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Prevalência de sobrepeso e obesidade em adolescentes das regiões Nordeste e Sudeste do Brasil, 1996-1997Vera Cristina Magalhães 03 September 2001 (has links)
A questão nutricional tem sido objeto de interesse da saúde pública, não só em nosso país, como também em outros, independentemente dos diferentes níveis de desenvolvimento. O sobrepeso e a obesidade são considerados agravos nutricionais importantes, cuja frequência vem aumentando entre adolescentes, acarretando consequências negativas, imediatas ou futuras, para a saúde. Este estudo pretende descrever a prevalência de sobrepeso e obesidade em adolescentes, segundo o sexo, nas regiões Nordeste e Sudeste do Brasil, e investigar a sua reação com fatores socioeconômicos e com a prática de atividade física. A investigação tem como base os dados da Pesquisa sobre Padrões de Vida (PPV) do IBGE, realizada entre março de 1995 e março de 1997, nas duas regiões. Dadas as peculiaridades de crescimento e desenvolvimento durante essa fase da vida, somados a ausência de dados sobre maturação sexual, optou-se por incluir os dados de adolescentes de 15 a 19 anos de idade. A amostra contou com os dados de 1027 adolescentes da Região Nordeste e 854 da Região Sudeste com amplo predomínio numérico nas áreas urbanas em ambas regiões.O termo sobrepeso/obesidade foi utilizada para caracterizar os adolescentes que se encontravam com valores de índice de Massa Corporal (IMC) iguais ou acima do percentil 85, de acordo com o sexo e a idade, da distribuição de IMC da população norte americana (WHO, 1995). A análise estatística considerou os fatores de expansão e o desenho da amostra. A prevalência de sobrepeso/obesidade foi de 8,45% IC 95% 6,51-10,90) na Região Nordeste, contra 11,53% (IC 95% 8,90- 14,81) na Região Sudeste. No Nordeste, observou-se maior risco de sobrepeso/obesidade para adolescentes do sexo feminino (razão de prevalência: RP meninas/meninos=3,00; IC 95% 1,73-5,22), situação que se manteve entre os residentes da área urbana (RPr3,21; IC 95% 1,72-5,99) e os da área rural (RP=2,27; IC 95% 0,68-7,60). Na Região Sudeste, o risco de sobrepeso/obesidade foi maior entre os meninos (RP meninas/meninos=0,58; IC 95% 0,37-0,92). Ao se estratificarem os dados por situação de moradia, os residentes da área urbana desta região mantiveram essa diminuição entre meninas (RPO,51; IC 95% 0,31-0,85), porém na área rural houve aumento de risco entre as meninas (RP=1 86; IC 95% 0,83-4,16). A renda per capita domiciliar mensal só associou ao risco de sobrepeso/obesidade, em ambas as regiões, apenas entre as meninos de maior renda per capita domiciliar mensal, quando comparados aos de renda inferior (Região Nordeste: OR bruto=9,64; IC 95% 3,17-29,35 e CR ajustado=10,13; IC 95% 2,83-36,27 e, na Região Sudeste: OR bruto13; IC 95% 1,50-17,48 e OR ajustado=8,70; IC 95% 1,17-32,34). Embora tenha sido observada grande frequência de sedentarismo entre as meninas, a realização de atividade física não se associou a prevalência do sobrepeso/obesidade em nenhuma das regiões estudadas. Os resultados apontam para a necessidade de medidas do controle dessas condições, visando a prevenção de doenças crônicas, bem como da condução de estudos que aprofundem as questões associadas ao risco de sobrepeso/obesidade entre os adolescentes de diferentes regiões do país.
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A importância das informações nutricionais nos rótulos de alimentos na intenção de compra do consumidorGiehl, Raquel Bernardon Toigo January 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008 / The study of Nutrition has been the focus of attention of many marketing researches due to the strategic importance that the subject has achieved in the business scenario. On the foodstuff compass, it is verified that the consumers are changing their preferences as they get more knowledgement about nutritional information and as their healthy concerns also increase. Therefore, the nutritial information shown on the food labels became relevant to the consumer decision process. “Nutritional information” is defined as all descriptions destined to inform the consumer about a food nutritional properties in terms of nutrients, ingredients, reduced fat or sugar, health benefits and special characteristics, and others. Some studies show that the consumer purchase intention s dependent on how the products will satisfy their expectation when used. However, in some circumstances’, the purchase intention is determined by the communication at the sale place, as consumers are drive to consider the product appearance, flavor and aroma aspects when they see images and find data available in the packaging. Also, it has to be consider that different people react in such different ways to packaging customization, what gives to the segmentation an important hole to determine the consumers reaction to the packaging elements. The present research focuses on investigate the consumer behavior and the influence of the nutritional information provided on food packages and labels in the purchase intention. For in such a way, the factors “individual characteristics” and “nutrition knowledge” categorized for Drichoutis, Lazardis and Nayga (2005) has been evaluated.Initially, a descriptive analysis was carried out for evaluate which factors would be more present in the population under study and that deserve more approach in the qualitative stage. In a second stage, a descriptive survey was carried out, with quantitative variables, with a sample of undergraduate students. The results identified that the nutritional information presented on food labels does influence the purchase intention, but that attributes such as price, brand and flavor are also relevant. Consumer gender and age were also found to be statistically significant factors. At the end of this work, the results are discussed, academic and management implications are given and suggestions for future research are presented. / O tema Nutrição tem atraído a atenção de estudiosos de marketing pela importância estratégica que a questão rotulagem nutricional adquiriu no cenário empresarial. No âmbito dos produtos alimentícios, nota-se que o maior conhecimento dos consumidores de alimentos sobre questões nutricionais vem modificando suas preferências, na medida em que aumentam as preocupações com a saúde. Assim, as informações nutricionais apresentadas nas embalagens dos produtos ganham relevância no processo decisório do consumidor. “Informações nutricionais” são definidas como sendo toda a descrição destinada a informar o consumidor sobre as propriedades nutricionais do alimento, no que se refere aos nutrientes, ingredientes, redução de gordura ou açúcar, benefícios à saúde e características especiais, entre outros. Estudos demonstram que a intenção de compra do consumidor depende do quanto este espera que o produto satisfaça sua expectativa quando do uso. Contudo, há situações em que a intenção de compra é determinada pela comunicação no ponto de venda, visto que os consumidores são propensos a imaginar aspectos como aparência, sabor e aroma do produto quando vêem imagens e informações na embalagem. Há de se considerar também que diferentes pessoas respondem de diferentes maneiras a configurações de embalagens, sendo a segmentação um importante fator de determinação da reação dos consumidores aos elementos da embalagem. Esta pesquisa objetiva investigar o comportamento do consumidor e a influência das informações nutricionais presentes nas embalagens e rótulos de alimentos na intenção de compra. Para tanto, foram avaliados os fatores “características individuais” e “conhecimento nutricional” categorizados por Drichoutis, Lazaridis e Nayga (2005).Inicialmente, foi realizado um estudo exploratório descritivo para avaliar os fatores mais presentes na população em estudo e que mereceriam enfoque na etapa qualitativa. Em seguida, foi realizado um levantamento tipo survey, de natureza descritiva, com variáveis quantitativas, com uma amostra de estudantes universitários. O resultado identificou a existência de influência das informações disponíveis nos rótulos de alimentos na intenção de compra, compartilhando importância com atributos como preço, marca e sabor. Foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os consumidores de acordo com o sexo e a idade. Discussões sobre os resultados, bem como implicações acadêmicas e gerenciais, e sugestões para pesquisas futuras são abordadas ao final do trabalho.
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Estado nutricional e inflamatório em pacientes com tumores do trato gastrointestinal submetidos à ressecção cirúrgicaFruchtenicht, Ana Valeria Goncalves January 2017 (has links)
Resumo não disponível
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Diferenças de gênero na insegurança alimentar domiciliar : prevalência e fatores associadosJung, Natália Miranda January 2017 (has links)
Introdução: O tema Segurança Alimentar é uma preocupação crescente para a saúde pública em todo o mundo, uma vez que as consequências da insegurança alimentar afetam os diversos setores da sociedade. A renda tem sido fortemente correlacionada com a insegurança alimentar. No entanto, renda e pobreza não são os únicos responsáveis por predizer situações de insegurança alimentar, sugerindo que outros fatores socioeconômicos e de composição da unidade domiciliar também são importantes na determinação desse desfecho. Estudos internacionais têm sugerido que domicílios chefiados por mulheres estão mais propensos à insegurança alimentar (IA) do que aqueles chefiados por homens. Considerando o crescente número de famílias onde a pessoa de referência é do sexo feminino e a desvantagem econômica decorrente do papel social da mulher, as questões de gênero merecem atenção especial nas discussões sobre insegurança alimentar. Objetivos: O objetivo geral foi avaliar as diferenças de gênero na prevalência de insegurança alimentar. Nesse sentido, a presente tese propôs os dois seguintes objetivos específicos: a) identificar, por meio de revisão sistemática e metanálise, as prevalências de insegurança alimentar em nível internacional segundo o gênero do responsável pelo domicílio (artigo 1); e b) estudar a influência de fatores individuais socioeconômicos e demográficos na prevalência domiciliar de insegurança alimentar, segundo gênero do responsável pelo domicílio, nas 27 unidades da federação do Brasil no ano de 2013 (artigo 2). Metodologia: Com o intuito de atender os objetivos acima citadas foram desenvolvidos dois estudos com metodologias diferentes, porém complementares. No artigo 1, realizou-se uma revisão sistemática de estudos de prevalência, seguida de metanálise, no período compreendido entre 28 de Agosto e 19 de Outubro de 2014. Foram pesquisadas sete base de dados. A busca foi atualizada em Abril de 2016. Os estudos incluídos fizeram uso de medidas diretas da experiência de insegurança alimentar. O desfecho foi dicotomizado. O odds ratio agrupado da prevalência domiciliar de insegurança alimentar em mulheres versus homens foi obtido através de modelo randômico. Foram realizadas análises da avaliação da qualidade, viés de publicação e análise de subgrupo. O artigo 2 trata-se de um estudo de base populacional cujos dados foram extraídos do suplemento de Segurança Alimentar da Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios, ano 2013. Foram estudados os domicílios particulares permanentes nos quais a EBIA havia sido 9 respondida por um morador do domicílio (n=110.750). A associação entre as variáveis de exposição e a variável dependente (insegurança alimentar domiciliar) foi verificada pelo teste do Qui-quadrado com nível de significância de 5%. Foram calculadas razões de prevalência brutas e intervalos de confiança de 95% e a análise ajustada foi conduzida por meio de regressão múltipla de Poisson Bruta, utilizando Stata 11.0, que incorpora as ponderações do desenho amostral com delineamento complexo. Resultados: No artigo 1, das 5.145 referências inicialmente identificadas, 42 artigos foram incluídos na metanálise, totalizando uma população de 233.153 indivíduos. Os resultados mostraram que a probabilidade de insegurança alimentar foi 40% maior naqueles estudos em que o entrevistado era a mulher (IC95%: 1.27-1.54; p<0.001). Além disso, a análise de subgrupo revelou que as mulheres responsáveis pelo domicílio estavam 75% mais propensas à insegurança alimentar do que os homens na mesma condição. No artigo 2, constatou-se que a prevalência global de insegurança alimentar, em 2013, foi de 7,9%, sendo maior em domicílios chefiados por mulheres (9,5%) do que naqueles chefiados por homens (7,0%). Constataram-se maiores prevalências de IA entre os domicílios chefiados por mulheres e um efeito menos intenso das variáveis independentes nesse gênero. Na análise ajustada verificou-se que a prevalência de insegurança alimentar permaneceu maior (RP=1.26, IC95% 1.20-1.33) entre domicílios chefiados por mulheres, independentemente do modelo de análise utilizado. Conclusão: Em ambos os artigos, foi possível confirmar a existência de diferenças de gênero na prevalência de insegurança alimentar em nível nacional e mundial. Ou seja, os resultados mostraram maiores prevalências de insegurança alimentar entre os domicílios chefiados por mulheres. / Introduction: Food security is a growing concern for public health around the world, once the consequences of food insecurity affects various sectors of society. Income has been strongly correlated with food insecurity. However, income and poverty are not exclusively responsible for predicting food insecurity, suggesting that other socioeconomic factors and household characteristics are also important in determining this outcome. International studies have suggested that households headed by women are more likely to be food insecurity (FI) than those headed by men. Considering the increasing number of families where the female reference person is a woman and the economic disadvantage due the social role of women, gender issues deserve special attention in the discussions on food insecurity. Objectives: To evaluate gender differences in the prevalence of food insecurity. In this sense, the present thesis proposes the following two specific objectives: a) to identify, through a systematic review and meta-analysis, the prevalence of food insecurity at the international level according to the gender of the head of household (article 1); and (b) to study the influence of individual socioeconomic and demographic factors on the household prevalence of food insecurity, according to the gender of the head of household, in the 27 units of the Brazilian federation in the year 2013 (article 2). Method: Two studies were developed with different but complementary methodologies. In article 1, a systematic review of prevalence studies, followed by meta-analysis, was conducted between August 28 and October 19, 2014. Seven databases were searched. The search was updated in April 2016. The included studies used experience-based measures to assess household food insecurity. Dichotomous measures of food insecurity were used. The pooled odds ratio of household prevalence of food insecurity in women versus men was obtained through a random model Quality assessment, publication bias diagnostics and subgroup analysis were also performed. Article 2 is a population-based study with data extracted from the Food Security Supplement of the National Survey of Household Samples (2013). We studied the households in which the EBIA had been answered by a resident of the household (n = 110.750). The association between the exposure variables and the dependent variable (household food insecurity) was verified by the chi-square test with a significance level of 5%. Unadjusted prevalence ratios and 95% confidence intervals were calculated and the adjusted analysis was conducted using Multiple 11 Poisson Regression, using Stata 11.0, which incorporates the weights of the sample design with a complex design. Results: In article 1, out of the 5.145 articles initially identified, 42 studies with a total population of 233.153 were included. In general, results showed that the odds for household food insecurity was 40% higher in studies where women were respondent (95%CI: 1.27-1.54; p<0.001). In addition, the subgroup analysis revealed that female heads of household were 75% more likely to be food insecure than male heads of households. In article 2, it was verified that the overall prevalence of food insecurity was 7.9% in 2013, higher in households headed by women (9.5%) than in those headed by men (7.0%), Higher prevalence of FI was found among women-headed households and a less intense effect of the independent variables in this gender was observed. In the adjusted analysis it was verified that the prevalence of food insecurity remained higher (RP = 1.26, 95% CI 1.20-1.33) among households headed by women, regardless of the analysis model used. Conclusion: It was possible to confirm the existence of gender differences in the prevalence of food insecurity at national and global levels. In others words, the results showed higher prevalence of food insecurity among households headed by women.
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Perfil nutricional dos pacientes submetidos ao transplante hepático do Hospital de Clínicas de Porto Alegre – HCPAAlves, Vanessa da Silva January 2013 (has links)
Resumo não disponível
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(In)segurança alimentar e acesso aos programas de desenvolvimento social e combate à fome de comunidades quilombolas do estado do Rio Grande do SulBairros, Fernanda Souza de January 2013 (has links)
Introdução: Segurança Alimentar e Nutricional é a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais. Trata-se de um conceito abrangente, de natureza interdisciplinar, devendo ser tratado de forma sistêmica e com gestão intersetorial. Comunidades quilombolas, população tradicional com ancestralidade negra e relacionada à resistência à opressão histórica sofrida, são socialmente vulneráveis e alvo de diversos programas governamentais de desenvolvimento social e combate à fome. No entanto, há pouca literatura sobre esta temática em populações tradicionais. Objetivo: Avaliar o acesso aos programas de desenvolvimento social e combate à fome e a prevalência de insegurança alimentar das famílias residentes em comunidades quilombolas do Estado do Rio Grande do Sul. Metodologia: Trata-se de estudo transversal de base populacional incluindo uma amostra representativa de famílias quilombolas do Rio Grande do Sul. O tamanho da amostra foi estimado em 634 famílias. Amostragem com probabilidade proporcional ao tamanho foi utilizada para seleção das comunidades quilombolas e famílias entrevistadas. Os entrevistadores, após criteriosa seleção e treinamento, realizaram visitas domiciliares para aplicação de um questionário padronizado com 120 questões aos responsáveis pelos domicílios. As variáveis dependentes foram: (a) insegurança alimentar, medida com a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar e agrupando-se em: segurança alimentar/ insegurança alimentar leve e insegurança alimentar moderada/grave e (b) participação da família em programas de desenvolvimento social e combate à fome: Programa Bolsa Família, Programa de Aquisição de Alimentos e Distribuição de Cestas a Populações Vulneráveis. Utilizou-se como variáveis explanatórias as características sociodemográficas do responsável pelo domicilio (idade, cor, sexo, escolaridade, renda familiar per capita e classe econômica conforme critérios ABEP) e características gerais do domicílio (condições de infraestrutura e sanitária das residências, número de moradores e condição de segurança alimentar). Os questionários foram digitados duplamente no programa Epi Data versão 3.1. As associações entre os desfechos e as análises explanatórias foram realizadas por meio do modelo de Regressão de Poisson Robusta com obtenção das razoes de prevalências (RP) e os respectivos intervalos de confiança (IC 95%). Todas as análises estatísticas foram operacionalizadas utilizando-se o pacote estatístico Stata versão 11.0 (Stata Corp, College Station, Estados Unidos) e SPSS for Windows versão 18.0 (SPSS Inc., Chicago, Estados Unidos). Resultado: A prevalência de insegurança alimentar na população quilombola foi de aproximadamente 39% (IC95% 34,86-43,02). Os fatores associados à insegurança alimentar domiciliar foram: responsáveis pela família com idade entre 40 e 59 anos (RP= 1.27, IC95% 1,02 – 1,59), domicílios com mais de cinco pessoas residindo (RP= 1.66, IC95% 1,11 – 2,48) e famílias pertencentes aos níveis mais baixos de classe econômica (classes D e E). Em relação à participação nos programas de desenvolvimento social e combate, 62% das famílias já haviam recebido cestas básicas de alimentos. O programa de aquisição de alimentos foi relatado por apenas 1,7% das famílias, sendo que a maioria desconhecia do que se tratava o programa (63,8%). Cerca de 41% das famílias quilombolas eram titulares de direito do Programa Bolsa Família. O valor médio do benefício foi de R$ 118,00 (DP ±R$ 41,00) por domicílio. Houve associação estatisticamente significativa entre famílias participantes do Programa Bolsa Família e idade entre 40 e 59 anos (RP= 0,72, IC95% 0,59-0,87), sexo feminino (RP= 1,46, IC95% 1,12-1,91), níveis menores de renda familiar per capita e pertencentes à classe econômica D (RP= 4,04 IC95% 1,01-16,13). Associação entre Programa Bolsa Família e situação de insegurança alimentar domiciliar manteve-se altamente significativa mesmo após controlando por outras variáveis independentes (RP= 1,39 IC95% 1,37-5,05). Conclusão: A prevalência de insegurança alimentar nas comunidades quilombolas no estado do Rio Grande do Sul é elevada, podendo ser considerada um problema de saúde pública. Apesar dos avanços obtidos nos últimos anos em relação ao acesso e à garantia dos direitos para as comunidades quilombolas, a participação no Programa Bolsa Família e, especialmente, o Programa de Aquisição de Alimentos ainda é relativamente baixa. O programa de transferência de renda condicionada está direcionado às mulheres, famílias de baixa condição socioeconômica e condição de insegurança alimentar domiciliar. / Introduction: Food Security and Nutrition is the concretization of everyone's right to regular and permanent access to quality food in sufficient quantity without compromising the access to other essential needs. It is a broad concept of interdisciplinary nature and should be treated with systemic way and intersectoral management. Quilombolas communities - traditional population with African ancestry and related to resistance to suffered historical oppression - are socially vulnerable and subject to various government programs of social development and the fight against hunger. However, there is little literature on this subject in traditional populations. Objective: This study aims to evaluate the access to social development programs and fight against hunger and food insecurity prevalence of families belonging to Quilombolas communities of the State of Rio Grande do Sul, Brazil. Methodology: This is a population-based cross-sectional study including a representative sample of quilombolas families of Rio Grande do Sul. Sample size was estimated to be 634 families. Sampling with probability proportional to size was used for selection of quilombolas communities and families to be interviewed. After careful selection and training, the interviewers visited homes for applying a standardized questionnaire with 120 questions to the householders. The dependent variables were: (a) food insecurity measured with the Brazilian Scale of Food Insecurity grouped into food security to mild food insecurity and moderate food insecurity to severe food insecurity and (b) family participation in Brazilian Bolsa Família Programme-BFP (Family Allowance Program), distribution of food baskets and food acquisition program. The explanatory variables were: (a) the sociodemographic characteristics of the householder (age, race, gender, education, per capita household income, and economic class according to criteria of ABEP-Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Brazilian Association of Research Companies, known as Criterion Brazil) and (b) general characteristics of the homes (infrastructure and sanitary conditions, number of residents, and food safety condition). The questionnaires were entered twice in Epi Data version 3.1. Univariate and bivariate descriptive analysis was performed to characterize the sample. The bivariate and multivariate analyses of relationships among explanatory and dependent variables were performed using robust designs for Poisson Regression model to obtain the prevalence ratios (PR) and confidence intervals (CI 95%). All statistical analyses were operationalized using the Stata version 11.0 statistical packet (Stata Corp., College Station, USA) and SPSS for Windows version 18.0 (SPSS Inc., Chicago, USA). Results: The prevalence of food insecurity in the quilombola population was approximately 39% (CI 95% 34.86-43.02). The factors associated with household food insecurity were: (a) householders are from 40 to 59 years old (PR=1.27, 95% CI 1.02 to 1.59), (b) households with more than five resident people (PR=1.66, CI 95% 1,11 to 2.48), and (c) families belonging to the lower social economic class (classes D and E). In relation to participation in social development and fight against hunger programs, 62% of families had received basic food baskets. The food acquisition program was reported by only 1.7% of families; most of them were unaware of the mentioned program (63.8%). About 41% of quilombolas families were right holders of the Bolsa Familia Programme. The average benefit value was R$ 118,00 (R$= Reais - hundred eighteen reais – expressed in Brazilian currency) (Standard Deviation-SD±R$ 41,00 – forty-one reais) per household. There was statistically significant association among participating families of the Bolsa Familia Programme and age from 40 to 59 years old (PR=0.72, CI 95% 0.59 to 0.87), female sex (PR=1.46, CI 95%1.12-1.91), lower levels of per capita income, and families belonging to economic class D (PR=4.04 CI 95% 1.01-16- 13). Association between Bolsa Familia Programme and situation of household food insecurity remained highly significant even after controlled by other independent variables (PR=1.39 CI 95% 1.37 to 5.05). Conclusion: The prevalence of food insecurity in the quilombolas communities in the state of Rio Grande do Sul, Brazil, is high and may be considered a public health problem. Despite advances in recent years in relation to access and guarantee of rights for quilombolas communities, the participation in Bolsa Familia Programme and especially the Food Acquisition Program is still relatively low. The program of conditional cash transfers is targeted to women, families with low socioeconomic status, and household food insecurity.
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Avaliação nutricional de crianças e adolescentes com cirrose : a contribuição dos biomarcadoresWilasco, Maria Inês de Albuquerque January 2015 (has links)
Introdução: Crianças e adolescentes com cirrose desenvolvem complicações nutricionais oriundas da anorexia, do hipermetabolismo e dos problemas decorrentes da diminuição da absorção. O estado nutricional e a gravidade da doença são mutuamente dependentes. Entretanto, a avaliação do estado nutricional destes pacientes é dificultada pela presença de edema e/ou ascite, organomegalias e distorção dos exames clínicos. Já foi demonstrado existir relação entre a Interleucina-6 (IL-6), o Fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), a Interleucina-10 (IL-10) e o Fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) com o estado nutricional em geral, mas não em cirróticos por Atresia Biliar (AB). Objetivos: Os objetivos desta tese foram: 1) Avaliar o estado nutricional de crianças e adolescentes com cirrose e comparar os resultados em dois momentos distintos. 2) Investigar e expressão de IL-6, o TNF-α, a IL-10 e sua associação com a gravidade da cirrose o estado nutricional em pacientes pediátricos por AB. 3) Estudar a expressão de BDNF e sua associação com a gravidade da cirrose e o estado nutricional em pacientes pediátricos por AB. Pacientes e métodos: Foram utilizados dados de quatro bancos, de amostras já coletadas, de pesquisas clinico-epidemiológicas conduzidas com crianças e adolescentes no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Os parâmetros para avaliar o estado nutricional das crianças com cirrose e controles foram: estatura para idade (E/I), dobra cutânea tricipital para idade (DCT/I), circunferência do braço para idade (CB/I) e índice de massa corporal para idade (IMC/I). A gravidade da doença foi avaliada pelos modelos PELD/MELD e escore Child-Pugh. Esta tese é composta de três artigos: 1) Foi realizado um estudo transversal e comparado o estado nutricional de pacientes pediátricos de duas series coletadas de 2003 a 2005 (n=31) e de 2010 a 2011 (n=36). 2) Os níveis de IL-6, TNF-α, IL-10 foram avaliados transversalmente no grupo cirrose (n=53) e no grupo controle (n=33) por citometria de fluxo e os resultados correlacionados com o estado nutricional e a gravidade da doença. Os níveis de BDNF foram dosados transversalmente no grupo cirrose (n=53) e no grupo controle (n=33) por ELISA e os resultados correlacionados com o estado nutricional e a gravidade da doença. Resultados: 1) Após aproximadamente uma década o percentual de desnutrição se manteve estável (22,6% versus 27,8%). 2) Os níveis de IL-6, TNF-α e IL-10 foram significativamente mais elevados no grupo cirrose quando comparado ao grupo controle. A gravidade da doença apresentou correlação direta com IL-6 e IL-10, e correlação inversa com E/I, CB/I, DCT/I. 3) Os níveis de BDNF foram mais baixos no grupo cirrose quando comparados ao grupo controle. Foi demonstrada correlação direta entre o BDNF com E/I e DCT/I, mas não houve correlação com a gravidade da doença. Conclusões: O percentual de desnutrição e a gravidade da doença se mantiveram estáveis nas duas séries do HCPA, separadas por aproximadamente uma década. A IL-6, a IL-10 e o BDNF podem ser usados como biomarcadores coadjuvantes para avaliar o estado nutricional de criança e adolescentes com cirrose. / Introduction: Children and adolescents with cirrhosis carry nutritional complications resulting from anorexia, hypermetabolism and problems arising from the decreased absorption. The nutritional status and disease severity are dependent one each other. However, nutritional assessment of these patients is hindered by the presence of organomegaly, edema/ascites and by the complexity of interpreting laboratory parameters. It has been shown that there is a relationship between Interleukin-6 (IL-6), Tumor necrosis factor-alpha (TNF-α), IL-10 and Brain-derived neurotrophic factor (BDNF) with nutritional status generally, but not in cirrhosis due to Biliary Atresia (BA). Objectives: The objectives of thesis were: 1) To evaluate the nutritional status of children and adolescents with cirrhosis and compare the results in two different moments. 2) To investigate the expression of IL-6, TNF-α, IL-10 and their association with nutritional status and cirrhosis severity in pediatric patients with BA. 3) To study the expression of BDNF and their association with nutritional status and cirrhosis severity in pediatric patients with BA. Patients and methods: Four database were used of samples already collected from clinical and epidemiological research conducted with children and adolescents in Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). The parameters for assessing children with cirrhosis and controls were standard deviation score for height-for-age ratio (SDS-H/A), standard deviation score for triceps skinfold thickness-for-age ratio (SDS-TSF/A), standard deviation score for mid upper arm circumference-for-age ratio (SDS-MUAC/A) and standard deviation score for body mass index-for-age ratio (SDS-BMI/A). The disease severity was evaluated by PELD/MELD models and Child-Pugh score. This thesis consists of three articles: 1) Cross-sectional study to compare the nutritional status of cirrhotic pediatric patients from two series collected from 2003 to 2005 (n=31) and from 2010 to 2011 (n=36). 2) The levels of IL-6, TNF-α and IL-10 in cirrhosis group (n=53) and control group (n=33) were cross-sectionally assessed by flow citometry and the outcome related to nutritional status and disease severity. 3) The levels BDNF in cirrhosis group (n=53) and control group (n=33) were cross-sectionally assessed by ELISA and the outcome related to nutritional status and disease severity. Results: 1) After approximately a decade, the undernourishment percentage remains stable. 2) The levels of IL-6, o TNF-α, a IL-10 were significantly higher in cirrhosis group when compared to control group. IL-6 and IL-10 levels have shown a positive correlation with disease severity and an inverse correlation with SDS-H/A, SDS-TSF/A and SDS-MUAC/A. 3) The levels of BDNF were lower in cirrhosis group when compared to control group. BDNF showed a positive correlation with SDS-H/A e SDS-TSF/A, but did not correlate with disease severity. Conclusions: The undernourishment percentage and the severity of the disease remained stable in the two series of HCPA, separated by about a decade. IL-6, IL-10 and BDNF can be used as a supporting biomarker to evaluate the nutritional status in children and adolescents with cirrhosis.
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Comparação dos métodos de avaliação do estado nutricional em pacientes com retocolite ulcerativaSilva, Amanda Souza January 2015 (has links)
Introdução: A desnutrição é uma característica frequente em pacientes com Retocolite Ulcerativa (RCU) em atividade, porém poucos estudos têm mostrado esse status nutricional em pacientes em remissão. Devido à falta de informações com relação ao estado nutricional dos pacientes com RCU fez-se necessário o desenvolvimento desse estudo para avaliar essa população e prevenir possíveis deficiências que venham a afetar negativamente o curso da doença. Metodologia: Neste estudo transversal foram incluídos 80 pacientes portadores de RCU do Ambulatório de Doenças Inflamatórias Intestinais do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, atendidos no período de 2014 a 2015, maiores de 18 anos. Foram excluídos pacientes portadores de doença maligna atual, transplantados de órgãos, gestantes e nutrizes, portadores de deficiência física que limitassem a execução dos procedimentos do estudo, portadores de doenças crônicas clinicamente relevantes, e pacientes que já tenham realizado procedimento cirúrgico relacionado à RCU. Os participantes de pesquisa realizaram bioimpedância (BIA), antropometria (índice de massa corporal, dobra cutânea triciptal, circunferência do braço e circunferência muscular do braço), coleta de sangue de hemograma, albumina, transferrina, cálcio, vitamina B12, ferro, Aspartatoaminotransferase (AST) e Alanina Aminotransferase (ALT), Velocidade de Sedimentação Globular (VSG), gama GT, creatinina e Proteína C-reativa (PCR), ), além de realizar o preenchimento de um registro alimentar de 3 dias, Avaliação Subjetiva Global (ASG) e medida força do aperto de mão não dominante (FAM). Resultados: A amostra compôs-se de mulheres, 62,5% (N: 50), média de idade de 45,6 ± 11,7 anos, 96% dos indivíduos eram caucasianos. Cinquenta e cinco por cento da população apresentava pancolite. Os medicamentos, mais utilizados foram os aminossalicilatos (mezalazina) com 30% da amostra. O tempo de diagnóstico dos pacientes foi de 11 ± 7,36 anos. A associação do tempo de doença com desnutrição não apresentou significância estatística, assim como a associação da extensão da doença com desnutrição para cada método utilizado, considerando a extensão máxima (pancolite). Comparando os diferentes métodos de avaliação nutricional 2,5% indivíduos foram classificados como desnutridos pelo Índice de Massa Corporal (IMC), na dobra cutânea triceptal (DCT), circunferência do braço (CB), circunferência muscular do braço (CMB) os pacientes apresentaram valores abaixo dos padrões de normalidade, 72,5%, 55% e 27,5% respectivamente. O FAM demonstrou que 79% dos pacientes apresentavam risco nutricional. Quanto à ASG, 3,8% dos pacientes foram classificados como moderadamente ou suspeita de serem desnutridos. Quanto à avaliação bioquímica os seguintes valores se mostraram abaixo da normalidade: albumina (1 paciente),transferrina, 35%, ferro sérico, 19%, cálcio, 10% , vitamina B12 2,5% ; ácido fólico nenhum dos pacientes apresentou deficiência. Quanto aos níveis de hemoglobina, 16% e hematócrito 25% dos sujeitos de pesquisa apresentaram-se com valor abaixo da normalidade. Os seguintes valores se mostraram acima da normalidade: VSG, 30% e PCR 21%, creatinina 8%, AST 6%, ALT 3% e Gama GT, 14%. Na avaliação nutricional, 35% dos pacientes apresentaram-se desnutridos em 3 métodos, 23% para 2 e 24% para 1 método utilizado; nenhum apresentou desnutrição para as 6 metodologias empregadas. IMC e ASG apresentaram a maior taxa de concordância (TC) entre os métodos (94% de concordância), enquanto FAM e ASG apresentaram a pior TC (19%). Quanto à TC dos métodos de avaliação clínica com marcadores séricos do estado nutricional, IMC e ASG também apresentaram as maiores TC com todos os marcadores séricos (62% a 95%), enquanto FAM apresentou as piores TC (18% a 48%), quando combinado com qualquer das outras variáveis utilizadas. Conclusões: A desnutrição classificada por todos os métodos utilizados não mostrou associação significativa com tempo de doença, bem como com a extensão máxima, mas demonstrou relação com todos os exames bioquímicos quando avaliada por IMC e ASG. Os pacientes apresentaram uma tendência de sobrepeso quando avaliados por IMC, assim como uma parcela dos sujeitos apresentaram um percentual de gordura acima da normalidade. Os sujeitos revelaram um possível risco da força muscular diminuída quando avaliados pela FAM, que não concordou com os outros métodos, assim, nosso estudo sugere que este método não tem utilidade na nossa população. Quando avaliados pelo registro alimentar, apresentaram déficits na ingestão de cálcio e ácido fólico. Os métodos de avaliação nutricional devem ser utilizados respeitando individualidades e disponibilidade de uso, buscando concordância na conclusão da avaliação, sendo que nosso estudo sugere por melhor anuência o uso de IMC em associação com a ASG. / Malnutrition is a frequent feature in active UC patients, however, there are few published studies regarding nutritional status in patients that are in remission. Due to the lack of information related to the nutritional status of UC patients, the aim of this study was to evaluate this population and to prevent possible deficiencies that could negatively affect the disease course. This cross-sectional study included eighty UC patients over eighteen years old from the Inflammatory Bowel Disease Unit of the Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), attended from 2014 to 2015, were included in this study. There were excluded from the study patients with current malignant disease, with transplanted organs, pregnant and lactating women, the physically disabled who would limit the performance of the procedures, carriers of clinically relevant chronic diseases, and the ones who have already performed surgical procedure related to UC. Participants of this study underwent bioimpedance analysis (BIA), anthropometric evaluation, body mass index (BMI), triceps skinfold thickness (TSF), mid-arm circumference (MAC) and mid-arm muscle circumference (MAMC), to determine complete blood count (CBC), serum albumin, transferrin, calcium, vitamin B12, iron, aspartate aminotransferase (AST) and alanine aminotransferase (ALT), erythrocyte sedimentation rate (ESR), gamma-glutamyltransferase (GGT), creatinine and C-reactive protein (CRP), completion of a food record of three days for dietary assessment, SGA and HGS. Patients were composed by women, 62.5% (N:50), the average age was of 45.6 ± 11.7 years old, and 96% of the individuals were caucasian. Regarding the disease extent, 55% of the population presented pancolitis. The predominant treatment used was aminosalicylates (mesalazine), with 30% of the patients; while the time of diagnosis was 11 ± 7.36 years. The association of the disease duration and extent to malnutrition didn’t result in statistical significance regarding every method employed, when considering the maximum extent (pancolitis). When anthropometric parameters were evaluated, 2,5% individuals were classified as malnourished through body mass index (BMI). Analysis of triceps skinfold thickness (TSF), mid-arm circumference (MAC) and mid-arm muscle circumference (MAMC) resulted in subnormal values, 72.5%, 55% and 27.5%, respectively. HGS demonstrated that 79% of patients (N:61) presented nutritional risk. Regarding SGA, three individuals were classified as mildly or suspected of being malnourished. Biochemical evaluation of blood samples resulted in subnormal values: albumin (1 patient), transferrin 35% (N=28), iron 19% (N=15), calcium 10% (N=8), vitamin B12 2.5% (N=2); there was no deficiency in folic acid levels. Hemoglobin and hematocrit levels were subnormal in 16% (N:13) and 25% (N:20) of patients. The following parameters presented higher values than normal: ESR 30% (N:24) and CRP 21% (N:17), creatinine 8% (N:7), AST 6% (N:5), ALT 3% (3) and GGT 14% (N:11). In nutritional assessment, 35% of the patients presented positive results for three analyzes, 23% for two analyzes and 24% for one analysis; none of the patients presented malnutrition for all 6 analyzes. BMI and SGA demonstrated the highest concordance rate (CR) between the methods (94% of concordance), while HGS and SGA demonstrated the worst CR (19%). Considering the CR between the clinical methods of evaluation and the serum markers of the nutritional status, BMI and SGA presented the highest CR to all serum markers (62% to 95%), while HGS presented the worst CR (18% to 48%). Conclusions: Malnutrition classified by all methods here used didn’t result in any significant association with duration of the disease, as well as with the maximum extent; however, it demonstrated relation to all of the biochemical exams when evaluated through BMI and SGA. Patients showed a tendency to overweight when evaluated by BMI, as well as a share of the subjects presented a fat percentage above normal. The subjects revealed a possible risk of decreased muscle strength as assessed by HGS, which didn’t agree to the other methods, therefore, our study suggests that this method has no use in our population. When evaluated through food recall, patients presented deficits in calcium and folic acid intake. The nutritional assessment methods should be employed respecting the individualities and availability of use, seeking for concordance when concluding the evaluation, whereas our study suggests a better concordance in the use of BMI in association with SGA.
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Uma intervenção motora influencia a competência motora, os níveis de atividade física, o estado nutricional e a percepção de competência motora de crianças ?Souza, Mariele Santayana de January 2015 (has links)
O objetivo do estudo foi analisar a influencia de uma intervenção motora com Clima Motivacional para a Maestria e aulas de educação física na competência motora, nos níveis de atividade física, no estado nutricional, e na percepção de competência motora de crianças. Para melhor atender os objetivos, a dissertação foi divida em dois artigos: o primeiro analisando o impacto da intervenção e de aulas de educação física escolar na competência motora, nos níveis de atividade física, no índice de massa corporal e na percepção de competência motora de crianças. O segundo artigo analisou o impacto das intervenções nessas mesmas variáveis, no entanto agrupando as crianças do grupo intervenção motora e educação física escolar de acordo com fatores de risco (apresentar dificuldades motora e estar acima do peso). Participaram do primeiro estudo 45 crianças com idade entre 5 e 7 anos divididas em dois grupos: 11 meninos e 10 meninas no grupo intervenção motora 12 meninos e 12 meninas no grupo educação física escolar. Do segundo estudo participaram 43 crianças com idade entre 5 e 7 anos divididas em dois grupos: 11 meninos e 9 meninas no grupo intervenção motora e 12 meninos e 11 meninas no grupo educação física escolar. Para analisar categorizar o desempenho motor foi utilizado o Movement Asssessment Battery for Children – Second Edition (MABC-2) e o Test of Gross Motor Development – Second Edition (TGMD-2); foi utilizado para analisar a competência motora das crianças; a análise do estado nutricional se deu através do cálculo do índice de massa corporal categorizado conforme as curvas do Center Desease Control. Os níveis de atividade física foram mensurados em no mínimo três aulas antes de iniciar as aulas também nas três aulas finais. Para analisar a percepção de competência foi utilizado a escala motora da Pictorial Scale of Perceived Competence and Social Acceptance for Young Children. A metodologia do programa interventivo foi o Clima Motivacional a Maestria implementado através das estratégias estrutura TARGET. Para análise dos dados foram utilizadas estatística descritiva, General Linear Model com medidas repetidas no fator tempo para analisar a influência do programa interventivo nas variáveis. ANOVA One Way e Teste T Pareado foram utilizados como testes de continuidade para analisar as modificações do momento pré para o pós-intervenção e para comparar os grupos. Os resultados mostram que: Artigo 1: somente a intervenção motora influenciou positivamente a motricidade ampla, especificamente as habilidades de locomoção e de controle de objetos, e os níveis de atividade física das crianças. Artigo 2: a) somente as crianças do grupo intervenção motora, independentemente dos subgrupos a que pertenciam (acima do peso com dificuldades motoras, saudáveis com dificuldades motoras ou saudáveis com desenvolvimento típico), apresentaram melhorias na motricidade ampla (habilidades de locomoção e de controle de objetos); b) os níveis de atividade física e a participação no grupo intervenção motora explicaram 9% e 57%, respectivamente, da variação na motricidade ampla das crianças. Concluímos que o programa interventivo foi efetivo para incluir crianças com diferentes características e melhorar o desempenho motor e níveis de atividade física de crianças com e sem dificuldades motoras e de crianças com peso saudável e acima do peso. Os resultados inferem a necessidade de atividades físicas estruturadas e com mediação de professores de educação física para melhorar o desempenho motor e elevar os níveis de atividade física de crianças. / The aim of the study was to investigate the influence of a motor intervention with Mastery Motivational Climate and physical education classes in motor skills, physical activity levels, nutritional status, and perceived motor competence. To better meet the objectives, the dissertation was divided into two articles: one analyzing the impact of intervention and school physical education classes in motor skills, physical activity levels, body mass index and perceived motor competence. The second article examined the impact of interventions in these same variables, but gathering the children's motor intervention and physical education according to risk factors (motor present difficulties and being overweight). Participated in the first study 45 children aged 5 to 7 years divided into two groups: 11 boys and 10 girls in the motor intervention group and 12 boys and 12 girls in school physical education group. The second study participated 43 children aged 5 to 7 years divided into two groups: 11 boys and 9 girls in motor intervention group and 12 boys and 11 girls in school physical education group. To analyze categorize the motor performance we used the Movement Asssessment Battery for Children - Second Edition (MABC-2) and the Test of Gross Motor Development - Second Edition (TGMD-2) was used to analyze the motor skills of children; the analysis of the nutritional status was given by calculating the body mass index categorized as the curves of the Center Disease Control. Physical activity levels were measured in at least three classes before starting classes also in the final three lessons. To analyze the perceived motor competence was used the driving range Pictorial Scale of Perceived Competence and Social Acceptance for Young Children. The methodology of interventional program was the Motivational Climate Mastery implemented through strategies TARGET structure. For data analysis we used descriptive statistics, General Linear Model with repeated measures on the time factor to analyze the influence of intervening variables in the program. One Way ANOVA and paired t test were used as continuity tests to analyze the changes of time pre to post-intervention and to compare groups. The results show that: Article 1: only the motor intervention positively influenced the large motor skills, specifically locomotion skills and control objects, and the physical activity levels of children. Article 2: a) only the children of the motor intervention group, regardless of the sub-groups to which they belonged (overweight with physical, healthy difficulties with mobility or health problems typically developing), showed improvements in the large motor skills (mobility and control skills Objects); b) the levels of physical activity and participation in motor intervention group explained 9% and 57%, respectively, of the wide variation in motor skills of children. We conclude that the intervention program was effective to include children with different characteristics and improve engine performance and physical activity levels of children with and without motor difficulties and children with healthy weight and overweight. The results infer the need for structured physical activities and mediation of physical education teachers to improve engine performance and increase the physical activity levels of children.
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Avaliação e intervenção nutricional em pacientes pediátricos com osteogênese imperfeitaZambrano, Marina Bauer January 2015 (has links)
INTRODUÇÃO: A Osteogênese Imperfeita (OI) é uma doença hereditária da formação óssea com predisposição à fratura comprometendo o estado nutricional dos indivíduos. OBJETIVO: Avaliar a eficácia da intervenção nutricional (IN) com ênfase no consumo de cálcio em pacientes pediátricos com OI. MÉTODOS: Foi realizado um estudo de coorte prospectiva com pacientes pediátricos de 2-19 anos de idade de ambos os sexos atendidos no ambulatório do Centro de Referência para o Tratamento da OI no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (CROIHCPA). Foram coletados dados clínicos, antropométricos e realizadas três consultas nutricionais 0, 6 e 12 meses. A IN consistia de uma orientação alimentar rica em cálcio baseada na taxa de metabolismo basal (TMB) calculada pela calorimetria indireta (CI). Foram orientadas receitas de preparações ricas em cálcio. A TMB foi estimada pela CI, método padrão-ouro e comparada com as TMB obtidas pela bioimpedância elétrica (BIA), Valores preditivos para idade propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e pela Fórmula Kcal/cm. A composição corporal e densidade mineral óssea (DMO) foram estimados através do Dual Energy X-Ray Absorptiomentry (DEXA) considerado padrão ouro. Os dados da composição corporal foram comparados com valores obtidos pela BIA e antropometria. O consumo de cálcio foi avaliado por um questionário de frequência alimentar (QFA). O nível sérico de vitamina D foi classificado conforme: < 10ng/ml = deficiência grave; entre 10ng/ml a 20 ng/ml = deficiência leve; entre 20 a 30 ng/ml = insuficiência e acima de 30ng/ml = desejável, e correlacionado com outras variáveis. O projeto de pequisa foi aprovado pelo Comitê de Ética do HCPA sob número 11-0585 e todos os participantes e responsáveis e legais assinaram o termo de consentimento livre esclarecido. RESULTADOS: Participaram do estudo 52 indivíduos, sendo 24 (46,1%) OI tipo I, 5 (9,6%) OI tipo III, 23 (44,2%) OI tipo IV e 1 (1,9%) OI tipo V. Obtivemos 1 perda geral, pois o paciente não voltou para as demais avaliações, já na avaliação antropométrica também tivemos 1 perda devido a presença de fraturas no momento das avaliações. Na comparação entre os métodos de avaliação da TMB observamos diferença significativa entre os métodos de uma forma geral (p <0,001), onde a CI estimou valor maior que o método da BIA, porém menor que o da OMS e Kcal/cm. Na comparação dos métodos de avaliação da composição corporal, observou- se diferença significativa (p<0,001) tanto para percentual de gordura corporal (%GC), quanto Massa Magra (MM), onde o DEXA estimou valores maiores de % GC e menores de MM. Ambos apresentaram uma correlação forte com o DEXA (%GC; MM- r = 0,805; r =0,981/ r = 0.829 r =0,963) para antropometria e BIA, respectivamente. Quanto aos níveis séricos da vitamina D (25-OHD), a mediana de concentração sérica foi de 21,7 ng/ml (18,6; 27,3) e 46 (88,4%) pacientes foram classificados como insuficiente ou deficiente. Foi observada uma correlação inversa entre 25-OHD e os minutos de atividade sedentária (r = -0,608) e uma correlação direta entre 25-OHD e altura dos sujeitos (r = 0,521) e a DMO de corpo inteiro (r = 0,657). Além de diferença significativa entre quantidade de consumo de leite (p=0,009). Quando avaliada a IN de um modo geral observou-se, embora sem diferença significativa, uma diminuição no número de indivíduos classificados com sobrepeso (5,8%), baixo peso (3,8%) e um aumento no número de indivíduos classificados como eutróficos (5,7%). Em relação composição corporal foi observado diferença significativa entre os valores pré e pós IN apenas nas variáveis de peso de massa gorda (p=0,002) e peso de massa magra (p<0,001). Foi também observada diferença significativa na classificação do estágio de Tanner dos indivíduos. Analisando o consumo alimentar de cálcio, observamos diferença significativa entre os valores pre e pós IN para os valores de cálcio total ingerido (p<0,001), percentual de adequação para idade de ingestão de cálcio tanto para Estimated Average Requirement (EAR) quanto para Recommended Dietary Allowance (RDA) (p<0,001), quantidade de leite ingerida (p=0,002) e frequência de consumo de refrigerantes (p=0,012). Quanto à avaliação da vitamina D após IN foi observada diferença significativa em relação à exposição solar dos indivíduos (p=0,003) e não foram mais observados indivíduos classificados com deficiência grave. Em relação a composição corporal, observamos correlação negativa existente entre a variação dos valores pré e pós IN da DMO de corpo total com a variação dos valores pré e pós IN do % de gordura (r=-0,445; p=0,002) e uma correlação positiva em relação a variação da DMO de coluna (L1 e L4) e o consumo de leite (r=0,544; p=0,029) em indivíduos que fazem tratamento com bifosfonados foi apresentada. Foi observada diferença significativa entre a variação da DMO do corpo inteiro entre os tipos de OI (p=0,034), onde o tipo I se diferenciou significativamente do tipo III (p=0,033), pois o tipo I apresentou uma média de variação de 0,58g/cm2 para o tipo III, e de 0,018 g/cm2 para o tipo IV (p= 0,326). CONCLUSÃO: Este estudo demonstra a importância de uma IN com ênfase no consumo de cálcio como tratamento coadjuvante em pacientes com OI. Para uma IN adequada é importante cuidado na escolha dos métodos para se avaliar a taxa de metabolismo basal e composição corporal, considerando a gravidade da doença e sem permutar entre as diferentes técnicas. A IN tem como principal objetivo orientar sobre uma dieta saudável rica em cálcio norteando os indivíduos com OI na escolha dos alimentos e um estilo de vida que influencie diretamente na sua saúde óssea. / BACKGROUND: Osteogenesis Imperfecta (OI) is an inherited disease of bone formation with fractures predisposition that compromises the nutritional status of these individuals OBJECTIVE: Evaluate the effectiveness of nutrition intervention (NI) with emphasis on calcium consumption in pediatric patients with OI. METHODS: We conducted a cohort study of pediatric patients aged 2-19 years old of both sexes treated at Reference Center for the Treatment of OI in Porto Alegre. Were collect clinical and anthropometric data and nutritional cousseling at times zero, 6 and12 months. The NI consisted of a nutritional orientation for rich calcium diet based on basal metabolic rate (BMR) calculated by Indirect Calorimetry (IC). Recipes rich in calcium preparations were given. The BMR was estimated by IC and compared with those obtained by the bioelectrical impedance (BIA), predictive values proposed by the World Health Organization (WHO) and the Formula Kcal/cm. The body composition and bone mineral density (BMD) were estimated through the Dual Energy X-Ray Absorptiomentry (DEXA). The data of body composition were compared with values obtained by BIA and anthropometry. Calcium intake was assessed by a food frequency questionnaire (FFQ). Serum vitamin D was classified as Sufficient = > 30ng/ml; Insufficient= 20-30ng/ml; Deficient= 10-20ng/ml; Severe Deficient = <10ng/ml. Ethics Committee of HCPA approved the project under number 11-0585 and all participanst signed an informed consent form. RESULTS: The study included 52 subjects, 24 (46.1%) OI type I, 5 (9.6%) OI type III, 23 (44.2%) OI type IV and 1 (1.9%) OI type V. We obtained one general loss because the patient did not return for the other evaluations, since the anthropometric measurements also had one loss due to the presence of fractures in times of evaluations. Comparing the methods of assessment of BMR observed significant differences between the methods in general (p <0.001), where the IC estimated value greater than the method of the BIA, but less than the WHO and Kcal/cm. Comparing the methods to assess body composition, it was observed significant difference (p <0.001) for both body fat percentage (%BF), as Lean mass (LM), where the DEXA estimated higher values of % BF and smaller than LM. Both showed a strong correlation with DEXA (%BF, LM r = 0.805; r = 0.981 / r = 0.829 r = 0.963) for anthropometry and BIA, respectively. Serum levels of vitamin D (25-OHD), the median serum concentration was 21.7 ng/ml and 46 (88.4%) patients were classified as insufficient or deficient. An inverse correlation between 25-OHD and minutes of sedentary activity (r = -0.608) and a direct correlation between 25-OHD and height of the subjects (r = 0.521) and wholebody BMD (r = 0.657) was observed. Besides significant difference between the amount of milk consumption (p = 0.009). When evaluated nutritional status no significant difference was obseverved, however a decrease in the number of individuals classified as overweight (5.8%), low weight (3.8%) and an increase in the number of individuals classified as euthropic (5.7%). Regarding body composition was observed significant difference between pre and post NI only in fat mass weight variables (p = 0.002) and lean weight (p <0.001). It was also significant difference in Tanner stage of classification of individuals. Analyzing dietary intake of calcium, we observe significant differences between the pre and post NI values for total calcium intake values (p <0.001), adequacy percentage for calcium intake age for both EAD and for RDA (p <0.001), amount of milk consumed (p = 0.002) and soda consumption rate (p = 0.012). The assessment of vitamin D after NI was observe significant difference only on solar exposure of individuals (p = 0.003). Were not observed more individuals classified with severe deficient. In relation to body composition, was observe negative correlation between the variation of pre and post NI the total body BMD with values of % BF (r = -0.445; p = 0.002) and positive correlation between lumbar spine BMD (L1 and L4) and milk consumption (r = 0.544; p = 0.029) in subjects under treatment with isphosphonates was presented. A significant difference was observed between the change in whole body BMD between the types of OI (p = 0.034), where type I to differed significantly only of type III (p = 0.033) with variation of 0.58 g/cm2 and relation to type IV the variation was 0.018 g/cm2 (p = 0.326). CONCLUSION: This study demonstrates the importance of NI with emphasis on calcium intake as adjuvant treatment in patients with OI. For adequacy NI is important choose of methods to evaluate the basal metabolic rate and body composition, according to severity of disease and without switch between the different techniques. The main objective of NI was help individuals with OI choose foods and adopted lifestyle that influences directly on they bone health.
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