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A música como estratégia para o empoderamento de usuários de servi-ços de saúde mentalPessoa, Indira Vita 09 September 2016 (has links)
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Pessoa, Indira Vita.pdf: 7736145 bytes, checksum: 383536e31f6997ffde98e965b87f9d8c (MD5) / A música sempre foi um elemento importante da experiência humana. Nos cuidados à saúde mental, sons, harmonias, instrumentos musicais e ritmos são utilizados como forma de tratamento complementar para vários problemas psicológicos, ajudando a pessoa ou grupo com relação ao desenvolvimento, à comunicação, ao relacionamento, à aprendizagem, à mobilização, à expressão e à organização física, mental ou social. Por isso a música pode ser utilizada como estratégia para o empoderamento de usuários dos serviços de saúde mental. Esta pesquisa traz evidências sobre isso e teve como resultado o livro digital “ALLEGRO”, voltado para profissionais de saúde e gestores dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). O livro contém informações e reflexões sobre a música como estratégia terapêutica, bem como um conjunto de condicionantes, práticas, técnicas e ações. A abordagem metodológica foi a exploratória, de caráter qualitativo, por meio de pesquisa bibliográfica e de campo, utilizando-se da observação, de entrevistas e de análise de documentos. Destaca-se como resultado o fato de que o bom emprego dessa tecnologia pode despertar o interesse e trazer informações que estimulem gestores e profissionais de saúde a levarem a música para o ambiente de cuidado em saúde mental, o que pode gerar impactos econômicos e sociais tanto para os CAPS quanto para os usuários dos serviços e seus familiares. / Music has always been a key element in mankind experiences. Throughout the mental health care, sounds, harmonies, musical instruments and rhythms have been used as a way of com-plementing treatment to many psychological problems, helping the person or related group on their development, communication, relationship, learning process, mobilization, expression, and social, mental and physical organization. Therefore, music may be applied as a strategy of empowerment for mental health service patients. This research brings evidence about this and resulted in the digital book "ALLEGRO", which is oriented towards healthcare professionals and managers of Psychosocial Care Centers (CAPS). The book incorporates informations and considerations about music as a therapeutic strategy, as well as a union between conditioning factors, practices, techniques and actions. The methodology approach has been the explana-tion, of qualitative nature, through bibliographic and field research, employing documents observations, interviews and analysis. It is highlighted as a result the fact that good use of this social technology can spark interest and bring information to encourage CAPS’s managers and healthcare professionals to take the music to the environment of care in mental health, which can lead to economic and social impacts for CAPS as well as mental health patients and their families.
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Estudo epidemiológico sobre assédio moral no trabalho e transtornos mentais comuns em trabalhadores do setor de serviçosSales, Eliane Cardoso January 2009 (has links)
Submitted by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2013-05-14T13:47:26Z
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Previous issue date: 2009 / Esta tese apresenta o resultado da investigação sobre assédio moral no trabalho e Transtornos Mentais Comuns TMC entre trabalhadores de uma empresa do setor de serviços, especializada em serviços de limpeza. Nesta pesquisa foram desenvolvidos três estudos em forma de artigos. O primeiro de corte transversal, de caráter exploratório, para análise da prevalência de assédio moral no trabalho na população estudada. Foram identificadas também, condições de maior vulnerabilidade social entre os sujeitos expostos ao assédio moral. A definição de caso foi feita a partir do uso do Questionário de Atos Negativos QuAN, uma versão brasileira do Negative Acts Questionnaire NAQ, a partir da referência de exposição semanal ou diária. O segundo artigo, correspondeu a um estudo exploratório realizado a partir da aplicação do QuAN, com vistas a analisar os atos negativos mais frequentemente relatados e as médias de respostas positivas aos atos, conforme o status sócio-demográfico e ocupacional dos trabalhadores. Apresentou-se ainda, o perfil dos sujeitos considerados perpetradores. O terceiro estudo, com desenho tipo corte transversal, de caráter confirmatório objetivou verificar a associação entre assédio moral no trabalho e Transtorno Mentais Comuns. Para estabelecer a variável dependente utilizou-se o Self Report Questionnaire-20 SRQ-20. Os resultados das análises procedidas nos três artigos, apontam para uma prevalência elevada de assédio entre os trabalhadores, compatível com achados de pesquisas de base populacional. Os atos negativos direcionados ao campo profissional foram referidos mais frequentemente. Observou-se por fim, uma forte associação entre assédio moral no trabalho e transtornos mentais comuns, mesmo quando ajustada por fatores sócio-demográficos e ocupacionais. Evidenciou-se que o tempo na empresa pode implicar em maiores chances dos indivíduos assediados apresentarem TMC. A discussão sobre a ocorrência e o impacto do assédio moral no trabalho na saúde mental dos trabalhadores deve ser fomentada com vista à busca de soluções para um problema que já se delineia como questão de saúde pública no Brasil. / Salvador
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Transtornos mentais comuns, inatividade física e comportamentos de lazer entre trabalhadores do setor saúde de municípios da BahiaRocha, Saulo Vasconcelos January 2016 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Desportos, Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Florianópolis, 2016. / Made available in DSpace on 2017-05-23T04:09:52Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2016 / Objetivo - analisar os transtornos mentais comuns (TMC), a inatividade física no lazer (IFL), o agrupamento dos comportamentos de lazer (CL) e os fatores associados à IFL, assim como investigar a associação entre o número de comportamentos de lazer e os TMC em trabalhadores do setor saúde de municípios da Bahia. Método - estudo transversal realizado com amostra representativa de trabalhadores do setor saúde, de quatro municípios do Estado da Bahia. Os TMC foram identificados por meio do Self-Reporting Questionnaire-SRQ-20. A IFL e os CL foram avaliados por meio de questão dicotômica. Informações sociodemográficas e ocupacionais foram investigadas. Os dados foram descritos por meio de frequências simples e cálculo de proporções e seus respectivos intervalos de confiança de 95%. A associação entre IF e as variáveis independentes foi verificada por meio da análise de regressão logística multinomial (bruta e ajustada). O agrupamento dos tipos de atividades de lazer foi avaliada comparando a prevalência observada com a esperada, para todas as possibilidades de agrupamento entre os comportamentos: atividades sociais, culturais, físicas e auto-focadas. A análise de regressão logística avaliou a associação entre o número de comportamentos de lazer e TMC. Resultados - a prevalência de TMC foi mais acentuada entre as mulheres (22,7%). O sintoma mais relatado entre homens (38%) e mulheres (50%) foi sentir-se nervoso, tenso ou preocupado. A prevalência de IFL foi de 47,9%. A análise ajustada (características sociodemográficas e ocupacionais) mostrou que as mulheres e os indivíduos com maiores níveis de escolaridade eram mais IFL (p=0,05). Mais da metade dos trabalhadores (56,0%) relatou não participar de atividades de lazer e 1,3% informaram participar das quatro atividades de lazer. Os comportamentos de lazer tenderam ao agrupamento, principalmente as atividades sociais (visita a amigos, festa, barzinho, jogos: baralho/dominó) e atividade física entre os homens e atividades culturais (ir ao cinema, teatro, exposição e leitura de livros) e sociais entre as mulheres (p<0,05). A análise multivariada mostrou associação negativa entre o número de comportamentos de lazer e os TMC entre as mulheres. Conclusão - a prevalência de TMC entre os trabalhadores foi elevada e difere entre os sexos. A prevalência de IFL foi elevada entre a população investigada, principalmente entre as mulheres e indivíduos com maior escolaridade. O estudo mostra que menos de 5% da população referiu adotar, simultaneamente, os quatro comportamentos de lazer. Os resultados indicam que a associação entre o número de comportamentos de lazer e os TMC é distinta entre os sexos, sugerindo que o acúmulo de participação em atividades de lazer pode reduzir a ocorrência de TMC exclusivamente entre as mulheres. Esses resultados mostraram a importância da elaboração de ações que favoreçam a adesão à prática de atividade física e de lazer entre os trabalhadores, em virtude dos benefícios desse comportamento para a saúde.<br> / Abstract : Objective - to analyze common mental disorders (CMD), physical inactivity during leisure time (LTPI), the aggregation of leisure behavior (LB) and associated factors with LTPI, as well as to investigate the association between the number of leisure behaviors and CMD workers in the healthcare workers in Bahia's municipalities. Method - cross-sectional study with a representative sample of workers in the health sector, four municipalities in Bahia. The CMD were identified through the Self-Reporting Questionnaire-SRQ-20. LTPI and the LB were evaluated through a dichotomous question. Sociodemographic and occupational information were investigated. The data were described with a simple frequency and calculating ratios and their 95% confidence intervals. The association between LTPI and independent variables was assessed through multinomial logistic regression analysis (crude and adjusted). The aggregation of the types of leisure activities was assessed by comparing the observed and expected prevalence for all grouping opportunities between behaviors: social, cultural, physical and self-focused. The logistic regression analysis evaluated the association between the number of leisure behavior and CMD. Results - the prevalence of CMD was more pronounced among women (22.7%). The most reported symptom among men (38%) and women (50%) was feeling nervous, tense or worried. The prevalence of LTPI was 47.9%. The adjusted analysis (socio-demographic and occupational characteristics) showed that women and individuals with higher levels of education were more LTPI (p = 0.05). More than half of the workers (56.0%) reported not having participated in leisure activities and 1.3% reported having participated participating in four leisure activities. Leisure behaviors tended to aggregation, especially in social activities (visiting friends, party, bar, games: cards / dominoes) and in physical activity among men and in cultural activities (going to the cinema, theater, exhibition and reading books) and in social among women (<0.05). Multivariate analysis showed a negative association between the number of leisure behaviors and the CMD among women. In the study population, the prevalence of CMD among workers was high and differed between the sexes. Conclusion - the prevalence of LTPI was also high, especially among women and individuals with higher education. We found that less than 5% of the population reported simultaneously having adopted the four queried leisure behaviors. We found that the association between the number of leisure behaviors and CMD is different between the sexes, suggesting that participation in leisure activities can reduce the occurrence of CMD exclusively among women. These results show the importance of developing actions to encourage adherence to physical and leisure activities among workers, given the benefits of these behaviors to health.
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Estudo epidemiológico sobre associação entre exposição à violência em diferentes fases da vida e a presença de transtornos mentais em adultos / Epidemiologycal study on the association between exposure to violence in diferente stages of live and the presence of mental disorders in adultsMelo, Givanya Bezerra de 14 December 2015 (has links)
The study aimed to analyze the association between exposure to violence and the presence of mental disorder in the population aged 18 or more in the neighborhood of Benedito Bentes, Maceió / Alagoas. Epidemiological population-based study of analytical and cross-section, with a pure probability sample of 872 people in a cluster sampling. Data collection in the period from january 26 to march 2, 2015, with residents interviewed in the referenced households. The sociodemographic questionnaire, the Mini International Neuropsychiatric Interview and the Instrument Socioeconomic Stratum were used. The ethical aspects are met. Was obtained prior approval from the Ethics Committee of the Federal University of Alagoas, opinion n.º 608 613. We used the statistical package IBM Statistical Package for Social Sciences (S.P.S.S.) for Windows version 17.0, for statistical analysis, with a 95% confidence interval. In the results, 74.9% of respondents were female, 73.7% of blacks, 7.4 years of study average. The violence against children was prevalent in 12.4%, violence in adulthood by 19.6%, witnessing violence in life and 50.5% triple exposure to violence in 4.1%. Violence in childhood and in adulthood occurred mostly in the victim's home. Suffer violence in childhood was associated with lower socioeconomic status. The non-nuclear family structure was a protective factor for violence in childhood, adulthood or triple. Exposure to violence in childhood was associated with most disorders, with five times more likely to panic attack symptoms with limited; sexual violence in childhood was associated with four times the suicide risk of chances. Suffer violence as an adult was associated with a greater number of disorders, with six times more likely to abuse alcohol. Witnessing violence was associated with some of the disorders, with less force in the associations except substance dependence, with six times more likely. The triple exposure to violence was associated with fewer disorders than those who have experienced violence in adulthood; however, the combinations were more intense, thereby indicating whether the dose- response effect. Most outbreaks of violence demonstrated association with risk of suicide. Victims of sexual violence in childhood or adulthood had more than three times as likely to more risk of suicide. The posttraumatic stress disorder (PTSD) has been associated with sexual violence in adulthood, with ratio greater chances to eight times; there were no significant associations between sexual violence in childhood and PTSD. Exposure to violence was associated with higher chances of manifestation of disorders and suicide risk. There is a pressing need for early identification of victims of violence to offer appropriate psychosocial support. Violence should be a condition investigated in people with disorders history. Managers and health professionals articulated with other sectors need to discuss in amplified form the interrelationship between violence and mental health field in order to propose convergent interventions to local needs. / Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Alagoas / O estudo teve por objetivo analisar a associação entre exposição à violência e presença de transtorno mental na população com 18 anos ou mais do bairro Benedito Bentes, Maceió/Alagoas. Estudo epidemiológico de base populacional, com caráter analítico e corte transversal, amostra probabilística simples com 872 pessoas, amostragem por conglomerados. Coleta de dados no período de 26 de janeiro a 2 de março de 2015, com entrevistados residentes nos domicílios referenciados. Foram utilizados o Questionário Sociodemográfico, o Mini International Neuropsychiatric Interview e o Instrumento do Estrato Socioeconômico. Os aspectos éticos foram atendidos. Obteve-se aprovação prévia do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas, parecer n.º 608.613. Utilizou-se o pacote estatístico IBM Statistical Package for the Social Sciences (S.P.S.S.) para Windows versão 17.0, para análises estatísticas, com intervalo de confiança de 95%. Nos resultados, 74,9% dos entrevistados são do sexo feminino, 73,7% da raça negra, média de estudo de 7,4 anos. A violência na infância foi prevalente em 12,4%, violência na vida adulta em 19,6%, testemunhar violência na vida em 50,5% e tríplice exposição à violência em 4,1%. A violência na infância bem como na vida adulta ocorreu em sua maioria no domicílio da vítima. Sofrer violência na infância associou-se a estrato socioeconômico mais baixo. A configuração familiar não nuclear foi fator de proteção para a violência na infância, na vida adulta ou tríplice. A exposição à violência na infância esteve associada à maioria dos transtornos, com cinco vezes mais chances para ataque de pânico com sintomas limitados; a violência sexual na infância associou-se a quatro vezes mais de chances de risco de suicídio. Sofrer violência quando adulto associou-se a um maior número de transtornos, com seis vezes mais chances para abuso de álcool. Testemunhar violência associou- se com alguns dos transtornos, com menor força nas associações, exceto dependência de substâncias, com seis vezes mais chances. A tríplice exposição à violência associou-se a um menor número de transtornos em comparação aos que sofreram violência na vida adulta; no entanto, as associações foram mais intensas, evidenciando-se assim o efeito dose-resposta. A maioria das manifestações de violência demonstrou associação com risco de suicídio. As vítimas de violência sexual na infância ou na vida adulta tiveram mais que o triplo de chances a mais para risco de suicídio. O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) esteve associado a sofrer violência sexual na vida adulta, com razão de chances superior a oito vezes; não foram encontradas associações significativas entre sofrer violência sexual na infância e TEPT. A exposição à violência esteve associada a maiores chances de manifestação de transtornos e risco de suicídio. É premente a necessidade de identificação precoce das vítimas de violência com oferta de suporte psicossocial adequado. A violência deve ser uma condição investigada em pessoas com histórico de transtornos. Gestores e profissionais de saúde articulados com outros setores necessitam discutir de maneira ampliada a inter-relação entre violência e o campo da saúde mental, a fim de propor intervenções convergentes com as necessidades locais.
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Aspectos epidemiológicos e psicométricos de agravos à saúde mental de trabalhadores de frigoríficos do oeste do estado do ParanáGuilland, Romilda January 2017 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2017. / Made available in DSpace on 2018-01-16T03:17:14Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2017 / O objetivo do presente estudo foi analisar a relação entre prevalência de transtornos mentais e comportamentais (TMC) e os indicadores de fatores psicológicos de agravos à saúde mental em trabalhadores de indústrias de abate de suínos, aves e outros pequenos animais, afastados das atividades laborais por apresentar doença ocupacional.Trata-se de uma pesquisa de caráter quantitativo, de cunho exploratório e descritivo. Foram realizados dois estudos: um epidemiológico e outro psicométrico. No primeiro, foram utilizados dados secundários: da RAIS e do INSS, considerou-se os benefícios referentes ao auxilio doença previdenciário (B31) e o auxílio doença por acidente de trabalho (B91), no período entre 2008 e 2014. No Brasil, a prevalência de benefícios concedidos para trabalhadores afastados do trabalho, foi de 5,33% e, destes, apenas 0,45% referem-se a transtornos mentais e comportamentais. Os transtornos depressivos apresentaram prevalência de 39,38%. Do total de benefícios concedidos, apenas 0,03% referem-se ao B91. O Sul do país (0,66%) exibiu a maior prevalência de benefícios concedidos para os TMC, em detrimento do Sudeste (0,63%) e do Centro Oeste (0,28%). O Paraná é o estado que mais contratou trabalhadores para as indústrias de abate, porém em relação ao benefício B91 ficou abaixo (0,03%) do Rio Grande do Sul (0,18%) e Santa Catariana (0,07%). No segundo estudo foram realizadas analises das propriedades psicométricas do Inventário de Fatores Psicológicos para Doenças Relacionadas ao Trabalho (IP-T), e buscou-se evidências de correlação entre ansiedade e depressão (HADS), transtornos leves (SQR-20) e fatores psicológicos relacionados ao trabalho (IP-T). Além destes, foi utilizado o protocolo de anamnese ocupacional. Participaram 358 trabalhadores da região oeste do Paraná. Sobre o IP-T, todas as subescalas se mostraram preditoras positivas da condição de afastamento por doença ocupacional. A curva ROC ficou entre 0,64 e 0,84, o que indica que todas as subescalas do IP-T se mostraram preditores positivas da condição de afastamento por doença ocupacional. A matriz de correlação entre as escalas utilizadas na pesquisa é bastante uniforme, com coeficientes entre 0,80 e 0,91, sugerindo convergência entre as subescalas do IP-T e outras escalas, mas mostrou também um fraco poder discriminativo. Os índices de fidedignidade variaram de moderado a forte. O maior índice, para o IP-T Ansiedade, é de 0,94 (0,95); o menor índice é da subescala de Habilidades Sociais: 0,74 (0,78). Os escores das escalas de ansiedade, transtornos somatoformes e depressão são tão confiáveis quanto às escalas utilizadas para comparação. Nos dois estudos, houve prevalência de transtorno depressivo. Porém, os trabalhadores afastados por TMC são mais jovens, são mulheres e permanecem menos tempo incapacitados, dos que apresentam outras doenças ocupacionais, somada ao sofrimento mental, estes estão com idade superior a 40 anos e ficam mais tempo em tratamento. Os sintomas álgicos foram considerados como uma evidencia de que as atividades realizadas nas indústrias de abate podem gerar doenças ocupacionais. Como apenas a intensidade dos sintomas álgicos foi diferente, maior para os afastados, sinaliza que embora os trabalhadores não afastados ainda não fossem considerados doentes, os sintomas estão presentes, o que indica que a linha que separa um trabalhador saudável de um considerado doente é muito tênue. O aumento de casos de transtorno depressivo, somado a redução dos benefícios B91 concedidos e a diferença regional para a concessão de benefícios, sinaliza que não diminuíram as ocorrências dos transtornos mentais, mas que no Brasil, ainda existem dificuldades para estabelecer o nexo entre transtornos mental e trabalho. Dificuldades estas, que podem sofrer não somente influências técnicas, mas também culturais e sociais. / Abstract : The objective of the present study was to analyze the relationship between mental and behavioral disorders (TMC) and the indicators of psychological factors of mental health injuries in workers of slaughtering industries of swine, poultry and other small animals, absent from work due to occupational disease. Two studies were carried out: one was epidemiologic and the other was psychometric in nature. The first study, which used secondary data ?from RAIS and INSS ? considered benefits falling under social security sick pay (B31) and sick pay for accident at work (B91) for the period between 2008 and 2014. In Brazil, the prevalence of benefits awarded to employees on sick leave was 5.33% and, of those, only 0.45% were related to mental and behavioral disorders. Of these, depressive disorders showed a prevalence of 39.38%. Of the total of awarded benefits, only 0.03% were of type B91. The South region of the country showed the highest prevalence of benefits awarded to employees: 0.66%, while the Southeast region showed a prevalence of 0.63% and the Mid-West region 0.28%. Paraná is the state which has the highest rate of contracted meatpacking industry workers; nevertheless, the awarded B91 benefits there remained at 0.03%, below those of Rio Grande do Sul (0.18%) and Santa Catarina (0.07%). The second study analyzed psychometric properties from the Inventory of Psychological Factors in Work-Related Illnesses (IP-T) and looked for evidence of correlation between anxiety and depression (HADS), light disorders (SQR-20) and psychological factors related to work (IP-T). Apart from these the protocol for occupational anamnesis was used. The participants were 358 meatpacking workers from the West of Paraná. All the sub-scales of the IP-T proved positive predictors for absence from work due to occupational illness. The ROC curve remained between 0.64 and 0.84,this indicates that all IP-T subscales were positive predictors of occupational disease leave. The correlation matrix between the scales used in the research is very uniform, with coefficients between 0.8 and 0.91, which suggests convergence between the sub-scales of the IP-T and other scales; but it also showed a weak discriminative power. The reliability indices are ranged from moderate to severe. The highest index, for the IP-T anxiety, is 0.94 (0.95) and the lowest index, for the sub-scale of Social Abilities, is 0.74 (0.78). The scores of the scales for anxiety, somatic symptom disorders and depression are as reliable as the scales used for comparison. Both studies showed a prevalence of depressive disorder. Although employees on sick leave due to mental and behavioral disorders are generally younger women, who remain unfit for work for shorter periods, those who present other occupational illnesses on top of mental suffering, are generally older than 40 and receive treatment for longer periods. Pain symptoms were considered evidence that the activities carried out in the meatpacking industry can cause occupational illnesses. The fact that at least the intensity of the pain symptoms was different ? greater for those on sick leave ? indicates that, although the employees not on sick leave were still not considered sick, they present similar symptoms, which in turn indicates that the line that separates a healthy employee form a sick one is very thin. The increase in cases of depressive disorder, added to the decrease of awarded B91 benefits, with a regional difference in the granting of benefits, does not indicate that the occurrence of mental disorders is decreasing, but that, in Brazil, there still exist difficulties to establish the connection between mental disorders and work. These difficulties cannot solely be ascribed to technical influences; cultural and social influences must also be taken into account.
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Associação entre características do contexto social de vizinhança e transtornos mentais comunsSecretti, Tatiani January 2015 (has links)
Contexto: A influência das características do ambiente social de vizinhança nos transtornos mentais comuns (TMC) ainda é pouco estudada, principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil, onde há poucos trabalhos sobre o tema. Objetivos: O objetivo geral foi investigar as relações entre as percepções de coesão social e segurança da vizinhança e transtorno mental comum, considerando-se as relações entre características individuais e de grupo bem como as medidas no nível agregado e no individual. Métodos: Essa pesquisa foi realizada com dados da linha de base (2008-2010) do Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto - ELSA-Brasil, que é um estudo multicêntrico com 15.105 servidores civis, ativos e aposentados vinculados a seis instituições públicas de ensino superior e de pesquisa brasileiras. Foi utilizado o instrumento CIS-R, que permite rastrear o TMC e possibilita identificar seis categorias diagnósticas desse transtorno. Coesão social e segurança foram medidas por meio de escalas validadas de características autorreferidas de vizinhança. As covariáveis sexo, idade, estado civil, raça/cor, renda familiar per capita foram autorreferidas na entrevista de linha de base. O modelo de regressão de Poisson com variância robusta foi utilizado para estimar a razão de prevalência das associações entre os desfechos e as variáveis de exposição. Regressão logística multinível foi empregada considerando vizinhanças no nível 2 e os indivíduos no nível 1, para estimar o efeito aleatório de vizinhança e as razões de chance. Resultados: Resultados da percepção individual das características de vizinhanças indicaram associação entre pior percepção de coesão social e de segurança na vizinhança e transtornos mentais comuns, e essa associação permanece após o ajuste para as variáveis individuais, ou seja, participantes que percebiam morar em uma vizinhança com mais baixa coesão social e menos segura tiveram maior chance de apresentar TMC mesmo após ajustes para as covariáveis sociodemográficas. As variações entre as vizinhanças foram estatisticamente significativas no modelo vazio para TMC. Pequena porção da variância (2,3%) no TMC pode ser atribuída às vizinhanças. As estimativas de razão de chance obtidas no modelo mutiltinível mostraram uma variação significativa no TMC relacionada ao nível de coesão social e de segurança da vizinhança, que não pode ser totalmente explicada por fatores individuais, como sexo, idade, raça/cor, estado civil, escolaridade e renda familiar per capita. Conclusão: Esse estudo apresenta evidências da associação entre percepção de coesão social e segurança individual da vizinhança nos TMC, bem como entre as medidas agregadas da percepção de coesão social e segurança e TMC, mesmo após ajustes das variáveis individuais. Aproximadamente 2,3% da variabilidade na prevalência do TMC foram atribuídos ao contexto de vizinhança, e o restante ao nível individual, considerando o modelo “vazio”. / Context: The influence of the characteristics of the neighborhood social environment in common mental disorders (CMD), is poorly studied, mainly in developing countries such as Brazil, where there are few studies on the topic. Purposes: The general purpose was to investigate the relationships between the perceptions of social cohesion and neighborhood safety and common mental disorder, considering the relationships between individual and group characteristics as well as the ones measured in aggregate and individual level. Methods: This research was carried out using baseline data (2008-2010) from the Adult Health Longitudinal Study - ELSA-Brasil, which refers to the multicentric study with 15105 civil servants, active and retired ones linked to six Brazilian public higher education and research institutions. The instrument CIS-R was used which enables tracking the CMD and enables identifying six diagnosis categories of CMD. Social cohesion and safety were measured using validated scales of neighborhood self-referred characteristics. The covariates gender, age, marital status, race/color, per capita income were self-referred in the baseline interview. The Poisson regression model with robust variance was used to estimate the prevalence ratio of the associations between the outcomes and the exposition variables. Multilevel logistic regression was used considering neighborhoods in the level 2 and the individuals in the level 1 to estimate the neighborhood random effect and the chance ratios. Results: Individual perception results of neighborhood characteristics indicated association between worst perception of social cohesion and neighborhood safety perception and common mental disorders, and this association remains after the adjustment for the individual variables, that is, participants who noticed living at a neighborhood with lower social cohesion and less safe had a bigger chance to present common mental disorders even after adjustments for the socio demographic covariates. The variations between the neighborhoods were statistically significant in the empty model for CMD. A small portion of variance (2,3%) in the CMD can be attributed to the neighborhoods. The chances ratio estimates obtained in the multilevel model showed a significant variation in common mental disorders related to the level of social cohesion and neighborhood safety, which cannot be totally explained by individual factors such as gender, age, race/color, marital status, education and per capita income. Approximately 2,3% of variability in the prevalence of CMD was attributed to the neighborhood context and the rest to the individual level individual, considering the model as “empty”. Conclusion: This study presents evidences of the association between social cohesion and neighborhood individual safety perception in the CMD, as well as between the aggregate measures of social cohesion and safety perception and CMD, even after adjustment of the individual variables. About 2,3% of the variation in CMD prevalence was attributed to the context of neighborhood, and the rest to the individual level, considering the “empty” model.
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Morfometria baseada em voxel e medidas de espessura cortical de pacientes com Doença de Alzheimer: correlações com perdas funcionais, sintomas neuropsiquiátricos e disfunções executivas / Voxel-based morphometry and cortical thickness measurement of Alzheimer’s disease patients: disability, neuropsychiatric symptoms, and executive dysfunction correlations.Vasconcelos, Luciano de Gois [UNIFESP] January 2012 (has links) (PDF)
Submitted by Diogo Misoguti (diogo.misoguti@gmail.com) on 2017-10-31T10:29:16Z
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2012 VASCONCELOS, LUCIANO DE GOIS Doutorado.pdf: 582260 bytes, checksum: d46b3ad3f1e5df83bcbe05d2d19cfd8d (MD5) / Made available in DSpace on 2017-10-31T10:29:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1
2012 VASCONCELOS, LUCIANO DE GOIS Doutorado.pdf: 582260 bytes, checksum: d46b3ad3f1e5df83bcbe05d2d19cfd8d (MD5)
Previous issue date: 2012 / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) / Morfometria baseada em voxel e medidas de espessura cortical de pacientes com
Doença de Alzheimer: correlações com perdas funcionais, sintomas neuropsiquiátricos e
disfunções executivas. OBJETIVO: Estabelecer se as perdas funcionais e as alterações
comportamentais correlacionam-se com o volume global e regional da substância
cinzenta e se as disfunções executivas associam-se ao volume e espessura cortical de
estruturas cerebrais. MÉTODOS: Pacientes com Doença de Alzheimer e idosos
controles foram submetidos ao exame de Ressonância Magnética de crânio e a uma
completa avaliação cognitiva, funcional e comportamental. Um modelo de regressão
múltipla foi aplicado para avaliar as possíveis correlações entre as medidas volumétricas
obtidas a partir da análise por morfometria baseada em voxel (VBM), alterações
comportamentais e perdas funcionais. Uma avaliação multiparamétrica através do
programa FreeSurfer forneceu o volume e espessura cortical e determinou as possíveis
correlações entre as disfunções executivas e as estruturas cerebrais. RESULTADOS: A
análise por VBM observou correlação negativa entre o volume do giro frontal médio
bilateralmente, do giro orbitofrontal direito, do giro temporal inferior esquerdo e dos
escores do Inventário Neuropsiquiátrico. Observou-se também correlação negativa entre
o volume bilateral do giro fusiforme, do hipocampo esquerdo, dos giros temporais
médios bilateralmente e do Questionário de Atividades Funcionais. Observou-se ainda
correlação positiva entre os volumes da amigdala direita, do giro fusiforme bilateral, da
insula anterior direita, do giro temporal superior direito, do giro temporal médio
bilateralmente, do giro temporal inferior esquerdo e dos escores da Escala de Avaliação
de Incapacidade em Demência. A avaliação através do FreeSurfer mostrou correlação
negativa entre a Bateria de Avaliação Comportamental da Síndrome Disexecutiva
(subteste das cartas) e o giro frontal médio direito; correlação positiva entre o teste
motor de função executiva e o giro parietal superior esquerdo, o giro temporal médio
esquerdo, giros supramarginais bilateralmente, o giro frontal médio direito e o precuneo
direito; correlação negativa entre o Teste de Stroop Parte III, o giro parietal superior
direito e o giro temporal médio direito. CONCLUSÕES: Sugere-se que, nos pacientes
com Doença de Alzheimer leve, as alterações comportamentais estão associadas
principalmente às reduções volumétricas frontais, e as perdas funcionais às alterações
temporais. As disfunções executivas associam-se às reduções da espessura cortical de
estruturas frontais e áreas temporais e parietais. / FAPESP: 2008/11282-9
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A ação territorial do centro de atenção psicossocial (CAPS) enquanto indicativo de sua natureza substitutiva / Territory action of the psychosocial care center (CAPS) while indicative of its nature substituteQuintas, Renata Martins January 2007 (has links)
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Previous issue date: 2007 / A presente dissertação tem por objetivo investigar as possibilidades de atuaçãode um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) em relação ao território. O referencial teórico fornecido pela Psiquiatria Democrática Italiana e pela experiência santista de formulação de um programa de saúde mental introduz serviços que atuam como substitutivos ao modelo manicomial, por promoverem rupturas em relação ao modo defuncionamento centrado no hospital psiquiátrico. O território torna-se ator estratégico para a transformação da relação entre psiquiatria, loucura e sociedade. Enquanto conjunto de referências sociais, de códigos de funcionamento intrapessoais queconformam um imaginário e uma realidade social que inclui ou exclui o diferente, o território é palco de exercício para a transformação cultural em relação ao fenômeno da loucura. No contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), o CAPS, criado na intenção de substituir as internações em hospitais psiquiátricos, é alçado à categoria de modalidade de serviço a partir das portarias ministeriais, e se difunde nacionalmente enquanto lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais. Aprodução de serviços substitutivos no âmbito do SUS desafia os serviços a romperem com a trajetória de uma reforma reduzida a dimensão técnico -assistencial, para se reaproximarem das transformações éticas, conceituais, jurídicas e sociais que compõemo movimento da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Para tanto, torna-se necessário que extrapolem as vias do olhar clínico tradicional, e incorporem em suas práticas diversas formas de saber de pacientes, familiares e do território. / Tomou-se como campo de investigação um CAPS situado no município do Riode Janeiro, para verificar como se organiza o seu fazer cotidiano, investigando as possibilidades de suas ações, tanto no seu interior quanto em relação ao território, potencializarem transformações nos modos de se conceber e lidar com a loucura.Utilizou-se de observação participante e entrevistas semi-estruturadas com alguns profissionais do serviço. A investigação ressalta a importância de fazer chegar ao cotidiano deste dispositivo um entendimento das transformações que pode operar.
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O louco no hospital geral: imaginário sobre a loucura e desafios ao cuidado integral / The mad at the general hospital: imaginary about the madness and challenges to comprehensive carePrado, Marina Fernandes do January 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015 / A produção do cuidado integral aos pacientes com transtorno mental grave internados no hospital geral em decorrência de um problema de saúde é um desafio para esses serviços e consiste num tema ainda pouco discutido no Brasil, seja no âmbito das políticas públicas, seja na própria academia. Neste contexto, a presente pesquisa se propõe a explorar o imaginário sobre a loucura e suas possíveis implicações para o cuidado integral ao paciente com transtorno mental severo internado em unidades não-psiquiátricas do hospital geral. Para tanto realizamos um estudo teórico, tendo como principais categorias de análise o cuidado integral, o imaginário, o trabalho em saúde e as representações sobre a loucura. Tomamos como um dos conceitos centrais o imaginário social, segundo Cornelius Castoriadis (1982), as principais noções de cuidado desenvolvidas no campo da saúde coletiva, elementos da história da loucura, a partir de uma leitura foucaultiana e as contribuições da psicossociologia francesa, de base psicanalítica, na discussão sobre as organizações. Reconhecemos como característica comum a todo trabalho em saúde seu caráter eminentemente intersubjetivo, protagonizando a cena terapêutica pelo menos dois sujeitos - o profissional de saúde e o paciente - o que nos faz admitir os reflexos dos processos inconscientes para a produção do cuidado assistencial. Desta forma, o trabalho em saúde implica um intenso trabalho psíquico dos profissionais, que envolve fantasias inconscientes,representações e afetos, muitas vezes ambivalentes, com relação ao paciente. / A construção teórica que desenvolvemos sugere que o imaginário social instituído acerca da loucura, apreendida segundo características de imprevisibilidade, periculosidade e desordem, pode desfavorecer a construção de identificações positivas entre o profissional de saúde e o paciente com transtorno mental grave, o que impacta negativamente as práticas de cuidado,especialmente no hospital geral, espaço de alta densidade /concentração tecnológica, elevada padronização de procedimentos e rotinas, apresentando, em geral, pouco espaço para interações mais livres entre pacientes e profissionais. Além disso, a presença do louco no hospital geral e as construções imaginárias que ele tende a suscitar podem desestabilizar os pactos e alianças inconscientes que os profissionais de saúde e gestores, como quaisquer membros de organizações, comumente estabelecem entre si,o que também desestabiliza a dinâmica organizacional. Nessa direção, a centralidade da discussão sobre a dimensão imaginária nos permitiu compreender melhor o processo de construção e desconstrução do cuidado em saúde e os saberes que o sustentam. / Comprehensive care of patients with severe mental disorders, when hospitalized in general hospitals because of some specific health problem, is achallenge to the public health services. This issue is little discussed in Brazil,both in the public health and within the academia. In this context, this researchis an attempt to explore the imaginaries about of madness and its possibleimplications to comprehensive care of patients with severe mental disorders hospitalized in non-psychiatric units of general hospital. This study is based ona theoretical research, with the analysis focusing on thematics related to comprehensive care, different imaginaries, health care and representations of madness. We took as a central concept the social imaginaries, from Cornelius Castoriadis (1982), together with concepts of health care developed on the public health debates, and with elements of the history of madness based onthe studies by Michael Foucault and the contributions from the French school of Psychosociology (with focus on the psychoanalytical theory apllied on organizations). We recognize intersubjectivity as a common characteristic to allhealth work character, having the patient and the health professional as important subjetcs on the therapeutic scene. Concerning this, we admit the importance of unconscious processes for health care development. Thus, the health care work requires an intense psychological effort of professionals, involving unconscious fantasies, representations and affections, of tenambivalent in relation to the patient. ^ien / The theoretical formulation of this thes issuggests that the social imaginary established about madness, considering it asunpredictable, dangerous and disturbing, can not support the construction of positive identifications between the health professional and the patients with severe mental disorders. This has potencially negative impacts in carepractices, especially in large scale public hospitals, as high-density spaces /great technological concentration, high standardization of procedures and routines, but with very little space for more free and informal interactions between patients and health professionals. In addition, in the large scale hospitals, the presence of the patient with madness diagnosis, together with the imaginary constructions that are built around it, could destabilize the pacts and unconscious alliances that health professionals commonly establish among themselves, which may destabilize organizational dynamics. In this sense, the centrality of the discussion about the dimension of the imaginaries allowed us tobetter understand the processes of construction and de construction of healthcare and the knowledge that supports it. (AU)^ien
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Trajetórias de transtornos mentais graves : contribuições da pesquisa em esquizofreniaCzepielewski, Letícia Sanguinetti January 2016 (has links)
Transtornos mentais graves são doenças crônicas altamente incapacitantes que geram um alto custo para a sociedade. Indivíduos acometidos por essas doenças apresentam maior morbidade e mortalidade. Dentre elas, a esquizofrenia parece possuir os piores desfechos. Portanto, estudar a esquizofrenia pode trazer contribuições importantes para o entendimento e manejo de transtornos mentais graves como a depressão maior e o transtorno bipolar. Esse trabalho buscou compreender mecanismos fisiopatológicos da esquizofrenia ao longo de quatro artigos que exploram aspectos de funcionamento cognitivo, funcionamento intelectual, de biomarcadores e de estrutura cerebral. O primeiro artigo investigou as alterações de performance de memória em indivíduos com esquizofrenia em estágios iniciais e tardios da doença comparadas ao transtorno bipolar e a sujeitos saudáveis. Os resultados mostraram que indivíduos com esquizofrenia apresentaram precoces prejuízos cognitivos de memória, diferentemente de indivíduos com transtorno bipolar quando comparados a controles. O segundo artigo investigou as influências das performances cognitiva e intelectual em estruturas cerebrais de indivíduos com esquizofrenia comparados a controles saudáveis. Os resultados indicaram que o funcionamento intelectual pré-morbido estava relacionado ao volume de estruturas globais, enquanto o funcionamento cognitivo estava relacionado ao volume e espessura de massa cinzenta cortical, sugerindo influências diferentes e complementares relacionadas a neurodesenvolvimento e neurodegeneração. O terceiro artigo investigou um biomarcador de envelhecimento precoce, um possível mecanismo para a neuroprogressão na esquizofrenia. Os resultados monstraram que indivíduos com esquizofrenia apresentaram encurtamento de telômero quando comparados a controles, mas não houveram diferenças entre o tamanho de telômero de pacientes e seus irmãos não afetados pela doença. Por fim, o quarto artigo buscou investigar a teoria do envelhecimentoa patológico acelerado na esquizofrenia, integrando os achados dos artigos anteriores. Os resultados demonstraram correlações entre comprimento de telômero, níveis de CCL11, performance de memória, volume de massa cinzenta e tempo de doença em indivíduos com esquizofrenia. Esses achados sugerem que a esquizofrenia seria uma doença do neurodesenvolvimento associada a uma carga adicional ao longo do curso da doença que levaria a um envelhecimento patológico precoce. A partir dos achados em esquizofrenia, pode-se ampliar a compreensão de alterações percebidas nas trajetórias de outras psicopatologias. Com adequado entendimento desses mecanismos, será possível o desenvolvimento de novos tratamentos e intervenções mais efetivas e eficazes. / Severe mental disorders are debilitating chronic diseases that have a high cost to society. Individuals affected by these diseases have increased morbidity and mortality. Among them, schizophrenia seems to have the worst outcomes. Therefore, studying schizophrenia may provide important contributions to the understanding and management of severe mental disorders such as major depression and bipolar disorder. The present study aimed to understand the pathophysiological mechanisms of schizophrenia over four articles that explore aspects of cognitive functioning, intellectual functioning, biomarkers and brain structure. The first article investigated changes in memory performance in individuals with schizophrenia in early and late stages of disease compared to bipolar disorder and healthy subjects. The results showed that subjects with schizophrenia had early cognitive deficits of memory, unlike individuals with bipolar disorder compared to controls. The second article investigated influences of cognitive and intellectual performances on brain structures of individuals with schizophrenia compared to healthy controls. The results indicated that premorbid intellectual functioning was related to volume of global structures, while cognitive functioning was related to volume and thickness of cortical gray matter, suggesting different and complementary influences related to neurodevelopment and neurodegeneration. The third article investigated an early aging biomarker, a possible mechanism of neuroprogression in schizophrenia. The results showed that individuals with schizophrenia had shortened telomeres when compared to controls, but there were no differences between the telometer length of patients and their siblings not affected by the disease. Finally, the fourth article sought to investigate the theory of pathological accelerated aging in schizophrenia, integrating the findings of the previous articles. The results demonstrated correlations between telometer length, CCL11 levels, memory performance, gray matter volume and illness duration in individuals with schizophrenia. These findings suggest that schizophrenia is a neurodevelopmental disorder associated with an additional burden over the course of the disease that leads to a pathological accelerated agig.
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