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Impacto de eventos traumáticos em aspectos clínicosFontanari, Anna Martha Vaitses January 2015 (has links)
A Disforia de Gênero (DG) caracteriza-se pela marcada incongruência entre gênero e sexo atribuído ao nascer. Trata-se de uma condição rara, cuja prevalência varia muito de acordo com o local estudado: na Nova Zelândia, há 27,48 por 100 000 habitantes, enquanto que, no Irã, são 0,68 por 100 000 habitantes. Sua etiologia depende da interação entre fatores biológicos e psicossociais, sendo a herdabilidade estimada de 62%. Indivíduos diagnosticados com DG integram populações sujeitas a maior violência, desde bullying até violência sexual. História de maus-tratos na infância (HMI) associa-se a maior prevalência de psicopatologias e de envolvimento com trabalho sexual na vida adulta. O objetivo do nosso estudo é avaliar a HMI como indicador de consequências mal adaptativas na vida adulta de transexuais homem-para-mulher (HpM). Utilizamos dados transversais coletados de 289 transexuais HpM, que compareceram a atendimentos regulares, do ano de 1998 a 2014, em ambulatório do Sul do Brasil, chamado Programa de Identidade de Gênero (PROTIG). Elas foram diagnosticadas de acordo com os critérios do DSM-IV-TR para transtorno de identidade de gênero (TIG), avaliadas para comorbidades utilizando o Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI) e para história psiquiátrica, demográfica, psicossexual e familiar por questionários específicos. A presença de HMI foi investigada por três perguntas qualitativas, envolvendo abuso sexual, violência sexual e negligência, semelhantes ao Traumatic Events Screening Inventory – Self Report Revised (TESI-SRR). A associação entre o HMI e variáveis tanto psicossociais quanto clínicas foi realizada por análises bivariadas seguidas por modelo de regressão logística. O modelo utilizado para a regressão logística incluiu a cirurgia de redesignação sexual (CRS), tentativas de suicídio, vírus da imunodeficiência humana (HIV), doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), desordem depressiva maior, distimia, episódios maníacos e hipomaníacos, idade de início do cross-dressing definitivo, idade de início dos jogos trocados, atuação como profissional do sexo e apresentar, pelo menos, uma comorbidade psiquiátrica. O objetivo da regressão logística foi controlar potenciais confundidores nas associações bivariadas, não estabelecer relações de causa e efeito. Verificamos que a exposição à HMI associa-se com trabalho sexual (p < 0,001), com HIV (p = 0,006), com possuir pelo menos uma comorbidade psiquiátrica (p = 0,006), com transtorno de depressão maior (p = 0,025), com risco de suicídio (p = 0,014), com abuso de álcool (p = 0,027) e com maior idade de início do cross-dressing definitivo (p = 0,041) e dos jogos trocados (p = 0,009). Após a regressão logística, apenas a atuação como profissional do sexo (p < 0,001) e apresentar, pelo menos, uma comorbidade psiquiátrica (p = 0,005) permaneceram significativamente associadas com HMI. Nosso estudo sugere que as transexuais com HMI exibem maior frequência de envolvimento com trabalho sexual e psicopatologia em sua vida adulta. A partir disso, reforça-se a importância de ações preventivas direcionadas à coibir maus-tratos durante à infância, evitando-se, por exemplo, bullying homofóbico. Além disso, indivíduos diagnosticados com DG, que sofreram maus-tratos durante a infância, deverão receber especial atenção psicológica, a fim de impedir desfechos negativos, como doenças psiquiátricas e tentativas de suicídio. / Gender Dysphoria (DG) is characterized by marked incongruence between gender and sex assigned at birth. It’s a rare condition whose prevalence varies based on geographical location: in New Zealand, there are 27.48 per 100 000 inhabitants whereas, in Iran, there are 0.68 per 100 000 inhabitants. Its etiology depends on interaction between biological and psychosocial factors, presenting an estimated heritability of 62%. Individuals diagnosed with DG are victims of greater violence, from bullying to sexual violence. Childhood history of maltreatment (CHM) is associated with a higher prevalence of psychopathology and sex work in adulthood. The aim of our study is to further characterize the role of CHM as an indicator of maladaptive consequences in adult male-to-female transsexuals (MtF). Our study used cross-sectional data from a consecutive sample of 289 MTF transsexuals, which attended, from 1998 to 2014, an outpatient clinic in Southern Brazil, called Gender Identity Program (PROTIG). They were diagnosed according to the DSM-IV-TR criteria for gender identity disorder (GID), were evaluated for comorbities using Mini International Neuropsychiatric Interview and for demographic, psychosexual and family history with specific questionnaires. The lifetime presence or absence of childhood trauma was investigated by asking three separated questions, similar to specific questions related to sexual abuse and negligence included in the Traumatic Events Screening Inventory – Self Report Revised. The association between CHM and psychosocial and clinical variables was evaluated bivariate analyses followed by stepwise backwards logistic regression models. The logistic regression model included gender redesign surgery (GRS), suicide attempt, human immunodeficiency virus (HIV), sexually transmitted diseases (DST), major depression disorder, dysthymia, manic or hypomanic episode, age of cross-dressing definitive and age of exchanged games, sex work and psychiatric comorbidities. The purpose of the logistic regression was to control potential confounding factors in the bivariate associations, not to establish cause and effect relationships. We found that being exposed to CHM is associated with sex work (p < 0.001), HIV (p = 0.006), having at least one psychiatric comorbidity (p = 0.006), major depression disorder (p = 0.025), risk of suicide (p = 0.014), alcohol abuse (p = 0.027) and age of onset of definitive cross-dressing (p = 0.041) and of exchanged games (p = 0.009). After the logistic regression, only sex work (p < 0.001) and having at least one psychiatric comorbidity (p = 0.005) remained significantly associated with CHM. Our study suggests that transsexuals with CHM present a higher frequency of sex work and psychopathology in their adult life. These findings raise the important issue that prevention actions might be indicated to avoid children maltreatment especially in risk groups, for example, homophobic bullying in children with atypical gender behavior. In addition, individuals diagnosed with DG, who suffered abuse during childhood, should receive special psychological care, in order to prevent negative outcomes, such as psychiatric disorders and suicide attempts.
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Vulnerabilidade para o HIV em mulheres trans : o papel da psicologia e o acesso à saúdeCosta, Angelo Brandelli January 2015 (has links)
O objetivo deste estudo foi analisar a vulnerabilidade programática, social e individual para a infecção por HIV em mulheres trans. Para esse fim, realizaram-se quatro estudos. No primeiro estudo, a partir da análise crítica da escala de Masculinidade e Feminilidade (M) da versão brasileira da Escala de Personalidade de Comrey (CPS), recuperou-se o tratamento histórico que a psicologia feminista deu às ideias de sexo e gênero e seus desdobramentos. Além disso, apontou-se para uma concepção de gênero autodeterminada, não essencialista, pluralista e não patológica. Por fim, analisou-se como o CPS é mantido como medida psicológica válida no contexto brasileiro em paralelo, contraditoriamente, com a defesa da igualdade de gênero. O segundo estudo avaliou a prevalência de HIV em mulheres trans do sul do brasil que buscam cirúrgicas de redesignação genital e fatores associados. O terceiro, buscou conhecer as demandas e barreiras no acesso a serviços de saúde relativos ao HIV e específicos para pessoas trans em dois estados do Brasil - Rio Grande do Sul e São Paulo -, que iniciaram de forma pioneira o atendimento a essa população. Foram investigadas, ainda, as experiências de discriminação no contexto de saúde que impactavam o acesso à saúde em geral. Por fim, o quarto estudo, avaliou a eficácia de uma intervenção online multidimensional (educacional, afetiva e comportamental) para mudar as atitudes dos profissionais de saúde em relação a população LGBT. Encontrou-se que a psicologia brasileira precisa aderir a uma visão inclusiva da diversidade de gênero, que a prevalência de HIV em mulheres trans é alta e associada ao trabalho sexual, que há barreiras no seu acesso à saúde e, que o preconceito dos profissionais de saúde é alto, mas que intervenções para reduzi-lo são efetivas. Apontam-se diretrizes para psicologia reduzir a vulnerabilidade da população trans. / The aim of this study was to analyze the programmatic, social and individual vulnerability to HIV infection among trans women. For this aim, four studies were done. In the first study, a critical literature review of the Masculinity and Femininity (M) scale of the Brazilian version of Comrey Personality Scale (CPS) recovered the historical treatment that feminist psychology gave the sex and gender ideas and their developments. In addition, the studied pointed to a self-determined, not essentialist, pluralistic and not pathological gender conception. Finally, it was examined how the CPS is kept as valid psychological measure in the Brazilian context in parallel, paradoxically, to the defense of gender equality. The second study assessed the prevalence of HIV and associated factors in trans women from southern Brazil who seek sex reassignment surgery. The third study sought to evaluate the demands and barriers in access to health services related to HIV and specific to trans people in two states in Brazil - Rio Grande do Sul and São Paulo - that started in a pioneering way the care of this population. It also investigated the experiences of discrimination in the health context that impacted access to health care in general. Finally, the fourth study assessed the effectiveness of a multidimensional (educational, affective and behavioral) web-based intervention program to change Brazilian health care practitioners’ attitudes toward the LGBT population. It was found that the Brazilian psychology must adhere to a comprehensive view of gender diversity, that the prevalence of HIV in trans women is high and associated with sex work, that there are barriers in the healthcare access and that prejudice among health professionals is high, but, interventions to reduce it are effective. We point to guidelines for psychology to reduce the vulnerability of trans population.
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Gênero, Ciência e TV: Representações dos Cientistas no Jornal Nacional e no FantásticoPedreira, Anna Elisa Figueiredo January 2014 (has links)
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Previous issue date: 2015-04-14 / Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil / Neste estudo, analisamos a representação de homens e mulheres cientistas entrevistados pelo Jornal Nacional, telejornal exibido de segunda-feira a sábado, e pelo Fantástico, revista eletrônica dominical, ambos exibidos pela Rede Globo, emissora de maior audiência no Brasil. Para isso, nos baseamos em uma pesquisa de abordagem qualitativa, em que analisamos características dos cientistas, incluindo: sexo, tempo de duração total da matéria, tempo de duração total da notícia, tema da matéria, idade aparente, cor da pele, instituições, nacionalidade, tipo de inserção na notícia, ícones associados às atividades científicas e cenários em que os/as cientistas foram filmados/as. Analisamos 169 cientistas identificados nas matérias jornalísticas, em um período de 12 meses (de abril de 2009 a março de 2010). Nossos resultados mostram que a imagem de cientista mais recorrente, nos dois programas televisivos analisados, é a de homem, branco, de idade aparente madura. Sua inserção na matéria jornalística, em grande medida, limita-se a ser uma fonte para comentar um fato científico, ou seja, a maioria dos cientistas de nosso corpus não é protagonista no estudo científico retratado pela mídia ou líder da pesquisa ou mesmo como integrante da equipe. Já as mulheres cientistas, quando aparecem nos programas televisivos, são mais jovens do que os homens cientistas representados pelos mesmos; igualmente, em grande parte, são brancas. Também observamos uma presença maior de cientistas brasileiros, de ambos os sexos, em comparação a estrangeiros, nos programas televisivos analisados; no Jornal Nacional, por exemplo, nenhuma mulher cientista foi entrevistada
São praticamente inexistentes cientistas \2013 homens ou mulheres \2013 negros, pardos, asiáticos ou indígenas, evidenciando uma exclusão social que pode retratar a realidade da ciência brasileira e contribuir para a formação do imaginário social do profissional da ciência. O programa televisivo analisado priorizou pesquisas relacionadas a instituições brasileiras, com destaque para aquelas sediadas nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. A partir de uma análise descritiva dos cientistas homens e mulheres que apareceram nos programas televisivos analisados, propomos os \201CRetratos Jornalísticos dos Cientistas\201D \2013 em um total de oito \2013, inspirados em estudos realizados por Flicker (2003). Acreditamos que nosso estudo pode contribuir para uma reflexão sobre a representação de cientistas homens e mulheres na TV brasileira, em particular nos programas analisados, que pode ajudar na capacitação de jornalistas e na consolidação de ações dedicadas às jovens do sexo feminino em fase de escolha profissional / In this study, we analyze the representation of men and women scientists interviewed
by the Jornal Nacional, TV news displayed from Monday to Saturday, and the
Fantástico, Sunday e-Magazine, both displayed by Rede Globo, a station with the
largest audience in Brazil. For this, we were based on a qualitative research
approach, where we analyze characteristics of scientists, including: sex, total
duration of matter, matter, apparent age, skin color, institutions, nationality, type of
insertion in the news, icons associated to scientific activity and scenery where the
scientist was filmed. We analyze 169 scientists identified in news, in a period of 12
months (April 2009 to March 2010). Our results show that the most recurrent scientist
image, in both television programs examined, is the man, white, mature apparent
age. Its insertion in the news story, largely confines itself to be a source for comment
on a scientific fact, i.e., most scientists of our corpus is not the protagonist portrayed
by the media scientific study or research leader or even as an team integrant. On the
other hand, women scientists, when they appear on television programs, are younger
than men scientists represented by the same; also, in large part, are white. We also
observed an increased presence of Brazilian scientists, of both sexes, compared to
foreigners, in the analyzed television programs; in the National Journal, for example,
no woman scientist was interviewed. Are virtually nonexistent scientists - men or
women - black, brown, Asian or Indian, highlighting a social exclusion that can
portray the reality of Brazilian science and contribute to the formation of the social
imaginary of science professional. The analyzed television program prioritized
research related to Brazilian institutions, especially those based in the cities of Rio de
Janeiro and São Paulo. From a descriptive analysis of men and women scientists
who appeared on television programs analyzed, we propose the "Journalistic
Portraits of Scientists" - in a total of eight - inspired by studies by Flicker (2003). We
believe that our study may contribute to a reflection on the representation of men and
women scientists on Brazilian television, particularly the programs analyzed, which
can help in the training of journalists and the consolidation of actions dedicated to
young women undergoing professional choice.
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Gênero, ciência & tecnologia e saúdeapontamentos sobre a participação feminina na pesquisa na Fundação Oswaldo CruzRodrigues, Jeorgina Gentil January 2014 (has links)
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Previous issue date: 2015-11-23 / Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil / Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, de caráter quantitativo, que teve por objetivo delinear a participação feminina no esforço de pesquisa realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), especialmente nos anos recentes. A fonte inicial para levantamento de dados foi a Diretoria de Recursos Humanos (Direh) da Fiocruz, com vistas a identificar o contingente de servidores e servidoras com titulação de doutorado. Até maio de 2012, havia na Fiocruz um total de 1.064 servidore(a)s com titulação de doutorado, sendo 654 (61,5%) mulheres e 410 (38,5%) homens. Consulta ao Portal Transparência (http://www.portaltransparencia.gov.br/), permitiu identificar o total de servidore(a)s que entraram por concurso público, e que no momento do estudo possuíam titulação de doutorado, identificou um total de 571 servidore(a)s, sendo 346 (60,6%) mulheres e 225 (39,4%) homens. A partir desse universo, o passo seguinte foi a busca dos respectivos currículos cadastrados na Plataforma Lattes, utilizando-se a ferramenta ScriptLattes (http://scriptlattes.sourceforge.net)
As análises realizadas cobriram o período 1996-2013. Esse conjunto de currículos foi baixado em uma base de dados especialmente desenhada para recebê-los e, em seguida, o total de referências foram migradas e tratadas em um software de mineração de dados, o VantagePoint®, o que permitiu análises quantitativas da produção acadêmica e técnica, das orientações, do acesso às bolsas de produtividade e de prêmios. Em paralelo, uma segunda perspectiva de análise documental foi realizada com vistas a mapear a participação feminina em postos de tomada de decisão na Fiocruz. Os resultados apontam que ainda que a produção bibliográfica das mulheres em números absolutos seja maior que a dos homens, a média de artigos publicados pelos homens (19,2 artigos/homem) é 51,6% maior que a produção pelas mulheres (12,6 artigos/mulher). No grupo das produções técnicas, as mulheres apresentam produção superior a dos homens
Em relação às orientações, os homens assumem maior número orientações de doutorado que as mulheres. As mulheres superam os homens nas orientações Lato Sensu. No total de projetos de pesquisa, os homens apresentam uma produção superior (11,5%) às mulheres. No que diz respeito à bolsa de Produtividade do CNPq, os homens também predominam, ainda que a proporção de bolsistas mulheres cresça nas diferentes modalidades, mas diminui na medida em que cresce o nível hierárquico da bolsa. Os dados parecem ainda confirmar estudos prévios no que diz respeito à presença feminina na área pesquisa em Ciências Biológicas (38,41%), ainda que as Ciências da Saúde respondam também pela presença feminina de forma equivalente (31,94%). Os dados sugerem, no geral, segregação hierárquica (ou vertical), fenômeno conhecido na literatura como \201Cteto de vidro\201D, caracteriza-se pela menor velocidade na ascensão da carreira pelas mulheres, em comparação com a progressão profissional masculina, o que resulta na sub-representação das mulheres nos postos de tomada de decisão e, consequentemente, limita o alcance de posições de maior prestígio na Instituição / This quantitative, descripti
ve, exploratory study aimed to delineate women‟s
participation in recent research conducted by the Oswaldo Cruz Foundation
(Fundação Oswaldo Cruz
-
Fiocruz). The initial data source was the Human
Resources Directory (Diretoria de Recursos Humanos
-
Direh)
at Fiocruz, which was
used to identify the number of employees with PhD degree. As of May 2012, there
were a total of 1,064 Fiocruz employees with PhD, of whom 654 (61.5%) were
female and 410 (38.5%) were male. The Brazilian Portal of Transparency website
(http://www.portaltransparencia.gov.br/) was used to identify the total number of
employees who had completed a civil service examination and had a PhD degree at
the time of the study. The website identified a total of 571 employees, of whom 346
(60.6%) we
re female and 225 (39.4%) were male. The
ScriptLattes
tool
(http://
scriptlattes
.sourceforge.net)
was then used to search for curriculum vitae (CV)
that were registered in the Lattes Platform for the period from 1996 to 2013. This set
of CVs was downloaded
into a specially designed database, and all references were
transferred to and analyzed with the data mining software
VantagePoint
®
, which
enables quantitative analyses of academic and technical production, supervision,
access to productivity scholarships
and awards. A second document analysis was
performed to map women's participation in decision
-
making positions at Fiocruz. The
results indicate that although women‟s bibliographic production in absolute numbers
is greater than men's, the average number of
articles published by men (19.2
articles/man) is 51.6% higher than the number of articles published by women (12.6
articles/woman). In terms of technical production, women have higher production
than men. In relation to supervision, men assume a greater nu
mber of PhD students
than women, but women outnumber men in
Lato Sensu
supervisions. In terms of the
total number of research projects, men have 11.5% higher production than women.
With regard to the Productivity Scholarship from the National Council for S
cientific
and Technological Development (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico
-
CNPq), men also predominate, although the proportion of women
fellows grows in different ways but decreases as the hierarchical level of scholarship
in
creases. These data provide evidence in support of previous studies regarding the
presence of women in research in the biologic
al sciences (38.41%), although
research in the
health science
have a similar female presence (31.94%). In general,
the data sugge
st hierarchical (or vertical) segregation, a phenomenon known in the
literature as the “glass ceiling”, which is characterized by a slower rise in career for
women compared to men. This disadvantage results in the underrepresentation of
women in positions
of decision
making, and women are limited from reaching the
most prestigious positions in the institution
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Jogos de inversão, jogos de poder: uma etnografia online sobre práticas de feminização masculina em contexto sado-fetichista / Inversion games, power games: an online ethnography about male feminization practices in sado-fetishistic contextSILVA, Marcelle Jacinto da January 2015 (has links)
SILVA, Marcelle Jacinto da. Jogos de inversão, jogos de poder: uma etnografia online sobre práticas de feminização masculina em contexto sado-fetichista. 2015. 135f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Sociologia, Fortaleza (CE), 2015. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2015-06-08T11:48:47Z
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Previous issue date: 2015 / This thesis aims to grasp the symbolic universe of erotic power games listed under the feminization of male name, a set of rituals that are part of the BDSM universe, or erotic sadomasochism, or even sado-fetishism. The purpose of this research is through ethnographic research of these practices through narratives accessed from personal blogs posts and interviews, understand the gender crossings that are triggered, negotiations and feminization of masculinity rituals that make up this universe. I use as material background from websites, blogs and Facebook profiles on the sado-fetishism theme and practices related to feminization: male submission, FemDom, among others, in order to contextualize the object of analysis, the performances of genre that happen in and out of these practices and experiences of feminization, "forced". It is therefore ethnographic description of erotic power games under the term male submission on the Internet, which are constituent elements of rituals male feminization, analyzed in this dissertation. There is a vast amount of material on male submission on the network, but little material on national practices of male feminization and forced feminization. Practices involving submission, among them the very feminization present ritualistic settings; the way practices are treated as "training", "ritual", "label", "training", "preparation", "discipline", "domestication". I chose to consider the material produced in Brazil as a way to explain the impossibility of embracing the entire phenomenon registered on the Internet. / Esta dissertação tem como objetivo apreender o universo simbólico de jogos eróticos de poder elencados sob a denominação de feminização masculina, um conjunto de rituais que é parte do universo do BDSM, ou sadomasoquismo erótico, ou ainda, sadofetichismo. O propósito desta investigação é, por meio de pesquisa etnográfica dessas práticas através de narrativas acessadas de postagens de blogs pessoais e entrevistas, compreender as travessias de gênero que são acionadas, as negociações de masculinidades e rituais de feminização que compõem esse universo. Utilizo como pano de fundo material proveniente de sites, blogs e perfis do Facebook sobre o tema sadofetichismo e práticas relacionadas à feminização: submissão masculina, FemDom, dentre outras, a fim de contextualizar o objeto de análise, as performances de gênero que acontecem nas e a partir dessas práticas e experiências de feminização, “forçada”. Trata-se, portanto, de descrição etnográfica de jogos eróticos de poder sob o termo submissão masculina na Internet, que são elementos constitutivos de rituais de feminização masculina, objeto de análise desta dissertação. Há um vasto material sobre submissão masculina na rede, mas pouco material nacional sobre as práticas de feminização masculina e feminização forçada. As práticas que envolvem submissão, dentre elas a própria feminização, apresentam configurações ritualísticas; a maneira como as práticas são tratadas, enquanto “treinamento”, “ritual”, “etiqueta”, “adestramento”, “preparação”, “disciplina”, “domesticação”. Optei por considerar o material produzido no Brasil como forma de explicitar a impossibilidade de abarcar a totalidade do fenômeno registrado na Internet.
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Gênero e educação escolar: análise das representações de gênero nos livros didáticos do ensino primário em Moçambique / Gender and school education: analysis of gender representations in teaching of primary education books in MozambiqueNERUA, Lucas Alberto Essilamo January 2016 (has links)
NERUA, Lucas Alberto Essilamo. Gênero e educação escolar: análise das representações de gênero nos livros didáticos do ensino primário em Moçambique. 2016. 184f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Sociologia, Fortaleza (CE), 2016. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2016-03-29T12:10:25Z
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Previous issue date: 2016 / It is from the importance, role and specific ideological role that school education in particular textbooks had in the national reconstruction process, training and dissemination of new Mozambican identity in the post-independence (1975), which this thesis proposes to reflect on the ideological role of education, particularly of textbooks for primary education in the process of designing, building and institutional differences or reproduction of gender equality. For this purpose, we analyze how the textbooks are gender relations between men and women in their content and verify that question or reproduce socially accepted roles for men and women. We took as empirical material of our research textbooks of the first seven years of schooling primary school of public administration in particular the Portuguese language (reading book), Moral and Civic Education, Crafts and Mathematics. Away from the pedagogical conceptions of the textbook, the study sees through the assumptions of the book "male domination" of Bourdieu, the textbook in question as a special area of diffusion of stereotypes, gender differences between man and woman They tend to represent the first as provider and the second as a subaltern / submissive. In this respect, the results of this research suggest that school education through textbooks of primary education in Mozambique tends to institutionally reproduce gender differences when transcribing arbitrary and unequal gender relations as the ideal type of behavioral patterns of gender, showing the place and the activities that should be occupied by women and not by men and vice versa. What perpetuates the students the male cultural arbitrary that happens to be exposed and taken as desirable role model, although that hides within itself a discrimination against women, its concealment and submission to this male social order to repress and confines doxa of patriarchal domination gender. / É partindo da importância, função e em específico do papel ideológico que a educação escolar em particular os manuais didáticos tiveram no processo de reconstrução nacional, na formação e difusão da nova identidade moçambicana no pós-independência (1975), que a presente dissertação se propõe a refletir sobre o papel ideológico da educação escolar, em particular dos livros didáticos do ensino primário, no processo de concepção, construção e reprodução institucional das diferenças ou igualdade de gênero. Para este proposito, analisamos como os livros didáticos representam as relações de gênero entre homem e mulher em seus conteúdos, bem como verificamos se questionam ou reproduzem os papeis socialmente aceitos pra homens e mulheres. Tomamos como material empírico de nossa pesquisa os livros didáticos dos primeiros 7 anos de escolaridade do ensino primário de gestão pública, nomeadamente, o de língua portuguesa (livro de leitura), Educação Moral e Cívica, Ofícios e Matemática. Afastando-se das concepções pedagógicas sobre o livro didático, o estudo encara por meio dos pressupostos da obra “a dominação masculina” de Bourdieu, o livro didático em análise enquanto um espaço privilegiado de difusão de estereótipos, diferenças de gênero entre homem e mulher que tendem a representar o primeiro como provedor e a segunda como subalterna/submissa. Nesta vertente, os resultados desta pesquisa sugerem que a educação escolar por meio dos livros didáticos do ensino primário em Moçambique tende a reproduzir institucionalmente as diferenças de gênero ao transcrever relações de gênero arbitrarias e desiguais como o tipo ideal de padrões comportamentais de gênero, que mostram o lugar e as atividades que devem ser desempenhadas pelas mulheres e não por homens e vice- versa. O que perpetua nos educandos o arbitrário cultural masculino que passa a ser exposto e tomado como modelo desejável de conduta, ainda que esconda dentro de si mesmo uma descriminação da mulher, sua ocultação e submissão a essa ordem social masculina que à reprime e a confina a doxa da dominação patriarcal de gênero.
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Quem bate na mulher machuca a família inteira: violência de gênero a partir de narrativas de uma família / Who beats in woman hurts whole family: gender violence of a family narratives fromBARROS, Larissa Silva January 2015 (has links)
BARROS, Larissa Silva. Quem bate na mulher machuca a família inteira: violência de gênero a partir de narrativas de uma família. 2015. 89f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Fortaleza (CE), 2015. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2016-04-08T13:09:30Z
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Previous issue date: 2015 / This research is an focused study about how members of a family in a gender violence context tell their stories and how they mean the experienced violence in order to identify in their narratives values, traditions and practices which can stimulate or facilitate violence culture inside this family. This research also intended to analyze the intergenerational transmission process of gender violence and to discuss the construction of gender and relationships with violence in these family members. To this end, we interviewed, through the narrative interview technique, four members of a family in a gender violence context. For the children was added the use of recreational materials (modeling clay or puppets) to facilitate them to develop their narratives. The theoretical perspectives that framed this research were narrativist supported in studies of Jerome Bruner who proposes that the narrated stories give clues about the cultural rules that guide social interactions and how these are defined in terms of identity. The second approach used in this research stems from gender studies, emphasizing the relational database built from the psychosocial phenomena and negotiations through dialogues. It was observed from the narratives of the four family members, that each one of them told their own story revealing values, traditions and gender representations. The story took a place of justification of actions and management of self-image, especially for the parents, selecting facts and omitting others to preserve a positive self-image. Referring to the construction of gender, it can be said that they live conflicts of the passage of an old pattern of masculinity and femininity to a new more flexible and symmetrical configuration. Thus, these facts indicate that there was a variance of power where there is no static or deterministic relationship of subordination /domination by women, nor by man. Regarding the construction of gender in children, we found evidence that they rely dominant gender patterns and traditional masculinity and femininity roles constructed in the primary socialization process, especially in the family. It can be observed in the narratives that previous generations transmit practices and discourses in relation to masculine and feminine that can be meant in different ways. In the case of the mother, she has adhered to a position against submission and the father has not taken a stance to combat or avoid macho values. In fact, the father’s aggressive and rude hang contributes to the reproduction of traditional views about the male/female relation. / Esta pesquisa busca investigar a forma como membros de uma família, no contexto de violência de gênero, contam sua história e significam a violência vivenciada. Busca identificar os valores, tradições que estão envolvidos nas narrativas da família, que podem estimular ou facilitar uma cultura de violência na mesma. Pretende-se também analisar o processo de transmissão geracional da violência de gênero e discutir a construção de gênero nos membros e a sua relação com a violência. Para tanto, foram entrevistados, por meio da técnica da entrevista narrativa, quatro membros de uma família em contexto de violência de gênero. Em relação aos filhos do casal, foi acrescentado o uso de material lúdico (massa de modelar ou bonecos) para facilitar o processo de elaboração de suas narrativas. As perspectivas teóricas que emolduraram essa pesquisa foram: narrativista amparada nos estudos de Jerome Bruner, que propõe que as histórias narradas dão pistas sobre as regras culturais que orientam as interações sociais e para o modo como estas se definem em termos identitários; a segunda abordagem decorre dos estudos de gênero, com ênfase na base relacional e construída a partir dos fenômenos psicossociais e das negociações através das conversações. A partir das narrativas dos quatros membros da família, observou-se que cada um contou a sua história, revelando valores, tradições e representações de gênero. A narrativa assumiu um lugar de justificativa das ações e manejo da autoimagem, especialmente para o casal da família, com seleção de fatos e omissão de outros para manter uma autoimagem favorável. Referindo-se à construção de gênero, pode-se afirmar que estes vivem os conflitos da passagem de um velho padrão de masculinidade e feminilidade para uma nova configuração mais flexível e simétrica. Deste modo, estes sinalizam que exerciam em sua relação uma variância de poder, não havendo uma relação estática ou determinista de subordinação/dominação por parte da mulher, nem por parte do homem. Em relação à construção de gênero nos filhos temos evidencia de que eles se valem de padrões de gênero dominantes e papéis de masculinidade e feminilidade tradicionais construídas no processo de socialização primária, principalmente na família. Foi possível acompanhar nas narrativas que as gerações anteriores transmitem práticas e discursos em relação ao masculino e feminino, sendo significadas de formas diferenciadas. No caso da mãe da família, esta aderiu a uma posição de combate à submissão e o pai da família não assumiu uma postura de combate aos valores machistas. A forma agressiva e ríspida do seu pai contribui para este reproduzir visões tradicionais sobre o masculino e feminino.
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As caminhoneiras : uma carona nas discussões de gênero, trabalho e identidadeSalvagni, Julice January 2016 (has links)
Esta tese considera caminhoneira a mulher que, para além de ser motorista de caminhão, opta por trabalhar com rotas longas. Desenvolvemos a problemática da elaboração da identidade de gênero no trabalho por parte da caminhoneira, especialmente do ponto de vista das características de uma atividade itinerante. A carona é a parte constituinte de uma pesquisa etnográfica, que visa à participação ativa da pesquisadora nas viagens da caminhoneira e à participação das caminhoneiras enquanto locutoras desta realidade a ser descoberta, o que é característico da observação participante. A entrada da mulher no mercado de trabalho e, recentemente, sua ocupação em trabalhos ainda considerados masculinizados nos leva à emergente produção de outro olhar sobre os fenômenos. A identidade é vista a partir do entendimento pós-moderno de S. Hall relacionado com a noção de identificação, diferença e différance, a fim de pensar a realidade da caminhoneira de modo articulado com sua rotina itinerante, por ser vista pelo outros enquanto desviante. É visto que a mulher incorpora ações consideradas masculinizadas para ser aceita em um grupo em sua maioria masculino, mas, ao mesmo tempo, busca enfatizar sua feminilidade ali colocada em questão. Gênero no trabalho é tratado a partir de A. Hochschild e E. Souza-Lobo, a fim de evidenciar elementos que emanam dos formatos de legitimação dos papéis e identidades sociais solidificados na atualidade. As distinções de sexo e gênero são feitas com base em L. Nicholson e A. Piscitelli, que contribuem acerca da proposição de categorias de gênero descritivas e analíticas. Ainda, A. Brah, que percorre historicamente os conceitos de diferença, diversidade e diferenciação, sobretudo através do ponto de vista das intersecções de raça e etnia e a crítica feminista à biologia do sexo de M. Hird, que desconstrói o mito de suposta vantagem de força física. Utilizamos a compreensão de não-lugares de M. Augé para tratar da transitoriedade característica da ocupação, já que os resultados apontam para o desenrolar de uma identidade de fronteira. Por se tratar de uma profissão que é considerada masculina – no sentido de ser algo incomum à prática das mulheres, elencamos aspectos do estigma e dos disfarces. Abordamos a temática do trabalho através dos processos de trabalho e a perspectiva da organização, disciplina e divisão do trabalho, como M. Perrot e J. Neffa. Um entendimento das hierarquias, dos poderes e da divisão sexista do trabalho proposta, entre outros, por Bourdieu, e as formas de subjetivação – sentidos e sofrimentos, são abordados pela perspectiva teórica de R. Antunes e de C. Dejours, onde enfatizamos a maternidade como principal entrave à continuidade da mulher na atividade de caminhoneira. Contudo, há indícios de outras formas de organização familiar que mostram não só a entrada da mulher na atividade do marido, mas a saída dele, junto com a mulher, no momento da maternidade. Por fim, destacamos que, embora a mulher esteja conquistando novos espaços de trabalho, as relações hierárquicas e de poder se reorganizam no interior das instituições, criando novas relações de gênero, mas não menos desiguais. / This thesis considers female truck driver the women who, besides being truck drivers, choose to work long routes. The problem of setting up gender identity in the workplace was developed by analyzing the female truck driver, especially from the point of view of the characteristics of an itinerant activity. Riding along is a constituent part of an ethnographic research, which aims at the researcher’s active participation in the female trucker’s journeys and the participation of the female truck drivers as a voice to be heard over this reality to be discovered, which is typical of participant observation. Women’s entry into the job market and, recently, women’s occupation in jobs still considered meant for man, leads us to the emerging production of a new point of view on the phenomena. Identity is seen from the postmodern understanding of S. Hall related to the notion of identity, difference and différance in order to see the female truck drivers’ reality connected with their itinerant routine, seen by others as odd. It is observed that women embody actions considered masculine in order to be accepted in a group, in its majority composed by men, but at the same time, they seek to emphasize their femininity, which is called into question. Gender in the workplace is handled from A. Hochschild and E. Souza-Lobo, in favor of highlighting elements that emanate from the legitimation formats of social roles and identities which are solidified nowadays. The distinctions of sex and gender are made based on L. Nicholson and A. Piscitelli, who contribute on the proposition of descriptive and analytical gender categories. Also, A. Brah, who historically covers the concepts of difference, diversity and differentiation, particularly through the point of view of race and ethnicity intersections and the feminist criticism towards the biology of sex of M. Hird, who deconstructs the myth of supposed physical strength advantage. M. Augé's understanding of non-places was used to address the transience quality of occupation, since the results point to the development of a marginal identity. Because it is a profession considered masculine—in the sense of being something unusual to the practice of women, aspects of stigma and disguises were listed. The issue of work is addressed through the work processes and the perspective of the organization, discipline and division of labor, as in M. Perrot and J. Neffa. An understanding of the hierarchies, the powers and the sexist division of labor proposed, among others, by Bourdieu, and forms of subjectivation - senses and suffering, are covered by the theoretical perspective of R. Antunes and C. Dejours where motherhood is emphasized as the main obstacle to the continuity of women in the truck driving activity. However, there is evidence of other forms of family organization that show not only the women's entry into the husband's activity, but his leaving with his wife when motherhood comes. At last, it is pointed out that although women are conquering new workspaces, hierarchical and power relations are reorganized within the institutions, creating new gender relations, but no less unequal. / Esta tesis considera camionera a la mujer que, además de ser motorista de camión, opta por trabajar con rutas largas. Desenvolvemos la problemática de la elaboración de la identidad de género en el trabajo por parte de la camionera, especialmente del punto de vista de las características de una actividad itinerante. El aventón es la parte constituyente de una pesquisa etnográfica, que visa la participación activa de la investigadora en los viajes de la camionera y la participación de las camioneras en cuanto a locutoras de esta realidad a ser descubierta, lo que es característico de la observación participante. La entrada de la mujer en el mercado de trabajo es, recientemente, su ocupación en trabajos aún considerados masculinizados, nos lleva a una emergente producción de otra visión sobre los fenómenos. La identidad es vista a partir del entendimiento pos-moderno de S. Hall relacionado con la noción de identificación, diferencia y différance, con el objetivo de pensar la realidad de la camionera de modo articulado con su rutina itinerante, por ser vista por los otros en cuanto desviante. Es visto que la mujer incorpora acciones consideradas masculinizadas para ser acepta en un grupo, en su mayoría masculino, pero, al mismo tiempo, busca enfatizar su femineidad colocada en cuestión. Género en el trabajo es tratado a partir de A. Hochschild y E. Souza-Lobo, a fin de evidenciar elementos que emanan de los formatos de legitimación de los papeles e identidades sociales solidificadas en la actualidad. Las distinciones de sexo y género son hechas con base en L. Nicholson y A. Piscitelli, que contribuyen acerca de la proposición de categorías de género descriptivas y analíticas. Aún, A. Brah, que transcurre históricamente los conceptos de diferencia, diversidad y diferenciación, sobre todo a través del punto de vista de las intersecciones de raza y etnia, y la crítica feminista la biología del sexo de M. Hird, que reconstruye el mito de supuesta ventaja de fuerza física. Utilizamos la comprensión de no-lugares de M. Augé para tratar de la transitoriedad característica de la ocupación, ya que los resultados apuntan para el descubrir de una identidad de frontera. Por tratarse de una profesión que es considerada masculina – en el sentido de ser algo poco común la práctica de las mujeres, enumeramos aspectos del estigma y de los disfraces. Abordamos la temática del trabajo a través de los procesos de trabajo y la perspectiva de la organización, disciplina y división del trabajo, como M. Perrot y J. Neffa. Un entendimiento de las jerarquías, de los poderes y de la división sexista del trabajo propuesta, entre otros, por Bourdieu, y las formas de subjetivación – sentidos y sufrimientos, son abordados por la perspectiva teórica de R. Antunes y de C. Dejours, donde enfatizamos la maternidad como principal obstáculo a la continuidad de la mujer en la actividad de camionera. Con todo, hay indicios de otras formas de organización familiar que muestran no solo la entrada de la mujer en la actividad del marido, pero la salida de él, junto con la mujer, en el momento de la maternidad. Por fin, destacamos que, aunque la mujer esté conquistando nuevos espacios de trabajo, las relaciones jerárquicas y de poder se re-organizan en el interior de las instituciones, creando nuevas relaciones de género, pero no menos desiguales.
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A participação feminina no processo de inclusão escolar de crianças com deficiência visualUzêda, Sheila de Quadros 17 April 2013 (has links)
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Tese_Final SHEILA UZEDA.pdf: 2396521 bytes, checksum: 88a4445f14827f7d8423a5229544ae37 (MD5) / FAPESB e CNPQ / RESUMO O presente trabalho investigou a participação de mães e avós no processo de
inclusão escolar de crianças com deficiência visual, na Educação Infantil, articulando
com questões socioeconômicas e de gênero. Tratou-se de uma proposta de análise
histórico-cultural das relações entre três categorias socialmente construídas –
gênero, deficiência e inclusão –, tendo como foco o relato de mulheres responsáveis
pelo cuidado e educação de crianças com deficiência visual. As reflexões sobre
deficiência e inclusão pautaram-se nos estudos de Vygotsky sobre desenvolvimento,
aprendizagem e deficiência. A perspectiva epistemológica que embasou as
discussões sobre gênero e justificou a opção metodológica por priorizar o discurso
feminino foi a Teoria do Ponto de Vista Feminista (Feminist Standpoint Theory). A
coleta de dados foi realizada no Centro de Intervenção Precoce do Instituto de
Cegos da Bahia, situado na cidade de Salvador, local onde crianças de 0 a 5 anos,
que apresentavam deficiência visual, eram atendidas. A pesquisa configurou-se
qualitativa, do tipo estudo de caso, e foram realizadas entrevistas semiestruturadas
com 10 mulheres. Foi possível constatar, através dos relatos das entrevistadas:
sobrecarga de trabalho em função de tentativas de conciliar atividade laboral,
cuidados com filho, casa e atendimentos especializados; escolha da escola,
matrícula e acompanhamento da inclusão vivenciados como atribuições
predominantemente femininas; maternidade, falta de rede de suporte familiar e
social para dividir as tarefas que envolviam as crianças e rotina de atendimentos
especializados considerados fatores que excluem ou dificultam a inserção e
permanência das mulheres no mercado de trabalho; baixa renda e falta de vagas na
rede pública de ensino, resultando, em alguns casos, num processo precário de
inclusão em escolas de pequeno porte, sem infraestrutura e sem qualificação
docente; relatos de violação de direitos relativos à educação da criança com
deficiência visual e atitudes de fragilidade e submissão femininas diante das
situações de exclusão vivenciadas pelas crianças; reconhecimento da importância
da intervenção precoce e do AEE como fatores que contribuem para qualidade do
processo inclusivo.
Palavras-chave: Crianças com deficiência visual – Educação. Inclusão Escolar.
Identidade de Gênero na Educação. / ABSTRACT
This present study investigated mothers and grandmothers' participation in the school
inclusion process of children with visual disability, in Infant Education, articulating with
socio-economic and gender questions. It was about a historic-cultural proposal
among three categories – gender, disability and inclusion – having as a focus the
accounting of women responsible for care and education of children with visual
disability. The reflections about disability and inclusion were based on Vygotsky's
studies of development, learning and disability. The epistemological perspective
which supported discussions on gender and justified a methodological option in
prioritizing feminine discourse was the Feminist Standpoint Theory. Data collection
was realized in Centro de Intervenção Precoce do Instituto de Cegos da Bahia,
located in the city of Salvador, where children aged from 0 to 5 years who presented
visual disability were attended. It was a qualitative case study approach and semistructured
interview was done in 10 women. It was possible to note through the
respondents' accountings: overload of work due to conciliation attempts of laboral
activity, care of son, home and specific service; selecting school, school enrollment
and inclusion follow-up seen as predominantly women's duties; maternity, lack of
familiar and social support network to share duties related to children and daily
routine of specialized service considered to be excluding and dificulty factors for
insertion and permanence of women in the labour market; low income and lack of
vacancy in public school resulting, in some cases, in deficient inclusion process in
small scale schools without infrastruture and qualified docent; accountings of rights
violation related to education of children with visual disability and attitudes of
feminine fragility and submission in the face of exclusion situations experienced by
children; acknowledgment of the importance of early intervetion and specialized
educational as contributing factors to the quality of inclusive process.
Key words: School Inclusion. Visual Disability. Gender.
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Representação política negra e feminina: candidatas negras em eleições no Rio de Janeiro (2002-2006) / Representation black and feminine politics: black candidates in elections in Rio de Janeiro (2002-2006)Elanir de Moraes Ribeiro 20 August 2008 (has links)
A dissertação analisa a presença e a atuação de mulheres negras na representação política no Estado do Rio de Janeiro, tomando como base de comparação as duas últimas eleições, de 2002 e 2006. Nestas eleições consideram-se as candidatas aos cargos de deputada estadual, de deputada federal e, no caso da eleição do ano de 2006, também a disputa para o cargo de senadora. O trabalho visa se inserir num cenário mais amplo que é o da representação política negra e feminina, diminuta quantativamente no país. Assim, a problemática analisada é a incorporação ou não de bandeiras feministas e anti-racistas pelas candidatas. Os instrumentos utilizados para esta análise foram o Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral destas duas eleições e as entrevistas com candidatas negras que participaram da pesquisa qualitativa. A partir desta ótica, são consideradas questões pragmáticas que envolvem a busca pela eleição e as perspectivas de gênero que se inserem no campo da disputa eleitoral, um espaço tradicionalmente ocupado por homens brancos. A dissertação conclui indicando que o evidenciamento e o reconhecimento racial é tímido em disputas eleitorais o que não acontece com a perspectiva de gênero - , mas não significa a negação destes. / The dissertation analyzes the presence and the performance of black women in the representation politics in the State of Rio de Janeiro, taking as base of comparison the two last elections, 2002 and 2006. In these elections the candidates to the positions of state deputy consider themselves, of representative and, in the case of the election of the year of 2006, also the dispute for the senator position. The work aims at to insert itself in a scene ampler than it is of the representation the politics black and, feminine miniature quantitatively in the country. Thus, the problematic one analyzed is the incorporation or not of flags feminists and anti-racists for the candidates. The instruments used for this analysis had been the Gratuitous Schedule of Electoral Propaganda of these two elections and the interviews with black candidates who had participated of the qualitative research. From this optics, pragmatic questions are considered that involve the search for the election and the gender perspectives that if they insert in the field of the electoral dispute, a traditionally busy space for white men. The dissertation concludes indicating that the evidence and the racial recognition are shy in electoral disputes - what does not happen with the gender perspective -, but does not mean the negation of these.
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