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Escola indígena diferenciada: a experiência Yanomami no Médio Rio Negro / Differentiated indigenous school: the Yanomami experience in the Middle Rio NegroVieira, Luana Robles 10 September 2018 (has links)
Este trabalho está inserido no campo da educação escolar indígena e se propõe a verificar em quais aspectos a experiência escolar yanomami praticada na calha do rio Marauiá, Santa Isabel do Rio Negro, Amazonas, especificamente aquela promovida pela ONG Secoya, atuante na região desde os anos 1990, supera a educação com finalidade colonialista à qual muitos grupos indígenas foram e são submetidos. Parte da hipótese de que a experiência escolar dos Yanomami que vivem nas aldeias onde há escolas diferenciadas superam, ainda que não totalmente, a educação colonialista. Essa hipótese foi comprovada em pelo menos quatro aspectos: a) as escolas não possuem vinculação a nenhuma ordem religiosa; b) a língua materna é a principal forma de transmissão e comunicação; c) as escolas têm somente professores yanomami escolhidos pela comunidade; d) têm calendário diferenciado e adaptam-se às atividades laborais e ritualísticas das aldeias. / This work is part of the field of indigenous school education and intends to verify in which aspects the Yanomami school experience practiced in the Marauiá river channel, Santa Isabel do Rio Negro, Amazonas, specifically the one promoted by the NGO Secoya, which has been active in the region since the 1990s, surpasses education with a colonialist purpose, which many indigenous groups have been and are being subjected to. It is based on the hypothesis that the Yanomami school experience in villages where there are differentiated schools surpasses, although not totally, colonial education. This hypothesis has been proven in at least four aspects: a) schools are not linked to any religious order; b) the mother tongue is the main form of transmission and communication; c) schools have only Yanomami teachers chosen by the community; d) schools have a differentiated schedule and adapt to the work and ritual activities of the villages.
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Inovação educacional entre os Guarani Mbya da aldeia Tenonde Porã / Educational Innovation among the Guarani Mbya from Tenonde Porã villageSantos, Douglas Ladislau dos 22 March 2017 (has links)
O objeto desta dissertação são as relações que os diversos povos ameríndios estabelecem com o pacote escolar que lhes é ofertado, tendo em vista a atual proposta da educação escolar indígena, concebida como direito e política pública. Por considerar que cada grupo indígena experimenta a instituição escolar ao seu modo, realizou-se uma pesquisa etnográfica como um caso de educação escolar indígena. O problema de pesquisa proposto é: quais aspectos da Escola Estadual Indígena Guarani Gwyra Pepo podem ser considerados inovadores? A hipótese focalizada indicava a existência de princípios dominantes orientadores das práticas escolares, indígenas e não indígenas, que poderiam ser reinventados, subvertidos, atualizados, reforçados. Fazer uma educação que se diferencie ou que produza diferenças em relação aos princípios dominantes foi considerado inovação educacional. Em relação ao caso analisado, a hipótese foi confirmada. Conclui que os Mbya da Tenonde Porã esforçam-se cotidianamente para gerarem efeitos transformadores em alguns aspectos do padrão escolar dominante, manejando a escola para garantir direitos, buscando um maior controle das relações com a sociedade envolvente e procurando obter recursos para a aldeia. / The object of this study are the relations that the various Amerindian peoples establish with the schooling package that is offered to them, by looking at their current school educational proposals, conceived both as a right and as a public policy. Considering that each Indigenous group experiences the schooling institution in its own way, an ethnographic research was carried out as an instance of indigenous school education. The research problem proposed is: which aspects at Gwyra Pepo Guarani Indigenous State School may be considered innovative? The focalized hypothesis suggested the presence of dominant guiding principles for school practices, both Indigenous and non Indigenous, that could be reinvented, subverted, updated, strengthened. Carrying out an education that is different from, or that produces differences in regards to, the dominant principles was considered educational innovation. The result of this case study confirmed the hypothesis. It concludes that the Mbya from Tenonde Porã strive daily to produce transformative effects in some aspects of the dominant school model, managing their school in order to guarantee their rights, while working towards greater control of their relations with the surrounding society and trying to find resources for their village.
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A educação escolar indígena no Alto Xingu: o processo de escolarização dos Kalapalo da aldeia Aiha no período de 1994-2010Lima, Mônica dos Santos 05 May 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011-05-05 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This research characterized inside the context of restructuring of public policies of Indigenous scholastic education since 1970 s, period which emerged propositions of the differential Indigenous school. In view of this context, the objective of this dissertation was to follow the path of the differential Indigenous school inserted on the daily of Aiha Kalapalo village, settled on Indigenous land Xingu Mato Grosso (MT), between 1994, when the first school in the village was built, and 2010. We observed that, precisely because the school in the village occupies a boundary position, which appears contradictions and conflicts due to the imprecision in the formulation of its role in the village, the Indigenous teachers appear as central elements of this new pattern of school, so that they are understood as mediators or translators among the distinct educational systems: the Indigenous and non-Indigenous world. This investigation presented an approach mainly qualitative. The research was conducted by the perspective and comprehension of world from the Indigenous Kalapalo as well as the social and cultural transformations promoted in the hub of the schooling process in the village. The data were collected through semi-structured interviews, observation of the daily activities from those who participated in the research. To guide the data organization, the investigation had the base of concepts of schools as boundary space by Antonella Tassinari (2001) and the notion of scholastic subjects by André Chervel (1990 / Esta pesquisa se caracterizou dentro do contexto da reestruturação das políticas públicas de educação escolar indígena a partir da década de 1970, período em que emergem as proposições da escola indígena diferenciada. Tendo em vista esse contexto, o objetivo desta dissertação foi o de percorrer a trajetória da instituição escolar indígena diferenciada inserida no cotidiano da aldeia Aiha Kalapalo, situada na Terra Indígena do Xingu - Mato Grosso (MT), entre o ano de 1994, quando foi construída a primeira escola na aldeia, e o ano de 2010. Observa-se que, exatamente pelo fato de a escola na aldeia ocupar uma posição de fronteiras , na qual surgem às contradições e os conflitos decorrentes da imprecisão da formulação de seu papel na aldeia, os professores indígenas aparecem como elementos centrais desse novo modelo de escola, na medida em que são entendidos como mediadores ou tradutores em meio dos distintos sistemas educacionais: o do mundo indígena e o do não indígena. Essa investigação apresentou uma abordagem prioritariamente qualitativa. A pesquisa se orientou pela perspectiva e compreensão de mundo dos indígenas Kalapalo bem como pelas transformações sociais e culturais promovida no cerne do processo de escolarização da aldeia Aiha. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semi-estruturadas, observação das atividades cotidianas dos sujeitos participantes da pesquisa. Para nortear a organização dos dados, a investigação teve como base os conceitos de escola como espaço de fronteiras de Antonella Tassinari (2001), a noção de disciplinas escolares de André Chervel (1990)
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Escola ItÃ-Ara: a afirmaÃÃo da identidade Pitaguary atravÃs da escola diferenciada / Ita-Ara school: the affirmation of Pitaguary identity through differentiated schoolAndre Barbosa de Oliveira 21 October 2016 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / A afirmaÃÃo da identidade Pitaguary atravÃs educaÃÃo diferenciada na escola ItÃ-Ara, tÃtulo desta pesquisa, à um trabalho de investigaÃÃo antropolÃgico sobre o papel da educaÃÃo escolar indÃgena na constituiÃÃo do sujeito Pitaguary. O estudo objetiva compreender como a escola desenvolve a construÃÃo da âculturaâ desta etnia gerando o sentimento de pertencimento atravÃs de formas educacionais que acontecem pelo modelo formal de educaÃÃo, por meios de suas disciplinas curriculares normais, mas ao optar por estudar a forma como esse ensino à realizado nas disciplinas ministradas pela escola, nÃo deixa-se de perceber como outros elementos educativos, que pode ser percebido como nÃo curriculares, sÃo trabalhados atravÃs dessa instituiÃÃo de ensino. A metodologia utilizada foi a observaÃÃo direta do lÃcus pesquisado que pretendeu apreender as relaÃÃes sociais existentes entre a pessoas que trabalham e estudam na escola indÃgena. Para uma melhor apreensÃo sobre estas pessoas foram feitas entrevistas semiestruturadas e aplicaram-se questionÃrio e atividades com os alunos para captar dados sobre as suas interpretaÃÃes sobre a etnia Pitaguary. Os capÃtulos foram divididos de forma a apreender como a Escola ItÃ-Ara està formada dentro da educaÃÃo escolar e da educaÃÃo especÃfica. No primeiro capÃtulo, faz-se um breve contexto sobre os Ãndios do Nordeste do PaÃs, a construÃÃo da sua identidade e a educaÃÃo escolar indÃgena. No segundo capÃtulo, hà uma contextualizaÃÃo histÃrica da educaÃÃo escolar indÃgena no Brasil atà o momento atual. No terceiro descrevo os elementos que podem contribuir com a formaÃÃo da identidade indÃgena dos Pitaguary. No Ãltimo capÃtulo, explora-se como os professores e alunos compreendem a escola indÃgena.
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Relações entre infância, escola e religião : etnografia dos Baniwa do médio IçanaMarqui, Amanda Rodrigues 05 May 2017 (has links)
Submitted by Aelson Maciera (aelsoncm@terra.com.br) on 2017-08-01T18:42:58Z
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Previous issue date: 2017-05-05 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / This dissertation is about the relations of childhood, school and evangelical
religion of the Baniwa people, who live in the Upper Rio Negro, northwest
Amazon. From ethnographic experience in communities of the Middle Rio Içana
aspects of Baniwa sociality in the formation of their children are addressed in
this dissertation, considering the school and the evangelical religion contexts.
The school context is one of the common threads of the ethnographic narrative
since the entry into the field happened after an invitation received from the
Moliweni school in Vista Alegre community located in the Cuiari River within the
scope of the UFSCar Observatory of Indigenous School Education. The religious
and school events in Baniwa communities of the Middle Içana demonstrate the
importance of religion in its social organization as well as its influence in the
debates regarding differentiated Baniwa school education. Thus, this
ethnography describes the formativa process of children anf young in their
communities in school and religious spaces to understand the meaning of good
living in the Baniwa communites of the Middle Içana / Esta tese trata das relações entre infância, escola e religião dos Baniwa no
noroeste amazônico a partir da experiência etnográfica nas comunidades no
Médio rio Içana. O contexto escolar é um dos fios condutores da narrativa pois
a entrada em campo foi um convite à atuação na escola Moliweni da
comunidade de Vista Alegre no rio Cuiari no âmbito do Observatório da
Educação Escolar Indígena da UFSCar. Durante a pesquisa de campo foi
possível participar de eventos religiosos e escolares nas comunidades baniwa
do Médio Içana que demonstraram a importância da religião e da educação
escolar como espaços privilegiados à compreensão de noções que envolvem a
formação da pessoa baniwa. Sendo assim, esta etnografia descreve os
processos formativos das crianças e jovens em suas comunidades nos espaços
escolares e religiosos para compreender os significados da boa convivência nas
comunidades baniwa do Médio Içana.
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Escola indígena e ensino de história : um estudo em uma escola Kaingang da terra indígena Guarita/RSMedeiros, Juliana Schneider January 2012 (has links)
A educação escolar indígena específica e diferenciada vem sendo construída por diversos povos indígenas do país desde a promulgação da Constituição Federal (1988), marco de sua conquista pelo direito à diferença. A pesquisa aqui apresentada buscou investigar de que forma a escola kaingang vem se constituindo e, mais especificamente, como está ocorrendo o ensino de História. A investigação se realizou a partir de uma convivência com os Kaingang da Terra Indígena Guarita, tendo como cenário principal a escola indígena Toldo Campinas, no setor Estiva. Após um processo de Conquista, ocidentalização e mestiçagem (GRUZINKSI, 2001), que teve início no século XIX, os Kaingang mantiveram-se e mantêmse até hoje, conforme a dinâmica da tradição (BALANDIER, 1997). Considerando essa história de luta para permanecerem em seu estar indígena (KUSCH, 2009), procuro compreender a construção da escola kaingang específica e diferenciada. Centrada principalmente em uma metodologia etnográfica, procurei fazer uma descrição densa (GEERTZ, 1989) não só da escola e seus sujeitos, mas de seu entorno e de outras tantas pessoas implicadas no processo escolar. Além do diário de campo e de um caderno de notas, utilizei-me de outros recursos: entrevistas, questionários (a alunos e professores), atividades de aula, conversas com velhos “contadores de histórias”, cópias dos cadernos de alunos, documentos da escola, fotos. Descrevo o funcionamento da escola, com um enfoque especial na gestão escolar. Analiso as matérias específicas da escola (Kaingang, Artesanato e Valores Culturais), mostrando que, apesar de não serem responsáveis pela aprendizagem dos conhecimentos da tradição por parte das crianças, elas cumprem um papel importante na valorização desses saberes. Dedico um capítulo às aulas de História e a uma discussão acerca da relação entre os velhos e a escola. Explicito que o ensino de História na escola ainda está muito pautado pelo livro didático, mas aponto que há uma disposição do professor em ensinar uma outra história, a kaingang. Constato que as narrativas kaingang estão vivas, no entanto há pouco diálogo entre os velhos “contadores de histórias” e a escola. A partir destas “descobertas”, busco propor alguns caminhos para que a escola seja, de fato, de autoria indígena e para que as narrativas kaingang continuem sendo transmitidas. Mais do que isso, aponto questionamentos para que os próprios Kaingang reflitam sobre a educação escolar indígena que almejam. / A specific and differentiated indigenous school education is being developed and implemented by many of Brazil’s indigenous peoples since the Federal Constitution promulgation (1988), a landmark in the conquest of their right to be different. The present research has tried to investigate how the Kaingang school is being constituted and, more specifically, how History is being taught. The investigation was carried out in a Kaingang community in the Indigenous Reservation of Guarita, and the main setting for the study was the indigenous school Toldo Campinas. After processes of Conquest, westernization and mestizoization (GRUZINKSI, 2001), that began in the XIX century, the Kaingang people have maintained their identity, and still do until the present day, according to the dynamics of tradition (BALANDIER, 1997). Considering their history of struggle to maintain their indigenous being [estar indígena] (KUSCH, 2009), this work tries to understand the construction of the specific and differentiated kaingang school. Using ethnography, a thick description (GEERTZ, 1989) was built, not only of the school and its subjects, but also of its surroundings and of other people involved in the school’s educational processes. In addition to a field journal and a notebook, other resources were used: interviews, questionnaires (to students and teachers), classroom activities, talks to the elderly “story tellers”, copies of the students’ notebooks, school documents, photographs. The school dynamics, focusing on the management of the school, is described. The school’s specific disciplines are analyzed (Kaingang Language, Handicraft and Cultural Values), showing that despite the fact that they are not responsible for the students’ learning of the traditional knowledge, they fulfill an important role in highlighting that knowledge. One chapter is dedicated to the History classes and to a discussion on the relationship between the elderly and the school. The research shows that the teaching of History is still based on the regular textbook, but a willingness to teach another history, the Kaingang one, is noticed. Another conclusion is that the Kaingang narratives are still alive; however, there is little dialogue between the elderly “story tellers” and the school. Considering these “findings,” this work tries to propose ways for the school’s authorship to become indigenous, so that Kaingang stories continue to be transmitted. Above all, the sudy raises questions and urges the Kaingang themselves to reflect upon what indigenous shcool education they want and need.
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Educação escolar indígena na terra indígena Apiaká-kayabi em Juara – MT : resistências e desafios / Indigenous school education in Apiaká-Kayabi indigenous land in Juara-MT : resistance and challengesFerreira, Waldinéia Antunes de Alcântara January 2013 (has links)
A Educação Escolar Indígena na atualidade das Comunidades Mayrob, Apiaká e Kayabi tem vivenciado uma constante ressignificação no intuito de se tornar diferenciada, específica e bilíngue. A mesma vem se constituindo num processo de negociações que ocorrem com as instituições do Estado: a Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), na formação de professores indígenas; o Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica (CEFAPRO), na formação continuada; e diálogos entre os saberes indígenas e os da academia, na perspectiva da interculturalidade crítica. Há na constituição da mesma o esforço da afirmação étnica de cada povo que ocorre pelas práticas educativas pedagógicas na valorização da cultura. Uma educação construtora de um currículo articulado à vida, à interculturalidade, à sobrevivência da memória, da cultura e da língua materna num mundo globalizado e diverso, um currículo negociado com tensões e protagonismo. Em outras palavras, uma educação própria, diferenciada, intercultural, feita pela Pedagogia Cosmo- Antropológica. Na construção dessa pedagogia, o professor/a indígena é uma liderança que tem responsabilidades definidas, dentre elas, e, talvez a maior, a de construir uma educação escolar que consiga intermediar espaços específicos da cultura étnica com a cultura não indígena. Utiliza a escola como locus de resistência pelos processos educativos culturais protagonizando o universo indígena. Nesse espaço, e junto ao movimento indígena, é que se formam os guerreiros. Assim, a escola, o movimento indígena e o contexto das salas de aula são espaços de fortalecimento e de construção da Pedagogia Cosmo-Antropológica. Para se chegar a essas considerações foi preciso analisar a especificidade da cultura indígena dos povos Munduruku, Kayabi e Apiaká, identificando as formas de resistência no processo de invasão cultural a partir de uma educação escolar Cosmo-Antropológica. O caminho delineado contou com as contribuições da pesquisa qualitativa do tipo etnográfico, com as orientações de Geertz (1989) e André (2003); a observação participante e as narrativas, para que fosse possível descrever e dialogar com significados culturais, tanto na dimensão escolar como nas interfaces da dimensão da cultura. A palavra descrição foi experienciada de forma que possibilitasse uma aproximação significativa e interpretativa da realidade, evidenciando suas contradições. Assim, a análise dialética e interpretativa, nesta abordagem de vertente antropológica e etnográfica. A pesquisa foi realizada diretamente com os professores/as indígenas (formados pela Faculdade Indígena Intercultural - UNEMAT – Campus de Barra do Bugres) de três escolas indígenas do Estado de Mato Grosso, na Terra Indígena Apiaká- Kayabi localizada no município de Juara-MT, e indiretamente com as pessoas da comunidade. E tem como objeto de estudo a educação escolar indígena. Os principais autores que auxiliaram na construção desta pesquisa foram: Kusch (1999), Dussel (1993), Paulo Freire(1996; 2005) e Viveiros de Castro (2002). / The indigenous school education nowadays in Mayrob, Apiaká and Kayabi communities has been living a constant re-signification to become differentiate, specific and bilingual. It is being constituted through a process of negotiations that happens with state institutions such as: University of the State of Mato Grosso (UNEMAT) in the indigenous teachers graduation, Center of Formation and Updating of Professionals of Basic Education (CEFAPRO) in the continuous formation, and some dialogues between the indigenous knowledge and the academy knowledge in the perspective of critical interculturality. In the constitution of this process there is strength for ethnical affirmation of each people, which occurs through pedagogical education practices valuing the culture. An education that builds a curriculum articulated to life, to the interculturality, to the memory survival, to the culture and to the mother tongue in a globalized and diverse world, a curriculum built through tension and protagonism. In other words, a proper education, differentiated, intercultural, done by the Cosmo-anthropological Pedagogy. In this pedagogical construction, the indigenous teacher is a leadership that has defined responsibilities, among all of them, maybe the greatest one, that is to build a school education that searches to interlace specific spaces of ethnical culture and the non-indigenous culture. These indigenous people have the school as a locus of resistance against cultural educational process, advocating the indigenous universe. This place and together with the indigenous movement that are being formed warriors. Thus, the school, the indigenous movement and the classroom context are places of strengthen and of Cosmoanthropological Pedagogy construction. In order to achieve these considerations, was analyzed the specificity of the indigenous culture of Munduruku, Kayabi and Apiaká people, identifying the resistance forms in the process of cultural invasion since the Cosmoanthropological school education. It was of great importance the contributions of qualitative research of ethnographic kind, considering Geertz (1989) and André (2003), also the participant observation and the narratives, to be able to describe dialogues with cultural meanings, in the school dimension as in the interfaces of cultural dimension. The word description was lived in a way, which made possible a significantly and comprehensible approximation of the reality, putting in evidence its contradictions. Therefore, it was utilized in the doctoral dissertation an interpretative and dialectical analyses, based on anthropologic and ethnographic fields. The research has as investigated subjects eight indigenous teachers (graduate and undergraduate at Indigenous Intercultural College – UNEMAT – Barra do Bugres Campus) of three indigenous schools of Mato grosso in the indigenous land Apiaká- Kayabi in Juara city –MT and indirectly the people from the community, the study object was the indigenous school education. The main authors who helped to build the research were: Kusch (2000), Dussel (1993), Paulo Freire (1996; 2005) and Viveiros de Castro (2002).
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Coleção Girassol : livro didático de alfabetização em contexto indígena - (des)encontros entre o proposto e o realizadoSilva, Marta Cecília Rocha da 09 December 2015 (has links)
Submitted by Valquíria Barbieri (kikibarbi@hotmail.com) on 2018-03-22T21:45:23Z
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Previous issue date: 2015-12-09 / CAPES / Este trabalho se propõe analisar o Livro Didático de Alfabetização (LDA), da Coleção Girassol – Saberes e Fazeres do Campo, na perspectiva intercultural, no processo de ensino aprendizagem em um contexto em que o português é a segunda língua. Para tanto, o trabalho será realizado com professores da primeira etapa do Ensino Fundamental em três unidades escolares, na Terra Indígena Bakairi, no município de Paranatinga, Mato Grosso. O objetivo geral é analisar os três primeiros volumes de letramento e alfabetização. A Coleção é distribuída e aprovada pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) Campo 2013 e sua adequação a um contexto de diversidade pluricultural e linguística como as escolas indígenas no processo de alfabetismo na etnia Bakairi. Busca-se apontar adequação ou inadequação do LDA, em relação aos objetivos para o qual foi elaborado, sua implicação no contexto da escola do campo indígena e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena (DCNEI) e, neste cenário, contextualizar o ambiente onde o LDA é utilizado, em termos de diversidade cultural e linguística. Pretende-se ainda analisar os aspectos observados gerando contribuição baseada nos apontamentos dos professores sobre a pesquisa. A metodologia para a coleta de dados consiste em analisar, na perspectiva da educação intercultural, o Livro Didático de Alfabetização (LDA), distribuído pelo PNLD Campo, as DCNEI e, complementarmente, o uso de entrevistas com quatro professores. A análise das entrevistas permitiu identificar que os professores entrevistados utilizam o LDA como material de apoio no cotidiano escolar e possibilitam aos alunos e a si mesmos, como sujeitos do fazer pedagógico, uma experiência de proximidade com o impresso que possibilita uma maior apropriação dos textos apresentados. O desafio da interculturalidade se faz presente no incentivo à produção cultural, no compartilhamento do LDA no contexto escolar e familiar. Percebe-se também que as experiências vividas nos anos iniciais de escolarização pelos professores lhes permitem participar na “construção” do saber de seus alunos hoje. Nos volumes analisados, a princípio, observa-se que, mesmo tendo sido apresentados como aprovados para a educação do campo, os aspectos para uma educação intercultural precisam ter maior destaque. Percebe-se uma atitude bastante sucinta quanto à diversidade linguística e temática indígena, um dos grupos que compõem a população do campo. Nota-se ainda que este importante recurso de apoio pedagógico, exerce função múltipla no processo de alfabetismo bilíngue. / This study aims to analyze the Textbook Literacy (LDA), the intercultural perspective in the process of teaching and learning in a context where Portuguese is the second language. For this work will be performed with teachers of the first stage of primary school into the three units School in Indigenous Bakairi at the municipality of Paranatinga, Mato Grosso. The overall objective is to analyze the first three volumes Collection Sunflower - Knowledge and Doings Field. Distributed and approved by PNLD Field in 2013 and its adaptation to the context of multi-cultural and linguistic diversity as indigenous schools in the literacy process between Bakairi ethnicity. The aim is to point adequacy or inadequacy of the LDA, in relation to the objectives for which it was prepared and its implications in the context of school of Indian countryside and the National Curriculum Guidelines for Indigenous Education (DCNEI) for this scenario, contextualize the environment where the LDA is used, in terms of cultural and linguistic diversity. The aim is also to analyze the observed aspects generating contribution based on notes from teachers about the problem. The methodology for data collection is to examine, in the context of intercultural education, the teaching of literacy book (LDA), distributed by PNLD Field, the DCNEI and in addition, the use of interviews with four teachers. The data analysis identified that the interviewed teachers use the LDA as collateral in everyday school life and enable students and themselves as subjects of pedagogical practice, a close experience with the form that enables greater ownership of texts presents. The challenge of interculturalism is present in encouraging cultural production, LDA share on school and family experiences. We also noticed that the experiences of the early years of schooling by the teachers allow them to participate in the "construction" of knowledge to their students today. The volumes analyzed, at first, it is observed that, even though it was presented as approved for the education field, the aspects of an intercultural education could have the spotlight. You can see a fairly succinct attitude to linguistic diversity and indigenous issues, one of the groups that make up the rural areas population. Note also that important teaching support resource has multiple functions in bilingual literacy process.
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Educação escolar indígena na terra indígena Apiaká-kayabi em Juara – MT : resistências e desafios / Indigenous school education in Apiaká-Kayabi indigenous land in Juara-MT : resistance and challengesFerreira, Waldinéia Antunes de Alcântara January 2013 (has links)
A Educação Escolar Indígena na atualidade das Comunidades Mayrob, Apiaká e Kayabi tem vivenciado uma constante ressignificação no intuito de se tornar diferenciada, específica e bilíngue. A mesma vem se constituindo num processo de negociações que ocorrem com as instituições do Estado: a Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), na formação de professores indígenas; o Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica (CEFAPRO), na formação continuada; e diálogos entre os saberes indígenas e os da academia, na perspectiva da interculturalidade crítica. Há na constituição da mesma o esforço da afirmação étnica de cada povo que ocorre pelas práticas educativas pedagógicas na valorização da cultura. Uma educação construtora de um currículo articulado à vida, à interculturalidade, à sobrevivência da memória, da cultura e da língua materna num mundo globalizado e diverso, um currículo negociado com tensões e protagonismo. Em outras palavras, uma educação própria, diferenciada, intercultural, feita pela Pedagogia Cosmo- Antropológica. Na construção dessa pedagogia, o professor/a indígena é uma liderança que tem responsabilidades definidas, dentre elas, e, talvez a maior, a de construir uma educação escolar que consiga intermediar espaços específicos da cultura étnica com a cultura não indígena. Utiliza a escola como locus de resistência pelos processos educativos culturais protagonizando o universo indígena. Nesse espaço, e junto ao movimento indígena, é que se formam os guerreiros. Assim, a escola, o movimento indígena e o contexto das salas de aula são espaços de fortalecimento e de construção da Pedagogia Cosmo-Antropológica. Para se chegar a essas considerações foi preciso analisar a especificidade da cultura indígena dos povos Munduruku, Kayabi e Apiaká, identificando as formas de resistência no processo de invasão cultural a partir de uma educação escolar Cosmo-Antropológica. O caminho delineado contou com as contribuições da pesquisa qualitativa do tipo etnográfico, com as orientações de Geertz (1989) e André (2003); a observação participante e as narrativas, para que fosse possível descrever e dialogar com significados culturais, tanto na dimensão escolar como nas interfaces da dimensão da cultura. A palavra descrição foi experienciada de forma que possibilitasse uma aproximação significativa e interpretativa da realidade, evidenciando suas contradições. Assim, a análise dialética e interpretativa, nesta abordagem de vertente antropológica e etnográfica. A pesquisa foi realizada diretamente com os professores/as indígenas (formados pela Faculdade Indígena Intercultural - UNEMAT – Campus de Barra do Bugres) de três escolas indígenas do Estado de Mato Grosso, na Terra Indígena Apiaká- Kayabi localizada no município de Juara-MT, e indiretamente com as pessoas da comunidade. E tem como objeto de estudo a educação escolar indígena. Os principais autores que auxiliaram na construção desta pesquisa foram: Kusch (1999), Dussel (1993), Paulo Freire(1996; 2005) e Viveiros de Castro (2002). / The indigenous school education nowadays in Mayrob, Apiaká and Kayabi communities has been living a constant re-signification to become differentiate, specific and bilingual. It is being constituted through a process of negotiations that happens with state institutions such as: University of the State of Mato Grosso (UNEMAT) in the indigenous teachers graduation, Center of Formation and Updating of Professionals of Basic Education (CEFAPRO) in the continuous formation, and some dialogues between the indigenous knowledge and the academy knowledge in the perspective of critical interculturality. In the constitution of this process there is strength for ethnical affirmation of each people, which occurs through pedagogical education practices valuing the culture. An education that builds a curriculum articulated to life, to the interculturality, to the memory survival, to the culture and to the mother tongue in a globalized and diverse world, a curriculum built through tension and protagonism. In other words, a proper education, differentiated, intercultural, done by the Cosmo-anthropological Pedagogy. In this pedagogical construction, the indigenous teacher is a leadership that has defined responsibilities, among all of them, maybe the greatest one, that is to build a school education that searches to interlace specific spaces of ethnical culture and the non-indigenous culture. These indigenous people have the school as a locus of resistance against cultural educational process, advocating the indigenous universe. This place and together with the indigenous movement that are being formed warriors. Thus, the school, the indigenous movement and the classroom context are places of strengthen and of Cosmoanthropological Pedagogy construction. In order to achieve these considerations, was analyzed the specificity of the indigenous culture of Munduruku, Kayabi and Apiaká people, identifying the resistance forms in the process of cultural invasion since the Cosmoanthropological school education. It was of great importance the contributions of qualitative research of ethnographic kind, considering Geertz (1989) and André (2003), also the participant observation and the narratives, to be able to describe dialogues with cultural meanings, in the school dimension as in the interfaces of cultural dimension. The word description was lived in a way, which made possible a significantly and comprehensible approximation of the reality, putting in evidence its contradictions. Therefore, it was utilized in the doctoral dissertation an interpretative and dialectical analyses, based on anthropologic and ethnographic fields. The research has as investigated subjects eight indigenous teachers (graduate and undergraduate at Indigenous Intercultural College – UNEMAT – Barra do Bugres Campus) of three indigenous schools of Mato grosso in the indigenous land Apiaká- Kayabi in Juara city –MT and indirectly the people from the community, the study object was the indigenous school education. The main authors who helped to build the research were: Kusch (2000), Dussel (1993), Paulo Freire (1996; 2005) and Viveiros de Castro (2002).
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Escola indígena e ensino de história : um estudo em uma escola Kaingang da terra indígena Guarita/RSMedeiros, Juliana Schneider January 2012 (has links)
A educação escolar indígena específica e diferenciada vem sendo construída por diversos povos indígenas do país desde a promulgação da Constituição Federal (1988), marco de sua conquista pelo direito à diferença. A pesquisa aqui apresentada buscou investigar de que forma a escola kaingang vem se constituindo e, mais especificamente, como está ocorrendo o ensino de História. A investigação se realizou a partir de uma convivência com os Kaingang da Terra Indígena Guarita, tendo como cenário principal a escola indígena Toldo Campinas, no setor Estiva. Após um processo de Conquista, ocidentalização e mestiçagem (GRUZINKSI, 2001), que teve início no século XIX, os Kaingang mantiveram-se e mantêmse até hoje, conforme a dinâmica da tradição (BALANDIER, 1997). Considerando essa história de luta para permanecerem em seu estar indígena (KUSCH, 2009), procuro compreender a construção da escola kaingang específica e diferenciada. Centrada principalmente em uma metodologia etnográfica, procurei fazer uma descrição densa (GEERTZ, 1989) não só da escola e seus sujeitos, mas de seu entorno e de outras tantas pessoas implicadas no processo escolar. Além do diário de campo e de um caderno de notas, utilizei-me de outros recursos: entrevistas, questionários (a alunos e professores), atividades de aula, conversas com velhos “contadores de histórias”, cópias dos cadernos de alunos, documentos da escola, fotos. Descrevo o funcionamento da escola, com um enfoque especial na gestão escolar. Analiso as matérias específicas da escola (Kaingang, Artesanato e Valores Culturais), mostrando que, apesar de não serem responsáveis pela aprendizagem dos conhecimentos da tradição por parte das crianças, elas cumprem um papel importante na valorização desses saberes. Dedico um capítulo às aulas de História e a uma discussão acerca da relação entre os velhos e a escola. Explicito que o ensino de História na escola ainda está muito pautado pelo livro didático, mas aponto que há uma disposição do professor em ensinar uma outra história, a kaingang. Constato que as narrativas kaingang estão vivas, no entanto há pouco diálogo entre os velhos “contadores de histórias” e a escola. A partir destas “descobertas”, busco propor alguns caminhos para que a escola seja, de fato, de autoria indígena e para que as narrativas kaingang continuem sendo transmitidas. Mais do que isso, aponto questionamentos para que os próprios Kaingang reflitam sobre a educação escolar indígena que almejam. / A specific and differentiated indigenous school education is being developed and implemented by many of Brazil’s indigenous peoples since the Federal Constitution promulgation (1988), a landmark in the conquest of their right to be different. The present research has tried to investigate how the Kaingang school is being constituted and, more specifically, how History is being taught. The investigation was carried out in a Kaingang community in the Indigenous Reservation of Guarita, and the main setting for the study was the indigenous school Toldo Campinas. After processes of Conquest, westernization and mestizoization (GRUZINKSI, 2001), that began in the XIX century, the Kaingang people have maintained their identity, and still do until the present day, according to the dynamics of tradition (BALANDIER, 1997). Considering their history of struggle to maintain their indigenous being [estar indígena] (KUSCH, 2009), this work tries to understand the construction of the specific and differentiated kaingang school. Using ethnography, a thick description (GEERTZ, 1989) was built, not only of the school and its subjects, but also of its surroundings and of other people involved in the school’s educational processes. In addition to a field journal and a notebook, other resources were used: interviews, questionnaires (to students and teachers), classroom activities, talks to the elderly “story tellers”, copies of the students’ notebooks, school documents, photographs. The school dynamics, focusing on the management of the school, is described. The school’s specific disciplines are analyzed (Kaingang Language, Handicraft and Cultural Values), showing that despite the fact that they are not responsible for the students’ learning of the traditional knowledge, they fulfill an important role in highlighting that knowledge. One chapter is dedicated to the History classes and to a discussion on the relationship between the elderly and the school. The research shows that the teaching of History is still based on the regular textbook, but a willingness to teach another history, the Kaingang one, is noticed. Another conclusion is that the Kaingang narratives are still alive; however, there is little dialogue between the elderly “story tellers” and the school. Considering these “findings,” this work tries to propose ways for the school’s authorship to become indigenous, so that Kaingang stories continue to be transmitted. Above all, the sudy raises questions and urges the Kaingang themselves to reflect upon what indigenous shcool education they want and need.
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