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Avaliação de polimorfismos em genes envolvidos na resposta imune inata de pacientes infectados com HIV-1 e sua influência na progressão à AIDS

Medeiros, Rubia Marília de January 2012 (has links)
Variações em genes de resposta imune têm sido associadas com a progressão à AIDS. Após a infecção pelo HIV a proteína sérica MBL é capaz de reconhecer N-glicanos presentes na glicoproteína viral gp120. Além disso, TLRs reconhecem diferentes moléculas antigênicas do vírus presentes no interior da célula, como o ssRNA viral reconhecido pelo TLR7 e o DNA proviral reconhecido pelo TLR9. O presente estudo investigou a influência de polimorfismos nos genes MBL2, TLR7 e TLR9 na progressão à AIDS em uma população com ancestralidade Europeia e Africana. A partir da investigação retrospectiva de 3.300 prontuários médicos de pacientes HIV+ em atendimento regular, 107 indivíduos foram classificados quanto à progressão para a AIDS (20 progressores rápidos, 29 progressores lentos e 58 outros). Através de técnicas de biologia molecular, polimorfismos na região promotora (H/L, rs11003125 e X/Y, rs7096206) e no exon-1 (R52C, rs5030737; G54D, rs1800450; G57E, rs1800451) do gene MBL2 foram determinados, assim como do gene TLR7 (Gln11Leu, rs179008) e do gene TLR9 (T-1237C, rs5743836 e G1635A, rs352140). Para avaliar a influência dos genótipos na progressão para AIDS, testes estatísticos como Análise de Sobrevivência (Kaplan-meier), regressão de Cox e regressões logísticas binárias foram realizados; além disso, a presença dos alelos CCR5del32 e HLA27/HLA57 foram utilizados como fator de correção. Foram observadas diferenças significativas na composição étnica dentro das categorias de progressão, 58,6% dos pacientes com progressão lenta eram Afrodescendentes (p<0.05). A Análise de Sobrevivência para o polimorfismo -1237T/C no TLR9 revelou uma associação significativa entre os portadores do alelo C e um tempo mediano maior (10 anos) de progressão à AIDS, quando comparado com os portadores do alelo A (6 anos). Além disso, esta associação também foi reproduzida na regressão multivariada de Cox (0,616 Hz, 95% CI 0,379-1,003, p <0,05), incluindo idade e etnia como variáveis. No entanto, ajustando o modelo para a presença dos alelos CCR5del32 e HLA-B27/57 a associação foi perdida. Já para o polimorfismo +1635G/A no TLR9, ao analisar a variação dentro dos grupos étnicos, encontramos uma associação significativa do alelo A com a progressão rápida para AIDS em Eurodescendentes. Nenhum resultado significativo foi encontrado para as variantes investigadas nos genes TLR7 e MBL2. Nossos resultados sugerem que o background genético é importante na progressão à AIDS, embora todos os genes e variantes responsáveis por este comportamento ainda não estejam identificados. Além disso, os dados indicam uma relação entre os polimorfismos -1237T/C e +1635G/A no gene TLR9 e progressão para a AIDS. / Variations in innate immune response genes have been associated with different AIDS progression. In HIV infection MBL (mannose-binding lectin) recognizes N-glycans present in the viral glicoprotein gp120, and TLRs (toll-like receptors) recognizes different HIV molecules present inside the infected cell; ie TLR7 recognizes to viral RNA and TLR9 to proviral DNA. The present study investigated the influence of MBL2, TLR7 and TLR9 polymorphisms in AIDS progression in a population with European and African ancestry in patients from Southernmost Brazil. From 3,300 medical records of HIV+ patients, 107 were classified according to AIDS progression (20 rapids, 58 chronics and 29 slows AIDS progressors). Promoter region (H/L, rs11003125 e X/Y, rs7096206) and exon-1 region (R52C, rs5030737; G54D, rs1800450; G57E, rs1800451) polymorphisms in the MBL2 gene were determined, as well as in TLR7(Gln11Leu, rs179008) and TLR9 (T-1237C, rs5743836 e G1635A, rs352140). To evaluate the influence of genotypes in the progression to AIDS, statistical tests as Survival Analysis, Cox regression and binary logistic regressions were performed. Significant differences were observed in the ethnic composition within progression categories, 58.6% of slow-AIDS progressors patients were African-derived (p<0.05). Kaplan-Meier curves applied to polymorphism -1237T/C in TLR9 revealed a significant association between C allele carriers and longer time (10 years) for AIDS progression when compared with A allele carriers (6 years). Moreover, this association was also reproduced in the multivariate Cox regression (0.616 Hz, 95% CI 0.379 to 1.003, p <0.05), including age and ethnicity as variables. However, adjusting the model to the presence of the alleles CCR5del32 and HLA-B27/57 the association was lost. For the polymorphism +1635G/A in TLR9 gene, when analyzing the variation within ethnic groups, an statistically significant association of allele A (1.966 HZ, 95% CI 1.052 3.674, p<0.05) with rapid AIDS progression was observed in European-derived patients. No significant results for MBL2 and TLR7 polymorphism and AIDS progression were shown. Our data highlights a relationship between the investigated polymorphisms in TLR9 gene and progression to AIDS. In addition, the results suggests the genetic background is important in HIV-1 infection, although several genes and variants responsible by this behavior remain to be identified.
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Aborto provocado em mulheres vivendo com HIV/Aids

Pilecco, Flávia Bulegon January 2014 (has links)
Introdução: A feminização da epidemia e o aumento da expectativa de vida, trouxeram à tona a discussão sobre decisões reprodutivas de mulheres vivendo com HIV/Aids, incluindo a prática de aborto. Objetivo: Investigar como a interrupção de gestações se insere na trajetória de vida de mulheres vivendo com HIV/Aids. Metodologia: Foi feita uma revisão da literatura buscando estudos que investigaram a ocorrência e fatores associados à prática de aborto induzido em mulheres vivendo com HIV/Aids. Em uma segunda parte da tese, foram analisados dados referentes a um estudo transversal, que pesquisou mulheres vivendo com HIV/Aids de 18 a 49 anos, em Porto Alegre, Brasil, divididas em dois grupos: mulheres vivendo com HIV/Aids e mulheres não vivendo com HIV/Aids, recrutadas em serviços públicos de saúde. A amostra final foi composta por 684 mulheres vivendo com HIV/Aids, que tiveram 2.039 gestações, e 639 mulheres não vivendo com HIV/Aids, com 1.539 gravidezes. A associação entre preditores e desfecho (aborto provocado) foi analisada por meio de um modelo logístico de Equações de Estimativas Generalizadas. A terceira e última parte analisou dados dessa mesma pesquisa, sobre mulheres que tiveram aborto após o diagnóstico de HIV. Resultados: A revisão da literatura indicou que mulheres vivendo com HIV/Aids têm maiores taxas de aborto induzido, embora essas taxas tenham diminuído depois da introdução do protocolo de prevenção da transmissão vertical. A análise dos dados sobre aborto entre mulheres vivendo com HIV/Aids indicou que 6,5% das gestações entre mulheres vivendo com HIV/Aids foram findadas em aborto, mesma situação de 2,9% das gestações entre mulheres não vivendo com HIV/Aids. Entre mulheres vivendo com HIV/Aids, 7,7% das gestações ocorridas antes do diagnóstico foram findadas em aborto induzido, mesma situação 4,0% daquelas ocorridas após o diagnóstico. Ser mais velha, ter maior escolaridade, maior número de parceiros ao longo da vida, ter filhos antes da gravidez índice e não estar vivendo com parceiro durante a gestação foram associados à mais frequente prática de aborto entre mulheres vivendo com HIV/Aids. Na análise da ocorrência de aborto pós-diagnóstico, foi encontrado que dentre as mulheres que tiveram aborto após o diagnóstico a declaração de violência foi recorrente e o uso consistente de contracepção e de preservativo foi baixo. A mediana de tempo entre o diagnóstico e o aborto foi de dois anos. Em metade dos abortos, a motivação foi a mulher estar vivendo com HIV, embora apenas três, de 10 mulheres que declararam essa motivação não tenham tido outros filhos após o diagnóstico. Conclusões: Mulheres vivendo com HIV/Aids têm maior risco de ter aborto induzido ao longo da vida do que mulheres não vivendo com HIV/Aids. Entretanto, apesar de o HIV impactar na decisão na decisão por abortar, a vulnerabilidade socioeconômica e a relação com o parceiro destacam-se como fatores frequentemente associados à prática de aborto. Esse achado é atestado tanto por estudos quanti quanto qualitativos e reforçados por nosso achado de que a maioria dos abortos ocorridos na trajetória dessas mulheres aconteceu antes do diagnóstico de HIV. Assim, as pesquisas com o intuito de investigar aborto entre mulheres vivendo com HIV/Aids devem considerar o contexto específico de cada gestação. Em termos de políticas públicas é fundamental o investimento na difusão e disponibilização de insumos para a dupla proteção, como forma de reduzir as gravidezes não previstas. / Background: The feminization of the epidemic and the increased life expectancy has brought up the discussion about reproductive decisions of women living with HIV/Aids, including the practice of induced abortion. Objective: To investigate how the interruption of pregnancies is inserted in the trajectory of life of women living with HIV/Aids. Methodology: Firstly, a systematic literature review was conducted in order to search for studies that investigate the occurrence and determinants of induced abortion among women living with HIV/Aids. Secondly, data from a cross-sectional study that surveyed women living and not living with HIV/Aids, from 18 to 49 years old, in Porto Alegre, Brazil, were analyzed. The final sample consisted of 684 women living with HIV/Aids, which had 2,039 pregnancies, and 639 women not living with HIV/Aids, with 1,539 pregnancies. The association between the predictors and the outcome (induced abortion) was analyzed by using generalized estimates equations. Finally data from the aforementioned study about women who had abortion after HIV diagnosis were analyzed. Results: The literature review indicated that women living with HIV/Aids have higher rates of induced abortion, although these rates have decreased after the introduction of the protocol to prevent mother-to-child transmission. The analysis of data on abortion among women living with HIV/Aids indicated that 6.5% of pregnancies among women living with HIV/Aids ended on abortion, same situation as 2.9% of pregnancies among women not living with HIV/Aids. Among women living with HIV/Aids, 7.7% of pregnancies that occurred before HIV diagnosis were voluntarily terminated, same situation as 4.0% of those that occurred after HIV diagnosis. To be older, to have higher education and higher number of partners throughout life, to have children before the index pregnancy and not to be living with a partner during pregnancy were associated with abortion among women living with HIV/Aids. In the analysis of the abortions that occurred after HIV diagnosis, the occurrence of violence and the inconsistent use of contraception and condoms were common in the life course of women who had abortions after the HIV diagnosis. The median time between HIV diagnosis and the induced abortion was two years. The motivation for the practice of abortion was the woman to be living with HIV in half of the cases of abortion, although only three of 10 women who reported this motivation have not had other children after HIV diagnosis. Conclusions: Women living with HIV/Aids are at greater risk of having induced abortion throughout life than women not living with HIV/Aids. However, although HIV impacts in the decision to terminate a pregnancy, socioeconomic vulnerability and marital context stand out as factors frequently associated with induced abortion. This finding is confirmed both by quantitative and qualitative studies and reinforced by our finding that the majority of abortions that occur in the trajectory of these women happens before HIV diagnosis. Therefore research developed with the objective of investigating abortion among women living with HIV/Aids should consider the specific context of each pregnancy. In terms of public policy, it is essential to invest in the dissemination and availability of dual protection in order to reduce unplanned pregnancies.
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Prevalência e fatores de risco para síndrome metabólica e lipodistrofia em pacientes com HIV/AIDS

Alencastro, Paulo Ricardo de January 2010 (has links)
Estima-se que até dezembro de 2008, havia 33,4 milhões de pessoas infectadas pelo HIV no mundo, sendo 2,7 milhões de casos novos de infecção e 2,0 milhões o número de mortes por AIDS naquele ano. O Brasil é um dos países do mundo com maior número de casos de AIDS notificados. O inicio da terapia antirretroviral altamente potente (TARV) em pacientes infectados pelo HIV/AIDS aumentou consideravelmente a duração e a qualidade de vida, porém a redução da morbidade e mortalidade se acompanharam de aumento na prevalência de doenças crônicas. Síndrome metabólica e lipodistrofia, por exemplo, são prevalentes em pessoas infectadas pelo HIV e se acompanham de alterações metabólicas complexas e redistribuição de gordura corporal, ambas associadas com aumento de risco cardiovascular e prevalência de diabetes mellitus tipo 2. As diferenças nas taxas de prevalência da SM e no risco atribuível aos seus componentes são atribuídas às alterações nos pontos de corte dos seus componentes. Esses têm sido amplamente investigados, mas raramente na população infectada pelo HIV ou comparadas com a população geral. Além disso, alguns componentes da SM são particularmente vulneráveis aos efeitos da terapia antirretroviral altamente ativa (TARV). Da mesma forma, a prevalência de lipodistrofia varia de 2 a 84% e tal amplitude decorre de diferenças entre populações e da ausência de critérios diagnósticos padronizados. Estudo transversal foi realizado em pacientes infectados pelo HIV, de ambos os sexos, com 18 anos ou mais, que buscavam confirmação diagnóstica ou tratamento no serviço de referência para HIV/AIDS, da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul, no período de Junho de 2006 a Dezembro de 2008. Foram excluídos pacientes com retardo mental, em regime de restrição de liberdade e gestantes. O projeto foi aprovado pelos Comitês de Ética das instituições e todos os pacientes assinaram consentimento informado. Esta tese é apresentada no formato de quatro artigos. Nos dois primeiros, avaliamos a prevalência de síndrome metabólica, o risco atribuível a cada componente e fatores de risco para SM. No terceiro artigo, avaliaram-se critérios diagnósticos para lipodistrofia, lipohipertrofia e lipoatrofia, bem como suas prevalências, e no quarto artigo, os fatores de risco para lipodistrofia. O artigo número 1 dessa tese verificou a prevalência de síndrome metabólica de acordo com os critérios do National Cholesterol Education Program Expert Panel on Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults (NCEP-ATPIII), International Diabetes Federation (IDF) e da American Heart Association/National Heart, Lung and Blood Institute (AHA/NHL) e investigou o impacto de seus componentes sobre as taxas de prevalência entre adultos infectados pelo HIV. Também foram estimadas as populações infectadas pelo HIV com síndrome metabólica de acordo com as regiões brasileiras. O critério da AHA/NHLBI representou a maior prevalência de síndrome metabólica do que as observadas pelo NCEP-ATPIII e IDF. Entre os homens, destaca-se o risco atribuível na população para circunferência da cintura, que explicou 80% da prevalência de SM pelo critério da AHA/NHLBI, enquanto os triglicerídeos representaram o maior impacto sobre a prevalência de síndrome metabólica de acordo com todos os critérios, independentemente da idade, cor da pele e uso de TARV. Para as mulheres, a circunferência da cintura explicou, pelo menos 80% de prevalência de síndrome metabólica de acordo com o NCEP-ATPIII e AHA/NHLBI, enquanto que para a definição da IDF impactos semelhantes foram detectados para os componentes HDL-colesterol, triglicerídeos, pressão arterial. As regiões sul e sudeste apresentaram a maior população de indivíduos infectados pelo HIV com SM. No artigo número 2, identificaram-se características associadas à prevalência de síndrome metabólica, separadamente para homens e mulheres. Em ambos os casos, idade e índice de massa corporal associaram-se direta e independentemente com SM em pacientes infectados pelo HIV. O efeito do uso de TARV sobre a prevalência de SM pode ser confirmado para os homens, mas não para as mulheres, mas após o controle de confundidores tornou evidente o aumento na prevalência de SM com o uso de IP. Nesse estudo homens com maior escolaridade apresentaram maior risco de desenvolver SM, assim como aqueles que não praticavam atividade física, condições associadas à obesidade e aumento da resistência à insulina. Na prática clínica, o diagnóstico de lipodistrofia baseia-se em alterações na distribuição de gordura corporal com ou sem confirmação médica, medidas objetivas de circunferências e pregas, ou na quantificação de adiposidade através de métodos de imagem. Poucos estudos avaliaram essas alterações em pessoas sem infecção pelo HIV, tentando discriminar o aumento na gordura corporal associado ao envelhecimento, assim como aquele decorrente de melhora clínica após início da TARV, e há poucos estudos no Brasil que avaliaram prevalência e fatores de risco associados à lipodistrofia em portadores de HIV. O terceiro artigo avaliou critérios diagnósticos de lipodistrofia, comparando autorrelato de sinais com medidas objetivas e estimando diferenças entre homens e mulheres infectados pelo HIV, através de prevalências, médias ou percentis. Identificaram-se prevalências elevadas de sinais autorreferidos, ao quais se associaram significativamente com medidas objetivas. Caracterizando-se lipoatrofia e lipohipertrofia pela presença de pelo menos dois sinais autorreferidos ou medidas objetivas anormais, e lipodistrofia pela presença de hipertrofia ou atrofia, lipoatrofia foi mais prevalente entre os homens e lipohipertrofia entre as mulheres. No quarto artigo, de um modo geral, confirmou-se que os pacientes que fazem uso de TARV são diferentes dos que ainda não utilizaram antirretrovirais. Nos pacientes em uso de TARV, lipohipertrofia associou-se com sexo feminino, IMC e tempo de diagnóstico da infecção pelo HIV, enquanto nos sem tratamento associou-se com o IMC e inversamente com os níveis de CD4 abaixo de 350. Alterações no IMC associadas à lipohipertrofia podem ser resultantes da melhora do quadro de imunossupressão e o retorno do apetite à normalidade. A lipoatrofia esteve associada com cor da pele não branca, e maior tempo de diagnóstico da infecção pelo HIV. O IMC atuou como um fator de proteção em relação à lipoatrofia. Supõe-se que indivíduos com IMC elevado teriam maiores depósitos de gordura o que retardaria ou tornaria menos pronunciada a diminuição de gordura corporal. Embora a lipodistrofia pareça mais comum nos indivíduos que fazem uso de TARV, neste estudo também foram acometidos pacientes não expostos à TARV, fato já descrito por outros autores, sendo que a cor da pele não branca, o tabagismo, os níveis mais baixos de células CD4 e o IMC estiveram associados a alguma alteração de lipodistrofia em pacientes sem uso de TARV. Concluindo, esses quatro artigos apresentam o perfil metabólico de risco, sua prevalência, e os componentes da síndrome metabólica que podem ter impacto marcante na prevalência de doenças crônicas. O perfil de risco deve ter maior impacto nas regiões sul e sudeste, as quais apresentaram maior população de indivíduos infectados pelo HIV com SM. Níveis mais elevados de alterações metabólicas, principalmente em pacientes em uso de TARV estão associados ao aumento de doenças cardiovasculares. Faz-se necessária a padronização de critérios diagnósticos de lipodistrofia para que resultados em diferentes centros e estados possam ser comparados. Na presença de lipodistrofia, lipohipertrofia ou lipoatrofia, o acompanhamento laboratorial freqüente torna-se necessário, uma vez que uso de TARV é indispensável para aumentar expectativa de vida e diminuir a morbimortalidade desses pacientes. Apesar da fisiopatogenia da síndrome metabólica e da lipodistrofia não estarem plenamente estabelecidas para pacientes infectados pelo HIV, a antecipação do risco e o diagnóstico precoce devem fazer parte do acompanhamento clínico, visando à instituição de medidas que possam retardar sua instalação e reduzir as repercussões sobre o desenvolvimento de doença cardiovascular.
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Epidemiologia da infecção pelo vírus da hepatite C em portadores do vírus da imunodeficiência humana : genótipos e fatores de risco

Wolff, Fernando Herz January 2007 (has links)
Base teórica: O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é responsável pela contaminação de mais de 38,6 milhões de pessoas no mundo, sendo que 4 a 5 milhões estão co-infectadas pelo vírus da hepatite C (HCV). No Brasil, estima-se que aproximadamente 0,5% da população brasileira adulta seja portadora do HIV. A prevalência de co-infecção é altamente variável, dependendo das prevalências das infecções pelo HCV, pelo HIV e de usuários de drogas nas populações estudada. O genótipo do HCV é um dos principais fatores prognósticos para a resposta viral sustentada após tratamentos com interferon e, consequentemente, determinante também da relação de custo-benefício do tratamento. Estudos realizados em diferentes partes do mundo mostraram prevalências distintas dos genótipos do HCV entre países e entre regiões de um mesmo país. Estudos envolvendo centros gaúchos têm mostrado prevalência elevada do genótipo 3 em relação à maioria dos estados brasileiros. Poucos dados sobre a genotipagem em pacientes co-infectados estão disponíveis em nosso meio. Na medida em que a sobrevida dos pacientes com AIDS aumenta, através do controle de infecções oportunistas e manutenção da imunidade, a hepatopatia crônica relacionada à infecção pelo HCV em portadores do HIV torna-se uma das importantes causas de morbimortalidade entre os portadores do HIV, exigindo, por parte dos gestores e serviços de saúde em todo mundo atenção crescente. Objetivos: Determinar a prevalência e os fatores associados à co-infecção HIV-HCV e aos genótipos do HCV em pacientes em atendimento em um centro de referência ambulatorial para tratamento do HIV/AIDS em Porto Alegre, Brasil. Verificar também a prevalência de resolução espontânea da hepatite C e características associadas. Métodos: Estudo Transversal: foram revisados todos os prontuários de pacientes registrados no serviço para determinação da prevalência de co-infecção. Estudo de Caso-Controle: foram consecutivamente incluídos como casos, os portadores de co-infecção HIV-HCV, e como controles, os pacientes com sorologia negativa para o HCV em atendimento com o mesmo médico. Pesquisa do HCV-RNA e genotipagem do HCV foi realizada em todos os casos. Resultados: Entre os 1313 pacientes em acompanhamento, foram anti-HCV positivos 357 (31,2%) dos 1143 pacientes para os quais se obteve sorologia para o HCV. Através de amostragem consecutiva foram incluídos 227 casos (63% homens; 40,3±8,7 anos) e 370 controles (44,6% homens; 38,9±9,8 anos). Após análise por regressão logística permaneceram associados à co-infecção sexo masculino, menor escolaridade, compartilhamento de objetos de higiene pessoal, uso de drogas injetáveis, uso de cocaína inalada, uso de crack, e consumo de maconha. Menor contagem de linfócitos CD4 e história de tuberculose também foi observada entre os pacientes co-infectados HIV-HCV. Entre os 207 indivíduos que realizaram pesquisa do HCV-RNA foi detectada viremia em 83,6% dos casos. Observou-se o genótipo 1 em 81,5%, genótipo 2 em 1,7% e genótipo 3 em 16,2%. Conclusão: Neste estudo identificaram-se fatores de risco para co-infecção pelo HCV em portadores do HIV. As características associadas à transmissão sexual não foram confirmadas. Acrescentou-se informação sobre um novo fator de risco - o compartilhamento de objetos de uso pessoal – ao conjunto de exposições associadas à co-infecção HIV-HCV. A alta prevalência de co-infecção encontrada e o amplo predomínio do genótipo 1 devem ter implicação direta sobre o planejamento de políticas públicas para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento dos portadores do HIV. / Introdution: It has been estimated that 38.6 million people are infected by the human immunodeficiency virus (HIV) all over the world, being 4 to 5 million coinfected with hepatitis C virus (HCV). In Brazil, it is estimated that about 0.5% of the adult population is infected with HIV. The prevalence of HIV-HCV coinfection is directly associated with the characteristics of the population under study, particularly the use of injecting drugs, the source of the participants, and the frequency of each infection. Of the risk factors shared by HIV and HCV infections, injecting drug use (IDU) has been shown to be the most important, followed by exposure to contaminated blood at transfusions. However, 25-30% of individuals infected with HCV deny exposure to parenteral risk factors. The response rate to HCV infection treatment is lower than 50%, and treatments may have clinically important adverse effects. The response to HCV treatment depends on the genotype of the virus. Beside the prognostic importance, HCV genotype is a key factor for the cost-effectiveness of treatment. Study Aims: This study investigated the prevalence of HIV-HCV coinfection, HCV RNA carriers, and HCV genotypes in patients attending to an AIDS outpatient reference center in Southern Brazil. Independent risk factors for HIV-HCV coinfection using a hierarchical conceptual approach to multivariate analysis were detected. Methods: Cross Sectional Study: all registries from 3490 patients with HIV infection were reviewed. Case-Control Study: Cases were HIV infected subjects identified among 357 patients coinfected by HCV. Controls were selected among 786 patients with HIV infection and anti-HCV negative test. Results: The registry has 3490 patients recorded. Of this total, 1313 (37.6%) were currently under follow up, and 1143 were tested for anti-HCV. The prevalence of anti-HCV was 31.2% (95%CI 28.5-33.9%). Two hundred and twenty seven cases, out of 357, and 370 controls, out of 786, were interviewed, and 207 had RNA HCV testing performed. Genotype 1 was more frequent (81.5%; 95% CI 75.7-87.3), followed by genotype 3 (16.2%; 95% CI 10.7-21.7), and few genotype 2 cases (1.7%; 95% CI 0-3.6). HCV RNA was negative in 16.4% of the study participants. Male gender, being 30 to 49 years of age, elementary school education, family income lower than one minimum wage (approximately US$160), earlier age of the first sexual intercourse, higher number of sexual partners in the previous month, sharing of personal hygiene objects, using of injecting drugs, and the use of crack cocaine were associated to HIV-HCV coinfection even after adjustment for confounding factors. The practicing of anal sex became statistically associated with HIV-HCV coinfection only after multivariate analysis. Conclusion: About a third of the patients on treatment for HIV/AIDS in Porto Alegre present coinfection by HCV. The virus with genotype 1 is the most prevalent among the infected by HIV, but beside male gender, there is no apparent reason for this distribution. Despite the presence of infection by HIV, some patients have spontaneous clearing of the HCV. A small innoculum may favor the spontaneous negativation of RNA HCV. We identified a risky profile for HCV coinfection in patients with HIV. The risk of sharing personal hygiene objects is a novel finding and may explain part of the transmission of virus C even in non-AIDS patients. The high prevalence of coinfection by HCV in patients under treatment for HIV, with the predominance of genotype 1 virus, have direct implications for the planning of public health policies for the treatment of persons infected with HIV.
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Vulnerabilidade de adolescentes ao HIV/AIDS: revisão integrativa / Vulnerability elements to HIV/AIDS among adolescents: integrative review

Melina Mafra Toledo 14 May 2008 (has links)
Introdução: A adolescência é um dos períodos mais intensos da vida, pelos desafios, descobertas e oportunidades de exploração nela presentes e, por isso, se constitui um determinante da vulnerabilidade ao HIV/AIDS. Objetivo: identificar as evidências científicas da literatura sobre os elementos da vulnerabilidade de adolescentes ao HIV/AIDS. Metodologia: Revisão sistemática da literatura, na modalidade de denominada revisão integrativa. A busca de dados foi realizada nas seguintes bases e bancos de dados: CINAHL, PUBMED, SCOPUS, LILACS, ADOLEC, DEDALUS, Biblioteca Digital de Teses e Dissertações -BDTD, portal de teses da USP, no período de 1996 a 2006. Após avaliação do rigor metodológico dos estudos previamente selecionados, foram incluídos como amostra para análise 41 estudos realizados em diferentes países. Resultados: foram apresentados em duas etapas: a caracterização dos estudos e as evidências científicas dos elementos de vulnerabilidade. Os elementos identificados são iguais ou muito semelhantes nos diferentes países em que foram realizados os estudos, sendo diferente a forma como a vulnerabilidade se expressa, bem como a associação entre os elementos que a compõem. Foram identificados 33 elementos de vulnerabilidade, agrupados segundo três temas centrais: \"comportamentos e conhecimentos sobre o HIV/AIDS\", \"normas sociais\", \"condições socioeconômicas\" e \"gestão de serviços de saúde\". Os elementos da dimensão individual foram identificados com maior freqüência, seguidos pelos da dimensão social e programática. Os elementos da dimensão individual foram: grau e qualidade das informações que o adolescente possui sobre HIV, capacidade de assimilar e incorporar essas informações a sua vida, desconhecimento de sua vulnerabilidade, confiança na monogamia do parceiro, não adoção de práticas de proteção, uso de drogas, recusa ou incômodo em utilizar o preservativo, dificuldade de negociação de adolescentes femininas sobre uso do preservativo, gravidez como maior preocupação da conseqüência do ato sexual desprotegido, relações de gênero, representações da aids (doença do outro). Na dimensão social identificou-se: pobreza, violação dos direitos humanos, relações de gênero (aspectos culturais, exploração sexual, prostituição como meio sobrevivência), esgarçamento de laços familiares, acesso aos meios de escolarização e informação, desemprego, violência e falta de expectativas quanto ao futuro. Os elementos da dimensão programática envolveram: relação entre o usuário adolescente e o profissional (discriminação), qualidade do aconselhamento, teste para HIV, acessibilidade aos serviços de saúde, (descontinuidade das ações preventivas e falta de integração com outros serviços no planejamento e desenvolvimento das ações). Conclusões: a revisão integrativa permitiu identificar evidências científicas dos elementos constantes das três dimensões da vulnerabilidade, descritas no conceito de vulnerabilidade, assim como outros elementos, como a falta de percepção do adolescente sobre sua vulnerabilidade ao HIV/AIDS e a falta de perspectiva quanto ao futuro. A contribuição deste estudo para as práticas de saúde é relevante, uma vez que explicitou por meio das evidências científicas, os elementos da vulnerabilidade do adolescente ao HIV/AIDS, que devem ser considerados no planejamento das ações de prevenção para esse segmento social. Além disso, permitiu identificar lacunas de conhecimento sobre a temática, bem como a qualidade do conhecimento produzido, que também devem ser levados em conta em pesquisas futuras / Introduction: Adolescence is one of the most intense periods of life, because of the challenges, discoveries and chances that are present, and it is also a period of vulnerability infection to HIV. Objective: This study\'s goal is to identify the scientific evidences of literature on the elements of vulnerability of adolescents to the HIV/AIDS. Method: Systematic literature review called integrative review. The search of data was carried through in the following bases and data bases: CINAHL, PubMed, SCOPUS, LILACS, ADOLEC, DEDALUS, Capes- BDTD, portal of thesis of USP, in the period of 1996 to 2006. 661 studies, carried out in different countries, were previously selected to be evaluated for its methodology rigor. After evaluation the methodological rigor of the studies previously selected 41 of those studies were chosen as sample. Results: Where presented in two stages: the characterization of the studies and the scientific evidences of the vulnerability elements. The identified elements were equal or very similar, in the different countries where the studies had been carried through, being different the way that vulnerability was expressed as well as the association between such elements. Thirty- three elements of the vulnerability had been identified and grouped according to the central subject of each element: \"social behaviors and knowledge about HIV/AIDS\", \"social rules\", \" socioeconomical conditions \"and \"management of health services\". The elements of the subjective dimension were identified more frequently, followed by the ones of the social and programmatical dimension. The elements of the individual dimension were: the how much adolescent learns about aids ; the ability to assimilate and incorporate this knowledge to his/her your life; not knowing that he/she is vulnerable; trusting in his partner\'s monogamy; not adopting protection practices; use of drugs, uncomfortable or refusal to use condoms; difficulty in negotiating with her partner on the use of condom; pregnancy as the most undesirable consequence of the unprotected sexual act; gender relations; aids like a disease of other. The following social elements were identified: poverty; human rights violation; gender relations (cultural aspects), sexual exploitation (prostitution as a way of living) weakening of family bonds; access to school and information; unemployment, violence and hopelessness in the future. The following programmatical elements, are pointed out: relation between the adolescent patient and the health professional (discrimination); quality of counseling, testing for HIV, accessibility to health services, lack of preventive actions and lack of integration with other services in planning and development prevention actions for this social segment. Conclusions: This integrative review allowed identifying scientific evidences of vulnerability elements in the three dimensions, described in the vulnerability concept, as well as other elements, like the lack of perception of the adolescent on their own vulnerability to HIV/AIDS infection and the lack of perspective about their future. The contribution of this study for the health practices is relevant, once had proved by means of the scientific evidences, the elements of the vulnerability of the adolescent to the HIV/AIDS, that must be considered in the planning of the actions prevention for this social segment. Moreover, it allowed to identify knowledge gaps on the thematic one, as well as the quality of the produced knowledge, that also must been considered in future research
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Avaliação da qualidade de vida em pacientes com HIV/AIDS

Zimpel, Rogério Ricardo January 2004 (has links)
Introdução Este presente estudo tem em sua introdução uma revisão de literatura sobre temas pertinentes à infecção por HIV. Começa pela epidemiologia, transmissão, diagnóstico e estágios clínicos da doença; revisa artigos sobre qualidade de vida em pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHAs) e finaliza com uma descrição breve do desenvolvimento do instrumento WHOQOL-HIV pela Organização Mundial da Saúde. Objetivos O objetivo principal deste estudo é (1) medir a qualidade de vida em indivíduos soropositivos brasileiros usando o World Health Organization Quality of Life instrument – HIV/AIDS module (WHOQOL-HIV) - versão com 128 itens - em uma amostra brasileira e avaliar as propriedades psicométricas deste instrumento. Os objetivos secundários são: (2) avaliar a relação entre depressão, ansiedade e qualidade de vida - dados empíricos indicam que sintomas mentais podem interferir na qualidade de vida de PVHAs - e (3) avaliar o desempenho de um dos instrumentos genéricos mais usados para avaliar qualidade de vida em PVHAs, o Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36), comparando-o com outro instrumento genérico, o WHOQOL-100. Métodos Em Porto Alegre/RS, foi avaliada a qualidade de vida de pessoas que vivem com PVHIV usando o WHOQOL-HIV e o SF-36 em uma amostra selecionada por conveniência de 308 homens e mulheres infectados pelo HIV em diferentes estágios da infecção: assintomáticos (n=131), sintomáticos (n=91) e AIDS (n=86). Foram estudadas as propriedades psicométricas do WHOQOL-HIV: confiabilidade, consistência interna e as validades de construto, discriminante e concorrente. Foram medidos também os sintomas de depressão pelo Inventário de Beck para Depressão (Beck Depression Inventory, BDI) e os sintomas de ansiedade pelo Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE). As características sociodemográficas da amostra também foram analisadas. Resultados e Conclusões Os resultados deste estudo são apresentados na forma de 3 artigos. No primeiro deles, observou-se desempenho satisfatório do WHOQOL-HIV em relação às propriedades psicométricas. A confiabilidade foi medida pelo alfa de Cronbach, o qual revelou valores acima de 0,70 em 27 das 31 facetas do WHOQOL-HIV, variando entre 0,32 e 0,65 nas demais; a validade discriminante foi evidenciada com o instrumento identificando piores escores de qualidade de vida para a fase AIDS em todos os domínios; a validade concorrente foi analisada através da correlação dos domínios do WHOQOLHIV com Qualidade de Vida Geral (uma faceta do próprio WHOQOL-HIV), sendo que todos os coeficientes de correlação de Pearson foram superiores a 0,50 (p<0,01). Concluise que o WHOQOL-HIV discriminou bem a qualidade de vida entre os estágios da infecção do HIV na direção esperada e demonstrou confiabilidade e validade concorrente satisfatórias nesta amostra de brasileiros HIV-positivos. Este instrumento parece ser útil para detectar aspectos subjetivos da vida das pessoas que vivem com HIV/AIDS. No segundo artigo, o objeto de estudo foi a relação entre qualidade de vida em PVHIV e os sintomas de depressão e ansiedade. Não houve diferenças significativas quanto à presença de ansiedade entre as fases da infecção, entretanto, houve maiores escores de depressão no estágio AIDS quando comparado com os assintomáticos e sintomáticos. Na correlação do BDI com os domínios do WHOQOL-HIV, os valores dos coeficientes de Pearson foram superiores a 0,30 (magnitude moderada a muito grande, pela escala de Magnitude de Efeito), enquanto a sub-escala IDATE-Traço apresentou coeficientes de valores mais baixos (magnitudes pequena a moderada) quando correlacionada com os domínios do WHOQOL-HIV. Ajustando para estágios da doença, variáveis clínicas e variáveis sociodemográficas em um modelo de regressão linear múltipla, o BDI apresentou valores de coeficiente beta expressivamente maiores que todas as demais variáveis. Os dados deste trabalho indicam que a qualidade de vida de PVHAs é afetada por outras variáveis que não apenas os estágio da doença, principalmente a depressão. Finalmente, no terceiro artigo, é apresentada a comparação entre o WHOQOL-HIV e o SF-36. Tanto o WHOQOL-100 como o SF-36 discriminaram bem a qualidade de vida entre os estágios da infecção na direção esperada: na comparação com os estágios assintomático e sintomático, o estágio AIDS apresentou escores significativamente inferiores. Isto só não aconteceu em dois domínios do WHOQOL-HIV, Meio Ambiente e Espiritualidade, os quais discriminaram apenas entre os pacientes com AIDS e sintomáticos. Estes domínios provavelmente não tenham uma relação linear com a evolução da doença. Como estes domínios são os domínios que se distanciam mais em seu construto do conceito de “funcionamento” e “incapacitação” talvez explique a menor sensibilidade em captar diferenças entre os diferentes estágios da doença. Já os domínios do SF-36, uma medida que tem uma ênfase em todos os seus domínios no “status funcional” parece ter captado com mais sensibilidade estas diferenças. Nas correlações com BDI ambos apresentaram coeficientes de Pearson com valores de magnitude moderada a grande; já com a sub-escala IDATE-Traço as correlações dos dois instrumentos foram de magnitudes menores, variando de pequena a moderada. Na correlação direta dos dois instrumentos entre si os oito domínios do SF-36 correlacionaram-se mais fortemente com três domínios do WHOQOL-100 (Físico, Psicológico e Nível de Independência). Constatou-se neste estudo que o SF-36 confirma sua característica de avaliar “status funcional”, enquanto o WHOQOL-100 demonstra ser um instrumento de qualidade de vida com construtos mais abrangentes.
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Ausência de mutações no gene da diidropteroato sintetase do pneumocystis jirovecii em pacientes com a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) no Brasil

Wissmann, Gustavo January 2006 (has links)
Resumo não disponível
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Epidemiologia da infecção pelo vírus da hepatite C em portadores do vírus da imunodeficiência humana : genótipos e fatores de risco

Wolff, Fernando Herz January 2007 (has links)
Base teórica: O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é responsável pela contaminação de mais de 38,6 milhões de pessoas no mundo, sendo que 4 a 5 milhões estão co-infectadas pelo vírus da hepatite C (HCV). No Brasil, estima-se que aproximadamente 0,5% da população brasileira adulta seja portadora do HIV. A prevalência de co-infecção é altamente variável, dependendo das prevalências das infecções pelo HCV, pelo HIV e de usuários de drogas nas populações estudada. O genótipo do HCV é um dos principais fatores prognósticos para a resposta viral sustentada após tratamentos com interferon e, consequentemente, determinante também da relação de custo-benefício do tratamento. Estudos realizados em diferentes partes do mundo mostraram prevalências distintas dos genótipos do HCV entre países e entre regiões de um mesmo país. Estudos envolvendo centros gaúchos têm mostrado prevalência elevada do genótipo 3 em relação à maioria dos estados brasileiros. Poucos dados sobre a genotipagem em pacientes co-infectados estão disponíveis em nosso meio. Na medida em que a sobrevida dos pacientes com AIDS aumenta, através do controle de infecções oportunistas e manutenção da imunidade, a hepatopatia crônica relacionada à infecção pelo HCV em portadores do HIV torna-se uma das importantes causas de morbimortalidade entre os portadores do HIV, exigindo, por parte dos gestores e serviços de saúde em todo mundo atenção crescente. Objetivos: Determinar a prevalência e os fatores associados à co-infecção HIV-HCV e aos genótipos do HCV em pacientes em atendimento em um centro de referência ambulatorial para tratamento do HIV/AIDS em Porto Alegre, Brasil. Verificar também a prevalência de resolução espontânea da hepatite C e características associadas. Métodos: Estudo Transversal: foram revisados todos os prontuários de pacientes registrados no serviço para determinação da prevalência de co-infecção. Estudo de Caso-Controle: foram consecutivamente incluídos como casos, os portadores de co-infecção HIV-HCV, e como controles, os pacientes com sorologia negativa para o HCV em atendimento com o mesmo médico. Pesquisa do HCV-RNA e genotipagem do HCV foi realizada em todos os casos. Resultados: Entre os 1313 pacientes em acompanhamento, foram anti-HCV positivos 357 (31,2%) dos 1143 pacientes para os quais se obteve sorologia para o HCV. Através de amostragem consecutiva foram incluídos 227 casos (63% homens; 40,3±8,7 anos) e 370 controles (44,6% homens; 38,9±9,8 anos). Após análise por regressão logística permaneceram associados à co-infecção sexo masculino, menor escolaridade, compartilhamento de objetos de higiene pessoal, uso de drogas injetáveis, uso de cocaína inalada, uso de crack, e consumo de maconha. Menor contagem de linfócitos CD4 e história de tuberculose também foi observada entre os pacientes co-infectados HIV-HCV. Entre os 207 indivíduos que realizaram pesquisa do HCV-RNA foi detectada viremia em 83,6% dos casos. Observou-se o genótipo 1 em 81,5%, genótipo 2 em 1,7% e genótipo 3 em 16,2%. Conclusão: Neste estudo identificaram-se fatores de risco para co-infecção pelo HCV em portadores do HIV. As características associadas à transmissão sexual não foram confirmadas. Acrescentou-se informação sobre um novo fator de risco - o compartilhamento de objetos de uso pessoal – ao conjunto de exposições associadas à co-infecção HIV-HCV. A alta prevalência de co-infecção encontrada e o amplo predomínio do genótipo 1 devem ter implicação direta sobre o planejamento de políticas públicas para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento dos portadores do HIV. / Introdution: It has been estimated that 38.6 million people are infected by the human immunodeficiency virus (HIV) all over the world, being 4 to 5 million coinfected with hepatitis C virus (HCV). In Brazil, it is estimated that about 0.5% of the adult population is infected with HIV. The prevalence of HIV-HCV coinfection is directly associated with the characteristics of the population under study, particularly the use of injecting drugs, the source of the participants, and the frequency of each infection. Of the risk factors shared by HIV and HCV infections, injecting drug use (IDU) has been shown to be the most important, followed by exposure to contaminated blood at transfusions. However, 25-30% of individuals infected with HCV deny exposure to parenteral risk factors. The response rate to HCV infection treatment is lower than 50%, and treatments may have clinically important adverse effects. The response to HCV treatment depends on the genotype of the virus. Beside the prognostic importance, HCV genotype is a key factor for the cost-effectiveness of treatment. Study Aims: This study investigated the prevalence of HIV-HCV coinfection, HCV RNA carriers, and HCV genotypes in patients attending to an AIDS outpatient reference center in Southern Brazil. Independent risk factors for HIV-HCV coinfection using a hierarchical conceptual approach to multivariate analysis were detected. Methods: Cross Sectional Study: all registries from 3490 patients with HIV infection were reviewed. Case-Control Study: Cases were HIV infected subjects identified among 357 patients coinfected by HCV. Controls were selected among 786 patients with HIV infection and anti-HCV negative test. Results: The registry has 3490 patients recorded. Of this total, 1313 (37.6%) were currently under follow up, and 1143 were tested for anti-HCV. The prevalence of anti-HCV was 31.2% (95%CI 28.5-33.9%). Two hundred and twenty seven cases, out of 357, and 370 controls, out of 786, were interviewed, and 207 had RNA HCV testing performed. Genotype 1 was more frequent (81.5%; 95% CI 75.7-87.3), followed by genotype 3 (16.2%; 95% CI 10.7-21.7), and few genotype 2 cases (1.7%; 95% CI 0-3.6). HCV RNA was negative in 16.4% of the study participants. Male gender, being 30 to 49 years of age, elementary school education, family income lower than one minimum wage (approximately US$160), earlier age of the first sexual intercourse, higher number of sexual partners in the previous month, sharing of personal hygiene objects, using of injecting drugs, and the use of crack cocaine were associated to HIV-HCV coinfection even after adjustment for confounding factors. The practicing of anal sex became statistically associated with HIV-HCV coinfection only after multivariate analysis. Conclusion: About a third of the patients on treatment for HIV/AIDS in Porto Alegre present coinfection by HCV. The virus with genotype 1 is the most prevalent among the infected by HIV, but beside male gender, there is no apparent reason for this distribution. Despite the presence of infection by HIV, some patients have spontaneous clearing of the HCV. A small innoculum may favor the spontaneous negativation of RNA HCV. We identified a risky profile for HCV coinfection in patients with HIV. The risk of sharing personal hygiene objects is a novel finding and may explain part of the transmission of virus C even in non-AIDS patients. The high prevalence of coinfection by HCV in patients under treatment for HIV, with the predominance of genotype 1 virus, have direct implications for the planning of public health policies for the treatment of persons infected with HIV.
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Prevalência e fatores de risco para síndrome metabólica e lipodistrofia em pacientes com HIV/AIDS

Alencastro, Paulo Ricardo de January 2010 (has links)
Estima-se que até dezembro de 2008, havia 33,4 milhões de pessoas infectadas pelo HIV no mundo, sendo 2,7 milhões de casos novos de infecção e 2,0 milhões o número de mortes por AIDS naquele ano. O Brasil é um dos países do mundo com maior número de casos de AIDS notificados. O inicio da terapia antirretroviral altamente potente (TARV) em pacientes infectados pelo HIV/AIDS aumentou consideravelmente a duração e a qualidade de vida, porém a redução da morbidade e mortalidade se acompanharam de aumento na prevalência de doenças crônicas. Síndrome metabólica e lipodistrofia, por exemplo, são prevalentes em pessoas infectadas pelo HIV e se acompanham de alterações metabólicas complexas e redistribuição de gordura corporal, ambas associadas com aumento de risco cardiovascular e prevalência de diabetes mellitus tipo 2. As diferenças nas taxas de prevalência da SM e no risco atribuível aos seus componentes são atribuídas às alterações nos pontos de corte dos seus componentes. Esses têm sido amplamente investigados, mas raramente na população infectada pelo HIV ou comparadas com a população geral. Além disso, alguns componentes da SM são particularmente vulneráveis aos efeitos da terapia antirretroviral altamente ativa (TARV). Da mesma forma, a prevalência de lipodistrofia varia de 2 a 84% e tal amplitude decorre de diferenças entre populações e da ausência de critérios diagnósticos padronizados. Estudo transversal foi realizado em pacientes infectados pelo HIV, de ambos os sexos, com 18 anos ou mais, que buscavam confirmação diagnóstica ou tratamento no serviço de referência para HIV/AIDS, da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul, no período de Junho de 2006 a Dezembro de 2008. Foram excluídos pacientes com retardo mental, em regime de restrição de liberdade e gestantes. O projeto foi aprovado pelos Comitês de Ética das instituições e todos os pacientes assinaram consentimento informado. Esta tese é apresentada no formato de quatro artigos. Nos dois primeiros, avaliamos a prevalência de síndrome metabólica, o risco atribuível a cada componente e fatores de risco para SM. No terceiro artigo, avaliaram-se critérios diagnósticos para lipodistrofia, lipohipertrofia e lipoatrofia, bem como suas prevalências, e no quarto artigo, os fatores de risco para lipodistrofia. O artigo número 1 dessa tese verificou a prevalência de síndrome metabólica de acordo com os critérios do National Cholesterol Education Program Expert Panel on Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults (NCEP-ATPIII), International Diabetes Federation (IDF) e da American Heart Association/National Heart, Lung and Blood Institute (AHA/NHL) e investigou o impacto de seus componentes sobre as taxas de prevalência entre adultos infectados pelo HIV. Também foram estimadas as populações infectadas pelo HIV com síndrome metabólica de acordo com as regiões brasileiras. O critério da AHA/NHLBI representou a maior prevalência de síndrome metabólica do que as observadas pelo NCEP-ATPIII e IDF. Entre os homens, destaca-se o risco atribuível na população para circunferência da cintura, que explicou 80% da prevalência de SM pelo critério da AHA/NHLBI, enquanto os triglicerídeos representaram o maior impacto sobre a prevalência de síndrome metabólica de acordo com todos os critérios, independentemente da idade, cor da pele e uso de TARV. Para as mulheres, a circunferência da cintura explicou, pelo menos 80% de prevalência de síndrome metabólica de acordo com o NCEP-ATPIII e AHA/NHLBI, enquanto que para a definição da IDF impactos semelhantes foram detectados para os componentes HDL-colesterol, triglicerídeos, pressão arterial. As regiões sul e sudeste apresentaram a maior população de indivíduos infectados pelo HIV com SM. No artigo número 2, identificaram-se características associadas à prevalência de síndrome metabólica, separadamente para homens e mulheres. Em ambos os casos, idade e índice de massa corporal associaram-se direta e independentemente com SM em pacientes infectados pelo HIV. O efeito do uso de TARV sobre a prevalência de SM pode ser confirmado para os homens, mas não para as mulheres, mas após o controle de confundidores tornou evidente o aumento na prevalência de SM com o uso de IP. Nesse estudo homens com maior escolaridade apresentaram maior risco de desenvolver SM, assim como aqueles que não praticavam atividade física, condições associadas à obesidade e aumento da resistência à insulina. Na prática clínica, o diagnóstico de lipodistrofia baseia-se em alterações na distribuição de gordura corporal com ou sem confirmação médica, medidas objetivas de circunferências e pregas, ou na quantificação de adiposidade através de métodos de imagem. Poucos estudos avaliaram essas alterações em pessoas sem infecção pelo HIV, tentando discriminar o aumento na gordura corporal associado ao envelhecimento, assim como aquele decorrente de melhora clínica após início da TARV, e há poucos estudos no Brasil que avaliaram prevalência e fatores de risco associados à lipodistrofia em portadores de HIV. O terceiro artigo avaliou critérios diagnósticos de lipodistrofia, comparando autorrelato de sinais com medidas objetivas e estimando diferenças entre homens e mulheres infectados pelo HIV, através de prevalências, médias ou percentis. Identificaram-se prevalências elevadas de sinais autorreferidos, ao quais se associaram significativamente com medidas objetivas. Caracterizando-se lipoatrofia e lipohipertrofia pela presença de pelo menos dois sinais autorreferidos ou medidas objetivas anormais, e lipodistrofia pela presença de hipertrofia ou atrofia, lipoatrofia foi mais prevalente entre os homens e lipohipertrofia entre as mulheres. No quarto artigo, de um modo geral, confirmou-se que os pacientes que fazem uso de TARV são diferentes dos que ainda não utilizaram antirretrovirais. Nos pacientes em uso de TARV, lipohipertrofia associou-se com sexo feminino, IMC e tempo de diagnóstico da infecção pelo HIV, enquanto nos sem tratamento associou-se com o IMC e inversamente com os níveis de CD4 abaixo de 350. Alterações no IMC associadas à lipohipertrofia podem ser resultantes da melhora do quadro de imunossupressão e o retorno do apetite à normalidade. A lipoatrofia esteve associada com cor da pele não branca, e maior tempo de diagnóstico da infecção pelo HIV. O IMC atuou como um fator de proteção em relação à lipoatrofia. Supõe-se que indivíduos com IMC elevado teriam maiores depósitos de gordura o que retardaria ou tornaria menos pronunciada a diminuição de gordura corporal. Embora a lipodistrofia pareça mais comum nos indivíduos que fazem uso de TARV, neste estudo também foram acometidos pacientes não expostos à TARV, fato já descrito por outros autores, sendo que a cor da pele não branca, o tabagismo, os níveis mais baixos de células CD4 e o IMC estiveram associados a alguma alteração de lipodistrofia em pacientes sem uso de TARV. Concluindo, esses quatro artigos apresentam o perfil metabólico de risco, sua prevalência, e os componentes da síndrome metabólica que podem ter impacto marcante na prevalência de doenças crônicas. O perfil de risco deve ter maior impacto nas regiões sul e sudeste, as quais apresentaram maior população de indivíduos infectados pelo HIV com SM. Níveis mais elevados de alterações metabólicas, principalmente em pacientes em uso de TARV estão associados ao aumento de doenças cardiovasculares. Faz-se necessária a padronização de critérios diagnósticos de lipodistrofia para que resultados em diferentes centros e estados possam ser comparados. Na presença de lipodistrofia, lipohipertrofia ou lipoatrofia, o acompanhamento laboratorial freqüente torna-se necessário, uma vez que uso de TARV é indispensável para aumentar expectativa de vida e diminuir a morbimortalidade desses pacientes. Apesar da fisiopatogenia da síndrome metabólica e da lipodistrofia não estarem plenamente estabelecidas para pacientes infectados pelo HIV, a antecipação do risco e o diagnóstico precoce devem fazer parte do acompanhamento clínico, visando à instituição de medidas que possam retardar sua instalação e reduzir as repercussões sobre o desenvolvimento de doença cardiovascular.
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Avaliação de polimorfismos em genes envolvidos na resposta imune inata de pacientes infectados com HIV-1 e sua influência na progressão à AIDS

Medeiros, Rubia Marília de January 2012 (has links)
Variações em genes de resposta imune têm sido associadas com a progressão à AIDS. Após a infecção pelo HIV a proteína sérica MBL é capaz de reconhecer N-glicanos presentes na glicoproteína viral gp120. Além disso, TLRs reconhecem diferentes moléculas antigênicas do vírus presentes no interior da célula, como o ssRNA viral reconhecido pelo TLR7 e o DNA proviral reconhecido pelo TLR9. O presente estudo investigou a influência de polimorfismos nos genes MBL2, TLR7 e TLR9 na progressão à AIDS em uma população com ancestralidade Europeia e Africana. A partir da investigação retrospectiva de 3.300 prontuários médicos de pacientes HIV+ em atendimento regular, 107 indivíduos foram classificados quanto à progressão para a AIDS (20 progressores rápidos, 29 progressores lentos e 58 outros). Através de técnicas de biologia molecular, polimorfismos na região promotora (H/L, rs11003125 e X/Y, rs7096206) e no exon-1 (R52C, rs5030737; G54D, rs1800450; G57E, rs1800451) do gene MBL2 foram determinados, assim como do gene TLR7 (Gln11Leu, rs179008) e do gene TLR9 (T-1237C, rs5743836 e G1635A, rs352140). Para avaliar a influência dos genótipos na progressão para AIDS, testes estatísticos como Análise de Sobrevivência (Kaplan-meier), regressão de Cox e regressões logísticas binárias foram realizados; além disso, a presença dos alelos CCR5del32 e HLA27/HLA57 foram utilizados como fator de correção. Foram observadas diferenças significativas na composição étnica dentro das categorias de progressão, 58,6% dos pacientes com progressão lenta eram Afrodescendentes (p<0.05). A Análise de Sobrevivência para o polimorfismo -1237T/C no TLR9 revelou uma associação significativa entre os portadores do alelo C e um tempo mediano maior (10 anos) de progressão à AIDS, quando comparado com os portadores do alelo A (6 anos). Além disso, esta associação também foi reproduzida na regressão multivariada de Cox (0,616 Hz, 95% CI 0,379-1,003, p <0,05), incluindo idade e etnia como variáveis. No entanto, ajustando o modelo para a presença dos alelos CCR5del32 e HLA-B27/57 a associação foi perdida. Já para o polimorfismo +1635G/A no TLR9, ao analisar a variação dentro dos grupos étnicos, encontramos uma associação significativa do alelo A com a progressão rápida para AIDS em Eurodescendentes. Nenhum resultado significativo foi encontrado para as variantes investigadas nos genes TLR7 e MBL2. Nossos resultados sugerem que o background genético é importante na progressão à AIDS, embora todos os genes e variantes responsáveis por este comportamento ainda não estejam identificados. Além disso, os dados indicam uma relação entre os polimorfismos -1237T/C e +1635G/A no gene TLR9 e progressão para a AIDS. / Variations in innate immune response genes have been associated with different AIDS progression. In HIV infection MBL (mannose-binding lectin) recognizes N-glycans present in the viral glicoprotein gp120, and TLRs (toll-like receptors) recognizes different HIV molecules present inside the infected cell; ie TLR7 recognizes to viral RNA and TLR9 to proviral DNA. The present study investigated the influence of MBL2, TLR7 and TLR9 polymorphisms in AIDS progression in a population with European and African ancestry in patients from Southernmost Brazil. From 3,300 medical records of HIV+ patients, 107 were classified according to AIDS progression (20 rapids, 58 chronics and 29 slows AIDS progressors). Promoter region (H/L, rs11003125 e X/Y, rs7096206) and exon-1 region (R52C, rs5030737; G54D, rs1800450; G57E, rs1800451) polymorphisms in the MBL2 gene were determined, as well as in TLR7(Gln11Leu, rs179008) and TLR9 (T-1237C, rs5743836 e G1635A, rs352140). To evaluate the influence of genotypes in the progression to AIDS, statistical tests as Survival Analysis, Cox regression and binary logistic regressions were performed. Significant differences were observed in the ethnic composition within progression categories, 58.6% of slow-AIDS progressors patients were African-derived (p<0.05). Kaplan-Meier curves applied to polymorphism -1237T/C in TLR9 revealed a significant association between C allele carriers and longer time (10 years) for AIDS progression when compared with A allele carriers (6 years). Moreover, this association was also reproduced in the multivariate Cox regression (0.616 Hz, 95% CI 0.379 to 1.003, p <0.05), including age and ethnicity as variables. However, adjusting the model to the presence of the alleles CCR5del32 and HLA-B27/57 the association was lost. For the polymorphism +1635G/A in TLR9 gene, when analyzing the variation within ethnic groups, an statistically significant association of allele A (1.966 HZ, 95% CI 1.052 3.674, p<0.05) with rapid AIDS progression was observed in European-derived patients. No significant results for MBL2 and TLR7 polymorphism and AIDS progression were shown. Our data highlights a relationship between the investigated polymorphisms in TLR9 gene and progression to AIDS. In addition, the results suggests the genetic background is important in HIV-1 infection, although several genes and variants responsible by this behavior remain to be identified.

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