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Estilo de vida sedentário e sua associação com fatores de risco cardiovasculares em adolescentes brasileiros : resultados do ERICA

Cureau, Felipe Vogt January 2017 (has links)
A presença de fatores de risco comportamentais relacionados ao estilo de vida, tais como inatividade física, comportamento sedentário, alimentação não saudável, consumo excessivo de álcool e tabagismo durante a adolescência pode estar associada a um pior perfil cardiometabólico em curto prazo e ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares na idade adulta. Na adolescência, a inatividade física pode ser destacada, uma vez que apresenta prevalência elevada, a qual tende a aumentar com a idade, e também é associada a um grande número de morbidades. O Estudo Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) é um estudo multicêntrico de base escolar, de delineamento transversal e abrangência nacional. Sua amostra foi composta por estudantes (12-17 anos) de escolas públicas e privadas, localizadas em zona urbana ou rural de municípios brasileiros com mais de 100.000 habitantes. A coleta de dados foi realizada entre 2013 e 2014 e envolveu a aplicação de questionários, avaliação antropométrica, medidas de pressão arterial e exames bioquímicos. A prevalência de inatividade física no lazer entre os participantes do ERICA, definida por um volume semanal acumulado menor que 300 minutos, foi de 54,3%. A prevalência de inatividade física foi superior no sexo feminino, adolescentes de 16-17 anos e que pertenciam às classes econômicas mais baixas. Além disso, 26,5% dos adolescentes referiram não praticar nenhuma atividade física no tempo de lazer. Outros resultados obtidos a partir de dados do ERICA mostram que um maior volume de prática de atividades físicas está associado a um melhor perfil cardiometabólico, enquanto passar longos períodos em frente a telas parece ser um fator de risco. Todavia, análises estratificadas permitiram observar que o excesso de peso pode modificar a associação entre tempo de tela e risco cardiometabólico, estando essa relação presente apenas entre adolescentes com sobrepeso ou obesidade. Adolescentes que praticavam atividade física e limitavam o tempo de tela em até duas horas diárias apresentaram um melhor perfil cardiometabólico quando comparados àqueles com um estilo de vida mais sedentário. Por fim, foi possível observar que 70% dos adolescentes brasileiros apresentaram pelo menos dois dos seguintes fatores de risco simultaneamente: inatividade física, tempo de tela excessivo, consumo reduzido de fibras, consumo excessivo de álcool e tabagismo. A presença de um maior número desses fatores de risco entre os adolescentes esteve associada com excesso de peso e obesidade abdominal em uma relação de dose-resposta. Combinações entre fatores de risco que representam um estilo de vida sedentário e uma alimentação não saudável apresentaram prevalência elevada e associaram-se a aos marcadores de adiposidade estudados. Os resultados compilados nessa tese indicam que a prevalência de inatividade física no lazer em adolescentes brasileiros é elevada e muitos adolescentes relataram não praticar nenhuma atividade física. Além disso, a prevalência simultânea de múltiplos comportamentos de risco relacionados ao estilo de vida está presente em 70% dos adolescentes. Por outro lado, a prática de atividade física associou-se a redução no risco cardiometabólico, independentemente da adiposidade; esta relação é potencializada em adolescentes que praticam atividade física e limitam o tempo sedentário, enquanto que estilo de vida sedentário somado a uma dieta pobre em fibras está associado com excesso de peso. Esses resultados sugerem que intervenções visando modificar o estilo de vida de adolescentes brasileiros são necessárias, com ênfase em estratégias visando à promoção de um estilo de vida mais ativo e alimentação saudável.
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Prevalência de sintomas depressivos em idosos do município de Santo Estêvão- Bahia

Frank, Mônica Hupsel January 2005 (has links)
Submitted by Hiolanda Rêgo (hiolandarego@gmail.com) on 2014-01-30T18:02:07Z No. of bitstreams: 1 Dissertação_Med_Mônica Hupsel Frank.pdf: 1575367 bytes, checksum: 0da25e299eb33ef892bd455bd3e9486e (MD5) / Approved for entry into archive by Flávia Ferreira (flaviaccf@yahoo.com.br) on 2014-02-21T19:36:40Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação_Med_Mônica Hupsel Frank.pdf: 1575367 bytes, checksum: 0da25e299eb33ef892bd455bd3e9486e (MD5) / Made available in DSpace on 2014-02-21T19:36:40Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertação_Med_Mônica Hupsel Frank.pdf: 1575367 bytes, checksum: 0da25e299eb33ef892bd455bd3e9486e (MD5) / O aumento do número de idosos no Brasil mudou o perfil de morbimortalidade, com predomínio de doenças crônicas, entre elas a depressão. Existe no entanto, situações nas quais os sintomas depressivos apresentados não preenchem os critérios estabelecidos pelo CID 10 ou DSM IV para qualquer transtorno do humor. No entanto, são mais comuns que estes e comprometem a qualidade de vida. Poucos são os estudos na população brasileira, especialmente rural, sobre a prevalência destes sintomas. Objetivo: determinar a prevalência dos sintomas depressivos em idosos do município de Santo Estêvão – Bahia – Brasil. Desenho do estudo: descritivo de corte transversal. Material e Métodos: foram analisados 1944 questionários preenchidos pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) nos domicílios dos idosos, incluindo a aplicação da escala de depressão geriátrica de 15 itens (GDS 15). Definiram-se cinco como ponto de corte para sintomas depressivos clinicamente relevantes, sendo analisados também os pontos de corte de oito ou mais e dez ou mais sintomas, para a possibilidade de doença moderada e severa, respectivamente. Resultados: média de idade 71,9 ± 8,2 anos e média de 5,2 sintomas por indivíduo. A prevalência de sintomas depressivos clinicamente relevantes foi de 59,3%, 16,7% e 5,1% para os três pontos de corte estabelecidos. Houve significância estatística para o ponto de corte de cinco ou mais sintomas, para sexo feminino, indivíduos maiores que oitenta anos, analfabetos, não casados e os que não conviviam com companheiro. Para o ponto de corte de oito ou mais sintomas, para sexo feminino, indivíduos que permaneciam trabalhando, analfabetos e não casados ou que não conviviam com companheiro. Para o ponto de corte de dez ou mais sintomas para sexo feminino, não casados ou que não conviviam com companheiro. Conclusões: A prevalência encontrada foi superior à referida na literatura para populações semelhantes, para estudos que utilizaram o mesmo instrumento e para os estudos nacionais, possivelmente pelo perfil sóciodemográfico da população.
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Esquistossomose Mansônica no Estado da Bahia: produção da doença no espaço e medidas de controle.

Carmo, Eduardo Hage 16 September 1994 (has links)
Submitted by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2014-07-21T13:14:36Z No. of bitstreams: 1 Dissertação Eduardo Hage. 1994.pdf: 17558130 bytes, checksum: ebc14038dd3da730f1c3582b004d50b4 (MD5) / Approved for entry into archive by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2014-07-21T13:55:13Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação Eduardo Hage. 1994.pdf: 17558130 bytes, checksum: ebc14038dd3da730f1c3582b004d50b4 (MD5) / Made available in DSpace on 2014-07-21T13:55:13Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertação Eduardo Hage. 1994.pdf: 17558130 bytes, checksum: ebc14038dd3da730f1c3582b004d50b4 (MD5) / Visando contribuir para o conhecimento das modificações no padrão de distribuição das prevalências municipais da esquistossomose mansônica no estado da Bahia e dos seus determinantes, foram analisados os resultados de inquéritos coproscópicos realizados em todo o estado nas décadas de 1950 a 1990. Verificou-se uma redução da prevalência média de esquistossomose para o estado como um todo de 15,6% para 9,5%, no período de estudo. Não foram observadas modificações substanciais no padrão de distribuição espacial da prevalência. Entretanto, em municípios do oeste, sudoeste e litoral norte do estado, verificou-se aumento da prevalência, indicando o surgimento de novas áreas de transmissão. Comparando-se as variações das prevalências municipais de acordo com a utilização da quimioterapia em larga escala, verificou-se que houve redução na bacia do Paraguaçu, onde vem sendo intensamente adotada tal medida, em proporção semelhante ao que foi observado para algumas áreas sem quimioterapia. As análises de correlação e regressão utilizadas não evidenciaram associação entre a quimioterapia e a variação da prevalência, observando-se correlações significativas entre esta última variável e a dinâmica populacional. Estes resultados indicam que a redução da prevalência de esquistossomose no estado não pode ser atribuída exclusivamente à utilização da quimioterapia, mas deve contemplar a articulação com os fatores relacionados à organização do espaço, que contribuem para diminuir o risco de transmissão. A forma incompleta e espacialmente desigual que caracteriza o processo de urbanização, aliada a intensa mobilidade da população, possibilita a disseminação da esquistossomose mansônica para novas áreas de transmissão, como evidenciado no estado da Bahia.
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Prevalência, conhecimento, tratamento e controle da hipertensão arterial sistêmica e fatores de risco cardiovascular na população urbana adulta de Tubarão (SC)

Pereira, Márcia Regina 16 July 2013 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Curso de Mestrado em Ciências Médicas, Florianópolis, 2005 / Made available in DSpace on 2013-07-16T01:22:59Z (GMT). No. of bitstreams: 1 276396.pdf: 1083329 bytes, checksum: 13172a8343a6e260c53acc37279e236a (MD5) / Objetivos: Estimar a prevalência, o conhecimento, o tratamento e o controle da Hipertensão Arterial Sistêmica, e a prevalência de fatores de risco cardiovascular em uma amostra da população urbana adulta de Tubarão (SC). Método: Foi realizado um estudo transversal, de base populacional, com uma amostra estratificada a partir de uma listagem dos pontos de luz da CELESC (Centrais Elétrica de Santa Catarina), selecionando-se aleatoriamente 366 domicílios, em que participaram 707 indivíduos maiores de 18 anos, com uma taxa de participação de 90%.Foi aplicado um questionário, aferidas a pressão arterial e as medidas antropométricas em uma visita domiciliar conduzida por estudantes de medicina, previamente treinados. Resultados: A prevalência de hipertensão arterial pelo critério do Seventh Report of The Joint National Committee on the Prevention, Detection, and Treatment of High Blood Pressure (PA? 140 x 90 mmHg ) foi de 36,4%. Considerando-se os indivíduos normotensos em uso de anti-hipertensivos, esta taxa de prevalência foi de 40,5%. Tinham conhecimento da hipertensão 55,6%, estavam em tratamento farmacológico 46,8% e estavam com a pressão arterial controlada 10,1 % dos hipertensos. A prevalência de hipertensão foi maior no sexo masculino, entretanto as mulheres conheciam, tratavam e controlavam mais do que os homens. A prevalência de hipertensão aumentou com a idade em ambos os sexos.A prevalência dos principais fatores de risco cardiovascular nesta amostra foi: tabagismo - 20,1%; hipercolesterolemia e diabetes mellitus referidos - 17% e 7,2% respectivamente; idade maior que 60 anos - 20,1%; história familiar de doença cardiovascular - 27,4%; sobrepeso /obesidade - 57,7% e obesidade abdominal - 33,4%. Conclusão: A prevalência estimada de Hipertensão Arterial na população adulta urbana de Tubarão em 2003 foi de 40,5%. Pouco mais que a metade dos hipertensos conheciam sua condição de portadores de HAS; destes, quase metade estavam em tratamento e apenas 10% sob controle. Programas objetivando prevenção e tratamento da hipertensão deveriam ser implementados nesta população. / Objetives: The purpose of this study was to estimate the prevalence of systemic arterial hypertension; determine the status of hypertension awareness, treatment and control; and to estimate the prevalence of cardiovascular risk factors in the adult urban population of Tubarão, (SC). Method: A cross-sectional, population-based study was performed with a stratified sample taken from a list of urban sites where there was electrical power provided by CELESC (Centrais Elétricas de Santa Catarina). A random stratified sample by power consuption selected 366 households, in which 707 individuals, older than 18 years of age, participated of the study. The participation rate was 90%. A questionnaire was given to all patients and arterial blood pressure and anthropometric measures were taken by trained medicine students in a domicile visit. Results: The prevalence of arterial blood pressure by the criteria of the Seventh Report of The Joint National Committee on the Prevention, Detection, and Treatment of High Blood Pressure ( PA > 140 x 90 mmHg ) was 36.4%.If considering the individuals using anti-hypertensive agents the rate was 40.5%. Of the hypertensive patients, 55.6% had awareness of hypertension, 46.8% were in pharmacological treatment, and 10.1% had their blood pressure controlled. The prevalence of hypertension was higher in males, while women knew about, treated, and controlled their hypertension better than men. The prevalence of hypertension was higher in old ages in both genders. In this population the prevalence of the main cardiovascular risk factors were: tobacco usage - 20.1%; self-reported hypercholesterolemia and diabetes mellitus - 17% and 7.2% respectively; age higher than 60 years - 20.1%; family history of cardiovascular disease - 27.4%; overweight and obesity - 57.7%; and abdominal obesity - 33.4%. Conclusion: The estimated prevalence of hypertension in the adult urban population of Tubarão in 2003 was of 40.5%. A little more than half of hypertensive individuals aware of their hypertension, almost half of them were in treatment and only 10% were controlled. Programs targeting hypertension prevention and treatment should be implemented in this population.
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Fatores associados com a experiência de cárie em crianças de 4 e de 6 anos de idade atendidas em um programa educativo-preventivo

Pinto, Leila Maria Cesário Pereira [UNESP] January 2003 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2014-06-11T19:33:01Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2003Bitstream added on 2014-06-13T20:24:33Z : No. of bitstreams: 1 pinto_lmcp_dr_araca.pdf: 1659004 bytes, checksum: c01629d95558e0eba10769c9f05d9769 (MD5) / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / A cárie dentária é considerada a doença infecciosa crônica mais comum da infância. A pesquisa de sua manifestação tem como propósito identificar os fatores associados com o seu desenvolvimento e, dessa maneira, reduzir sua incidência. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar a experiência de cárie e identificar os fatores de risco associados com o seu desenvolvimento em crianças atendidas em um programa educativo-preventivo. A amostra desse estudo foi composta por 466 crianças, nas faixas etárias de 4 e de 6 anos, atendidas na Bebê-Clínica da Universidade Estadual de Londrina - PR. Exame clínico foi realizado para avaliar as condições dentárias e registrar o índice de placa. Um formulário foi aplicado às mães ou responsáveis para obter informações sobre fatores comportamentais e socioeconômico-culturais. Coleta de saliva foi realizada para avaliar os níveis de estreptococos do grupo mutans. Os dados foram submetidos à análise estatíst ica multivariada. Das 466 crianças examinadas, 112 (24,0%) desenvolveram a doença. Observou-se uma maior prevalência de cárie nas crianças aos 6 anos de idade, porém o padrão dos índices ceo-d e ceo-s foi quase o mesmo para as faixas etárias de 4 e de 6 anos. Os dentes mais afetados foram os incisivos centrais superiores e segundos molares inferiores aos 4 e 6 anos de idade respectivamente. Mostraram-se como fatores de risco para cárie, em ordem decrescente, a dificuldade em seguir as recomendações do programa, o início da utilização do fio dental somente após 24 meses de idade, renda per capita inferior a R$150,00, abandono da mamadeira após 48 meses de idade, a concepção dos pais de que algum dia o filho terá cárie e ausência de higienização bucal após utilização da mamadeira noturna. Níveis elevados de estreptococos do grupo mutans na saliva mostraram associação positiva... / The dental caries is considered the most common chronic infectious disease of the infancy. The research studies of its manifestation have the purpose to identify the factors wich are associated with its development and, thus, to reduce its incidence. Therefore, the aim of this study was to asses caries experience and to identify the risk factors associated with its development in children who are attended in a preventive-education program. The study sample included 466 children in the ages of four and six years, who are attended at Bebê-Clínica of Universidade Estadual de Londrina, Paraná, Brazil. The clinical examinations were conducted to evaluate dental conditions and plaque index register. A questionnaire was applied to the mothers or to the guardians to bring out information about the cultural, socioeconomic and behavioural risk factors. Saliva was collected to evaluate the mutans streptococci levels. Data was submitted to the multivariate statistic analysis. Among the 466 examined children, 112 (24,0%), has developed the disease. It was observed higher caries prevalence among the six-year-old children, although the dmft and dmfs indexes’ standard was almost the same for those aged 4 and 6 years. The most affected teeth were the maxillary central incisors and mandibular second molars in the ages of 4 and 6 years, respectively. It was showed as risk indicators for dental caries, in a decreasing order: the difficulties in following the program recommendations, the beginning of the use of dental floss after the child is 24 months old, per capita income below than 150,00 reais, to stop using baby bottle after 48 months old, the parents’conception that one day the children will have dental caries and the absence of toothbrushing habit after the use of nighttime bottle. It was found a positive association among high levels of Streptococcus mutans and deficient oral hygiene...(Complete abstract click electronic access below)
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Prevalência e fatores de risco para transtornos psiquiátricos na epilepsia do lobo temporal

Bragatti, José Augusto January 2009 (has links)
A associação entre transtornos psiquiátricos e epilepsia é frequente, embora dados epidemiológicos a respeito desta associação ainda não estejam bem esclarecidos, devido a problemas metodológicos, indefinição de termos e diferenças nas populações estudadas. Fatores de risco neurobiológicos, psicossociais e farmacológicos têm sido apontados para esta associação, porém, o tema permanece controverso. Em países subdesenvolvidos, incluindo o Brasil, onde é sabido que a prevalência da epilepsia é maior em relação aos países industrializados, não existem dados epidemiológicos consistentes. É importante conhecermos a prevalência e os fatores de risco das comorbidades psiquiátricas em pacientes epilépticos, devido ao impacto direto na qualidade de vida destes pacientes. Estudos fisiopatológicos sobre ambas as doenças levaram à hipótese de um compartilhamento de mecanismos comuns, representados por alterações funcionais e estruturais afetando um mesmo circuito: o Sistema Límbico. Assim, diversas alterações de neuroimagem, genéticas e moleculares, comuns a ambas as condições, têm sido descritas e necessitam ser bem conhecidas. Um dos elementos moleculares mais importantes para a estrutura e função do Sistema Límbico, é o Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF, do inglês Brain- Derived Neurotrophic Factor), proteína envolvida com o crescimento e a proteção neuronais. Um polimorfismo funcional do gene do BDNF, o Val66Met, uma troca de um aminoácido Valina por uma Metionina no códon 66 do gene, tem sido largamente estudado. Evidências clínicas e experimentais têm associado este polimorfismo a diversos transtornos neuropsiquiátricos, porém a relação direta entre as variantes genéticas do BDNF e a Epilepsia é menos clara. No entanto, é plausível supor que esta neurotrofina esteja envolvida no desenvolvimento de transtornos psiquiátricos na epilepsia do lobo temporal. Esta dissertação avaliou a prevalência e os fatores de risco para transtornos psiquiátricos na Epilepsia do Lobo Temporal, e estudou um aspecto molecular possivelmente envolvido nesta associação. Primeiro, estudamos a prevalência de transtornos psiquiátricos em pacientes com Epilepsia do Lobo Temporal, utilizando uma entrevista padronizada e estruturada, com critérios diagnósticos em conformidade com o DSM-IV. Encontramos comorbidades psiquiátricas em 54% dos nossos pacientes. Este resultado encontra-se na margem superior do espectro de resultados obtidos em estudos semelhantes, o que nos tentou a supor que a prevalência de transtornos psiquiátricos em pacientes com Epilepsia do Lobo Temporal, em nosso meio, pode ser ainda maior que nos países desenvolvidos. A segunda parte do trabalho é um estudo sobre fatores de risco para transtornos de humor numa coorte de pacientes com Epilepsia do Lobo Temporal. Nós encontramos duas variáveis com efeitos independentes para transtornos de humor em nossos pacientes: história familial psiquiátrica positiva e presença de alterações eletroencefalográficas irritativas envolvendo o hemisfério esquerdo. Num modelo de regressão logística, desenvolvemos uma fórmula capaz de predizer um diagnóstico de transtorno de humor em nossos pacientes, em 71% dos casos. Por fim, estudamos o impacto do polimorfismo Val66Met do gene do BDNF na Epilepsia do Lobo Temporal, e os resultados foram publicados no terceiro artigo. Apesar de não terem sido encontradas diferenças nas frequências deste polimorfismo entre os grupos de pacientes com Epilepsia do Lobo Temporal e o grupo controle de indivíduos normais, a hipótese de seu envolvimento na fisiopatogenia da Epilepsia permanece plausível, e necessita de mais estudos. Concluindo, a presente dissertação produziu alguns resultados importantes a respeito da Epilepsia do Lobo Temporal em nosso meio. A prevalência de transtornos psiquiátrico em nossos pacientes é elevada. Os transtornos de humor, a comorbidade psiquiátrica mais frequente, estão associados a dois fatores de risco isolados, específicos e independentes. Por fim, chegamos à conclusão que o polimorfismo Val66Met do gene do BDNF provavelmente não tem um impacto direto sobre a epilepsia do lobo temporal, porém, estudos mais detalhados, com populações selecionadas, podem contribuir para o conhecimento dos efeitos desta variante genética sobre os transtornos psiquiátricos. / Psychiatric disorders associated to Epilepsy are frequent, although epidemiologic data concerning this comorbidity are not yet clear, probably due to methodologic problems, indefiniton of terms and different populations studied. Neurobiologic, psychosocial and pharmacological risk factors have been implicated in this association, but the issue remains controverse. In developing countries like Brazil, where the prevalence of epilepsy is greater than in industrialized countries, there are few studies regarding these maters. However, it is important to know about prevalence of psychiatric comorbidities in epileptic patients, because of the direct impact of these conditions over quality of life in these patients. Pathophysiological studies about Epilepsy and psychiatric disorders suggest that both diseases share of common mechanisms, among them structural and functional abnormalities in the Limbic System. Indeed, many neuroimaging, genetic, and molecular alterations common to both diseases have been described and need to be better studied. One of the most important molecular elements to function and structure of the Limbic System is the Brain-Derived Neurotrophic Factor (BDNF), a protein involved with neuronal growth and protection. A functional polymorphism of the coding gene of BDNF, the replacement of a valin by a methionine aminoacid on the gene position 66 (Val66Met), has been largely studied. Experimental and clinical evidences have associated this polymorphism to many neuropsychiatric disorders, but the direct relation of this BDNF variant with Epilepsy is less clear. Nevertheless, it is plausible to supose that this neurotrophin has some participation in the development of psychiatric disorders in Temporal Lobe Epilepsy. The present dissertation assessed the prevalence and risk factors for psychiatric disorders in Temporal Lobe Epilepsy and studied a molecular aspect possibly involved in this association. First, we studied the prevalence of long-life psychiatric disorders in patients with Temporal Lobe Epilepsy, using a structured method of interview, with objective criteria for DSM-IV diagnoses. We found psychiatric disorders in 54% of our patients. This result is elevated when compared with other studies, leading us to the hypothesis that the prevalence of psychiatric disorders in patients with Temporal Lobe Epilepsy in our patients might be even grater that that observed in developed countries. The second part of our work is a study concerning major risk factors for humor disorders in a cohort of patients with Temporal Lobe Epilepsy. We found two variables with independent effects: positive psychiatric familial history and left-sided irritative focus on EEG. In a logistic regression model, we developed an equation capable to predict a diagnosis of humor disorder in our patients in 71% of cases. Finally, we studied the impact of the Val66Met polymorphism over the Temporal Lobe Epilepsy. Although there are no differences in the polymorphism frequencies between patient and control groups, it is still plausible the involvement of this variant in the physiopathogenesis of Epilepsy, and further studies are needed. Concluding, this dissertation yielded some important data concerning Temporal Lobe Epilepsy in our environment. Prevalence of psychiatric disorders in our patients is elevated. Humor disorder, the most frequent psychiatric comorbidity, is associated with two specific and independent risk factors. Last, we concluded that the Val66Met polymorphism of the BDNF gene coding has no direct impact over temporal lobe epilepsy, but more detailed studies, with selected populations, should contribute to knowledge of the effects of this genetic variation over psychiatric disorders in Temporal Lobe Epilepsy.
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Alterações nutricionais em transplantados renais : prevalência, fatores de risco e complicações

Moreira, Thais Rodrigues January 2010 (has links)
Objetivo: Avaliar a prevalência das alterações nutricionais em transplantados renais (TR) e sua influência na evolução desses pacientes. Método: estudo de coorte retrospectivo com transplantados renais de 01/01/2000 a 31/12/2007. Excluídos: prontuários incompletos, idade < 18 anos e pacientes transplantados de múltiplos órgãos. Os dados foram coletados antes do transplante renal, 1, 2 e 5 anos pós-transplante. Fatores em estudo: estado nutricional pré-transplante conforme o IMC (Classificação segundo a OMS) e mudança de estado nutricional 1 ano pós-TR. Variáveis: raça, idade, gênero, tipo de doador, esquema imunossupressor, número de hospitalizações, tempo de isquemia fria, dislipidemia, tempo em diálise, e painel de reatividade. Desfechos: incidência de função tardia do enxerto (DGF), complicações da ferida operatória, sobrevida do enxerto, sobrevida do paciente, perda precoce do enxerto, rejeição aguda, eventos cardiovasculares, filtração glomerular estimada pela fórmula de MDRD e desenvolvimento de Diabetes Mellitus (DM) pós-TR. Análise estatística: Qui-Quadrado, ANOVA, análise sobrevida pelo teste de Kaplan-Meier e o modelo de Equações de Estimação Generalizada para avaliar o comportamento ao longo do tempo da TFG. Para significância estatística foi considerado o valor de P<0,05. Resultados: Foram avaliados 447 pacientes e a distribuição do estado nutricional pré-TR foi de 31 (6,9%) desnutridos, 248 (55,5%) eutróficos, 120 (26,8%) sobrepesos e 48 (10,7%) obesos. As mudanças de estado nutricional no primeiro ano pós-TR mostraram que 228 (64,3%) pacientes não mudaram de estado no período, 13 (2,9%) desnutridos tornaram-se eutróficos, 5 (1,1%) eutróficos tornaram-se desnutridos, 63 (14,1%) eutróficos migraram para sobrepeso/obesidade, 15 (3,3%) com sobrepeso/obesidade tornaram-se eutróficos. Em relação à avaliação de estado nutricional pré e os desfechos em 1 ano observou-se que os receptores com desnutrição e obesidade tiveram maior número de perdas precoces do enxerto (9,7% e 12,5%) quando comparados aos grupos eutróficos e sobrepeso (3,2% e 6,2%), P=0,042. Os receptores com sobrepeso e obesidade tiveram mais desenvolvimento de DM pós-TR (25% e 26,3%) em comparação com os outros grupos (15,4% e 12,4%), P=0,018, o que manteve-se na análise de 5 anos pós-TR (P=0,017). Não houve diferença significativa na análise de sobrevida de enxerto e de pacientes em 1 e 5 anos em relação ao estado nutricional pré-TR. Encontrou-se que os pacientes com obesidade e sobrepeso diminuem significativamente suas taxas de TFG em 5 anos em relação aos demais pacientes, P=0,002. Conclusão: Encontrou-se uma prevalência de sobrepeso e obesidade pré-transplante de 26,8% e 10,7%. Estas alterações estão associadas com desenvolvimento de DM pós-TR, perda precoce do enxerto e diminuição da TFG ao longo do tempo.
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Rastreamento do câncer de próstata : capacidade preditiva da idade e dos níveis séricos de antígeno prostático específico em homens com idade entre 45 e 65 anos em programa de detecção precoce

Trapp, Claudemir January 2010 (has links)
Objetivo: Determinar a prevalência de câncer de próstata em amostra de pacientes de uma faixa etária restrita que atendeu ao convite para participação de campanha de detecção oferecido pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Pacientes e Métodos: Durante a”Quinzena da Próstata” oferecida em 2007, 309 indivíduos compareceram à campanha. Todos os homens foram entrevistados e tiveram seu sangue coletado para a medida do PSA. A partir da amostra inicial, 271 pacientes com idade entre 45 e 65 anos preencheram os critérios de elegibilidade e foram convidados a realizar a biópsia prostática independente dos resultados de PSA. Resultados: Dos 271 pacientes que agendaram a biópsia, 170 (73%) a realizaram. Entre os 170 pacientes, 72% apresentaram valores de PSA inferiores a 2,5 ng/ml; Dezoito homens tiveram diagnóstico de câncer de próstata(10,6%). Nenhum indivíduo com idade inferior a 50 anos apresentou câncer. A faixa etária mais acometida foi entre 55 e 65 anos (94%). Entre os homens com diagnóstico de câncer de próstata, 16,7% apresentaram PSA inferior a 2,5 ng/ml. Conclusão: O PSA e a idade foram fatores preditivos do câncer de próstata entre os 170 homens submetidos à avaliação em nossa campanha. Houve aumento do número de neoplasia entre os mais velhos e naqueles com PSA mais elevado. Mas o estudo chamou a atenção para o número de pacientes com câncer e com valores de PSA menores do que os preconizados como suspeitos.
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Estimativa do número de casos de transtorno do espectro autista no sul do Brasil / Estimation of the number of autista spectrum disorder cases in the south of Brazil

Beck, Roberto Gaspari January 2017 (has links)
The aim of this study was to characterize the reported cases of Autism Spectrum Disorder and to estimate the prevalence in Southern Brazil. This is a descriptive exploratory epidemiological study using secondary data from support institutions for individuals with Autism Spectrum Disorder at different ages and in the states of southern Brazil, in 2016 and 2017. The disease prevalence was estimated according to the population of each responding municipality. A total of 1254 cases of this disorder were reported, with an estimated prevalence of 3.85 / 10,000 inhabitants, being 3.31 / 10,000 in the state of Rio Grande do Sul, 3.94 / 10,000 in Santa Catarina and 4.32 / 10,000 in Paraná. The sex ratio found was 2.2 male cases for each female case. The proportion of female cases was higher in SC than in RS and PR (p <0.007). Age information was obtained for 773 cases (62%), with a mean age of 13.94 (± 9.77) years. The highest number of cases reported was in the range of 5 to 9 years old . For those who reported the age of diagnosis, the mean was higher than would be expected, causing concerning about late diagnosis which may impair the development of children, especially in school introduction phase. / Submitted by Roberto Gaspari Beck (roberto.beck@unisul.br) on 2017-11-23T11:31:14Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5) DISSERTAÇÃO ROBERTO GASPARI BECK VERSÃO FINAL REPOSITÓRIO UNISUL.pdf: 1031666 bytes, checksum: 790abb91cf9dd9ae4831317f29d3b4c4 (MD5) / Approved for entry into archive by Silvane Cauz (silvane.cauz@unisul.br) on 2017-11-23T11:38:49Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5) DISSERTAÇÃO ROBERTO GASPARI BECK VERSÃO FINAL REPOSITÓRIO UNISUL.pdf: 1031666 bytes, checksum: 790abb91cf9dd9ae4831317f29d3b4c4 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-11-23T11:38:49Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5) DISSERTAÇÃO ROBERTO GASPARI BECK VERSÃO FINAL REPOSITÓRIO UNISUL.pdf: 1031666 bytes, checksum: 790abb91cf9dd9ae4831317f29d3b4c4 (MD5) Previous issue date: 24 / O objetivo deste estudo foi caracterizar os casos relatados de Transtorno do Espectro Autista e estimar a prevalência no Sul do Brasil. Trata-se de um estudo epidemiológico exploratório descritivo, que utilizou dados secundários de órgãos de apoio a indivíduos com Transtorno do Espectro Autista em diferentes idades e nos Estados do sul do Brasil, nos anos de 2016 e 2017. O cálculo de estimativa de prevalência da doença foi realizado segundo a população de cada município respondente. Foram relatados 1254 casos deste transtorno, com prevalência estimada em 3,85/10.000 habitantes, sendo 3,31/10.000 no estado do Rio Grande do Sul, 3,94/10.000 em Santa Catarina e 4,32/10.000 no Paraná. Verificou-se uma razão de 2,2 casos do sexo masculino para cada caso do sexo feminino. A proporção de casos no sexo feminino foi maior em SC do que no RS e PR (p<0,007). Para 773 casos (62%) obteve-se informação de idade, com média de 13,94 (±9,77) anos. O maior número de casos relatados estava na faixa de 5 a 9 anos de idade. Para aqueles que relataram a idade do diagnóstico, a média foi acima do que seria esperado, alertando para o diagnóstico tardio, que pode trazer prejuízos ao desenvolvimento das crianças, especialmente na introdução escolar.
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Colonização de pacientes grávidas por Streptococcus agalactiae em Taguatinga, Distrito Federal, Brasil

Siqueira, Fabio. January 2017 (has links)
Orientador: Adriano Dias / Resumo: Objetivo: verificar a prevalência do estreptococo do grupo B em gestantes de Taguatinga, Distrito Federal, Brasil. Desenho: Estudo transversal. Local: Taguatinga (Região metropolitana de Brasília), Distrito Federal, Brasil. Introdução: o estreptococo do Grupo B é responsável por infecções graves em neonatos, resultante da transmissão vertical por gestantes colonizadas nas regiões anal, perineal ou vaginal. A identificação das pacientes colonizadas e uso de profilaxia intraparto podem reduzir o risco de infeção neonatal Métodos: Estudo transversal em pacientes gestantes entre a 35 e 37ª. semana de gravidez. Foi coletado material das pacientes para identificação laboratorial do Estreptococo do grupo B. Também foram coletados dados epidemiológicos das pacientes como peso, altura, índice da massa corporal, uso de antibióticos durante a gravidez, comorbidades durante a gravidez (diabetes, doenças hipertensivas, hipotireoidismo), gemelaridade, entre outras. Resultados: a amostra foi composta de 501 gestantes e a prevalência para o estreptococo do grupo B foi de 14%. A média de idade foi de 29 anos e o índice de massa corporal de 30,7. Durante a gravidez 204 pacientes tiveram algum tipo de infecção e 201 foram usaram antibióticos, 95 foram diagnosticadas com diabetes melito gestacional e 74 com alguma doença hipertensiva. Conclusão: a prevalência encontrada não difere do verificado por outros autores. Dentre os fatores estudados nenhum manifestou-se como fator de risco ou de proteçã... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Doutor

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