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A voz inaudita: notas para uma filosofia-poética da educação / La voz inaudita: notas para uma filosofia-poética de la educación

Maximiliano Valerio López 02 February 2012 (has links)
Este trabalho se ocupa da reconsideração das noções de formação e transmissão à luz dos conceitos de máquina antropológica e ociosidade, desenvolvidos pelo filósofo italiano Giorgio Agamben. Tal reconsideração implica mudanças gnosiológicas, linguísticas, éticas e políticas. A hipótese central é que aquilo que, nos limites em que tem sido concebido na tradição ocidental, se entende como o humano, não é algo preexistente (uma substância), mas o resultado de um dispositivo histórico e político de captura das forças vitais dos viventes. Esse mecanismo implica a distinção, no interior dos indivíduos, de uma região animal e outra especificamente humana, de um corpo e uma alma, de um elemento sensível e outro inteligível, de uma voz e uma palavra articulada. A partir dessa distinção, o humano é modulado como passagem da primeira dimensão à segunda; isto é, o humano é concebido como domínio e superação da dimensão animal, corporal, sensível, que nos habita. A atual pesquisa distingue, no interior dessa máquina antropológica (apresentada por Agamben) o funcionamento de outras máquinas coadjuvantes da criação do humano: a máquina gramatical, hermenêutica, colonial, pedagógica. O sistema educacional moderno alimenta-se, assim, das forças sinérgicas que dão forma ao humano como superação do sensível em direção ao inteligível e que se manifesta na linguagem através de uma linguística do signo; na moral, através do domínio do corpo pela razão; e na política, através de uma superação da barbárie por parte da civilização. Porém, a partir do século XIX, uma série de acontecimentos históricos começam a debilitar essa maquinaria antropológica, fazendo com que a teoria do signo seja interpelada por uma poética que começa a questionar a relação entre vida (sensível, corporal, afetiva) e significado (inteligível, ideal, racional); por uma nova ética, que questiona a relação imperial entre o corpo e a alma; e por uma política, que invalida a relação tradicional entre civilização e barbárie e, com ela, a própria ideia da educação como processo civilizatório ou modernizador. O presente trabalho pretende colocar em evidência a cesura interior que organiza as relações linguísticas, morais e políticas, nos sujeitos e entre eles, através da superação e do domínio de uma animalidade que se apresenta como uma exterioridade interior. No eclipse dessa maquinaria antropogenética surge a necessidade de pensar, no âmbito da educação e da cultura em geral, uma forma de relação que suspende (na linguagem, na moral e na política) a passagem humanizante e civilizatória. Uma relação na qual a educação pode ser pensada como uma forma de estar e não como um infinito esforço de chegar a ser. Já não mais um desejo de superação, mas uma arte do estar. Já não mais um empenho por descobrir o significado oculto por trás das coisas, mas uma forma de habitar poeticamente a linguagem e as relações. O cultivo de um saber, mas também o cultivo de uma forma de ignorância, que não é vivida como uma falta que deve ser superada, mas como uma maneira de se manter numa relação aberta com aquilo que se nos escapa. / Este trabajo se ocupa de la reconsideración de las nociones de formación y transmisión a la luz de los conceptos de máquina antropológica y ociosidad, desarrollados por el filósofo italiano Giorgio Agamben. Tal reconsideración implica transformaciones gnoseológicas, lingüísticas, éticas y políticas. La hipótesis central es que, aquello que, en los límites de nuestra tradición occidental, se entiende como lo humano, no es algo preexistente (una substancia), sino el resultado de un dispositivo histórico y político de captura de las fuerzas vitales de los vivientes. Dicho mecanismo implica la distinción, en el interior de los individuos, de una región animal y otra específicamente humana, de un cuerpo y un alma, de un elemento sensible y otro inteligible, de una voz y una palabra articulada. A partir de esta distinción, lo humano es modulado como pasaje de la primera dimensión a la segunda; esto es, lo humano es concebido como dominio y superación de la dimensión animal, corporal, sensible, que nos habita. La actual investigación distingue, en el interior de esta máquina antropológica (presentada por Agamben) el funcionamiento de otras máquinas que coadyuvan en la creación de lo humano: máquina gramatical, máquina hermenéutica, máquina colonial, máquina pedagógica. El sistema educativo moderno se alimenta así de las fuerzas sinérgicas que dan forma a lo humano como superación de lo sensible en dirección a lo inteligible y que se manifiesta, en el lenguaje, a través de una lingüística del signo; en la moral, a través del dominio del cuerpo por la razón; y en la política, a través de una superación de la barbarie por parte de la civilización. Sin embargo, a partir del siglo XIX, una serie de acontecimientos históricos comienzan a debilitar dicha maquinaria antropológica, haciendo que la teoría del signo sea interpelada por una poética que comienza a cuestionar la relación entre la vida (sensible, corporal, afectiva) y el significado (inteligible, ideal, racional); por una nueva ética, que cuestiona la relación imperial entre el cuerpo y el alma; y por una política, que invalida la relación tradicional entre la civilización y la barbarie y, con ella, la propia idea de educación como proceso civilizatorio o modernizador. El presente trabajo pretende colocar en evidencia la cisura interior que organiza las relaciones lingüísticas, morales y políticas, en los sujetos y entre ellos, a través de la superación y el dominio de una animalidad que se presenta como una exterioridad interior. En el eclipse de dicha maquinaria antropogenética surge la necesidad de pensar, en el ámbito de la educación y de la cultura en general, una forma de relación que suspende (en el lenguaje, en la moral y en la política) el pasaje humanizante y civilizatorio. Una relación en la cual la educación puede ser pensada como un arte del estar y no como un infinito esfuerzo por llegar a ser. Ya no más un empeño por descubrir el significado oculto detrás de las cosas, sino una forma de habitar poéticamente el lenguaje y las relaciones.
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A voz inaudita: notas para uma filosofia-poética da educação / La voz inaudita: notas para uma filosofia-poética de la educación

Maximiliano Valerio López 02 February 2012 (has links)
Este trabalho se ocupa da reconsideração das noções de formação e transmissão à luz dos conceitos de máquina antropológica e ociosidade, desenvolvidos pelo filósofo italiano Giorgio Agamben. Tal reconsideração implica mudanças gnosiológicas, linguísticas, éticas e políticas. A hipótese central é que aquilo que, nos limites em que tem sido concebido na tradição ocidental, se entende como o humano, não é algo preexistente (uma substância), mas o resultado de um dispositivo histórico e político de captura das forças vitais dos viventes. Esse mecanismo implica a distinção, no interior dos indivíduos, de uma região animal e outra especificamente humana, de um corpo e uma alma, de um elemento sensível e outro inteligível, de uma voz e uma palavra articulada. A partir dessa distinção, o humano é modulado como passagem da primeira dimensão à segunda; isto é, o humano é concebido como domínio e superação da dimensão animal, corporal, sensível, que nos habita. A atual pesquisa distingue, no interior dessa máquina antropológica (apresentada por Agamben) o funcionamento de outras máquinas coadjuvantes da criação do humano: a máquina gramatical, hermenêutica, colonial, pedagógica. O sistema educacional moderno alimenta-se, assim, das forças sinérgicas que dão forma ao humano como superação do sensível em direção ao inteligível e que se manifesta na linguagem através de uma linguística do signo; na moral, através do domínio do corpo pela razão; e na política, através de uma superação da barbárie por parte da civilização. Porém, a partir do século XIX, uma série de acontecimentos históricos começam a debilitar essa maquinaria antropológica, fazendo com que a teoria do signo seja interpelada por uma poética que começa a questionar a relação entre vida (sensível, corporal, afetiva) e significado (inteligível, ideal, racional); por uma nova ética, que questiona a relação imperial entre o corpo e a alma; e por uma política, que invalida a relação tradicional entre civilização e barbárie e, com ela, a própria ideia da educação como processo civilizatório ou modernizador. O presente trabalho pretende colocar em evidência a cesura interior que organiza as relações linguísticas, morais e políticas, nos sujeitos e entre eles, através da superação e do domínio de uma animalidade que se apresenta como uma exterioridade interior. No eclipse dessa maquinaria antropogenética surge a necessidade de pensar, no âmbito da educação e da cultura em geral, uma forma de relação que suspende (na linguagem, na moral e na política) a passagem humanizante e civilizatória. Uma relação na qual a educação pode ser pensada como uma forma de estar e não como um infinito esforço de chegar a ser. Já não mais um desejo de superação, mas uma arte do estar. Já não mais um empenho por descobrir o significado oculto por trás das coisas, mas uma forma de habitar poeticamente a linguagem e as relações. O cultivo de um saber, mas também o cultivo de uma forma de ignorância, que não é vivida como uma falta que deve ser superada, mas como uma maneira de se manter numa relação aberta com aquilo que se nos escapa. / Este trabajo se ocupa de la reconsideración de las nociones de formación y transmisión a la luz de los conceptos de máquina antropológica y ociosidad, desarrollados por el filósofo italiano Giorgio Agamben. Tal reconsideración implica transformaciones gnoseológicas, lingüísticas, éticas y políticas. La hipótesis central es que, aquello que, en los límites de nuestra tradición occidental, se entiende como lo humano, no es algo preexistente (una substancia), sino el resultado de un dispositivo histórico y político de captura de las fuerzas vitales de los vivientes. Dicho mecanismo implica la distinción, en el interior de los individuos, de una región animal y otra específicamente humana, de un cuerpo y un alma, de un elemento sensible y otro inteligible, de una voz y una palabra articulada. A partir de esta distinción, lo humano es modulado como pasaje de la primera dimensión a la segunda; esto es, lo humano es concebido como dominio y superación de la dimensión animal, corporal, sensible, que nos habita. La actual investigación distingue, en el interior de esta máquina antropológica (presentada por Agamben) el funcionamiento de otras máquinas que coadyuvan en la creación de lo humano: máquina gramatical, máquina hermenéutica, máquina colonial, máquina pedagógica. El sistema educativo moderno se alimenta así de las fuerzas sinérgicas que dan forma a lo humano como superación de lo sensible en dirección a lo inteligible y que se manifiesta, en el lenguaje, a través de una lingüística del signo; en la moral, a través del dominio del cuerpo por la razón; y en la política, a través de una superación de la barbarie por parte de la civilización. Sin embargo, a partir del siglo XIX, una serie de acontecimientos históricos comienzan a debilitar dicha maquinaria antropológica, haciendo que la teoría del signo sea interpelada por una poética que comienza a cuestionar la relación entre la vida (sensible, corporal, afectiva) y el significado (inteligible, ideal, racional); por una nueva ética, que cuestiona la relación imperial entre el cuerpo y el alma; y por una política, que invalida la relación tradicional entre la civilización y la barbarie y, con ella, la propia idea de educación como proceso civilizatorio o modernizador. El presente trabajo pretende colocar en evidencia la cisura interior que organiza las relaciones lingüísticas, morales y políticas, en los sujetos y entre ellos, a través de la superación y el dominio de una animalidad que se presenta como una exterioridad interior. En el eclipse de dicha maquinaria antropogenética surge la necesidad de pensar, en el ámbito de la educación y de la cultura en general, una forma de relación que suspende (en el lenguaje, en la moral y en la política) el pasaje humanizante y civilizatorio. Una relación en la cual la educación puede ser pensada como un arte del estar y no como un infinito esfuerzo por llegar a ser. Ya no más un empeño por descubrir el significado oculto detrás de las cosas, sino una forma de habitar poéticamente el lenguaje y las relaciones.
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Descaminhos narrativos: estudo dos romances \"O sol dos trópicos\" e \"O velório d\'oiro\", de Henrique Galvão e o \"Esplendor de Portugal\", de António Lobo Antunes. / Descaminos narrativos: estudio de las novelas \"O sol dos trópicos\" y \"O velorio d\'oiro\", de Henrique Galvão y el \"Esplendor de Portugal\", de Antônio Lobo Antunes

Jeane de Cassia Nascimento Santos 05 February 2007 (has links)
O trabalho em questão estabelece um estudo dos romances O velo d?oiro e O sol dos trópicos, de Henrique Galvão e o Esplendor de Portugal, de António Lobo Antunes em dois momentos historicamente importantes para Portugal. Nas duas primeiras narrativas, também conhecidas como Literatura Colonial, escritas nas primeiras décadas do século XX, observaremos o colonizador em seu deslocamento para o espaço africano, onde prevalecendo-se do poder outorgado pelo Império, encontra nas colônias um prolongamento da nação lusitana. Por outro lado, observaremos no crítico romance de Lobo Antunes, a figura do português em dois momentos distintos: no auge da colonização, em que usufruía dos benefícios proporcionados pelo colonialismo e no processo de descolonização, pós 25 de abril, quando afloram seus conflitos, decorrentes da inversão de papéis, conferidos pelos ventos da história / El trabajo en cuestión establece el estudio de los romances O velo d?oiro y O sol dos trópicos, de Henrique Galvao y el Esplendor de Portugal, de Antonio Lobo Antunes en dos momentos históricamente importantes para Portugal. En las dos primeras narrativas, también conocidas como Literatura Colonial, escritas en las primeras décadas del siglo XX, observaremos el colonizador en su desplazamiento para el ámbito africano, donde prevaleciéndose del poder otorgado por el Imperio, encuentra en las colonias una prolongación de la nación lusitana. Por otro lado, observaremos en el crítico romance de Lobo Antunes, la figura del portugués en dos momentos distintos: en el auge de la colonización, cuando disfrutaba de los beneficios proporcionados por el colonialismo y en el proceso de descolonización, pos 25 de abril, cuando afloran sus conflictos, en consecuencia de la inversión de papeles, otorgados por los vientos de la historia
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De caçadores a caça: sobas, Diamang e o Museu do Dundo / From hunters to hunted: sobas, Diamang and the Dundo Museum

Juliana Ribeiro da Silva Bevilacqua 05 April 2016 (has links)
Nesta tese de doutorado temos por objetivo compreender as relações estabelecidas entre sobas, a Companhia de Diamantes de Angola(Diamang) e o Museu do Dundo entre 1936, ano de criação do Museu, e 1961, ano em que se deu início às lutas anticoloniais em Angola. Se a instalação da Diamang em uma vasta área da Lundaalguns anos após a descoberta de diamantes, em 1912, contou com revoltas lideradas por sobas da região contrários às suas operações,o processo que levou os chefes locais a se tornarem colaboradores dessa Companhia envolveu uma série de negociações diretas com esses homens sem a utilização do uso da força militar. Com os anos e ciente de que a manutenção das boas relações com os sobas era vital para o seu bom funcionamento,a Companhia de Diamantes de Angola criou um sistema de recompensas para beneficiar simbólica e materialmente os chefes considerados colaboradores.O Museu do Dundo assumiu um lugar central para a distribuição dos presentes e se tornou fundamental nas relações entre os sobas e aDiamang. A partir da análise dos objetivos e ações do Museu, e do processo de formação de seu próprio acervo, esta pesquisa pretende revelar e compreender as estratégias e os sentidos da complexa rede de relações que marcaram as negociações entre as populações locais, representadas pelos sobas, e os interesses dessas instituições. Considerado um símbolo da presença colonial portuguesa na África, o Museu do Dundo tinha como principal objetivo a preservação da cultura dos povos da Lunda. No entanto, a investigação de suas atividades procurou demonstrar que seus reais propósitos se alinhavam diretamente com os interesses comerciais e exploratórios da Diamang e da administração colonial portuguesa. / The objective of this thesis is to understand the relations established between the sobas, the Companhia de Diamantes de Angola (Diamang) and the Museu do Dundo (Dundo Museum) from 1936, when the Museum was founded, to 1961 when the anti-colonial struggles started in Angola. The discovery of diamonds in 1912 and the subsequent creation of Diamang within the Lunda area a few years later were marked by revolts led by the sobas in this region. However, the process which brought the local chiefs to become collaborators of this Company involved a series of direct negotiations without resorting to the use of military force. With time the Companhia de Diamantes de Angola became aware that maintaining a good relationship with the sobas was vital for their business and it created a reward system to favour the chiefs both symbolically and materially. The Museu do Dundo played a central role for the distribution of these gifts and it became fundamental with regards to the relationship between the sobas and Diamang. The analysis of the Museums objectives and activities, along with the collections process, allowed this research to reveal and comprehend the strategies and meanings behind the complex network that marked the negotiations between the local population (represented by the sobas) and the interests of the company. The Museum was regarded as a symbol of Portuguese colonial presence in Africa with the official purpose of preserving the culture of Lundas people. However, the full understanding of the Museums role will show that its real objectives are directly connected with interests and demands from Diamang and the colonial Portuguese administration.
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Língua (des)?colonizada ou língua colonizadora? Autorrepresentações de editoras, representações do sujeito-aluno, do sujeito-professor e da língua inglesa em dois sites institucionais e mercadológicos no âmbito do ensino de inglês como língua estrangeira / De)colonized or colonizing language? Self-representation of publishing houses, representations of student-subject, of teacher-subject and of the English language on two institutional and marketing sites for the teaching of English as a foreign language

Patrícia Helena Nero 24 October 2017 (has links)
Por muitos anos a língua inglesa se faz presente como língua de prestígio. Sua expansão no século XXI e, sobretudo, sua entrada em vários canais midiáticos nos últimos anos chamam a atenção de vários estudiosos em pesquisas que procuram discutir as implicações políticas e sociais da transparência linguística cujos objetivos principais são facilitar a globalização e oferecer melhores oportunidades para uma sociedade chamada global. Porém, na posição de pesquisadores em análise do discurso, não podemos ignorar o fato de que onde quer que haja qualquer elemento discursivo, há historicidade e sentidos silenciosamente escondidos em meio ao óbvio (PÊCHEUX, 1975; 1983). Observando tais considerações, temos como objetivo analisar as representações que emergem no discurso (verbal e não verbal) nos sites das editoras Pearson e Cengage para divulgação de seus materiais didáticos e plataformas de ensino para aprendizagem de inglês. Em nossa pesquisa, ambas as editoras, a inglesa e a norte-americana, parecem apresentar nas suas páginas virtuais resquícios linguísticos presentes em uma historicidade que evoca seu passado colonial de nação dominadora e imperialista até hoje (PHILLIPSON, 1992; 2000). Voltando-nos aos anos coloniais e pós-coloniais, seguindo a expansão do inglês como língua dominante, analisamos a historicidade verbal e não verbal nos discursos dessas editoras. Sustentados pela teoria pecheutiana (PÊCHEUX, [1983] 2012, p. 43) que aponta para sentidos estranhos à univocidade lógica, para além de sua transparência aparente, e valendo-nos de contribuições de Courtine (1981; 2008) e Lagazzi (2010; 2011) quanto aos efeitos de sentido que emergem no discurso não verbal, suspeitamos que nosso recorte discursivo ainda promove políticas colonizadoras (PENNYCOOK, 1998) enquanto divulga o inglês como língua globalizada e de prestígio neste século. Estudos de Heller reforçam nossa suspeita de que entre as últimas críticas sobre a globalização estão aquelas sobre o uso do inglês por corporações britânicas e norte-americanas com o intuito de expandir mercados e criar consumidores (2010, p. 105). Em outras palavras, por meio da aprendizagem da língua e sob o pretexto da ajuda humanitária a povos à margem, os sites da Pearson e da Cengage Learning induzem seus visitantes virtuais a acreditar que são elas as empresas capazes de ajudar as nações in need para promover melhores perspectivas econômicas. Na verdade, parecem insistir subrepticiamente em manter o status quo político-economicamente determinado pelas ideologias soberanas. / For many years, English has been present as a language of prestige. Its expansion along the 21st century and, above all, its recent entrance in many media channels have caught several scholars attention. Their researches aim to distinguish between the political and the social implications of the linguistic transparency within English teaching to facilitate globalization as well as to offer better opportunities to a so called global society. Yet, in the position of discourse analysis researchers, we cannot ignore the fact that wherever there is any discursive element, there is historicity and silently hidden meanings amidst its obviousness (PÊCHEUX, 1975; 1983). Considering such observations, our objective is to analyse the representations emerging in the (verbal and non-verbal) discourse on the sites of Pearson and Cengage Learning publishing houses to promote their English learning didactic material and teaching platforms. In our research, both English and North-American publishing houses seem to present on their virtual pages linguistic remains of the historicity which evokes their domineering colonial and imperialistic past (PHILLIPSON, 1992; 2000). Looking back on the colonial and postcolonial years, following the English expansion as a ruling language, we analyse the verbal and non-verbal historicity in their discourse. Sustained by the Pecheutian theory (PÊCHEUX, [1983], 2012, p. 43) considering meaning as strange to the logical literal voice, beyond its apparent transparency, we resort to linguistic studies developed by Courtine (1981; 2008) and Lagazzi (2010; 2011) regarding the effects of meaning evoked in the non-verbal discourse. We suspect that our corpus provides evidence that colonizing policies are still promoted while advertising English as a globalized and distinguished language in this century. Hellers studies reinforce our suspicion that among the earliest critiques of globalization are those about the use of English by British and American corporations to open up markets and create consumers (2010, p. 105). In other words, under the pretext of language learning and humanitarian aid to underprivileged peoples, Pearsons and Cengage Learnings sites try to persuade their virtual visitors that they are the legitimate corporations to help the nations in need by promoting better economic perspectives in their territories. They seem to insist surreptitiously on maintaining the politically and economically determined status quo dictated by sovereign ideologies.
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Experiência colonial e pós-colonial na ordem ruinosa do mundo: uma leitura de O esplendor de Portugal, de António Lobo Antunes / Colonial and post-colonial experience in runious world order: a reading from O Esplendor de Portugal, by António Lobo Antunes

Santos, Fernanda Fatima da Fonseca 01 December 2016 (has links)
A observação dos procedimentos formais empregados por António Lobo Antunes em O esplendor de Portugal (1997) levou-nos a constatar a existência, no livro, de uma visão crítica muito peculiar e complexa a respeito da História do colonialismo português e do contexto pós--colonial em que Angola e Portugal inserem-se. Dessa forma, o objetivo de nossa dissertação de mestrado é elucidar a dinâmica social representada nO esplendor de Portugal e a condução que o desígnio autoral dá a essa representação. Nesse sentido, procuramos identificar as inter- -relações entre os elementos formais estruturadores da obra e aqueles que regem as dinâmicas sociais que nela figuram. Para alcançarmos tal objetivo, direcionamos nossos estudos a leituras de teoria e crítica literária pautados nas noções de redução estrutural e de interpretação dialética, que Antonio Candido propõe. Paralelamente, procedemos ao delineamento e à análise dos contextos históricos que envolvem o enredo do romance em questão, com ênfase à observação das dinâmicas dialéticas que se deram entre o desenvolvimento do capitalismo das grandes potências mundiais e o atraso econômico de Portugal, bem como ao modo como essas dinâmicas intervieram na constituição e na manutenção das formas sociais de base do colonialismo português na África. Depois desse embasamento teórico, efetuamos a análise literária de O esplendor de Portugal e constatamos que, nessa obra, a visão crítica sobre o colonialismo português em suas imbricações com as conjunturas políticas e econômicas mundiais assenta-se no cruzamento, dentro do romance, de diversas temporalidades, que se situam entre o fim do século XIX e o ano de 1995. É a partir do cruzamento dessas temporalidades que o desígnio autoral faz sobressaírem questões como os modos de exploração da força de trabalho angolana, a atuação do grande capital estrangeiro em Angola, o travamento das expectativas de expansão econômica dos colonos proprietários, subordinados que estavam ao Estado português e ao poderio do grande capital, a corresponsabilidade desses colonos na instituição e na generalização da violência que permeou as relações sociais na colônia e a influência que os interesses estrangeiros também tiveram na exploração de Angola, nos rumos da guerra colonial e na intensificação e ampliação dos conflitos existentes entre os movimentos nacionalistas angolanos. A principal conclusão a que chegamos, portanto, é a de que o pilar sobre o qual se assenta a construção de O esplendor de Portugal é a composição, subjacente à complexa rede narrativa do romance, de uma rede não menos complexa de relações causais entre as temporalidades abrangidas no livro, na qual se destacam as linhas de ruptura e de continuidade históricas que sustentam essa rede e que constroem a representação do presente catastrófico em que se situam os narradores. / The observation of formal procedures employed by António Lobo Antunes in O esplendor de Portugal (1997) took us to recognize the existence, in the book, a very peculiar and complex critical view about the History of portuguese colonialism and the post-colonial context in that Angola and Portugal are inserted. In this way, the purpose of our dissertation is to show the social dynamics represented in O esplendor de Portugal and the driving the authorial plan gives to this representation. Therefore, we look for to identify the relationships between the formal elements structures of the work and those that react the social dynamics that are listed. To achieve this purpose, we direct our studies to readings of literary theory and criticism based on the concepts of structural reduction and dialectical interpretation that Antonio Candido proposes. At the same time, we proceed to delineation and to analysis of the historical context to involve the plot of the novel in question, with emphasis to observation of dialectical dynamics that happened between the development of capitalism of the major world powers and the economic backwardness of Portugal, as well to how these dynamics intervened in the constitution and in the maintenance of basic social forms of portuguese colonialism in Africa. After this theoretical base, we did the literary analysis of O esplendor de Portugal and we found that, in this work, the critical view on portuguese colonialism in their impact, appear with the political and economic situations in the world are cross, into the novel, of different temporalities, which fall between the end of the 19TH century and the year of 1995. Is from crossing these temporalities that authorial intent does to protrude issues like operating modes of the angolan workforce, the performance of large foreign capital in Angola, the expectations of economic expansion of the colonists owners, subordinates who were the Portuguese State and the power of big capital, the co-responsibility of these settlers in the institution and in the widespread violence that pervaded the social relations in the colony and the influence that foreign interests also had on Angola exploration, in the direction of the colonial war and on intensification and expansion of the existing conflicts between the Angolan nationalist movements. The main conclusion that we reached, therefore, is that the pillar on which sits the creation of O esplendor de Portugal is the composition, underlying the complex net of romance narrative, not less complex of causal relationships between the temporalities covered in the book, in which the lines of rupture and historical continuity that underpin this network and that build the representation of the catastrophic present in which are situated the narrators.
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Da Invisibilidade ao protagonismo: Florestan Fernandes no pensamento social latino-americano / De la invisibilidad al protagonismo: Florestan Fernandes en el pensamiento social Latinoamericano

Silveira, Maria de Fátima Souza da 15 January 2018 (has links)
Este estudo propõe-se a realizar uma releitura da obra do sociólogo brasileiro Florestan Fernandes com vistas a estabelecer aproximações, afinidades e diálogos entre a obra deste autor e o pensamento decolonial latino-americano. Partindo das hipóteses de invisibilidade de Florestan Fernandes no cenário latino-americano de língua espanhola, e de que sua obra tem sido pouco analisada tendo em vista sua relação com a América Latina, com outros intelectuais latino-americanos de sua geração e com os chamados estudos descoloniais, buscamos dar luz à sua contribuição para a formação de um pensamento social a partir da América Latina, e para a atualidade de suas formulações teóricas anticoloniais diante da emergência e consolidação de perspectivas epistemológicas que reivindicam a descolonização do saber na América Latina, inserindo-o como um protagonista desse movimento de resistência epistêmica do Sul global ainda no século XX. Nesse sentido, as aproximações entre essas duas perspectivas se deram principalmente a partir das problemáticas do eurocentrismo, colonialismo, descolonização e questão racial, todas inter-relacionadas com a caracterização do tipo específico de capitalismo existente na América Latina, o dependente. A partir dessas questões, postas em diferentes momentos históricos da América Latina e que se encontram no âmago de seus dilemas históricos, foi possível reestabelecer um diálogo e uma ponte entre essas duas diferentes gerações de intelectuais latino-americanos que compartilharam do mesmo ideal de construção de um pensamento autônomo. / Este estudio se propone realizar una relectura de la obra del sociólogo brasileño Florestan Fernandes con miras a establecer aproximaciones, afinidades y diálogos entre la obra de este autor y el pensamiento decolonial latinoamericano. A partir de las hipótesis de invisibilidad de Florestan Fernandes en el escenario latinoamericano de lengua española, y de que su obra ha sido poco analizada teniendo en vista su relación con América Latina, con otros intelectuales latinoamericanos de su generación y con los llamados estudios decoloniales, buscamos dar luz a su contribución a la formación de un pensamiento social a partir de América Latina, y para la actualidad de sus formulaciones teóricas anticoloniales ante la emergencia y consolidación de perspectivas epistemológicas que reivindican la descolonización del saber en América Latina, insertándolo como un protagonista de ese movimiento de resistencia epistémica del Sur global aún en el siglo XX. En este sentido, las aproximaciones entre estas dos perspectivas se dieron principalmente a partir de las problemáticas del eurocentrismo, colonialismo, descolonización y cuestión racial, todas interrelacionadas con la caracterización del tipo específico de capitalismo existente en América Latina, el dependiente. A partir de estas cuestiones, colocadas en diferentes momentos históricos de América Latina y que se encuentran en el centro de sus dilemas históricos, fue posible reestablecer un diálogo y un puente entre esas dos diferentes generaciones de intelectuales latinoamericanos que compartieron el mismo ideal de construcción de un pensamiento autónomo.
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Da Invisibilidade ao protagonismo: Florestan Fernandes no pensamento social latino-americano / De la invisibilidad al protagonismo: Florestan Fernandes en el pensamiento social Latinoamericano

Maria de Fátima Souza da Silveira 15 January 2018 (has links)
Este estudo propõe-se a realizar uma releitura da obra do sociólogo brasileiro Florestan Fernandes com vistas a estabelecer aproximações, afinidades e diálogos entre a obra deste autor e o pensamento decolonial latino-americano. Partindo das hipóteses de invisibilidade de Florestan Fernandes no cenário latino-americano de língua espanhola, e de que sua obra tem sido pouco analisada tendo em vista sua relação com a América Latina, com outros intelectuais latino-americanos de sua geração e com os chamados estudos descoloniais, buscamos dar luz à sua contribuição para a formação de um pensamento social a partir da América Latina, e para a atualidade de suas formulações teóricas anticoloniais diante da emergência e consolidação de perspectivas epistemológicas que reivindicam a descolonização do saber na América Latina, inserindo-o como um protagonista desse movimento de resistência epistêmica do Sul global ainda no século XX. Nesse sentido, as aproximações entre essas duas perspectivas se deram principalmente a partir das problemáticas do eurocentrismo, colonialismo, descolonização e questão racial, todas inter-relacionadas com a caracterização do tipo específico de capitalismo existente na América Latina, o dependente. A partir dessas questões, postas em diferentes momentos históricos da América Latina e que se encontram no âmago de seus dilemas históricos, foi possível reestabelecer um diálogo e uma ponte entre essas duas diferentes gerações de intelectuais latino-americanos que compartilharam do mesmo ideal de construção de um pensamento autônomo. / Este estudio se propone realizar una relectura de la obra del sociólogo brasileño Florestan Fernandes con miras a establecer aproximaciones, afinidades y diálogos entre la obra de este autor y el pensamiento decolonial latinoamericano. A partir de las hipótesis de invisibilidad de Florestan Fernandes en el escenario latinoamericano de lengua española, y de que su obra ha sido poco analizada teniendo en vista su relación con América Latina, con otros intelectuales latinoamericanos de su generación y con los llamados estudios decoloniales, buscamos dar luz a su contribución a la formación de un pensamiento social a partir de América Latina, y para la actualidad de sus formulaciones teóricas anticoloniales ante la emergencia y consolidación de perspectivas epistemológicas que reivindican la descolonización del saber en América Latina, insertándolo como un protagonista de ese movimiento de resistencia epistémica del Sur global aún en el siglo XX. En este sentido, las aproximaciones entre estas dos perspectivas se dieron principalmente a partir de las problemáticas del eurocentrismo, colonialismo, descolonización y cuestión racial, todas interrelacionadas con la caracterización del tipo específico de capitalismo existente en América Latina, el dependiente. A partir de estas cuestiones, colocadas en diferentes momentos históricos de América Latina y que se encuentran en el centro de sus dilemas históricos, fue posible reestablecer un diálogo y un puente entre esas dos diferentes generaciones de intelectuales latinoamericanos que compartieron el mismo ideal de construcción de un pensamiento autónomo.
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O sentido do sucesso: uma construção social made in USA

Ituassu, Cristiana Trindade 28 February 2012 (has links)
Submitted by Cristiana Trindade Ituassu (cristianaituassu@yahoo.com.br) on 2012-03-20T18:50:47Z No. of bitstreams: 1 TESE VERSAO FINALISSIMA.pdf: 2845970 bytes, checksum: 3ea08039e3283416f6fedaf64d262d9f (MD5) / Approved for entry into archive by Gisele Isaura Hannickel (gisele.hannickel@fgv.br) on 2012-03-20T19:45:56Z (GMT) No. of bitstreams: 1 TESE VERSAO FINALISSIMA.pdf: 2845970 bytes, checksum: 3ea08039e3283416f6fedaf64d262d9f (MD5) / Made available in DSpace on 2012-03-20T19:47:07Z (GMT). No. of bitstreams: 1 TESE VERSAO FINALISSIMA.pdf: 2845970 bytes, checksum: 3ea08039e3283416f6fedaf64d262d9f (MD5) Previous issue date: 2012-02-28 / Este trabalho investiga o sucesso como um processo de construção social, a partir da análise de mais de seiscentas edições da revista Exame ao longo de três décadas. O argumento proposto na pesquisa é que o conceito de sucesso faz parte da cultura do management que, em conjunto com tecnologias administrativas, foi introduzida no País, sobretudo a partir dos anos cinquenta. A perspectiva pós-colonialista adotada permite contextualizar a importação de práticas e princípios gerenciais que compreendem o gerencialismo, a cultura do empreendedorismo e o culto da excelência. Nesse processo, destacamos o papel da mídia na difusão, legitimação e co-produção desse ideário, a partir da descrição do desenvolvimento do conceito de sucesso nos Estados Unidos e de sua reprodução no imaginário social brasileiro. Ressaltando os problemas trazidos por uma definição do sucesso ligada a aspectos extrínsecos e materiais, e reconhecendo que estudos funcionalistas ainda não ofereceram caminhos para ampliar o termo com elementos de ordem subjetiva, propomos que o sucesso seja visto como uma instituição. Por atribuirmos posição central à linguagem no processo de construção social, a base empírica desta pesquisa está fundamentada nas práticas discursivas – mais precisamente, nos repertórios linguísticos – da mídia de negócios, dado seu papel na circulação de conteúdos simbólicos. A análise dos editoriais do período de 1971 a 1998 mostrou três fases da publicação: uma em que ela se promovia; outra em que se legitimava como porta voz das empresas e uma terceira, marcada pela personalização, quando os responsáveis pelo veículo apareciam com toda sua pessoalidade, refletindo um deslocamento do foco da revista, das organizações para os indivíduos – movimento pelo qual a ideia de sucesso também passou. A análise das reportagens demonstrou que o sucesso ganhou relevância nos anos noventa e permitiu traçar um retrato do bem-sucedido segundo a Exame, a saber: como um homem empreendedor e ambicioso, branco, magro e bem aparentado, maduro nos anos setenta e jovem nos noventa, que tem alto cargo, bom salário e empregabilidade, mas vida pessoal conturbada. A análise das capas reforçou essas impressões. Se não encontramos discrepâncias na definição do sucesso ao longo da análise, percebemos a valorização do conceito e também que o sentido assumido para o termo corresponde ao sucesso norte-americano a partir dos anos trinta, relacionado à capacidade do indivíduo de impressionar, mais do que a seu caráter. No contexto brasileiro do fim do século XX, esse sucesso atende demandas de flexibilização do trabalho: cada um é um negócio e precisa se vender. A cultura do management, tão presente na publicação, justifica essa dinâmica com uma visão de mundo que sustenta um sentido do sucesso com repercussões individuais reconhecidamente negativas. Tudo isso evidencia que o Brasil absorveu um sucesso made in USA, adotado e difundido pela revista Exame. Ligado a recompensas objetivas, diante de tantas possibilidades interpretativas, esse sucesso institucionalizado atendeu interesses organizacionais, formando individualidades voltadas para esforços produtivos. Na descrição dessa dinâmica está nossa contribuição para a desnaturalização do sucesso, convidando a configurações inéditas e alternativas para o termo. / This paper investigates success as a social construction process based on an analysis of more than six hundred editions of Exame Magazine published over three decades. The proposed argument is that the concept of success is part of the culture of management that was introduced in Brazil together with administrative technologies, mainly in the 1950s. The herein adopted post-colonialist perspective allows for contextualizing the importation of management practices and principles that comprise managerialism, entrepreneurship culture and the cult of excellence. Throughout this process, we have highlighted the role played by the media in the dissemination, legitimization and coproduction of such mindset by describing the development of the concept of success in the United States and its reproduction in the Brazilian social imaginary. While pointing out the problems arisen from a definition of success connected to extrinsic and material aspects and recognizing that functionalist studies still have not been able to provide ways of expanding the term, we propose viewing success as an institution. Since language takes a central position in the social construction process, the empirical basis of this research is grounded on the discursive practices of the business media, given its role in the circulation of symbolic contents. The analysis on the editorials of the period from 1971 to 1998 uncovered three phases of the publication: one of self promotion; another one in which it legitimatized itself as a mouthpiece for businesses; and a third one, marked by personalization, when those responsible for the magazine appeared in all their personhood, thus reflecting a shift of its focus from organizations to individuals – a movement also made by the idea of success. The analysis on the reports showed that success gained prominence during the 1990s and allowed drawing a picture of the successful person according to Exame, namely an enterprising and ambitious man, white, slim and good-looking, mature in the 70s and young in the 90s, with a top position, high earnings and employability, but a troubled personal life. The analysis of the magazine covers strengthened this view. While we did not find any divergences in the definition of success throughout our analyses, we realized the valorization of the concept along with the meaning assigned to it in North America from the 1930s, which was more linked with the individual’s ability to impress than to the strength of his/her character. In the Brazilian context by the late twentieth century, success had to do with meeting job-related flexibility demands: each person is a business and needs to sell him/herself. The culture of management, clearly present in the analyzed publication, justifies this dynamics with a view of the world that reinforces the meaning of success with recognizably negative personal consequences. All this provides evidence that Brazil absorbed a made-in-the-USA success concept, as adopted and spread by Exame. Being attached to objective rewards, in face of so many possible interpretations, such institutionalized success was able to meet organizational interests by making up individualities committed to productive efforts. In the description of this dynamics lies our contribution towards the denaturalization of success, while inviting novel and alternative configurations for the term.
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Experiência colonial e pós-colonial na ordem ruinosa do mundo: uma leitura de O esplendor de Portugal, de António Lobo Antunes / Colonial and post-colonial experience in runious world order: a reading from O Esplendor de Portugal, by António Lobo Antunes

Fernanda Fatima da Fonseca Santos 01 December 2016 (has links)
A observação dos procedimentos formais empregados por António Lobo Antunes em O esplendor de Portugal (1997) levou-nos a constatar a existência, no livro, de uma visão crítica muito peculiar e complexa a respeito da História do colonialismo português e do contexto pós--colonial em que Angola e Portugal inserem-se. Dessa forma, o objetivo de nossa dissertação de mestrado é elucidar a dinâmica social representada nO esplendor de Portugal e a condução que o desígnio autoral dá a essa representação. Nesse sentido, procuramos identificar as inter- -relações entre os elementos formais estruturadores da obra e aqueles que regem as dinâmicas sociais que nela figuram. Para alcançarmos tal objetivo, direcionamos nossos estudos a leituras de teoria e crítica literária pautados nas noções de redução estrutural e de interpretação dialética, que Antonio Candido propõe. Paralelamente, procedemos ao delineamento e à análise dos contextos históricos que envolvem o enredo do romance em questão, com ênfase à observação das dinâmicas dialéticas que se deram entre o desenvolvimento do capitalismo das grandes potências mundiais e o atraso econômico de Portugal, bem como ao modo como essas dinâmicas intervieram na constituição e na manutenção das formas sociais de base do colonialismo português na África. Depois desse embasamento teórico, efetuamos a análise literária de O esplendor de Portugal e constatamos que, nessa obra, a visão crítica sobre o colonialismo português em suas imbricações com as conjunturas políticas e econômicas mundiais assenta-se no cruzamento, dentro do romance, de diversas temporalidades, que se situam entre o fim do século XIX e o ano de 1995. É a partir do cruzamento dessas temporalidades que o desígnio autoral faz sobressaírem questões como os modos de exploração da força de trabalho angolana, a atuação do grande capital estrangeiro em Angola, o travamento das expectativas de expansão econômica dos colonos proprietários, subordinados que estavam ao Estado português e ao poderio do grande capital, a corresponsabilidade desses colonos na instituição e na generalização da violência que permeou as relações sociais na colônia e a influência que os interesses estrangeiros também tiveram na exploração de Angola, nos rumos da guerra colonial e na intensificação e ampliação dos conflitos existentes entre os movimentos nacionalistas angolanos. A principal conclusão a que chegamos, portanto, é a de que o pilar sobre o qual se assenta a construção de O esplendor de Portugal é a composição, subjacente à complexa rede narrativa do romance, de uma rede não menos complexa de relações causais entre as temporalidades abrangidas no livro, na qual se destacam as linhas de ruptura e de continuidade históricas que sustentam essa rede e que constroem a representação do presente catastrófico em que se situam os narradores. / The observation of formal procedures employed by António Lobo Antunes in O esplendor de Portugal (1997) took us to recognize the existence, in the book, a very peculiar and complex critical view about the History of portuguese colonialism and the post-colonial context in that Angola and Portugal are inserted. In this way, the purpose of our dissertation is to show the social dynamics represented in O esplendor de Portugal and the driving the authorial plan gives to this representation. Therefore, we look for to identify the relationships between the formal elements structures of the work and those that react the social dynamics that are listed. To achieve this purpose, we direct our studies to readings of literary theory and criticism based on the concepts of structural reduction and dialectical interpretation that Antonio Candido proposes. At the same time, we proceed to delineation and to analysis of the historical context to involve the plot of the novel in question, with emphasis to observation of dialectical dynamics that happened between the development of capitalism of the major world powers and the economic backwardness of Portugal, as well to how these dynamics intervened in the constitution and in the maintenance of basic social forms of portuguese colonialism in Africa. After this theoretical base, we did the literary analysis of O esplendor de Portugal and we found that, in this work, the critical view on portuguese colonialism in their impact, appear with the political and economic situations in the world are cross, into the novel, of different temporalities, which fall between the end of the 19TH century and the year of 1995. Is from crossing these temporalities that authorial intent does to protrude issues like operating modes of the angolan workforce, the performance of large foreign capital in Angola, the expectations of economic expansion of the colonists owners, subordinates who were the Portuguese State and the power of big capital, the co-responsibility of these settlers in the institution and in the widespread violence that pervaded the social relations in the colony and the influence that foreign interests also had on Angola exploration, in the direction of the colonial war and on intensification and expansion of the existing conflicts between the Angolan nationalist movements. The main conclusion that we reached, therefore, is that the pillar on which sits the creation of O esplendor de Portugal is the composition, underlying the complex net of romance narrative, not less complex of causal relationships between the temporalities covered in the book, in which the lines of rupture and historical continuity that underpin this network and that build the representation of the catastrophic present in which are situated the narrators.

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