a more pronounced improvement) and age (younger children). Furthermore, the adherence variable correlated with the type of psychiatric diagnosis, worsening the presence of at least one diagnosis of internalizing type being viewed
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Estudo sobre história de trauma e eventos dissociativos em pacientes com crises não-epilépticas psicogênicas / Trauma history and dissociative events study in patients with psychogenic non-epileptic seizures

Proença, Inah Carolina Galatro Faria 03 December 2010 (has links)
INTRODUÇÃO: As crises não-epilépticas psicogênicas são uma condição médica complexa que pode se apresentar como sintomas físicos ou neurológicos porém sem achados orgânicos correspondentes, evidenciando a presença de fatores psicológicos como base dos sintomas. Elas podem ocorrer isoladamente ou se repetir de forma sistemática. Quando se repetem podem estar associadas à baixa auto-estima, perda de emprego, dificuldade nas relações amorosas e sociais. A esta condição clínica denomina-se transtorno de crises não-epilépticas psicogênicas (TCNEP). Dentre os fatores de risco para TCNEP, os mais amplamente estudados são a história de trauma e os fenômenos dissociativos. MÉTODOS: Neste estudo caso-controle, cujos dados foram obtidos entre janeiro de 2003 e setembro de 2009, foram avaliados 20 pacientes portadores de TCNEP e 20 pacientes com epilepsia do lobo t e m p o r a l , a p ó s m o n i t o r a ç ã o p r o l o n g a d a em u n i d a d e d e vídeo-eletroencefalografia (VEEG). Foram excluídos os sujeitos com associação das duas patologias. Os grupos foram pareados quanto ao gênero, faixa etária, anos de escolaridade formal e classe social. Também foram avaliados: idade de início das crises, idade do diagnóstico, pior frequência de crises e classificação social. Os pacientes responderam também a dois instrumentos estruturados e validados no Brasil, um quanto à história de trauma na infância e adolescência (QUESI), e outro sobre a presença de fenômenos dissociativos (DES) ao longo da vida. RESULTADOS: 1) Não houve diferença significativa do ponto de vista estatístico no que diz respeito ao gênero, faixa etária, classificação social, e frequência de crises; 2) Houve diferença estatisticamente significativa na escolaridade (p=0,006); 3) No grupo caso, a idade de início foi superior (22,25 DP 9,19) à do grupo controle (11,62 DP 9,59), p=0,007. Assim como a idade do diagnóstico, que foi de 30,79 (DP 11,33) no grupo de pacientes com TCNEP e de 15,97 (DP 9,67) nos pacientes com epilepsia, p<0,001; 4) A DES teve valores também estatisticamente significativos, sendo 53,35 (DP 23,15) no grupo com TCNEP e de 22,02 (DP 16,37) no grupo com epilepsia, p<0,001. Quanto às subescalas, todas tiveram resultados significativos entre os grupos; 5) O QUESI apresentou também resultados médios significativos, com média de 60,30 (DP 21,75) no grupo de TCNEP e de 45,40 (DP 12,27) no grupo com epilepsia, p=0,014, mas somente as subescalas que identificaram a negligência e o abuso emocionais foram estatisticamente significativas (p=0,013 e p=0,014 respectivamente). CONCLUSÕES: Fenômenos dissociativos e história de trauma na infância são mais frequentes nos pacientes com TCNEP do que nos pacientes com epilepsia. Todavia, em relação à história de trauma, apenas a negligência e o abuso emocionais podem estar associados à TCNEP / INTRODUCTION: Psychogenic non-epileptic seizures are a complex medical condition that may present as physical or neurologic symptoms but without corresponding organic findings, suggesting the presence of psychological factors as the basis of symptoms. They can occur alone or recur systematically. When recurrent they can be associated with low self-esteem, loss of employment, difficulty in intimate and other social relationships. This clinical condition is called a psychogenic non-epileptic seizures disorder (PNESD). Among the risk factors for PNESD, the most widely studied are the history of trauma and the presence of dissociative phenomena. METHODS: In this case-control study, with data obtained between January 2003 and September 2009, 20 patients with PNESD and 20 patients with temporal lobe epilepsy were evaluated after monitoring in video-electroencephalography unit. We excluded subjects with a combination of both conditions. The groups were matched for gender, age, length of school education and social class. We also evaluated age of onset, age at diagnosis and worse seizure frequency. Patientes of both groups responded two structured instruments for history of trauma in childhood and adolescence (QUESI) and FOR the presence of dissociative phenomena (DES) throughout life, both valitaded in Brazil. RESULTS: 1) There was no statistical significant difference between both groups regard to gender, age, social status and seizure frequency; 2) There was a statistical significant difference in education (p = 0.006); 3) Age of onset and at diagnosis in PNESD group were significantly higher (22.25 SD 9, 19) than the control group (11.62 SD 9.59), p = 0.007, as well as age of diagnosis were higher in patients with PNESD (30.79 SD 11.33) than in patients with epilepsy (15.97 SD 9.67), p <0.001; 4) DES values were also significantly higher in the PNESD group (53.35 SD 23.15) than control group (22.02 SD 16.37), p <0.001. As for the subscales all had significant results between groups; 5) QUESI\'s results were also significantly higher in the PNESD group (60.30 SD 21.75) than in epilepsy group (45.40 SD 12.27), p = 0.014, but only the subscales that identify emotional neglect and emotional abuse were statistical significantly in PNESD group (p = 0.013 and p =0.014 respectively). CONCLUSIONS: History of childhood trauma and dissociative phenomena are more common in patients with PNESD than in patients with epilepsy. However, in relation to history of trauma, only emotional neglect and emotional abuse may be associated with PNESD.
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A filha da mãe: a transgeracionalidade do incesto / Mother\'s daughter: transgenerationality of incest

Zanin, Livia Lemos 01 September 2017 (has links)
O abuso sexual no Brasil tornou-se um problema de saúde pública não só pelos altos índices de ocorrência desse tipo de violência, mas também pelos efeitos que essa prática causa no corpo e no psiquismo de quem o sofre. O incesto é a forma mais comum de abuso sexual e suas consequências podem alcançar futuras gerações. Há poucos estudos brasileiros que investigam o histórico de experiências abusivas em pais de crianças e adolescentes que sofreram violência sexual. Esta pesquisa realizou o levantamento de 346 prontuários das famílias com histórico de abuso sexual intrafamiliar atendidas no Centro de Estudos e Atendimento Relativos ao Abuso Sexual (CEARAS), entre 1993 e 2016, com o objetivo de caracterizar a população da instituição e verificar a repetição do abuso sexual na história do grupo familiar, em especial na história de vida da mãe. A metodologia quantitativa foi utilizada e conceitos psicanalíticos de abordagem freudiana foram apresentados para embasar a discussão. O levantamento revelou que a denúncia do abuso sexual intrafamiliar aconteceu em maior frequência nas meninas (82%) quando comparada aos meninos (17%). A maior incidência desta forma de violência ocorreu na infância (0 a 12 anos), tanto para meninas (61,1%) quanto para meninos (80%). Na maioria dos casos, durante o período da infância, a denunciante, em ambos os sexos, foi a mãe (44,2%). Porém, no período da adolescência da menina, a mãe (29,6%) e a própria adolescente (29,6%) denunciaram em igual proporção. Nenhum adolescente do sexo masculino realizou a denúncia. Grande parte do abuso sexual aconteceu durante longa duração (42%). O tipo de abuso sexual mais comum nas meninas foi o ato libidinoso (73,3%), comparado com a conjunção carnal (14%). Os perpetradores da violência sexual foram, na maioria dos casos, do sexo masculino (97,6%). Na infância da menina, o abuso sexual foi perpetrado em sua maioria pelo pai (51,5%), seguido de parentes (17%) e padrasto (14%). Na infância dos meninos, o pai (56,3%), parentes (12,5%) e a mãe (8,3%) foram as pessoas que mais cometeram o abuso. Os resultados também revelaram que em mais da metade da população do CEARAS (60%), outros casos de abusos sexuais aconteceram em gerações anteriores e com outras pessoas da mesma família. A ocorrência de experiências sexuais abusivas não denunciadas no histórico de vida dos pais foi encontrada em 87 (25%) casos. O histórico de abuso nos pais de crianças ou adolescentes que sofreram violência sexual sugere a existência do fenômeno da transgeracionalidade do incesto. Na nossa amostra total, 71 mães (20%) revelaram experiências abusivas na infância ou adolescência. O histórico de abuso sexual na mãe foi considerado um forte potencial para a transmissão geracional do abuso sexual na filha. Considera-se o incesto um ciclo, que tende a se repetir se não for interditado / Sexual abuse in Brazil has become a public health problem not only because of the high incidence of this type of violence, but also because of its effects on the body and the psyche of those who suffer it. Incest is the most common form of sexual abuse and its consequences can reach future generations. There are few Brazilian studies that investigate sexually abusive experiences in parents of children and adolescents who have experienced sexual violence. This research carried out the survey of 346 medical records of families with a history of intrafamily sexual abuse supported at the Center for Studies and Attendance Related to Sexual Abuse (CEARAS), between 1993 and 2016, with the purpose of characterizing the population of the institution and verifying the repetition of the sexual abuse in the history of the family group, especially in the mother\'s life history. The quantitative methodology was used and psychoanalytic concepts of Freudian approach were presented to support the discussion. The survey revealed that the complaint of intrafamily sexual abuse occurred more frequently in girls (82%) when compared to boys (17%). The highest incidence of this form of violence occurred in childhood (0 to 12 years) for both girls (61.1%) and boys (80%). In most cases, during the childhood, the complainant, in both sexes, was the mother (44.2%). However, in the adolescence period of the girl, the mother (29.6%) and the adolescent herself (29.6%) reported in equal proportion. No male adolescent has made any reports. A great part of the sexual abuse occurred during a long period of time (42%). The most common type of sexual abuse was the libidinous act (73.3%), compared to the carnal conjunction (14%). The perpetrators of sexual violence were, in most cases, males (97.6%). In the girl\'s childhood, sexual abuse was perpetrated mostly by the father (51,5%), followed by relatives (17%) and stepfather (14%). In the boys\' childhood, the father (56.3%), relatives (12.5%) and the mother (8.3%) were the people who most committed abuse. The results also revealed that in more than half the population of CEARAS (60%) other cases of sexual abuse occurred in previous generations and with other people of the same family. The occurrence of abusive sexual experiences not reported in the parents\' life history was found in 87 (25%) cases. The history of abuse in parents of children or adolescents who have suffered sexual violence suggests the existence of the transgenerational phenomenon of incest. 71(20%) mothers, from our total sample, revealed to be victims of sexual abuse during their childhood or adolescence. Thus, the history of sexual abuse in the mother was considered a strong potential for the generational transmission of sexual abuse in the daughter. Incest is considered a cycle, which tends to repeat itself if it is not interdicted

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