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A lei nas entrelinhas: a Lei Maria da Penha e o trabalho policial em duas Delegacias de Defesa da Mulher de São Paulo / The law between the lines: Maria da Penha law and the police work in two Womens Police Stations in São PauloLins, Beatriz Accioly 03 October 2014 (has links)
Com o advento da Lei nº 11.430/2006 (Lei Maria da Penha), foi alterada substancialmente a tipificação jurídica da criminalização dos casos de violência doméstica no Brasil, sendo modificadas a autuação e o tratamento, nas esferas policiais e jurídicas, desses delitos. O texto da nova lei tipifica e pune de maneira mais rigorosa situações que, até então, encontravam-se em uma alçada de legislações genéricas consideradas, pelos seus críticos, como mais vulneráveis às reproduções das desigualdades de gênero. A partir do acompanhamento do expediente policial de duas Delegacias de Defesa da Mulher (DDM) na cidade de São Paulo, investigo os usos e as mudanças trazidas pela Lei Maria da Penha para a prática policial nas DDMs órgãos especializados da Polícia Civil responsáveis pelo atendimento de mulheres vítimas de violência , e de que maneira tais mudanças se articulam com percepções de gênero, família, conjugalidade e justiça que circulam entre as policiais. Para além de avaliar a aplicação correta da norma jurídica, viso entender a lei como algo dinâmico, plástico, polimorfo e polissêmico, e que ganha sentidos e práticas conforme é manuseada e utilizada na prática de diferentes profissionais; indagando à lei justamente o que ela não diz em texto seu formal: seus significados implícitos, subentendidos e interpretativos, isto é, ler a Lei Maria da Penha em suas entrelinhas. / With the enactment of Law No. 11.430/2006 (Maria da Penha Law), Brazil substantially changed the legal classification of the criminalization of domestic violence cases, modifying the assessment and treatment, in the police and legal spheres, of these offenses. The text of the new law criminalizes and punishes more rigorously situations that, in the past, were subject to a generic scope of legislation considered by its critics as vulnerable to the reproduction of gender inequalities. Through the expedient of two Womens Police Stations (DDMs) in the city of São Paulo, I investigate the changes and uses that the promulgation of the Maria da Penha Law have brought to the police practice inside these specialized organs of the Civil Police (responsible for the care of women victims of violence), and how these changes are linked to perceptions of gender, family, marriage and justice operated by the police. This dissertation does not aim to assess the correct application of the legal norm, but tries to understand the law as dynamic, plastic, polymorphous and polysemous experience, whose meanings and uses may change and transform through the practices of different professionals. It is about questioning the law not in its formal text: but the implicit, implied and interpretive meanings it has, in other words, to read the Maria da Penha Law between the lines.
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Violência doméstica entre adolescentes escolares no município de São Paulo / Domestic violence among school adolescents in São PauloRalo, Janaina Maria 11 September 2013 (has links)
Objetivo: Identificar a prevalência da violência doméstica, estimar fatores relacionados e descrever a percepção de violência em geral e doméstica de adolescentes escolares. Métodos: Trata-se de estudo transversal realizado com 656 adolescentes com idade entre 11 a 17 anos da rede pública de ensino da região do extremo sul do município de São Paulo no ano de 2012. A análise descritiva foi apresentada por meio de proporções, médias e desvio padrão. Diferenças nas proporções entre os grupos de vitimizados e não vitimizados por violência doméstica foram, primeiramente, comparados em relação a cada fator individualmente por meio de teste de Qui Quadrado de Pearson ou Exato de Fischer. Para análise simultânea dos fatores foi utilizada a regressão de Poisson ajustada pela estimativa robusta de variância considerando-se nível de significância de 5 por cento. A violência doméstica nos seis meses anteriores à pesquisa foi analisada como desfecho. As variáveis independentes consideradas foram: sociodemográficas e consumo de álcool e drogas por familiares. Resultados: Dentre os 656 adolescentes, 38,9 por cento (n= 255) referiram ter sido vítima de violência doméstica. Mulheres foram vitimizadas em maior frequência (44,1 por cento). Fatores significativa e positivamente associados à vitimização por violência doméstica foram: ser do sexo feminino (RP= 1,47; IC 95 por cento: 1,20; 1,80) e morar somente com o pai (RP= 1,52; IC 95 por cento: 1,11; 2,08). Adolescentes apresentam boa percepção acerca da violência de modo geral, no entanto, ao considerar a violência no âmbito doméstico, não se reconhecem como vítimas potenciais dessa violência. Conclusões: estudos epidemiológicos, como este, são necessários para desvelar a realidade da violência doméstica e auxiliar a construção de políticas públicas intersetoriais de promoção de saúde, uso de substâncias psicoativas e cultura de paz, a fim de romper com o ideal de violência como método disciplinador de educação / Objective: To identify the prevalence of domestic violence, estimate factors associated and describe the perception of violence in general and domestic among school adolescents. Methods: A cross sectional study was conducted with 656 adolescents aged 11 to 17 years from public schools of the extreme south of the city of São Paulo in 2012. The descriptive analysis was presented using proportions, means and standard deviations. Differences in proportions between groups victimized and not victimized by domestic violence were first compared in relation to each factor individually through Chi square test or Fisher exact. For simultaneous analysis of the factors was used Poisson regression adjusted by robust estimate of variance at a 5 per cent significance level. Domestic violence in the six months previous to the survey was analyzed as an outcome. The independent variables considered were: sociodemographic and consumption of alcohol and drugs by family members. Results: Among the 656 adolescents, 38,9 per cent (n = 255) reported having been a victim of domestic violence. Women were victimized more frequently (44,1 per cent). Significantly and positively factors associated with victimization by domestic violence were: being female (PR = 1,47; 95 per cent CI: 1,20; 1,80) and living alone with her father (PR = 1,52; 95 per cent CI: 1,11; 2,08). Adolescents have good perception about violence in general, however, when considering violence domestically, do not recognize themselves as potential victims of this violence. Conclusions: Epidemiological studies such as this are needed to reveal the reality of domestic violence and help build intersectoral public politics to promote health, psychoactive substances and a culture of peace, in order to break with the ideal violence as a method of disciplining education
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Violência doméstica contra crianças e adolescentes na região metropolitana de Fortaleza / Domestic violence against children and adolescents in the metropolitan area of FortalezaCarvalho, Helena Maria Barbosa 05 May 2010 (has links)
Introdução O reconhecimento da violência doméstica contra crianças e adolescentes no Brasil se deu no fim da década de 80, com o estabelecimento do ECA, que tornou obrigatória a notificação, mesmo dos casos suspeitos, numa medida de proteção aos direitos das crianças e dos adolescentes. Ainda que tenha sua magnitude desconhecida, é apontada como um fenômeno crescente em todo o mundo e seu conhecimento encontra-se em processo de construção. Em função das graves conseqüências que acarreta às vítimas e às suas famílias, seu estudo se justifica, no intuito de dar visibilidade ao tema, a partir dos casos atendidos no Instituto Médico Legal de Fortaleza. Objetivos - Analisar as características da violência doméstica contra crianças e adolescentes atendidos no Instituto Médico Legal (IML) de Fortaleza, visando contribuir para a formulação de políticas públicas de enfrentamento deste problema na população estudada, a partir de estratégias apropriadas de prevenção e controle. Métodos - Estudo descritivo, transversal, com método quantitativo. A população foi constituída por 343 crianças e adolescentes residentes na Região Metropolitana de Fortaleza e atendidos no IML de Fortaleza, no período de 1º de julho a 31 de dezembro de 2008. Para obtenção dos dados foram utilizados a guia policial e o instrumento próprio da pesquisa. Resultados Dentre as vítimas de violência doméstica contra crianças e adolescentes, observou-se predominância do sexo feminino (235 68,5 por cento) e da faixa etária de 10 a 14 anos. As vítimas moravam, sobretudo, com os pais (166 48,4 por cento), no município de Fortaleza (234 68,2 por cento), em famílias de renda per capita inferior a quatrocentos reais (276 80,4 por cento), cujo principal agressor foi o pai (109 31,8 por cento) e notificante, a mãe (166 48,4 por cento). Os principais tipos de violência doméstica detectados foram: violência física (172 50,1 por cento) e sexual (167 48,7 por cento). Na violência física verificou-se distribuição harmônica quanto ao sexo da vítima (masculino: 77 44,8 por cento; feminino: 95 55,2 por cento), faixa etária predominante de 10 a 14 anos para os homens (27 35,0 por cento) e 15 a 19 anos para as mulheres (38 40,0 por cento), com predomínio de famílias nucleares (94 54,6 por cento), renda per capita inferior a quatrocentos reais (139 80,8 por cento), sendo o pai (58 33,7 por cento) e a mãe (55 31,9 por cento) os principais agressores. Evidenciou-se frequência elevada de habitualidade (137 79,7 por cento), laudo pericial positivo em todos os casos, a maioria das lesões foi leve (168 97,7 por cento), segmento corporal mais atingido foram membros (72 41,8 por cento) e o principal notificante foi a mãe (72 41,0 por cento). A violência sexual revelou supremacia de vítimas do sexo feminino (137 82,0 por cento), faixa etária predominante de 10 a 14 anos (70 51,1 por cento), com percentual elevado de famílias nucleares (71 42,5 por cento) e com padrasto (60 35,9 por cento), renda per capita inferior a quatrocentos reais (133 79,6 por cento), sendo padrasto (54 32,3 por cento) e pai (50 30,0 por cento) os principais agressores. Evidenciou-se frequência elevada de habitualidade (106 63,5 por cento), laudo pericial negativo na maioria dos casos (144 86,2 por cento) e a mãe foi o principal agente notificante (92 55,0 por cento). Conclusões os dados mostram que a violência doméstica contra crianças e adolescentes evidenciada no IML permite para dar mais visibilidade ao fenômeno, contribuindo para a elaboração de políticas públicas de prevenção e de atendimento às vítimas e suas famílias, visando à diminuição dessa problemática / Introduction - The recognition of domestic violence against children and adolescents in Brazil was in the late 80\'s with the establishment of the ECA, which has obliged to report even suspected cases, a measure of protection to the rights of children and adolescents. Although its magnitude was unknown, is identified as a growing phenomenon around the world and their knowledge is under construction. Because of the serious consequences that entails for victims and their families, their study is warranted in order to give visibility to the issue, from the cases treated at the Forensic Institute in Fortaleza. Objectives - To analyze the characteristics of domestic violence against children and adolescents treated at the Institute of Forensic Medicine (IML) of Fortaleza, in order to contribute to the formulation of public policies to face this problem in the population studied, as appropriate strategies for prevention and control. Methods - Cross-sectional study with quantitative method. The study population consisted of 343 children and adolescents living in the metropolitan area of Fortaleza and served in the IML of Fortaleza in the period from July 1 to December 31, 2008. To obtain the data were used to guide police and the instrument\'s own research. Results - Among the victims of domestic violence against children and adolescents, there was a predominance of females (235 - 68.5 per cent) and aged 10 to 14 years. The victims lived, especially with parents (166 - 48.4 per cent), in Fortaleza (234 - 68.2 per cent) in families of per capita income of less than four hundred reais (276 - 80.4 per cent), the main aggressor was the father (109 - 31.8 per cent) and notifying, the mother (166 - 48.4 per cent). The main types of domestic violence identified were: physical violence (172 - 50.1 per cent) and sexual (167 - 48.7 per cent). Physical violence occurred harmonic distribution by sex of victim (male: 77 - 44.8 per cent, female: 95 - 55.2 per cent), predominant age group of 10 to 14 years for men (27 - 35.0 per cent) and 15 to 19 years for women (38 - 40.0 per cent), with a predominance of nuclear families (94 - 54.6 per cent), per capita income of less than four hundred reais (139 - 80.8 per cent), and father (58 - 33.7 per cent) and mother (55 - 31.9 per cent) the main aggressors. It was observed high frequency of habituation (137 - 79.7 per cent), expert report positive in all cases, most injuries were mild (168 - 97.7 per cent), body part most affected were members (72 41.8 per cent) and the main notifying was the mother (72 - 41.0 per cent). Sexual violence revealed the supremacy of female victims (137 - 82.0 per cent), predominant age group of 10 to 14 years (70 - 51.1 per cent), with a high percentage of nuclear families (71 - 42.5 per cent) and stepfather (60 - 35.9 per cent), per capita income of less than four hundred reais (133 - 79.6 per cent) and stepfather (54 - 32.3 per cent) and father (50 - 30.0 per cent) the main aggressors. It was observed high frequency of habituation (106 - 63.5 per cent), expert report negative in most cases (144 - 86.2 per cent) and the mother was the principal agent notifying (92 - 55.0 per cent). Conclusions - the data show that domestic violence against children and adolescents demonstrated in the IML allows for the visibility of the phenomenon, contributing to the development of public policies to prevent and care for victims and their families in order to reduce this problem
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CRIANÇAS E ADOLESCENTES VÍTIMAS DE ABUSO SEXUAL E O PROCESSO DE RESILIÊNCIA: PERSPECTIVA DE COMPREENSÃO A PARTIR DA ABORDAGEM ECOLÓGICA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO DE BRONFENBRENNERSagaz, Valéria Rossi 22 April 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008-04-22 / This study focus on development and learning of the resilience by children and adolescents who were victims of sexual abuse by close relatives or their nuclear family’s members. The guide questions were: The local schools and the institution Sentinela Program are developing activities that promote the leaning of the resilience? What are and where are the risks, protection and promoters of resilience factors? The aims of this study were to characterize the
educative role of the Sentinela Program and schools to the development and learning of resilience, to identify the risks, protection and promoters of resilience factors. The
Bronfenbrenner’s Ecological Theory of Human Development substantiated this research. The data collection was done in Ponta Grossa – Paraná with the Sentinela Program, Tutorial
Council and six schools that attend students from 6 to 14 years old. The procedures used were ecological insertion, documentary research, psychological tests application. The instruments of the data collection were reports, interviews, the Childish Stress Scale and H.T.P. Projective and group works. Three children and three adolescents, six professional people from Sentinela Program, thirteen teachers and two tutorial counselors join this work. The phenomenalogical
perspective was the analysis device. The outcomes pointed out that two children and three adolescents developed social and emotional resilience; one child developed the academic
resilience due to the emotional and pedagogic support from school. It was noticed that there is not educational projects and actions in the schools for the development of the resilience as well as programs for prevention, detection and protection against sexual violence. In the Sentinela Program, the emotional and social resiliences were developed by the learning of social skills about self-control of politeness and expression of positive feelings; by the rescue of the self-esteem, self-confidence and social support to the involved families. The risks factors in the Context Core were: the shortage of information about sexual abuse; few
denunciations from schools to the Tutorial Council (three of the six schools did not know about the cases); the lack of communication between schools and the Sentinela Program; the family environment. As protection factors were identified: the creation of the special legal institution that deals with crimes against children and adolescents in Paraná state in 2007; the reference of two cases from schools to the Tutorial Council; the denunciation done by mothers whose daughters were outraged by their companions. The promoter factors of resilience at school, in a case, were the emotional support, reinforcement in school subjects and orientation to the mother’s victim. At Sentinela Program that factor was: the psychological support and accompaniment to five victims; the social attendance to two victims and some pedagogical
activities to six. There was some support to the mothers in three cases. Some of the risk factors identified in the Individual Core were low self-esteem in six cases, and suicide
thoughts in one case. The self-protection factors consisted in avoiding the aggressor company and believing in the legal punishment. The resilient factors were: friendship for two girls,
liking the studies for three and having bonds with confident people for five of them. In the Time Core, living with the aggressor and live in a substandard condition were considered risks factors for three victims. The protection factor, in three cases, was the remoteness from the aggressor. It was noticed that to become resilient, the victims need support and acceptance by the adults who can give them new apprenticeships. / Este estudo focaliza o desenvolvimento e aprendizagem da resiliência em crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual intrafamiliar. As questões orientadoras foram: As escolas e o Programa Sentinela desenvolvem atividades que promovam o aprendizado da resiliência? Quais são e onde se situam os fatores de risco, proteção e promotores de resiliência? Teve por objetivos caracterizar o papel educativo do Programa Sentinela e da instituição escolar para o desenvolvimento e aprendizado da resiliência; identificar os fatores de risco, proteção e promotores de resiliência. A Teoria Ecológica do Desenvolvimento Humano de Bronfenbrenner fundamentou a pesquisa. A coleta de dados foi realizada na cidade de Ponta Grossa - PR, junto ao Programa Sentinela, Conselho Tutelar e seis escolas de Ensino Fundamental. Os procedimentos consistiram em inserção ecológica, pesquisa documental, aplicação de testes psicológicos. Os instrumentos de coleta de dados foram relatórios, entrevistas, Testes ESI – Escala de Stress Infantil e Projetivo H.T.P., dinâmicas de grupo. Participaram três crianças e três adolescentes, seis profissionais do Programa Sentinela, treze educadores, dois conselheiros tutelares. Para análise utilizou-se a perspectiva
fenomenológica. Os resultados revelaram que duas crianças e três adolescentes desenvolveram resiliência emocional e social. Apenas uma dessas crianças desenvolveu a resiliência
acadêmica, devido ao apoio afetivo e pedagógico recebido na sua escola. Constatou-se a ausência de projetos e ações educativas nas escolas para o desenvolvimento da resiliência,
bem como para a prevenção, detecção e proteção à violência sexual. No Programa Sentinela, a resiliência emocional e a social foram desenvolvidas por meio do aprendizado de habilidades sociais de automonitoria, de civilidade e expressão de sentimento positivo; pelo resgate da auto-estima, da autoconfiança, e suporte social às respectivas famílias. Foram identificados como fatores de risco no Núcleo Contexto: escassez de informações à população sobre o abuso sexual; poucas denúncias das escolas aos Conselhos Tutelares; das seis escolas três desconheciam os casos de abuso sexual ocorridos com suas alunas; a falta de comunicação
entre as escolas e o Programa Sentinela; e o próprio ambiente familiar das vítimas. Como fatores de proteção, foram identificados: a criação da Vara de Crimes contra Crianças e
Adolescentes no Paraná, em 2007; o encaminhamento de dois casos pela escola ao Conselho Tutelar; as denúncias feitas pelas mães de duas vítimas sobre o abuso sexual realizado pelos próprios cônjuges. Como fator promotor de resiliência na escola, em um caso o apoio afetivo, reforço escolar e orientações à mãe da vítima. No Programa Sentinela mostrou-se promotor de resiliência o acompanhamento psicológico para cinco das vítimas; o atendimento social para duas e as atividades pedagógicas para seis. No âmbito familiar, o apoio materno em três casos. Alguns dos fatores de risco identificados no Núcleo Pessoa foram baixa auto-estima em seis casos, e idéias suicidas em um caso. Os fatores de auto-proteção consistiram em evitar a presença do agressor, e contar com a sua punição pelo sistema judiciário. Como fatores
resilientes, ter amizades para duas; gosto pelo estudo para três, ter vínculos com pessoas que inspiram confiança para cinco. No Núcleo Tempo, continuar convivendo com o agressor e permanecer na condição econômica de pobreza foi considerado fator de risco para três das vítimas. Como fator de proteção, em três casos o afastamento do agressor. Concluiu-se que, para se tornarem resilientes, foi indispensável o apoio e a aceitação incondicional por parte
dos adultos que lhes oportunizaram novos aprendizados.
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Violência doméstica contra crianças e formação de professores: um estudo no ensino fundamental I da rede municipal de educação de São José dos Campos - SP / Domestic violence against children and teacher training: a study in public elementary schools in the São José dos Campos district (SP)Ando, Daniela Araújo 14 October 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-10-14 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / According to scientific research, the school is considered an enabling environment for the
detection and the reporting of incidents of domestic violence against children. It is believed
that professionals in Education, especially teachers, through specific training geared towards
the problem of domestic violence against children, can use the resources of such training to
develop skills to cope with domestic violence, especially with regard to the identification and
the reporting of incidents in the early grades of elementary school, period during which
children stay with teachers for about four hours a day. This research aims at identifying and
studying obstacles and indicating possibilities of continuing teacher education in relation to
the reporting of domestic violence against children. The research setting was the public school
system in the São José dos Campos district, in São Paulo, and focus groups, interviews, and
document analyses were used for data collection. The result shows continuing training as a
space that can contribute not only to equip teachers in regard to prevention, case management
the and its reporting but also to provide greater safety for professionals when making
decisions on a case of domestic violence against a child, through the support of a formed
collective consciousness on this phenomenon. Thus, the problem of domestic violence can
only cease to be treated warily by the school when educators have access to open discussions
about this phenomenon and can partner with protection agencies. The conclusion indicates
that professionals in Education have to develop and build knowledge on the topic, starting
from the reality of the school environment to the participation in the production of materials
aimed at coping with domestic violence against children / A escola tem sido considerada como um ambiente propicio para detecção e notificação da
violência doméstica contra criança. Acredita-se que o profissional da educação,
principalmente o professor, por meio de uma formação específica voltada para o problema da
violência doméstica contra criança possa utilizar os recursos dessa formação para o
desenvolvimento de habilidades no enfrentamento da violência doméstica, sobretudo no que
diz respeito à identificação e notificação, nas primeiras séries do ensino fundamental, período
em que as crianças permanecem com os professores cerca de quatro horas diárias. Essa
pesquisa tem como objetivo identificar e estudar os obstáculos e indicar possibilidades da
formação continuada de professores em relação à notificação da violência doméstica contra
crianças. O cenário da pesquisa é a rede municipal de ensino de São José dos Campos/SP e
para a coleta de dados foram utilizados grupos focais, entrevistas e análise documental. O
resultado apresenta a formação continuada como um espaço que pode contribuir não só para
instrumentalizar os professores no que diz respeito à prevenção, condução do caso e sua
notificação, mas que possibilitará maior segurança para o profissional, ao tomar decisões
diante de um caso de violência doméstica contra uma criança, apoiando-se numa consciência
coletiva formada sobre esse fenômeno. Dessa forma, o problema da violência doméstica só
poderá deixar de ser tratado com receio pela escola, quando os educadores tiverem acesso a
discussões abertas sobre esse fenômeno e estabelecerem parcerias com os órgãos de proteção.
A conclusão indica que os profissionais da educação precisam desenvolver e construir
conhecimentos sobre a temática, partindo da realidade do contexto escolar bem como a
participação na elaboração de materiais voltados para o enfrentamento da violência doméstica
contra criança
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O cuidado em rede a famílias envolvidas na violência doméstica contra crianças e adolescentes - o olhar da Atenção Básica à Saúde / The in-network care for families involved in domestic violence against children and adolescents: the perspective of Primary Health Care professionalsCarlos, Diene Monique 16 October 2014 (has links)
A violência envolvendo crianças e adolescentes tem se apresentado nas últimas décadas com tal gravidade e frequência, que diferentes esferas da sociedade têm se mobilizado para o desenvolvimento de conhecimentos que enfrentem esta problemática. A especificidade encontrada no que se refere ao local de maior ocorrência destes incidentes - o espaço sagrado do lar - e à repetição com que estes atos ocorrem, torna este fenômeno ainda mais complexo, e de difícil intervenção para todos os profissionais envolvidos no cuidado à criança e ao adolescente. Pelo significativo papel que a Atenção Básica à Saúde (ABS) possui no cuidado a essa população e a suas famílias, o objetivo deste estudo foi contribuir para a compreensão do cuidado em rede às famílias envolvidas na violência doméstica contra crianças e adolescentes (VDCCA), estruturado a partir da ABS, sob a ótica de profissionais dos Centros de Saúde do município de Campinas, estado de São Paulo. Para apreender o objeto de estudo proposto, a autora aproximou-se do Paradigma da Complexidade, tomando como referência Edgar Morin, um de seus principais autores. Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa, configurando-se como pesquisa social estratégica, fundamentada no pensamento complexo. Este referencial possibilita um olhar para as interações e contextos com a perspectiva transdisciplinar e multidimensional, buscando abarcar a realidade como se apresenta. Participaram do estudo 41 profissionais de cinco Centros de Saúde do município de Campinas, cada qual pertencente a um de seus cinco Distritos de Saúde. A coleta de dados foi realizada por meio de mapas mínimos da rede social institucional externa, grupos focais e entrevistas semiestruturadas. As noções de compreensão e contextualização direcionaram a análise dos dados, bem como os princípios dialógico, recursivo e hologramático, por meio dos quais os dados coletados foram articulados com o referencial proposto. Emergiram duas temáticas: (1) O lugar da VDCCA na ABS, com as subcategorias: (a) \"A gente faz parte da população da onde a gente trabalha\" - O(s) território(s) na atenção básica à saúde de famílias envolvidas na VDCCA e (b) \"A gente só faz o que é indispensável mesmo\" - A atenção básica à saúde das famílias envolvidas na VDCCA; e (2) \"Cada um dentro do seu quadradinho\" - o(s) nós do cuidado em rede. Considerando a complexidade do cuidado em rede a famílias envolvidas na VDCCA, e o(s) território(s) onde ela ocorre, que guardam estreita relação com o contexto da ABS, compreendeu-se a necessidade de superação do ainda vigente paradigma tradicional, centrado no modelo biomédico e fragmentado, para um cuidado transdisciplinar, interinstitucional e intersetorial, implicando novas (trans)formações no \"saber-fazer\" o cuidado de famílias envolvidas na VDCCA / Violence involving children and adolescents has been occurring with such severity and frequency that different spheres of society are mobilizing to develop knowledge to tackle this problem. The frequency and specificity of the place in which such violent incidents occur (i.e. the sacred space of the home) make this phenomenon even more complex, hindering interventions by professionals involved in the healthcare provided to children and adolescents. Considering the significant role that Primary Health Care (PHC) plays in caring for this population and the families involved, this study aimed to contribute to the understanding of the care provided by the healthcare network to families involved in domestic violence against children and adolescents (DVACA) from the perspective of the health professionals of the Health Centers of the city of Campinas in the State of São Paulo (SP). In order to grasp the study object, we established a research strategy within qualitative social research. This approach was based on the principles of the complexity paradigm, proposed mainly by Edgar Morin. This theoretical framework provides interdisciplinary and multidimensional views of the context and interactions addressed in this study, seeking to address the context as it appears. The study included 41 professionals from five Community Health Centers in the city of Campinas, each belonging to a different Health District. Data collection was performed by means of minimum maps of relationships of the external social institutional network, focus groups and semi- structured interviews. The collected data were contextualized and analyzed on the basis of the complexity paradigm and its dialogic, recursive and holographic principles. Two themes emerged from these analyses: (1) the place that DVACA occupies in PHC services; this theme was further divided into two subcategories: (a) \"We are part of the population we serve\" - the areas covered by primary health care units, and (b) \"We do only what is necessary\" - the adequacy of the PHC care provided to families involved in DVACA. The second theme was \"Every jack to his trade\" - the barriers to in-network health care services. Data analysis indicated a close correlation between the complexity of the support provided to families involved in DVACA in the primary care network setting, the location of such occurrences, and the current PHC context. Thus, it has become evident that the traditional paradigm currently adopted (the fragmented biomedical model) should be overcome by transdisciplinary, inter-agency and inter-sectorial approaches. These changes entail new transformations in the professional know-how on caring for families involved in DVACA
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Violência intrafamiliar: um estudo com mães agressoras usuárias de álcool e drogas / Domestic Violence: a study with aggressive mothers users of alcohol and drugsBittar, Daniela Borges 25 May 2010 (has links)
A violência é considerada, mundialmente, violação de direitos, embora com expressões variadas em diferentes contextos. Não bastam para seu controle apenas apelos aos sensos de responsabilidade ética e social dos indivíduos. Trata-se, antes, da redefinição desses sensos, do ponto de vista moral e legal. Historicamente, a violência atinge todos os setores da sociedade, sendo um fenômeno multideterminado. Compreender os determinantes da violência é um dos importantes passos, na saúde pública, para a prevenção e atenção desse fenômeno. Nesta direção, é que buscamos neste estudo compreender como mães usuárias de álcool e drogas significam a violência perpetrada junto aos seus filhos, tendo por base seu contexto histórico e social, a fim de entender suas ambiguidades e os motivos da agressão; o que perpassa pela análise da construção social para o exercício dos papéis maternos e de fatores associados, tais como sua condição social e relacional, além do consumo de álcool e drogas. Para a compreensão do objeto de estudo, optamos pela abordagem qualitativa; o recorte empírico foi dado por saturação, sendo composto por dez mulheres, mães, maiores de 18 anos, as quais vivem em um contexto de álcool, drogas e violência, na cidade de Jardinópolis/SP. Para a coleta de dados utilizou-se da entrevista do tipo História de Vida; e, para o tratamento dos dados, a análise de conteúdo, modalidade temática. Após o processo de organização do material coletado nas entrevistas, apreendemos das falas das mulheres dois momentos distintos de suas vidas: o seu passado na família de origem e o seu presente na família atual que, embora separados pelo tempo, guardam relações. Essas, estando ou não conscientes para as mulheres, deixam marcas indeléveis em suas vidas. Dentro da trajetória de vida no contexto da família de origem, temos as seguintes categorias temáticas: convivendo com as perdas: ... eu fiquei pro mundo; convivendo com alcoolismo, pobreza e violência em família; e convivendo com afetos e desafetos: eu achava tão bom, tão gostoso quando ela me chamava de filha, era muito raro, muito raro. Dentro do contexto da família atual temos: Eu tentei construir uma família... bem ou mal ela tá aí; Minha vida da infância ao casamento parece que foi igual (...) continuei sendo agredida e Eu bato nele sim (...), mas em vista do que eu fui tratada, eu trato ele muito bem. Entendemos que compreender estas questões nos possibilita encontrar caminhos que vão além de medidas protetivas, como comumente se utiliza a violência infantil, mantendo crianças em abrigos. A família é reconhecidamente fundamental no trabalho de proteção integral a crianças e adolescentes. Acreditamos ser importante um trabalho junto aos agressores, que também requerem ser cuidados, ajudando-os a encontrar caminhos para recuperarem sua dignidade e respeitabilidade. / Violence is considered a world-wide violation of rights, although with varied expressions in different contexts. Appeals to the senses of ethics and social responsibility of individuals are not enough to control it. It is rather a redefinition of these senses, the morally and legally. Historically, violence affects all sectors of society, being a multi-determined phenomenon. Understanding the determinants of violence is a major step in public health for the prevention and treatment of this phenomenon. In this sense, we propose the present study that aims at understanding how mothers who use alcohol and drugs mean the violence with their children, based on its historical and social context in order to understand its ambiguities and the reasons for aggression, which run through the analysis of social housing for the exercise of maternal roles and associated factors, such as their social and relational, and the consumption of alcohol and drugs. To understand the object of the study, we chose the qualitative approach, the empirical cutgiven saturation is composed of ten women, mothers over 18 years old, who live in a context of alcohol, drugs and violence in the city of Jardinópolis/SP. To collect data we used the Life History interviews, and for the processing, we used content analysis and thematic modality. After the process of organizing the material collected in the interview, we grasped the words of the two women at different times of their lives: their past in the original family and their present in the present family - both moments that although separated by time, keep relationships. These words, being aware or not by the women, leave indelible marks on their lives. Within the life course in the context of the family of origin we have the following themes: dealing with losses: \"...I got to the world\"; dealing with alcoholism, poverty and domestic violence; dealing with affection and disaffection, \"I felt so good, so good when she called me her daughter, it was very rare, very rare.\" Within the context of the present family we have: \"I tried to build a family ... good or bad it\'s done\", \"My life from childhood to marriage seems to have been the same (...) I was always under attack\" and \"I beat him but (...), considering the way I\'ve been treated, I deal with it very well\". We believe that understanding these issues enables us to find ways that go beyond the protective order, as is commonly used child abuse while keeping children in shelters. The family is recognized as fundamental in the work of full protection to children and adolescents. We believe it is important to work with the aggressors, who also require care, by helping them find ways to regain their dignity and respectability.
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Violência contra a mulher: a percepção dos médicos das unidades básicas de saúde de Ribeirão Preto, São Paulo / Violence against Women: Perception by the Physicians of the Basic Health Units of Ribeirão Preto, São Paulo.Fernanda Garbelini De Ferrante 13 June 2008 (has links)
Este estudo desenvolveu-se como subprojeto de uma investigação denominada: A interface entre a ocorrência e o atendimento de violência de gênero entre mulheres usuárias dos serviços públicos de saúde de Ribeirão Preto. A violência contra a mulher é um fenômeno complexo e muito prevalente no Brasil, atingindo todas as classes, raças, etnias e culturas. Mulheres nesta situação freqüentemente buscam os serviços de saúde para tratar sintomas associados à violência. Entretanto, os profissionais de saúde apresentam uma série de dificuldades. Desenvolvemos este estudo, entendendo que a violência de gênero é reconhecida como um problema de saúde pública por afetar a integridade física e mental da mulher, e que existe necessidade de acolher essa mulher no serviço de saúde. O estudo teve por objetivo de verificar a percepção dos médicos atuantes nas Unidades Básicas e Distritais de Saúde sobre a violência praticada contra mulheres por parceiros íntimos. Realizamos uma pesquisa de cunho qualitativo com 14 médicos ginecologistas e clínicos gerais, utilizando como instrumento entrevistas semi-estruturadas. Realizamos análise de conteúdo temática utilizando como referencial teórico as teorias de gênero. A análise dos resultados permitiu-nos definir os seguintes temas: 1. Percepções dos médicos sobre as relações de gênero; 2. Percepção dos médicos sobre a violência; 3. Papel dos médicos diante da violência doméstica contra a mulher; 4. Conhecimentos e informações sobre a violência doméstica contra a mulher; que foram divididos em várias subcategorias. De acordo com os médicos, a mulher atual conquistou sua liberdade e independência sexual, no entanto, a hegemonia masculina ainda é muito presente. Compreendem que a violência de gênero ocorre devido às desigualdades que pautam o sistema social que acabam por justificar os eventos violentos como atitudes educativas e punitivas, aceitas pela posição social ocupada pela mulher. Constatamos que alguns desses profissionais detêm conhecimentos sobre os tipos de violência de gênero, são capazes de identificar e muitas vezes acolher essas mulheres e também conhecem os procedimentos para o atendimento e o encaminhamento. Entretanto, muitas vezes não dão andamento aos casos, ignorando-os, ou porque não acreditam que este fenômeno seja de sua responsabilidade, ou ainda devido a uma série de barreiras pessoais e institucionais que impedem uma adequada atuação. Além disso, verificamos a existência de uma invisibilidade institucional que prejudica a qualidade do serviço prestado. Por fim, destacamos a importância do desenvolvimento de treinamento voltado para o profissional da área da saúde, com o objetivo de prepará-lo para melhor assistir à mulher em situação de violência, condição muito presente em seu cotidiano. / The present study was carried out as a subproject of an investigation named: The interface between the occurrence of gender violence and its treatment among women users of the public health services of Ribeirão Preto. Domestic violence against women is a complex and highly prevalent phenomenon in Brazil, where it reaches all classes, races, ethnic groups, and cultures. Women who are victims of this violence frequently seek health services in order to treat the symptoms associated with it. However, health professionals have a series of difficulties in this situation. This study was conducted considering that gender violence is recognized as a public health problem affecting the physical integrity and mental health of women and there is a need to assist these women in the health service. This study has as objective to determine the perception of doctors working in the Basic and District Health Units about the violence inflicted on women by intimate partners. We carried out a qualitative investigation with 14 Gynecologists and General Clinicians using a semi-structured interview as instrument. Data were submitted to thematic content analysis and gender theories were used as the theoretical framework. Analysis of the results permitted us to define the following themes: 1. Perception of gender relations by the physicians; 2. Perception of violence by the physicians. 3. Role of the physicians regarding violence against women. 4. Knowledge and information about domestic violence against women. These themes were divided into various subcategories. According to the doctors, today women have conquered their liberty and sexual independence, but male hegemony continues to be strongly present. They understand that gender violence occurs due to the inequalities of the social system, which end up by justifying violent events as educational and punitive attitudes accepted by the social position occupied by women. We observed that some of these professionals have knowledge about the types of gender violence, are able to identify and often shelter these women, and are also aware of the procedures involved in treatment and referral. However, they often do not initiate the proper steps regarding these cases, ignoring them either because they do not believe this phenomenon to be their responsibility, or because of a series of personal and institutional barriers that prevent an adequate attitude. In addition, we observed the existence of institutional invisibility that hampers the quality of the care provided. Finally, we emphasize the importance of training programs for the health professional in order to improve the assistance to women in violent situation which is very frequently in the daily practice.
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Violência doméstica contra a mulher: representações e práticas do agente comunitário de saúde / Domestic violence against women: representations and practices of the community health workerAdriana Miranda Ferreira Leite Jacinto 23 July 2018 (has links)
Introdução - Esta pesquisa discute o papel do agente comunitário de saúde (ACS) na identificação dos casos de violência doméstica contra a mulher, considerando sua dimensão e alcance nas relações humanas e os aspectos que contribuíram para sua invisibilidade ao longo da história, além dos prejuízos à saúde e qualidade de vida dos indivíduos, tornando-se um problema de saúde pública. Postula-se que o estudo das representações sociais deste profissional venha a favorecer a efetividade das ações e intervenções da equipe de saúde da família. Objetivo - conhecer e problematizar as representações do ACS sobre a violência doméstica contra a mulher. Método - Convidamos a participar da pesquisa todos os agentes comunitários de saúde das cinco Unidades de Saúde da Família do município de Jundiaí. Foram realizados cinco grupos focais e, para análise das representações sociais, utilizou-se a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin. Resultados - As representações dos agentes comunitários quanto ao aspecto privado e particular das relações, bem como a responsabilização da mulher pela compreensão de sua autonomia para romper com o ciclo de violência, despontaram como aspectos desfavoráveis para a reflexão nas questões de gênero, assim como para a elaboração das ações pelos serviços de saúde. A assimilação dessas representações refletiu, inclusive, no distanciamento dos agentes comunitários do contexto de violência contra a mulher, já que para esses profissionais, o limite entre a esfera pública e privada não deve ser ultrapassada sem permissão, consentimento ou pedido de ajuda da mulher. Outros aspectos, como a confusão entre notificação e denúncia, o descrédito na Lei Maria da Penha, o medo de exposição e retaliação na pós-denúncia, a insegurança quanto ao sigilo e a ética dos profissionais de Segurança Pública produziram nos agentes comunitários o desinteresse pela notificação compulsória e a resistência tanto à realização da denúncia, bem como à orientação da mulher a fazer o boletim de ocorrência. Conclusão - Levando-se em consideração a complexidade do problema, aponta-se para a capacitação dos agentes comunitários e demais profissionais da equipe de saúde em uma perspectiva direcionada à abordagem das violências. Entende-se, no entanto, que a formação desses profissionais não pode ser pensada à parte de um contexto adverso de organização do serviço, que envolve a terceirização, a precarização e a rotina de trabalho estressante voltada para metas. Logo, não é apenas a capacitação do profissional que irá resolver essa questão, mas a consideração de outros elementos como o engajamento da Saúde na transformação da cultura, principalmente o que concerne às representações de gênero. Dessa forma, a saúde poderá contribuir para práticas transformadoras, viabilizando a discussão em articulação com os movimentos sociais e a sociedade sobre essa possibilidade de mudança. / Introduction - The present research discusses the relevance of the community health worker (CHW) in identifying cases of domestic violence against women, considering their dimension and scope in human relations and the aspects that contributed to their invisibility throughout history, as well as the health and quality of life of individuals, becoming a public health problem. It is postulated that the study of social representations of this professional may favor effectiveness of actions and interventions of the family health team. Objective - to know and to problematize the representations of the CHW on domestic violence against the woman. Method - all the community health workers from five Family Health Units from Jundiaí were invited to participate in the survey. Five focus groups were carried out and Bardin Content Theme Analysis was used to analyse the social representations. Results - The representations of the community health worker regarding the private and particular aspect of the relations, as well as the women\'s responsibility for the understanding of their autonomy to break with the cycle of violence, emerged as unfavorable aspects for the reflection on the gender issues as well as for the elaboration of the actions by the health services. The assimilation of these representations also reflected in the distancing of community health worker from the context of violence against women, since for these professionals, the limit between the public and private sphere should not be surpassed without women\'s permission, consent or request for help. Other aspects such as the confusion between notification and denunciation, disrepute in the Maria da Penha Law, the fear of exposure and retaliation in the post-denunciation and the insecurity about the secrecy and the ethics of Public Safety professionals produced in the community health worker the lack of interest in the notification and the resistance to both the denunciation and the orientation of the woman to make the report of occurrence. Conclusion - Taking into account the complexity of the problem, it is pointed to the training of community health worker and other professionals of the health team in a perspective aimed at approaching violence. It is understood, however, that the training of these professionals can not be thought apart from an adverse context of organization of the service, which involves outsourcing, precariousness and stressful work routine geared toward goals. Therefore, it is not only the training of the professional that will solve this question, but the consideration of other elements such as the engagement of health in the transformation of culture, especially with regard to gender representations. In this way, health can contribute to transformative practices, enabling discussion in articulation with social movements and society about this possibility of change.
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Associação entre depressão na vida adulta e trauma psicológico na infânciaZavaschi, Maria Lucrécia Scherer January 2002 (has links)
Objetivos: Avaliar a associação entre depressão (DSM IV) na vida adulta e trauma psicológico na infância em uma amostra clínica de pacientes do ambulatório do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Por trauma na infância considerou-se abuso sexual, maus tratos, exposição a violência e perdas, por morte ou separação da criança de seus pais, antes dos 18 anos de idade. Métodos: Em um estudo caso controle, foram avaliados pacientes deprimidos (n = 90) e pacientes não deprimidos (n = 50). Através do M.I.N.I. e M.I.N.I plus (Mini International Neuropsychiatric Interview / Brazilian Version 5.0.0.) avaliou-se a presença de depressão e comorbidades. Utilizou-se as escalas Screening Survey of Children's Exposure to Community Violence Richters & Martinez, 1993 Modified by Osofsky, 1995 and Zeannah, 1996 e a Familial Experiences Interview 1988 de Naomi Ogata para avaliar traumas na infância. Resultados: encontrou-se uma maior prevalência de abuso sexual (P = 0,018), história de maus tratos físicos por parte dos pais ou cuidadores (P = 0,005) e exposição à violência (P = 0,007) no grupo de pacientes deprimidos em relação ao grupo de pacientes não deprimidos. Quanto a perdas na infância não se encontrou diferença entre os dois grupos. Quando estas variáveis foram controladas para potenciais fatores confundidores (sexo, etnia, estado civil, doença mental na família, e renda per capita), somente a exposição a múltiplos episódios de violência e história de maus tratos físicos por parte dos pais ou cuidadores se mantiveram como variáveis independentes. Conclusões: Nossos achados, à semelhança de outras pesquisas, encontraram uma associação entre traumas psicológicos na infância e depressão na vida adulta, sugerindo que múltiplos estressores, em maior ou menor grau, na infância, se encontram associados a depressão na vida adulta.
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