• Refine Query
  • Source
  • Publication year
  • to
  • Language
  • 295
  • 5
  • 1
  • Tagged with
  • 306
  • 306
  • 306
  • 215
  • 196
  • 177
  • 103
  • 102
  • 80
  • 68
  • 49
  • 41
  • 40
  • 40
  • 40
  • About
  • The Global ETD Search service is a free service for researchers to find electronic theses and dissertations. This service is provided by the Networked Digital Library of Theses and Dissertations.
    Our metadata is collected from universities around the world. If you manage a university/consortium/country archive and want to be added, details can be found on the NDLTD website.
141

O operador do Direito da Defensoria Pública do Estado de São Paulo no atendimento à violência contra a mulher

Bernardes, Isabel Cristina Gonçalves 16 May 2016 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2016-08-09T16:59:44Z No. of bitstreams: 1 Isabel Cristina Gonçalves Bernardes.pdf: 2165834 bytes, checksum: 7ef48c6ef0bf7bc92d6a2e0baeaab0ed (MD5) / Made available in DSpace on 2016-08-09T16:59:44Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Isabel Cristina Gonçalves Bernardes.pdf: 2165834 bytes, checksum: 7ef48c6ef0bf7bc92d6a2e0baeaab0ed (MD5) Previous issue date: 2016-05-16 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / To investigate the care provided by Defenders of the Public Defender of the State of São Paulo to the question of violence against women appearing in the screening of the institution. Rationale: Surpass the logic behind the practices of violence against women, domestically and in the public and institutional scopes is one of the biggest challenges of Brazil, according CPMI Final Report on violence against women, delivered in August 2013 for Senate and Congress. The Public Defender is a fundamental key to this challenge be won, to understand modes, strategies and difficulties of professionals that participate in the initial reception of the legal requirements with respect to this issue is the first step to achieve the eradication this type of violence. Theoretical and methodological aspects: To support this work, we use the discussion of Guacira Lopes Louro about gender stereotypes and Agnes Heller about the naturalization of experienced situations daily and linking them to the current literature on the issues of violence against women and the understanding of professionals that receive women victims of violence. Were done 18 interviews with six women professionals and five men professionals in leadership positions in the researched institution, four men professional and three women professional that work in screening. Results: Identification and referral of demands involving violence against women are big difficulties for professionals of the institution, especially when such violence underlies other legal demands. This difficulty is also due to the organization of this Public Defense and adds to organization and care provided by other institutions and services to this question. Surpass the banality of this type of violence that is manifested, is a possible path to your inquiry pass to a job step and the care of this population be refined. Training on the subject is the most cited by interviewers (women and men) to reach these goals / Investigar o atendimento prestado por Defensoras e Defensores da Defensoria Pública do Estado de São Paulo à questão da violência contra a mulher que aparece na Triagem da instituição. Justificativa: Superar a lógica que subjaz às práticas de violência contra a mulher, tanto no âmbito doméstico quanto no público e institucional é um dos grandes desafios do Brasil, conforme o Relatório Final da CPMI sobre a violência contra a mulher, entregue em agosto de 2013 pelo Senado e Congresso. A Defensoria Pública é peça fundamental para que esse desafio seja vencido, de modo que compreender a forma, as estratégias e as dificuldades dos profissionais de Direito que participam do acolhimento inicial das demandas jurídicas com relação a esse tema é um primeiro passo para alcançar a erradicação dessa modalidade de violência. Aspectos teórico-metodológicos: Para fundamentar este trabalho, partimos das discussões de Guacira Lopes Louro sobre estereótipos de gênero e de Agnes Heller sobre a naturalização das situações vividas cotidianamente vinculando-as à literatura atual sobre violência contra a mulher e do entendimento da questão por profissionais que recebem mulheres em situação de violência. Foram realizadas 18 entrevistas com seis profissionais mulheres e cinco profissionais homens em posição de liderança na instituição pesquisada e com quatro profissionais homens e três profissionais mulheres que atuam como plantonistas na Triagem. Resultados: A identificação e o encaminhamento de demandas que envolvem violência contra a mulher são grandes dificuldades para os profissionais da instituição, em especial quando essa violência subjaz a outras demandas jurídicas. Essa dificuldade se deve também à própria organização da Defensoria e se soma à organização e ao atendimento prestado por outras instituições e serviços a essa questão. Superar a banalização das formas com que essa modalidade de violência se manifesta é um caminho possível para que sua averiguação passe a ser uma etapa de trabalho e o atendimento dessa população seja aperfeiçoado. A formação a respeito do assunto é a providência mais citada pelos/as entrevistadas/os para atingir esses objetivos
142

"Entre a cruz e a espada" : significados da renúncia à representação criminal por mulheres em situação de violência conjugal no contexto da Lei Maria da Penha

Stuker, Paola January 2016 (has links)
Com a promulgação da Lei Maria da Penha, a violência contra mulher emerge de uma situação de invisibilidade para um crime que prevê punição com pena de prisão aos acusados. Contudo, muitas mulheres em situação de violência conjugal que registram uma ocorrência policial manifestam desejo de não processarem criminalmente os acusados, renunciando à representação criminal. Nesta dissertação de mestrado, investigaram-se as dinâmicas das queixas e as motivações das mulheres que renunciam à representação criminal em uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, através de observações participantes dos registros de ocorrências policiais e de entrevistas com as mulheres renunciantes. Sobre o enfoque da sociologia compreensiva weberiana demonstrou-se a confluência entre razão e emoção nessas ações, que foram classificadas através de seus predominantes sentidos em dois grupos: ações estratégicas, através das quais as mulheres utilizam o registro de ocorrência policial de forma estrategicamente racional com relação a fins; e ações dilemáticas, que representam as situações em que as mulheres renunciaram à representação criminal diante de dilemas envolvendo valores, afetos e tradições. Essas ações foram compreendidas no âmbito das relações e representações de gênero, perpassadas por significados de poder e explicadas pelas consubstancialidades de gênero, classe social e geração e aspectos de maternidade; e, complementarmente, no âmbito das práticas policiais no atendimento a esses casos, que reproduzem uma moralidade expressa pela representação do papel da polícia como repressão ao que é historicamente considerado como crime e pela incompreensão das relações de gênero e dos casos de renúncia. Ao final, os resultados desta dissertação rompem dicotomias de gênero e de justiça, revelando que a complexidade dos casos de renúncia à representação criminal por mulheres em situação de violência conjugal não pode se limitar à classificação generalizada destas em vítimas passivas ou detentoras de significativo poder nas relações, nem uma avaliação polarizada sobre o enfrentamento judicial destes casos entre punição ou restauração, mas uma interpretação dos usos e desusos dos mecanismos de Direito por estas mulheres e seus diferentes significados nos âmbitos individual, conjugal e policial. / Through the Maria da Penha law promulgation, the violence against women emerges from an invisibility situation for a crime which provides punishment with detention to accused people. However, many women in domestic violence situations who have registered a police report do not desire to criminally prosecute the perpetrators, denying criminal representation to the case. In this thesis, women's dynamics of complaints and motivations to renounce criminal representation to such cases were investigated, through participant observation of registered police reports and interviews with denying women. The data to carry on this study were available in a Specialized Police Station in Assistance to Women. On the approach of Weber's comprehensive sociology, the confluence between reason and emotion in these actions was demonstrated and they were classified by their predominant senses into two groups: strategic actions, through which women use the police report registration strategically in order to achieve a specific goal; and dilemmatic actions, which represent situations in which women renounce criminal representation before dilemmas involving values, emotions and traditions. These actions were understood within the scope of gender issues, elapsed with meanings of power and explained by consubstantial with social class and generation and maternity issues; and in addition, in the framework of police practices in the treatment of such cases, which reproduce a morality expressed by the representative of the police role as a repression act to what is historically considered as a crime and through the misunderstanding of gender relations and denial cases. To conclude, this thesis results break dichotomies of gender and justice, revealing that the complexity of renounce criminal representation cases by women in domestic violence situations can not be limited to their general classification in passive victims or holders of significant power in relationships, or a polarized evaluation about the judicial confrontation of these cases between punishment or restoration but an understanding of the uses and disuses of law mechanisms for these women and their different meanings in individual, marital and police scope.
143

Sacode a poeira e dá a volta por cima: resiliência em mulheres que vivenciaram violência sexual / Shake the dust and makes a comeback: resilience in women Who experienced sexual violence

Raquel Fonseca Rodrigues 09 March 2010 (has links)
O objeto deste estudo foi o processo de construção da resiliência em mulheres que vivenciaram violência sexual. A violência sexual contra a mulher é um problema antigo no mundo, onde o Brasil dispõe de elevadas estatísticas. As justificativas para a violência contra a mulher constroem-se sob normas e preceitos sociais de gênero, os quais definem as diferenças nos papéis e responsabilidades dos homens e das mulheres na sociedade e na família. As consequências físicas e psicológicas para a mulher em situação de violência sexual são alarmantes, podendo ocasionar traumas por longo prazo ou até mesmo para a vida inteira, impedindo-a de retomar seus direitos humanos e de se reinserirem em suas famílias e na sociedade. Entretanto, após a vivência de uma violência algumas mulheres têm seus comportamentos transformados a fim de retomarem o curso de suas vidas. Tais comportamentos dizem respeito à postura resiliente diante à violência sexual vivida e à sua superação. Reconhecendo este comportamento como uma nova possibilidade de promoção da saúde dessas mulheres, traçou-se como objetivo geral do estudo compreender o processo de construção da resiliência em mulheres que vivenciaram violência sexual. Desenvolveu-se uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa, realizada através da coleta da história de vida com seis mulheres que vivenciaram violência sexual atendidas em um hospital municipal do Rio de Janeiro (Brasil), referência no atendimento dessas mulheres. Os dados produzidos foram interpretados à luz da modalidade temática da análise de conteúdo de Bardin. Deste processo emergiram duas categorias: A violência sexual vivida expressa nas atitudes do cotidiano: sentimentos e emoções e A resiliência de mulheres em situação de violência sexual. Na primeira categoria identificaram-se as atitudes, sentimentos e emoções decorrentes da adversidade. Destacaram-se os sentimentos de medo, tristeza, culpa e perda como sendo as principais mudanças ocorridas com a violência. Na segunda categoria emergiram elementos existentes na vida das mulheres que vivenciaram violência sexual e que favoreceram no processo de construção da resiliência, sendo os aspectos individuais, familiares e sociais. A pesquisa considerou que a resiliência é elemento fundamental na promoção da saúde das mulheres que vivenciaram violência sexual assim como uma oportunidade de melhoria de sua qualidade de vida, uma vez que reduz os agravos decorrentes dessa violência e incorpora sentido de vida, serenidade, autoconfiança, autossuficiência e perseverança na vida da mulher. Contudo, a resiliência para ser desenvolvida precisa além dos aspectos individuais da mulher, uma rede de apoio familiar e social significativa e eficaz. A consulta de Enfermagem estabelecida nos princípios da humanização, integralidade e dialogicidade entre profissional e a mulher, seja nas Estratégias de Saúde da Família ou nos ambientes ambulatoriais e hospitalares, caracteriza-se como campo fértil na promoção e apoio a essa rede familiar e social. A enfermeira torna-se facilitadora na construção da resiliência em mulheres em situação de violência sexual, onde é preciso oferecer escuta sensível e sem preconceitos, incentivar a construção de sentido de vida, a recuperação da autoestima e autoconfiança e de sua reinserção social. / The object of this study was the process of building resilience in women who experienced sexual violence. Sexual violence against women is an old problem in the world, where Brazil has the highest statistics. The justifications for violence against women are built in norms and social precepts of gender, which define the differences in roles and responsibilities of men and women in society and family. The physical and psychological consequences for women in situations of sexual violence are alarming and can cause injury by long-term or even for life, preventing her from resuming their human rights and his reintroduce the family and society. However, after the experience of violence some women have changed their behavior in order to resume the course of their lives. These behaviors relate to resilient stance on sexual violence experienced, which concerns the overcoming of adversity. Recognizing this behavior as a new opportunity to promote the health of these women, traced to the general objective of the study: understanding the process of building resilience in women who experienced sexual violence. Developed an exploratory qualitative approach, carried out by collecting life history with six women who experienced sexual violence treated at a municipal hospital in Rio de Janeiro (Brazil), a reference to meet these women. The data obtained were interpreted in the light of a thematic content analysis of Bardin. From this process emerged two categories: sexual violence experienced in the expressed attitudes of everyday life: feelings and emotions and the resilience of women in situations of sexual violence. In the first category identified the attitudes, feelings and emotions arising from adversity. The highlights were the feelings of fear, sadness, guilt and loss as the main changes to the violence. In the second category emerged existing elements in the lives of women who experienced sexual violence and who favored the process of building resilience, and individual aspects, and social allowances. The research found that resilience is a key element in promoting the health of women who experienced sexual violence as well as an opportunity to improve their quality of life, as it reduces the damages resulting from such violence and incorporates the sense of life, serenity, confidence, self-reliance and perseverance in the life of the woman. However, the resilience need to be developed than the individual aspects of the woman, a network of family and social support meaningful and effective. Consultation with nursing established on the principles of humanization, integrity and capacity for dialogue between professionals and women, whether in Strategies Family Health or hospital outpatient settings and is characterized as a fertile ground to promote and support the family and social network. The nurse becomes a facilitator in building the resilience of women in situations of sexual violence, where you need to provide sensitive listening and without bias, promoting the construction of meaning in life, recover their selfesteem and self-confidence and its re-insertion social.
144

Queimadura autoinfligida em mulheres: a violência de gênero inscrita no corpo / Self-inflicted burn on women: gender violence in scribed on the body

Aída de Souza Dutra 14 March 2011 (has links)
O objeto deste estudo consiste na violência autoinfligida em mulheres por queimadura. As lesões por queimadura são consideradas causas externas (acidentes e violências) e tem contribuído para o aumento geral dos índices de morbimortalidade acarretando perda de anos de vida produtiva. São resultantes de múltiplos fatores como condições socioeconômicas, violências e desigualdade de gênero. Esta pesquisa teve como objetivos: analisar o perfil sociodemográfico das mulheres que vivenciaram queimadura autoinfligida; descrever as circunstâncias e o contexto social relacionados à queimadura autoinfligida em mulheres; analisar os fatores motivadores da queimadura autoinfligida em mulheres; e, discutir a queimadura autoinfligida em mulheres na perspectiva de gênero. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa e exploratória. Os cenários da pesquisa foram dois Centros de Tratamento de Queimados (Municipal e Federal) localizados no Estado do Rio de Janeiro. Os sujeitos do estudo foram 10 mulheres com história de queimadura autoinfligida e que não tivessem história de tentativa de suicídio anterior e diagnóstico de sofrimento psíquico, uma vez que estas situações poderiam comprometer a análise das vivências de violência. A coleta de dados foi realizada através de entrevista semi-estruturada, com roteiro previamente elaborado, no período de novembro de 2009 a março de 2010. Os dados foram analisados através da técnica de Análise de Conteúdo de Bardin, tendo emergido duas categorias: a) A vida da depoente antes da queimadura: percepção da sua condição pessoal; relações familiares envolvendo mãe, pai, avós, irmãos e filhos; relações sociais e relação com o companheiro; b) Queimadura autoinfligida em mulheres: uma questão de violência de gênero: fatores motivadores da queimadura autoinfligida na perspectiva da mulher e queimadura autoinfligida como desfecho da vivência de violência conjugal. As participantes do estudo caracterizavam-se por ter uma vida, anterior ao evento da queimadura, marcada pela violência na relação familiar e, principalmente, com o parceiro. A constante vivência de violência presente na relação com o parceiro, manifestadas por diferentes expressões (físicas, sexuais e psicológicas) resultou em intenso sofrimento que culminou na queimadura autoinfligida. Ficou evidenciado que a queimadura autoinfligida, no grupo estudado foi uma tentativa de interromper com a violência de gênero vivenciada. A escolha pelo fogo foi justificada pelas mulheres como um elemento capaz de produzir maior letalidade e ser de fácil acesso no ambiente doméstico. As mulheres afirmam que o evento da queimadura autoinfligida promoveu transformações em suas vidas. Nos agravos à saúde da mulher, em especial na violência autoinfligida por queimaduras, é relevante considerar as questões de gênero como estratégia de ação e ampliação das práticas de cuidado. / The object of this study is self-inflicted violence in women by burning. Burn injuries are considered external causes (accidents and violence) and have contributed to the overall increase in mortality rates resulting in loss of productive life. They are the result of multiple factors such as socioeconomic status, violence and gender inequality. This study sought to analyze the demographic profile of women who experienced self-inflicted burns; describe the circumstances and social context related to self-inflicted burning in women, analyze the factors which motivated self-inflicted burn in women, and discuss self-inflicted burns in women from a gender perspective. This is both a qualitative and an exploratory study. The research scenarios were two Burns Treatment Centers (Municipal and Federal) located in the State of Rio de Janeiro. The study subjects were 10 women with a history of self-inflicted burns who didnt have a history of previous suicide attempts and diagnosis of psychological distress, since these situations could compromise the analysis of the experiences of violence. Data collection was conducted by means of a semi-structured interview with a predefined script, from November 2009 to March 2010. Data was analyzed with Bardins Content Analysis technique, and two categories have emerged: a) The life of the deponent before the burn: perceptions of her personal condition, family relations involving mother, father, grandparents, siblings and children; social relations and relationship with her partner, b) Self-inflicted burn in women: a matter of gender violence: motivating factors to self-inflicted burns from a woman's perspective and self-inflicted burns as an outcome of the experience domestic violence. The study participants were characterized by having a life, prior to the burn event, marked by violence in the family relationships and especially with their partners. The constant experience of violence in the couple relationship, expressed by different expressions (physical, sexual and psychological) caused intense suffering that culminated in the self-inflicted burns. The study revealed that self-inflicted burns in the group studied was an attempt to stop the gender violence which they experienced. The choice of the fire by women was justified as an element capable of producing greater lethality and being easily accessible in the home. The women say the event of self-inflicted burns caused changes in their lives. In the health risks to the woman, especially in self-inflicted violence by burns, it is important to consider gender issues as an action strategy and expansion of healthcare practices.
145

Vivência de homens autores de violência contra a mulher em Grupo Reflexivo: memórias e significados presentes / Experience of women violence perpetrators in a Reflexive Group: memory and present meaning.

Tales Furtado Mistura 27 April 2015 (has links)
Introdução: A violência contra a mulher tem se apresentado como relevante problema social e de saúde pública, ganhando expressão global na sociedade contemporânea que aponta para sua complexidade e desafios. No Brasil, a promulgação da Lei Maria da Penha (11.340/2006) representa conquista do movimento das mulheres e avanço na busca de tratamento da questão. Dentre os desafios à implementação da Lei a participação em Grupos Reflexivos tem se apresentado, a título de experiência, como estratégia de encaminhamento jurídico aos homens denunciados como autores de violência, que optam voluntariamente pela participação nos mesmos como indicativo de possível atenuação da pena caso, como réu, seja condenado. Objetivo: Em termos gerais, o presente trabalho se propõe a refletir sobre as contribuições relatadas pelos sujeitos da pesquisa à participação dos mesmos em um Grupo Reflexivo e os significados atribuídos pelos mesmos à essa vivência para suas relações afetivo-conjugais e desconstrução de estereótipos de gênero. Método: A pesquisa foi de natureza qualitativa, na perspectiva da historia oral do tipo temática. Foram realizadas entrevistas em profundidade, mediante roteiro temático, com sete homens denunciados pela Lei Maria da Penha, que participaram de Grupo Reflexivo realizado na cidade de São Paulo. As falas foram transcritas e interpretadas à luz da literatura sobre violência, gênero e masculinidades, buscando-se uma aproximação à denominada análise de discursos, que contempla a ideia do lugar social de onde se fala. Resultados e Discussão: Na chegada ao grupo os homens relatam sentimento de estranhamento e não pertencimento por não se identificarem como autores de violência, pela conotação social atribuída a tal expressão: a de agressores ou criminosos. Pela característica aberta e de fluxo contínuo do Grupo Reflexivo, que leva a um acolhimento de discursos diferenciados por parte de todos os membros do grupo, e não somente dos coordenadores/ facilitadores, a partir do segundo encontro nossos entrevistados passam a identificá-lo como rico espaço de interlocução e a atribuir sentido às suas participações no mesmo. Foram identificadas mudanças em relação às suas concepções acerca da violência contra a mulher, inicialmente atribuída somente a agressões físicas graves, assim como novos posicionamentos frente aos conflitos afetivo-conjugais e de gênero. Antes naturalizados, tais conflitos passaram a ser entendidos como marcadores da ocorrência de violência em potencial e risco de denúncia. Daí todos os homens investigados, independentemente de sua categoria sócio-profissional e nível de escolaridade, mencionarem como grande contribuição da participação no grupo a identificação de estratégias pessoais para se prevenirem dessa ordem de conflitos com as mesmas ou com novas companheiras. Nessas estratégias delineia-se, em seus discursos, a busca de flexibilização e (re)significação dos relacionamentos. Considerações Finais: A presente pesquisa permite evidenciar a grande contribuição que os grupos reflexivos podem propiciar à desconstrução dos estereótipos de gênero e da masculinidade hegemônica, em nossa sociedade, por possibilitar aos homens novo entendimento acerca do significado La Lei Maria da Penha e da sua importância no combate a prática da violência contra as mulheres. Para maior alcance social e jurídico de tais grupos é sugerido o aprofundamento de alguns temas identificados como cruciais e destacada a relevância de que tais grupos possuam lugar definido na aplicação da Lei e estejam oficialmente inscritos na política pública de combate à violência contra a mulher. / Introduction: Women violence, a relevant social and Public Health problem, has gained global expression in contemporary society with its complexity and challenges. In Brazil, the passing of the bill Lei Maria da Penha (11.340/2006) represents an achievement of the women movement and an advance in search for solution. Among the challenges legal of the implementation of the law reflexive groups has been attempted as a strategy of referral of men reported as violence perpetrators who volunteer to participate in search for sentence mitigation in case of conviction. Objectives: The present work aims at reflecting on the contribution reported by the study participants as members of the reflexive group and the meanings generated by the experience towards their affective marital relations along with the gender stereotype deconstruction. Method: This is a qualitative research study from a thematic oral story perspective with seven men reported as violence perpetrators under the Lei Maria da Penha participating in the Reflexive Group in the city of São Paulo. In depth thematic scripted interviews were carried out. Statements were transcribed and interpreted in the light of violence, gender and masculinities literature, in consonance with discourse analysis, that contemplates the idea of the social locus of discourse terrain. Results and Discussion: On arrival the group of men refers strangeness and mismatch for not perceiving themselves as violence perpetrators given the social connotation of the label assaulter and criminal. Given the openness and continuous flow present in the reflexive groups there is acceptance of different discourses, not restrictive to coordinators, but also of those generated by all members of the group. Thus the interviewees perceive the group as of the second meeting as a rich space of interlocution and see meaningfulness in their participation. Change was identified in their concepts of women violence at first attributed to solely to severe physical assault alongside with new attitude concerning gender and affective marital conflicts. Originally seen as natural, such conflicts are then perceived as markers of potential violence occurrence and report risk. Hence, irrespective of socio-professional category and schooling level, all studied men refer the participation in the group as significant contributor to the identification of personal strategies for prevention of such kind of conflict both with the present or new partners. Their discourse displays such strategies in the search of flexibility and re signification of relationships. Conclusion: The present study brings into focus the marked contribution of reflexive Groups towards the deconstruction of gender stereotypes and hegemonic masculinity in our society. It enables men to exercise novel understanding of the meaning of Lei Maria da Penha and its importance in the combat against women violence. This work also puts in evidence that the broadening of the social and juridical scope of Reflection Groups demands both the deepening of a few themes identified as crucial. It highlights the clear relevance of such groups for the enforcement of the law and the need for its official inclusion in the public policy of combat against women violence.
146

Violência doméstica contra a mulher: representações e práticas do agente comunitário de saúde / Domestic violence against women: representations and practices of the community health worker

Adriana Miranda Ferreira Leite Jacinto 23 July 2018 (has links)
Introdução - Esta pesquisa discute o papel do agente comunitário de saúde (ACS) na identificação dos casos de violência doméstica contra a mulher, considerando sua dimensão e alcance nas relações humanas e os aspectos que contribuíram para sua invisibilidade ao longo da história, além dos prejuízos à saúde e qualidade de vida dos indivíduos, tornando-se um problema de saúde pública. Postula-se que o estudo das representações sociais deste profissional venha a favorecer a efetividade das ações e intervenções da equipe de saúde da família. Objetivo - conhecer e problematizar as representações do ACS sobre a violência doméstica contra a mulher. Método - Convidamos a participar da pesquisa todos os agentes comunitários de saúde das cinco Unidades de Saúde da Família do município de Jundiaí. Foram realizados cinco grupos focais e, para análise das representações sociais, utilizou-se a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin. Resultados - As representações dos agentes comunitários quanto ao aspecto privado e particular das relações, bem como a responsabilização da mulher pela compreensão de sua autonomia para romper com o ciclo de violência, despontaram como aspectos desfavoráveis para a reflexão nas questões de gênero, assim como para a elaboração das ações pelos serviços de saúde. A assimilação dessas representações refletiu, inclusive, no distanciamento dos agentes comunitários do contexto de violência contra a mulher, já que para esses profissionais, o limite entre a esfera pública e privada não deve ser ultrapassada sem permissão, consentimento ou pedido de ajuda da mulher. Outros aspectos, como a confusão entre notificação e denúncia, o descrédito na Lei Maria da Penha, o medo de exposição e retaliação na pós-denúncia, a insegurança quanto ao sigilo e a ética dos profissionais de Segurança Pública produziram nos agentes comunitários o desinteresse pela notificação compulsória e a resistência tanto à realização da denúncia, bem como à orientação da mulher a fazer o boletim de ocorrência. Conclusão - Levando-se em consideração a complexidade do problema, aponta-se para a capacitação dos agentes comunitários e demais profissionais da equipe de saúde em uma perspectiva direcionada à abordagem das violências. Entende-se, no entanto, que a formação desses profissionais não pode ser pensada à parte de um contexto adverso de organização do serviço, que envolve a terceirização, a precarização e a rotina de trabalho estressante voltada para metas. Logo, não é apenas a capacitação do profissional que irá resolver essa questão, mas a consideração de outros elementos como o engajamento da Saúde na transformação da cultura, principalmente o que concerne às representações de gênero. Dessa forma, a saúde poderá contribuir para práticas transformadoras, viabilizando a discussão em articulação com os movimentos sociais e a sociedade sobre essa possibilidade de mudança. / Introduction - The present research discusses the relevance of the community health worker (CHW) in identifying cases of domestic violence against women, considering their dimension and scope in human relations and the aspects that contributed to their invisibility throughout history, as well as the health and quality of life of individuals, becoming a public health problem. It is postulated that the study of social representations of this professional may favor effectiveness of actions and interventions of the family health team. Objective - to know and to problematize the representations of the CHW on domestic violence against the woman. Method - all the community health workers from five Family Health Units from Jundiaí were invited to participate in the survey. Five focus groups were carried out and Bardin Content Theme Analysis was used to analyse the social representations. Results - The representations of the community health worker regarding the private and particular aspect of the relations, as well as the women\'s responsibility for the understanding of their autonomy to break with the cycle of violence, emerged as unfavorable aspects for the reflection on the gender issues as well as for the elaboration of the actions by the health services. The assimilation of these representations also reflected in the distancing of community health worker from the context of violence against women, since for these professionals, the limit between the public and private sphere should not be surpassed without women\'s permission, consent or request for help. Other aspects such as the confusion between notification and denunciation, disrepute in the Maria da Penha Law, the fear of exposure and retaliation in the post-denunciation and the insecurity about the secrecy and the ethics of Public Safety professionals produced in the community health worker the lack of interest in the notification and the resistance to both the denunciation and the orientation of the woman to make the report of occurrence. Conclusion - Taking into account the complexity of the problem, it is pointed to the training of community health worker and other professionals of the health team in a perspective aimed at approaching violence. It is understood, however, that the training of these professionals can not be thought apart from an adverse context of organization of the service, which involves outsourcing, precariousness and stressful work routine geared toward goals. Therefore, it is not only the training of the professional that will solve this question, but the consideration of other elements such as the engagement of health in the transformation of culture, especially with regard to gender representations. In this way, health can contribute to transformative practices, enabling discussion in articulation with social movements and society about this possibility of change.
147

VIOLÊNCIA NA GRAVIDEZ: caracterização de casos em São Luís (MA) no ano de 2010 / Violence in pregnancy: St. Louis (MA) cases characterization in the year 2010.

Aguiar, Lia Cardoso de 10 March 2014 (has links)
Made available in DSpace on 2016-08-19T18:32:11Z (GMT). No. of bitstreams: 1 LIA CARDOSO DE AGUIAR.pdf: 1401706 bytes, checksum: 06fcc8fd1e5a6dddf4baed6d045e831d (MD5) Previous issue date: 2014-03-10 / Violence against women is a complex public health problem which can be present even in a moment of the woman's life when her well-being should be assured: pregnancy. There are a few researches on how violence towards women is characterized. Even more scarce are the studies that characterize the occurrence and kind of violence against women during pregnancy. This study aimed at describing the violence against women in the city of São Luís (MA) in the year 2010. The methodology used consisted of structured interviews (questionnaires) with 1446 pregnant women, only one pregnancy, from 22 to 25 weeks bearing the child, confirmed by ultrasound made in the first trimester and in facilities of both public and private health system. To assess the violence during pregnancy a WHO questionnaire was used Multicountry Study about Women's Health and Violence Against Women. The data was analyzed and distributed in frames and graphic categorized by frequence and percentage. Statistic tests were not used. Data analysis revealed that violence was present during in 49,65% of the pregnancies, being psychological violence more frequent. The increase in sexual violence was expressive during pregnancy (11,29%). It was observed that regardless the kind of violence physical, sexual and/or psychological the pregnant women showed the same social-economic standard: aged between 20 and 34, dark skin, between 9 and 11 years of study, living with a partner and not having kids at home, being out of the economical active population, having family wage between 1 and less than 3 minimum wages and being from the C class. The current husband/partner/boyfriend was pointed as being the aggressor in most cases. It is concluded that violence against women can happen any time, including pregnancy, regardless skin color, schooling, social class, and in different ways (physical, sexual and/or psychological). / A violência contra mulher é um problema de saúde pública complexo que pode estar presente até mesmo em um período da vida da mulher em que seu bem-estar deveria ser especialmente assegurado: a gestação. Há poucas pesquisas sobre a caracterização da violência contra a mulher. Mais escassas ainda são estudos que caracterizem a ocorrência e o tipo de violência contra a mulher durante o período gestacional. O objetivo deste estudo foi descrever as características da violência perpetrada contra gestantes, na cidade de São Luís (MA) em 2010. A estratégia metodológica utilizada consistiu na realização de entrevistas estruturadas (questionário) com 1446 gestantes, de gravidez única, idade gestacional de 22 a 25 semanas confirmada por ultrassom realizada no primeiro trimestre gestacional, em unidades de saúde e serviços de ultrassonografia da rede pública e privada. Para avaliar violência durante a gestação foi utilizado um questionário da OMS - Estudo Multipaíses sobre Saúde da Mulher e Violência contra a Mulher. Os dados foram analisados e distribuídos em tabelas e gráfico categorizados por frequência e porcentagens. Não foram utilizados testes estatísticos. A análise dos dados revelou que a violência esteve presente durante a gestação de 49,65% mulheres, sendo a violência psicológica a mais frequente. O aumento da violência sexual durante a gravidez foi expressivo (11,29%). Observou-se que independente do tipo de violência física, sexual e/ou psicológica as gestantes apresentaram o mesmo padrão socioeconômico: idade entre 20 a 34 anos, cor da pele parda, com 9 a 11 anos de estudo, morar com o companheiro e não ter filhos no domicílio, encontrar-se fora da população economicamente ativa, a maioria contava com renda familiar entre 1 a menor que 3 salários mínimos e ser da classe C. O atual marido/companheiro/namorado foi apontado como autor da agressão na maioria das ocorrências. Conclui-se que a violência contra a mulher, pode acontecer a qualquer momento, inclusive na gravidez, independente de cor, escolaridade ou classe social e de diferentes formas (violência física, sexual e/ou psicológica).
148

CONCEPÇÕES E AÇÕES DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE PARA ATENÇÃO EM REDE ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA / CONCEPTS AND ACTIONS FROM THE PROFESSIONALS FOR ATTENTION NETWORK TO WOMEN IN VIOLENCE SITUATION

Arboit, Jaqueline 17 February 2016 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This research was part of the discussion of the care network to women in situations of violence. Aimed to know the conceptions and actions of primary health care services of professionals for the care network for women in situations of violence. This research was exploratory and descriptive with a qualitative approach, developed in three Strategies of Family Healthcare and a Basic Health Unit from the city Santa Maria, Rio Grande do Sul. The participants were twenty and one health professional in these locations. The data collection occurred during the months from April to July 2015, through semi-structured interviews. For assessment of the data obtained, it was used the Thematic Content Analysis proposed by Minayo. Some recommendations were followed, as fixed by the Resolution 466/2012 of the National Health Council, respecting the regulatory standards for research involving human subjects. On the total study participants, fifteen are women. As for labor characteristics and professional training of health professionals, it is emphasized that seven are Community Health Workers; and the majority of the working time is less than one year. The statements of the participants were organized into three themes: facilitating factors to identify situations of violence against women in the Primary Health Care; hindering aspects for the identification of situations of violence against women in the Primary Health Care and care network to women in situations of violence. Health professionals should understand that the health care of women victims of violence does not end in the health services, and therefore they need to be able to meet the responsibilities from the different departments that set the inter-sectoral network in order to make appropriate referrals. In this perspective, health services also become strategic for the development of actions with women in situations of violence, knowing that health professionals often are included in the enviroment in which these women live. So they need to be prepared to offer these women a qualified assistance, focusing on integrality of health actions. / A presente pesquisa inseriu-se na discussão da rede de atenção à saúde das mulheres em situação de violência. Teve como objetivo conhecer as concepções e ações de profissionais de serviços da Atenção Primária à Saúde para a atenção em rede às mulheres em situação de violência. Tratou-se de pesquisa exploratório-descritiva com abordagem qualitativa, desenvolvida em três Estratégias de Saúde da Família e uma Unidade Básica de Saúde do município de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Os participantes foram vinte e um profissionais de saúde trabalhadores desses locais. A coleta de dados ocorreu nos meses de abril a julho de 2015, por meio de entrevistas semiestruturadas. Para apreciação dos dados obtidos foi empregada a Análise de Conteúdo do Tipo Temática proposta por Minayo. Foram seguidas as recomendações previstas na Resolução nº466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, respeitando as normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. A análise dos depoimentos dos participantes foi organizada em três categorias temáticas: aspectos facilitadores para a identificação de situações de violência contra as mulheres na APS; aspectos dificultadores para a identificação de situações de violência contra as mulheres na APS e rede de atenção as mulheres em situação de violência. Os profissionais de saúde devem entender que a atenção à saúde das mulheres em situação de violência não se encerra nos serviços de saúde, e por isso precisam ser capazes de conhecer as atribuições dos diferentes serviços que compõe a rede intersetorial, para poder realizar encaminhamentos adequados. Nesta perspectiva, os serviços de saúde também se tornam estratégicos para o desenvolvimento de ações junto às mulheres em situação de violência, tendo em vista que os profissionais de saúde, muitas vezes, estão inseridos no território onde essas mulheres vivem. Assim, precisam estar preparados para ofertar a estas mulheres uma assistência qualificada, com foco na integralidade das ações em saúde.
149

Serious game para qualificação das práticas de profissionais de saúde na abordagem à violência contra a mulher

Almeida, Luana Rodrigues de 10 February 2015 (has links)
Made available in DSpace on 2015-05-14T12:47:19Z (GMT). No. of bitstreams: 1 arquivototal.pdf: 3698853 bytes, checksum: 2aef64808c364d9731b5fd0d369cfa20 (MD5) Previous issue date: 2015-02-10 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / This study aimed to analyzing the potential of serious games as a pedagogical tool in the qualification of health professionals in the approach to domestic violence against women. Recognized as a universal problem and important epidemiological dimension, violence against women is a phenomenon based on gender, and its confrontation requires multidisciplinary interventions. To develop and evaluate the serious game presented in this research, the work included simultaneous adoption and complement of two methodological approaches: the qualitative and quantitative. The quality plan was used for defining the pedagogical dimension of the game, i.e. to identifying the themes that led to construction of the conceptual map categories (MC). Such categories and themes subsidized game implementation guiding the definition and creation of game elements: plot, challenges, images/scenes and method of evaluation. The theoretical dimension of the game and its pedagogical character are based on the Constructivist perspective based on the Freiriana methodology of problematization of reality. Pandora's box is a narrative about the life of a woman in a situation of domestic violence using public health services.The graphic design of the game and the method of evaluation were designed to work with concepts that guide professional practice by considering the knowledge and worldviews of the professionals are constituted as instruments of the health working process. In this approach, the game elements (illustrations, reflective dialogues, musical tracks and the method of valuation of the player, which acts as the intelligence of the game) were designed to awaken the motivations for reflection and awareness of the player. From the quantitative research, the game has been validated on the 85 professionals from family health teams. The results of this validation enabled verify the capability of the game for deserting the motivations towards learning about the issue, mobilizing new knowledge and enabling the production of new concepts by the players. The results showed that the game also proved powerful to steer changes of conceptions regarding the problem. Pandora's box was well accepted by health professionals as a pedagogical resource and training, having positive evaluation of more than 90% of the players. That way, the argument championed in this study that the serious games are capable of arousing motivation for learning and changing conceptions of the domestic violence committed against women. In particular, Pandora's box has the potential to working the theme of domestic violence in public health services and to contributing to a change of paradigmatic assistance on women's health. / Este estudo objetivou analisar as potencialidades dos serious games como uma ferramenta pedagógica na qualificação de profissionais de saúde na abordagem à violência doméstica contra a mulher. Reconhecida como um problema universal e de importante dimensão epidemiológica, a violência contra as mulheres é um fenômeno baseado no gênero e o seu enfrentamento requer intervenções multidisciplinares. Para desenvolver e avaliar o serious game apresentado nessa pesquisa, o trabalho comportou a adoção simultânea e complementar de duas abordagens metodológicas: a qualitativa e a quantitativa. O plano qualitativo foi utilizado para a definição da dimensão pedagógica do jogo, ou seja, para a identificação dos temas que conduziram a construção das categorias do Mapa Conceitual (MC). Tais categorias e temas subsidiaram a implementação do game orientando a definição e criação dos elementos do jogo: enredo, desafios, imagens/cenas e método de avaliação. A dimensão teórica do jogo e o seu caráter pedagógico fundamentam-se na perspectiva Construtivista com base na metodologia Freiriana de problematização da realidade. Caixa de Pandora trata de uma narrativa sobre a vida de uma mulher em situação de violência doméstica que recorre aos serviços públicos de saúde. O design gráfico do jogo e o método de avaliação foram projetados para trabalhar com concepções que orientam práticas profissionais por considerar que os saberes e as visões de mundo dos profissionais se constituem como instrumentos do processo de trabalho em saúde. Nesse enfoque, os elementos do jogo (ilustrações, diálogos reflexivos, trilhas musicais e o método de avaliação do jogador, que atua como a Inteligência do jogo) foram elaborados para despertar as motivações para a reflexão e a tomada de consciência do jogador. A partir da pesquisa quantitativa, o jogo foi validado por 85 profissionais de equipes de Saúde da Família. Os resultados dessa validação permitiram verificar a potencialidade do jogo para desertar as motivações no sentido da aprendizagem sobre o tema, mobilizando novos saberes e permitindo a produção de novos conceitos pelos jogadores. Os resultados evidenciaram também que o jogo se mostrou potente para orientar mudanças de concepções a respeito do problema. Caixa de Pandora foi bem aceito pelos profissionais de saúde como um recurso pedagógico e de treinamento, tendo avaliação positiva de mais de 90% dos jogadores. Dessa maneira, confirma-se o argumento defendido neste estudo de que os serious games são capazes de despertar motivações para o aprendizado e mudança de concepções sobre a violência doméstica cometida contra mulheres. Em especial, Caixa de Pandora apresenta potencialidades para trabalhar o tema da violência doméstica nos serviços públicos de saúde e contribuir para uma mudança paradigmática da assistência na saúde da mulher.
150

Representação da violência de gênero contra a mulher nos jornais de Cabo Verde : uma análise de conteúdo de A Semana, A Nação e Expresso das Ilhas

Fernandes, Isis Cleide da Cunha January 2012 (has links)
Este estudo situa-se na interface de duas áreas específicas: a comunicação, concretamente do jornalismo, e os estudos de gênero. O principal objetivo nesta pesquisa foi analisar como os jornais de Cabo Verde representam a violência de gênero contra as mulheres, no intuito de se perceber a importância e o destaque que atribuem ao tema. Para tanto, foram analisadas 134 matérias jornalísticas, publicadas nos jornais A Semana, Expresso das Ilhas e A Nação no período compreendido entre 2000 e 2010. O referencial teórico que suportou as discussões feitas sobre o tema assentam nas teorias construcionistas do jornalismo, designadamente na teoria do agendamento, bem como nos estudos de gênero e ainda em alguns estudos análogos sobre violência de gênero na mídia. Utilizou-se a análise de conteúdo como metodologia de pesquisa de forma a alcançar os objetivos específicos propostos: mapear a frequência (ou a ocorrência) da cobertura jornalística sobre violência de gênero contra as mulheres nos jornais cabo-verdianos - jornais A Semana, Expresso das Ilhas e A Nação - ao longo do período de 2000 e 2010; descrever as características da cobertura jornalística feita por esses jornais sobre a violência de gênero contra as mulheres; analisar a importância (ou prioridade) e o destaque atribuídos ao tema no período entre 2000 e 2010; refletir sobre o papel dos jornais de Cabo Verde no agendamento de discussões sobre o tema junto da sociedade cabo-verdiana. Da análise feita, concluiu-se que a temática da violência de gênero contra as mulheres figura como notícia nos jornais cabo-verdianos, essencialmente, associada a atos reais desse tipo de violência, mas a imprensa escrita tende a tratar a questão com superficialidade e sem aprofundamento de um problema social. Essa forma de tratamento privilegiado pelos jornais é atestada pelo predomínio de fontes policiais, pelo relato extremamente factual, motivado por histórias individuais, pouco contextualizadas, com baixa presença de opiniões divergentes, e pouquíssimos dados (estéticas, leis, políticas públicas, serviços de apoio e denúncia existentes). A cobertura feita pelos jornais permite concluir ainda que os veículos impressos estudados não agendam discussões junto da sociedade que permitem um conhecimento mais aprofundado do fenômeno da violência contra as mulheres e se abstêm do papel de controle social, no sentido de fiscalizar e cobrar do Estado políticas públicas para se pôr cobro ao problema. / This study lies at the interface of two specific fields: communication, particularly journalism, and the studies of gender. The main objective in this research was to analyze how Capeverdean newspapers represent gender-based violence against women in order to understand the importance and the prominence that they attach to the issue. Thus, we analyzed 134 articles, published in the newspapers A Semana, Expresso das Ilhas and A Nação in the period between 2000 and 2010. The theoretical framework that supported the discussions on the subject is based on constructionist theories of journalism, particularly the theory of agenda-setting, as well as in gender studies and even in some similar studies on gender violence in the media. We used content analysis as a research methodology in order to achieve the proposed specific objectives: to map the frequency (or occurrence) of coverage on gender-based violence against women in the Capeverdean newspapers – A Semana, Expresso das Ilhas and A Nação - between 2000 and 2010; to describe the characteristics of the coverage made by these newspapers on gender-based violence against women; to analyze the importance (or priority) and the prominence given to the issue between 2000 and 2010; to reflect on the role of newspapers in Cape Verde in scheduling discussions on the subject with the Capeverdean society. From the analysis it was concluded that the Capeverdean newspapers published news about gender-based violence against women, essentially, associated with real acts of violence, but the press tends to treat the issue superficially and without a deep exploration of it as a social problem. This form of privileged treatment by the newspapers is attested by the prevalence of police sources, the extremely factual report, driven by individual stories, less contextualized, with low presence of divergent opinions, and very few data (statistics, laws, policies, supporting services and existing complaints). The newspapers coverage of the issue suggests that the print media has not scheduled discussions with the society that allow a deeper understanding of the violence phenomenon against women and eschews from the role of social control, in order to monitor and call for public policies from the State to put an end to the problem.

Page generated in 0.0632 seconds