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Atenas e o Mediterrâneo romano: espaço, evergetismo e integração / Athens and the Roman Mediterranean: space, euergetism and integration

Soares, Fábio Augusto Morales 26 February 2015 (has links)
Esta tese discute a produção do espaço urbano em Atenas de 200 a.C. a 14 d.C., analisando a interação entre práticas evergéticas, propaganda dinástica/imperial, e tradições e demandas locais. Após um extensivo levantamento dos estudos sobre o tema, assim como suas fontes e paradigmas, os capítulos que seguem discutem as intervenções espaciais em Atenas realizadas por ou em associação a reis helenísticos, potentados romanos e a casa imperial. Argumenta-se que estas intervenções formaram diferentes programas urbanos com lógicas espaciais específicas; e cada programa urbano deveria dialogar com os anteriores para afirmar sua própria lógica. Mais do que uma mera metáfora da história política, a história espacial de Atenas tardo-helenística e romana é tomada como parte da cultura material pela qual as estruturas políticas locais e imperiais se (re)produziam, no contexto de processos de integração mediterrânicos específicos. / This thesis discusses the production of the Athenian urban space from 200 BC to 14 AD, analyzing the interaction between euergetic practices, dynastic/imperial propaganda, and local traditions and demands. After a extensive survey of the studies on this subject and their sources and paradigms, the following chapters discuss the Athenian spatial interventions made by or in association with Hellenistic kings, Roman rulers and the imperial family. It is argued that these interventions formed different urban programs with specific spatial logics; and each urban program must dialogue with the earlier ones to assert its own logic. More than a mere metaphor of political history, the spatial history of Late Hellenistic and Early Roman Athens is taken as part of the material culture by which imperial and local political structures (re)produced themselves, in the context of specific Mediterraneans process of integration.
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Por outras espacialidades: uma cartografia da pedagogização no Parque Ibirapuera, SP / For other spatialities: a cartography of pedagogization at Ibirapuera Park, São Paulo

Ana Paula Nunes Chaves 23 September 2015 (has links)
O presente trabalho tem como propósito principal perspectivar analiticamente como os processos de pedagogização forjam e governam determinados espaços e espacialidades. Para tanto, partimos do pressuposto de que as práticas sociais são moduladas por jogos de força que as criam e recriam espacialmente, sobretudo por meio de mecanismos pedagogizantes que ultrapassam o âmbito educacional formal, alastrando-se cada vez mais no cenário urbano contemporâneo. Assim, propomo-nos a analisar a relação entre educação e produção de espaços/espacialidades nas práticas instituídas no Parque Ibirapuera-SP. A investigação tem como marco teórico o pensamento de Michel Foucault, além de mobilizar os trabalhos de Doreen Massey, Edward Soja, Henri Lefebvre, David Harvey e Rodrigo Valverde. A cartografia realizada pleiteia-se, portanto, uma derivação da perspectiva arqueogenealógica foucaultiana. De acordo com tal referencial, assinalaram-se práticas que permitiram dimensionar as transformações pedagógicas e espaciais do Parque desde sua criação, apontando para os modos como atualmente se perfaz o governamento das espacialidades e, em igual medida, as contracondutas aí tornadas possíveis. Além do levantamento bibliográfico, operamos segundo duas frentes de trabalho complementares: em primeiro lugar, a análise de documentos oficiais acerca do Parque, dos Processos da Comissão do IV Centenário da Cidade de São Paulo e de discursos jornalísticos veiculados a seu respeito pelo jornal O Estado de S. Paulo em diferentes décadas; em segundo, a observação e o registro de práticas contemporâneas ali em curso. Os resultados evidenciam uma racionalidade vincada em práticas de pedagogização, e estas, aliadas a tecnologias específicas de governamento dos espaços. Um cenário que apresenta lógicas de governo heterogêneas, que coexistem através do tempo, ajustando-se, desajustando-se ou alterando-se. Não obstante, um campo vivo de forças, de sujeitos e práticas de subjetivação. A história arqueogenealógica do Parque, assim como dos diferentes mecanismos pedagogizantes ali em voga, possibilitou deslindar o trânsito dos espaços e o governo das espacialidades pela população que dele faz uso, além das diferentes contestações dos arranjos até então configurados, demarcando traços fugidios de uma heterotopia urbana. / This work main purpose is to create an analytical perspective for how the pedagogical processes forge and govern certain spaces and spatiality. For this, we assume that social practices are modulated by power games that create and recreate them spatially, especially through pedagogical mechanisms that go beyond the formal educational context, increasingly spreading in the contemporary urban scenario. Thus, we propose to analyze the relationship between education and the production of space/spatiality in the practices established on Ibirapuera Park-SP. The investigation has as theoretical framework the thought of Michel Foucault, and mobilizes the works of Doreen Massey, Edward Soja, Henri Lefebvre, David Harvey and Rodrigo Valverde. The mapping performed pleads, therefore, a derivation of the Foucauldian archaeogenealogycal perspective. According to this framework, some practices that enabled to size the pedagogical spatial transformations of the Park since its creation where singed, pointing to the ways in which currently the spatiality govern is made, in equal measure, the contraconducts then made possible. In addition to the literature, we operate according to two complementary work fronts: first, the analysis of official documents about the park, the Processes Commission of the fourth centenary of the city of São Paulo and journalistic discourses about the park conveyed by the newspaper O Estado de São Paulo in different decades; Second, the observation and recording of contemporary practices there in progress. The results show a rationality founded in pedagogical practices, and these, together with specific technologies of government of the spaces. A scenario that presents logics of heterogeneous government, which coexist over time, adjusting, maladjustment or alternating. Nevertheless, a living field of powers, of subjects and subjectivity practices. The archaeogenealogycal history of the Park, as well as the different pedagogical mechanisms there in vogue, allowed to unravel the transit of spaces and the government of the spatialitys by the population that makes use of it, in addition to the different challenges of the previously configured arrangements, marking fleeting traces of an urban heterotopia.
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Escritas do corpo: palavras ações

Didonet, Candice 25 April 2013 (has links)
97 f. / Submitted by Cynthia Nascimento (cyngabe@ufba.br) on 2013-04-24T17:05:10Z No. of bitstreams: 1 Candice Didonet.pdf: 2973812 bytes, checksum: 53a17dc4c032aa34d350de7496277e00 (MD5) / Approved for entry into archive by Alda Lima da Silva(sivalda@ufba.br) on 2013-04-25T16:48:32Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Candice Didonet.pdf: 2973812 bytes, checksum: 53a17dc4c032aa34d350de7496277e00 (MD5) / Made available in DSpace on 2013-04-25T16:48:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Candice Didonet.pdf: 2973812 bytes, checksum: 53a17dc4c032aa34d350de7496277e00 (MD5) / Esta dissertação apresenta um conjunto de tentativas para se entender a dança como escrita do corpo. As escritas do corpo são observadas a partir das proposições de “Tridução”, “Corpomídia”, “Espacialidade” e “Similitude”. Essas sugestões permitem conexões de aspectos organizacionais em danças contemporâneas e escritas de poesia. Além disso, colaboram para a compreensão da escrita como modo perceptivo dos pensamentos do corpo, e para apresentação da dança em “campo ampliado”. Nesta condição de “campo ampliado”, salienta-se o uso da palavra que não pode ser acessada como espelhamento, pois é campo de ações possíveis que se reiventam. Daí segue a proposição de que palavras ações podem acionar situações de acontecimento dos seus textos em similitudes, relacionando experiências artísticas que engendram diferentes escolhas de modos de escrita em danças e poesias. / Universidade Federal da Bahia. Escola de Dança. Salvador-Ba, 2013.
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Capoeira emancipatória no ensino da dança : uma proposta emergente dos saberes de mestres na espacialidade da cinesfera

Gomes, Marcos Cezar Santos 10 May 2013 (has links)
97 f. / Submitted by Cynthia Nascimento (cyngabe@ufba.br) on 2013-05-09T15:11:58Z No. of bitstreams: 1 Marcos Cezar Santos Gomes.pdf: 970414 bytes, checksum: d8aeb7431be3ce7af98dc638568b4a2a (MD5) / Approved for entry into archive by Alda Lima da Silva(sivalda@ufba.br) on 2013-05-10T20:45:00Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Marcos Cezar Santos Gomes.pdf: 970414 bytes, checksum: d8aeb7431be3ce7af98dc638568b4a2a (MD5) / Made available in DSpace on 2013-05-10T20:45:00Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Marcos Cezar Santos Gomes.pdf: 970414 bytes, checksum: d8aeb7431be3ce7af98dc638568b4a2a (MD5) / Propor reflexões sobre as contribuições que a concepção dialógica em atuação no aprendizado da capoeira pode trazer para a área da Dança é o tema desta pesquisa. Correlacionar saberes da capoeira ao aprendizado da dança contemporânea poderá beneficiar dançarinos de todos os níveis, pois esta possui um rico potencial coreográfico, com amplas possibilidades para a improvisação e atitudes criativas às situações tanto do seu próprio fazer, bem como da dança. Essa iniciativa contribui para apresentar mais trabalhos escritos e publicados nesse assunto, ainda em falta. O aporte teórico utilizado possibilita refletir acerca da necessidade de abarcar novos paradigmas metodológicos, para assim abordar outros procedimentos, a fim de construir uma relação igualitária entre a pessoa que ensina e a pessoa que aprende. A iniciativa pedagógica libertadora/progressista (FREIRE, 2012), a emancipação intelectual (RANCIÈRE, 2010) e a Sociologia das Emergências (SANTOS, 2007), são temas chave para se pensar a capoeira no ambiente da dança como ação emancipatória. A pesquisa divide-se em quatro capítulos subdivididos em: Introdução; capoeira e emancipação - implicações em dança; esfera do corpo, conceituada pela cinesfera (LABAN, 1978, 1990) por ser nuclear para o que se denomina de um espaço corporal emancipado e, as experiências do pesquisador com dançarinos e capoeiristas em instituições públicas e particulares de ensino. As referências são autores que propõem uma urgente quebra dos paradigmas dominantes nas relações interpessoais, seja no ambiente social, artístico e/ou educacional. Os resultados apontam que é preciso e possível criar estratégias com o intuito de provocar a reflexão, otimizar a crítica e possibilitar a autonomia. A metodologia utilizada foi qualitativa bibliográfica, a qual permitiu utilizar as informações extraídas de livros e artigos de periódicos, assim como de outros materiais disponíveis (SILVA, 2001). / Universidade Federal da Bahia. Escola de Dança. Salvador-Ba, 2013.
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Escritas do corpo: palavras ações

Didonet, Candice 18 June 2013 (has links)
Submitted by Diana Alves (ppgdancaufba.adm@gmail.com) on 2013-06-12T14:10:55Z No. of bitstreams: 1 Dissertação CANDICE DIDONET.pdf: 2973812 bytes, checksum: 53a17dc4c032aa34d350de7496277e00 (MD5) / Approved for entry into archive by Alda Lima da Silva(sivalda@ufba.br) on 2013-06-18T19:51:12Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação CANDICE DIDONET.pdf: 2973812 bytes, checksum: 53a17dc4c032aa34d350de7496277e00 (MD5) / Made available in DSpace on 2013-06-18T19:51:12Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertação CANDICE DIDONET.pdf: 2973812 bytes, checksum: 53a17dc4c032aa34d350de7496277e00 (MD5) / Esta dissertação apresenta um conjunto de tentativas para se entender a dança como escrita do corpo. As escritas do corpo são observadas a partir das proposições de “Tridução”, “Corpomídia”, “Espacialidade” e “Similitude”. Essas sugestões permitem conexões de aspectos organizacionais em danças contemporâneas e escritas de poesia. Além disso, colaboram para a compreensão da escrita como modo perceptivo dos pensamentos do corpo, e para apresentação da dança em “campo ampliado”. Nesta condição de “campo ampliado”, salienta-se o uso da palavra que não pode ser acessada como espelhamento, pois é campo de ações possíveis que se reiventam. Daí segue a proposição de que palavras ações podem acionar situações de acontecimento dos seus textos em similitudes, relacionando experiências artísticas que engendram diferentes escolhas de modos de escrita em danças e poesias. / Programa de Pós Graduação em Dança-Escola de Dança
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Espacialidades imersivas em realidade virtual : tecnologia, linguagem, controle

Pereira, Demétrio Jorge Rocha January 2017 (has links)
Esta dissertação busca compreender a imersão em realidade virtual (VR) enquanto problema de produção material, semiótica e cultural de espacialidades. Remete-se a imersão em VR à espacialidade panorâmica, caracterizada pela extensão homogênea e totalizante do plano visível em torno de um ponto de vista. Avalia-se, assim, a imersão sensorial como acontecimento irredutível a seu eventual assentamento tecnológico, o que encaminha mapeamentos de estratégias transmidiáticas (pintura, cinema, arquitetura etc.) para o fechamento espacial. Indagam-se os regimes de saber-poder aos quais se agenciam essas estratégias, concluindo-se que a imersão panorâmica responde a uma espisteme antropocêntrica e racionalista, com a subordinação da matéria a um espaço-receptáculo, por sua vez subordinado a um sujeito único e central. Tal sistematização do espaço, no que produz o quadro enquanto recorte parcial de um conjunto mais amplo, evidencia o invisível como virtualidade do campo visível, ao que a forma-panorama responde com uma colonização do extracampo. Assim, a função imediata do extracampo de sugerir conjuntos ausentes, em meios como a pintura e o cinema, se extravia nas operações de desenquadramento e reenquadramento em VR. Para estudar como a realidade virtual atualiza espacialidades imersivas e aberturas para conjuntos exteriores, foram realizadas observações com um Google Cardboard, tomando como corpus de análise três vídeos do aplicativo Within, disponível em Android e iOS. Entre os resultados, concluiu-se que a realidade virtual se agencia não apenas à cabeça e ao pescoço do usuário, mas ao seu corpo inteiro, e que a imersão ocorre mediante a invisibilização dos conjuntos que emolduram o espaço eletrônico. Identificaram-se atualizações de uma série de estratégias expressivas para a captura da “liberdade” de enquadramento, como a utilização de ruídos sonoros, linhas de visão e movimento, afectos de rostidade e montagem espacial privilegiando apenas uma zona do plano visível. Os mesmos recursos que “abriam” centrifugamente as telas pictórica e cinematográfica servem, em VR, para instaurar um jogo internalizante de linhas centrípetas. Com isso, se relacionou a imersão panorâmica em VR não mais ao mecanismo panóptico e enclausurante típico das sociedades disciplinares, mas a um modelo de fractalismo “aberto” que caracteriza o funcionamento do poder nas sociedades de controle. / This work seeks to comprehend immersion in virtual reality (VR) as a problem of material, semiotic and cultural production of spatialities. Immersion in VR is linked to a panoramic spatiality, characterized by the homogeneous and totalizing extension of the visible field around a point of view. Sensorial immersion is therefore reckoned as an event which is irreducible to its technological grounding, leading to the mapping of transmediatic strategies (in painting, cinema, architecture etc.) for the enclosure of space. The text inquires the regimes of truth and power to which these strategies are assembled and concludes that panoramic immersion serves an anthropocentric and rationalist episteme, subordinating matter to a vessel-space and a vessel-space to a single centralized subject. Such a systematization of space, while producing the frame as a partial selection of a wider set, also creates the invisible as virtuality of the visible field, to which the panorama will provide an answer by colonizing the out-of-field. The out-of-field’s immediate function of pointing to absent sets in mediums such as painting and cinema perishes, therefore, with VR’s operations of deframing and reframing To study how virtual reality actualizes immersive spatialities and openings to external sets, observations were conducted with the use of a Google Cardboard, having as object of analisys three videos from the app Within, available for Android and iOS. Among the results, it was found that virtual reality connects not only the user’s head and neck to the digital space, but his whole body, and that immersion occurs by invisibilizing the external sets which enframe the digital space. A series of expressive strategies were found to be actualized to capture the “freedom” of framing, such as sound noises, lines of vision and movement, face affects and spatial montage favoring a single limited portion of the visible field. The same expedients which centrifugally “opened” pictorial and film screens now act, in VR, to establish an internalizing game of centripetal lines. Panoramic immersion in VR was finally related not anymore to the panoptic and besieging mechanism typical of the disciplinary societies, but to a model of “open” fractalism which caracterizes the operation of power in the societies of control.
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CARTOGRAFIAS DO EXÍLIO: ERRÂNCIA E ESPACIALIDADE NA FICÇÃO DA ESCRITORA CARIBENHA JEAN RHYS

Freitas, Viviane Ramos January 2017 (has links)
Submitted by Roberth Novaes (roberth.novaes@live.com) on 2018-07-13T21:23:16Z No. of bitstreams: 1 A_TESE_CD ROM.pdf: 2091761 bytes, checksum: 9035c3e0ad7dfa1f478928b83d2353d4 (MD5) / Approved for entry into archive by Setor de Periódicos (per_macedocosta@ufba.br) on 2018-07-19T21:07:06Z (GMT) No. of bitstreams: 1 A_TESE_CD ROM.pdf: 2091761 bytes, checksum: 9035c3e0ad7dfa1f478928b83d2353d4 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-07-19T21:07:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1 A_TESE_CD ROM.pdf: 2091761 bytes, checksum: 9035c3e0ad7dfa1f478928b83d2353d4 (MD5) / Este trabalho, que se insere na categoria de pesquisa bibliográfica e estudo analítico, propõe uma incursão por diferentes formas de exílio nas narrativas ficcionais da escritora dominicana Jean Rhys (1890-1979), sejam elas determinadas pelos movimentos e processos de colonização, pela condição feminina ou pela alienação e comodificação no mundo moderno. O enfoque dado à experiência de exílio nestes textos envolve a investigação de uma variedade de espaços, tais como o espaço pessoal da memória, a experiência feminina de espaços nos grandes centros metropolitanos, os espaços marcados pela história do imperialismo, ou ainda o próprio espaço do texto. O estudo tem como objetivo refletir sobre o papel fundamental ocupado pelas figurações de espaço e construções de lugar nas narrativas ficcionais de Jean Rhys, e identificar de que forma as experiências de exílio e errância das protagonistas são determinadas pela precariedade da sua identidade como sujeito feminino colonial. Wide Sargasso Sea, publicado no Brasil sob o título de Vasto Mar de Sargaços, ocupa uma posição central neste trabalho, que também faz uma leitura do jogo intertextual entre este romance de Rhys e Jane Eyre, de Charlotte Brontë. O trabalho inclui o diálogo com outros textos de Rhys, como os romances Quartet, After Leaving Mr Mackenzie, Voyage in the Dark e especialmente Good morning, midnight, os contos “I used to live here once”, “Let them call it jazz”, “Temps perdi”, “The day they burned the books”, “Again the Antilles”, o poema “Obeah night” (publicado em Letters 1931 – 1966), e textos autobiográficos. A pesquisa apoia-se em teorias, conceitos e reflexões que levam em consideração as implicações políticas, ideológicas e históricas dos espaços, e concentra-se em autores que dedicam especial atenção às consequências políticas e simbólicas das conquistas geográficas pelo imperialismo. Ganham relevo o trabalho de escritores que privilegiam o espaço caribenho em seus textos ficcionais e ensaios críticos (Benitez-Rojo, Glissant, Harris, Walcott). Destacamse também os autores que oferecem instrumentos para abordar as questões relacionadas à espacialidade por enfoques diversos (Bakhtin, Benjamin, Carter, De Certeau, Foucault, Lefebvre, Massey), através do enfoque da crítica pós-colonialista (Ashcroft, Bhabha, Carter, Fanon, Griffiths, Hall, Said, Spivak, Tiffin), e da crítica pós-estruturalista (Derrida, Deleuze, Foucault e Guattari). A pesquisa revelou que as figurações de espaço na ficção de Rhys permitem um mapeamento da experiência subjetiva, dando acesso a cartografias alternativas que desafiam as construções ideológicas eurocêntricas e a visão imperialista e patriarcal, propagadas tanto pelo discurso colonial, quanto por discursos literários e cartográficos hegemônicos. Além disso, o estudo concluiu que a polifonia e a opacidade que caracterizam o Caribe ficcional de Rhys e os espaços marginais dos seus textos constroem uma história espacial que, começando e terminando na linguagem, tem o poder de subversão da dimensão poética, capaz de denunciar os limites do discurso lógico e coerente da História. As estratégias narrativas de Rhys trazem à tona as incertezas materiais do tempo e do espaço vividos, histórias de estradas, ruínas, pegadas, trilhas, traços, vestígios de espaços. / This dissertation investigates different forms of exile in the fictional narratives of Dominican writer Jean Rhys (1890-1979), whether determined by the movements and processes of colonization, by the feminine condition or by alienation and commodification in the modern world. The focus given to the experience of exile in these texts involves the investigation of a variety of spaces, such as the personal space of memory, the feminine experience of spaces in the great metropolitan centers, the spaces marked by the history of imperialism, or even the space of the text itself. The study aims to reflect on the fundamental role played by space figurations and place constructions in the fictional narratives of Jean Rhys, and to identify how the protagonists’ experiences of exile and wandering are determined by the precariousness of their identity as a colonial female subject. Wide Sargasso Sea, published in Brazil under the title of Vasto Mar de Sargaços, occupies a central position in this work, which also makes a reading of the intertextual exchanges between Rhys’s novel and Jane Eyre by Charlotte Brontë. This work establishes a dialogue with other texts by Rhys, such as the novels Quartet, After Leaving Mr Mackenzie, Voyage in the Dark, and especially Good morning, midnight, the short stories “I used to live here once”, “Let them call it jazz”, “Temps perdi”, “The day they burned the books”, “Again the Antilles”, the poem “Obeah night” (published in Letters 1931 - 1966), and autobiographical writings. The research is based on theories, concepts and reflections that take into account the political, ideological and historical implications of the spaces, and it focuses on authors who pay special attention to the political and symbolic consequences of the geographical conquests by imperialism. The work of writers who privilege the Caribbean space in their fictional texts and critical essays (Benitez- Rojo, Glissant, Harris, Walcott) are also investigated. This dissertation also examines the works of authors who address post-structuralist criticism (Derrida, Deleuze, Foucault, and Guattari) and spatiality issues either through various approaches (Bakhtin, Benjamin, Carter, De Certeau, Foucault, Lefebvre, Massey) or through postcolonialism (Ashcroft, Bhabha, Carter, Fanon, Griffiths, Hall, Said, Spivak, Tiffin). This research reveals that the figurations of space in Rhys’s fiction allow a mapping of the subjective experience, giving access to alternative cartographies that challenge Eurocentric ideological constructions and the imperialist and patriarchal vision propagated by colonial discourse and by hegemonic literary and cartographic discourses. In addition, the study concludes that the polyphony and opacity that characterize Rhys’s fictional Caribbean and the marginal spaces of her texts construct a spatial history that, beginning and ending in language, has the power of subversion of the poetic dimension, capable of denouncing the limits of the logical and coherent discourse of History. Rhys's narrative strategies bring to light the material uncertainties of lived time and space, histories of roads, ruins, footprints, trails, traces, vestiges of spaces.
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Geografia literária em Rachel de Queiroz / Literary geography in Rachel de Queiroz

Cavalcante, Tiago Vieira [UNESP] 01 November 2016 (has links)
Submitted by TIAGO VIEIRA CAVALCANTE null (tiagogeografia@yahoo.com.br) on 2016-11-07T19:14:42Z No. of bitstreams: 1 Tese - Tiago Vieira Cavalcante - Versão Final.pdf: 6758864 bytes, checksum: f59d1495eff46530a1053b2fcf49fcbf (MD5) / Approved for entry into archive by Juliano Benedito Ferreira (julianoferreira@reitoria.unesp.br) on 2016-11-08T16:46:39Z (GMT) No. of bitstreams: 1 cavalcante_tv_dr_rcla.pdf: 6758864 bytes, checksum: f59d1495eff46530a1053b2fcf49fcbf (MD5) / Made available in DSpace on 2016-11-08T16:46:39Z (GMT). No. of bitstreams: 1 cavalcante_tv_dr_rcla.pdf: 6758864 bytes, checksum: f59d1495eff46530a1053b2fcf49fcbf (MD5) Previous issue date: 2016-11-01 / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / Rachel de Queiroz foi uma escritora profundamente ligada à sua terra e à sua gente. Ligação passível de ser percebida nas vivências por onde passou e também nas obras que escreveu. Diante dessa geografia que pulsa em Rachel, propomos a tese de que uma geografia primordial lhe é imanente, permeando sua vida e sua obra. A fim de desvelarmos essa geografia, apresentamos pessoas, paisagens e lugares de grande importância para a escritora; analisamos escritos que nos permitem relacionar os aspectos geográficos e telúricos que circundam a sua trajetória; e dedicamo-nos aos sete romances que Rachel escreveu, deslindando mundos que ela imaginativamente (re)criou. Geografia literária que (re)apresenta, com cores próprias e originais, a terra e a gente do Brasil, do Nordeste, do Sertão e do Ceará e revela que os destinos e as buscas dos personagens de Rachel traduzem em muito os seus próprios caminhos. Maneira de entendermos a condição humana, substancialmente geográfica, que permeia a nossa experiência. / Rachel de Queiroz was a writer deeply attached to her land and her people. It builds a connection that can be seized in the experiences she had in the places she knew and also in the literary works she wrote. In face of this geography that breathes in Rachel, we propose the thesis that a primary geography is immanent to her, applying to her life and her work. To reveal this geography, we presented people, landscapes and places of great importance to the writer; analyzed writings that allow us to relate the geographic and telluric aspects which permeate her journey; and have dedicated to the seven novels that Rachel wrote, unraveling worlds she (re)created in an imaginative way. Literary geography that (re)presents, in its own and original colors, the land and the people of Brazil, Northeast, Sertão and Ceará and reveals that destinations and searches of Rachel's characters translate her own paths. A way to understand the human condition, substantially geographic, that permeate our experience. / FAPESP: 2013/06106-5
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Espacialidades imersivas em realidade virtual : tecnologia, linguagem, controle

Pereira, Demétrio Jorge Rocha January 2017 (has links)
Esta dissertação busca compreender a imersão em realidade virtual (VR) enquanto problema de produção material, semiótica e cultural de espacialidades. Remete-se a imersão em VR à espacialidade panorâmica, caracterizada pela extensão homogênea e totalizante do plano visível em torno de um ponto de vista. Avalia-se, assim, a imersão sensorial como acontecimento irredutível a seu eventual assentamento tecnológico, o que encaminha mapeamentos de estratégias transmidiáticas (pintura, cinema, arquitetura etc.) para o fechamento espacial. Indagam-se os regimes de saber-poder aos quais se agenciam essas estratégias, concluindo-se que a imersão panorâmica responde a uma espisteme antropocêntrica e racionalista, com a subordinação da matéria a um espaço-receptáculo, por sua vez subordinado a um sujeito único e central. Tal sistematização do espaço, no que produz o quadro enquanto recorte parcial de um conjunto mais amplo, evidencia o invisível como virtualidade do campo visível, ao que a forma-panorama responde com uma colonização do extracampo. Assim, a função imediata do extracampo de sugerir conjuntos ausentes, em meios como a pintura e o cinema, se extravia nas operações de desenquadramento e reenquadramento em VR. Para estudar como a realidade virtual atualiza espacialidades imersivas e aberturas para conjuntos exteriores, foram realizadas observações com um Google Cardboard, tomando como corpus de análise três vídeos do aplicativo Within, disponível em Android e iOS. Entre os resultados, concluiu-se que a realidade virtual se agencia não apenas à cabeça e ao pescoço do usuário, mas ao seu corpo inteiro, e que a imersão ocorre mediante a invisibilização dos conjuntos que emolduram o espaço eletrônico. Identificaram-se atualizações de uma série de estratégias expressivas para a captura da “liberdade” de enquadramento, como a utilização de ruídos sonoros, linhas de visão e movimento, afectos de rostidade e montagem espacial privilegiando apenas uma zona do plano visível. Os mesmos recursos que “abriam” centrifugamente as telas pictórica e cinematográfica servem, em VR, para instaurar um jogo internalizante de linhas centrípetas. Com isso, se relacionou a imersão panorâmica em VR não mais ao mecanismo panóptico e enclausurante típico das sociedades disciplinares, mas a um modelo de fractalismo “aberto” que caracteriza o funcionamento do poder nas sociedades de controle. / This work seeks to comprehend immersion in virtual reality (VR) as a problem of material, semiotic and cultural production of spatialities. Immersion in VR is linked to a panoramic spatiality, characterized by the homogeneous and totalizing extension of the visible field around a point of view. Sensorial immersion is therefore reckoned as an event which is irreducible to its technological grounding, leading to the mapping of transmediatic strategies (in painting, cinema, architecture etc.) for the enclosure of space. The text inquires the regimes of truth and power to which these strategies are assembled and concludes that panoramic immersion serves an anthropocentric and rationalist episteme, subordinating matter to a vessel-space and a vessel-space to a single centralized subject. Such a systematization of space, while producing the frame as a partial selection of a wider set, also creates the invisible as virtuality of the visible field, to which the panorama will provide an answer by colonizing the out-of-field. The out-of-field’s immediate function of pointing to absent sets in mediums such as painting and cinema perishes, therefore, with VR’s operations of deframing and reframing To study how virtual reality actualizes immersive spatialities and openings to external sets, observations were conducted with the use of a Google Cardboard, having as object of analisys three videos from the app Within, available for Android and iOS. Among the results, it was found that virtual reality connects not only the user’s head and neck to the digital space, but his whole body, and that immersion occurs by invisibilizing the external sets which enframe the digital space. A series of expressive strategies were found to be actualized to capture the “freedom” of framing, such as sound noises, lines of vision and movement, face affects and spatial montage favoring a single limited portion of the visible field. The same expedients which centrifugally “opened” pictorial and film screens now act, in VR, to establish an internalizing game of centripetal lines. Panoramic immersion in VR was finally related not anymore to the panoptic and besieging mechanism typical of the disciplinary societies, but to a model of “open” fractalism which caracterizes the operation of power in the societies of control.
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Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves : ficção, história, espacialidade e escritura num romance afro-brasileiro

Santos, Sandra Maria 12 August 2014 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, Programa de Pós-Graduação em Literatura e Práticas Sociais, 2014. / Submitted by Ana Cristina Barbosa da Silva (annabds@hotmail.com) on 2014-12-10T12:56:47Z No. of bitstreams: 1 2014_SandraMariaSantos.pdf: 1006694 bytes, checksum: 66e177262ef3e97fcb0bcfe8646735e7 (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana(raquelviana@bce.unb.br) on 2014-12-11T19:23:21Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2014_SandraMariaSantos.pdf: 1006694 bytes, checksum: 66e177262ef3e97fcb0bcfe8646735e7 (MD5) / Made available in DSpace on 2014-12-11T19:23:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2014_SandraMariaSantos.pdf: 1006694 bytes, checksum: 66e177262ef3e97fcb0bcfe8646735e7 (MD5) / A presente dissertação objetiva dar visibilidade ao protagonismo feminino negro, no Brasil escravocrata do século XIX, presente na narrativa literária de nossa época, mediante a análise da obra metaficcional historiográfica Um defeito de cor, romance de Ana Maria Gonçalves, publicado em 2006, o qual estabelece um diálogo entre ficção e história. Desenvolvendo questões relacionadas à literatura, à história, à raça, gênero e à diáspora africana, busca-se demonstrar a importância das obras de literatura afrodescendente no Brasil, comprometidas etnograficamente com as relações raciais contemporâneas. A exemplo de Um defeito de cor, este trabalho foi escrito visando à releitura de aspectos da história oficial brasileira, a partir de outro olhar, não somente o do historiador comprometido com as questões hegemônicas, mas com uma visão crítica da historiografia e da literatura brasileira. É o olhar feminino e negro, que libera forças novas e faz ecoar a voz do subalterno num contexto tradicionalmente conservador. É a possibilidade de criação de um novo discurso constituidor de outra história, escrita pelos “ex-cêntricos” de nosso país, destoante do status quo intelectual vigente, mas caracterizando uma narrativa inseparável da vida e da realidade. __________________________________________________________________________________ ABSTRACT / The purpose of this thesis is to lend visibility to Black female protagonism in nineteenth century slave-holding Brazil and, present in our times in literary narrative. We analyze the work of meta-fiction, Um defeito de cor (A defect of color), a novel by Ana Maria Gonçalves published in 2006, which establishes a dialogue between fiction and history. Examining questions related to literature, history, race, gender and the African diaspora, we seek to demonstrate the importance of works of art by Brazilians of African descent, ethnographically committed to the issue of contemporary race relations. Following the example of Um defeito de cor, this paper was written with a view to a re-reading of aspects of official Brazilian history, from the viewpoint not only of an historian dedicated to questions of hegemony, but also of a critic of the historiography of Brazilian literature. It is the female and Black vision that releases new forces and gives ressonance to the voice of the underling in a traditionally conservative context. It is an opportunity to create a new discourse, constituting a new history written by the “ex-centric” of our country and critical of the prevailing intellectual status quo, but also characterizing a narrative which is inseparable from life and reality.

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