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Efetividade e custo-efetividade de diferentes esquemas terapêuticos de estatinas para prevenção de eventos cardiovasculares

Ribeiro, Rodrigo Antonini January 2011 (has links)
Introdução: Os fármacos da classe das estatinas foram testados em diversos ensaios clínicos randomizados (ECR), tendo demonstrado sua efetividade em redução de eventos cardiovasculares [como infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular cerebral (AVC) e morte cardiovascular] em vários grupos de pacientes. Alguns estudos também apontam para diminuição de mortalidade total com a utilização destes fármacos. Além de estudos contra placebo ou terapia usual, foram realizados alguns ECRs comparando diferentes esquemas de estatinas, usualmente com potências – em termos de redução lipídica – diferentes. Em metanálise recente englobando cerca de 40 mil pacientes, a qual compilou estudos que haviam comparado esquemas de estatinas de alta e baixa potência, foi mostrado redução de IAM, AVC e revascularização, e no desfecho combinado de morte por doença coronariana e infarto não fatal com esquema de altas doses. Porém, este estudo utilizou apenas evidência direta, não incluindo o grande conjunto de dados que poderia ser utilizado para comparação indireta de diferentes esquemas de estatinas, através da adição de estudos de diferentes esquemas utilizando estas drogas contra controle. Durante o desenvolvimento do conhecimento acerca das estatinas, as mesmas passaram a ser disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), inicialmente no Programa de Dispensação de Medicamentos Excepcionais, e mais recentemente na Atenção Básica (somente a sinvastatina). Atualmente, todas as estatinas (com exceção da rosuvastatina), nas suas diferentes dosagens, podem ser prescritas para pacientes usuários do SUS. Entretanto, em nenhum momento foi feita análise de custo-efetividade acerca da incorporação desta tecnologia. Objetivos: O primeiro objetivo desta tese foi comparar diferentes esquemas de estatinas utilizando toda a evidência disponível, incluindo ECRs que permitissem a realização simultânea de comparações diretas e indiretas entre estas drogas. O segundo objetivo foi realizar uma análise de custo-efetividade de três esquemas de estatinas no âmbito do SUS. Métodos: Foi conduzida uma revisão sistemática nos portais MEDLINE e Cochrane CENTRAL, onde foram buscados ensaios clínicos randomizados que tivessem comparado estatina contra controle (evidência indireta) ou contra outra estatina (evidência direta). As estatinas foram divididas em três grupos, de acordo com a redução lipídica esperada: até 30%, baixa dose; entre 30% e 40%, dose intermediária; e acima de 40%, alta dose. O método para compilação matemática dos riscos relativos foi o Mixed Treatment Comparison, modelo Bayesiano que permite inclusão simultânea de evidências diretas e indiretas. A análise de custo-efetividade, desenvolvida com modelo de Markov por microsimulação, também avaliou três esquemas de estatinas, sendo a dose baixa representada pela sinvastatina 10mg; a dose intermediária, pela sinvastatina de 40mg; e a dose alta, pela atorvastatina de 20mg. A escolha dessas se deu pelo maior peso das mesmas em comprimidos prescritos e valor despendido pelo SUS quando comparadas a outras estratégias com mesmo potencial de redução lipídica. Foram avaliados cinco cenários clínicos: prevenção primária e secundária de eventos cardiovasculares, sendo que o primeiro foi estratificado em quatro grupos: 5%, 10%, 15% e 20% de risco de eventos em dez anos. Os dados de efetividade foram obtidos da metanálise acima, estratificados por tipo de prevenção (primária ou secundária). A perspectiva dos modelos foi a do SUS, o horizonte temporal, de 40 anos, e a taxa de desconto, de 5% ao ano. A robustez dos modelos foi testada através de análise de sensibilidade probabilística, com 1.000 amostras para cada cenário. De posse destas análises, foram feitas as curvas de aceitabilidade de custo-efetividade. Resultados: A revisão sistemática resultou na inclusão de 46 estudos, os quais avaliaram cerca de 175.000 pacientes. Estatinas em altas doses reduziram o risco de IAM em 28% (IC 95%: 18% - 36%) e em 14% (7% - 21%) na comparação com doses baixas e intermediárias, respectivamente. A dose intermediária reduziu o risco de IAM em 15% (5% - 25%) na comparação com dose baixa. A dose alta também reduziu o risco de revascularização nas comparações com dose intermediária [risco relativo (RR) = 0,81 (0,69 – 0,95)] e baixa [RR = 0,88 (0,77 – 0,99)] e de AVC na comparação com dose baixa [RR = 0,83 (0,68 – 0,99)]. Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os diferentes esquemas de estatinas nos desfechos de mortalidade (incluindo morte por todas as causas, cardiovascular e coronariana). Nas análises de custo efetividade, a dose baixa de estatina apresentou razões de custoefetividade incrementais (RCEIs) abaixo de R$ 15.000 por ano ajustado para qualidade de vida (quality-adjusted life year - QALY) em todos os cenários avaliados. Resultados semelhantes foram observados na comparação de dose intermediária versus baixa. Já na comparação de dose alta versus intermediária, a RCEI mais baixa foi de cerca de R$ 50.000 por QALY (no cenário de prevenção primária de 20% de risco em 10 anos). Estes resultados foram robustos nas análises de sensibilidade: considerando valores de willingness-to-pay entre uma e três vezes o PIB per capita brasileiro por QALY, a dose intermediária de estatina tinha uma chance entre 50% e 70% de ser a estratégia mais custo-efetiva em todos os cenários. Conclusões: Os benefícios clínicos em favor de doses mais altas de estatinas se dão apenas em termos de eventos não fatais, sem efeito na mortalidade. Nas análises de custo-efetividade, as quais avaliaram cinco cenários diversos de risco cardiovascular, a dose intermediária de estatina, representada pela sinvastatina de 40mg na análise, se mostrou extremamente custo-efetiva, levando-se em consideração o valor do Produto Interno Bruto per capita brasileiro em 2010, de aproximadamente R$ 19.000. Portanto, esta terapia deveria ser prioridade no SUS, tendo em vista a magnitude do benefício clínico e a relação de custo-efetividade bastante favorável. / Background: Statins have been tested in several randomized clinical trials (RCTs), and have been shown to be effective in reducing cardiovascular events in a variety of subgroups of patients. Some studies also pointed to reduction in all cause death associated with these drugs. Besides trials which evaluated statins against control (usually placebo), some studies directly compared different statin schemes, usually with diverse potency (in terms of lipid reduction). In a recently published meta-analysis including circa 40,000 patients, which have compiled studies that directly compared high and low potency schemes, the former was associated with reduction in myocardial infarction (MI), stroke, revascularization procedures, and the combined end-point of coronary death plus non-fatal MI. However, this systematic review included only direct evidence, therefore excluding the great amount of indirect evidence (statins versus control studies) that could be conjointly analyzed. At the same time more evidence became available on the efficacy of statins, these drugs started to be accessible for the population in the Brazilian Unified National Health System (UNHS), initially in a more restricted medication program, with migration for the primary care attention in recent years (Simvastatin only). Today, all statins (except for Rosuvastatin), in their different dosages, can be prescribed to patients using the Brazilian UNHS. However, no economic analysis evaluating statins in the Brazilian scenario has been conducted thus far. Objectives: The first objective of this thesis was to compare different statin schemes using all available evidence in the literature, including RCTs that allowed simultaneous direct and indirect comparison between these drugs. The second objective was to conduct a cost-effectiveness analysis of three statin schemes in the Brazilian UNHS perspective. Methods: We conducted a systematic review in MEDLINE and Cochrane CENTRAL, searching for RCTs that had compared statin versus control (indirect evidence) or against other statin (direct evidence). Statins were divided into three groups, according to their expected lipid reduction: below 30%, low dose; between 30% and 40%, intermediate dose; and above 40%, high dose. The relative risks were combined by the means of a Bayesian Mixed Treatment Comparison model, which allows for simultaneous inclusion of both direct and indirect evidence. The cost effectiveness analyses were conducted through a microsimulation Markov model, designed to evaluate the aforementioned statin schemes, where the low dose was represented by Simvastatin 10mg, the intermediate dose by Simvastatin 40mg and the high dose by Atorvastatin 20mg. The choice for these statins was based on prescription patterns in the Brazilian UNHS. We evaluated five clinical scenarios: primary and secondary prevention of cardiovascular events, the former stratified into four analyses: 5%, 10%, 15% and 20% ten-year risk of events. Effectiveness data came from the metaanalysis, which was stratified by type of prevention (primary or secondary). The perspective of the models was the Brazilian UNHS viewpoint, the time horizon was 40 years, and the discount rate was 5% per year. The model’s robustness was tested through a probabilistic sensitivity analysis, with 1,000 samples in each scenario. Using these data, we constructed the cost-effectiveness acceptability curves (CEACs). Results: The systematic review yielded 46 studies, which evaluated almost 175,000 patients. Regimens with high intensity statins reduced the risk of MI by 28% (95% CI: 18% - 36%) and by 14% (7% - 21%) when compared to intermediate and low intensity schemes, respectively. The intermediate dose reduced the risk of MI by 15% (5% - 25%) in the comparison with low dose. High dose schemes also reduced the risk of revascularization when compared to intermediate [relative risk (RR) = 0.81 (0.69 – 0.95)] and low doses [RR = 0.88 (0.77 – 0.99)], and of stroke in the comparison against low dose [RR = 0.83 (0.68 – 0.99)]. There was no statistically significant difference between the statin schemes regarding mortality outcomes (either all-cause, cardiovascular or coronary death). In the cost-effectiveness analyses, the low dose scheme presented incremental costeffectiveness ratios (ICERs) below R$ 15,000 per quality adjusted life years (QALYs) in all evaluated scenarios. Similar results were observed in the comparison between intermediate and low doses. In the comparison between high and intermediate doses, the lowest ICER was aroun R$ 50,000 per QALY (in the 20% ten-year risk primary prevention scenario). These results were robust in the PSAs: considering willingness-topay values between one and three times de Brazilian GDP per capita per QALY, the intermediate dose had a probability between 50% and 70% of being the most costeffective option in all scenarios. Conclusions: The clinical benefits in favor of higher statin doses were observed only in non-fatal events, with no reduction in mortality outcomes. In the cost-effectiveness analyses, which evaluated five scenarios of cardiovascular risk, the intermediate dose – represented by Simvastatin 40mg – has shown a very favorable cost-effectiveness ratio, considering the Brazilian Gross Domestic Product per capita in 2010, which was approximately R$ 19,000. Therefore, this therapy should be a priority in the Brazilian UNHS, considering the magnitude of clinical benefit and the very attractive economic profile.
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Aspectos relacionados a pressão arterial e complicações crônicas micro- e macro vasculares em pacientes com diabetes mellitus tipo 2

Dellaméa, Bruno Schmidt January 2015 (has links)
A prevalência de diabetes mellitus (DM) tem aumentado progressivamente no mundo. O controle da glicemia é a base do tratamento do DM, sendo importante para a prevenção das complicações crônicas. No entanto, pode ser insuficiente em alguns casos, visto que controle glicêmico intensivo falhou em mostrar evidências na redução da progressão da doença macrovascular, trazendo a necessidade de uma avaliação complementar além da glicemia. A hipertensão arterial sistêmica tem sido considerada um dos principais fatores relacionado a complicações crônicas do DM. Fatores pressóricos não identificados na verificação da pressão arterial no consultório podem explicar parte destes achados, como hipertensão do avental branco, hipertensão mascarada, alteração cicardiana da variabilidade da pressão arterial e avaliação do descenso noturno. A ausência do descenso noturno da pressão arterial tem sido associado a nefropatia e neuropatia diabética. O endotélio promove o tônus vasomotor e regula a inflamação e coagulabilidade. Quanto maior o tempo de diabetes, maior a disfunção endotelial secundário ao estresse oxidativo. Neste contexto, resolvemos avaliar a ausência do descenso noturno da pressão arteiral e o gene candidato óxido nítrico sintase endotelial como fatores de risco para complicações do DM macrovasculares e microvasculares, respectivamente. Em um coorte do ambulatório de endocrinologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre com 361 pacientes, avaliamos a ausência de descenso noturno como fator de risco cardiovascular. Os pacientes não apresentavam histórico prévio de doença cardiovascular e realizaram a monitorização ambulatorial da pressão arterial basal sem medicamentos antihipertensivo, sendo avaliados posteriormente desfechos cardiorrenais. No acompanhamento, após 54±39 meses, 297 pacientes foram reavaliados, dos quais 72% mostraram ausência do descenso noturno da pressão arterial na avaliação basal. Estes apresentaram 32% mais risco de apresentar desfechos que os pacientes com descenso normal da pressão arteiral. Após uma revisão sistemática e meta-análise, analisamos nossos dados em conjunto com outros estudos, e demonstramos um aumento de 1,7 vezes no risco de desfechos micro- e macrovasculares em pacientes com ausência do descenso da pressão arterial quando comparados a pacientes com descenso. Afim de avaliar o papel da disfunção endotelial no desenvolvimento das complicações crônicas do DM, estudamos a relação do óxido nítrico com a nefropatia do DM (ND). O óxido nítrico é fundamental para a atuação normal do endotélio, onde é produzido pela óxido nítrico sintase endotelial. Este gene tem sido considerado um gene candidato para a ND, e alguns polimorfismos foram estudados quanto a progressão da ND, como G894T, 4 b/a, T786C; porém, os resultados apresentados na literatura são contraditórios. Portanto, conduzimos uma revisão sistemática e meta-análise sobre os polimorfismos citados, considerando todos os modelos genéticos, quanto a associação com a ND, que demonstrou resultados estatisticamente significativos com os polimorfismos 4 b/a e T786C, e concluímos que o gene candidato estudado pode contribuir para o desenvolvimento de ND. Desta maneira, a utilização da monitorização ambulatorial da pressão arterial acrescenta dados que não obtidos pela medida da pressão arterial na consulta médica. A constatação da ausência do descenso noturno confere ao paciente com DM tipo 2 aumento de risco do desenvolvimento de complicações micro- e macrovasculares. Por outro lado, o estresse oxidativo está relacionado a disfunção endotelial, por alterações no óxido nítrico, e polimorfismos no gene candidato óxido nítrico sintase endotelial podem estar relacionados ao desenvolvimento de ND. O desenvolvimento das complicações crônicas do DM tipo 2 então estão intimamente ligados ao continuum resistência insulínica, estresse oxidativo, hipertensão arterial e disfunção endotelial.
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Avaliação da associação de consumo de feijão com arroz e pressão arterial em indivíduos hipertensos em tratamento

Rodrigues, Marcela Perdomo January 2014 (has links)
Diversos estudos têm sugerido uma possível associação entre o consumo de proteínas vegetais e redução de pressão arterial. Feijão consumido com arroz é fonte de proteínas de alto valor biológico que fazem parte do hábito alimentar da população brasileira. Assim, pode ser uma opção a mais de intervenção nutricional para manejo de hipertensão arterial sistêmica (HAS) com provável adesão, visto que, esses alimentos são de fácil disponibilidade. No entanto estudos sobre associação do consumo de feijão com hipertensão são poucos. Assim, o presente estudo tem como objetivos avaliar a associação entre o consumo de feijão e arroz e níveis pressóricos de pacientes em tratamento anti-hipertensivo. Outra intervenção nutricional para controle da HAS é a restrição de sal na dieta, cuja eficácia já foi demonstrada, mas é de difícil adesão. Considerando a importância de avaliar a adesão à restrição de sal e a falta de instrumentos de fácil aplicação na rotina assistencial, outro objetivo dessa dissertação foi realizar a validação do questionário de restrição de sódio dietético (DSRQ) desenvolvido para pacientes com insuficiência cardíaca, em pacientes com hipertensão. Esse questionário pode ser útil para identificação de barreiras e facilitadores dessa recomendação e também orientar o desenvolvimento de intervenções de aconselhamento aos pacientes com hipertensão. Foi realizado um estudo transversal, com pacientes hipertensos em tratamento atendidos no ambulatório de hipertensão e Unidade Básica de Saúde do Hospital de Clinicas de Porto Alegre – HCPA. Foram aplicados três recordatórios alimentares de 24h e coletados dados demográficos, antropométricos, medidas de pressão arterial, dados laboratoriais e prescrição medicamentosa. A associação entre o consumo de feijão e arroz e níveis pressóricos foi avaliada pelo teste de comparação de medianas Man Whitney, ANOVA one way e modelo linear generalizado. Participaram desse estudo 242 pacientes, estratificados em pressão controlada ou não controlada. 113 participantes apresentaram pressão arterial controlada, com pressão arterial sistólica e diastólica de 124,9 ±10,3 mmHg e 75,7 ±8,1 mmHg, respectivamente e 129 apresentaram pressão arterial não controlada com níveis de pressão arterial sistólica e diastólica de 154,3 ±17,4 / 88,5 ±12,8 mmHg. Não houve associação entre o consumo de feijão e arroz e pressão arterial controlada ou não controlada (p=0,975). O consumo de feijão e arroz foi categorizado em quartis e pelo teste ANOVA não foi observado associação significativa entre os quartis e pressão arterial sistólica (p=0,053) e diastólica (p=0,553). A razão de prevalência bruta de PA não controlada para indivíduos que não consumiram feijão e arroz foi de 0,86 (IC95% 0,65 a 1,15; p=0,31). Concluindo, os dados sugerem não haver associação entre o consumo de feijão e arroz com níveis pressóricos em pacientes em tratamento anti-hipertensivo. A validação do DSRQ foi realizada por um estudo metodológico, com 104 pacientes do ambulatório de Hipertensão – HCPA. Foram coletados dados demográficos, medidas de pressão arterial, prescrição medicamentosa e três recordatórios alimentares de 24 horas para estimação do consumo de sódio. O questionário é composto por três subescalas – atitude, norma subjetiva e controle comportamental percebido. A fidedignidade foi avaliada por meio da consistência interna dos seus itens utilizando o coeficiente Alfa de Cronbach. A validade do constructo foi avaliada pela análise dos componentes principais e a validade convergente pela correlação de Spearman. O Coeficiente Alfa de Cronbach foi 0,77 para os 15 itens do questionário; e para as subescalas de atitude, norma subjetiva e atitude comportamental foram de: 0,75, 0,25 e 0,82, respectivamente, após exclusão do item 20. A análise dos componentes principais com extração de três fatores representou 53,5% da variância explicada e resultou em novo agrupamento dos itens nos três componentes da análise fatorial. A correlação de Spearman entre as subescalas e o sódio estimado através do RA24h foi significativa apenas entre a subescala comportamento dependente e sódio estimado (p=0,006). Assim, pode-se concluir que o instrumento apresenta validade e fidedignidade de seu constructo para avaliar as barreiras e atitudes de pacientes hipertensos. / Several studies have suggested a possible association between vegetable protein intake and the reduction in blood pressure. Consuming a combination of black beans and rice is part of the Brazilian consumption pattern and is a high-biological-value source. Therefore, it can be an extra nutritional intervention for the management of the hypertension (HT). This mixture presents a high possibility of adherence, once these types of food are easily available. However, there are few studies about the association between the black beans intake and hypertension. Thus, the present study aims to evaluate the association between black beans and rice consumption and the pressure levels of the patients under hypertension treatment. Other nutritional intervention for the HT control is a salt restriction diet, whose efficacy has already been demonstrated, although the adherence to it is difficult. Taking into consideration the importance of assessing the adherence to a salt restriction diet, and the lack of easy-application instruments in the clinic routine of the patients, other goal of this dissertation was to perform the validation of the dietary sodium restriction questionnaire (DSRQ) for patients with hypertension. The DSRQ was developed for heart failure patients. This questionnaire can be useful to identify barriers and facilitators of the salt restriction recommendation, also to guide the development of counseling interventions for patients with hypertension. The cross-sectional study was performed with patients who were under treatment in the outpatient hypertension and the Basic Health Unit of the Hospital de Clínicas de Porto Alegre – HCPA. Three 24 hour food recall (24HR) were conducted and demographic data, blood pressure measures, laboratory data and medication prescription were collected. The association between black beans and rice consumption and the pressure levels was analyzed by the Man Whitney median comparison, one way ANOVA and generalized linear models. 242 individuals participated in this study and they were stratified in two groups: controlled blood pressure group and uncontrolled blood pressure. 113 participants present a controlled blood pressure, showing 124.9 ±10.3 mmHg as the systolic blood pressure result and 75.7 ±8.1 mmHg as the diastolic result. 129 participants presented an uncontrolled blood pressure. As the systolic blood pressure result, it was found 154.3 ±17.4 mmHg, and as the diastolic result, 88.5 ±12.8 mmHg. It was not found any association between the black beans and rice intake and the controlled / uncontrolled pressure levels (p=0.975). The black beans and rice consumption was categorized in quartiles and, by the ANOVA test, no significant association between the quartiles, the systolic blood pressure (p=0,053) and the diastolic (p=0.553) was observed. The prevalence ratio crude controlled BP for individuals who did not consume beans and rice was 0.86 (95% CI 0.65 to 1.15, P = 0.31). In conclusion, the data suggested no association between Black beans and rice intake with the pressure levels of the patients under hypertension treatment. The DSRQ validation was performed through a methodological study, with 104 hypertension outpatient patients of the HCPA. Demographics data, blood pressure measures, medication prescription were collected. Three 24HR was conducted for estimated dietary sodium. The DSRQ is composed of three subscales: attitude, norm subjective and perceived behavioral control. The reliability was assessed by the internal consistency of the items of the questionnaire using Cronbach´s Alpha coefficient. The construct validity was evaluated by the Principal Component Analysis (PCA) test and the convergent validity calculated by the Spearman correlation. The Cronbach´s Alpha coefficient found was 0.77 for the 15-items questionnaire; for the attitude, norm subjective and perceived behavioral control subscales were found 0.75, 0.25 and 0.82, respectively – after the exclusion of the item 20. Extracting three factors of the PCA, explained 53.5% of the variance, and it also resulted in a new arrangement of the three components of the factorial analysis. The Spearman correlation between the subscales and the estimated dietary sodium found by the 24HR was significant only between the dependent behavior subscale and the estimated dietary sodium (p=0.006). Thus, it is possible to conclude that the instrument presents validity and reliability of its construct to evaluate the barriers and facilitators of patients with hypertension.
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Aspectos clínicos e epidemiológicos associados às comorbidades clínicas em pacientes com transtorno bipolar

Gomes, Fabiano Alves January 2012 (has links)
O transtorno bipolar (TB) é uma doença crônica e debilitante frequentemente associada a comorbidades psiquiátricas e múltiplas doenças clínicas. Estudos recentes têm apontado para um impacto significativo das condições médicas gerais no curso e prognóstico do TB, bem como há um corpo crescente de evidências demonstrando as influências dos episódios de humor e de seu tratamento na incidência e morbidade das comorbidades físicas. No entanto, os estudos ainda são iniciais e ainda há uma carência de dados epidemiológicos e clínicos acerca dessas associações, particularmente no nosso meio. A presente tese é composta por três estudos: 1) um estudo da prevalência e dos correlatos clínicos associados a fatores de risco cardiovascular em duas amostras de pacientes bipolares; 2) uma avaliação da associação entre obesidade e suicidalidade em pacientes bipolares; 3) um estudo da prevalência e dos fatores associados às comorbidades clínicas em pacientes bipolares. Em conjunto, os resultados dos estudos apontam para uma elevada prevalência de fatores de risco cardiovasculares e condições médicas gerais em pacientes bipolares, além da relação entre doenças físicas e características demográficas, clínicas e fatores de gravidade, tais como idade, gênero, tempo de duração da doença, suicidalidade, padrão de uso de medicação e comorbidades psiquiátricas. Nossos achados fornecem dados adicionais para a compreensão da relação entre transtorno bipolar e comorbidades clínicas, enfatizando a necessidade tanto de uma abordagem mais ampla e integral do transtorno quanto do desenvolvimento de estratégias mais eficazes de prevenção e tratamento. / Bipolar disorder (BD) is a chronic and debilitating illness frequently associated to multiple psychiatric comorbidities and clinical diseases. Recent studies have pointed out the significant impact o general medical conditions on BD course and prognosis and there is a growing body of evidence showing the influence of mood episodes and their treatment on incidence and morbidity of medical comorbidities. However, most studies are preliminary and there is still a lack of epidemiological and clinical data about these relationships, particularly in Brazil. This thesis comprises three studies: 1) a study on the prevalence and clinical correlates of cardiovascular risk factors in two samples of BD patients; 2) an evaluation about the association of obesity and suicidality in patients with BD; 3) a study on the prevalence and clinical correlates of clinical comorbidities in BD patients. Taken together, the results show an elevated prevalence of cardiovascular risk factors and general medical conditions in BD patients and stress the associations among physical disease, demographic and clinical variables and correlates of severity such as age, gender, duration of illness, medication prescription pattern and psychiatric comorbidities. Our findings provide additional data to the undestanding of the relationship between BD and clinical comorbidities emphasizing the need for both a comprehensive approach to BD and the development of more effective prevention and treatment strategies.
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Associação entre modulação autonômica e androgênios endógenos em uma amostra de mulheres pós-menopáusicas

Franz, Roberta Fernandes January 2012 (has links)
Resumo não disponível
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"Hipertensão arterial e fatores de risco associados: estudo entre universitários da cidade de Lubango-Angola" / Arterial hypertension and associated risk factors: study among college students from Lugango city - Angola.

Manuel Simão 08 August 2005 (has links)
A pesquisa, desenvolvida entre universitários da cidade de Lubango - Angola, teve o objetivo de identificar a prevalência da hipertensão arterial sistêmica (HAS) e os fatores de risco associados naquela população. Adotou-se como referencial teórico o Modelo de “Campo de Saúde” de Lalonde, composto pelos elementos de biologia humana, meio ambiente, estilo de vida e organização dos serviços de saúde. A população estudada foi composta de 667 universitários, entre 18 e 55 anos de idade, média 29 anos e desvio padrão de 8. Obtiveram-se os dados por meio de entrevista individual, realizada na própria escola onde estudavam. Ao término de cada entrevista, procedeu-se à aferição do peso, altura, valores da pressão arterial (PA), circunferência abdominal e do quadril. Para avaliação do peso, utilizou-se balança portátil; para mensuração da estatura utilizou-se fita métrica inelástica, afixada em parede plana a 50 centímetros do chão. Aferiu-se a PA usando o método auscultatório, com esfigmomanometros do tipo aneróides testados e devidamente calibrados e manguitos de bolsa de borracha compatíveis com a circunferência braquial do indivíduo. Os dados relativos à biologia humana indicaram que 17,1% dos indivíduos apresentavam sobrepeso; 3,2%, obesidade. Identificou-se uma prevalência de HAS de 23,5%. Ao se analisarem os antecedentes familiares, 40,3% relataram que tinham pelo menos um dos pais hipertenso e 22,0% possuíam, no mínimo, um parente do 1º grau com a doença. Quanto ao meio ambiente; 36,1% tinham dedicação exclusiva aos estudos; 55,5% trabalhavam no setor público; 28,9% não possuíam renda individual; 51,3% tinham renda individual de até 250 dólares. Quanto à renda familiar, 27,0% não souberam informar; 33,1% indicaram renda de até 250 dólares; 51,9% indicaram que somente uma pessoa da família contribuía com a renda familiar. Em relação ao estilo de vida, 86,2% realizavam atividade física, 61,2% a praticavam três ou mais vezes por semana; 60,6% indicaram preferência à ingestão de alimentos salgados; 4,0% eram fumantes; 47,6% dos fumantes começaram com o hábito próximo aos 19 anos; 8,4% dos não-fumantes compartilhavam locais fechados com fumantes no dia-dia; 40,6% faziam uso de bebida alcoólica; 59,8% consideravam-se estressados; 15,3% das mulheres usavam contraceptivo hormonal. Quanto ao atendimento à saúde, 82,8% já haviam aferido a PA em alguma ocasião e 65,4% deles não se lembravam do valor encontrado; 12,7% não tinham conhecimento prévio da causa da HAS; 92,1% utilizavam algum tipo de serviço de saúde; 73,6% buscavam serviços de saúde somente em casos de necessidade, para tratamento médico. Conclui-se que estes dados revelam uma elevada prevalência de HAS, considerando que a maioria dos participantes eram jovens; falta de maiores informações sobre a HAS e presença de hábitos autocriados que se constituem em fatores de risco para as doenças hipertensiva e cardiovasculares em geral, que podem ser modificados mediante implementação de programas educativos com ações voltadas à promoção da saúde, visando ao controle dessas doenças. / This research, developed among college students Lugango city - Angola, aimed at identifying the prevalence of systemic arterial hypertension (SAH) and associated risk factors in this population. The theoretical reference adopted was the Lalonde model for “Population health”, with elements from human biology, environment, life style and management of health services. The population studied was composed of 667 college students from 18 to 55 years old, mean 29 and standard deviation of 8. The data was obtained by means of individual interviews, performed in the college where they studied. At the end of each interview, the body weight, height, waist perimeter, arterial pressure (AP) values, abdominal and hip circumference were assessed. The body weight assessment was evaluated utilizing a portable balance; the height assessment with a non-elastic tape measure, fixed in a flat wall 50 centimeters from the floor. The arterial pressure was assessed by the auscultatory method, with aneroid sphygmomanometers tested and properly calibrated and rubber bladder compatible to the arm circumference of each individual. Data related to human biology indicated that 17.1% of the interviewed were over weight; 3.2% were obese. The prevalence of SAH was of 23.5%. When the familiar antecedents were analyzed, 40.3% declared that at least one of their parents presented hypertension and 22.0% had, at least, one first grade parent with the disease. With respect to environment; 36.1% had exclusive dedication to studies; 55.5% worked on the public service, 28.9% did not received individual income; 51.3% received an individual income of up to 250 dollars. With regard to familiar income, 27.0% did not know to inform; 33.1% indicated an income of up to 250 dollars; 51.9% related that only one person of the family contributed to the familiar income. With regard to life style, 86.2% used to practice some physical activity, 61.2% practice it three or more times a week; 60.6% indicated salty food preference; 4.0% were smokers; 47.6% of the smokers started with the addiction when they were around 19 years old; 8.4% of nonsmokers used to share closed places with smokers day by day; 40.6% use to drink alcoholic drinks; 59.8% considered themselves as stressed; 15.3% of the women utilized hormonal contraceptives. With regard to the management of health services, 82.8% had already assessed their AP in some occasion and 65.4% of them did not remember the obtained value; 12.7% did not have previous knowledge of the possible causes for SAH; 92.1% utilized some type of health service; 73.6% used to look for health services just in extremely need, in order to obtain medical care. The data show a high prevalence of SAH, considering that most of the subjects were young; a lack of information about arterial hypertension and the presence of auto-created habits that are considered as risk factors to hypertensive and cardiovascular diseases that can be modified by means of implementation of educative programs with actions directed to health promotion, in order to control these diseases.
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Efeito da administração oral de cápsulas de extrato de berinjela sobre o perfil lipidico em jejum e pós prandial : ensaio clínico, randomizado, duplo cego controlado por placebo / Effect of the oral administration of eggplant extract capsules on the lipid profile during fasting and postprandial : randomized, double-blind, placebo-controlled clinical test

Chiaradia, Vanessa January 2008 (has links)
Introdução: O extrato seco de Solanum melongena (berinjela) vem sendo utilizado pela população como um tratamento alternativo para dislipidemia. Ela é um vegetal rico em flavonóides que são antioxidantes polifenólicos encontrados nos alimentos. Estudos demonstram relação inversa entre o consumo de alimentos ricos em flavonóides e a mortalidade por doença arterial coronariana. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da administração de cápsulas de extrato de berinjela no perfil lipídico de indivíduos saudáveis após um teste de sobrecarga lipídica via oral . Métodos: Após consentimento informado 58 voluntários saudáveis foram randomizados para receber cápsulas contendo 450 mg extrato seco de berinjela ou placebo. As cápsulas de berinjela ou placebo foram administradas na quantidade de duas cápsulas duas vezes ao dia durante 14 dias. No 14º dia os voluntários foram submetidos a um teste de sobrecarga lipídica, logo após a ingestão de 900 mg de extrato de berinjela ou placebo conforme randomização anterior. A análise nutricional da refeição continha 361 kcal, 22,5 g de gorduras totais, sendo destas 14,5g de gordura saturada e 251mg de colesterol. O perfil lipidico foi aferido em jejum nos dias 0 e 14 e neste último dia aferido em jejum e 2 horas após a sobrecarga lipidica. Resultados: Os níveis de trigliderídeos, expressos em mediana (amplitude interquartílica), encontrados nos voluntários do grupo berinjela foram 69mg/dl (51 - 102), 69 mg/dl (56 - 94) e 92 (64 - 120), antes do tratamento, no 14º dia pré e pós prandial, respectivamente. No grupo placebo os resultados foram 92mg/dl (77 - 128), 79 (60 - 108) e 98 (73 - 142), respectivamente. Não houve interação estatisticamente significativa entre tempo e grupo quanto ao nível de triglicerídeos (P=0,208). Também não foram encontradas diferenças nos valores de colesterol total (P=0,973), HDL colesterol (P=0,059) e LDL colesterol (P=0,611). Conclusão: Nossos resultados demonstram que a utilização de cápsulas de extrato seco de S. Melongena por 14 dias não produziu nenhum efeito no perfil lipidico em jejum e pós-prandial em indivíduos normais. / Introduction: Dry Solanum melongena (eggplant) extract is being used by the population as an alternative treatment for dyslipidemia. It is a vegetable rich in flavonoids, which are polyphenol anti-oxidants found in foods. Studies reveal an inverse relationship between the consumption of foods rich in flavonoids and mortality from coronary artery disease. The objective of this study was to assess the effect of administering eggplant extract capsules on the lipid profile of healthy individuals after an oral lipid overload test. Methods: After informed consent, 59 healthy volunteers were randomized to take capsules containing 450 mg of dry eggplant extract or placebo. The eggplant or placebo capsules were administered in quantities of two capsules, twice a day, for 14 days. On the 14th day, the volunteers were submitted to a lipid overload test immediately after ingesting 900 mg of eggplant extract or placebo as per prior randomization. The nutritional analysis of the meal contained 361 kcal, 22.5 g of total fat, 14.5 g of which was saturated and 251mg of cholesterol. The lipid profile was checked during fasting on days 0 and 14 and on this last day it was checked during fasting and after a lipid overload. Results: Triglyceride levels, expressed as median (interquartile range), found in eggplant group volunteers were 69mg/dl (51 -102), 69 mg/dl (56 - 94) and 92 (64 - 120), before treatment, on the 14th day pre- and postprandial, respectively. In the placebo group, the results were 92mg/dl (77 - 128), 79 (60 - 108) and 98 (73 - 142), respectively. There was no statistically significant interaction between the time and the group as to triglyceride levels (P=0.208). No difference was found in total cholesterol (P=0.973), HDL cholesterol (P=0.059) and LDL cholesterol (P=0.611) levels either. Conclusion: Our results reveal that the use of dry S. Melongena extract capsules for 14 days did not produce any effect on the lipid profile during fasting and postprandial in normal individuals.
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Risco de apneia obstrutiva do sono detectado pelo questionário de Berlim está associado com aterosclerose coronariana

Massierer, Daniela January 2010 (has links)
Resumo não disponível
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Gene ligado a obesidade e massa gorda (fat mass and obesity associated; fto), menopausa e fatores de risco cardiovascular em mulheres na pós-menopausa

Ramos, Ramon Bossardi January 2011 (has links)
Obesidade é uma doença crônica multifatorial que no Brasil atinge cerca de 12,4% dos homens e 16,9% das mulheres com mais de 20 anos. No período pós menopáusico, as mulheres apresentam uma série de alterações fisiológicas, entre elas alteração na distribuição de gordura corporal, sobretudo um aumento na região abdominal. A obesidade apresenta uma etiologia poligênica e diversos genes vêm sendo estudados, entre eles o gene ligado a obesidade e massa gorda (FTO) que já se mostrou fortemente associado com a obesidade/IMC. Mas em relação a parâmetros metabólicos e marcadores de risco cardiovascular, os estudos ainda são bastante controversos dependendo da população em estudo. Com esses dados nosso trabalho buscou a associação entre os polimorfismos rs9939609 e rs8050136 do gene FTO com variáveis metabólicas e de risco cardiovascular em mulheres na pós menopausa. Nosso estudo mostrou que no SNP rs9939609, o genótipo homozigoto para o alelo A está associado com aumento da relação cintura quadril, índice de acumulação lipídica (LAP), que é um marcador de risco cardiovascular, que é um marcador de risco cardiovascular e hipertensão. Enquanto que no SNP rs8050136, o genótipo em homozigose para o alelo A foi associado com pressão arterial diastólica e LAP. Tanto o genótipo polimórfico do SNP rs9939609 e selvagem do rs8050136 foram associados com alteração nos níveis de glicose plasmática. Deste modo, podemos concluir que o polimorfismo rs9939609 no gene do FTO pode ser um preditor de maior risco cardiovascular em mulheres na menopausa.
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Aspectos relacionados a pressão arterial e complicações crônicas micro- e macro vasculares em pacientes com diabetes mellitus tipo 2

Dellaméa, Bruno Schmidt January 2015 (has links)
A prevalência de diabetes mellitus (DM) tem aumentado progressivamente no mundo. O controle da glicemia é a base do tratamento do DM, sendo importante para a prevenção das complicações crônicas. No entanto, pode ser insuficiente em alguns casos, visto que controle glicêmico intensivo falhou em mostrar evidências na redução da progressão da doença macrovascular, trazendo a necessidade de uma avaliação complementar além da glicemia. A hipertensão arterial sistêmica tem sido considerada um dos principais fatores relacionado a complicações crônicas do DM. Fatores pressóricos não identificados na verificação da pressão arterial no consultório podem explicar parte destes achados, como hipertensão do avental branco, hipertensão mascarada, alteração cicardiana da variabilidade da pressão arterial e avaliação do descenso noturno. A ausência do descenso noturno da pressão arterial tem sido associado a nefropatia e neuropatia diabética. O endotélio promove o tônus vasomotor e regula a inflamação e coagulabilidade. Quanto maior o tempo de diabetes, maior a disfunção endotelial secundário ao estresse oxidativo. Neste contexto, resolvemos avaliar a ausência do descenso noturno da pressão arteiral e o gene candidato óxido nítrico sintase endotelial como fatores de risco para complicações do DM macrovasculares e microvasculares, respectivamente. Em um coorte do ambulatório de endocrinologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre com 361 pacientes, avaliamos a ausência de descenso noturno como fator de risco cardiovascular. Os pacientes não apresentavam histórico prévio de doença cardiovascular e realizaram a monitorização ambulatorial da pressão arterial basal sem medicamentos antihipertensivo, sendo avaliados posteriormente desfechos cardiorrenais. No acompanhamento, após 54±39 meses, 297 pacientes foram reavaliados, dos quais 72% mostraram ausência do descenso noturno da pressão arterial na avaliação basal. Estes apresentaram 32% mais risco de apresentar desfechos que os pacientes com descenso normal da pressão arteiral. Após uma revisão sistemática e meta-análise, analisamos nossos dados em conjunto com outros estudos, e demonstramos um aumento de 1,7 vezes no risco de desfechos micro- e macrovasculares em pacientes com ausência do descenso da pressão arterial quando comparados a pacientes com descenso. Afim de avaliar o papel da disfunção endotelial no desenvolvimento das complicações crônicas do DM, estudamos a relação do óxido nítrico com a nefropatia do DM (ND). O óxido nítrico é fundamental para a atuação normal do endotélio, onde é produzido pela óxido nítrico sintase endotelial. Este gene tem sido considerado um gene candidato para a ND, e alguns polimorfismos foram estudados quanto a progressão da ND, como G894T, 4 b/a, T786C; porém, os resultados apresentados na literatura são contraditórios. Portanto, conduzimos uma revisão sistemática e meta-análise sobre os polimorfismos citados, considerando todos os modelos genéticos, quanto a associação com a ND, que demonstrou resultados estatisticamente significativos com os polimorfismos 4 b/a e T786C, e concluímos que o gene candidato estudado pode contribuir para o desenvolvimento de ND. Desta maneira, a utilização da monitorização ambulatorial da pressão arterial acrescenta dados que não obtidos pela medida da pressão arterial na consulta médica. A constatação da ausência do descenso noturno confere ao paciente com DM tipo 2 aumento de risco do desenvolvimento de complicações micro- e macrovasculares. Por outro lado, o estresse oxidativo está relacionado a disfunção endotelial, por alterações no óxido nítrico, e polimorfismos no gene candidato óxido nítrico sintase endotelial podem estar relacionados ao desenvolvimento de ND. O desenvolvimento das complicações crônicas do DM tipo 2 então estão intimamente ligados ao continuum resistência insulínica, estresse oxidativo, hipertensão arterial e disfunção endotelial.

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