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Até que a morte os separe: os cônjuges cuidadores, profissionais de saúde e o cuidar / Until death do them part: caregivers, professionals health and careCamila Cristina Bortolozzo Ximenes de Souza 02 October 2013 (has links)
Este estudo tem como objetivo compreender os atravessamentos de gênero e violência nas concepções sobre o cuidado prestado por cônjugescuidadores e profissionais de saúde no contexto da Estratégia de Saúde da Família. O ato de cuidar de alguém é frequentemente atribuído às mulheres e a suas supostas capacidades de ser mais paciente, carinhosa e disponível ao outro que o homem em nossa sociedade. Os homens, por sua vez, quando cuidadores, sentem-se deslocados da masculinidade e de suas atribuições sociais. Isso é produto e produtor da ideologia de gênero que auxilia na manutenção da mulher nos espaços privados, dos homens nos espaços públicos, e evita mudanças na divisão sexual do trabalho. A ideologia de gênero também corrobora para que mulheres que sofreram violência perpetrada por seus parceiros íntimos venham a ser cuidadoras desses mesmos parceiros quando estes se encontram com deficiências/incapacidades/doenças sem prognóstico de cura. As ações de profissionais de saúde também são influenciadas pela ideologia de gênero, cuja reprodução torna invisível ou banal a violência de gênero. Esta é uma pesquisa qualitativa que entrevistou 12 cônjuges-cuidadores (2 homens e 10 mulheres) e 14 profissionais de saúde de duas Unidades Básicas de Saúde com Estratégia de Saúde da Família na periferia da Região Oeste do Município de São Paulo. Dentre os cônjuges entrevistados, 10 deles viveram situações de violência de gênero, sendo que 7 dessas situações de violência não eram conhecidas pelas equipes de saúde da família. As cuidadoras entrevistadas naturalizavam e reproduziam a violência de gênero vivida e compreendiam o cuidado como uma tarefa natural das mulheres, mesmo quando há/houve violência na relação com a pessoa de quem se cuida. Para os cuidadores cuidar significava gerência de cuidados, e sentiam-se na obrigação de justificar porque, sendo homens, cuidavam. A maioria dos profissionais de saúde reproduzia a ideologia de gênero em seus discursos, atribuindo à mulher a obrigação de cuidar, havendo uma banalização da violência de gênero. Todavia, alguns profissionais analisaram e questionaram as atribuições sociais de homens e mulheres, e a naturalização da mulher enquanto cuidadora e de escolha preferencial dos serviços de saúde para essa função. Para concluir, levanta-se a necessidade de criação de políticas públicas específicas para os cuidadores, ampliação de serviços públicos de cuidadores e outros serviços de suporte, como por exemplo, serviço de família acolhedora e repúblicas para idosos, centros de convivência, centros-dia, entre outros. Além disso, mostra-se necessário um investimento em formação profissional que contemple gênero e violência, a fim de que a atuação dos profissionais de saúde não recorra ao senso-comum e ao discurso ideológico no trabalho cotidiano com homens e mulheres / The aim of this study is to understand the crossings of gender and violence in conceptions about the care provided by family caregivers and health professionals in the context of the Family Health Strategy. The act of caring for someone is often attributed to women and their supposed ability to be more patient, affectionate and available to the other than a man in our society. The men, on the other hand, when caregivers feel dislocated from their masculinity and their social responsibilities. This is a product and producer of gender ideology that helps to keep the women in private, and men in public spaces, and avoids changes in the sexual division of labor. Gender ideology also reaffirms that women who experienced intimate partner violence may be caregivers of those partners when they are with disabilities / terminal disease. Actions of healthcare professionals are also influenced by gender ideology, whose reproduction makes the gender violence invisible or trivial. This is a qualitative study that interviewed 12 family caregiver (2 men and 10 women) and 14 health professionals from two Basic Health Units with Family Health Strategy in the suburb of the Western Side São Paulo City. Among the spouses interviewed, 10 of them have experienced situations of gender violence, 7 of these situations of violence were not known by the family health teams. The women caregivers interviewed thought violence as natural and reproduced the gender violence experienced and understood care as a natural task for women, even when there was violence in the relationship with the person who being cared for. For men caregivers take care meant care management, they felt compelled to justify why, being men, they used to care. Most health professionals reproduced the gender ideology in their speeches; attribute to women the obligation to care, with a trivialization of gender violence. However, some professionals have analyzed and questioned the social attributes of men and women, and how natural were for women working as caregivers and how they were the preferred choice of health services for this function. To conclude, the necessity to create specific policies for caregivers, expansion of public caregivers and other support services, such as welcoming family service for elderly and senior homesharing units, community centers, day centers, among others, increases. In addition, it appears necessary investment in training that addresses gender and violence, so that the performance of health professionals do not use the common sense and the ideological speech in everyday work with men and women
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Determinantes sociais dos feminicidios no Peru e no Brasil 2009 – 2014Asin, Paola Isabel Carrasco 28 November 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-11-28 / Introdução: feminicídios ou femicídios são assassinatos sustentados nas relações de poder, desigualdade e subordinação da mulher. Estes são a última escala da violência contra a mulher, que durante o período 2010 -2014 vitimaram mais de 15.877 vidas (Peru – Brasil). Os estudos sobre este tema são de vital importância porque segundo as estatísticas, uma mulher é morta a cada hora e meia no Brasil e a cada vinte segundos uma mulher é violentada no Peru. Inicialmente, promulgaram leis contra a violência de gênero ou intrafamiliar, anos depois, tornaram-se leis contra os feminicídios. Procurando proteção para a mulher que contribuía na possibilidade de igualdade de oportunidades sociais, lutando assim contra a desigualdade de gênero através da aplicação de políticas públicas que contribuíam com o tempo na erradicação dos feminicídios. Objetivos: analisar os determinantes sociais que fazem parte do índice de desigualdade de gênero associadas à ocorrência dos feminicídios no Peru e no Brasil e construir as taxas padronizadas dos feminicídios no Peru e no Brasil. Metodologia: estudo ecológico e descritivo, utilizando dados secundários cuja população alvo foram todas as mulheres peruanas e as mulheres brasileiras acima dos 15 anos de idade. Realizou-se uma análise multivariada através do coeficiente de correlação linear de Pearson e da significância de associação entre a taxa de feminicídio e os indicadores que fazem parte do IDG (no caso de Peru) e com os óbitos femininos por agressão dos municípios com mais de 50.000 habitantes e os indicadores do IDG (no caso do Brasil). Resultados: foram construidas as taxas padronizadas dos feminicídios no Peru, assim como as taxas padronizadas dos óbitos femininos por agressão no Brasil. Não se encontrou associação alguma entre os indicadores do IDG e os feminicídios no Peru. No caso do Brasil, a porcentagem dos assentos ocupados pelo sexo feminino no parlamento municipal durante as três ultima eleições, foi o único indicador do IDG que não foi significativo. Conclusões: a partir dos resultados podemos concluir que os determinantes sociais que constituem parte do IDG não se mostram associados à ocorrência dos feminicídios no Peru, podendo-se formular a hipóteses que uma possível subestimação de dados não permite determinar a existência da associação das determinantes sócias com os feminicídios. Aliás, no caso de Brasil o nível de educação é inversamente proporcional à ocorrência de morte das mulheres por agressão, observando que quanto maior é o nível de educação da mulher a incidência das mortes destas por agressão diminui. / Introduction: femicides are murders sustained in the power relation, inequality and women`s subordination. These are the last step of women`s violence, which during o period 2010 – 2014 victimized more than 15.877 lives (Peru – Brazil), leaving children in orphan status and many still free murderers in society. Studies on this issue are of vital importance because according to statistics one woman is killed every hour and a half in Brazil and twenty seconds a woman is raped in Peru. Were initially enacted laws against gender violence or domestic, meanwhile, women continued to be killed as a result of violence in most times by their partners or former partners, which resulted, years later in laws against femicide. Seeking protection for the woman who contributed to the possibility of equal social opportunities, thus fighting against gender inequality through the application of public policies that contributed over time to the eradication of feminicides Objectives: Analyze the social determinants that are part of the index of gender inequality associated with the occurrence of femicide in Peru and Brazil and build the standardized rates of femicide in Peru and Brazil. Metodology: ecological and descriptive study, using secondary data whose target population was all Peruvians women and all Brazilian women above 15 years old. A multivariate analysis was made using a Pearson's linear correlation coefficient and the significance of association between the rate of femicide and indicators that are part of the GDI (in the case of Peru) and municipality’s female deaths with more than 50.000 inhabitants and GDI indicators (in the case of Brazil). Results: The standardized rates of Peruvian’s feminicides were constructed, like with the standardized rates of Brazilian’s women deaths for aggression. It was not found any association between indicators of IDG and femicide in Peru. In the case of Brazil, the percentage of seats occupied by the female sex in the municipal parliament during the three last elections was the unique indicator of IDG that was not significant. Conclusions: From the results we can conclude that the social determinants that are part of the GDI are not shown to be associated with the occurrence of the feminicides in Peru, being able to formulate the hóstesis of a possible underestimation of data does not allow to determine the existence of the association to the occurrence of femicide. However, in the case of Brazil, the level of education is inversely proportional to the occurrence of the death of women due to aggression, observing that the higher the level of education of women, the incidence of women's deaths due to aggression decreases.
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O cuidado às pessoas que sofreram violência sexual: desafios à inovação de práticas e à incorporação da categoria gênero no Programa Iluminar Campinas / Caring for people survivors of sexual violence the challenges of practice innovation and of mainstreaming gender perspective in the Iluminar Program, Campinas Brazil.Claudia Mara Pedrosa 30 April 2010 (has links)
Este trabalho teve por objetivo compreender como as noções de gênero estão presentes no processo de elaboração e de implantação das políticas públicas de saúde no Brasil, com foco em uma rede de atenção à violência O trabalho está organizado em duas partes: na primeira, teórica, realizou-se uma revisão da literatura e de documentos de domínio público sobre as políticas públicas de Saúde, bem como sobre as políticas de gênero e de combate à violência contra a mulher e as interfaces desta com a Saúde. Na segunda parte foi realizado um estudo de caso tendo como foco o Programa Iluminar Campinas, uma rede criada pela Coordenadoria de Saúde da Mulher, em 2001, para atender os casos de violência doméstica contra crianças e adolescentes, de violência sexual em qualquer idade ou sexo e de exploração sexual comercial de crianças e adolescentes. Buscou-se entender se a transversalidade de gênero atravessa o programa de atendimento à violência nas diferentes práticas, bem como analisar o modelo de gestão de cuidado que o programa desenvolve no cotidiano das ações. A perspectiva teórica do estudo foi a Teoria Ator Rede (TAR) que apresenta ferramentas de pesquisa para acompanhar as diversas estratégias desenvolvidas; os atores envolvidos foram ouvidos e buscou-se identificar os papéis desempenhados pelas diversas materialidades envolvidas nestas ações. Assim, a metodologia envolveu a análise de documentos, entrevistas e observações de eventos do Programa Iluminar. A análise possibilitou identificar que a organização do cuidados em Campinas tem inovado no atendimento aos casos de violência sexual, articulando diferentes setores, como Educação, Assistência Social, Segurança Pública, Judiciário, Saúde e organizações não-governamentais para promover o acolhimento humanizado e diferenciado às pessoas em diversos pontos da rede de cuidados; reduzir o tempo de atendimento às urgências e emergências; possibilitar o transporte público gratuito e seguro e gerar políticas locais com os dados da notificação. O Programa agregou diversas materialidades na organização do cuidados e gerou um novo olhar para a questão da violência entre os profissionais e a população. Porém, a transversalidade da noção de gênero das diferentes ações de forma a contemplar casos como os de violência por parceiro íntimo - ainda é um desafio a ser superado pelo Programa Iluminar, para ampliar o acesso a serviços e programas que consigam intervir na violência de gênero / This study aims to understand how notions of gender are presented in the design and implementation of a public health policy in Brazil, with focus on a network on violence. The text is organized into two parts: the first part, theoretical, is a review of the literature and public domain documents on public health policies and policies on gender and violence against women, and its interface with the health sector. In the second part we conducted a case study that focused on the Programa Iluminar (Illuminating Program), a network created in Campinas, which was created by the Coordination of Women\'s Health in 2001, for dealing with cases of domestic violence against children and adolescents survivors of sexual violence at any age or sex, and commercial sexual exploitation of children and adolescents. We sought to understand whether gender mainstreaming through the assistance program to violence in their various practices and analyze the model of care management that the program develops in the daily actions. The theoretical perspective that guided the study was the Actor Network Theory (TAR), which provides tools for monitoring the various strategies developed, the stakeholders were heard and tried to identify the roles of various materiality involved in these actions. Thus, the methodology involved the analysis of institutional documents, interviews and observations of network meetings of the Iluminar Program.The analysis identified that the organization of the care network in Campinas has been an innovator in the care of patients with sexual violence, to articulate different sectors such as Education, Social Services, Public Safety, Judiciary, Health and nongovernmental organizations to promote the humane care and different people in different parts of the network of care, reduce the time to serve the emergency care, allow free public transport and insurance and generate local politics to the notification. The program has added a number of materiality in the organization of the care network and created a new look at the issue of violence among professionals and the public. However, the mainstreaming of gender concept of different actions such as including violence by intimate partners - is still a challenge to be overcome by the Programa Iluminar to expand access to services and programs that can intervene in gender violence
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Notificação de violência contra a mulher: conhecer para intervir na realidade / Report of violence against women: get to know in order to intervene in realityCarnassale, Vania Denise 11 December 2012 (has links)
Estudo de abordagem qualitativa que teve como objetivos conhecer e analisar a percepção dos profissionais de saúde e dos usuários do SUS, sobre a violência de gênero e a compreensão da notificação compulsória de violência contra a mulher no conjunto das ações de enfrentamento, a fim de elencar subsídios para elaboração de um projeto conjunto de intervenção na realidade. O estudo foi realizado com profissionais de saúde representantes das doze unidades da Estratégia de Saúde da Família do Distrito do Capão Redondo, profissionais da Coordenadoria Regional de Saúde Sul e usuários do SUS da mesma região. Os dados foram coletados durante a realização de três sessões de uma Oficina de Trabalho em que os discursos grupais foram gravados, transcritos e submetidos à análise de conteúdo. Os resultados foram analisados segundo as categorias analíticas de gênero e violência de gênero. Os resultados mostram que os grupos possuem uma visão conservadora acerca da construção da masculinidade e feminilidade, evidente pela confirmação de papéis idealizados para o homem e para a mulher, revelando estereótipos próprios do senso comum: homem - provedor e mulher - cuidadora. O grupo reconhece a violência de gênero como violação dos direitos humanos e a interface que ela possui com a saúde. As dificuldades de enfrentamento encontram-se no despreparo dos profissionais de saúde quanto ao reconhecimento e atendimento às mulheres em situação de violência. Associado a isso, está o desconhecimento dos caminhos utilizados para o enfrentamento do problema. Quanto à notificação compulsória da violência, constatou-se que reconhecem a inexistência da utilização do serviço, a despeito da sua importância para conferir visibilidade aos casos de violência. Consideram importante a elaboração de políticas públicas a partir da realidade constatada. No entanto, não diferenciam a notificação compulsória da denúncia por meio de Boletim de Ocorrência. O desconhecimento de todo o processo que envolve a notificação de violência gera desconforto e medo tanto nos profissionais quanto nos usuários. As propostas de intervenção discutidas pelo grupo incluem a capacitação dos profissionais de saúde para o atendimento e a realização da notificação, associada à definição de fluxos e à construção de uma rede de atenção às mulheres em situação de violência. / Qualitative approach study with the objective of knowing and analyzing the perceptions of health professionals and SUS users about violence of gender and their understanding of the mandatory report of violence against women in the set of actions for facing the problem, in order to recruit subsidy for the elaboration of a combined project of intervention in that reality. The study was performed with health professionals representing the twelve units of Family Health Strategy of the District of Capao Redondo, professionals from the Southern Regional Health Coordination and SUS users from that same region. Data was collected during three sessions of a Workshop when the group discussions were recorded, transcribed and submitted for content analysis. The results were analyzed according to the analytical categories of gender and gender violence. The end results reveal that the groups possess a conservative vision about the construction of masculinity and femininity. This was evidenced by the confirmation of roles idealized for man and woman, which revealed common sense stereotypes: man provider and woman keeper. The group recognizes that violence of gender is a violation of human rights and that it interferes with health. Setbacks in facing the situation reside in the health professionals lack of preparation regarding the recognition and service to women in violence situations. Associated with that, is the lack of knowledge regarding the ways to face the problem. As for the mandatory report of violence, it was found that they recognize this service is not used, despite its importance to confer visibility to violence cases. They consider important the elaboration of public politics based on the reality found out. However, they do not differentiate the report [notification] and the accusation (Police Report). The lack of knowledge about the entire process involving the report of violence generates discomfort and fear both in professionals and users. The intervention proposals discussed by the group include enabling health professionals to serve and to use the report associated with the definition of flow and the development of an attention network to serve women in violence situations.
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As equipes de saúde da família e a violência doméstica contra a mulher: um olhar de gênero / The family health teams and domestic violence against women: a look at genderAndrade, Clara de Jesus Marques 22 May 2009 (has links)
Este é um estudo quanti-qualitativo que teve como objeto os limites e as possibilidades de atuação dos integrantes das equipes de saúde da família na violência doméstica vivenciada pelas mulheres no sentido de dar visibilidade a este problema no âmbito dos serviços de saúde. Seus objetivos específicos foram: identificar as concepções de violência de mulheres que vivenciaram situações violentas no espaço doméstico, apreender qual a expectativa das mulheres ao buscarem o serviço de saúde quando vivenciam situações de violência doméstica, identificar os limites de atuação dos profissionais de saúde frente à violência doméstica vivenciada pelas mulheres e analisar à luz de gênero o posicionamento dos profissionais de saúde em relação à violência doméstica contra a mulher. Neste estudo utilizaram-se como referencial teórico-metodológico as categorias gênero e violência de gênero enquanto constructos sociais. Para o tratamento dos dados foi utilizada a metodologia da análise de conteúdo proposta por Bardin e Minayo e as recomendações de Bourdieu para a construção das histórias das mulheres. Foi desenvolvido em duas etapas. A primeira teve como sujeitos de pesquisa as gestantes atendidas no Centro de Saúde Padre Fernando de Melo no município de Belo Horizonte, realizada através da observação participante, da aplicação de 64 questionários fechados e 12 entrevistas semi-estruturadas. As informações obtidas subsidiaram o desenvolvimento da segunda etapa da pesquisa. A segunda etapa foi desenvolvida através de uma Oficina de trabalho realizada com quinze profissionais das equipes de saúde da família do referido centro de saúde tendo como tema o posicionamento dos profissionais das equipes de saúde em situações de violência doméstica contra as mulheres. Nesta oficina foram coletadas informações sobre os limites e possibilidades de abordagem da violência doméstica nos serviços de saúde. Os resultados mostram que mulheres e profissionais de saúde ao não reconhecerem a violência doméstica contribuem para que se mantenha como um problema presente e recorrente, porém, não abordado nos serviços de saúde. Mostram ainda a potencialidade das Oficinas na coleta de dados de pesquisa articulada à reflexão crítica e na abordagem da violência doméstica nos serviços de saúde / This is a quanti-qualitative study that had as purpose to understand the limits and the possibilities of action by integrants of family health teams on domestic violence against women in search of appropriate ways to give visibility to this problem in the scope of the health services. Its specific objectives were: to identify the conceptions of violence by women who had lived in violent situations in the domestic space, to apprehend which could be the expectation of the women when searching the health service after suffering domestic violence, identify the limits of action of the health professionals dealing with women under domestic violence, and to analyze the gender´s view and the perception of the family health team in relation to the domestic violence against the woman. In this study the categories gender and type of violence were used as theoretical and methodological referential for the social constructs. For the data analysis it was used the methodology proposed by Bardin and Minayo and the recommendations of Bourdieu for the construction of the histories of the women. The research was developed in two stages. The first one had as subjects pregnant women attended in the Centro de Saúde Padre Fernando de Melo in the city of Belo Horizonte, evaluated through the observation, the application of a closed questionnaire with 64 questions and 12 half-structuralized interviews. The information obtained subsidized the development of the second stage of the research. The second stage was developed through a workshop with fifteen professionals of the family health team above mentioned having as the purpose the perception and positioning of the professionals dealing with situations of domestic violence against the women. In this workshop information on the limits and possibilities of approaching the domestic violence in the health services were collected. The results show that women and health professionals when do not recognize the domestic violence do not contribute to prevent it, what then becomes a present and recurrent problem in the health services. The results also show the potentiality of the workshops in the collection of data for research, articulated to the critical analysis and approach of the domestic violence in health services facilities and programs
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Lei Maria da Penha e princípio da subsidiariedade: diálogo entre um direito penal mínimo e as demandas de proteção contra a violência de gênero no Brasil / Maria da Penha Law and Principle of SubsidiarityCouto, Maria Claudia Girotto do 13 April 2016 (has links)
A presente pesquisa tem como objeto a investigação sobre os limites e possibilidades presentes na aplicação do Direito Penal no enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher no Brasil. Para tanto, após esclarecidas questões acerca do fenômeno da violência doméstica, como suas origens e características, analisa-se a trajetória política que levou à elaboração da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). É realizada, então, uma análise das previsões legais da Lei Maria da Penha, com especial destaque para as repercussões de caráter penal para o agressor. Posteriormente, dedica-se um capítulo à investigação do Princípio da Subsidiariedade e problematiza-se a aplicação do Direito Penal como instrumento de poder do Estado e como via de política pública, sendo abordados também o aspecto simbólico do Direito Penal e as funções da sanção penal em um Estado Democrático de Direito. Por fim, concretiza-se no último capítulo a investigação sobre as atrações e repulsões entre o Direito Penal e as iniciativas de enfrentamento da violência de gênero no Brasil. / This research intends to investigate both the limits and the possibilities concerning the use of Criminal Law to fight domestic violence against women in Brazil. For this purpose, after clarifying the basic characteristics and origins of domestic violence, we analyze the political trajectory that led to the creation of Law n. 11.340/2006 (Maria da Penha Law). An analysis of the legal provisions of the Maria da Penha Law is then presented, with particular emphasis on the criminal repercussions for the aggressor. Subsequently, a chapter is devoted to investigating the Principle of Subsidiarity and discussing the applications of Criminal Law both as an instrument of power and as a means of public policy, spanning the symbolic aspects of Criminal Law as well as the functions of criminal sanctions in a Democratic State. Finally, the last chapter elaborates on the attractions and repulsions between criminal law and the initiatives to fight gender-based violence in Brazil.
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Violência de gênero contra mulheres: em busca da produção de um cuidado integral / Gender violence against women: searching a comprehensive careHasse, Mariana 29 November 2016 (has links)
A violência contra a mulher gera diversas consequências para as pessoas que vivenciam o seu ciclo e estudos têm mostrado ser um problema de grande prevalência no Brasil e no mundo. Diversas medidas vêm sendo tomada nos últimos anos com o intuito de combater esse problema e, apesar dos avanços ocorridos nas últimas décadas, a realidade dos serviços no que se refere ao cuidado às mulheres em situação de violência, ainda é bastante precária e insatisfatória. O enfrentamento da violência contra as mulheres depende, entre outras ações, da articulação entre serviços de diferentes setores visando, a partir da formação de uma rede intersetorial, produzir um cuidado integral. Objetivou-se identificar as organizações e os agentes que compõem a rede intersetorial para mulheres em situação de violência do município de Ribeirão Preto, entender a produção do cuidado nos serviços e analisar as relações existentes entre os diversos serviços e setores. Esse estudo, de abordagem qualitativa, embasou- se em conceitos da micropolítica do processo de trabalho - tradicionalmente utilizados para analisar o trabalho em saúde - para discutir a questão da produção do cuidado a mulheres em situação de violência. Para a discussão também foi utilizado o conceito de \'hospitalidade\', tomado como um dispositivo potente tanto para o enfrentamento de situações de sofrimento quanto para o estabelecimento das articulações necessárias à construção da integralidade. Foram realizadas entrevistas em profundidade, com diferentes profissionais e informantes-chave dos setores de saúde, assistência social, segurança pública, jurídico, terceiro setor e da sociedade civil organizada. Além disso, foram feitas observações participantes em três serviços - um do setor saúde, um da assistência social e um de segurança pública. Os dados obtidos foram categorizados de acordo com a análise de conteúdo temático. 35 homens e mulheres, com idade média de 41 anos participaram da pesquisa. Formados em áreas diversas como medicina, psicologia, serviço social e direito, o tempo de experiência dos entrevistados variou entre 1 e 34 anos. Foram delimitadas três categorias de análise, divididas em subitens: 1: Produção do cuidado: caracterização dos setores e serviços, percepções dos profissionais acerca das mulheres atendidas, percepções dos profissionais sobre o trabalho realizado. 2: Produção da articulação: O entendimento sobre o conceito de rede e seu funcionamento e o processo de trabalho em rede no município. 3. Temas transversais: gênero, violência contra mulheres, Lei Maria da Penha, políticas públicas para mulheres, setor saúde e questões locais. A análise das categorias indica muitos processos de trabalho nos quais não há centralidade do uso de tecnologias relacionais e, portanto, desfavoráveis ao diálogo e à reflexão. Aliado a isso, percepções dos profissionais, muitas vezes preconceituosas, acerca de temas correlatos à violência, favorecem o surgimento de obstáculos à hospitalidade necessária para a produção do cuidado e da articulação intersetorial, indispensáveis para o enfrentamento da violência de forma integral. A preeminência do trabalho vivo nos processos de trabalho através do uso de tecnologias relacionais possibilita a construção do cuidado integral e o resgate da condição de sujeito de usuários e trabalhadores. Por isso ela é fundamental para o trabalho com situações de violência, por combater a anulação do outro / Violence against women generates several consequences for people who experience their cycle and studies have shown to be a very prevalent problem in Brazil and worldwide. Several measures have been taken in recent years in order to combat this problem and, despite advances in the past decades, the reality of services in relation to the care of women in violence situation is still fragile and unsatisfactory. Tackling violence against women depends, among other things, the relationship between services from different sectors aiming to produce a comprehensive care from the formation of an inter-sectoral network. To identify the organizations and agents that make up the cross- sector network for women in violence situation at Ribeirão Preto, to understand the production of care services and to analyze the relationships between different departments and public services. This study of qualitative approach, underwrote in micropolitics concepts of the work process - traditionally used to analyze the work at health services - to discuss the issue of production of care to women in situations of violence. For discussion it was also used the concept of \'hospitality\', taken as a powerful device for both the contend of suffering situations and to establish the necessary links to the construction of comprehensiveness. In-depth interviews were conducted with different professionals and key informants of healthcare, social assistance, public security, legal services, third sector and civil society. In addition, participant observations by me were made in three services - one of the health sector, a social assistance and public security. The data were categorized according to thematic content analysis. 35 men and women with an average age of 41 participated in the survey. Graduated in various fields such as medicine, psychology, social work and law, the time of respondents experience ranged from 1 to 34 years. Were defined three categories of analysis divided into sub-items: 1: Care Production: characterization of sectors and services, perceptions of professionals about women served, perceptions of professionals about the work done. 2: Coordination of Production: The understanding of the concept of the network and its operation and networking process in the municipality. 3. Transversal themes: gender, violence against women, Maria da Penha Law, public policies for women, health sector and local issues. The analysis of the categories indicates many work processes in which there is centrality of using relational technologies and therefore unfavorable to dialogue and reflection. Allied to this, perceptions of professionals often demonstrate prejudice on issues related to violence, easily inspire the emergence of obstacles to the hospitality needed for the production of care and intersectorial coordination, crucial to addressing violence in full. The preeminence of living labor in work processes through the use of relational technology enables the construction of comprehensive care and the rescue of subject hood of users and workers. Therefore it is essential to work with situations of violence, to fight the annulment of the other
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Mais pra preta do que pra branca: racismo estrutural na Lei Maria da Penha / More black than white: structural racism in the Maria da PenhaPereira, Stephanie 26 November 2018 (has links)
INTRODUÇÃO:A rota crítica das mulheres em situação de violência doméstica sob uma perspectiva racial ainda é tema pouco explorado nas pesquisas. Compreendendo as estruturas racistas, sexistas e classistas que operam em nossa sociedade, questiona-se a efetivação da Lei Maria da Penha na garantia de direitos perante as desigualdades vivenciadas por mulheres negras. OBJETIVO:Compreender se existem diferenças entre mulheres negras e brancas no acesso e na assistência dos serviços que compõem a rede de enfrentamento àviolência doméstica. MÉTODO:Estudo misto. Integraram o estudo as mulheres acima de 18 anos que tiveram processos pela Lei Maria da Penha na Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da região oeste da cidade de São Paulo (VVDF-Oeste).A abordagem quantitativa ocorreu por meio de estudo transversal; os dados foram coletados pelos processos judiciais pela plataforma RedCap e foram analisados no SPSS, segundo análise estratificada. Foram avaliadas variáveis sociodemográficas e do processo criminal. A abordagem qualitativa foi realizada por meio de estudo exploratório, com 18 entrevistas semiestruturadas - novemulheres negras e novemulheres brancas. As entrevistas foram analisadas segundo análise de conteúdo de Bardine e as rotas críticas das mulheres, que foram esquematizadas. RESULTADOS:As mulheres menos escolarizadas buscarammais medidas protetivas (p=0,004), sendo que as negras com até 11anos de estudo o fizerammais (p=0,026). Observa-se que as mulheres negras menos escolarizadas também são as que menos comparecem ao atendimento multiprofissional oferecido pela VVDF-Oeste (p=0,039). Além disso, observou-se que as mulheres brancas tiveram mais processos sentenciados (p=0,012),bem como menor tempo de processo (p=0,018). O fluxograma das rotas críticas demonstra que as mulheres negras entrevistadas vivenciaram mais episódios de violência institucional e receberam menos informações nos serviços. Tais questões resultaram em uma rota mais tortuosa e com mais passagens por instituições, na busca pela garantia de viver uma vida sem violência. As mulheres negras reconhecem o racismo, além de outros eixos de opressão em sua rota. Observou-se também que as mulheres brancas entrevistadas não reconhecem o racismo como barreira na efetivação de direitos de mulheres negras. DISCUSSÃO: Apesar de um importante marco no enfrentamento daviolência, a Lei Maria da Penha não garantiu acesso igualitário às mulheres. Percebe-se a diferença traduzida em desigualdade. É imprescindível compreender que a diferença apontada por este trabalho entre as mulheres negras e as brancas não é mera coincidência: trata-se do racismo estrutural garantindo a manutenção de uma sociedade desigual. CONCLUSÕES: Ao compreendermos que o racismo, o sexismo e o preconceito de classe estruturam a nossa sociedade e moldam as relações sociais, é evidente que uma política pública jamais seráuniversal se não construir mecanismos concretos que assegurem a igualdade de acesso e de direitos / INTRODUCTION:The studies of the critical paths that women experiencing domestic violence go through are rarely explored on racial perspective. As racist, sexist and classist structures operate in our society, we question the Maria da Penha Law effectiveness in guaranteeing rights taking into account the inequalities experienced by Black women. OBJECTIVE: To understand if there are differences between Black and White women in the Access and assistance of the services of the intersectoral network of violence against woman. METHOD: Mix study. The study is comprised of women over the age of 18 who have prosecuted their agressor under the Maria da Penha Law in the Domestic Violence and Family Violence Court in the western region of the city of São Paulo (VVDF). The quantitative approach was carried out through a cross-sectional study; the data were collected by the judicial processes by the RedCap platform and were analyzed in the SPSS, according to a stratified analysis. Sociodemographic variables and criminal process variables were evaluated. Qualitative approach was carried out through an exploratory study, with 18 semi-structured interviews -nine black women and ninewhite women. The interviews were analyzed according to Bardin\'s content analysis and the women\'s critical paths, which were schematized. RESULTS: Women up to 11years of schooling asked more for protective measures (p = 0.004), and among those, Black women even more (p = 0.026). It is observed that less educated Black women are also the ones that least attend the multi-professional service offered by VVDF (p = 0.039).In addition, it was observed that White women had more sentenced cases (p = 0.012) in addition to a shorterprocess time (p = 0.018). The flow chart of the critical paths shows that the interviewed Black women experienced more episodes of institutional violence and received less information in the services. Such questions resulted in a more tortuous path and more passages by institutions,searching for the guarantee of living a life without violence. Black women recognize racism, as well as other axés of oppression in their route.It was also observed that White women interviewed do not recognize racism as a barrier for Black women have their rights guaranteed. DISCUSSION:Despite an important milestone in facing violence, the Maria da Penha Law did not guarantee equal access to women. The difference translated into inequality is perceived. It is essential to understand that the difference pointed out by this work among black and white women is not mere coincidence: it is structural racism guaranteeing the maintenance of an unequal society. CONCLUSIONS: By understanding that racism, sexism, and class prejudice shape our society and shape social relations, it is clear that public policy would never be universal unless it constructs concrete mechanisms to ensure equal access and rights
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Mais pra preta do que pra branca: racismo estrutural na Lei Maria da Penha / More black than white: structural racism in the Maria da PenhaStephanie Pereira 26 November 2018 (has links)
INTRODUÇÃO:A rota crítica das mulheres em situação de violência doméstica sob uma perspectiva racial ainda é tema pouco explorado nas pesquisas. Compreendendo as estruturas racistas, sexistas e classistas que operam em nossa sociedade, questiona-se a efetivação da Lei Maria da Penha na garantia de direitos perante as desigualdades vivenciadas por mulheres negras. OBJETIVO:Compreender se existem diferenças entre mulheres negras e brancas no acesso e na assistência dos serviços que compõem a rede de enfrentamento àviolência doméstica. MÉTODO:Estudo misto. Integraram o estudo as mulheres acima de 18 anos que tiveram processos pela Lei Maria da Penha na Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da região oeste da cidade de São Paulo (VVDF-Oeste).A abordagem quantitativa ocorreu por meio de estudo transversal; os dados foram coletados pelos processos judiciais pela plataforma RedCap e foram analisados no SPSS, segundo análise estratificada. Foram avaliadas variáveis sociodemográficas e do processo criminal. A abordagem qualitativa foi realizada por meio de estudo exploratório, com 18 entrevistas semiestruturadas - novemulheres negras e novemulheres brancas. As entrevistas foram analisadas segundo análise de conteúdo de Bardine e as rotas críticas das mulheres, que foram esquematizadas. RESULTADOS:As mulheres menos escolarizadas buscarammais medidas protetivas (p=0,004), sendo que as negras com até 11anos de estudo o fizerammais (p=0,026). Observa-se que as mulheres negras menos escolarizadas também são as que menos comparecem ao atendimento multiprofissional oferecido pela VVDF-Oeste (p=0,039). Além disso, observou-se que as mulheres brancas tiveram mais processos sentenciados (p=0,012),bem como menor tempo de processo (p=0,018). O fluxograma das rotas críticas demonstra que as mulheres negras entrevistadas vivenciaram mais episódios de violência institucional e receberam menos informações nos serviços. Tais questões resultaram em uma rota mais tortuosa e com mais passagens por instituições, na busca pela garantia de viver uma vida sem violência. As mulheres negras reconhecem o racismo, além de outros eixos de opressão em sua rota. Observou-se também que as mulheres brancas entrevistadas não reconhecem o racismo como barreira na efetivação de direitos de mulheres negras. DISCUSSÃO: Apesar de um importante marco no enfrentamento daviolência, a Lei Maria da Penha não garantiu acesso igualitário às mulheres. Percebe-se a diferença traduzida em desigualdade. É imprescindível compreender que a diferença apontada por este trabalho entre as mulheres negras e as brancas não é mera coincidência: trata-se do racismo estrutural garantindo a manutenção de uma sociedade desigual. CONCLUSÕES: Ao compreendermos que o racismo, o sexismo e o preconceito de classe estruturam a nossa sociedade e moldam as relações sociais, é evidente que uma política pública jamais seráuniversal se não construir mecanismos concretos que assegurem a igualdade de acesso e de direitos / INTRODUCTION:The studies of the critical paths that women experiencing domestic violence go through are rarely explored on racial perspective. As racist, sexist and classist structures operate in our society, we question the Maria da Penha Law effectiveness in guaranteeing rights taking into account the inequalities experienced by Black women. OBJECTIVE: To understand if there are differences between Black and White women in the Access and assistance of the services of the intersectoral network of violence against woman. METHOD: Mix study. The study is comprised of women over the age of 18 who have prosecuted their agressor under the Maria da Penha Law in the Domestic Violence and Family Violence Court in the western region of the city of São Paulo (VVDF). The quantitative approach was carried out through a cross-sectional study; the data were collected by the judicial processes by the RedCap platform and were analyzed in the SPSS, according to a stratified analysis. Sociodemographic variables and criminal process variables were evaluated. Qualitative approach was carried out through an exploratory study, with 18 semi-structured interviews -nine black women and ninewhite women. The interviews were analyzed according to Bardin\'s content analysis and the women\'s critical paths, which were schematized. RESULTS: Women up to 11years of schooling asked more for protective measures (p = 0.004), and among those, Black women even more (p = 0.026). It is observed that less educated Black women are also the ones that least attend the multi-professional service offered by VVDF (p = 0.039).In addition, it was observed that White women had more sentenced cases (p = 0.012) in addition to a shorterprocess time (p = 0.018). The flow chart of the critical paths shows that the interviewed Black women experienced more episodes of institutional violence and received less information in the services. Such questions resulted in a more tortuous path and more passages by institutions,searching for the guarantee of living a life without violence. Black women recognize racism, as well as other axés of oppression in their route.It was also observed that White women interviewed do not recognize racism as a barrier for Black women have their rights guaranteed. DISCUSSION:Despite an important milestone in facing violence, the Maria da Penha Law did not guarantee equal access to women. The difference translated into inequality is perceived. It is essential to understand that the difference pointed out by this work among black and white women is not mere coincidence: it is structural racism guaranteeing the maintenance of an unequal society. CONCLUSIONS: By understanding that racism, sexism, and class prejudice shape our society and shape social relations, it is clear that public policy would never be universal unless it constructs concrete mechanisms to ensure equal access and rights
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O DEBATE DE GÊNERO NO ENSINO DE HISTÓRIA: MOÇAS PARA CASAR – REPRESENTAÇÕES FEMININAS NOS PROCESSOS CRIME DE SEDUÇÃO EM PONTA GROSSA (1940-1970)Pinto, Solange da Silva 29 August 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-08-29 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A pesquisa desenvolvida no Mestrado Profissional em Ensino de História tem por objetivo propor uma reflexão sobre o debate de gênero e violência no ensino de História escolar. A proposição foi feita a partir da pesquisa com processos crime, que identifica de que forma as identidades de gênero foram representadas nos processos judiciais relativos ao crime de sedução entre os anos de 1940 a 1970 para refletir sobre a construção de estereótipos de gênero que influenciam as relações entre homens e mulheres ainda nos dias atuais, relações que muitas vezes são marcadas pela violência e permanências da cultura patriarcal. A partir da pesquisa, foi produzido um material didático no formato de livro para o trabalho com adolescentes, no qual se evidencia o processo de construção do conhecimento histórico com o uso de processos criminais como fonte histórica e se discute as representações de gênero expressos nos discursos dos processos criminais. As fontes utilizadas na pesquisa são parte integrante do Acervo Judicial que se encontra sob a guarda do Centro de Documentação e Pesquisa em História, do Departamento de História, da Universidade Estadual de Ponta Grossa – Sala da documentação Judiciária. Para a análise dos dados foi empregado o método qualitativo, por meio da análise de conteúdo, ancorada no conceito de gênero (na perspectiva de Joan Scott (1990), Heleieth Safiotti (2001), Guacira Lopes Louro (1995; 2008) entre outras) e na teoria das representações sociais de Serge Moscovici (1978), tendo em vista que o objetivo é analisar as representações sobre o masculino e o feminino nos processos judiciais de crimes sexuais. Compreender a participação feminina na história e diferentes espaços e tempos históricos, analisar suas vivências, trajetórias, as transformações nos padrões de comportamento e na forma de viver a sexualidade são elementos que precisam ser trabalhados nas aulas de história. Conhecer essas trajetórias pode permitir que estudantes identifiquem as mulheres como sujeitos históricos ativos, suas lutas pela igualdade de direitos ao longo da história e como se deu a construção de estereótipos ao longo do tempo sobre um perfil feminino ideal. Isso precisa ser desconstruído, pois cada sujeito é singular e suas particularidades devem ser respeitadas, não sendo possível impor uma identidade única a todas as mulheres. / This research developed in the Professional Master in History aims to propose a reflection on the gender debate and violence in school history teaching. The proposition was made from the crime processes research, which identifies how the gender identities were represented in court proceedings relating to the crime of seduction between of 1940 to 1970 to reflect on the construction of gender stereotypes that influence the relationship between men and women still in the present day, relationships that are often marked by violence and permanency of the patriarchal culture. From the research, was produced a teaching material in book format to work with adolescents, which shows the process of knowledge construction history with the use of criminal prosecutions as a historical source and discussing gender representations expressed in speeches by criminal prosecutions. The sources used in the research are an integral part of the Legal Acquis that lies under the guard of the Centre for documentation and research in History, Department of History of the Universidade Estadual de Ponta Grossa - room of Judicial document.For data analysis was employed the qualitative method, through content analysis, anchored in the concept of genre (in the perspective of Joan Scott (1990), Heleieth Safiotti (2001), Guacira Lopes Louro (1995; 2008) and others) and the theory of social representations of Serge Moscovici (1978), considering that the goal is to analyze the representations about the male and female in lawsuits of sexual crimes.To understand women's participation and the different historical spaces and times, studying their experiences, trajectories, and transformations in behavioral patterns and the way of living sexuality are elements that need to be worked out in History classes.Knowing these trajectories may allow students to identify women as active historical subjects, their struggles for equal rights throughout history, and how stereotypes have been built over time on an ideal female profile.This subject needs to be deconstructed, since each subject is unique and its particularities must be respected, and it is not possible to impose a unique identity on all women.
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